CRISTOLOGIA
I. DOUTRINA DE CRISTO
1.
O nome Cristo.
"Cristo" é a forma grega da palavra hebraica
"Messias", que literalmente significa "o ungido".
Normalmente os sacerdotes, reis e os profetas eram ungidos com óleo, como
símbolo da consagração divina para servir, no tempo do Velho Testamento (Êx
29:1-7; 1º Sm 10:1; 16:10-13; 1º Re 19:16). O rei era chamado "o ungido do
Senhor" (1º Sm 24:10). O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o
Espírito de Deus (Is 61:1; Zc 4:1-6). A unção era sinal de:
A) Designação para um oficio.
B) Estabelecimento
de uma relação sagrada entre o ungido e o Senhor Deus.
C) A comunicação do Espírito Santo ao ungido.
Cristo foi designado para o seu oficio desde a
eternidade, mas, historicamente, a sua unção se efetuou quando Ele foi
concebido pelo Espírito Santo (Lc 1:35) e quando recebeu o Espírito Santo,
especialmente por ocasião do seu batismo (Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32).
Isto serviu para qualificá-lo para a sua grande missão.
2.
O nome Jesus.
O nome "Jesus"
é a forma grega do hebraico Josué, Jehoshua, Joshua ou Jeshua (Js 1:1; Zc 3:1;
Ed 2:2), O nome derivado termo hebraico "salvar", que está de acordo
com o que o anjo disse em Mt 1:21: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (ARA). O
nome Jesus significa: "O Senhor (Jeová) é salvação"; este nome foi
dado a dois personagens bem conhecidos tipos de Jesus no Antigo Testamento, Um
deles foi Josué, filho de Num, prefigurando Cristo como o grande General e
Conquistador invencível, dando a seu povo a vitória sobre os seus inimigos e
conduzindo-os à terra prometida. O outro é Josué, um sumo sacerdote no governo
de Zorobabel, que tipifica o Cristo como sendo o grande Sumo Sacerdote expiando
os pecados do seu povo.
3.
O nome Filho de Deus.
O nome "Filho de
Deus" foi variadamente aplicado no Antigo Testamento: Ao povo de Israel
(Êx 4:22; Jr 31:9: Os 11:1). Ao rei prometido da casa de Davi (2º Sm 7:14; Sl
89:27); aos anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7); às pessoas da linhagem de Sete (Gn 6:2).
No Novo Testamento vemos Jesus apropriando-se deste nome, seus discípulos e até
os demônios lhe atribuíram esse nome (Mt 14:33; Mc 3:11). O nome "Filho de
Deus" é aplicado a Jesus em três sentidos diferentes:
A) No
Sentido Oficial Ou Messiânico. Este nome descreve mais o oficio do que a
natureza de Cristo. O Messias é chamado o Filho de Deus como herdeiro e
representante de Deus (Mt 3:17; 17: 5).
B) No
Sentido Trinitário. Às vezes este nome "Filho de Deus" é utilizado
para designar Cristo como a segunda pessoa da trindade santa (Jo 6:69; 8:16,18;
10:15,30; 14:20).
C) No
Sentido Natalício. Cristo é também chamado "Filho de Deus" em virtude
do seu nascimento sobrenatural. Serve para designar que a natureza humana de
Cristo teve a sua origem na direta e sobrenatural operação do Espírito Santo
(Mt 1:18-24; Lc 1:30-35).
4.
O nome Filho do Homem.
No Antigo Testamento este nome é encontrado em Sl 8:4;
Dn 7:13 e muitas vezes no livro do profeta Ezequiel. Aplicado a Cristo,
"Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das
qualidades humanas. Era a maneira mais comum de Jesus tratar-se a si mesmo. Ele
aplicou o nome a si mesmo em mais de quarenta ocasiões. As passagens em que
ocorre este nome dividem-se em quatro classes:
A) Passagens
que se referem claramente à vinda escatológica do Filho do homem (Mt 16:27-28;
Mc 8:38; 13:26).
