I.
O
SIGNIFICADO DO TERMO
A palavra
igreja no original grego é ekklesia quer dizer “uma reunião
de pessoas chamadas para fora”, ou seja, um grupo de pessoas que saíram de
dentro do mundo (espiritual e não fisicamente), para seguirem a Cristo.
Os que formam
a Igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, irmãos, cristãos, santos,
eleitos e os do caminho que creem em Cristo Jesus como único Salvador.
Os escritores
sagrados empregam esta palavra para designar uma comunidade que reconhece o
Senhor Jesus Cristo como supremo legislador, e que congregam para adoração
religiosa, Mt 16: 18; 18: 17; At 2: 47; 5: 11; Ef 5: 23, 25.
Todos os
crentes espalhados pelo mundo formam a Igreja. Ela não está restrita a uma área
geográfica e nem a um único povo da Terra. É o seu lado invisível e universal.
Embora a palavra “igreja" seja empregada, em primeiro lugar, para
descrever a totalidade de crentes que vivem em todo o mundo, você pode usá-la
também para se referir aos cristãos de um determinado lugar, isto é, a “igreja
local”.
II. JESUS, CABEÇA DA IGREJA
Cristo e a
Igreja formam o Cristo total, corpo e cabeça unidos pelo Espírito Santo. Jesus
não está mais presente entre os homens, de forma física, mas em cada pessoa que
o recebe, em qualquer parte do mundo, Ele introduz a sua vida, para formar um
corpo.
Por ter a vida
em Cristo, a Igreja não é um simples ajuntamento de pessoas, uma associação ou
clube. É um organismo, algo que tem existência tal como o corpo humano que é
composto de muitos membros e órgãos que funcionam em prol de uma vida comum. Da
mesma forma que o ser humano é um, mas, tem milhões de células vivas, assim
também é a Igreja. Um só corpo, mas constituído por milhões de pessoas nascidas
de novo, por intermédio do Evangelho de Jesus.
O Senhor Jesus
é o Cabeça da Igreja (Ef. 5:23), que é o Seu Corpo. Esta doutrina precisa
tornar-se uma realidade. Não é uma doutrina para ser apenas crida; deve também
ser vivida pela Igreja. Para que isso possa ocorrer é preciso que a Igreja se
disponha a ouvir o Senhor falar, não apenas quando o Senhor toma a iniciativa
de dar uma orientação. A Igreja precisa também tomar a iniciativa de buscar o
conselho do Senhor, pedir suas orientações, consultando o Senhor em tudo o que
for importante para a realização da Obra de Deus.
Para ter hoje experiências semelhantes, a
Igreja precisa entender que o Senhor Jesus deve tornar-se na prática – e não
apenas em teoria - o Cabeça da Igreja. Por meio da Sua Palavra escrita temos a
doutrina e as orientações gerais para a edificação da Igreja. Mas aplicações
específicas da doutrina, orientações que se aplicam a uma igreja em particular
com conselhos práticos para os pastores e para o cotidiano da Igreja, o Senhor
nos transmite por meio dos dons ministeriais. Dessa forma, o Senhor Jesus revela
Seu projeto para a edificação da Igreja.
A Palavra
de Deus mostra que os membros do Corpo de Cristo devem estar unidos entre si,
pois “há somente um Corpo e um Espírito” (Ef 4.4). Em sua oração sacerdotal o
Senhor Jesus intercedeu junto ao Pai para que seus discípulos fossem um assim
como Ele e o Pai são um (Jo 17.11). Em João capítulo 10, versículo 16, o Senhor
Jesus mostra como chegaria um tempo em que haveria um só rebanho e um pastor.
Freqüentemente,
as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o
Senhor e sua igreja. A
igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada “a Igreja de Deus”
(veja At 20.28; 1ª Co 1.2; 10.32; Gl 1.13; 1ª Tm 3.5,15). Jesus derramou seu
sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de “Igrejas de Cristo” (RM 16.16) e Jesus
falou de sua própria igreja (Mt 16.18). O povo de Deus pode ser corretamente
descrito como a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23).
