TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O IMPÉRIO DO ANTICRISTO - CAPÍTULO VI

 


Daniel 7.7 “Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.”

1. O Novo Império Romano na Era Escatológica. O Império Romano na Era Escatológica já chegou. E uma de suas maiores evidências é o ressurgimento do Império Romano através da ONU.

O renascimento do Império Romano não é uma hipótese. Se ao término da Segunda Guerra Mundial, parecia ele utopia numa Europa humilhada e destruída, hoje mostra-se mais real do que nunca. Não importa o nome que se lhe dê: União Europeia ou Novo Império Romano. O terrível animal, visto por Daniel no capítulo 7, acha-se prestes a pisar e a despedaçar a quantos se lhe opuserem. Esse reino, que não terá paralelo na história dos grandes impérios, devido a sua maldade, dará todo o suporte político, econômico e religioso ao Anticristo, a fim de que este venha a dominar o mundo todo.

2. Apesar das aparências, estarão divididos. “E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Dn 2.42-43).

“...misturar-se-ão com semente humana”. O presente texto pode ser interpretado de várias maneiras; mas a última, se coaduna muito bem com o argumento principal.

1. Um governo monárquico com suas características democráticas. Fala-se de democracia, mas será ditatorial. Isso já aconteceu com Roma no passado, e pode, também, acontecer no futuro.

2. O comunismo ateu mesclado de um certo sistema de religião alienada de Deus, e inteiramente secularizado. (Comparar com Ap cap. 17).

3) O presente versículo tem em seu conteúdo, um caráter escatológico, e, como tal, aponta para o “ tempo do fim ”, isto é, para os dias sombrios da Grande Tribulação (de que falou o mestre jesus no sermão profético) em que o mundo terá como líder, o Anticristo, “ o filho da perdição”. Seu governo “ será segundo a eficácia (energia interna, ou operação interna) de Satanás, com poder, e sinais e prodígios d a mentira, e com o engano da in justiça”.

Mesmo assim, o seu governo será desenvolvido também por agentes humanos. Portanto, a frase: “misturar-se-ão com semente humana ” do texto em foco, pode ter esse sentido.

“No final, Satanás conseguirá uma união temporária de todas as nações (Ap 17.12-18; cf Ap 16.14), mas esta será breve, e num curto período os elementos que a compõem se votarão um contra o outro” [GC, 656; PE, 290). CBASD, vol. 4, pg. 853, 854].

3. O objetivo do Novo Império Romano. Terá o Novo Império Romano, por objetivo, sustentar o governo que Satanás, através da Besta e do Falso Profeta irão implantar no mundo durante a Grande Tribulação. De acordo com Apocalipse 13, o domínio do Anticristo abrangerá tanto a economia e a política como a religião. Todavia, este reino não subsistirá; Cristo fará dele um monturo.

4. A formação do Novo Império Romano. Tanto Daniel com João mostram o Novo Império Romano constituído a partir de dez unidades:

“O quarto animal será o quarto reino da terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços” (Dn 7.23).

Começando no versículo 19, a profecia avança muito além do sonho de Nabucodonosor, para dar detalhes de predição ao Anticristo final e o relacionamento que o povo de Deus terá com ele no período escatológico.

Pensava-se de início, que seria formado por apenas dez nações. Hoje, porém, já são 27 os países que formam a União Europeia. Amanhã poderá aumentar ou diminuir de acordo com os intercâmbios com os países.

Na verdade, não são dez países, e sim dez blocos ou dez regiões administradas pelo Anticristo, que abrangerão um território maior do que o Antigo Império Romano. Logo o Novo Império Romano ocupará não só a Europa, mas todos os continentes. Por conseguinte, cada região administrativa será composta por mais de um país.

Os dez chifres do versículo 7 correspondem a dez futuros reis, interpretação no verso 24 que diz: “E quanto às pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”.

Os dez chifres, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo (2.41-42), e aos dez chifres da besta do Apocalipse 13.1; 17.12, que serão dez reinos ou dez reis que se levantarão no fim para entregar o mundo ao Anticristo.

Quando esta reforma ganhar força, poderemos saber que estaremos chegando no limiar dos grandes acontecimentos que aguardamos a tanto tempo. Veja abaixo a descrição profética:

5. Os dez reis ou reinos são os dez chifres da Besta. “…quis saber sobre os dez chifres da sua cabeça e sobre o outro chifre que surgiu para ocupar o lugar dos três chifres que caíram, o chifre que era maior do que os demais e que tinha olhos e uma boca que falava com arrogância” (Daniel 7.20).

O outro chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Dn 7.8).

Chifre na Bíblia representa poder, liderança e governo. As cabeças simbolizam nações ou reinos. Então, tudo indica que estamos falando de governantes que, naquela época, eram chamados de reis e, hoje em dia, são mais conhecidos como presidentes.

O cumprimento da profecia sobre o pequeno chifre, para aquela época, pode ter sido cumprida na figura de Antíoco Epifânio, que chegou a sacrificar porcos no Templo em Jerusalém.

Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante.

5.1. Veja que Daniel dá mais explicações sobre a profecia dos 10 chifres: “O quarto animal é um quarto reino que aparecerá na terra. Será diferente de todos os outros reinos e devorará a terra inteira, despedaçando-a e pisoteando-a. Os dez chifres são dez reis que sairão desse reino. Depois deles um outro rei se levantará, e será diferente dos primeiros reis. Ele falará contra o Altíssimo, oprimirá os seus santos e tentará mudar os tempos e as leis. Os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e meio tempo.” (Dn 7.23-25)

Perceba que os 10 chifres estão relacionados ao quarto animal, que representa o Império Romano. E como vamos entender essa profecia para o tempo do fim, se esse reino não atua mais?

5.2. Império romano nos dias de hoje. Segundo o professor Luiz Sayão, embora o mundo não seja mais controlado pelo Império Romano, como antigamente, ele ainda vive sob a influência dele, pois o mundo jaz no maligno.

Nenhum outro grande império foi levantado desde então. Dizemos que o mundo é globalizado, mas ainda existem vários poderes. A Bíblia diz que vai chegar o tempo em que o poder estará novamente nas mãos de um único reino e que tudo será centralizado num único líder, que as Escrituras chamam de anticristo – o pequeno chifre que cresceu (Dn 7.8).

Além disso, no livro de Apocalipse, existem profecias com as mesmas informações sobre o tempo do fim:

“Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.” (Ap17.12) “São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e quando chegar, tem de durar pouco” (Ap 17.10).

“São também sete reis...”. Entendemos que os cinco reinos que existiram antes dos dias do apóstolo João, falam dos sucessivos impérios mundiais que abrigaram, apoiaram e praticaram as falsas religiões organizadas em oposição aberta a Deus, começando por Ninrode, na primeira Babilônia.

A. “Cinco caíram...” Desses sete reinos, cinco são hoje passados: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia.

B. “Um ainda existe”. João refere-se ao Império Romano que na época estava em evidência.

C. O sétimo é ainda futuro. Será uma forma antiga do Império Romano, constituído de dez reinos confederados, equivalentes aos dez dedos das duas pernas deste antigo Império Romano e dez chifres da besta conforme Apocalipse 17.12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta. 13 - Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.”

O apóstolo João e o profeta Daniel têm a mesma revelação do anticristo (a besta) governando dez outros líderes mundiais. Por isto, há um fortíssimo indício de que o anticristo despontará como líder mundial de dentro da ONU.

O governo do anticristo (embora seja o oitavo rei – que procede dos 7 reis – Apocalipse 17) é na verdade o ápice e complemento ao 7º império mundial (ONU). Ou seja, o 7º império mundial se completa pelo governo do anticristo: ele é o resultado e a conclusão do 7º império mundial.

Então, o 7º império mundial – conforme Daniel 2 – formado pelos pés em parte de ferro e em parte de barro da estátua compõem um império dividido – e conforme Apocalipse 17 – o 7º rei (a 7ª cabeça da besta) representa esse 7º império mundial; o qual ainda não era vindo na época de João, mas quando viesse haveria de durar-se um pouco de tempo.

6. A besta, será o derradeiro império mundial unificado. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a perdição” (vs. 3, 7, 10, 11).