B) Passagens
que falam particularmente dos sofrimentos, morte e, às vezes, da ressurreição
de Jesus (Mt 12:40; 17:22-23; 20:18-19,28).
C) Passagens
do Evangelho de João em que o lado celestial e a preexistência de Jesus são
salientadas (Jo 1:51; 3:13-14; 6:27,53,62; 8:28).
D) Passagens
nas quais Jesus considera a sua natureza humana (Mt 8:20; Mc 2:10,28; Lc 19:10;
Jo 5:27).
5.
O nome Senhor.
O nome "Senhor", quando aplicado a Cristo no
Novo Testamento, tem três sentidos:
A) Como forma submissa e reverente de tratamento; (Mt
8:2; 20:33).
B) Como expressão de domínio e superioridade (Mt 21:3;
24:42).
C) Como expressão máxima de sua autoridade espiritual,
expressando um caráter exaltado, praticamente equivalendo ao nome
"Deus" (Mc 12:36-37; Lc 2:11; 3:4; At 2:36; Fp 2:11).
O título
"Senhor", aplicado a Jesus, significa: “Aquele que por sua morte e
ressurreição ganhou o lugar de soberania no meu coração, e a quem me sinto
constrangido a adorar e servir com todas as minhas forças” .Se Jesus é o nosso
Salvador, deve ser o nosso Senhor também.
II. AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO
1. A natureza humana
de Cristo.
As Sagradas Escrituras apresentam o Cristo encarnado,
possuindo duas naturezas: A HUMANA e a DIVINA. Jesus era o Filho do homem,
conforme Ele mesmo se proclamou. É nessa condição que Ele se identifica com
toda a raça humana. Cristo Jesus teve que se tornar um homem verdadeiro para
expiar os pecados dos homens; e esta questão da humanidade de Cristo não é
simplesmente acadêmica, mas sim uma realidade bíblica. Notamos, portanto, as
várias provas bíblicas da natureza humana de Cristo:
A) Ele Teve Nascimento Humano. A Bíblia nos diz que Ele nasceu de uma mulher (Gl
4:4). Este fato é confirmado pelas narrativas do nascimento virgem em Mt
1:18-25; Lc 1:26-38; 2:1-20.
B) Ele Teve Desenvolvimento Humano. Cristo Jesus teve o desenvolvimento normal dos seres
humanos. O doutor Lucas diz que: "Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se
de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele" (Lc 2:40-ARA), "E
crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os
homens" (Lc 2:52-ARC). O desenvolvimento físico e mental de Jesus Cristo
deve ser explicado como sendo resultado das leis comuns do crescimento humano.
Seu do desenvolvimento mental não pode ser atribuído ao estudo nas escolas
rabínicas (Jo 7:15), mas deve ser atribuída à sua educação, em um lar temente a
Deus, sua regularidade na sinagoga (Lc 4:16), suas visitas ao templo (Lc
2:41-46).
C) Ele Tinha Os Elementos Essenciais Da Natureza
Humana. O Senhor Jesus Cristo tinha
um corpo humano: "Corpo me formaste" (Hb 10:5-ARA); "derramando
ela este perfume sobre o meu corpo" (Mt 26:12-AEC). Mesmo depois da sua
ressurreição, Ele disse: “Apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem
carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24:39-ARA). Ele tinha alma: “A
minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26:38-ARC); “Agora está
angustiada a minha alma” (Jo 12:27-ARA). E Ele tinha espírito: “Jesus,
conhecendo logo em seu espírito” (Mc 2:8-AEC); “Ele suspirou profundamente em
seu espírito” (Mc 8:12-AEC); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc
23:46-ARC).
D) Ele Teve As Fraquezas Não Pecaminosas Da Natureza
Humana. Pelas suas limitações
humanas, sem pecado, evidentemente, Ele ficou fisicamente cansado (Jo 4:6);
sentiu fome (Mt 4:2; 21:18); teve sede (Jo 19:28); dormiu (Mt 8:24); foi
tentado (Mt 4:1-11; Hb 4:15); morreu (Mc 15:37).
