Em Gênesis, no capítulo 1 e 2, temos a descrição da criação, que também incluí a criação do homem e da mulher, e uma breve descrição da vida deles sem o pecado no jardim do Éden. A Bíblia não nos diz quanto tempo Adão e Eva viveram sem saber o que era pecar. O fato é que, num determinado momento de suas vidas, pela desobediência a Deus, o pecado entrou na vida de Adão e Eva.
Antes de o homem ser induzido ao pecado, já encontramos outro pecador
– “a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás (Ap 12.9 e 20.2), tentando a
mulher a duvidar da justiça e da bondade do Criador”.
Algum tempo após o estabelecimento da aliança entre Deus e o homem,
Satanás entrou no paraíso, com o objetivo de introduzir confusão naquele
ambiente de paz. O ardil usado por Satanás foi dúvida, a qual conseguiu
introduzir na mente da mulher através da insinuação maliciosa, “...certamente
não morrereis” (Gn 3.1-6).
A queda do homem foi o grande pecado de todos os séculos. Essa condição espiritual e pecaminosa o casal transmitiu à sua posterioridade.
I. A DEFINIÇÃO DA PALAVRA QUEDA
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
Sabemos que o homem não foi criado pecador, mas é verdade que o poder do pecado entrou no mundo dos homens através da escolha consciente e voluntária de Adão. O termo “queda” é uma tradução da palavra grega paraptoma, que quer dize: transgressão, violação, passo falso, pecado, um lapso moral pelo qual a pessoa é responsável; decair ao lado de onde a gente devia ter ficado em pé; perder o caminho, fracassar; e é aplicada à transgressão de Adão.
Disso podemos dizer então que a queda do
homem é o cair da posição primitiva de favor e de santidade e vida espiritual,
por causa do pecado de Adão, para a posição sob o domínio do pecado e da morte.
II. PARAÍSO NO ÉDEN
1. Antes da desobediência. Tudo era harmonia; tudo girava em torno da presença amorosa de Deus; havia paz, havia a facilidade no relacionamento do casal. Eles viviam cada dia para Glória de Deus e um para o outro cumprindo assim o mistério de uma só carne. Depois da queda experimentaram sentimentos jamais vividos anteriormente, tais como: Sentimentos de medo, de angustia, de insegurança, de vergonha, de dor, de culpa, de remorso, de falta de paz e de ódio.
Após haver
plantado um jardim, no Éden, nele o Senhor colocou o homem que criara (Gn 2.8).
Dali, caberia a Adão governar o mundo como o representante de Deus na Terra.
Ele tinha como tarefas cultivar a Terra e guardar o jardim.
1.1.
Cultivar a Terra. Adão deveria fazer a cultura da Terra (Gn 2.15). Ele não
somente a cultivaria, como dela haveria de criar invenções, utilidades,
ciências e artes. Observemos que o Éden localizava-se numa região abundante em
ouro (Gn 2.11,12). Ao criar Adão, Deus o dotou de muitas habilidades.
1.2.
Guardar o Éden. Não podemos confundir a inocência de Adão com incapacidade
intelectual. Santo no corpo e na alma, nosso pai era sábio e perfeitamente
capaz de discernir entre o bem e o mal. Aliás, era mais inteligente que nós.
Por isso mesmo, Deus o incumbiu de guardar o Éden, pois teria de enfrentar um
inimigo mui astuto e sagaz.
III. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA
1. A desobediência levou a queda. Como criatura de Deus, foi exigido do homem prestar obediência ao seu Criador, o que reflete basicamente a soberania moral de Deus e a livre agência do homem.
Ao contrariarem provavelmente a primeira ordem de Deus
que disse:
“E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma
livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gn
2.16-17).
Mas o
inimigo ciente desta ordem imperativa, antagônico à vontade de Deus disse ao
casal que no dia em comessem do fruto se tornaria como Deus, conhecedor do bem
e do mal só bastou essas palavras funestas para nascer em Eva um sentimento
impaciente e ávido de ser como Deus até que desobedeceu dando início as
trágicas consequências para a humanidade.
O pecado originou na raça humana, devido à
transgressão voluntária de Adão no paraíso. O tentador veio com a sugestão de
que o homem, colocando-se em oposição a Deus, tornar-se-ia igual a Ele. Adão se
rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, desobedecendo às ordens de Deus.
