TEOLOGIA EM FOCO: JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO


TEXTO ÁUREO

“Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10)

VERDADE PRÁTICA
Os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno, porque Ele morreu e ressuscitou eficazmente por toda a humanidade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 1.1-9: “E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas. 3 Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; ŕ porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR. 4 E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação. 5 Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue ŕ roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. 6 Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços. 7 E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. 8 Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. 9 Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.”

OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno.

INTRODUÇÃO
Apesar da glória e da simbologia do holocausto, os profetas não demoraram a revelar a transitoriedade desse ritual levítico. Eles sabiam que, embora a oferenda fosse eficiente como tipo de um sacrifício melhor e definitivo, não era eficaz, em si mesma, para redimir o pecador. Por isso, o holocausto tinha de ser oferecido, pela fé, com os olhos postos no Calvário.
Conforme veremos nesta lição, o Senhor Jesus Cristo, ao encarnar-se, tornou-se o holocausto perfeito, para resgatar-nos de nossos pecados, tornando-nos propícios ao Pai. Ele é o Holocausto dos holocaustos.
No Antigo Testamento, o sacrifício era a única maneira de aproximar-se de Deus e restaurar o relacionamento com Ele. Havia mais de um tipo de oferta ou sacrifício, e esta variedade tornava-os mais significativos porque cada um estava relacionado a uma situação especifica da vida. Os sacrifícios eram oferecidos em louvor, adoração e agradecimento, e também para perdão e comunhão. A primeira oferta que Deus descreve é o holocausto. A pessoa que cometia um pecado deveria trazer um animal sem defeito para o sacerdote. O animal inocente simbolizava a perfeição moral demandada pelo santo Deus bem como a natureza perfeita do real sacrifício futuro - Jesus Cristo.

I. O CONCEITO DE HOLOCAUSTO

1. Definindo o termo (Lv 1.3).
O termo hebraico traduzido por holocausto (olah) significa, literalmente, “aquilo que vai para cima” ou “aquilo que sobe” para Deus. É importante que você conheça e compreenda o significado desse termo. A palavra holocausto vem do grego holokauston, de hólos, completo + kaio, eu queimo. Portanto também se chamava oferta queimada, porque o olah era totalmente queimado no altar (com exceção do couro que ia para o sacerdote).
O holocausto era o sacrifício básico que expressava devoção e consagração ao Senhor. Quando nos entregamos ao Senhor, colocamos “tudo isso sobre o altar” (Lv 1.9) e não retemos nada. O equivalente do Novo Testamento encontra-se em Romanos 12.1, 2, em que o povo de Deus é desafiado a ser um sacrifício vivo, inteiramente consagrado ao Senhor.
O holocausto é um tema frequente e relevante no Antigo Testamento, por isso o livro de Levítico inicia com as instruções divina conferidas a Moisés a respeito dos sacrifícios que seriam oferecidos no Tabernáculo. Levítico mostra o tipo de sacrifício e a forma como deveria ser apresentado ao Senhor.
O Deus que tudo criou precisava do sangue de animais? Não! Tudo é d’Ele, contudo  os holocaustos apontavam para o plano perfeito da salvação que o Pai já havia preparado antes da fundação do mundo. Eles expunham a verdade de que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreria em nosso lugar. Seu sacrifício foi perfeito, único e superior a todos os holocaustos já oferecidos. Que você aproveite cada tópico da lição para juntamente com seus alunos refletir a respeito do sacrifico perfeito de Cristo que foi realizado em nosso favor.

1.1. Três classes de ofertas (Lv 1).
Havia três classes de ofertas, dependendo do poder econômico do ofertante: novilho (v. 3; cf. v. 5) macho sem defeito, carneiro ou cabrito (v. 10-14), também macho e sem defeito, e aves (v. 14-17), podendo ser rolas ou pombinhos. Todos esses constituem animais pacíficos; nenhum animal feroz podia ser sacrificado no altar do Senhor.

1.2. Os deveres do ofertante (Lv 1).
Trazer a oferta à porta da tenda da congregação, próximo ao altar do holocausto (v. 3; também conhecido como altar de bronze); colocar a mão sobre a cabeça da vítima (v. 4); imolar o novilho (v. 5), carneiro ou cabrito (v. 11); tirar a pele (esfolar) do animal e cortá-lo em pedaços (v. 6,12); lavar as entranhas e as pernas com água (v. 9,13).

1.3. Os deveres do sacerdotes.
O sacerdote examinava o sacrifício para certificar-se de que não tinha qualquer defeito (Lv 22.20-24), pois devemos dar ao Senhor o que temos de melhor (Ml 1.6-14). Jesus Cristo foi um sacrifício “sem defeito e sem mácula” (1ª Pe 1.19), que se entregou em total consagração a Deus (Jo 10.17; Rm 5.19; Hb 10.10).

