TEOLOGIA EM FOCO: ÉTICA CRISTÃ VÍCIOS E JOGOS

quarta-feira, 20 de junho de 2018

ÉTICA CRISTÃ VÍCIOS E JOGOS



TEXTO ÁUREO
“Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação.” (Pv 15.16).

VERDADE PRÁTICA
Deus não criou o ser humano para ser escravo dos vícios nem dos jogos, pois segundo a Palavra de Deus, não podemos ser dominados por coisa alguma.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 28.1-10: “OS ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão. 2 Pela transgressão da terra muitos são os seus príncipes, mas por homem prudente e entendido a sua continuidade será prolongada. 3 O homem pobre que oprime os pobres é como a chuva impetuosa, que causa a falta de alimento. 4 Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que guardam a lei contendem com eles. 5 Os homens maus não entendem o juízo, mas os que buscam ao SENHOR entendem tudo. 6 Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o de caminhos perversos ainda que seja rico. 7 O que guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados envergonha a seu pai. 8 O que aumenta os seus bens com usura e ganância ajunta-os para o que se compadece do pobre. 9 O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável. 10 O que faz com que os retos errem por mau caminho, ele mesmo cairá na sua cova; mas os bons herdarão o bem.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Apresentar os vícios como degradação da vida humana;
- Compreender que os jogos de azar são uma armadilha para a família;
- Conscientizar a respeito da forma correta do crente viver: uma vida sóbria, honesta e fiel a Deus.

INTRODUÇÃO
A Bíblia Sagrada enaltece a vida moderada, o trabalho honesto e a boa administração da família (1ª Co 10.23; 1ª Tm 5.8). Desse modo, as Escrituras eliminam a possibilidade de o cristão envolver-se na prática dos vícios ou jogos de azar. No entanto, as estatísticas indicam dados alarmantes acerca dos prejuízos provocados pela prática desse mal em nossa sociedade.
Todo vício escraviza, por isso, a Palavra de Deus nos adverte a evitá-los.
O Senhor Jesus morreu e ressuscitou para nos Libertar da escravidão do pecado. Pela fé no Salvador nos tornamos livres, por isso não podemos nos colocar novamente debaixo de jugo algum. O vício, seja ele qual for, escraviza a pessoa. Os jogos de azar assim como o vício da bebida têm destruído milhares de vidas. Atualmente, é grande o número de pessoas não crentes que foram seduzidos pelo uso de bebidas alcoólicas. Segundo uma pesquisa, no Brasil o consumo de álcool já é maior do que o consumo de leite. O alcoolismo não é somente um vício, mas uma doença que precisa de tratamento. Essa não é uma prática inocente, por isso, resista ao mal.

I. VÍCIOS: A DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA
Tudo o que escraviza o homem e o faz perder seus valores é denominado de vícios que resultam na degradação da essência humana.

1. O pecado do alcoolismo.
O consumo do álcool é tanto um vício como um pecado (Lc 21.34; Ef 5.18; 1ª Co 6.10). Como consequência, a embriaguez altera o raciocínio e o bom senso (Pv 31.4,5). Além de retirar a inibição da pessoa, o álcool faz com que ela perca "a motivação para fazer o que é certo" (Os 4.11), levando-a a pobreza e a graves problemas de saúde (Pv 23.21,31,32). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o alcoolismo como a terceira causa de morte no mundo. Pesquisas de 2015 indicam que no Brasil a cada 36 horas um jovem morre vítima do consumo abusivo do álcool. Cerca de 60% dos índices de cirrose hepática entre os brasileiros têm relação com o álcool. Diante desses fatos a igreja deve posicionar-se contra o alcoolismo e trabalhar na prevenção ao vício. O problema é de ordem espiritual, médica e psicológica. Infelizmente, muitas pessoas fazem uso da bebida alcoólica como um meio de fugir de seus problemas. Por isso, precisamos sair da clausura dos templos e anunciar que Cristo produz vida (Jo 10.10) e concede paz à alma (Jo 14.27).

2. A escravidão das drogas.
As drogas são substâncias químicas que provocam alterações no organismo. Essas substâncias causam dependência e o consumo excessivo provoca morte por overdose. As drogas afetam também o funcionamento do coração, do fígado, dos pulmões e até mesmo do cérebro. As drogas ilícitas mais comuns são a maconha, a cocaína, o crack e o ecstasy. As chamadas drogas lícitas ramo o álcool e o cigarro são igualmente prejudiciais à saúde.

Em 2016, 3 Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime divulgou que quase 200 pessoas morrem anualmente em todo o mundo devido ao consumo de drogas. O Brasil apresenta uma média de 30 mil mortes por ano devido ao tráfico de drogas. As pessoas usam drogas principalmente para alterar o estado de espírito em busca de paz. Entretanto, as drogas agridem o corpo, que é templo do Espírito Santo (1Co 5.19,20). O cristão não deve usar nem participar de movimentos que visam legalizar as drogas. Seria uma tragédia generalizada!