2. A natureza divina de Cristo.
A divindade de Cristo já foi suficientemente provada
no estudo da doutrina da trindade. Como foi mostrado, Ele possui os atributos
de divindade. As provas da natureza divina de Cristo são tão abundantes que
todos os que aceitam a Bíblia como a infalível Palavra de Deus, não têm
qualquer dúvida sobre este assunto. Vejamos, portanto, as várias provas
bíblicas da natureza divina de Cristo:
A) No Antigo Testamento. São muitas as passagens no Antigo
Testamento que provam a divindade de Cristo, como por exemplo: Sl 2:6-12 cf. Hb
1:5; Sl 45:6-7 cf Hb 1:8-9; Sl 110:1 cf Hb 1:13; Is 9:6; Jr 23:5-6; Dn 7:13,14;
Mq 5:2.
B) Nos Evangelhos. Nos evangelhos estão os mais elevados conceitos da divindade de
Cristo, como se vê nas seguintes passagens: Mt 1:21; 3:17; 8:29; 11:1-6; 14:33;
16:16-17; 22:41-46; 25:31-46; 28: 18-20. Mc 1:11; 3:11; 8:38; 9:2-10; 13:26;
16:9-20. Lc 1:32-35; 2:10-11; 4:16-21; 7:11-15; 24:49-51. Jo 1:1-3,14,18;
3:16-18,35,36; 4:14,15; 5:18,20-27; 11:41-44; 20:26-28.
C) Nas Epístolas Paulinas. A natureza divina de Cristo está também inserida nas
epístolas de Paulo e na epístola aos Hebreus, vejamos, portanto, os exemplos:
Rm 1:7; 9:5; I Co 1:1-3; 2:8; II Co 5:10; Gl 2:20; 4:4; Fp 2:6; Cl 2:9; 1ª Tm
3:16; Hb 1: 1-3,5,8; 4:14; e outras tantas.
III. O CARÁTER DE CRISTO
1. Cristo foi
absolutamente Santo.
Um dos propósitos da encarnação foi o de que Cristo
nos desse o exemplo (Mt 11:29; 1ª Pe 2:21). Torna-se importantíssimo o estudo do
Seu caráter, a fim de conhecermos o padrão, o ideal da jornada do cristão. Ele
foi aquele "ente santo que de ti há de nascer" (Lc 1:35), o
"Santo de Deus" (At 2:27); "o Santo e o Justo" (At 3:14), o
"santo Servo Jesus" (At 4:27- ARA). O Senhor Jesus era Santo por
natureza; pois o príncipe deste mundo nada tinha nele (Jo 14:30); e Ele era sem
pecado (Hb 4:5). Era também Santo em Sua conduta; pois estava separado dos
pecadores (Hb 7:26). Sempre fazia o que agradava Seu pai (Jo 8:29). Ninguém
aceitou o desafio quando Ele lhes perguntou quem o "convencia de
pecado" (Jo 8:46). E devemos ser santos porque Ele é Santo (1ª Pe
1:15,16). Não temos desculpas para escolhermos um ideal mais baixo do que
aquele que a Bíblia Sagrada nos aponta.
2. Cristo viveu uma
vida de oração.
Jesus orava incessantemente. Lucas menciona várias
ocasiões em que Ele
orou. Passava longas horas em oração. Às vezes, passava a noite toda em oração
(Lc 6:12). Em outras ocasiões, Ele levantava bem cedo e buscava um lugar
solitário para orar (Mc 1:35). Orava antes de se entregar às grandes tarefas,
como por exemplo: antes de escolher os doze apóstolos (Lc 6:12-13); antes de
começar a viagem missionária pela Galiléia (Mc 1:35-38) e antes de ir para o
calvário (Mt 26:36-46). Embora orasse por Si mesmo, nunca se esquecia de orar
pelos seus (Lc 22:32; Jo 17). Orava Intensamente, isto é, orava energicamente
(Lc 22:44; Hb 5:7); orava perseverantemente (Mt 26:44); orava fervorosamente
(Jo 11:41-42) e com submissão (Mt 26:39). Se o Filho de Deus precisava orar,
quanto mais nós precisamos buscar a Deus.