De acordo com a explicação acima, o oitavo rei é a besta (o Anticristo), procede de um dos sete, e caminha para destruição.

É um dos sete, mas também é o oitavo. Isto pode significar que pertence ao mesmo sistema mundano ímpio, ao qual pertenciam os sete primeiros, ou seja, procede dos sete.

“Os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão a autoridade como reis, por uma hora, juntamente com a besta” (Ap 17.12).

São os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o Novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo, tendo, porém, o Anticristo como o cabeça do império.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o anticristo por uma hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão um acordo. Esta reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

Conforme Apocalipse 13, a besta será o anticristo o oitavo rei ou reino mundial. Este reino emergira do anterior, diz este versículo em outras palavras: “quando assumir o controle dos dez reinos, isto será o oitavo reino”. Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. É, pois uma forma daquele antigo Império. É claro que não poderá ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano, e o futuro será por dez reis com suas capitais. Eles formaram uma confederação de nações durante a grande tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do anticristo que durará sete anos.

7. As nações entregarão o poder (comando), ao anticristo. “Têm estes um só pensamento e oferecem à Besta o poder e a autoridade que possuem” (17.13).

Este texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. A diferença entre o sétimo e oitavo reinos seja a seguinte: o sétimo é constituído de países independentes (ONU - confederações de nações). E o oitavo é composto dos mesmos países (o mesmo intuito), porém sob o governo do anticristo.

As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial. Devemos notar bem que os “dez reis” não são forçados a entregar o poder ao maligno, à besta, mas que eles “oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem”.

8. O chifre pequeno. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

O chifre pequeno, que abateu (arrancou) fora três pontas que já havia no terrível animal, representa o futuro Anticristo que ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis.

No livro Apocalipse o anjo diz para o apóstolo João: “A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo” (Ap 17.8).

O terrível animal que Daniel viu, o anjo o chama de besta; “e há de subir do abismo”. Esta expressão diz com respeito ao Império Romano, que ressurgirá no tempo do fim, comandado pelo Anticristo e o falso profeta, junto com as confederações mundiais (dez reinos). É claro que o Império Romano não será o mesmo, mas será terrível, espantoso e brutal como era. Portanto, os fatos proféticos do v. 8 são ainda futuros.

Hoje as confederações mundiais (Mercado Comum Europeu, Alca, Mercado Asiático Mercosul, etc.), já trabalham numa forma de globalização, moeda única, religião única e de um governo único, ou seja, um governo mundial, ou um líder mundial. E este líder mundial é a ponta pequena que Daniel descreve (7.8), dizendo que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e boca que falava grandiosamente, diz com respeito ao Anticristo.

9. A Besta Terrível. Daniel 7.7-8 “Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. 8 - Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.”

No sentido figurado como será esta besta? Na visão de Daniel no capítulo sete, ele vê quatro terríveis animais (leão, urso e leopardo e o quarto animal que era terrível, espantoso e muito forte). Apocalipse 13, João vê a besta com aparência de todos os animais juntos. Entretanto no verso dois, João vê o retrato da besta: “Era semelhante ao leopardo, com pés de urso e boca de leão” (v. 2).

O leopardo fala de rapidez; o urso de força e o leão de soberba. Certamente isso significa a rapidez, a força e a soberba desse monstro dos últimos tempos. Aboca de leão fala da autoridade que ele irá receber de Satanás para guerrear contra os santos na Grande Tribulação. Esta besta será uma pessoa cruel como uma fera, que conseguirá o governo político e religioso do mundo naqueles dias.

O último animal que emergiu do mar era “terrível, espantoso, e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; ... e tinha dez chifres” (Dn 7.7). Sem possuir nenhum equivalente no mundo animal, esse monstro simboliza “um poder mundial singularmente voraz, cruel e também vingativo”.

Notem que, em Daniel 7.8, o chifre menor representa o anticristo governando os outros dez reis, que aparecem após o último dos impérios mundiais. Em Daniel 7.24, o Espírito Santo revela ao profeta Daniel que o Anticristo governará estes dez reis e ainda arrancara três reis que se rebelarão contra ele.”

Daniel 7.24 “E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.”

Apocalipse 17.12 “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.”

Nada na história até hoje equivale à descrição: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (v. 24). Como os artelhos no sonho de Nabucodonosor, os dez chifres indicam uma futura coalizão de governadores que existirão contemporaneamente.

Enquanto Daniel olhava, ele viu “que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência” (v. 8). Não devendo ser confundido com o “pequeno chifre” associado ao Império Grego, o chifre de Daniel 7.8 emerge depois de haver deposto três governadores e representa o ditador mundial final (cf. Dn 7.24-25; Dn 11.36-45; 2 Ts 2.3-8; Ap 13.1-8). Sob sua liderança, o Império Romano ressurge refletindo seu caráter enganoso, blasfemo e implacável.

10. “Falava Grandiosamente”. Será um ditador, inteligente e com poder para enganar o mundo e persuadir as nações com seus discursos inflamados e mentirosos no tempo do fim.

A Besta que subiu do mar (Ap 13), diz o apóstolo João que era semelhante ao leopardo, e os pés como de urso e a boca como de leão; esta besta é o Anticristo, e será o animal mais terrível e maldoso que já existiu na face da terra, maior que todos os impérios que já existiram, ou seja, a maldade de todos os animais estará incorporada neste império. Jamais o mundo teve alguém como este, subversivo e impostor. A crueldade da besta será tal que nem juntando Nero, Mussolini e Hitler, pode se explicar, tamanha a fúria da besta.

Terá todo poder maligno: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.9; Ap 13.2). O anticristo, ainda que se pareça sobrenatural, será um ser humano como outro qualquer (Ap 13.12). Entretanto um representante do próprio Lúcifer na Terra.

11. Assentará no templo de Deus. E o anticristo – a 11ª primeira ponta se sentará no templo de Deus, querendo ser Deus, e por 42 meses ou um tempo, tempos e metade de um tempo (mais precisamente durante 1290 dias) pisará a cidade santa.

E Jerusalém será pisada pelos gentios, e os judeus serão dispersos.

Até se cumprir o tempo da volta de Cristo: o Senhor retorna 1290 dias após estabelecida a abominação da desolação no lugar santo.

12. O filho da perdição. “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.” (2ª Ts 2.3).

O termo grego traduzido por apostasia normalmente significava uma rebelião militar. Mas, nas Escrituras, a palavra é usada para se referir à rebelião contra Deus. Portanto, alguns interpretam esse versículo como uma referência a um abandono geral da verdade. Essa apostasia rebelde prepararia o caminho para o Anticristo. Outros traduzem o termo como partida e entendem que seja uma referência ao Arrebatamento. Isto é, o homem do pecado não poderá ser revelado até que Cristo venha com o intuito de levar sua Igreja para estar com Ele. No que diz respeito à palavra propriamente dita, ela poderia referir-se a uma partida (apostasia) espiritual ou poderia referir-se a uma partida física (o Arrebatamento). Independente do modo como o termo seja entendido, trata-se de um evento que ocorre antes de o homem do pecado ser revelado. Paulo não usa o título Anticristo para esse homem, mas a descrição que faz dele forma um paralelo com a descrição do Anticristo feita por João (1ª Jo 2.18; Ap 13). O homem do pecado levará o mundo à rebelião contra Deus (v. 10), realizará milagres por meio do poder de Satanás deus para ser adorado (v. 4).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

domingo, 20 de dezembro de 2020

A MARCA DA BESTA - CAPÍTULO VII

 


Apocalipse 13.15-18 “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. 16 - E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas. 17 -  Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. 18 - Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”

1. O significado da palavra marca. A palavra aqui traduzida como “marca” “charagma” – ocorre apenas em um lugar no Novo Testamento, exceto no Livro do Apocalipse Atos 17.29, onde é traduzido como “esculpido.” Em todos os outros lugares onde é encontrado (Ap 13.16-17; Ap 14.9; Ap 14.11; Ap 15.2; Ap 16.2; Ap 19.20; Ap 20.4), é traduzido como “marca” e é aplicado à mesma coisa – a “marca da besta”. A palavra significa apropriadamente “algo esculpido ou esculpido”; consequentemente:

a) Gravuras, esculturas, trabalhos esculpidos, como imagens ou ídolos;

(b) Amark cortado ou carimbado – como o carimbo de uma moeda;

“Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.28)

No hebraico a palavra marca כְּתֹ֫בֶת que se pronuncia Katabah significa literalmente impressão, marca. Portanto o texto original fala de uma marca, uma impressão na pele, mas uma marca em relação ao quê?

