LEITURA
BÍBLICA
Romanos
12.1-10
1- Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional. 2- E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 3- Porque, pela graça
que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém
saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu
a cada um. 4- Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos
os membros têm a mesma operação, 5- assim nós, que somos muitos, somos um só
corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. 6- De modo
que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja
ela segundo a medida da fé; 7- se é ministério, seja em ministrasse é ensinar,
haja dedicação ao ensino; 8- ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que
reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita
misericórdia, com alegria. 9- O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e
apegai-vos ao bem. 10- Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros.
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, estudaremos os principais
atributos do ser humano: espiritualidade, racionalidade, sociabilidade,
liberdade e criatividade. Veremos que o homem, apesar da queda, continua a
executar a missão que Deus lhe entregou no Éden. A desobediência humana não
frustrou os planos divinos.
Se Deus assim nos dotou, usemos cada um de
nossos atributos para glorificá-lo. No aperfeiçoamento destes, leiamos a
Bíblia, oremos, vigiemos noite e dia, evangelizemos e exerçamos o amor cristão.
Em suma, portemo-nos de tal forma, para que o Pai Celeste seja exaltado,
eternamente, através de nossas qualidades espirituais, psicológicas e físicas.
Que o Espírito Santo nos abra o
entendimento e leve-nos a conhecer as demandas e as reivindicações da Palavra
de Deus.
I. A
ESPIRITUALIDADE HUMANA
Neste tópico, aprenderemos que o homem é,
também, um ser espiritual. Vejamos, pois, a origem de nosso espírito, seu
anseio natural por Deus e como ele pode ser revivificado.
1. A
origem divina de nosso espírito.
Após formar Adão do pó da terra, o Senhor
Deus soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida (Gn 2.7). A partir daquele
momento, o homem passou a ser alma vivente.
2. O
anseio natural do espírito humano.
Sendo proveniente de Deus, o espírito
humano anseia pelo Pai Celeste, conforme Paulo muito bem acentuou aos
atenienses (At 17.21,22). Já o salmista confessou que a sua alma suspirava por
Deus (Sl 42.1). Infelizmente, não são poucos os que, devido a uma vida ímpia e
blasfema, sufocam o seu anseio pelo Criador.
3 A
revivificação do espirito humano.
Através de sua morte redentora, Jesus
Cristo vivifica o homem que jaz morto espiritualmente (Ef 2.1; Cl 2.13). Só Ele
é a ressurreição e a vida (Jo 11.25).
II.
A RACIONALIDADE HUMANA
Tenhamos em mente esta proposição: Deus é
um ser racional. Logo, há perfeita harmonia entre a genuína razão e a fé
bíblica. Por isso mesmo, Ele requer, de cada um de nós, um culto racional.
1.
Deus é um ser racional.
Certa vez, o Senhor desafiou o povo de
Judá, que caíra na apostasia, a argumentar acerca do verdadeiro caminho (Is
1.18-20). Portanto, Ele requer de seus servos uma postura racional, porquanto
dotou-nos de razão. Não temos uma natureza animal e bruta, mas racional e
inteligente (Sl 32.9).
2. A
harmonia entre racionalidade e espiritualidade.
A verdadeira espiritualidade manifesta-se
de maneira racional, pois o nosso Deus é um ser racional. Ele não é de confusão
(1ª Co 14.33). Para que o agrademos, o Espírito Santo nos desenvolve a
inteligência espiritual (Cl 1.9).
3. O
culto racional agrada a Deus.
Posto que Deus é um ser racional, devemos
cultuá-lo racionalmente (Rm 12.1). Isso significa, antes de tudo, que a nossa
adoração a Deus tem de ser perfeitamente entendida, explicada e praticada (Êx
12.26; 1ª Pe 3.15). Doutra forma, não terá valor algum (Jo 4.22). Aliás, o culto
cristão é o mais racional de todos, apesar de parecer, para os incrédulos,
escândalo e loucura (1ª Co 1.18,24).
III.