3.
O amor de cristo Jesus.
A Bíblia diz que "o amor de Cristo excede todo
entendimento" (Ef 3:19). "O amor de Cristo por nós se toma claro por
ser descrito como aquele que excede o entendimento, o que não pode ser dito a
respeito de nosso amor por Ele" (Salmond). O amor de Cristo é entendido
como o seu desejo e disposição na promoção do bem-estar dos objetos de sua
afeição pessoal, e de sua devoção particular. O amor de Cristo se dirige:
A) Em Primeiro Lugar, A Deus Pai. "Para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e que
faço como o Pai me mandou" (Jo 14:31-ARC).
B) Em
Segundo Lugar, Às Escrituras. Ele tinha as Escrituras Sagradas como o registro fiel
dos acontecimentos e doutrinas, que Ele veio cumprir (Mt 5:17-18); Ele usou as
Sagradas Escrituras na tentação (Mt 4:4-10); esclareceu certas profecias
referentes a Ele (Lc 4:14-21; 24:44-49); e declarou que as Escrituras não podem
falhar (Jo 10:35).
C) O Amor De Cristo Também É Dirigido Aos Homens Em Geral. O Senhor
Jesus foi acusado de ser "amigo de publicanos e pecadores" (Mt 11:19).
O Senhor Jesus Cristo amou de tal maneira os perdidos, que deu a Sua vida por
eles (Jo 10:11; 15:13; Rm 5:8). Mais particularmente, Ele ama os seus
discípulos. Jesus os ama tanto quanto o Pai O ama (Jo 15:9); os ama tanto que
ninguém pode separá-los do Seu amor (Rm 8:37-39).
D) Cristo Amou Até Seus Inimigos. Ele orou por aqueles que o crucificaram (Lc 23:34); e
nos exorta a que amemos aos nossos inimigos (Mt 5:43-48).
3. Cristo foi
verdadeiramente manso.
Ele próprio diz: "Sou manso e humilde de
coração" (Mt 11:29). Exemplos de Sua mansidão podem ser vistos na forma
como tratou uma pecadora arrependida (Lc 7:37-50); no modo como Ele atendeu ao
duvidoso Tomé (Jo 20:29); e em Sua ternura para com Pedro após este tê-lo
negado por três vezes (Lc 22:61; Jo 21:15-23). A mansidão de Cristo é
claramente mais vista no modo temo como tratou o traidor Judas (Mt 26:47-50; Lc
22:47,48); e aqueles que o crucificaram (Lc 23:34). O apóstolo Paulo ensina que
o servo do Senhor não deve contender, e, sim deve ser brando para com todos,
apto para instruir, paciente, (2ª Tm 2:24-25).
5.
Cristo foi absolutamente humilde.
A humildade de Cristo se vê principalmente em Sua
humilhação. O Senhor Jesus "não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a
si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz" (Fp 2:5-8-AEC). Aqui na terra Ele vivia em
grande pobreza. Ele que era rico, se fez pobre por nós (2 Co 8: 9) .Nasceu em
um estábulo, pois, não havia lugar para Ele na hospedaria (Lc 2:7); não tinha
onde reclinar a cabeça quando ia ensinando e curando (Lc 9:58). Ele mandou
Pedro pescar um peixe para fornecer o dinheiro suficiente para o imposto do
templo para Si e para Pedro (Mt 17:27); e foi sepultado em um túmulo emprestado
(Mt 27:57-60). Jesus se ocupou dos serviços mais humildes. "Não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt
20:28). O Senhor Jesus nos provou a sua humildade, ele lavou os pés aos
discípulos (Jo 13:14).
6.
Cristo foi um trabalhador incessante.
"Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e
eu trabalho também" (Jo 5:17). "É necessário que façamos a,s obras
daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar" (10 9:4 - ARA). Começando de manhã bem cedinho (Jo 8:2; Mc
1:35), Ele continuava até tarde da noite (Jo 3:2; Lc 6:12; Mt 8:16). O Senhor
Jesus às vezes não tinha tempo de se alimentar (Mc 3:20-21; Jo 4:31-34), e de
descansar (Mc 6:31-34). Seu trabalho consistia em ensinar (Mt5:7); pregar (Mc
1:38,39); expulsar demônios (Mt 4:23-24; Mc 5:12,13); curar os enfermos (Mt
8:9); salvar os perdidos (Lc 7:48; 19:9); ressuscitar os mortos (Mt 9:23-26; Lc
7:14,15; Jo 11:43-44); chamar e treinar Seus discípulos (Mt 10; Lc 10).
IV. A OBRA DE CRISTO
1. As razões para a
encarnação.
As Sagradas Escrituras ensinam que o Cristo
preexistente se tomou homem. Pois, não é possível falar da encarnação de alguém
que não teve existência prévia. Esta preexistência é claramente ensinada na
Bíblia. Assim disse o Senhor Jesus: "Eu desci do céu" (Jo 6:38;
1:1-4, 14; Gl 4:4; Fp 2:6-7). O preexistente Filho de Deus assume a natureza
humana e se reveste de carne e sangue humano, um milagre que ultrapassa o nosso
limitado entendimento. Há diversas razões pelas quais Cristo encarnou:
A) Para Confirmar As Promessas De Deus. O Verbo se fez carne para confirmar as promessas
feitas por Deus e para mostrar misericórdia para com os gentios (Rm 15:8-9).
Começando em Gn 3:15 e continuando através do Velho Testamento, o Senhor Deus,
em várias ocasiões, prometeu mandar Seu Filho ao mundo (Is 9:6; 7:14; Mq 5:2;
etc.). Um estudo acurado do Antigo Testamento revela o fato de que há duas
linhas de profecias referentes à vinda de Cristo: Ele haveria de vir como
Salvador e como Rei. A Sua vinda como SALVADOR é prefigurada nos sacrifícios do
Velho Testamento e ensinada em
muitos Salmos e nos Profetas (Êx 29:1-46; Lv 1:1-17; Sl
16:8-10; 22:1,7,8,18; 41:9-11; Is 52:14; 53:2-12; Zc 2:12,13; 13:1,7). A vinda
de Cristo como REI é predita em muitas passagens do Antigo Testamento (Gn 17:6,
16; 49:9-10; II Sm 7:8-17; Sl 2; 8; 24;
45; 72; 89; 110; Is 11:1; Jr 23:5;
31:31-34; Ez 37:15-24; Zc 14:9).
B) Para Revelar O Pai. No Antigo Testamento, Deus é revelado como Criador e
Governador (Sl 104; Ec 12:1; Is 40:28); Cristo acrescentou a esta revelação de
Deus como Pai. As Escrituras revelavam a Unidade, Santidade, Poder e
Beneficência de Deus; Cristo Jesus completou a revelação acrescentando a idéia
de Deus como Pai (Jo 1:18; 14:9; 16:27; Mt 6:8-9,32; 7:11; 1ª Jo 3:1-2).
C) Para Aniquilar O Pecado. Cristo encarnou para aniquilar o pecado pelo
sacrifício de Si mesmo (Hb 9:26). João diz: "E bem sabeis que ele se
manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado" (1ª Jo
3:5-ARC). Ele veio para redimir os homens de seus pecados por Sua morte (Jo
1:29,36).
D) Para Destruir As Obras Do Diabo. Cristo veio para "destruir as obras do
diabo" (I Jo 3:8-AEC). Assim escreveu o autor da epístola aos Hebreus:
"Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse
aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo
pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hb
2:14-15-ARA). A vinda de Cristo, particularmente Sua obra na cruz, trouxe
derrota a Satanás (Jo 12:31; 14:30). Ele é um inimigo vencido. Um dia, serão
lançados no lago de fogo ele e seus seguidores (Ap 20: 10,15).