No Egito antigo era mutilação utilizada pelas religiões pagãs para honrar os mortos e inclusive deuses pagãos. Percebemos então que os hebreus saíram do Egito, uma nação pagã que venerava o deus da morte “Seth” possivelmente teria práticas pagãs que envolveriam golpes nos corpos para prestar honras aos mortos e aos deuses e a única forma das pessoas provarem que honraram estas crenças era apresentarem marcas na pele do ritual que tinham feito.

“... vocês são filhos do SENHOR, nosso Deus. Portanto, quando chorarem a morte de alguém não se cortem, nem rapem a cabeça, como os outros povos fazem” (Dt 14.1 NTLH)

Estes sinais de luto pelos mortos, que eram praticados pelos cananeus como reconhecimento da divinização do falecido, foram estritamente proibidos para o povo de Deus. “Tanto os ricos como os pobres morrerão nesta terra, mas ninguém vai sepultá-los, nem chorar por eles. Ninguém se cortará, nem rapará a cabeça em sinal de tristeza” (Jr 16.6 NTLH). Era costume rapar-se a cabeça na parte frontal da testa.

Jr 41.5. “Corpo retalhado”: uma forma pagã de lamentação proibida ao povo de Deus. (1ª Reis 18.28, e Zc 13.6).

2. A marca era um sinal. No V.T., Deus estabeleceu a circuncisão quando fez Sua aliança com Abraão. Deus prometeu abençoar Abraão e ser seu Deus, se ele obedecesse aos Seus mandamentos (Gn 12.2,3).

Gênesis 17.9-11 “Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós.

A circuncisão era um sinal uma marca que a pessoa era descendente de Abraão e também fazia parte da aliança (Gn 17.9-11).

Quando o menino judeu tinha oito dias de vida, era realizada uma cerimônia onde se retirava um pequeno pedaço de pele, chamado prepúcio, do órgão genital masculino. Esse procedimento não causava danos físicos (em alguns casos é até bom para a saúde) mas servia como sinal que a criança pertencia ao povo de Deus. Ficaria sempre uma marca no seu corpo para lhe lembrar (Gn 17.12-13).

A circuncisão fazia referência à aliança que Deus havia feito com o povo de Israel e mostrava que aquela criança estava inserida nesse propósito. O corte na carne não significava muito se aquela criança – que mais tarde se tornaria um adulto – não vivesse conforme as leis de Deus. A circuncisão era um ato que só faria sentido se houvesse a submissão aos mandamentos de Deus.

3. No Novo Testamento a circuncisão é no coração.  “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29).

Quando Paulo fala de coração refere-se ao espírito onde está o controle do ser humano e a consciência. Paulo usa esta alegoria “coração” para mostrar que a salvação depende primeiramente da transformação do interior (espírito e mente) do homem.

O coração representa a força espiritual (Lm 3.41), como intimo da pessoa (Jr 17.10). Emprega a palavra para indicar a percepção (Jr 4.9); o pensamento (Ec 2.20); a memória (Sl 31.12) e a consciência (Jó 27.6).

O coração (consciência) é onde o homem toma todas as decisões da vida; o corpo é o invólucro da alma e do espírito, onde Paulo classifica como o “templo do Espírito Santo” (1ª Co 6.19; cf 1ª Co 3.16), e seremos julgados por meio do corpo, bem ou mal (2ª Co 5.10). Porém, nos dias de Jesus os fariseus se preocupavam mais com a exterioridade do que a pureza do coração (Mt 15.8-20). Portanto, exterioridade não é símbolo de salvação.

A Bíblia explica que o mais importante é a “circuncisão do coração”. Deus se preocupa com o interior, não com cerimônias exteriores. Quem tem o coração marcado pela presença de Jesus Cristo faz parte da Nova Aliança e é verdadeiramente circunciso (Fl 3.3). A aparência exterior não afeta o interior, mas o interior afeta a vida toda. Por isso o cristão não precisa nem deve se circuncidar.

“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais” (Fl 3.3-4).

Somos a circuncisão significa que pertencemos a Cristo. No N.T. adoração é uma marca que pertencemos a Cristo e esta marca é no coração através do novo nascimento. Por isso Jesus disse para mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23-24).

Desde a criação, o Senhor está buscando verdadeiros adoradores, ou seja, pessoas que o honrem, que o amem e pratiquem seus ensinamentos.

A verdadeira adoração é espiritual no interior (espirito humano e o Espírito de Deus). Por essa razão a circuncisão é espiritual no coração através do novo nascimento.

A circuncisão no prepúcio é um ato exterior, uma marca um sinal entre Deus e Seu povo na Antiga Aliança (Gn 17.7). Paulo repreende severamente os judeus de Roma dizendo que a salvação não é o exterior, mas a circuncisão no coração. Judeu verdadeiro é o que é no interior, circuncisão válida é a que é feita no coração. Qualquer rito, sinal ou obra que fizemos se não for resultado da operação da graça de Deus em nossa vida, não tem nenhuma validade.

Note que a circuncisão na Velha Aliança era no prepúcio do homem, ou seja, era na carne e era um sinal entre Deus e o homem. Da mesma forma a circuncisão no coração é um sinal uma aliança entre o servo e o Seu Senhor. Ninguém pode ver por que é no secreto do seu coração.

4. A marca da Besta. Apocalipse 20.4 está escrito: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

4.1. Foram decapitados. A palavra usada aqui “pelekizo” – não ocorre em nenhum outro lugar do Novo Testamento. Significa apropriadamente “axear”, isto é, cortar ou cortar com um machado.

4.2. Foram decapitados porquê?

A. Pelo o testemunho de Jesus. Como testemunhas de Jesus; ou prestando assim seu testemunho da verdade de sua fé em Cristo.

B. Pela Palavra de Deus. Foram mortos porque proclamaram a Palavra de Deus, o evangelho da Salvação.

Por enquanto, todos podem aceitar ou rejeitar essa mensagem em diferentes momentos da vida; alguns o fazem na infância, outros no início da fase adulta, outros na meia-idade, e alguns até na velhice. Mas, quando vier a tribulação nos últimos dias (perseguição), as pessoas terão que tomar essa decisão de forma imediata ou compulsória por causa da marca da besta, de modo que toda a humanidade será deliberadamente dividida em dois segmentos. O elemento polarizador será precisamente a marca da besta.

C. Que não tinha adorado a besta. Que permaneceram fiéis aos princípios da verdadeira doutrina bíblica e resistiram a todas as tentativas feitas para seduzi-los da fé, até às tentações e seduções pela besta. Apocalipse 13.4 “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?”

O Anticristo e o falso profeta (Ap 13), exigirão adoração devida ao Pai e a Seu Filho Jesus Cristo.

D. Nem sua imagem. A besta recebeu seu poder do dragão, até dando nova vida ao poder perseguidor. O mundo admira tal poder e adora o dragão.

Também adoraram a besta: A própria besta, o governo romano, recebe a adoração do povo. “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Ap 13.8).

Em contraposição, os santos, que são repetidamente visualizados multidão que louva a Deus, negam adoração à besta e rumam ao martírio (Ap 20.4). Essa visão, no entanto, também poderia ter a intenção de expressar que em todos os tempos as pessoas têm um tipo ou uma distorção de religião, que adoram e curvam-se e adoram a criatura em vez do Criador que Eterno e reina para sempre.

“E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia.” (Ap 13.14).

A Bíblia ensina que o líder da campanha em defesa da marca da besta será o falso profeta, que está ligado à falsa religião (Ap 13.11-18). Apocalipse 13.15 deixa claro que o posto-chave em tudo isso é adorar “a imagem da besta”. A marca da besta é simplesmente um meio de forçar as pessoas a declararem do lado de quem estão: do Anticristo ou de Jesus Cristo. Todos terão que escolher um dos lados. Será impossível manter uma posição neutra ou ficar indeciso com relação a esse assunto. A Escritura é muito clara ao afirmar que os que não aceitarem a marca serão mortos.

