TEXTO ÁUREO
“Na qual vontade temos sido santificados
pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10)
VERDADE
PRÁTICA
Os holocaustos da Antiga Aliança eram
transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e
eterno, porque Ele morreu e ressuscitou eficazmente por toda a humanidade.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Levítico
1.1-9:
“E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo: 2
Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao
SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas. 3 Se a
sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; ŕ porta da tenda
da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR. 4 E porá
a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a
sua expiação. 5 Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de
Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue ŕ roda sobre o
altar que está diante da porta da tenda da congregação. 6 Então, esfolará o
holocausto e o partirá nos seus pedaços. 7 E os filhos de Arão, os sacerdotes,
porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. 8 Também os
filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho,
sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. 9 Porém a sua fressura e as
suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o
altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.”
OBJETIVO
GERAL
Conscientizar de que os holocaustos da
Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus
Cristo é perfeito e eterno.
INTRODUÇÃO
Apesar da glória e da simbologia do
holocausto, os profetas não demoraram a revelar a transitoriedade desse ritual
levítico. Eles sabiam que, embora a oferenda fosse eficiente como tipo de um
sacrifício melhor e definitivo, não era eficaz, em si mesma, para redimir o
pecador. Por isso, o holocausto tinha de ser oferecido, pela fé, com os olhos
postos no Calvário.
Conforme veremos nesta lição, o Senhor
Jesus Cristo, ao encarnar-se, tornou-se o holocausto perfeito, para
resgatar-nos de nossos pecados, tornando-nos propícios ao Pai. Ele é o
Holocausto dos holocaustos.
No Antigo Testamento, o sacrifício era a
única maneira de aproximar-se de Deus e restaurar o relacionamento com Ele.
Havia mais de um tipo de oferta ou sacrifício, e esta variedade tornava-os mais
significativos porque cada um estava relacionado a uma situação especifica da
vida. Os sacrifícios eram oferecidos em louvor, adoração e agradecimento, e
também para perdão e comunhão. A primeira oferta que Deus descreve é o
holocausto. A pessoa que cometia um pecado deveria trazer um animal sem defeito
para o sacerdote. O animal inocente simbolizava a perfeição moral demandada
pelo santo Deus bem como a natureza perfeita do real sacrifício futuro - Jesus
Cristo.
I.
O CONCEITO DE HOLOCAUSTO
1.
Definindo o termo (Lv 1.3).
O termo hebraico traduzido por
holocausto (olah) significa,
literalmente, “aquilo que vai para cima” ou “aquilo que sobe” para Deus. É
importante que você conheça e compreenda o significado desse termo. A palavra
holocausto vem do grego holokauston, de hólos, completo + kaio, eu queimo.
Portanto também se chamava oferta queimada, porque o olah era totalmente queimado no altar (com exceção do couro que ia
para o sacerdote).
O holocausto era o sacrifício básico que
expressava devoção e consagração ao Senhor. Quando nos entregamos ao Senhor,
colocamos “tudo isso sobre o altar” (Lv 1.9) e não retemos nada. O equivalente
do Novo Testamento encontra-se em Romanos 12.1, 2, em que o povo de Deus é desafiado
a ser um sacrifício vivo, inteiramente consagrado ao Senhor.
O holocausto é um tema frequente e
relevante no Antigo Testamento, por isso o livro de Levítico inicia com as
instruções divina conferidas a Moisés a respeito dos sacrifícios que seriam
oferecidos no Tabernáculo. Levítico mostra o tipo de sacrifício e a forma como
deveria ser apresentado ao Senhor.
O Deus que tudo criou precisava do
sangue de animais? Não! Tudo é d’Ele, contudo
os holocaustos apontavam para o plano perfeito da salvação que o Pai já
havia preparado antes da fundação do mundo. Eles expunham a verdade de que
Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreria em nosso lugar. Seu sacrifício foi
perfeito, único e superior a todos os holocaustos já oferecidos. Que você
aproveite cada tópico da lição para juntamente com seus alunos refletir a
respeito do sacrifico perfeito de Cristo que foi realizado em nosso favor.
1.1.
Três classes de ofertas (Lv 1).
Havia três classes de ofertas,
dependendo do poder econômico do ofertante: novilho (v. 3; cf. v. 5) macho sem
defeito, carneiro ou cabrito (v. 10-14), também macho e sem defeito, e aves (v.
14-17), podendo ser rolas ou pombinhos. Todos esses constituem animais
pacíficos; nenhum animal feroz podia ser sacrificado no altar do Senhor.
1.2.
Os deveres do ofertante (Lv 1).
Trazer a oferta à porta da tenda da congregação,
próximo ao altar do holocausto (v. 3; também conhecido como altar de bronze);
colocar a mão sobre a cabeça da vítima (v. 4); imolar o novilho (v. 5),
carneiro ou cabrito (v. 11); tirar a pele (esfolar) do animal e cortá-lo em
pedaços (v. 6,12); lavar as entranhas e as pernas com água (v. 9,13).
