Gênesis
1.1-2
“No princípio criou Deus o céu e a terra. 2- E a terra era sem forma e vazia; e
havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face
das águas.”
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis não é uma alegoria, por
isso, é imprescindível que consideremos a narrativa da criação um fato histórico;
algo que aconteceu exatamente como está escrito.
Tendo em vista este parâmetro, estudemos,
agora, a Doutrina da Criação. Comecemos por definir o Criacionismo Bíblico.
I. O
CRIACIONISMO BÍBLICO
1.
Definição.
O Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de Sua
Palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal, e
finalmente o ser humano: “Pela fé conhecemos que os mundos foram dispostos pela
Palavra de Deus, de modo que, do invisível teve origem o visível” (Hb 11,3).
2.
Fundamentos.
O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da
natureza e nas observações e estudos que dela fazemos: “Porque as suas coisas
invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas,
para que eles fiquem inescusáveis.” (Rm 1.20; outra ref. Sl 119.1-6).
3.
Objetivos.
Três são os objetivos do Criacionismo:
1) Mostrar que Deus é o Criador de todas
as coisas.
2) Demonstrar que, por criar tudo quanto
existe, tudo lhe pertence.
3) Levar-nos a adorá-lo como nosso Criador
e Senhor.
O criacionismo bíblico é a teoria que nos
ajuda a entender que Deus criou os céus e a Terra.
4. Os
dias da criação em Gênesis 1 São literais? Em Gênesis 1, a palavra hebraica
para dia é yom. A maior parte do uso
dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens
em que o sentido não é esse, o contexto deixa isso claro. Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é
usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do
ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que
essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no
contexto de yom ou não, elas sempre
têm o sentido literal de noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro
dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo
Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação aos corpos celestiais” [HAM,
Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p. 30].
II.
A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
Entre os versículos um e três do primeiro
capítulo de Gênesis há um intervalo indefinido, no qual Deus criou o tempo, o
espaço, os Céus e os anjos e, finalmente, a Terra ainda informe.
1. O
tempo.
Embora a Bíblia não o diga, podemos afirmar que a primeira coisa que Deus criou
foi o tempo. Isto porque a obra divina, embora concebida na eternidade, somente
poderia ser consumada no âmbito temporal. Só o Criador é eterno. A criação
acha-se sujeita ao tempo, requerendo as intervenções e cuidados divinos (Sl
104.5).
2. O
espaço.
O que é o espaço? Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus criou para
colocar os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
3.
Os Céus e os anjos.
Os Céus, a morada de Deus, também foram criados num contexto espaço-temporal,
por uma razão bastante simples: embora não pertençam à nossa dimensão, são um
lugar bem real. É para lá que as almas dos justos são encaminhadas.
Após a criação dos Céus, Deus chamou à
existência os seus anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o
Senhor neles infundiu, também, a sua imagem e semelhança.
4. A
Terra ainda informe.
Deus formou a Terra antes dos seis dias da criação. A princípio, informe e
vazia, seria modelada pelo Espírito de Deus até que viesse a adquirir a forma
atual (Gn 1.2).
5. O
significado da palavra or. “A palavra
hebraica para ‘luz’ é ‘or’, e
refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente,
Deus colocou ‘luminares’ (hb. ma'or,
literalmente ‘luzeiros’, v. 14 nos céus como geradores e refletores permanentes
das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais
demarcadores das estações, dias e anos (vs. 5-14)” [Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p. 30].
III.
A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O
Espírito Santo na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele
esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos
pelo relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas
ordenada, para que a vida fosse possível em nosso planeta.
2.
Tarefas ordenadas.
Em Sua obra a cada dia, Deus agiu de forma bem específica, organizando o
cenário em que seria colocada a vida em nosso planeta. Primeiro Ele preparou o
mundo para receber os seres vivos, depois os criou. O “El barra” (criador), Ele
primeiro criou o ambiente em que viveríamos, para depois nos criar.
3.
Deus Criador de todas as coisas. Infelizmente, muitos cristãos têm receio
de declarar que creem que Deus é o criador de todas as coisas. Deus é real e o
Criacionismo não é um mito, mas uma verdade. Quando se fala que Deus tudo
criou, algumas pessoas perguntam: “E quem criou Deus?”. O Todo-Poderoso não
teve um início, Ele é atemporal. A Bíblia também não tenta provar sua
existência, ela simplesmente inicia afirmando: “No princípio, [...] Deus...”.