2. A morte de Cristo.
O acontecimento mais importante e a doutrina central
do Novo Testamento resumem-se nas seguintes palavras: "Cristo morreu pelos
nossos pecados" (I Co 15:3). Em todo o tempo que Ele viveu na terra,
especialmente no fim da sua vida, Jesus suportou, no corpo e na alma, a ira de
Deus contra o pecado de toda a raça humana. Estes sofrimentos foram seguidos
por sua morte na cruz.
A) A Importância Da Morte De Cristo. A morte expiatória de Cristo é o fato que caracteriza
o cristianismo. A morte de Cristo é anunciada no Antigo Testamento. Por
exemplo, temos as profecias da traição de Cristo (Sl 41:9-11; At 1:16); as
profecias da crucificação de Cristo e dos fatos que a acompanharam (Sl
22:1,7,8,18; Mt 27:39-41,45-46) e da ressurreição de Cristo (Sl 16:8-10; At
2:22-36). Nos livros proféticos, temos muitíssimas referências à Sua morte, por
exemplo: Is 53:4-9; Dn 9:25,26; Zc 11:12,13; 13:1,7. A MORTE DE CRISTO É
NOTÁVEL NO NOVO TESTAMENTO. O último três dias da vida terrena de Jesus ocupa aproximadamente
um quinto das narrativas nos quatro evangelhos. Paulo diz que o evangelho
consiste da morte de Cristo por nossos pecados, seu sepultamento e ressurreição
(1ª Co 15: 1-4). A MORTE DE CRISTO É IMPORTANTE PARA O CRISTIANISMO. As
religiões baseiam suas reivindicações ao reconhecimento sobre os ensinamentos
de seus fundadores; o cristianismo diferencia-se de todas elas pela importância
que dá à morte do seu Fundador (Rm 5:6-11; Hb 2:9,14,15). A MORTE DE CRISTO É
FUNDAMENTAL PARA A NOSSA SALVAÇÃO. É necessário que Jesus Cristo fosse
levantado para que o homem seja salvo (Jo 3:14-15); é preciso que o grão de
trigo caia na terra e morra, para produzir muito fruto (Jo 12:24). O Senhor
Deus, sendo Justo, não pode perdoar o pecador simplesmente com base no
arrependimento do mesmo. Ele pode perdoar apenas quando a pena tiver primeiro
sido paga. Para que Deus pudesse perdoar ao pecador e permanecer justo ao mesmo
tempo, foi necessário Cristo pagar a pena do pecador. Jesus Cristo disse
repetidamente que era necessário que Ele sofresse muitas coisas, ser morto e
ressuscitar no terceiro dia (Mt 16:21; Mc 8:31; Lc 9:22; 17:25; Jo 12:32-34).
Para que o homem seja salvo, é de extrema necessidade a morte de Cristo. Paulo
provou aos tessalonicenses a necessidade da morte de Cristo (At 17:3). O Senhor
Jesus Cristo veio com um propósito definido de morrer pelos pecadores; logo,
Sua morte não foi acidental, nem morreu como mártir. Ele morreu para redimir o
homem caído (Hb 9:22-28).
B) O Significado Da Morte De Cristo. A morte de Cristo tem três significados: morte
vicária, morte expiatória e morte redentora. MORTE VICÁRIA: Significa morte
substitutiva (Is 53: 11,12). Morte vicária é a morte pela qual uma pessoa morre
em lugar de outra pessoa, isto é, eu seu lugar. Vigário é um substituto, alguém
que toma o lugar de outrem age em seu lugar. Lemos na Bíblia que Cristo morreu
pelos pecados de outros: "Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e
moído pelas nossas iniquidades o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados com
ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; e o Senhor fez cair sobre ele à iniquidade de nós todos" (Is 53:5-6-AEC); "que Cristo morre pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras" (1ª Co 15:3; 2ª Co 5:21; Rm 5:8; 1ª
Pe 2:24; 3:18). A comunhão que o homem tinha com Deus interrompida. E o homem
não somente está distanciado de Deus, como também está manchado o seu caráter.