Os vícios levam a degradação física, emocional e espiritual.

A droga ilícita é aquela que, consumida recreativamente ou criminosamente, prejudica não apenas o usuário, entorpecendo lhe os sentidos e arrancando-o à realidade, mas também os que se acham ao seu alcance. Se considerarmos rigorosamente essa definição, incluiremos, nessa classe, as bebidas alcoólicas e os cigarros. Apesar de vendidos livremente, prejudicam a saúde reduzem drasticamente a expectativa de vida do viciado.  Os produtos etílicos, aliás, vêm sofrendo pesadas restrições "o Brasil, devido aos muitos acidentes que provocam no trânsito.

Nenhuma droga, até mesmo as terapêuticas, pode ser consumida recreativa ou criminosamente. Num primeiro momento, recreação; no instante seguinte, crime. Por isso, as substâncias extraídas das plantas e utilizadas pela medicina têm de ser controladas de forma rigorosa. O remédio que cura, tomado sem a devida prescrição, matar. Se as bebidas alcoólicas e os cigarros precisam ser controlados, o que não diremos da maconha, da cocaína e de outros psicotrópicos?

O uso de drogas, hoje, transformou-se numa religião informal que, pouco a pouco, vai se formalizando aqui e ali, inclusive com o apoio oficial. O que certos governos ainda não sabem é que o lucro que se obtém com os entorpecentes nada é se comparado aos prejuízos que estes acarretam. Vivemos dias semelhantes aos do Faraó do Êxodo. Até mesmo mandatários acham-se enfeitiçados pelas drogas (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2015, pp. 178-180).

II. JOGOS DE AZAR: UMA ARMADILHA PARA A FAMÍLIA

Tudo o que abarca investimento sem retorno garantido, descomprometido com a ética e a moral, resulta em sérios prejuízos para a família.

1. A ilusão do ganho fácil.
A sedução dos jogos de azar ocorre pela esperança de se obter lucro instantâneo. As pessoas são atraídas pela ilusão de ganhar dinheiro rápido e fácil sem o esforço do trabalho. Jogam na expectativa de tirar a sorte grande e, assim, resolver problemas financeiros. Ciente dessa realidade, o Estado não consegue ser eficaz no combate à jogatina. E ainda existem os jogos eletrônicos, bem como os ilegais como caça-níqueis e o jogo do bicho, entre outros. É um sistema que lucra e lucra muito. Mas os jogadores tornam-se compulsivos, endividam-se, arruínam a família e a própria vida. Depositar a esperança na sorte é pecado e implica não confiar na providência divina (Jr 17.5-7).

2. Os males dos jogos na família.
Os jogos de azar causam destruições irreparáveis no ambiente familiar. O jogo vicia e escraviza a ponto de migrar todos os recursos de uma família para o pagamento de dívidas contraídas pelo jogador. Nele, o benefício de um depende diretamente do prejuízo do outro e, normalmente, são as pessoas de baixa renda que sustentam a jogatina. Esses jogos fomentam a preguiça, a corrupção, a marginalidade, a agiotagem, a violência e a criminalidade. Os jogadores compulsivos descem ao nível mais baixo para continuar alimentando o vício da jogatina. Em muitos casos tais jogadores perdem seus empregos, o respeito de seus amigos e até o amor de suas famílias. As Escrituras nos advertem a zelar pela família (1Tm 3.4,5) e não cair em armadilhas, pois "um abismo chama outro abismo" (SI 42.7).

3. As consequências para a saúde.
Os jogos de azar, assim como o álcool, o cigarro e as demais drogas causam dependência psíquica e química respectivamente. Em 1992, a OMS concluiu que jogar os jogos de azar faz mal à saúde, incluindo o jogo compulsivo no Código Internacional de Doenças (CID). Quando em crise de abstinência, o jogador sofre com tremores, náuseas, depressão e graves problemas cardíacos. Cerca de 80% dos viciados em jogos de azar relatam algum tipo de ideação suicida como uma forma de fugir da vergonha moral e de suas dívidas. Tal como outros viciados, os jogadores compulsivos tendem ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas. Maltratar o próprio corpo é insensatez e afronta contra o dom da vida outorgado por Deus (1º Sm 2.6; Ef 5.29,30).

Os jogos de azar são uma armadilha e levam a disfunção familiar.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
De acordo com o pastor Tony Evans, em seu livro Loteria e Jogos de Azar, há alguns problemas a se considerar:

O primeiro problema é o da cobiça, ou ambição (1ª Tm 6.1). Em Provérbios 28.22, lemos: 'Aquele que tem um olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza'.