III. IGREJA COMO CORPO É INDIVISÍVEL
Corpo que ultrapassa as duas barreiras: tempo e
espaço. Em qualquer tempo ou espaço em que a pessoa se converte, ela passa a
pertencer ao Corpo de Cristo. Ninguém pode colocá-la nem tampouco tirá-la, pois
é obra unicamente de Deus. Nada pode afetar esta unidade do Corpo de Cristo. O
problema do ecumenismo é tentar trazer esta união para a terra.
Nada pode afetar o Corpo de Cristo no sentido
universal (1ª Co 12.12-13; Rm 6.3-5). O Senhor conhece os que Lhe pertencem.
A crítica de que as denominações dividem o Corpo de
Cristo é inverídica, pois, na esfera universal, mesmo que queiram, as
denominações não podem dividir o Corpo de Cristo.
O excluir no tratamento, crentes de outros grupos
evangélicos, é atitude condenável
(1ª Co 11.20-26). Mas, mesmo o não reconhecimento do outro como irmão em Cristo não causa divisão na Igreja universal.
(1ª Co 11.20-26). Mas, mesmo o não reconhecimento do outro como irmão em Cristo não causa divisão na Igreja universal.
IV. EM CARÁTER DETERMINANTE NADA PODE JUSTIFICAR DIVISÃO NA IGREJA LOCAL (1ª Co 1.10-13; 3.3-9).
Aqui, quando Paulo fala em divisão, está falando de
uma igreja local (Corinto). Uma igreja local pressupõe união. Na igreja local
não pode haver divisão, mas mesmo neste sentido as denominações não dividem o
Corpo de Cristo. Na Igreja universal cristã não deve e nem pode haver divisão.
Basicamente, as denominações não causam mal ao Corpo de Cristo, tanto no
aspecto espiritual como no material. A crítica às denominações vem de pessoas
que não querem compromisso com ninguém. As denominações não foram originadas
para brigar entre si, ou serem contra outros que pensam de outra maneira. Mesmo
no caso de exclusão, não afeta a Igreja universal; simplesmente o que se faz é
separar aquele que não é parte do Corpo de Cristo (“considerar gentio e
publicano”).
V. A LIVRE ESCOLHA PARA SERVIR A DEUS
Só podemos justificar nossa retirada dum determinado
grupo de crentes (local ou denominacional) quando o mesmo impede a enunciação
e/ou prática de nossas convicções, ficando evidente que não podemos mais
contribuir para a edificação deles.
Partindo do princípio bíblico de comunhão, temos que
chegar ao critério de separação. O que une: a salvação e o senhorio de Cristo.
Isto nos dá comunhão. Separação: 1) disciplina (temporário); 2) serviço -
trabalhar juntos - o critério de serviço é não tanto de aproveitar da
denominação, mas de servi-la. Não em buscar, mas me dar. Como é que posso
servir à minha Igreja? Procure todas as maneiras possíveis de cooperar com a
denominação, sem ferir suas convicções. Ex: Jesus foi rabino, mas isso não quer
dizer que Ele concordava com eles. Ele ficou ali até eles O expulsarem. Lutero
não saiu da Igreja Católica, e ele ficou ali até a igreja o expulsar.
Se a nossa denominação estiver errada, vamos
contribuir para ajudá-la. O critério não é onde eu recebo mais, mas, onde eu
posso contribuir mais.
VI. AS DENOMINAÇÕES EXISTEM PARA CONCENTRAR
FORÇAS
2. O agrupamento dos que concordam com pontos
básicos e secundários - eu não sou juiz de ninguém. Há lugar para diferentes
opiniões, mas é inevitável uma separação. Não estão se separando por discordarem
em pontos básicos. Há, portanto, a possibilidade de diferenças de opiniões,
porém a mesma doutrina.
- Processo cíclico pelo qual toda obra de Deus passa
uma ou mais vezes:
Deus chama um homem para ser fiel à Ele e começar um
movimento. Temos que tomar cuidado para que este movimento não torne-se uma
máquina (uma organização, apenas), pois,
sendo assim, com o passar do tempo, sem
a visão atual, fazendo só porque sempre se fez,
torna-se então, um monumento.