Com o primeiro pecado, Adão passou a ser escravo do pecado (Jo 8.34). Esse
pecado trouxe consigo corrupção permanente, não somente sobre Adão, mas também
sobre todos os seus descendentes. A tentação de Satanás pode ser resumida como
tendo apelado ao homem desta maneira: ele fez o homem desejar TER o que Deus
havia proibido; SABER o que Deus não havia revelado; e SER o que Deus não
tivera a intenção que fosse (Gn 3.1-24).
1. A essência do pecado de nossos primeiros pais é algo como o que segue:
2.1. Eva não confiou na bondade de Deus; ela
acreditou na mentira de Satanás.
2.2. A mulher cedeu ao seu apetite físico.
2.3. Se submeteu a um desejo excessivo
pelo belo.
2.4. Cobiçou uma sabedoria que não era da
intenção de Deus que tivesse.
Desejar o que Deus proibiu é preferir a si
mesmo no lugar de Deus, isto é pecar. O primeiro pecado foi o desejo do
coração, a escolha de interesses próprios ao contrário dos interesses de Deus.
Adão pecou como pai da raça humana e também como chefe representante de todos
os seus descendentes e, portanto, a culpa do pecado é imputada a todos os
homens, pelo que todos são merecedores de punição e morte. É nesse sentido que
o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que o apóstolo Paulo escreve:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram” (Rm
5.12 -ARA). Deus imputa a todos os homens a condição de pecadores culpados em
Adão, exatamente como atribui a todos os crentes a condição de justos
“Pois assim como por uma só ofensa veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio à graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores,
assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos” (Rm 5.18-19).
O pecado é tanto um ato como
um estado. Pecado é uma transgressão deliberada e consciente das leis
estabelecidas por Deus; é um estado pecaminoso. O pecado traz o mal sobre si,
mesmo por suas ações e incorre em culpa aos olhos de Deus.
2. Satanás o agente da tentação.
Quando se fala em Gênesis que a serpente
falou a Eva, devemos tomar as palavras no sentido literal. A serpente não
designa a figura de Satanás. Nem Satanás tomou a forma de uma serpente. Também
a serpente não era um mero nome (Ap 12.9), nem um símbolo para cobiça, para
desejo sexual, nem para razão errante. Uma serpente real era o agente da
tentação, como é claro daquilo que é dito das características naturais da
serpente (Gn 3.1).
Satanás, usando a serpente, lança
primeiramente dúvida e a incerteza no coração de Eva. Ele conhece o valor da
Palavra de Deus e que se o homem a transgredir, torna-se indesculpável.
Em seguida, dentro da confusão que se
estabeleceu em seu coração Eva acrescenta algo à Palavra de Deus, mencionando a
proibição de tocar na árvore da ciência do bem e do mal, coisa que não consta
da ordem de Deus dada a Adão (veja Gn 2.16-17).
Por último, a serpente desafia a Palavra
do Criador e tenta desacreditá-la, afirmando: “Certamente não morrereis”,
quando Deus havia dito que morreriam (Gn 3.4; 2.17). Eva deixou entrar uma
dúvida quanto à Palavra de Deus e caiu na tentação de comer o fruto proibido.
Se Adão e Eva tivessem dado ouvido à
Palavra de Deus e levado a sério a consideração que Ele merece, não teria
provocado o caos espiritual. O uso da Palavra de Deus pela serpente poderia ter
sido também empregado, em contrapartida, como arma espiritual por Eva, mas ela
não o fez. Foi bem diferente o exemplo do último Adão (Jesus Cristo), quando o
diabo o tentou no deserto (Mt 4.1-8).
3. As três dimensões do pecado na raça humana.
Deus tinha dito que, no dia em que comessem do fruto proibido, morreriam. Alguns se confundem com esta promessa de julgamento. Embora o processo de morte física começasse naquele dia fatídico, eles não morreram fisicamente.
O maior obstáculo para a nossa vida espiritual é o desejo
carnal que existe em nós.
Em 1ª João 2.16, temos a lição que toda tentação do mundo
consiste em três pontos:
“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede de Deus, mas do mundo.
A. Os desejos da carne. O que satisfaz os apetites ou desejos
carnais.
B. Os desejos dos olhos. O que satisfaz à vista. No materialismo
avarento e transitório.
D. A soberba da vida. O que satisfaz o orgulho próprio.
Na tentação da mulher, o tentador empregou todas as formas de
tentação.
“Vendo a mulher
que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para
dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele
comeu” (Gn 3.6).
4.1. No Corpo. “... a concupiscência da carne...”.
“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.
Corrompida pela serpente a mulher começou a ver a árvore de
outra forma. A primeira coisa que saltou aos seus olhos foi que ela era boa
para se comer. Expressando o desejo da carne que estava amortecida em sua vida.