Aí é predita reverência e adoração tanto à besta como ao poder por trás dela. Os seguidores de Cristo que rejeitam essa falsa adoração serão atacados. Mas as palavras de Jesus são muito confortadoras. O segredo da vitória sobre o poder da besta é dado em Apocalipse 22.11. “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e mesmo em faze da morte, não amaram a própria vida.”

“.... senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta....” Atualmente, o mundo está passando pela maior pandemia do século. O problema do coronavírus, que teve início no final de dezembro de 2019, está afetando todos os setores de todos os países.

Por se tratar de uma pandemia repentina e severa, o mundo está sofrendo enormes impactos provocados pela COVID-19. Além disso, no mês passado, o coronavírus provocou o fechamento de fronteiras em diversos países; Lei que torna obrigatório o uso de máscara.

Vacina obrigatória. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval hoje (17/12/2020) para que os governos locais possam estabelecer medidas para vacinação compulsória da população contra a covid-19. Conforme o entendimento, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas não podem determinar a vacinação forçada.

Podemos ver que o cenário mundial está sendo preparado para o surgimento do Anticristo. O uso de a máscara e vacina obrigatória, em breve teremos a implantação do chip e também a marca da besta.

O número 666. Ap 13.18 “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”

O texto grego de Codex Alexandrinus do Novo testamento recita: “Ὧδε ἡ σοφία ἐστίν• ὁ ἔχων νοῦν ψηφισάτω τὸν ἀριθμὸν τοῦ θηρίου, ἀριθμὸς γὰρ ἀνθρώπου ἐστίν• καὶ ὁ ἀριθμὸς αὐτοῦ ἑξακόσιοι ἑξήκοντα ἕξι.”

Transliterado: “Hōde hē sophia estin; ho echōn noun psēphisatō ton arithmon tou thēriou, arithmos gar anthrōpou estin; kai ho arithmos autou hexakosioi hexēkonta hex.”

Os manuscritos gregos (na realidade cópias de um protótipo), foi escrito em hebraico) escrevem a frase como χξϛ´ (666 em forma numérica grega) ou algumas vezes ἑξακόσιοι ἑξήκοντα ἕξ (“seiscentos e sessenta e seis”, por extenso).

O “número da besta” - 666 - é, talvez, a referência mais famosa do Apocalipse. O trecho que o cita diz: “Quem tiver discernimento, calcule o número da besta...”.

A palavra traduzida por “calcular” é o verbo grego psephizo, que tem o sentido de “contar” e “calcular”, mas também de “descobrir”, “interpretar” e “vir a conhecer” [Léxico do N.T. Grego Portugues F.Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker].

O contexto imediato deste texto começa no capítulo 12, e abrange a chamada “trindade satânica” que compreende o dragão (12.1-17), a primeira besta (13.1-10) e a segunda besta (13.11-18). Se você estranhou o nome “trindade” para nos referirmos a Satanás, lembre-se do que Paulo escreve aos coríntios: “E isso não é de admirar, pois até Satanás pode se disfarçar e ficar parecendo um anjo de luz (2ª Co 11.14 – NTLH)”.

Ter isso em mente é fundamental para entendermos o significado deste número. Sugiro que se faça uma leitura do início do capítulo 12 até aqui para que o leitor perceba a enorme quantidade de paralelos existentes entre a “trindade satânica” e a “trindade divina”. De modo semelhante, o selo da besta é a forma de Satanás imitar o selo que Deus pôs em seus filhos antes da grande Tribulação (Ap 7.3).

Era comum, na Antiguidade, usar números para disfarçar um nome. Nos alfabetos grego e hebraico, toda letra tem um número correspondente. Então, se você somasse todas as letras do seu nome, você tinha um código numérico.

As línguas hebraica e grega fazem uso de letras para indicar numerais correspondentes. A sugestão mais antiga é que o número “666” diga respeito ao imperador romano Nero César (54 a 68 d.C.) [2], uma vez que a transliteração de seu nome, em hebraico, somando-se o valor correspondente de cada letra totaliza 666.

Tendo isto em vista, toda tentativa de se atribuir valores numéricos ao nome de qualquer personagem contemporâneo ou associar a marca a qualquer artefato tecnológico da modernidade é perder de vista o simbolismo que João usou e que devia ser perfeitamente compreensível para seu público original.

Todavia, não há como ignorar o simbolismo de alguns números bastante utilizados por João no processo de escrita do Apocalipse. Um destes números é o número 7, considerado pelos judeus como o número da perfeição e, portanto, associado a Deus. Como o diabo tem a tendência de copiar e imitar a Deus, vemos no número 666 mais uma tentativa de ser como a trindade, mas sem nunca conseguir se igualar a ela por causa de sua completa imperfeição.

Por fim, o apóstolo João faz uma alerta, que deve servir para mim e para você nos dias que vivemos: “aqui está a sabedoria: aquele que tem entendimento calcule o número da besta”. Com isto João não está orientando e incentivando uma busca desenfreada por descobrir alguém que tenha as letras de seu nome somadas 666. A sabedoria consiste em discernir acerca do que é perfeito daquilo que é apenas uma cópia falsa e barata do que é verdadeiro. Portanto, o número 666 o apóstolo João pode estar se referindo a trindade satânica e não a soma de números de um nome, ou um código que é muito usado hodiernamente como o código de barras.

Na minha opinião o chip que contém o código de barras, que hoje está sendo implantado na humanidade, é uma identificação documentaria distinto em cada ser humano assim como o CPF. Todavia, em breve também será obrigatório. Porém, a marca “charagma” conforme já vimos será um sinal esculpido em seu corpo físico, uma aliança onde cada ser humano terá de decidir se aceita adorar e cultuar a besta ou decidir pelo testemunho de Cristo e manter-se fiel a Sua Palavra. Todavia, a marca da besta (Ap 13.16-18) é uma marca que está intimamente ligada à adoração à besta (13.12, 15; cf. 19.20; 20.4). Assim, a marca da besta é uma marca de lealdade e devoção à besta. E esta decisão decidirá a vida ou morte, ou seja, a vida se receber a marca da besta (uma aliança com a besta) ou a morte por decapitação se decidir por Cristo Jesus (Ap 20.4). Essa marca será usada como uma forma de controle pelo Anticristo, para identificar seus adoradores. Todos os homens deverão ser marcados. Quem não tiver a marca da besta e não adorar ao Anticristo como deus, não poderá comprar ou vender, sendo caçados para que sejam mortos. Cabe a você decidir.... qual sua escolha?

Pr. Elias Ribas Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A VINDA DE JESUS SEGUNDO DANIEL - CAPÍTULO VIII


Em meio à descrição dos reinos humanos e Seu poder, abruptamente Deus leva Daniel a ver o que realmente está acontecendo, enquanto os reinos da terra se sucedem: Ele está no seu santo monte, Ele está no trono.

“Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente” (Dn 7.9).

1. “...foram postos uns tronos”. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos aplicados nos dias da finas (Grande Tribulação). A partir do versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de DEUS contra o quarto animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre escatológico para o anticristo (Dn 7. Deus não permitirá que estes opressivos reinos mundanos governem com injustiça para sempre. Ele estabeleceu um dia para julgamento. Quando este dia chegar, todos os governos do mundo e toda a opressão virá a um fim.

2. “Ancião de Dias”. É outra maneira de reconhecer que Deus é o Eterno, é aquele que Abraão reconhecia como “o Juiz de toda terra” (Gn 18.25). A descrição de Deus neste versículo também revela a Sua santidade (“Sua veste era branca como a neve”), Sua Majestade (“os cabelos da cabeça, como a pura lã) e a Sua justiça como fogo ardente (o seu trono eram chamas de fogo”).

As palavras hebraicas “atiz e yomin” que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do ELOHIM o Todo poderoso como Juiz supremo, que derramará Seus juízos contra os reinos do mundo que tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias” é utilizada para identificar O ETERNO como aquele que tem autoridade e poder para julgar, especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre” (Dn 7.8).