O segundo problema é o da confiança. Se a pessoa recorre a jogos, ou à 'sorte', é porque não confia na providência divina.

O terceiro problema é o da 'produtividade', ou seja, do trabalho eficaz. Se o crente resolve jogar, pensando em deixar de trabalhar, isso não é correto. Em Efésios 4.28, lemos: 'Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade'.

O quarto problema é o da sabedoria. Sabemos que a jogatina baseia-se no fato de quanto mais pessoas jogam, menos delas têm condições de ganhar, os barões da loteria é que lucram. A maioria perde. O crente deve edificar sua casa com sabedoria, e não com o jogo de azar.

O quinto problema é o do vício. O vício do jogo leva a pessoa a uma compulsão, que a obriga a jogar mais e mais, na esperança de superar as perdas. O indivíduo torna-se escravo do jogo. Começa com dinheiro, depois entrega a roupa, os sapatos, o relógio, os bens, e por fim, a honra, a dignidade (LIMA, Elinaldo Renovato de. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp. 188,189).

III. VIVAMOS UMA VIDA SÓBRIA, HONESTA E FIEL A DEUS

A vitória do cristão contra os vícios e os jogos de azar engloba a sobriedade, a honestidade e a fidelidade ao autor da vida.

1. A bênção da sobriedade.
A ''expressão grega nephálios refere-se à sobriedade em relação ao consumo de bebidas alcoólicas.

O dicionário indica que, ao contrário de embriagado, a palavra se aplica a pessoa que está esperta, consciente e capacitada a discernir. O termo também é usado para identificar a vida equilibrada. Trata-se da virtude do que controla as paixões da carne (Gl 5.24). Desse a sobriedade abrange o comportamento moderado, a mente sã, o bom juízo e a prudência (Rm 12.3; 1ª Tm 1.5; 2ª Tm 1.7).

A orientação bíblica é de abstinência de toda a imundícia, inclusive a dos vícios e a dos jogos de azar (Tt 2.12). Observemos a exortação do apóstolo quanto ao vinho (Ef 5.18).

2. Honestidade e fidelidade.
Uma pessoa honesta não explora o seu próximo, mas conduz seus negócios temendo no Senhor (Sl 112.1-5). Não retira seu sustento da jogatina à custa de quem perde dinheiro nos jogos de azar, enganando-o e defraudando-o (1ª Ts 4.6).

O verdadeiro cristão não busca amparo na sorte, mas provê a si e sua família por meio do trabalho honesto, com o “suor do rosto” (Gn 3.19). A fidelidade do cristão é com a Palavra de Deus. Mesmo que alguns vícios e jogos de azar sejam lícitos pelas leis do Estado, o salvo em Jesus não se permite contaminar. Os ensinos e os princípios bíblicos devem pautar a vida dos que são fiéis ao Senhor (Sl 119.105).

SÍNTESE DO TÓPICO
O crente deve viver uma vida sóbria, honesta e fel a Deus.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O Cristão, os Vícios e os Jogos.
Não é comum vermos um crente em Jesus Cristo na jogatina, viciado em bebida, drogas, ou em outro tipo de agente destruidor da moral, dos bons costumes ou da saúde. Mas há muitas pessoas que são tentadas a buscar o ganho fácil, atendendo as sugestões de pessoas incrédulas, que não se pautam pela ética cristã, baseada na Bíblia Sagrada.

Um certo irmão, numa igreja, foi visto por diversas vezes, num local de 'jogo do bicho', indagado a respeito, respondeu que não havia nada demais, alegando que gastava apenas uma pequena importância, tentando 'fazer uma fezinha', com o intento de aumentar sua renda de uma hora para outra. Mas essa não é a vontade de Deus para seus filhos. Além dos jogos, os vícios são inimigos corriqueiros que atacam lares em todo o mundo, destruindo vidas e famílias, Eles também prejudicam lares cristãos. Na época em que vivemos, há uma onda de liberalismo, que não vê pecado em quase nada, e favorece práticas perigosas, que podem levar à destruição espiritual, disfarçadas de 'coisas que não têm nada a ver. Meditemos neste tema, buscando um entendimento com base na Palavra de Deus (LIMA, Elinaldo Renovato de. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp. 177,178).

CONCLUSÃO
Os vícios e os jogos de azar, legais ou ilegais, são práticas reprováveis e prejudiciais à sociedade. Os vícios escravizam e destroem as vidas e as famílias. De igual modo o fazem os jogos de azar. Portanto, o cristão deve abster-se da prática de qualquer vício, dedicando-se ao trabalho honesto para o sustento de sua casa. Cabe ao salvo resistir ao pecado e não se deixar dominar por coisa alguma (1 Co 6.12).

Fonte: Lições Bíblicas 2° trimestre de 2018, Adultos – CPAD| Divulgação: Subsídios EBD

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