As teorias que explicam a criação do homem e do universo, são apenas teorias,
ou seja, conhecimento especulativo.
“Hoje, muitos cristãos afirmam que os
milhões de anos de história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou o
processo evolucionário para criar. Essa ideia não é uma invenção recente. Há
mais de duzentos anos, muitos teólogos tentam essas harmonizações em resposta a
trabalhos como o de Charles Darwin e de Charles Lyell, escocês que ajudou a
popularizar a ideia de milhões de anos da história da Terra e de um moroso
processo geológico.
Quando consideramos a possibilidade de que
Deus usou o processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos,
confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais
competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado.
Já na época de Darwin, um dos principais
evolucionistas entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou
a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas implicações para a
história, então o homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer
aceitar” [HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011,
pp. 35-6].
IV.
A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E
houve luz.
A criação da luz, no primeiro dia do Universo, é carregada de significados (Gn
1.3). Embora o Criador dela não precisasse, a criação a reclamava: “Nem ainda
as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a
luz são para ti a mesma coisa” (Sl 139.12). Sem luz, a vida seria impossível.
2. A
luz inicial.
A luz de Gênesis 1.3 não era proveniente do Sol, pois este só viria a ser
criado no quarto dia. Ela provinha do próprio Deus. Luz semelhante, porém, mais
gloriosa, haverá na Jerusalém Celeste (Ap 22.5).
3. Deus
tinha razões específicas para criar o mundo. “Deus criou os céus e a terra como
manifestação da sua glória, majestade e poder. Ao olharmos a totalidade do
cosmo criado - desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da
natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus,
nosso Criador. Deus criou os céus e a Terra para receber a glória e a honra que
lhe são devidas. Todos os elementos da natureza rendem louvores ao Deus que nos
criou. Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres
humanos. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos
para a humanidade fossem cumpridos” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
1991, p. 31].
V. A
SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1.
Separando as águas.
Deus não criou a Terra para ser um caos, mas para servir-nos de habitação (Is
45.18). Por isso, no terceiro dia da Criação, separou as águas que se achavam
abaixo e acima do firmamento (Gn 1.6-10).
2. A
criação da atmosfera. Foi ainda no terceiro dia que Deus criou o firmamento; e,
com este, a atmosfera terrestre, para que a vida se tornasse possível.
Deus criou e fez separação das águas que
se achavam abaixo e acima do firmamento.
VI.
A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O
reino vegetal.
Para que os animais, que só seriam criados no quinto e no sexto dias, pudessem
se alimentar, o Senhor, já no terceiro dia da criação, fez brotar as relvas, as
ervas e as árvores (Gn 1.11-13). Em sua obra, Deus mostrou-se em tudo perfeito
e metódico. Seu cronograma foi rigorosamente cumprido (Sl 86.8).
2.
As possibilidades do reino vegetal. Deus ordenou que o reino vegetal
produzisse ervas, plantas e árvores frutíferas, para que pudessem se
multiplicar segundo a sua espécie (Gn 1.11,12).
VII.
A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
1. A
criação do Sol, da Lua e das estrelas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e
as estrelas (Gn 1.14-19). Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia
e noite, como acontecia até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses,
estações e anos (Gn 1.14).
2. A
perfeição do sistema solar. Deus criou o sistema solar para funcionar
perfeitamente, conforme declarou o profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que
dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da
noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu
nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também
a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr
31.35,36 - ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema solar (Is 40.26).
VIII.
A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
Somente depois de o ambiente natural estar
devidamente aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais
aquáticos, alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos.
1.
Quinto dia.
No quinto dia, Deus criou os grandes animais marinhos e os peixes; em seguida,
as aves (Gn 1.20,21). Ato contínuo, ordenou-lhes: “Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na
terra” (Gn 1.22).
2.
Sexto dia.
No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25). No
que tange aos animais, há uma espantosa variedade de espécies entre eles e, ao
mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que os identifica (Sl 104.24). Observemos,
por exemplo, a família dos felinos. Vai desde o gatinho até ao leão, rei dos
animais. No sexto dia, Deus criou também o homem, e assim deu início à
humanidade.
CONCLUSÃO.
Deus não se limitou a criar os Céus, a
Terra, os animais e o ser humano. Fazendo-se presente em sua obra, mas sem
confundir-se com esta, Ele se mostra presente e soberano em todas as coisas.
Não estamos sozinhos neste mundo. O Pai Celeste zela por nós.
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