A SOCIABILIDADE HUMANA
Deus nos criou sociáveis; a solidão é
contrária à nossa natureza. Por isso, Deus instituiu a família e, só depois, o
Estado.
1. A
solidão é nociva ao ser humano.
No período da criação, a única coisa que
Deus afirmou não ser boa foi a solidão (Gn 2.18). Por esse motivo, Deus fez a
mulher para que o homem tivesse uma companhia idônea e sábia (Gn 2.21-25).
Somente os que se insurgem contra a verdadeira sabedoria buscam viver isolada e
solitariamente (Pv 18.1).
2. A
família é a origem da sociedade humana.
A família é mais importante que a
sociedade e mais imprescindível que o Estado, pois ambos dependem do lar
doméstico. Salomão, um dos maiores estadistas de todos os tempos, escreveu dois
salmos (127 e 128), exaltando o papel fundamental da família na sociedade e no
Estado.
3. A
Igreja de Cristo, a sociedade perfeita.
No Novo Testamento, a Igreja de Cristo é
apresentada como a sociedade perfeita, porque nela todos formamos um único
corpo (1ª Co 12.13). Essa união, impensável em termos sociológicos, é denominada
o mistério de Deus pelo apóstolo Paulo (Ef 3.1-12).
IV.
A LIBERDADE HUMANA
Deus concedeu-nos o livre-arbítrio, para
que escolhêssemos entre o bem e o mal. Se, por um lado, temos a liberdade de
agir, por outro, não podemos esquecer-nos da soberania divina.
1. O
livre-arbítrio.
O livre-arbítrio pode ser definido como a
capacidade humana de tomar livremente uma decisão. Tal atributo é observado em
diversas passagens das Escrituras (Gn 13.9; Js 24.15; Hb 4.7).
2. O
ato de decidir.
Segundo a Bíblia, o ato de decidir entre o
bem e o mal, entre Deus e os ídolos e entre aceitar Jesus e recusá-lo, é um
direito que o Todo-Poderoso nos concedeu (Gn 2.9; 1º Rs 18.21; Mc 16.15,16).
3. A
soberania divina.
Já que Deus concedeu-nos o direito de
escolha, ajamos com responsabilidade e discernimento, porque todos seremos
responsabilizados por nossas escolhas (Ec 11.9; Rm 14.12). Portanto, o
livre-arbítrio humano e a soberania divina não são excludentes; são
perfeitamente harmônicos.
V. A
CRIATIVIDADE HUMANA E O TRABALHO
O trabalho não é consequência do pecado,
mas uma bênção na vida do homem. Neste tópico, veremos que, através do
trabalho, o ser humano transforma e preserva a terra.
1. A
dignidade do trabalho.
Deus criou o homem para trabalhar a terra,
ará-la e transformá-la, a fim de torná-la habitável (Gn 1.26; 2.15). Por
conseguinte, o trabalho não é um castigo devido ao pecado de Adão, mas uma
bênção a todos os seus descendentes. A queda apenas tornou as atividades
laborais mais árduas e estressantes (Gn 3.17-19).
2. A
criatividade humana.
Os descendentes de Adão, trabalhando
metodicamente, desenvolveram em pouco tempo as mais variadas técnicas (Gn
4.2,3,20-22). Rapidamente, evoluíram. Na terceira geração, já dominavam a
agricultura, a pecuária, a metalurgia e a arte musical.
A partir da torre de Babel, o homem já
dava mostras de ter condições de dominar todo o planeta, em virtude de sua
criatividade (Gn 11.6). Todavia, jamais poderemos ultrapassar os limites que o
Senhor nos estabeleceu.
CONCLUSÃO
Em seu discurso em Atenas, Paulo reconhece
todos os atributos que o Criador concedeu ao ser humano. Apesar da queda, a
humanidade vem evoluindo continuamente. Mas, em termos espirituais, o homem
regride rumo ao abismo. Somente o Evangelho de Cristo é capaz de restaurar-nos
plenamente. Por isso, o Senhor Jesus é o nosso Salvador pessoal. Sem Ele, a
vida humana perde todo o sentido e o encanto.
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