Até então, Adão e Eva viviam em plena liberdade física e espiritual.
Vendo a Mulher: Sobre o olhar da mulher, Calvino diz: Este
olhar impuro de Eva, contaminados com o veneno da concupiscência, tanto era o
mensageiro e o testemunho de um coração impuro. Ela podia anteriormente olhar a
árvore com tal sinceridade, e nenhum desejo de comer afetou sua mente, pois a
fé que tinha na Palavra de Deus foi o melhor guardião do seu coração, e de
todos os seus sentidos. Mas agora, depois que o coração tinha diminuído a fé e
a obediência à Palavra, ela corrompeu a si mesmo e todos os seus sentidos.
4.2. Na alma. “... a concupiscência dos olhos...”. “...
agradável aos olhos...”.
Dos órgãos dos sentidos no corpo humano - visão, audição,
paladar, tato e olfato, os olhos são os mais importantes, porque potencializam
todos os outros. Com a visão de um prato bem ornamentado e bonito, o órgão da
degustação é ativado e aguçado, enchemos a boca de saliva, nos preparando para
saborear uma comida de bom paladar.
“Deleite para os olhos.” Este é
paralelo com “a concupiscência dos olhos”: o desejo de ter algo além da vontade
de Deus (isto é, possuir o belo fruto). “Parece bom.” O poder da visão tem uma
incrível capacidade de estimular o desejo de pecado. Os olhos são importantes
para as nossas vidas, mas, tornam-se um grande perigo para nossa vida
espiritual. Eles podem liberar o dragão carnal. Eles influenciam e liberam a
nossa imaginação.
O que levou Davi
ao pecado foi a concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da
carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando olhou para a beleza
da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e
sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela
viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério (2º Sm 11.1-5).
4.3. No espírito. “... e a soberba da vida...”. “... e
árvore desejável para dar entendimento...”.
A busca pelo entendimento, pelo conhecimento do bem e do mal,
era o objetivo da mulher estimulada pela serpente. Influenciada pelo inimigo,
desabrochou a sua soberba desmesurada, “como Deus sereis”. Achava que poderia
ser como Deus, conhecendo todos os Seus segredos. Todos os Seus mistérios.
Alcançando a plenitude da sabedoria imensurável do Senhor.
Este terceiro é o intelectual. “Desejável para dar entendimento”. Este é paralelo com “a soberba
da vida”: o desejo de ser algo além da vontade de Deus (isto é, tão sábio
quanto Deus). “Isso vai me fazer melhor.” “Eu preciso de algo que eu não tenho
que ser feliz”.
IV. O LIVRE ARBÍTRIO
Desde aquele dia, muitas pessoas têm citado a história do pecado do primeiro casal como prova de alguma injustiça por parte de Deus. Acham injusto Deus criar o homem e permitir uma tentação, sabendo que as consequências seriam tão graves. Ironicamente, as mesmas pessoas que assim julgam Deus desejam exercer exatamente o mesmo privilégio que levou à queda no Éden: a capacidade de escolher e tomar suas próprias decisões. Deus poderia ter criado os homens como uma raça de robôs, mas não o fez. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, como seres inteligentes e capazes de amar. Se tivesse feito pessoas incapazes de escolher, não teriam condições de amar. Mas uma vez que Deus deu aos seres humanos o direito de escolher, ele admitiu a possibilidade de decidirem não amar. Por isso, por querer criaturas que amariam a ele voluntariamente ou não; Deus deixou que decidissem. Poderiam amar, fazendo a vontade dele, ou odiar, sendo rebeldes e desobedientes.
O livre-arbítrio após a Queda. Mesmo após Adão ter pecado e se tornado espiritualmente “morto” 23 (Gn 2.17; cf. Ef 2.1) e pecador “por natureza” (Ef 2.3), ele não era depravado completamente, a ponto de não poder ouvir a voz de Deus ou de dar uma resposta livre. Porque “o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: ‘Onde está você?’ E ele respondeu: ‘Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi’” (Gn 3.9-10). A imagem de Deus em Adão foi manchada pela queda, mas não apagada. Foi desfigurada, mas não destruída. Em outras palavras, a imagem de Deus (que inclui o livre-arbítrio) ainda está nos seres humanos após a queda. Essa e a razão de o assassínio (Gn 9.6) e mesmo a maldição (Tg 3.9) de outras pessoas serem considerados pecados: “Porque a imagem de Deus foi o homem criado” (Gn 9.6).