Aspergir o sangue do animal sacrificado ao redor sobre o altar (v. 5,11); colocar lenha e atear fogo sobre o altar (v. 7) e depois depositar em ordem os pedaços do animal sobre o fogo (v. 8,12).

O animal deveria ser completamente consumido no altar, exceto o couro (v. 13; 7:8); no caso das aves, o sacerdote deveria destroncar a cabeça, fazer o sangue correr na parede do altar, colocar o papo com suas penas para o lado oriental do altar, rasgar o corpo da ave (sem cortá-la em pedaços) e depois queimá-la sobre o altar.

a) Quando o sacrifício era de aves, o adorador colocava a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4), gesto que simbolizava a identificação do ofertante com o sacrifício. Era o sacerdote e não o ofertante quem matava a ave; seu sangue era escorrido nas laterais do altar, e seu corpo, queimado no fogo do altar (Lv 1. 15-17).

b) Nos sacrifícios que envolviam o derramamento de sangue, a imposição de mãos simbolicamente transferia o pecado e a culpa para o animal que morria no lugar do pecador. O corpo do novilho, cordeiro ou cabrito era desmembrado, e as partes eram lavadas. Então, tudo, exceto o couro, era colocado em ordem sobre a lenha e queimado no fogo. O couro era dado ao sacerdote (Lv 7.8).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
OFERECER OFERTA (Lv 1.2).
O termo “oferta” (heb. corban) é cognato do verbo que significa “aproximar-se”. Portanto, o sacrifício era uma dádiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de poder aproximar-se d’Ele e desfrutar da sua comunhão e bênção (Sl 73.28).

Cinco ofertas são descritas nos caps. 1-7: o holocausto (1.3-17), a oferta de manjares, isto é, de cereais (2.1-16), a oferta pacífica (3.1-17), a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa (5.14-6.7; 7.1-7).

2. Os adoradores apresentavam ofertas com a finalidade de expressarem gratidão e fé, de renovarem a comunhão, de aprofundarem a sua dedicação ao Senhor, ou de pedirem perdão. As ofertas eram realmente orações em forma de atos (Sl 116.17; Os 14.2; Hb 13.15).

3. Em muitos casos, a oferta envolvia um sacrifício, i.e., era ceifada a vida de um animal (9.8).

Essas ofertas ensinavam a Israel que:
3.1. O ser humano é basicamente pecaminoso, cujos pecados merecem a morte;

3.2. Sem derramamento de sangue não há perdão (17.11; Hb 9.22);

3.3. A expiação pelo pecado precisa ser feita mediante substituição (v. 4; 17.11);

3.4. Santidade de Deus deve regular e dirigir todas as  áreas da vida humana (cf. 10.3); e

3.5. Deus quer ser gracioso, perdoar e ter comunhão com homens e mulheres (Êx 34.6,7).

Para que a oferta fosse aceita por Deus, devia haver, da parte do ofertante, arrependimento genuíno, do profundo do coração e uma sincera resolução de viver uma vida de bondade e de retidão (23.27-29; Is 1.11-17; Mq 6.6-8).

II. O HOLOCAUSTO NA HISTÓRIA DE ISRAEL
A oferenda de holocaustos pode ser encontrada nos três principais períodos da história de Israel no Antigo Testamento: patriarcal, mosaico e nacional.
1. No período patriarcal.
O sacrifício dos patriarcas Noé e Abraão (Gn 8.20; 22.13) foi apresentado de acordo com a oferenda, ou seja, um holocausto, que Abel ofereceu ao Senhor. Por isso a oferenda pode ser considerada a mais antiga da história sagrada (Gn 4.4).

2. No período mosaico.
Após a saída dos filhos de Israel do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, a fim de evitar impurezas e práticas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de já ser uma tradição na comunidade hebreia, teria de ser oferecido, a seguir, segundo critérios e normas bem definidos. Seria exigido, por exemplo, um altar apropriado para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Como pode ser visto nas especificações da cerimônia nos capítulos de 1 a 6 de Levítico.

Portanto, tudo seria executado de conformidade com as regras estabelecidas por Deus. Caso contrário, os israelitas corriam o risco de se enveredar pelas idolatrias egípcias e cananeias.

3. No período nacional.
Após a conquista de Israel, os holocaustos continuaram a ser oferecidos ao Senhor por vários motivos. Josué celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com ofertas queimadas e pacíficas (Js 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar Israel, adorou-o com igual oferenda (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu ao Senhor o mesmo sacrifício, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (1º Sm 13.9,10). A reforma de Ezequias também foi marcada por holocaustos (2º Cr 29.7-35).

