TEOLOGIA EM FOCO: OS ATRIBUTOS DO SER HUMANO

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

OS ATRIBUTOS DO SER HUMANO



LEITURA BÍBLICA
Romanos 12.1-10
1- Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2- E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 3- Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4- Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, 5- assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. 6- De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; 7- se é ministério, seja em ministrasse é ensinar, haja dedicação ao ensino; 8- ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. 9- O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. 10- Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, estudaremos os principais atributos do ser humano: espiritualidade, racionalidade, sociabilidade, liberdade e criatividade. Veremos que o homem, apesar da queda, continua a executar a missão que Deus lhe entregou no Éden. A desobediência humana não frustrou os planos divinos.

Se Deus assim nos dotou, usemos cada um de nossos atributos para glorificá-lo. No aperfeiçoamento destes, leiamos a Bíblia, oremos, vigiemos noite e dia, evangelizemos e exerçamos o amor cristão. Em suma, portemo-nos de tal forma, para que o Pai Celeste seja exaltado, eternamente, através de nossas qualidades espirituais, psicológicas e físicas.

Que o Espírito Santo nos abra o entendimento e leve-nos a conhecer as demandas e as reivindicações da Palavra de Deus.

I. A ESPIRITUALIDADE HUMANA

Neste tópico, aprenderemos que o homem é, também, um ser espiritual. Vejamos, pois, a origem de nosso espírito, seu anseio natural por Deus e como ele pode ser revivificado.

1. A origem divina de nosso espírito.
Após formar Adão do pó da terra, o Senhor Deus soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida (Gn 2.7). A partir daquele momento, o homem passou a ser alma vivente.

2. O anseio natural do espírito humano.
Sendo proveniente de Deus, o espírito humano anseia pelo Pai Celeste, conforme Paulo muito bem acentuou aos atenienses (At 17.21,22). Já o salmista confessou que a sua alma suspirava por Deus (Sl 42.1). Infelizmente, não são poucos os que, devido a uma vida ímpia e blasfema, sufocam o seu anseio pelo Criador.

3 A revivificação do espirito humano.
Através de sua morte redentora, Jesus Cristo vivifica o homem que jaz morto espiritualmente (Ef 2.1; Cl 2.13). Só Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11.25).

II. A RACIONALIDADE HUMANA
Tenhamos em mente esta proposição: Deus é um ser racional. Logo, há perfeita harmonia entre a genuína razão e a fé bíblica. Por isso mesmo, Ele requer, de cada um de nós, um culto racional.

1. Deus é um ser racional.
Certa vez, o Senhor desafiou o povo de Judá, que caíra na apostasia, a argumentar acerca do verdadeiro caminho (Is 1.18-20). Portanto, Ele requer de seus servos uma postura racional, porquanto dotou-nos de razão. Não temos uma natureza animal e bruta, mas racional e inteligente (Sl 32.9).

2. A harmonia entre racionalidade e espiritualidade.
A verdadeira espiritualidade manifesta-se de maneira racional, pois o nosso Deus é um ser racional. Ele não é de confusão (1ª Co 14.33). Para que o agrademos, o Espírito Santo nos desenvolve a inteligência espiritual (Cl 1.9).

3. O culto racional agrada a Deus.
Posto que Deus é um ser racional, devemos cultuá-lo racionalmente (Rm 12.1). Isso significa, antes de tudo, que a nossa adoração a Deus tem de ser perfeitamente entendida, explicada e praticada (Êx 12.26; 1ª Pe 3.15). Doutra forma, não terá valor algum (Jo 4.22). Aliás, o culto cristão é o mais racional de todos, apesar de parecer, para os incrédulos, escândalo e loucura (1ª Co 1.18,24).

III. A SOCIABILIDADE HUMANA
Deus nos criou sociáveis; a solidão é contrária à nossa natureza. Por isso, Deus instituiu a família e, só depois, o Estado.

1. A solidão é nociva ao ser humano.
No período da criação, a única coisa que Deus afirmou não ser boa foi a solidão (Gn 2.18). Por esse motivo, Deus fez a mulher para que o homem tivesse uma companhia idônea e sábia (Gn 2.21-25). Somente os que se insurgem contra a verdadeira sabedoria buscam viver isolada e solitariamente (Pv 18.1).

2. A família é a origem da sociedade humana.
A família é mais importante que a sociedade e mais imprescindível que o Estado, pois ambos dependem do lar doméstico. Salomão, um dos maiores estadistas de todos os tempos, escreveu dois salmos (127 e 128), exaltando o papel fundamental da família na sociedade e no Estado.

3. A Igreja de Cristo, a sociedade perfeita.
No Novo Testamento, a Igreja de Cristo é apresentada como a sociedade perfeita, porque nela todos formamos um único corpo (1ª Co 12.13). Essa união, impensável em termos sociológicos, é denominada o mistério de Deus pelo apóstolo Paulo (Ef 3.1-12).

IV. A LIBERDADE HUMANA
Deus concedeu-nos o livre-arbítrio, para que escolhêssemos entre o bem e o mal. Se, por um lado, temos a liberdade de agir, por outro, não podemos esquecer-nos da soberania divina.

1. O livre-arbítrio.
O livre-arbítrio pode ser definido como a capacidade humana de tomar livremente uma decisão. Tal atributo é observado em diversas passagens das Escrituras (Gn 13.9; Js 24.15; Hb 4.7).

2. O ato de decidir.
Segundo a Bíblia, o ato de decidir entre o bem e o mal, entre Deus e os ídolos e entre aceitar Jesus e recusá-lo, é um direito que o Todo-Poderoso nos concedeu (Gn 2.9; 1º Rs 18.21; Mc 16.15,16).

3. A soberania divina.
Já que Deus concedeu-nos o direito de escolha, ajamos com responsabilidade e discernimento, porque todos seremos responsabilizados por nossas escolhas (Ec 11.9; Rm 14.12). Portanto, o livre-arbítrio humano e a soberania divina não são excludentes; são perfeitamente harmônicos.

V. A CRIATIVIDADE HUMANA E O TRABALHO
O trabalho não é consequência do pecado, mas uma bênção na vida do homem. Neste tópico, veremos que, através do trabalho, o ser humano transforma e preserva a terra.

1. A dignidade do trabalho.
Deus criou o homem para trabalhar a terra, ará-la e transformá-la, a fim de torná-la habitável (Gn 1.26; 2.15). Por conseguinte, o trabalho não é um castigo devido ao pecado de Adão, mas uma bênção a todos os seus descendentes. A queda apenas tornou as atividades laborais mais árduas e estressantes (Gn 3.17-19).

2. A criatividade humana.
Os descendentes de Adão, trabalhando metodicamente, desenvolveram em pouco tempo as mais variadas técnicas (Gn 4.2,3,20-22). Rapidamente, evoluíram. Na terceira geração, já dominavam a agricultura, a pecuária, a metalurgia e a arte musical.

A partir da torre de Babel, o homem já dava mostras de ter condições de dominar todo o planeta, em virtude de sua criatividade (Gn 11.6). Todavia, jamais poderemos ultrapassar os limites que o Senhor nos estabeleceu.

CONCLUSÃO
Em seu discurso em Atenas, Paulo reconhece todos os atributos que o Criador concedeu ao ser humano. Apesar da queda, a humanidade vem evoluindo continuamente. Mas, em termos espirituais, o homem regride rumo ao abismo. Somente o Evangelho de Cristo é capaz de restaurar-nos plenamente. Por isso, o Senhor Jesus é o nosso Salvador pessoal. Sem Ele, a vida humana perde todo o sentido e o encanto.

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