1.3.
Os deveres do sacerdotes.
O sacerdote examinava o sacrifício para
certificar-se de que não tinha qualquer defeito (Lv 22.20-24), pois devemos dar
ao Senhor o que temos de melhor (Ml 1.6-14). Jesus Cristo foi um sacrifício “sem
defeito e sem mácula” (1ª Pe 1.19), que se entregou em total consagração a Deus
(Jo 10.17; Rm 5.19; Hb 10.10).
Aspergir o sangue do animal sacrificado
ao redor sobre o altar (v. 5,11); colocar lenha e atear fogo sobre o altar (v.
7) e depois depositar em ordem os pedaços do animal sobre o fogo (v. 8,12).
O animal deveria ser completamente
consumido no altar, exceto o couro (v. 13; 7:8); no caso das aves, o sacerdote
deveria destroncar a cabeça, fazer o sangue correr na parede do altar, colocar
o papo com suas penas para o lado oriental do altar, rasgar o corpo da ave (sem
cortá-la em pedaços) e depois queimá-la sobre o altar.
a) Quando o sacrifício era de aves, o
adorador colocava a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4), gesto que
simbolizava a identificação do ofertante com o sacrifício. Era o sacerdote e
não o ofertante quem matava a ave; seu sangue era escorrido nas laterais do
altar, e seu corpo, queimado no fogo do altar (Lv 1. 15-17).
b) Nos sacrifícios que envolviam o
derramamento de sangue, a imposição de mãos simbolicamente transferia o pecado
e a culpa para o animal que morria no lugar do pecador. O corpo do novilho,
cordeiro ou cabrito era desmembrado, e as partes eram lavadas. Então, tudo,
exceto o couro, era colocado em ordem sobre a lenha e queimado no fogo. O couro
era dado ao sacerdote (Lv 7.8).
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
OFERECER OFERTA (Lv 1.2).
O termo “oferta” (heb. corban) é cognato do verbo que significa
“aproximar-se”. Portanto, o sacrifício era uma dádiva que o israelita fiel
trazia a Deus, a fim de poder aproximar-se d’Ele e desfrutar da sua comunhão e
bênção (Sl 73.28).
Cinco ofertas são descritas nos caps.
1-7: o holocausto (1.3-17), a oferta de manjares, isto é, de cereais (2.1-16),
a oferta pacífica (3.1-17), a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa
(5.14-6.7; 7.1-7).
2. Os adoradores apresentavam ofertas
com a finalidade de expressarem gratidão e fé, de renovarem a comunhão, de aprofundarem
a sua dedicação ao Senhor, ou de pedirem perdão. As ofertas eram realmente
orações em forma de atos (Sl 116.17; Os 14.2; Hb 13.15).
3. Em muitos casos, a oferta envolvia um
sacrifício, i.e., era ceifada a vida de um animal (9.8).
Essas ofertas ensinavam a Israel que:
3.1. O ser humano é basicamente
pecaminoso, cujos pecados merecem a morte;
3.2. Sem derramamento de sangue não há
perdão (17.11; Hb 9.22);
3.3. A expiação pelo pecado precisa ser
feita mediante substituição (v. 4; 17.11);
3.4. Santidade de Deus deve regular e
dirigir todas as áreas da vida humana
(cf. 10.3); e
3.5. Deus quer ser gracioso, perdoar e
ter comunhão com homens e mulheres (Êx 34.6,7).
Para que a oferta fosse aceita por Deus,
devia haver, da parte do ofertante, arrependimento genuíno, do profundo do
coração e uma sincera resolução de viver uma vida de bondade e de retidão
(23.27-29; Is 1.11-17; Mq 6.6-8).
II.
O HOLOCAUSTO NA HISTÓRIA DE ISRAEL
A oferenda de holocaustos pode ser
encontrada nos três principais períodos da história de Israel no Antigo
Testamento: patriarcal, mosaico e nacional.
1.
No período patriarcal.
O sacrifício dos patriarcas Noé e Abraão
(Gn 8.20; 22.13) foi apresentado de acordo com a oferenda, ou seja, um
holocausto, que Abel ofereceu ao Senhor. Por isso a oferenda pode ser
considerada a mais antiga da história sagrada (Gn 4.4).
2.
No período mosaico.
Após a saída dos filhos de Israel do
Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, a fim de evitar
impurezas e práticas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de já ser
uma tradição na comunidade hebreia, teria de ser oferecido, a seguir, segundo
critérios e normas bem definidos. Seria exigido, por exemplo, um altar
apropriado para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Como pode ser visto nas
especificações da cerimônia nos capítulos de 1 a 6 de Levítico.
Portanto, tudo seria executado de
conformidade com as regras estabelecidas por Deus. Caso contrário, os israelitas
corriam o risco de se enveredar pelas idolatrias egípcias e cananeias.
3.
No período nacional.