V. ADÃO E EVA E AS ROUPAS DA SALVAÇÃO
Adão e Eva foram criados inocentes e santos. Agora,
tiveram um senso de vergonha, degradação e poluição. Perda da inocência
“abriram-se então, os olhos de ambos” (Gn 3.7). A inocência não pressupõe a
ausência do conhecimento intelectual do mal. Tal conhecimento inclusive é
benéfico e necessário para nós entendermos a natureza do mal. Inocência, porém,
quer dizer a ausência do “conhecimento experimental” do mal. Havia algo para
esconder. Estavam nus e não podiam aparecer diante de Deus na sua condição
caída. Foi este sendo de impropriedade que os levou a fazerem para si
vestimentas de folhas de figueira.
“O Senhor Deus fez roupas de pele e com
elas vestiu Adão e sua mulher” (Gn 3.21).
A tentativa feita pelo homem de cobrir-se
com folhas, era tão inadequada como o desejo de desculpar-se pelo pecado. As
folhas de figueiras de nada serviram para cobrir a nudez do casal. Elas
simbolizam o esforço das religiões e das boas obras em favor da salvação do
homem, sem levar em conta a justiça de Cristo. Batismo, educação, filosofia,
dízimos, crisma, etc.... nada disto repara a terrível queda do gênero humano.
Somente a graça de Deus, mediante a morte expiatória de Seu Filho Jesus Cristo,
pode salvar o homem que, pela fé, volta-se para Ele (Ef 2.8-9), pois “sem
derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22).
A provisão de
Deus, fazendo-lhes vestimentas de peles, é o primeiro vestígio da exigência
divina de uma vítima sacrificial que oferece uma cobertura (propiciação: heb. caphar)
capaz de promover a reconciliação.
VI. O JUÍZO DE DEUS
Satanás enganou, mentiu e prometeu o que nem ele mesmo possuía. O juízo de Deus, portanto, não tardaria a vir sobre a serpente, sobre a mulher e sobre o homem.
1. Sobre a serpente. Devido à sua natureza, a serpente é um tipo perfeito de Satanás: esperta, sagaz e oportunista (Ef 6.11). Agora, ela seria obrigada a comer pó (Gn 3.14). Mesmo no Milênio, quando a natureza dos animais for restaurada, ela não será redimida de sua degradação (Is 65.25).
A promessa da redenção. Em seguida,
Deus decreta a inimizade entre a serpente e a mulher, como também a promessa da
redenção: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
Apesar da Queda, Eva seria auxiliar de Deus. Veja suas declarações ao dar à luz
Caim e Sete (Gn 4.1,25). Séculos mais tarde, Maria haveria de enaltecer o
Eterno de Israel por ter sido escolhida como a mãe do Salvador do mundo (Lc
1.46-56).
2. Sobre a mulher. A fim de punir a desobediência de Eva, o Senhor torna-lhe a maternidade estressante e mui dolorosa. Não bastasse, sujeita a mulher ao governo do homem: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16; Ef 5.22,23).
Apesar da
Queda, não são poucas as filhas de Eva elogiadas por sua incomum virtude e
cooperação no Reino de Deus (Pv 31.10-30; 2ª Jo 1-13). Sara, Débora, Ester,
Maria e Priscila são apenas alguns desses belos exemplos.
3. Sobre o homem. Deus denuncia Adão como o responsável pela queda da humanidade. Conforme escreve o apóstolo Paulo, o pecado entrou no mundo não por uma mulher, nem pelo Diabo, mas por intermédio de um homem (Rm 5.12). Por isso, o juízo divino recai com mais dureza sobre o nosso primeiro genitor. E, por causa dele, a Terra faz-se maldita. Por causa de sua desobediência a Deus, os dias de Adão e de seus descendentes seriam mais trabalhosos. Seu sustento seria obtido com um trabalho mais árduo, e teria de conviver com adversidades, e com o fim de sua própria existência: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3.19). Adão viu, a duras penas, o preço de se desobedecer a Deus e à sua Palavra
4. A expulsão do Éden (Gn 3.23). Na verdade foi por misericórdia que Deus expulsou Adão e Eva do Éden e proibiu sua aproximação da árvore da vida, pois se tivessem comido dessa árvore amargariam uma existência eterna no triste estado em que se encontravam.
Embora o ato
de expulsar o casal pecador do Jardim tenha significado um forte e doloroso
juízo divino sobre Adão e Eva, na verdade ele também ressalva um ato de
misericórdia e graça do Criador.