Após o retorno do exílio, os judeus, agradecidos a Deus pela restauração de seu culto, também apresentaram-lhe ofertas queimadas (Ed 8.35).

Ao aproximar-se do Senhor com uma oferta queimada, o crente hebreu mostrava, através desse rito, a sua disposição de entregar, não somente a vítima ao Senhor, como também a si mesmo. O Salmo 51 revela tal voluntariedade no Rei Davi.

Todos esses holocaustos prefiguravam a vinda de Jesus Cristo, o sacrifício vicário perfeito.

III. JESUS, O HOLOCAUSTO PELO PECADO

Os primeiros cristãos compreendiam a morte de Jesus como sacrifício pelo pecado, graças ao Antigo Testamento e ao pano de fundo do judaísmo contemporâneo.

1. O sacrifício da nova aliança.
A morte de Jesus representou o ponto culminante e final da aliança com Israel (Rm 10.4) e introduziu uma nova e melhor aliança. A velha aliança, que incluía o sistema sacrificial, fora feita com a intenção de limpar Israel de seu pecado de forma que pudessem demonstrar às nações o que representava viver em comunhão íntima com Deus. Contudo, ao longo de toda a história, o povo de Deus lutara para ficar em comunhão com o Senhor, mas, vez após vez, fora devastado pelo pecado e suas consequências.

O escritor de Hebreus compreendeu o significado profundo da morte de Jesus. Jesus — de forma distinta dos sacrifícios do Templo que foram oferecidos vez após vez, porque jamais deixavam o adorador limpo —, “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26). Jesus era a realidade da expiação da qual todos os sacrifícios do Antigo Testamento não passavam de sombras e antecipações (“as figuras das coisas que estão no céu”, Hb 9.23). A morte sacrificial introduziu um novo relacionamento na aliança com Deus.

2. O sacrifício universal.
O sacrifício de Jesus, como parte da nova aliança, não era só para Israel, mas para o mundo todo. João Batista dissera, recordando a imagem do Dia da Expiação, que Jesus era “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Certamente, Ele fora crucificado como resultado direto do pecado daqueles que o rejeitaram; mas, em um sentido profundo, morrera com o peso de todo o pecado do mundo sobre seus ombros.

3. O sacrifício libertador e purificador.
Como Jesus explicou aos discípulos na última ceia, Ele estava indo para a morte para trazer o perdão dos pecados (Mt 26.28). Suportaria a agonia devastadora das consequências verdadeiras do pecado em seu próprio corpo, para que outros não tivessem de fazer isso. No momento em que morreu, o véu no Lugar Santíssimo no Templo foi rasgado em dois (Mt 27.50,51).

O caminho para a comunhão e nova vida com Deus — o caminho que estivera bloqueado pelo pecado — agora fora aberto para todos (Ef 2.18; Hb 10.19,20; 1ª Pe 3.18). Mas também, conforme retratado pelo Dia da Expiação, o poder purificador de Deus se estenderia para fora do Templo, alcançando o mundo todo. Por intermédio de Jesus, todos podem ser limpos e purificados, de forma que podem adorar a Deus com a vida que Ele sempre quis para nós (Hb 9.14).

A morte de Jesus como sacrifício pelo pecado permite que uma magnífica e graciosa troca aconteça: Ele leva nosso pecado para que possamos compartilhar de sua justiça (2ª Co 5.21; Rm 3.21-26).

4. Holocausto Levítico, uma tipologia de Cristo.
4.1. Cristo ofereceu-se como Cordeiro sem defeito.
4.2. Cristo fez expiação por nós.
4.3. A pessoa do ofertante era substituída pelo animal sacrificado, sendo esse um dos aspectos da expiação.
4.4. O sacrifício franqueava o acesso a Deus (Hb 9.11-14; 10.5-7).
4.5. As ofertas eram voluntárias, aceitáveis ao Senhor (Lv. 1.3-5).

CONCLUSÃO
Esta lição faz-nos refletir sobre o sacrifício perfeito de Jesus Cristo. Ele morreu eficazmente por mim e por você. Por essa razão, temos de viver uma vida de santidade e pureza. Somente assim, seremos vistos pelo Pai Celeste como fiéis testemunhas do Evangelho. Não podemos ignorar o sacrifício de Cristo. Se o fizermos, sobre nós recairá o justo e esperado juízo de Deus (Hb 10.26,27).

FONTE DE PESQUISA. 
Jesus, o Holocausto Perfeito, Lições Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD|


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