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído” (Dn 7.13-14).

3. “.... vinha nas nuvens um como o Filho do Homem ...” O Novo Testamento consagrou o uso desta expressão para se referir à Cristo. O próprio Jesus Cristo usou a passagem de Daniel para se referir a si próprio e ao dia de Sua segunda vinda: O Filho do homem virá nas nuvens. Daniel vira antecipadamente o Dia de Cristo e glória do Seu poder.

A expressão “Filho do Homem” é, antes de tudo, um título messiânico. A menção bíblica sobre este título não insinua que Jesus foi fruto de uma relação sexual entre José e Maria. José era pai legal e não biológico de Jesus. Nos lábios de Jesus, o título vai mais longe, identificando o Messias com a própria humanidade. O emprego da palavra “Filho” se caracteriza neste contexto como um hebraísmo, uma forma própria de expressão dos semitas que identifica as qualidades de uma pessoa. Por isso, uma série de expressões se empregada com a palavra “Filho”, como, por exemplo, “filhos do reino” (Mt 8.12); “filho da perdição” (Jo 17.12); “filhos da ressurreição” (Lc 20.36), e assim por diante.

Por meio do título “Filho do Homem”, o Filho de Deus se identificou com a humanidade de uma forma quase que completa, reservando-se somente Seu nascimento virginal e Sua vida imaculada.

Daniel conheceu o poder que o Filho do Homem recebeu do Pai (Ancião de Dias). Este ser majestoso apresenta-se diante de Deus Pai como uma pessoa separada e distinta dele, a fim de receber um reino eterno que jamais será dado a outros.

Precisamos nos lembrar de quem é aquele que hoje é o Senhor entronizado. A glória, o domínio, o reino.

4. “...o seu domínio é Eterno...”. O reino de Jesus não será destruído, mas permanecerá para sempre.

A visão que Deus deu a Daniel era assustadora no começo, mas depois reconfortante como ele percebeu que ela significava. É ainda mais reconfortante para nós que temos visto a maioria das previsões desta visão perfeitamente cumprido.

“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Dn 7.27).

É confortante saber que Deus está no controle. Deus tem um plano, e Seu plano continua a ser realizado, não importa como muitos tentam se opor. Jesus veio assim como os profetas anunciaram. Ele fez tudo que era necessário para pagar pelos nossos pecados. Ele viveu em nosso lugar, Ele morreu em nosso lugar, Ele ressuscitou dos mortos como as primícias de todos os que morreram, Ele subiu ao céu assentou a Destra de Deus Pai e quando o Pai lhe der o trono para julgar as nações, Ele voltará sobre as nuvens do céu pôr fim a este mundo que está infectado com o pecado.

Confiar nele. Permanecei firmes na fé, mesmo quando possa parecer que Deus não está no controle. Confiança que, quando Jesus aparecer nas nuvens do céu, Ele vai convidá-lo para viver no Seu reino de paz para todo o sempre, tudo por causa do que Ele fez por nós.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A QUEDA DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO NO FIM DOS TEMPOS – CAPÍTULO IX

 


Daniel 2.44-45 “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre. Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.”

1. O sonho de Nabucodonosor (Dn 2). O segundo capítulo do livro de Daniel revela o plano divino para o povo judeu e o gentílico. Deus revelou o seu projeto soberano para os governos mundiais e mais uma vez confirmou o reino messiânico. Ao estudarmos este capítulo, veremos o reino da Babilônia atuando como o “dono do mundo” e Nabucodonosor, como o seu executor. Porém, por volta de 604 a.C., no período do apogeu da Babilônia, o rei teve um sonho perturbador que o deixou insone. Por providência divina, Nabucodonosor esqueceu o sonho e, através do Espírito Santo, Daniel o desvendou.

A grande estátua do sonho do rei foi composta de quatro partes principais. Daniel as identifica como quatro reinos, começando com a própria Babilônia (a cabeça de ouro). Depois da Babilônia, teria uma sucessão de mais três reinos humanos. O próximo reino seria inferior à Babilônia, e foi representado pelo peito e os braços de prata. O terceiro seria maior, exercendo domínio “sobre toda a terra”. O mais forte dos quatro reinos seria o quatro, feito de ferro. Mas a mistura de barro mostra um reino dividido, com um lado frágil. Este reino seria esmiuçado pela grande pedra.

Ao dirigir-se ao rei Nabucodonosor, Daniel declarou que o Deus que está nos céus é o único que sabe; é o único que tem as respostas e o significado dos sonhos e das visões relacionados aos acontecimentos previstos para ocorrer no fim dos dias (Dn 2.28).

Este mesmo princípio aplica-se, literalmente - em sua maioria, às visões e revelações dadas a Daniel: muitas de suas profecias fazem referência a doutrina das últim

2. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (2.45). Nabucodonosor viu, em seu sonho, uma Pedra vindo do céu e atingindo a estátua nos pés. Mas o que ela representa? O Reino de Deus, através de Jesus Cristo, que será implantado em breve, cuja capital será Jerusalém. Em várias partes da Bíblia Jesus é comparado a uma Rocha, uma Pedra para edificação e proteção do seu povo, mas também para destruição dos seus inimigos.

Esta “Pedra” representa o reino de Cristo intervindo nos reinos do mundo. Cristo é a Pedra cortada que desfará o poder mundial do Anticristo (Dn 2.45; Sl 118.22; Zc 12.3). A Pedra cortada vinda do monte significa, figuradamente, a vinda do Rei esmiuçando o domínio imperial e pagão deste século (Dn 2.44,45). Cristo é quem regerá as nações para sempre!

3. Este reino é proveniente do céu. O versículo 34 diz: “Uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos”. No evangelho segundo Mateus 21.42-44, temos a explanação da profecia da Pedra, dada por Jesus, que é a própria Pedra. A Pedra rejeitada por Israel At 4.11: “Este Jesus é a pedra rejeitada por vós”. Pedro referindo-se aos judeus que crucificaram Jesus, pois os judeus não queriam que Jesus reinasse sobre eles; “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). Paulo em 1ª Co 10.4 também fala sobre Jesus com pedra dizendo: “E beberam todos duma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (rf. 1ª Pe 2.4). A Pedra angular da igreja, a pedra de esquina (Ef 2.20).

A Pedra cortada sem mãos representava o reino de Jesus Cristo, que será estabelecido no mundo na no fim da Grande Tribulação, e sobre as ruínas do império de Satanás nos reinos do mundo. Esta é a Pedra cortada do monte sem mãos, pois Ele não seria levantado nem apoiado pelo poder humano nem pela política humana. Nenhuma mão visível deveria agir no seu estabelecimento, mas isto deveria ser feito invisivelmente pelo Espírito do Senhor dos Exércitos. Essa foi a Pedra que os edificadores rejeitaram, porque não foi cortada pelas mãos deles, mas agora se tornou a Pedra fundamental, a Pedra de esquina.

4. A Pedra esmiuçará as nações (2.44). “.... aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. Isto é futuro, e refere-se ao Senhor Jesus na Sua vinda em glória, com os santos e os anjos para esmiuçar (quebrar) as nações e estabelecer o Seu reino de paz.

O salmista já fazia suas predições dizendo: “Tu os esmigalharás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor” (Sl 2.9-11).

Uma montanha nada mais é do que barro e pedra sob diferentes formas. Isto fala de Jesus que nasceria como homem aqui na terra (Is 53.3), sem intervenção humana, isto é, sendo gerado pelo Espírito Santo (Lc 1.35), e não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o Reino de Deus for estabelecido aqui brevemente, ou seja, sem auxílio humano. Sua conquista não será efetuada por armas carnais:

“E então será revelado o iníquo (Anticristo), a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor de sua vinda” (2ª Ts 2.8).

Quanto à expressão “sem o auxílio de mãos” quer dizer, sem o auxílio de mãos humanas (cf. Dn 8.25). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Quatro vezes está dito que a pedra esmiuçou a imagem (Dn 2.34, 40, 44, 45). Portanto, o mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência sobrenatural na vinda de Jesus. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21).