VII. O PECADO E SUA CONSEQUENTE MALDIÇÃO CAUSARAM
1. Conhecimento do mal. Antes da queda o homem tinha capacidade
para pecar, porém desconhecia os efeitos do pecado. E ao pecar ele adquiriu
esse conhecimento, por isso foi lhe proibido comer do fruto da árvore da vida
(Gn 3.22).
2. Quebra
da comunhão com Deus e expulsão da sua presença (Gn 3.23-24; Is 59.1,2).
Quebrantando a lei de Deus o homem sentiu-se envergonhado em sua presença. Essa
vergonha era o resultado da transgressão cometida.
3. Morreu espiritualmente. O espírito humano é vivificado pela
vida que Cristo lhe comunica (Rm 8.9-16).
4. A perversão da natureza moral. No lugar da pureza de coração e da perfeição moral que
caracterizavam o homem no Éden, veio o pecado e a perversão moral.
5. Doenças e enfermidades. O corpo ficou
sujeito as enfermidades que no fim resultaria na morte física e consequente
corrupção (Gn 3.16-19).
6. A morte, geralmente precedida das mais
variadas enfermidades sobre o homem (Gn 3.19 e 19; Rm 5.12).
1.7. Escravo do pecado e de Satanás. Rejeitando a Palavra de
Deus e aceitando a palavra do inimigo, o homem tornou-se seu escravo. A
regência do mundo passou das mãos do homem para as mãos de Satanás (2ª Pd
2.19).
1.8. O
pecado é hereditário. O pecado foi disseminado nas formas mais diversas,
infames e vis (Rm 1.18-32).
1.9. O
pecado leva o homem ao inferno (Rm 3.23; Gl 5.19-21; Mt 7.23; Ap 21.8).
O homem ao pecar fica
separado de Deus e debaixo da maldição (e juízo receberá o castigo). A Bíblia
descreve dois efeitos do pecado sobre o culpado; primeiro, é seguido por
consequências desastrosas para sua alma; segundo, trará da parte de Deus o
decreto da condenação eterna.
Antes da queda, Deus e Adão estiveram em comunhão
um com o outro; depois da queda, essa comunhão foi quebrada ou interrompida (Gn
3.8-9). Eles haviam desobedecido ao comando explícito de Deus para não comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal, e foram culpados de um crime. Eles
sabiam que haviam perdido sua posição diante de Deus e que se achavam sob
condenação. Então, em vez de buscar a comunhão com Deus, tentaram fugir dele,
com vergonha (Gn 3.7-10), remorso e medo (Gn 3.10) e culpa, sentimento que
nunca experimentaram antes.
Sua consciência não lhes permitiu descanso, então
tentaram transferir a responsabilidade. Adão disse que Eva, a mulher que tu me
deste, o levou a pecar (Gn 3.12). Eva acusou a serpente (Gn 3.13). Eram
culpados, mas tentaram passar a responsabilidade para outros.
VIII. CONSEQUENCIA DA QUEDA DO HOMEM
A Bíblia nos ensina que Adão introduziu no mundo o pecado e transmitiu a natureza pecaminosa ao gênero humano, de sorte que todos que chagam a idade de fazer a sua escolha, inevitavelmente escolhem o pecado que conduz à morte.
A sentença bíblica é sem
apelação. No Antigo Testamento diz que a alma que pecar morrerá (Ez 18.4). O
salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Por isso, a morte foi uma consequência
direta do pecado de nossos primeiro pais (Gn 2.17).
A palavra morte do grego é (thonotos) que se refere à morte física (separação do corpo da alma (Hb 9.27; Hb 7.13), ou a morte espiritual (separação do homem de Deus; Jo 5.24; Ef 2.1; 1ª Tm 5.6), ou as duas juntas (conforme romanos 5.12). A segunda morte ou morte eterna, que é a separação e condenação eterna sem Deus (Ap 21.8; Jo 5.28-29).
1. A morte espiritual.
1.1. A morte espiritual é a separação
entre a alma e Deus. O pecado separa o homem de Deus; como consequência do
pecado, o homem morreu espiritualmente (Ef 2.1-5). A morte espiritual significa
culpa e também corrupção. O castigo anunciado no Éden, que recaiu sobre a raça,
é primariamente esta morte espiritual (Gn 2.17; Rm 5.21). Por ela, o homem
perdeu a presença, a comunhão intima e o desejo por Deus. Por estar morto
espiritualmente falando, o homem precisa ser revivido dos mortos (Lc 15.32;
105.24; 8.51).