Homens trabalhando sem ter a mesma visão de quem
iniciou. Isso não passa de um monumento com muita atividade, não com aquela
visão inicial que a Igreja primitiva começou. Sua ideia foi totalmente
deturpada.
As denominações clássicas começaram por homens que
deram a sua vida. É inevitável que hajam as denominações. O cuidado é para que
a coisa não deturpe. Devemos preservar o que é certo, reformar o que é errado e
dar algo novo.
A Igreja deve funcionar na base da unanimidade.
Geralmente é a maioria absoluta (metade mais um), mas não deveria ser assim, e
sim, unânimes. A disciplina se refere a pecados, a uma conduta reprovável,
indigna a filhos de Deus. Não se refere a conselhos, regras humanistas e
tradições, etc... A Igreja não tem autoridade quanto a isso. Este tipo de caso
só trás constrangimento para Igreja.
O pastor deve zelar para que na Igreja haja um
espírito que não suporte o pecado. O pecador não deveria sentir-se bem na
Igreja estando em pecado. O
ambiente na Igreja deve constrangê-lo a se arrepender.
VII.
A IGREJA
DEVE RECONHECER OS MINISTÉRIOS QUE DEUS INSTITUIU, NOMEANDO-OS COMO TAIS
“...Ele mesmo concedeu, instituiu...” (Ef 4.11).
At 20.28; 14.23 - Deus dá os líderes, mas a Igreja
tem que identificá-los. Em todas as Igrejas existem homens que Deus escolheu.
Basicamente a liderança que Deus providenciou está na Igreja, mas ela ainda não
descobriu. Ex: a péssima tradição de que, quem trabalha na Igreja é só o
pastor. Isto mata a liderança da Igreja. Ninguém pode e deve trabalhar sozinho
na Igreja. Deus tem um ministério na Igreja para você, mas não somente para
você. Temos que procurar descobrir os homens que Deus já escolheu para
trabalhar conosco. Em todas as Igrejas existem esses homens líderes, mas talvez
estejam “abafados”.
E talvez, os que estão na liderança não são aqueles
que Deus escolheu. A Igreja tem líderes e não um líder.
VIII. A IGREJA DEVE SUBMETER-SE AOS ENSINAMENTOS
DOS PRESBÍTEROS COMO LÍDERES ESPIRITUAIS
O que a Igreja deve fazer para com os presbíteros:
1. Julgá-los:
1ª Co 14.29; 1ª Ts 5.21; 1ª Pe 4.11 - quando nós ouvimos um sermão, por
exemplo, não devemos aceitar só porque foi dito, mas devemos questionar ver se
de fato é bíblico aquele ensinamento. Não devemos “engolir” tudo passivamente.
Não deve ser uma atitude crítica, mas “julgar todas as coisas e reter o que
bom”.
2. Imitá-los:
1ª Co 4.16-17; 11.1; Fp 3.17; 1ª Ts 1.6; 2.14; 2ª Ts 3.7; Hb 13.7; 2ª Tm
3.10-11,14; Fp 4.9 - muitas vezes ouvimos: “Não olhe para mim, mas para Jesus”.
É muito bonito, mas não é certo. Devemos ser exemplos para sermos seguidos. A
nossa vida deve refletir aquilo que falamos. “Faça o que eu faço além do que eu
digo”. Temos que levar o povo a fazer o que nós fazemos e não só o que falamos.
3. Acatá-los:
1ª Ts 5.12-13; 1ª Pe 1.12; Hb 13.17 - acatar o que é bom como sendo de Deus.
Devemos ir à Igreja com humildade esperando ouvir a Deus através do pastor.
Os crentes não
devem “engolir” tudo o que o pastor diz. mas devem fazer como os bereanos (At
17.11) fizeram. Devemos julgá-los segundo a Palavra de Deus. Temos que julgar e
acatar o que é bom. Você tem a responsabilidade de conferir tudo que ouve com a
Palavra. Só o que conferir for verdade deve acatar.
Pr. Elias Ribas
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