A Pedra que é Jesus feriu a estátua nos pés, e em seguida destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas (2.34). Isto indica que todas as formas de governo representadas por estas partes da estátua, existirão sob a Besta, no futuro que será destruída por Cristo onde será implantado Seu governo por mil anos. Ainda que o Império Romano se reerga, Cristo o destruirá. Nosso Senhor é Aquela Pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonosor.

A estátua começou como uma obra grandiosa e fina, e terminou em pó (2.35). A pedra começou com uma pedra diminuta, mas depois encheu o mundo inteiro: “encheu toda a terra”. Isto mostra a magnitude e poder de Cristo.

A profecia de Daniel afirma: “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais fizeram-se como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua tornou-se uma grande montanha, e encheu toda a terra” (Dn 2.35).

Os reinos do mundo (e todos os seus súditos) serão destruídos e soprados para muito longe, porém o reino da Pedra (e seus súditos) encherão a terra e reinarão para sempre.

O rei Nabucodonosor viu esta Pedra em seu sonho. A Pedra caiu do céu, atingia a grande estátua nos pés e transformava tudo em pó. Isto representa a Segunda Vinda de Cristo para estabelecer o Seu Reino na terra, após julgar e destruir seus inimigos.

O rei Nabucodonosor ficou estarrecido ao ouvir do profeta Daniel as revelações contidas em seu sonho. Tudo se cumpriu exatamente como Deus planejou. Cabe a cada pessoa receber a mensagem do Reino e permitir que ele se estabeleça em sua vida.

5. “Nos dias desses reis...”. Isto é, na época da unificação deste reino dividido, no tempo de formação deste último império, em outras palavras: em nossa própria época. O nosso tempo é a formação do reino dos dedos da estátua Dn 2). Isto já está acontecendo. Agora só falta a pedra.

No capítulo dois de Daniel, a pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21), quando o império do Anticristo será destruído na vinda de Jesus em glória.

Daniel continua a descrever a ruína do Novo Império Romano, agora mostrado como aquele animal terrível: “Estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo” (Dn 7.11). Por quem o animal foi morto? Pelo Filho de Deus. E, assim, recebe o Senhor Jesus o poder, a glória e a majestade.

Quando esses reis estiverem competindo uns com os outros, e em todas as lutas em que cada uma das partes em conflito quiser encontrar a sua própria razão, Deus fará a Sua própria obra e cumprirá os Seus próprios conselhos. Todos esses reis são inimigos do reino de Cristo. No entanto, Ele será estabelecido, o que constitui um desafio a todos eles. Esse é um reino que não conhece declínio, não corre o risco de ser destruído, e não admitirá qualquer sucessão ou revolução. Ele nunca será destruído por alguma força estrangeira invasora, como ocorre com muitos outros reinos. O fogo e a espada não podem consumi-lo. Os poderes conjuntos da terra e do inferno não podem privar os súditos do seu Príncipe ou o Príncipe dos seus súditos. Esse reino não será deixado para outros povos, como acontece com os reinos desta terra. Assim como Cristo é um monarca que não tem sucessor (porque Ele mesmo reinará para sempre), o Seu reino também é uma monarquia que não está sujeita a nenhuma revolução. O reino de Deus foi certamente tirado dos judeus e entregue aos gentios (Mt 21.43), mas ainda assim foi o cristianismo que governou, sim, o reino do Messias. A Igreja cristã ainda é a mesma. Ela está edificada sobre a rocha, enfrentando muita oposição. Mas as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. É um reino que será vitorioso sobre toda a oposição. Ele despedaçará e consumirá todos esses reinos, assim como a pedra cortada do monte sem mãos esmiuçará a imagem (Dn 2.44,45). O reino de Cristo assolará todos os outros reinos, sobreviverá a eles, e florescerá quando eles afundarem com o seu próprio peso. Eles ficarão tão destruídos, que não se conhecerá mais o seu lugar. Todos os reinos que aparecerem contra o reino de Cristo serão quebrados com uma vara de ferro, como um vaso de oleiro (Sl 2.9). E nos reinos que se sujeitarem ao reino de Cristo, a tirania, a idolatria, e tudo o que for reprovado neles, até onde o Evangelho de Cristo se estender, serão quebrados. Está chegando o dia em que Jesus Cristo abaterá todo governo, principado, e potestade, e colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. E então essa profecia terá o seu pleno cumprimento no momento preparado pelo Senhor Deus, e não antes (1ª Co 15.24,25). O nosso Salvador parece se referir a isso (Mt 21.44), quando, falando de si mesmo como a pedra rejeitada pelos edificadores judeus, Ele diz que aquele sobre quem esta pedra cair ficará reduzido a pó.

Por mais poderosos que se mostrem os reinos deste mundo, não subsistirão ante a soberania Divina. Roma dominou nações e reinos; pisou os mais aguerridos povos e humilhou os mais altivos soberanos. Mas nada poderá fazer contra o Senhor Jesus. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Nada tarda o dia em que o Império Romano, base do governo do Anticristo, haverá de prestar contas a Deus por todos os seus pecados e iniquidades. Ainda que renascidos não subsistirá.

Senhor Jesus, quem poderá subsistir ante teu poder? Que a honra, a força e a glória sejam-te tributadas para todo o sempre.

Portanto, desde Babilônia, está sendo cumprido hoje e será justamente neste período que se levantará o Anticristo (6 é o número do homem rebelde). O 8.º período (O verdadeiro reino de Jesus Cristo) está aproximando-se velozmente. A Profecia é perfeita e a Matemática de Deus também.

6. Ele será um reino eterno. Aqueles reinos da terra que haviam despedaçado todos ao seu redor vieram, em sua vez, a ser despedaçados da mesma maneira. Mas o reino de Cristo despedaçará outros reinos e permanecerá para sempre. O Seu trono será como os dias do céu. A Sua semente e os Seus súditos serão como as estrelas do céu, não só inumeráveis, mas imutáveis. Do aumento do governo de Cristo, e da paz de Cristo, não haverá fim. O Senhor reinará para sempre, não só até o fim dos tempos, mas quando o tempo e os dias não mais existirem. E Deus será tudo em todos por toda a eternidade.

As profecias de Daniel acerca do reino ocorreram em um tempo crítico da história da antiga Israel. Os israelitas tinham perdido a sua soberania por causa do cativeiro. Contudo, em meio da sua calamidade e ruína, Deus lhes revelou, através de Seus profetas, que uma restauração do povo e da nação de Israel iria ocorrer sob o governo do Messias (Jr 23.5-8).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

QUANDO SERÁ O FIM DO MUNDO?

 

Ezequiel 7.6 “Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem.”

I. O QUE É O FIM DOS TEMPOS?

O fim dos tempos refere-se aos eventos que antecedem à segunda vinda de Jesus Cristo. E nós vemos que toda a Bíblia é escrita em torno do Senhor Jesus, o verdadeiro Messias e seu reinado. Sabemos que Deus revelou aos profetas do Velho Testamento os adventos tanto da primeira quanto da segunda vinda de Jesus Cristo e os finais dos tempos.

Há ainda outras expressões ao longo da Bíblia que também fazem menção a este mesmo período, por exemplo:

O fim - Mateus 24.14 “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.

Últimos tempos – Judas 18 “Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores, que procuram gratificar seus próprios desejos irreverentes, que andariam segundo as suas ímpias concupiscências”.

O tempo do fim - Daniel 12.9 “E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim”.

Última hora – 1ª João 2.18 “Filhinhos, é já a última hora, o fim desta era; e, como ouvistes que vem o anticristo, aquele que se oporá a Cristo disfarçando-se de Cristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora (o fim)”.

A última hora mencionada por João é todo o período entre a primeira vinda de Cristo e o seu retorno. O prefixo “anti” aqui significa “oposto” a Cristo.

Os anticristos são mencionados por João como um anúncio da chegada do Anticristo. Os anticristos que o precedem são todos aqueles que se opõem à verdade, pregando o contrário de Cristo, distorcendo Suas palavras, mesmo estando no meio dos que se dizem cristãos. Todo aquele que prega heresias é um anticristo (2.19; 2ª Jo 7).