1.2. Foram arruinados moralmente. Deus havia dito a
Adão sobre o fruto proibido: “no dia que dele comerdes, certamente morrerás”
(Gn 2.17; Rm 6.23). Esta morte, em primeiro lugar, é morte espiritual ou uma
separação da pessoa de Deus; ela aconteceu no momento em que pecaram. Isto
implica também que se tornaram depravados. A palavra depravados do latim “pravus”,
significa torto e literalmente “depravatus” que quer dizer muito
torto. Pelo pecado de Adão toda a humanidade ficou sob o domínio de Satanás.
Se o corpo se torna depravado, a mente, então,
provavelmente vai ser afetada. O intelecto pode ficar desorientado
involuntariamente, por causa da deterioração do corpo físico. Porém, os membros
corpóreos se tornam servos da injustiça. O que não pode ser literalmente não
santo, pode ser usado de uma forma não santa.
Quanto as emoções, os desejos, apetites e paixões,
podem cair em desordem e anomalia involuntária. A humanidade, certamente, está
depravada fisicamente. Não existe saúde perfeita do corpo entre todos os seres
humanos que vivem neste mundo. Podemos dizer também que os apetites, as paixões
e as tendências do homem estão num estado de desenvolvimento doentio.
Só existe uma maneira do homem se tornar puro e buscar a comunhão e a vida eterna com Deus que é através de Seu Filho Jesus Cristo.
2 A morte física.
De acordo com as Sagradas Escrituras, a
morte física é o término da vida física pela separação de corpo e espírito.
Isto não significa aniquilação. A morte física não é uma cessação da
existência, mas, um rompimento das relações naturais da vida. É impossível
dizer exatamente o que é a morte em sua essência. A Bíblia a descreve como
“dormir” (Dt 31.16; Jo 11.11); deixar este tabernáculo (2ª Pe 1.14); descer ao
silêncio (Sl 115.17); expirar (At 5.10); tornar ao pó (Gn 3.19) e partir (Fp
1.23). Convém notar que a morte física, para o crente, deixa de ser uma pena ou
castigo, como acontece com o descrente. Para o incrédulo não só indica
separação entre o corpo e alma, entre o indivíduo e tudo quanto lhe é querido
na terra; mas, sobretudo, significa a separação eterna dele e Deus. Pois,
sobrevindo-lhe a morte física, esta sela o seu destino eterno. Do ponto de
vista bíblico tanto a morte física, como a morte eterna, é o resultado do
pecado (Rm 5.12; 6.23).
Quando Deus disse: “certamente morrerás”
para a desobediência do homem, ele também incluiu o corpo. A morte física é a
separação entre a alma e o corpo. Devido ao pecado, veio a morte física. As
Sagradas Escrituras nos mostram a morte física como parte do castigo do pecado.
“O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Este é o ensino de Gn 3.19; Nm
16.29; 27.3. Este ensino é também encontrado no Novo Testamento (Rm 5.12-21;
6.9-10; 8.3, 10,11; 1ª Co 15.12-23).
Não somente o pecado entrou no mundo, mas
“pelo pecado a morte”. O pecado paga aos seus servos; “o salário é a morte”.
Também que “o aguilhão da morte é o pecado” (1ª Co 15.5-6), ou “é o pecado que
dá a morte o seu aguilhão”. O pecado em geral produz a morte (Tg 1.15; Rm 6.16;
Tg 5.10).
Deus falou com Adão em Gn 2.17 “no dia em
que dela comeres, certamente morrerás” e em Gênesis 3.19 disse Deus: “No suor
do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado;
porque tu és pó e ao pó tornarás”.
A morte é o efeito ou consequência do
pecado: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram” (Rm 5.12).
“Pois todos pecaram e carecem
da glória de Deus” (Rm 3.23). A razão porque a morte passou a todos os homens é
porque todos pecaram. A morte passou a todos os homens, por um homem, no qual
todos pecaram. Pela ofensa de Adão veio o julgamento para todos os homens.
Imediatamente depois da transgressão Deus
disse a Adão: “tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19). O primeiro casal perdeu o
privilégio da imunidade à morte física. Embora eles não morressem no momento em
que comeram o fruto proibido, seus corpos ficaram sujeitos a mortalidade (Gn
3.16-19).
Em Gênesis 3.22-24, diz que o casal foi
expulso do jardim para não comerem da árvore da vida, porque Deus não quis que
os corpos caídos e depravados tivessem imortalidade, que teriam sido uma
penalidade mais rubra e mais profunda. A morte física foi uma penalidade do
pecado.
“Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Se pela desobediência de um homem veio a morte, mas pela a obediência de um só, muitos se tornaram justo (gr. dikaiosune). Como resultado do ato de desobediência de Adão, muitos se tornaram pecadores; da mesma forma como resultado do ato de obediência de Cristo, muitos se tornarão justos. Entretanto, para o cristão a morte física não é mais um castigo, pois, Cristo sofreu a morte como castigo do pecado. Para o crente, ela se torna como um sono para o corpo, e como um portal para a alma, através do qual ele entra em plena comunhão com seu Senhor (2ª Co 5.8; Fp 1.21-23; 1ª Ts 4.13-14). Uma outra tradução diz: “Pois assim, como por causa da sua relação com Adão todos os homens morrem, assim também por causa da sua relação com Cristo eles serão trazidos a vida novamente”. Falaremos da morte vicária de Cristo e da vida eterna com Cristo mais tarde.
3.
A
morte eterna.
Quando a Bíblia diz: “A alma
que pecar, essa morrerá” (Ez 18:20). A consequência do pecado leva a morte física
e espiritual. Neste caso a Bíblia refere-se a separação eterna de Deus, ou
seja, a condenação eterna pelos atos praticados contra Deus. “E irão estes para
o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (25.46).
A palavra grega para “eterna”
é “aionios”
que quer dizer: sem começo e nem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será,
nunca termina, eterno. Por outro lado quando a Bíblia fala da vida como
recompensa pela justiça, isso significa mais do que existência, pois os
pecadores existem no inferno.
“Vida” significa viver em comunhão
com Deus e no seu favor - comunhão que a morte não pode interromper ou destruir
(Jo 11.25-26). É uma vida que proporciona união consciente com Deus, a fonte da
vida.
“E a vida eterna é esta: que
te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”
(Jo 17.3). A vida eterna é uma existência perfeita; a morte eterna é uma
existência má, miserável e desgraçada.
A morte eterna é simplesmente o auge, o
cume e a consumação da morte espiritual. É a separação eterna entre a alma e
Deus, juntamente com o remorso, isto é, a inquietação da consciência por culpa
ou crime que se cometeu e castigo eterno (Mt 10.8; 25.1; 2ª Ts 1.9; Ap
14.10-11). O peso total da ira de Deus desce sobre os condenados, isto significa
morte no sentido mais terrível da palavra. O homem tem sempre diante de si dois
caminhos a escolher: o do bem e o do mal. Tem sempre duas vontades: a própria e
a de Deus. Adão escolheu a vontade própria, em vez de escolher a de Deus. Ele
fez uma escolha egoísta, em vez de uma escolha altruísta. Escolheu a morte, em
vez da vida. Tudo quanto aconteceu a ele próprio e à raça humana são
consequências justíssimas da decisão que Adão tomou no Éden. Nenhuma pessoa
pode escolher o caminho do egoísmo, e queixar-se depois com os resultados.
Ninguém pode escolher a morte e queixar-se quando ela chegar. Não pode escolher
o caminho da perdição eterna e queixar-se por não chegar ao céu (Dt 30.11-20;
Jr 21.8; Mt 7.13-29).
IX. A UNIVERSALIDADE DO PECADO
O Efeito da queda arraigou-se
tão profundamente na natureza humana que Adão, como pai da raça, transmitiu aos
seus descendentes a tendência ou a inclinação para pecar (Sl 51.5).
Esse impedimento espiritual e
moral o qual os homens nascem é conhecido como pecado original.
Os atos pecaminosos que se
seguem durante a idade da plena responsabilidade do homem são conhecidos como
pecado atual. Cristo, o segundo Adão, veio ao mundo resgatar-nos de todos os
efeitos da queda (Rm 5.12-21).
Ainda que Adão tivesse se
reconciliado mais tarde com Deus, a morte física continuaria de acordo com o
decreto estabelecido pelo Criador.
“Mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás” (Gn 2.17).
“Porque Deus sabe que no dia
em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores
do bem e do mal” (Gn 3.5).
Somente um ato de redenção e
de recriação o homem teria outra vez o direito a árvore da vida que está no
meio do paraíso de Deus. Por meio de Cristo a justiça é restaurada a alma, a
qual a ressurreição, é reunida a um corpo glorificado:
“Porque, assim como, em Adão,
todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1ª Co 15.22).