Existe um obstáculo muito grande entre os dois; e o homem não pode removê-lo
pelos seus próprios esforços. Esse grande obstáculo é o pecado. O testemunho
das Escrituras é este: que Deus enviou seu Filho ao mundo para remover esse
obstáculo. Ao morrer pelos nossos pecados, o Senhor Jesus reconciliou o homem
com Deus (Jo 3:16; Rm 4:25; Gl 1:4). MORTE EXPIATÓRIA: Expiação é cumprimento
de pena. É morte satisfazendo, isto é, cumprindo a justiça de Deus. Assim, a
morte de Cristo é uma expiação. A palavra expiação significa literalmente
"cobrir" de modo a não ser visto. Em Lv 6:2-7, temos expiação
individual por pecado individual; e em Lv 4:13-20, teu expiação nacional por
transgressão nacional. Por estas passagens fica claro que o novilho ou carneiro
tem que morrer e que o perdão é possível apenas através da morte de um
substituto. O sofrimento do novilho carneiro tem o efeito de cobrir a culpa do
verdadeiro criminoso, culpa e torná-la invisível aos olhos do Deus Santo. O
sangue do sacrifício interposto entre Deus e o pecador e, em vista, a ira de
Deus é afastada. Tem, pois, o efeito de afastar do pecador a ira de Deus (Sl
51:9; Is 38:17; 53:10; Mq 7:19). MORTE REDENTORA: Isto é, resgatando por meio
de pagamento (Gl 4:4,5). A morte de Cristo é mostrada como sendo o pagamento de
um preço ou de um resgate. A ideia de resgate é a de pagamento de um preço para
livrar alguém que esteja aprisionado. O Senhor Jesus disse que Ele veio para
dar a Sua vida em resgate por muitos (Mt 20:28; Mc 10:45). A palavra grega
lutron (resgate) significa "preço de libertação", o dinheiro pago em
prol de um escravo para que este possa sair livre. A vida de Cristo foi
oferecida para pagar a dívida do nosso pecado, para nos libertar e justificar
(Is 53:4,7-9; Tt 2:14; 1ª Pe 1:18,19).
3. A ressurreição de Cristo.
A) A Importância Da Ressurreição De Cristo. De acordo com Bíblia Sagrada, fé a ressurreição de
Cristo é essencial para a salvação (Rm 10:9-10). Se Cristo não tivesse
ressuscitado, o cristianismo não seria mais do que uma religião vazia como as
demais. É a ressurreição de Cristo que faz do cristianismo o elo de ligação
entre o homem e Deus. A ressurreição de Cristo é a doutrina fundamental do
cristianismo. A importância vital da ressurreição física de Cristo fica
evidenciada pela ligação fundamental desta doutrina com o cristianismo. Em I Co 15:1-19; a Bíblia mostra
que tudo depende da ressurreição corporal de Cristo; se Cristo não tivesse
ressurgido: A pregação apostólica é vã (v.14); A fé dos coríntios é vã (v. 14);
Os apóstolos são falsas testemunhas (v. 15); Os coríntios ainda permanecem em
seus pecados (v. 17); Os que dormiram em Cristo pereceram (v. 18); e Os
cristãos são os mais infelizes dos homens (v. 19). Em todo o livro de Atos e
nos ensinos de Paulo, a ênfase está sobre a ressurreição de Cristo (At 2:24,
32; 3:15,26; 4:10; 10:40; 13:30-37; 17:31; 26:23; Rm 4:24-25; 6:4,9; 7:4;
8:11,34; 10:9; 1ª Co 6:14; 2ª Co 4:14; Gl 1:1; Ef 1:20; Fp 3:10; Cl 2:12; 1ª Ts
1:10; 2ª Tm 2:8; 1ª Pe 1:21; 3:21). Na verdade, a ressurreição de Cristo é uma
parte essencial do evangelho (1ª Co 15:4; 2ª Tm 2:8).