Há ainda, inúmeras outras referências dentro da Palavra de Deus acerca deste mesmo período. Só a carta de João denota aqueles que simulam e se opõe a Cristo (cf. 2ª Ts 2).

I. QUANDO SERÁ O FIM DO MUNDO? O QUE ISTO SIGNIFICA?

Há uma questão que está causando enorme constrangimento para muitos estudiosos sinceros da Palavra de Deus. Até quando conviverão juntos o joio e o trigo, ou seja, os bons e os ruins? (Mat 13.24-30).

Para a maioria dos cristãos, os justos serão separados dos ímpios na volta de nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, de acordo com as Sagradas Escrituras, a existência do joio e do trigo em nosso planeta estender-se-á até o “FIM DO MUNDO”, termo este utilizado em algumas versões bíblicas. Em outras versões é mencionado “CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS” ou “FIM DESTA ERA”.

O termo “fim do mundo” não significa a destruição literal da Terra ou do universo, mas apenas o fim da presente era do pecado e da morte. A parábola do joio e do trigo nos traz esta preciosa informação:

Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mat 13.40-42).

O mesmo fato é relatado na parábola que trata sobre a rede lançada ao mar:

“Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes. E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora. ASSIM SERÁ NO FIM DO MUNDO; sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e lança-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.” Mateus 13:47-50.

II. AO RETORNAR, O MESSIAS ESTABELECERÁ O SEU REINO NA TERRA

Ele reinará durante mil anos e com Ele reinarão todos aqueles que foram por ele comprados com o seu sangue, de toda a tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9-10; 14.1-5; 20.4). Durante o milênio não haverá intercessor, pois o Messias estará governando na qualidade de Rei e Ele “julgará com justiça os pobres, e decidirá com equidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio.” (Is 11.4).

No reinado milenar de Cristo existirão nações que continuarão procriando e povoando a Terra, identificadas pela Palavra de Deus como sendo SOBREVIVENTES da grande batalha do Armagedom: “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar.” (Joel 2.31-32). Estas nações serão regidas com vara de ferro pelo próprio Messias (ver Apocalipse 19-15) e por aqueles que participarão da primeira ressurreição (ver Apocalipse 2.26-27). Pessoas boas e más farão parte do reinado milenar de Cristo, por uma razão muito lógica: o pecado e a morte continuarão existindo (ver Isaías 65.20). Satanás estará preso e será lançado no abismo para que não mais engane estas nações.

No final do milênio Satanás será solto da sua prisão por um pouco de tempo e sairá a enganar as nações que ainda não tinham sido provadas por ele, para ajuntá-las para a batalha contra a Jerusalém terrestre. Todos os enganados por Satanás serão destruídos pelo fogo que descerá do Céu (ver Apocalipse 20.3; 7-9). Esta é apenas uma parte do joio que será destruída. Por que se diz que uma parte apenas do joio estará sendo destruída? Porque até então todos os ímpios mortos ainda não foram ressuscitados e nem julgados, pois as palavras proféticas dizem claramente que “os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.” (Ap 20.5). De acordo com este texto e tomando-se como base todo o seu contexto, entende-se que, além dos ímpios mortos, parte dos justos mortos que não participaram da primeira ressurreição serão finalmente ressuscitados para serem julgados no juízo final.

Prova-se através estas citações bíblicas que o FIM DA ERA DO PECADO E DA MORTE não se dará no momento da volta de Cristo, mas no final do milênio. Até lá o joio e o trigo estarão presentes. De acordo com a Palavra de Deus, o FIM DESTA ERA ocorrerá no final do milênio, quando definitivamente a morte será destruída (ver Ap 2014).

Cristo reinará até que sejam postos debaixo de seus pés todos os inimigos e o último inimigo a ser destruído será a morte. O apóstolo Paulo apresenta mais detalhes a esse respeito:

“ENTÃO VIRÁ O FIM quando ele (Cristo) entregar o reino a Deus, o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. Pois é necessário que ele (Cristo) reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo a ser destruído é a morte.” (1ª Co 15.24-26).

Assim, o reinado de Cristo se estenderá por mil anos (ver Apocalipse 20.4 e 6). É o tempo necessário para regenerar o planeta Terra e no seu final destruir todos os inimigos, inclusive a morte (ver Ap 20.7-15).

Nesta ocasião todos os ímpios mortos e parte dos justos mortos que não participaram da primeira ressurreição, serão ressuscitados para serem julgados. Diz a Palavra de Deus que “todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.” (Ap 20.1).

Ao se completarem os mil anos, com o fim da era do pecado e da morte, Cristo entregará o reino a Deus, o Pai. Apenas sob esta exclusiva condição, ou seja, somente após o planeta Terra ser totalmente regenerado, não mais existindo o pecado e a morte, é que a Santa Cidade, a Nova Jerusalém descerá do Céu.

Eis uma das mais estupendas mensagens encontradas nas Escrituras Sagradas, que descreve a nova fase a ser vivida pelos remidos:

Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. ...Aquele que vencer herdará estas coisas; e Eu serei Seu Deus, e ele será Meu filho.” (Ap 21.3, 4 e7).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

A TEOLOGIA DE ELIÚ: O SOFRIMENTO É UMA CORREÇÃO DIVINA?

 


LEITURA BÍBLICA

Jó 32.1 “Então, aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos. 2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus. 3 - Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó. 4 - Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele.”

Jó 33.1 “Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões e dá ouvidos a todas as minhas palavras. 2 - Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar. 3 - As minhas razões sairão da sinceridade do meu coração; e a pura ciência, dos meus lábios. 4 - O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida.”

Jó 34.1 “Respondeu mais Eliú e disse: 2 - Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim. 3 - Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida. 4 - O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.  5 - Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. 6 - Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.”

Jó 36.1 Prosseguiu ainda Eliú e disse: 2 - Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus. 3 - Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça. 4 - Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião. 5 - Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.”

INTRODUÇÃO

Veremos a teologia de Eliú exposta em quatro grandes discursos teológicos (Jó 32 — 37). Esses discursos se contrapõem ao que Jó e seus amigos proferiram. Para Eliú, os amigos de Jó falharam na exposição de suas ideias ao patriarca. Este, por outro lado, se equivocar ao apresentar o seu conceito de Deus para fundamentar sua defesa. Assim, mostraremos que Eliú revela um Deus soberano que age segundo o seu conselho e não está obrigado a dar respostas ao homem, além de não haver qualquer injustiça em suas ações, pois, segundo o jovem amigo de Jó, o sofrimento é uma ação pedagógica de Deus para corrigir o homem.

O sofrimento na vida do cristão deve ser um meio pedagógico. Ele serve para esmagar a soberba humana, polir o caráter do crente, prover crescimento e desenvolvimento ao cristão. Este o não é o mesmo depois que passa pela “escola do sofrimento”. Não por acaso o apóstolo Paulo pôde dizer: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13). Esse é o caminho que o Senhor nosso Deus quer que atinjamos: ser experimentados, amadurecidos e crescidos. Que ouçamos a voz de Deus no sofrimento! Então, poderemos dizer com convicção: “Posso tudo naquEle que me fortalece”.

I. O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS

1. Deus é soberano (33.14,15). Nesse primeiro discurso, Eliú destaca a queixa de Jó porque Deus não lhe respondera. Para o jovem amigo do patriarca, este não leva em conta a majestade divina que distingue o Criador de suas criaturas. Nesse sentido, Jó havia ignorado que Deus é infinitamente maior do que o homem e não precisa explicá-lo acerca suas ações nem de seu silêncio.

2. O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus. Todavia, mesmo sendo um ser transcendente, Deus não deixa de se revelar ao homem quando julga necessário. Por isso, Eliú não aceita o argumento de Jó sobre o silêncio de Deus, pois Ele fala ao homem de várias maneiras, incluindo sonhos e visões (Jó 33.14,15). De acordo com Eliú, o problema não é o silêncio do Altíssimo, mas o orgulho humano que não lhe permite escutá-lo. O jovem acredita que mesmo o patriarca considerando-se moralmente puro, padece do pecado de orgulho (Jó 33.17). Na visão de Eliú, a revelação de Deus tem o propósito de livrar o homem da soberba que o conduziria à morte (Jó 33.17,18).