Este versículo diz noutras
palavras, o seguinte: “Assim como Adão trouxe a possibilidade de morte para
todos, assim Jesus trouxe também a possibilidade da vida para todos”. É
evidente que cada indivíduo tem que tomar a decisão de aceitar ou rejeitar a
Cristo e a vida eterna; e igualmente tem que tomar a decisão de seguir o pecado
e a consequência morte espiritual. Por isso Paulo escreve na epístola aos
romanos dizendo:
“Portanto, assim como por um
só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Assim, o pecador já estava morto em ofensa e pecados e no momento da morte física ele entra no mundo invisível na mesma condição. Então no grande julgamento o Juiz pronunciará a sentença da segunda morte, que envolve “indignação e ira, tribulação e angustia” (Rm 2.7-12).
2. A culpa Universal.
Salomão o homem mais sábio
que já existiu, observou que não havia homem algum que não necessitasse de
salvação: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Ec
7.20). Paulo na carta aos romanos compartilha dizendo: “Como está escrito: Não
há justo, nem um sequer” (Rm 3.10).
Muitos chamam a si mesmo
justos, simplesmente porque vivem uma vida melhor, mais aceitável do que
outros. Porém trata-se de uma comparação baseada no padrão humano de
julgamento. Devemos compreender que Deus não nos avalia comparando com o nosso
próximo, mas pelo seu padrão de justiça:
“Mas todos nós somos como o
imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos
como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6).
“Pois todos pecaram e carecem
da glória de Deus” (Rm 3.23). A razão porque a morte passou a todos os homens é
porque todos pecaram. A morte passou a todos os homens, por um homem, no qual
todos pecaram. “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita
bem nenhum, pois o querer o bem estar em mim; não, porém, o efetuá-lo” (Rm
7.18).
“Eu nasci na iniquidade, e em
pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Este texto porém, carece de uma boa
interpretação para não criarmos uma “heresia”. Uma ala cristã usa este texto
para afirmar que as crianças já nascem em pecados e precisam ser batizadas para
purificação. Porém, não se pode criar uma doutrina com base em apenas um texto
isolado. Primeiro porque o livro dos Salmos é um livro de cânticos e não de
doutrinas. Devemos notar que o salmista escreveu em uma linguagem poética.
Segundo Davi, ele emprega a primeira pessoa “eu nasci”, isto é a ele e não aos
outros.
Se tomarmos este texto
literalmente, estaremos falando de bebês desencaminhados, pecaminosos, que não
sabem falar. Nenhum bebezinho fala ao nascer, pois são inocentes.
Davi está dizendo que depois
que nascem, as pessoas se inclinam para a direção errada. Nós sabemos que isto
é verdade. O homem nasce em um corpo sujeito ao pecado, e esta natureza
pecaminosa é uma herança que todo o homem recebe através de Adão. O pecado de
Adão introduziu a morte no mundo e implantou no homem uma natureza pecaminosa,
colocando assim toda a criação sob o julgamento de Deus.
Não nascemos
já pecaminosos, nem culpados. A existência de culpa implica em escolha moral. A
culpa significa que agimos erradamente com base em nosso direito de escolha,
com base em nossa responsabilidade. Uma criancinha não nasce em pecado, só
haverá na criança a qualidade moral, depois que ela aprender a distinguir entre
o certo e o errado. Lembramos que o texto de Dt 1.39 ensina que as criancinhas
não possuem conhecimento de bem e do mal. Como elas não sabem a diferença entre
um e outro não podem ser responsabilizadas.
Se uma
criancinha fosse um pecador e se o batismo purifica alguém, certamente Jesus
teria deixado esta doutrina. Portanto nos Seus ensinos Ele diz:
“Ouves o que
estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de
pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor” (Mt 21.16). “Então, lhe
trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os
repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a
mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus” (Mc
10.13-14).
Na Bíblia Deus tem revelado
seu padrão, na Lei, para vivermos uma vida justa; porém, homem algum foi capaz
de alcançá-lo perfeitamente. O padrão de vida, exposto por Deus, nunca foi
destinado a ser o caminho da salvação para ninguém; nem nos tempos do Antigo
Testamento, nem nos dias de hoje.
Teoricamente, uma pessoa
poderia obter salvação através da sua perfeita obediência à Lei durante a sua
vida, porém ninguém exceto Cristo foi capaz de guardar toda a lei. Podemos
compreender com mais clareza o propósito de Deus em dar a lei, se pensarmos
nela como se fosse um espelho. Um espelho pode refletir um rosto sujo, mas não
pode limpa-lo. Igualmente, a lei pode mostrar ao homem quão pecaminoso ele é,
mas não pode salva-lo do seu pecado:
“E é evidente que, pela lei,
ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé” (Gl 3.11).
A lei simplesmente mostra a incapacidade do homem salvar a si mesmo, uma vez
que ele é incapaz de guardá-la.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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