Após a conquista de Israel, os
holocaustos continuaram a ser oferecidos ao Senhor por vários motivos. Josué
celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com ofertas queimadas e
pacíficas (Js 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar
Israel, adorou-o com igual oferenda (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu ao
Senhor o mesmo sacrifício, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (1º
Sm 13.9,10). A reforma de Ezequias também foi marcada por holocaustos (2º Cr
29.7-35).
Após o retorno do exílio, os judeus,
agradecidos a Deus pela restauração de seu culto, também apresentaram-lhe
ofertas queimadas (Ed 8.35).
Ao aproximar-se do Senhor com uma oferta
queimada, o crente hebreu mostrava, através desse rito, a sua disposição de
entregar, não somente a vítima ao Senhor, como também a si mesmo. O Salmo 51
revela tal voluntariedade no Rei Davi.
Todos esses holocaustos prefiguravam a
vinda de Jesus Cristo, o sacrifício vicário perfeito.
III.
JESUS, O HOLOCAUSTO PELO PECADO
Os primeiros cristãos compreendiam a
morte de Jesus como sacrifício pelo pecado, graças ao Antigo Testamento e ao
pano de fundo do judaísmo contemporâneo.
1.
O sacrifício da nova aliança.
A morte de Jesus representou o ponto
culminante e final da aliança com Israel (Rm 10.4) e introduziu uma nova e
melhor aliança. A velha aliança, que incluía o sistema sacrificial, fora feita
com a intenção de limpar Israel de seu pecado de forma que pudessem demonstrar
às nações o que representava viver em comunhão íntima com Deus. Contudo, ao
longo de toda a história, o povo de Deus lutara para ficar em comunhão com o
Senhor, mas, vez após vez, fora devastado pelo pecado e suas consequências.
O escritor de Hebreus compreendeu o
significado profundo da morte de Jesus. Jesus — de forma distinta dos
sacrifícios do Templo que foram oferecidos vez após vez, porque jamais deixavam
o adorador limpo —, “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo
sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26). Jesus era a realidade da expiação da qual
todos os sacrifícios do Antigo Testamento não passavam de sombras e
antecipações (“as figuras das coisas que estão no céu”, Hb 9.23). A morte
sacrificial introduziu um novo relacionamento na aliança com Deus.
2.
O sacrifício universal.
O sacrifício de Jesus, como parte da
nova aliança, não era só para Israel, mas para o mundo todo. João Batista
dissera, recordando a imagem do Dia da Expiação, que Jesus era “Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Certamente, Ele fora crucificado
como resultado direto do pecado daqueles que o rejeitaram; mas, em um sentido
profundo, morrera com o peso de todo o pecado do mundo sobre seus ombros.
3.
O sacrifício libertador e purificador.
Como Jesus explicou aos discípulos na
última ceia, Ele estava indo para a morte para trazer o perdão dos pecados (Mt
26.28). Suportaria a agonia devastadora das consequências verdadeiras do pecado
em seu próprio corpo, para que outros não tivessem de fazer isso. No momento em
que morreu, o véu no Lugar Santíssimo no Templo foi rasgado em dois (Mt
27.50,51).
O caminho para a comunhão e nova vida
com Deus — o caminho que estivera bloqueado pelo pecado — agora fora aberto
para todos (Ef 2.18; Hb 10.19,20; 1ª Pe 3.18). Mas também, conforme retratado
pelo Dia da Expiação, o poder purificador de Deus se estenderia para fora do
Templo, alcançando o mundo todo. Por intermédio de Jesus, todos podem ser
limpos e purificados, de forma que podem adorar a Deus com a vida que Ele
sempre quis para nós (Hb 9.14).
A morte de Jesus como sacrifício pelo
pecado permite que uma magnífica e graciosa troca aconteça: Ele leva nosso
pecado para que possamos compartilhar de sua justiça (2ª Co 5.21; Rm 3.21-26).
4.
Holocausto Levítico, uma tipologia de Cristo.
4.1. Cristo ofereceu-se como Cordeiro
sem defeito.
4.2. Cristo fez expiação por nós.
4.3. A pessoa do ofertante era
substituída pelo animal sacrificado, sendo esse um dos aspectos da expiação.
4.4. O sacrifício franqueava o acesso a
Deus (Hb 9.11-14; 10.5-7).
4.5. As ofertas eram voluntárias,
aceitáveis ao Senhor (Lv. 1.3-5).
CONCLUSÃO
Esta lição faz-nos refletir sobre o
sacrifício perfeito de Jesus Cristo. Ele morreu eficazmente por mim e por você.
Por essa razão, temos de viver uma vida de santidade e pureza. Somente assim,
seremos vistos pelo Pai Celeste como fiéis testemunhas do Evangelho. Não
podemos ignorar o sacrifício de Cristo. Se o fizermos, sobre nós recairá o
justo e esperado juízo de Deus (Hb 10.26,27).
FONTE
DE PESQUISA.
Jesus, o Holocausto Perfeito, Lições
Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD|
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