3. O mistério da redenção. Além de sonhos e visões, Eliú também destaca que Deus usa a enfermidade como um dos canais de comunicação entre Deus e o homem (Jó 33.19-22). Por causa dela, Ele pode enviar um anjo para anunciar a Jó o seu dever (Jó 33.23), dizer o que ele deve fazer e, também, interceder em favor da saúde do patriarca. Dessa forma, esse mensageiro anuncia o que é justo e bom a fim de recuperar o estado de justiça que Jó desfrutava antes da enfermidade.

As funções que são atribuídas a esse mensageiro-mediador fazem com que os intérpretes bíblicos vejam nesse ser celeste uma referência ao anjo do Senhor, uma teofania do Senhor Jesus Cristo (Gn 16.9; 22.11; Êx 3.2; Jz 6.11). Não há dúvidas de que esse mediador é a mesma testemunha celestial que Jó pedia que defendesse a sua causa (Jó 16.19) e o redentor que o justificasse depois de sua morte (Jó 19.25). Nesse sentido, conforme podemos atestar no livro, o ministério desse mensageiro é um ato decorrente inteiramente da graça de Deus em favor de Jó para mediar sua causa e resgatá-lo (33.24).

Para Eliú, o sofrimento revela um Deus soberano que ataca a soberba do ser humano.

II. O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS

1. A justiça de Deus demonstrada. Quando defende a justiça de Deus, Eliú faz coro com seus amigos na acusação contra Jó. Em sua perspectiva, os argumentos de Jó não passavam de insolência. Como pode o Todo-Poderoso agir com injustiça conforme Jó deixou subtender? Deus jamais age injustamente, pois isso contrariaria sua própria natureza (Jó 34.10,12).

2. O caráter justo de Deus. Para não haver dúvida, Eliú passa a descrever o caráter justo de Deus: (1) Ele age com justiça quando retribui ao homem o que ele merece (Jó 34.11); (2) Deus não precisa prestar contas de seus atos a ninguém, visto que não recebeu autoridade de nenhum outro ser criado (Jó 34.13); (3) como o provedor da vida humana, Ele tem todo o poder de manter ou não a humanidade (Jó 34.14,15); (4) o Todo-Poderoso não faz acepção de pessoas, quer sejam reis, nobres ou pobres (Jó 34.16-20); (5) Deus é onisciente e como tal conhece os passos e as intenções de todos os homens sem precisar inquiri-los em juízo (Jó 34.21-25); (6) Ele é justo para punir os maus (Jó 34.25-30).

3. A defesa da soberania de Deus. Atente para a seguinte pergunta: “Será que Deus deve recompensá-lo segundo o que você quer ou não quer?” (Jó 34.33 - NAA). Eliú encerra o capítulo mostrando a Jó que Deus, em sua soberania e livre vontade, não tem a obrigação de agir segundo o querer do homem. Sendo soberano, Ele não está sujeito a qualquer julgamento humano. Por todo o livro de Jó o autor destaca a soberania divina. Um exemplo disso está claro no uso da palavra “Todo-Poderoso” que ocorre 31 vezes. Para Eliú, portanto, por ser Soberano, Deus jamais age com injustiça como Jó dera a entender.

Todavia, é preciso destacar duas coisas sobre fala de Eliú. Primeiramente, ele, assim como seus amigos, erra por partir do princípio de que Jó havia cometido pecado. Em segundo lugar, Eliú exalta apenas a justiça de Deus e nada diz acerca de sua misericórdia. Para ele, o Altíssimo havia posto sua justiça soberana acima do seu amor, o que é um erro crasso. Deus, sem dúvida alguma, é justo; mas grandiosamente amoroso e misericordioso.

Para Eliú, o sofrimento revela o caráter justo e soberano de Deus.

4. “A teologia da prova. Adiantando-se em seu discurso, exclama Eliú: ‘Pai meu! Provado seja Jó até ao fim’ (Jó 34.36a). Recorramos ao hebraico: Avi ybahen Yôb ad-netsah. O vocábulo ybahen comporta os seguintes sinônimos: provar, refinar como ouro, fundir como metal. Por conseguinte, deveria Jó, como o mais precioso dos metais, ser intensamente provado até que todas as impurezas e imperfeições lhe fossem tiradas. Observe que Eliú roga a Deus seja o patriarca provado até o fim. Se Jó tem de ser acrisolado, que lhe seja completo o crisol; até ao fim: ad-netsa. A provação haveria de perdurar enquanto fosse necessária. Não fora Jó suficientemente provado? Entretanto, teria ele de suportar toda a ardência daquele cadinho até que viesse a entender a soberania de Deus. Doutra forma, jamais chegaria à estatura de perfeito varão (Jó 34.36b)” [ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 168].

III. O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS

1. O caráter pedagógico do sofrimento (36.7-15). Há uma diferença entre o pensamento teológico de Eliú e o de seus amigos. Elifaz, Bildade e Zofar acreditavam que o sofrimento de Jó era por causa de um pecado cometido por ele e sua recusa em reconhecê-lo. Eliú também crê dessa forma, mas vai além. Embora compreenda que, durante sua provação, Jó se comportou de forma pecaminosa, Eliú introduz a ideia de que o sofrimento tem um caráter pedagógico (Jó 36.15). O caráter pedagógico do sofrimento está na capacidade de nos fazer refletir e voltar para Deus. Dessa forma, os justos aprendem com o sofrimento.

2. Adorando a Deus na tormenta. No capítulo 36 e versículo 26, Eliú afirma que “Deus é grande, e nós o não compreendemos”. Para ilustrar o argumento da grandeza de Deus, ele faz uma explanação sobre a ação de Deus nas estações do ano: Outono, Inverno, Primavera e Verão. O argumento de Eliú tem por objetivo demonstrar a grandeza de Deus sobre a criação e como esse fato deve fazer com que Jó o reconheça como grande e o louve como tal (Jó 36.24-25). A fala de Eliú põe em destaque o argumento contraditório de Jó, que por um lado magnificava a majestade de Deus, mas por outro murmurava contra Ele. Nesse aspecto, Eliú acerta em mostrar que a adoração e a murmuração não podem coexistir, são atitudes excludentes.

Jó 37.6-13 ilustra de forma poética o pensamento do orador. É uma metáfora da situação do patriarca, que no meio da tormenta, em todo o seu impacto e estrondo, pode contemplar o caráter pedagógico do amor de Deus.

Segundo Eliú, o sofrimento é um instrumento pedagógico para o cristão.

“Depois de meditar longamente sobre o propósito dó sofrimento do justo, declara H. Dieterlen: ‘Tudo depende do modo porque se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que nos envia’. Afinal, como enfatiza o apóstolo, todas as coisas concorrem juntamente para o bem daqueles que, sinceramente, amam a Deus.

3. A pedagogia da prova. O Senhor conduzia a Jó através das mais difíceis e inimagináveis provas, a fim de que ele viesse a tornar-se um instrumento ainda mais valioso e útil para o seu Reino. Quão maravilhosa é a pedagogia do sofrimento! Se incrédulos, ensina-nos a crer. Se intempestivos, disciplina-nos em um amor paciente e temperante. Se indiferentes, leva-nos a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram. Sim, Deus educava Jó por intermédio do sofrimento. E o mesmo está Ele fazendo neste instante. Por isso, não se desespere! Este é o modo pelo qual o Senhor educa seus filhos” [ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 168].

CONCLUSÃO

Vimos nessa lição três aspectos da teologia de Eliú. Primeiramente, o jovem amigo defende o direito de Deus ficar em silêncio mesmo quando achamos que ele deve falar. Acredita que Jó não consegue escutar a Deus devido ao seu orgulho. Entretanto, o equívoco de Eliú está no fato de associar o sofrimento de Jó ao pecado. Segundo, ele destaca que Deus tem todo o direito de ser soberano e como tal agir com justiça. Todavia, ele se equivoca em colocar essa soberania acima de seu amor, pois, primeiramente, Deus é amor. E, finalmente, Eliú vê no sofrimento um papel pedagógico.

GONÇALVES José. A fragilidade humana e a soberania divina Lições bíblicas 4º Trimestre de 2020. CPAD Rio de Janeiro RJ.