B) A Natureza Da Ressurreição De Cristo. A ressurreição de Cristo consistiu em que nele a
natureza humana, o corpo e a alma, foram restaurada à sua força e perfeição. Da
narrativa dos evangelhos aprendemos que o corpo de Jesus passou por notável
mudança: Ele não podia ser facilmente reconhecido (Jo 20: 14, 15; 21:4; Lc
24:16), Podia aparecer e desaparecer de repente (Lc 24:31,36-38; Jo 20:19).
Jesus tinha um corpo material, muito real, de carne e ossos (Lc 24:39). Comeu
depois de ressuscitado (Lc 24:41-45). Ele tinha no corpo as marcas dos cravos e
podia ser tocado (Jo 20:24-28). O Senhor Jesus passou por portas fechadas (Jo
20: 19,26). Ele está vivo agora e para todo o sempre (Rm 6:9,10; Ap 1:18).
C) Os Resultados Da Ressurreição. Podemos destacar como resultado da ressurreição de
Cristo: Ela comprova a divindade de Cristo (Rm 1:4). Ela é a garantia da nossa
justificação (Rm 4:25). Ela fez de Cristo o nosso Sumo Sacerdote (Hb 7:22-25).
A ressurreição de Cristo é a prova concreta de Deus de que haverá julgamento
dos justos e dos ímpios (At 10:42; 17:31). Ela é a garantia de que nossos
corpos também ressurgirão dentre os mortos (Jo 5:28-29; Rm 8:11; 1ª Co
15:20-23). A ressurreição de Cristo preparou o caminho para que Ele se assente
no trono de Davi no reino vindouro (At 2:29-32).
4. A ascensão de Cristo.
Por ascensão de Cristo, queremos dizer Sua volta ao
céu em Seu corpo da ressurreição. Pode-se dizer que a ascensão foi o
complemento e a consumação da ressurreição. As Escrituras Sagradas provam a
ascensão de Cristo. Lucas a relata duas vezes, Lc 24:50-53 e At 1:6-11. Marcos
se refere a ela em 16:19. Apesar de João não narrar a ascensão de Cristo, ele
mostra que o Senhor Jesus já havia predito claramente em Jo 6:62; 20:17; cf Jo
13:1; 14:2,12; 16:10,16,17,28. Paulo falou muitas vezes dela, em Ef 1:20;
4:8-10; 1ª Tm 3:16. Pedro e o autor aos Hebreus também falaram da ascensão de
Cristo (1ª Pe 3:22; Hb 4: 14; 9:24).
5. A exaltação de Cristo.
A) Provas Bíblicas Da Exaltação De Cristo. Há abundantes provas bíblicas da exaltação de Cristo.
A passagem bíblica clássica que prova a exaltação do Senhor Jesus acha-se em Fp
2:9-11: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (ARC). E também em Mc 16:19; Lc
24:36-51; At 2:33; 5:31; Rm 8:34; Ef l:20; Cl 3:1; Hb 1:3;2:9; 10:12; Ap 3:21.
B) Os Resultados Da Ascensão E Exaltação De Cristo. Os resultados da ascensão e exaltação do Senhor Jesus
podem ser estudados juntos: o Senhor Deus exaltou a Jesus, concedendo-lhe
dignidade de Soberano (Fp 2:9). Ele está agora espiritualmente presente em toda
parte; sendo adorado pelos seus, em todo lugar (1ª Co 1:2). O Senhor Jesus
entrou para o Seu ministério sacerdotal no céu (Hb 4:14; 5:1-10; 6:20; 8:1-6;
9:24). Ele derramou Seu Espírito sobre Seu povo (Jo 14:16; 16:7; At 2:33). Está
dando arrependimento e fé aos homens (At 5:31; 11: 18; 2ª Tm 2:25).
pr.eliasribas2013@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário