TEOLOGIA EM FOCO: fevereiro 2020

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO



LEITURA BÍBLICA
Gênesis 11.1-9 “1 - E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.  2 - E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. 3 - E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal. 4 - E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 - Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6 - e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. 8 - Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9 - Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.

INTRODUÇÃO
Em Gênesis capítulo 11 o antagonismo entre o Reino de Deus e os reinos deste mundo está simbolizado.

E neste mesmo capítulo 11 de Gênesis a rebelião está concentrada numa cidade e na construção de uma torre, confrontando o plano de Deus de povoar abundantemente a Terra.

É a doutrina do globalismo na sua forma incipiente em três propostas falsas:

1. Falsa segurança – a torre alta para proteger-se, ainda com a lembrança do dilúvio na memória;

2. Falsa ambição – alcançar uma altura celestial e ter um nome grandioso com fundamentos frágeis: tijolos e argamassas;

3. Falsa unidade – “para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.”

Mas, sobretudo, o globalismo iniciante proposto por Babel quis substituir Deus como fundamento da sociedade por uma cultura mundana, que exclui a Deus!

Salmo 2.4 e 5 “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá.”

I. A SEGUNDA CIVILIZAÇÃO HUMANA

1. A apostasia de Cam e de Canaã - Gênesis 9.20 a 27.
A palavra apostasia deriva-se do seguinte termo grego: (apóstasis). O sentido dessa palavra traz a ideia de abandono da fé outrora professada, profanação do sagrado dantes venerado, e rebeldia contumaz aos valores espirituais. Apostasia é repúdio (rejeição) e abandono deliberado da fé que a pessoa professou.
Hebreus 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”
Diferente da heresia, porque esta nega algum ponto da fé. Aquela troca a fé, porque quer fazer isso de vontade própria e consciente, por várias formas, mas sempre contrárias à vontade de Deus revelada nas Escrituras.

2. O Pecado de Cam - Gênesis 9. 18-23.
CAM (Strong Português) חם Cham
Cam = “quente” - segundo filho de Noé, pai de Canaã e de vários povos que vieram a ser habitantes das terras do sul.

CANAÃ (Strong Português) כנען K ̂ena Ìan,
Canaã = “terras baixas”;
1) o quarto filho de Cam e o progenitor dos fenícios e das várias nações que povoaram a costa marítima da Palestina
2) a região oeste do Jordão povoada pelos descendentes de Canaã e subsequentemente conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué

Cam, nome próprio, que segundo Strong é de derivação incerta, e segundo o Dicionário John D. Davis, talvez signifique ´pele escura´, ainda que também registre ser de significação incerta. Isto porque Cam, correspondente do vocábulo egípcio kam, ou seja, ´preto´, derivado da cor da camada de lodo que se acumula nas margens do rio Nilo, devido às enchentes. E seja o nome que, em estilo poético, se dá ao Egito nos Salmos 78, 106, 22 e outros. (John D. Davis, verbete).

Canaã (terra baixa – John D. Davis ou planície – Strong), foi o nome do quarto filho de Cam e neto de Noé (Gênesis 10.6 e versículos 15 a 20).

2.1. Cam era o segundo filho de Noé, preservado das águas do dilúvio: Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cam e Jafé. Cam é o pai de Canaã, (Gn 9.18). É interessante observar que ao referir-se a Cam, o autor sagrado traz a informação de que este era pai de Canaã.

2.2. A maldição de Canaã. “... Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos.” (Gn 9.25).

Após o dilúvio, Noé lavrou a terra e plantou uma vinha. O fruto da videira foi transformado em vinho. Bebendo do vinho, embriagou-se e dormiu. O calor produzido pelo efeito da bebida fez com que Noé se descobrisse dentro de sua tenda.

Noé, o homem que antes do dilúvio foi descrito como um “homem justo e íntegro entre seus contemporâneos” (Gn 6.9) portou-se de modo impróprio, embora não houvesse má conduta de sua parte, além da indiscreta bebedeira e sua consequente nudez.

Cam, um dos filhos de Noé, entrou na tenda de seu pai e o viu nu. Ao sair da tenda contou a seus dois irmãos, Sem, e Jafé, os quais tomando uma capa cobriram a nudez de seu pai. Ao ficar sóbrio Noé soube o que seu filho mais moço fizera e disse: “Maldito seja Canaã servo dos servos será de seus irmãos. Ele disse: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo” (Gn 9:25-27.

2.3. Qual foi esse pecado terrível, que causou uma maldição?
Ele não cobriu a nudez de seu pai, mas antes a expôs. Após as narrativas que estabelecem a aliança de Deus com Noé e seus filhos, segue-se uma tragédia na família de Noé (Gn 9.20-29). Um resumo dos fatos sucedidos facilitará a compreensão da narrativa:
a) Noé se embriagou com o vinho da própria vinha (vs. 20,21);
b) Embriagado, apareceu nu dentro de sua própria tenda (v. 21);
c) Seu filho Cam e seu neto Canaã viram a nudez de seu pai e dele zombaram (v. 22);
d) Sem e Jafé ao tomarem conhecimento do fato, cobrem seu pai Noé, sem contemplar-lhe a nudez (v.23);
e) Noé ao acordar profetiza bênçãos e maldições sobre os seus três filhos baseado nos atos anteriores (vs.24-27).

O que houve foi a quebra de privacidade por Cam, que deveria permanecer do lado de fora da tenda de Noé. É provável que Canaã, o filho de Cam, talvez tenha sido o primeiro a ver a nudez de Noé e contado a Cam ou fez algo que desrespeitou o seu avô, porque Noé, ao despertar, o amaldiçoou (Dt 5:16). Cam nada fez para preservar a dignidade de seu pai. Ele não cuidou para que Noé fosse devidamente coberto. Em vez disso foi para fora descrever a seus irmãos o desatino cometido pelo pai. Cam se mostrou maldizente expondo Noé ao ridículo, colocando em risco sua honra e sua autoridade familiar. Mesmo que estivesse errado, Noé deveria ser respeitado. Como conseqüência de seu ato os descendentes de Cam foram amaldiçoados.

A posição exegética de que o pecado de Cam e Canaã tenha sido contemplar de modo desrespeitoso a nudez do pai, encontra sua confirmação no versículo 25 que atesta que Sem e Jafé, para não recair no mesmo erro: “tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem”. O contexto de Deuteronômio 27.16 reforça simetricamente o conceito expendido: “Maldito quem desonrar o seu pai ou a sua mãe”.  Lembremos que na antiga sociedade hebraica, ver a nudez de pai ou mãe era considerado uma calamidade social grave, e um filho ou filha ver tal nudez propositadamente era um lapso sério da moralidade entre pais e filhos. Portanto, Cam errou gravemente, de acordo com os padrões de sua época. E não somente errou pessoalmente, mas também correu até seus irmãos, fazendo do incidente um motivo de zombaria.

Quando Noé recobrou da bebedice do vinho, ele soube desse ato, e então amaldiçoou a seu NETO CANAÃ: filho Cam. De imediato, parece estranho que Noé tenha amaldiçoado a seu filho menor. Porque Noé falhou. Noé errou ao embebedar-se, e assim embriagado, despiu-se vergonhosamente, ainda que dentro de sua tenda.

Seu filho Cam entra na tenda, vê a nudez de seu pai, e saindo, conta e expõe isso a seus irmãos. Diferentemente dele, seus dois irmãos, Sem e Jafé, entram na tenda de costas, virados para trás, segurando uma capa em cada ponta, e assim cobriram a nudez de seu pai Noé com aquele manto e, tendo os rostos virados, não viram a sua nudez. Antes, portanto, cobriram-na. 

A narrativa de Gênesis 9.18-29 mostra que o pecado continua no mundo. O dito de Noé foi abusivamente interpretado na história como maldição da raça negra. Mas é impossível ver qualquer implicação desta passagem para a subjugação dos povos negros da terra. Cam não foi amaldiçoado nesta passagem, mas Canaã. Canaã não foi o pai dos povos negros, mas dos cananeus que viveram na Palestina e que ameaçavam os Israelitas. Os cananeus desapareceram há muito tempo, a maldição, portanto, não se pode aplicar a qualquer pessoa hoje.

2.4. Por que Noé o amaldiçoou? Porque ele era a autoridade representativa de Deus. O líder falhou, sim, de fato, mas a falha do líder é um teste para nós. Se estamos em espírito de submissão ou de rebeldia interior, diante da autoridade delegada por Deus. O líder que falha dará contas a Deus, que lhe outorgou autoridade representativa.

Noé não julgou a seu filho caçula de acordo com o terreno conceito humano, mas de acordo com a perspectiva celestial do governo divino.

Então devemos encobrir o erro do líder? Não! Certamente há lideranças auxiliares e superiores,  que podem tratar de cada caso. A observação aqui é quanto ao espírito interior daquele que sai a divulgar, a expor a falha da liderança, e então confronta diretamente a autoridade de Deus.

Repito: a eventual falha do líder é sempre um teste para nós. Se estamos submissos à autoridade de Deus ou não. Ou se temos no coração o espírito de rebeldia latente e contido. Expondo a todos, divulgando a todos a falha da liderança, nós nos pomos debaixo da maldição e não da bênção.

Sem e Jafé também entraram na tenda. Noé continuava falhando na embriaguez e na nudez. Mas Sem e Jafé não entraram ali para ver a falha, mas para cobri-la. Deus trataria com Noé, no caso. Sem e Jafé foram abençoados.

Não é bênção ver e divulgar aqui e ali a falha dos outros. Sabem donde vem a fofoca? Vem do ver e do ouvir.
1ª Coríntios 15.33 “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.”

Observem como a apostasia de Cam a longo prazo trouxe tantos malefícios aos povos.

Os habitantes originais do litoral sírio-palestino eram os descendentes de Canaã – Gênesis 10.15 a 18. Canaã incluía os jebuseus, amorreus, heveus e girgaseus. Estes descendentes amaldiçoados por Noé, tornaram-se idolatras, adoradores dos falsos deuses El – a que consideravam o deus supremo – e a Asera, chamada de esposa de El. A adoração a Baal teve origem entre esse povo. E adoravam a deusa Astarote, de baixíssimo padrão moral. Eles foram maus. Sacrificavam as suas crianças. Não tinham leis, e cada um fazia o que bem entendia. Os seus cultos com teor sexualista e de erotismo, tinham grande aceitação entre os descendentes de Cam, justamente pelo seu teor, ou seja, de ofertas corporais de conteúdo sexual.
Se podemos graduar a apostasia, então a de Cam e sua geração canaanita foi extrema!

II. O GLOBALISMO DE BABEL

Naquele estágio, a civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores, para criar uma sociedade ímpia e globalista: uma só língua, um só povo e uma só cultura. Levemos em conta, igualmente, a ascensão de Ninrode e a tecnologia já acumulada para se construir a cidade e a torre de Babel.

1. Uma só língua e um só povo. Até aquele momento, como já vimos, a humanidade falava um só idioma e constituía-se num único povo (Gn 11.1). Pelo que inferimos do texto sagrado, não havia sequer dialetos ou sotaques; a unidade linguística era absoluta. Aliás, o mesmo se pode dizer de sua cultura.

O problema não era a unidade, mas a unificação que se estava formando. Certamente, o Anticristo se aproveitará de uma situação semelhante, a fim de implantar o seu reino logo após o arrebatamento da Igreja (Ap 13.6-8).

A ordem de Jesus é que o Evangelho não se concentre em Jerusalém, mas que alcance os confins da Terra (At 1.8).

2. A construção de Babel. Os filhos de Noé não eram ignorantes nem careciam de tecnologia, pois haviam sido capazes de executar o projeto da arca (Gn 6.14-16). E, de tal forma a construíram, que o grande barco resistiu aos ímpetos do Dilúvio. Por conseguinte, a construção de uma cidade, em cujo epicentro havia um arranha-céu, era apenas uma questão de tempo.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS EM BABEL

Para salvar a humanidade de si mesma, Deus interveio, confundindo-lhe a língua. Em seguida, dispersou os descendentes de Noé, para que povoassem as mais distantes ilhas e continentes. Em seguida, o Senhor chamou Abraão para ser o pai, na fé, de todas as famílias da Terra.

1. A confusão das línguas. Visando colocar um ponto final naquele projeto, o Senhor Deus desce à Terra, e, ali, em Sinear, confunde a língua daquela civilização (Gn 11.5-7). Desentendendo-se, os filhos de Noé reagrupam-se de acordo com sua nova realidade linguística, e espalham-se por toda a terra.

A rebelião daqueles homens fora realmente grande. Mas como Deus havia prometido não mais destruir a humanidade (Gn 9.11), decide espalhá-la para que os homens, separados uns dos outros, tivessem mais oportunidade de sobreviver numa terra contaminada pela apostasia.

2. O efetivo povoamento da Terra. Sabemos que Deus forçou os descendentes de Noé aos confins do mundo (Gn 11.9). Caso isso não tivesse acontecido, aquela geração teria o mesmo destino dos pré-diluvianos.

Assim como aquela geração chegou aos confins do mundo, o Senhor Jesus ordena-nos a levar o Evangelho até que todos os povos e nações venham a ouvir as Boas Novas (Mt 28.18-20). Quando isso acontecer, então virá o fim (Mt 24.14).

3. A eleição de Sem. A história de Abraão começa logo após a dispersão de Babel (Gn 11.26-30). Com a eleição de Sem, delineia-se mais claramente o período messiânico, que haveria de culminar em Jesus Cristo, o Filho de Deus (Gn 9.26; Lc 3.23-38).

Em sua infinita sabedoria, fez o Senhor duas coisas por ocasião da torre de Babel: dispersou os filhos de Noé e, em seguida, chamou Abraão, para dar continuidade à linhagem messiânica, da qual sairia Jesus, o Cristo, Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“O paganismo estava indiretamente envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único verdadeiro Deus foi definitivamente omitido de todo o planejamento e de todas as metas. Mas Deus não estava inativo. Ele observava o que estava acontecendo e logo mostrou sua avaliação da situação. O homem não foi criado como ser independente de Deus. Ser 'à nossa imagem' (1.26) significava que o homem estava dotado de grandes poderes e que era totalmente dependente de Deus para sua essência de vida e razão de ser. [...] O julgamento de Deus logo manifestou estas ilusões. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem Deus, Ele introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, mas sem temor de Deus, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é pungente. Babel (9) significa 'confusão' e a diversidade de línguas resultou em balbucios ou fala ininteligível” (Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a Deuteronômio. Rio de janeiro: CPAD, p.55).

CONCLUSÃO
A fim de preservar a sua obra, o Senhor Deus promulgou duas ordenanças quanto à sua criação. Em primeiro lugar, a povoação de toda a Terra (Gn 9.7). E, por último, a Grande Comissão, através de Jesus Cristo: "É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" (Mt 28.18-20).

Contra o globalismo, cuja missão é submeter o mundo aos caprichos de Satanás, só mesmo a obediência aos termos da Grande Comissão. Evangelização e missões, já. Maranata, ora vem, Senhor Jesus.

O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO



Gêneses 11.1-9

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a diferença dos termos globalismo e globalização; pontuaremos sobre o primeiro globalismo e a torre de babel; analisaremos o sonho globalista do ímpio Ninrode; e por fim; citaremos a ação de Deus diante da construção da torre de babel.

I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS GLOBALISMO E GLOBALIZAÇÃO

1. O conceito de globalismo. O termo globalismo é empregado para referir-se a uma conjuntura econômica, religiosa, científica e política mundialmente unificada. Para alguns sociólogos, jornalistas e especialistas políticos, o termo pode referir-se a um “sistema anticristão” e que ameaça a soberania de alguns países. Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalismo é: “a condição de interligação planetária que envolve redes de comunicação entre os continentes; internacionalismo; imperialismo; uma influência política mundial”. Para Andrade, globalismo é: “ […] a doutrina que, apesar de possuir variadas matrizes, tem como objetivo dominar todas as instituições humanas e, em seguida, congregar toda a humanidade em torno de um governante mundial […] que o globalismo vem trabalhando, sutil e habilmente, a política, a religião, a economia e a cultura, visando dominá-las a fim de apressar a ascensão do personagem que, na Bíblia, aparece como o homem do pecado (2ª Ts 2.3) […] homens ímpios e dissolutos incitaram a descendência de Noé a aglomerar-se num só lugar (torre de Babel), sob um único governante. Foi assim que nasceu o globalismo: uma doutrina contrária ao propósito divino quanto à povoação e ao governo da Terra”. “A civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores para criar uma sociedade ímpia e globalizada: uma só língua, um só povo, uma só cultura [e um só líder]” (ANDRADE, 2019, pp. 105,107,113).

2. O conceito de globalização. Segundo os especialistas das ciências políticas e econômicas e das relações internacionais, “globalismo” não é o mesmo que “globalização”. Globalismo é um conceito político, enquanto globalização é conceito econômico (comercial). Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalização é: “o intercâmbio econômico e cultural entre diversos países; mercado financeiro mundial; interação entre empresas; livre-comércio”. A globalização econômica é a abertura comercial dos países para exportar e importar bens, serviços e tecnologias. Um exemplo interessante é o de uma simples camisa fabricada na Malásia, utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, tecido de Portugal, e vendida no varejo no Canadá e outros países.

II. O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

1. O globalismo e a torre de Babel (Gn 11.3). Os homens estavam unidos entre si em um verdadeiro modelo de globalismo com uma só língua, um só povo, uma só cultura, uma só religião, e um só líder (Gn 11.1-4). Mas essa unidade conferiu-lhes a ambição de fazer coisas proibidas. A torre que construíram em Babel era uma estrutura conhecida como zigurate. Arqueólogos já escavaram várias dessas estruturas enormes construídas principalmente para fins religiosos. Um zigurate era como uma pirâmide [...] Ali ficava um santuário especial consagrado a um deus ou deusa. Ao construir essa estrutura, as pessoas [...] esperavam que o deus ou a deusa que adoravam descesse do céu para encontrar-se com elas. Tanto a estrutura quanto a cidade eram chamadas de “Babel”, que significa “portal dos deuses” (WIERSBE, 2010, p. 77).

2. A desobediência e a torre de Babel (Gn 11.4). Segundo Matthew Henry (2010, p. 71 – acréscimo nosso), foram três os motivos da construção da Torre de Babel:
(a) destinar-se a uma afronta ao próprio Deus (Gn 11.4-a), pois eles desejavam construir uma torre cujo “cume tocasse nos céus”, o que evidencia um desafio contra Deus, ou pelo menos, uma rivalidade com Ele, pois eles desejavam ser “como o Altíssimo”;
(b) esperavam fazer um “nome para si” (Gn 11.4-b). Eles desejavam deixar este monumento do seu orgulho, e ambição, e tolice;
(c) fizeram isto para impedir a sua dispersão (Gn 11.4-c). Para que pudessem estar unidos em um império glorioso, eles decidiram construir esta cidade e esta torre, para que fossem a metrópole do seu reino, e o centro da sua unidade.

3. A rebelião e a torre de Babel (Gn 11.1-4). Deus ordenou que os povos fossem férteis, que se “multiplicassem e que se espalhassem por toda a Terra”, mas decidiram mudar para a cidade de Ninrode, na Babilônia, e “assentar-se ali” (Gn 11.8-12). Essa mudança representou uma rebelião explícita contra a ordem de Deus para que o povo se espalhasse. Ao que parece, Ninrode desejava tê-los em sua cidade e sob seu domínio; uma pré amostra do que hoje chamamos de “globalismo”. Eram, verdadeiramente, um conjunto de “nações unidas”, um só povo (Gn 11.6) que falava a mesma língua e usava um único vocabulário e dicionário. Era motivado por um só espírito de orgulho e pelo desejo instigante de se tornar célebre (WIERSBE,2010, pp. 77,78).

4. A arrogância e a torre de Babel. Nas Escrituras, a Babilônia (Sinar seu nome mais antigo) simboliza o orgulho perverso, a corrupção moral e a rebeldia contra Deus. A Babilônia representa o sistema do mundo que se opõe a Deus. Aquela primeira unificação mundial (globalismo) que Ninrode desejava para a Babilônia de Gênesis um dia será obtida pelo sistema mundial perverso de Satanás (Ap 18.3,9,11,23). Esse projeto odioso foi uma declaração arrogante de guerra contra Deus, não muito diferente da rebelião descrita no Salmo 2.1-3. Para começar, o povo estava resistindo à determinação divina para que se espalhasse e repovoasse a Terra. Motivados por orgulho, decidiram construir uma cidade e um grande zigurate e ficar todos juntos. Porém, mais do que isso, desejaram tornar célebre seu nome, de modo que outros os admirassem e, talvez, até se juntassem a eles. Ao declarar seu propósito, repetiam a mentira do diabo no Éden: “como Deus sereis” (Gn 3.5) (WIERSBE,2010, pp. 77,78).

III. O SONHO GLOBALISTA DE NINRODE

Ninrode foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor; e tudo isso em desafio a Deus (Gn 10.8-12; Mq 5.6). Vejamos o projeto globalista de Ninrode:

1. A família de Ninrode (Gn 10.8). De acordo com o texto bíblico, Ninrode é filho de Cuxe, filho de Cam (1º Cr 1.10). “Embora seu nome não aparece na lista dos filhos de Cuxe em Gênesis 10.7. Ao que parece, neste caso o verbo “gerar” não define Cuxe como seu pai, mas sim como seu antepassado”. Ninrode foi o primeiro na história das civilizações a tentar implantar um tipo de globalismo no mundo (ADEYEMO, 2010, p. 27).

2. O caráter de Ninrode (Gn 10.8,9). Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico “marádh”, que significa “rebelar, rebelde”. Assim, o Talmude Babilônico declara: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar contra a soberania de Deus” (KASHER, vol. II, 1955, p. 79). “A Bíblia fornece-nos algum relato relativo a Ninrode. Ele era o tipo de rei que Deus jamais aprovaria. Em Gênesis 10.8,9, Ninrode é chamado “gibbor”, que significa “guerreiro”. Os escritos de Josefo e também o contexto do capítulo 10 de Gênesis sugerem que Ninrode era poderoso caçador em desafio a Jeová (CHAMPLIN, 2005, p. 508). Ninrode destaca-se na antiguidade como o primeiro “dos grandes homens que há na terra”, rememorado por duas coisas que o mundo admira: bravura pessoal e poder político.

3. O projeto de Ninrode (Gn 10.10). No começo, o reinado de Ninrode incluía as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, todas na terra de Sinar (Gn 10.10). Foi provavelmente sob a sua direção que começou a construção de Babel e da sua torre. Tal conclusão está também de acordo com o conceito judaico tradicional. Josefo escreveu: “Pouco a pouco, [Ninrode] transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho de [Ninrode], achando ser escravidão submeter-se a Deus” (WIERSBE, 2010, p. 77).

4 O reino de Ninrode (Gn 10.10). “A conexão entre Ninrode e a torre de Babel é evidente pela prioridade cronológica de Gênesis 11 a Gênesis 10 e pelo fato de que um dos centros do reino de Ninrode era a Babilônia (ou seja, Babel). Muito provavelmente o próprio Ninrode era um dos construtores da torre de Babel” (ZUCK, 2009, p. 38). Flávio Josefo, judeu, historiador do primeiro século, relatou a participação direta dos homens liderados por Ninrode na construção da Torre em Babel: “Ninrode, neto de Cam, um dos filhos de Noé, foi quem levou os homens a desprezar a Deus. Ao mesmo tempo valente e corajoso, persuadiu-os de que deviam unicamente ao seu próprio valor, e não a Deus, toda a sua boa fortuna. E, como aspirava ao governo mundial (globalismo) e queria que o escolhessem como chefe, abandonando a Deus, ofereceu-se para protegê-los contra Ele, construindo uma torre para esse fim, tão alta que não somente as águas não poderiam chegar-lhe ao cimo como ainda ele vingaria a morte de seus antepassados” (JOSEFO, 2004, p. 28).

IV. A AÇÃO DE DEUS DIANTE DA DO GLOBALISMO DA TORRE DE BABEL

1. Deus desceu (Gn 11.5,7-a). “O Deus do céu jamais fica perplexo nem paralisado com aquilo que as pessoas fazem aqui na Terra. A arrogante exclamação de Babel 'Subamos!' foi respondida com tranquilidade pelo céu: 'Desçamos!'. É claro que Deus não precisa realizar uma investigação para saber o que está acontecendo em seu Universo; a linguagem usada serve apenas para dramatizar a intervenção divina” (WIERSBE, 2010, p. 78).

2. Deus confundiu (Gn 11.7-b). A Bíblia diz que Deus desceu para embargar o projeto da construção dessa Torre, confundindo-lhes a língua ao ponto de não se entenderem para não levar adiante aquele projeto. “A palavra Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de “Bab-ili”, “portal de Deus”. Mas, mediante um jogo de palavras, a Escritura sobrepõe o rótulo mais verdadeiro, “bãlal” que significa “ele confundiu”. Na Bíblia, esta cidade veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta, com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47.8-13), suas riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18)” (KIDNER, 2001, p. 103). Aprendemos com isso que, todo e qualquer projeto a ser realizado alienado de Deus, mais cedo ou mais tarde sucumbirá (Sl 127.1-3; Mt 7.24-27).

3. Deus espalhou (Gn 11.8). Aquilo que o povo havia temido lhes sobreveio devido a seus atos quando Deus “os dispersou dali pela superfície da terra” (Gn 11.8). Impossibilitados de se comunicar de forma apropriada, os trabalhadores tiveram de interromper a construção da torre. “Não sabemos o que Deus fez com a Torre, uma tradição judaica diz que o fogo desceu do céu a consumiu até os alicerces. Outra tradição afirma que ela foi derrubada pela força do vento” (PFEIFFER, 2007, p. 249).

CONCLUSÃO.
Aprendemos nesta lição, que a ideia de construir uma cidade e uma “torre cujo cume toque nos céus” foi uma clara demonstração de rebelião do homem que tentou se colocar no lugar de Deus. É fato que uma moderna torre de Babel está sendo construída atualmente através do globalismo com propostas de implantação de um governo único no mundo. No entanto, temos a certaza a luz das Escrituras Sagradas, que, mais uma vez, o Senhor Deus triunfará.

REFERÊNCIAS
1. CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
2. JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD.
3. KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
5. PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
6. ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO HUMANA



LEITURA BÍBLICA
Gênesis 4.1-16 “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão. 2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 - E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9 - E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10 - E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 11 - E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. 12 - Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra. 13 - Então, disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. 14 - Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará. 15 - O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.16 - E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden.”

INTRODUÇÃO. Nesta lição, estudaremos a origem da civilização humana. E, para tanto, focaremos o capítulo quatro de Gênesis, pois é justamente, aí, que encontramos a primeira cidade construída pelo homem.
Em seguida, veremos por que a civilização é marcada por tantos conflitos, dissoluções e violência. Apesar de tudo, Deus jamais deixou de intervir nos negócios humanos: além de Criador, Ele é o Senhor de todas as coisas.
Concluindo a nossa aula, mostraremos que somente o Evangelho de Cristo pode redimir a civilização atual.
Não estamos sozinhos no mundo. O ser humano faz parte de uma família que teve origem em DEUS. O livro do Gênesis diz: “E DEUS os abençoou e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (1.28a). De um casal, DEUS planejou a raça humana. A ordem divina para “Frutificar” e “Multiplicar” demandava o ensejo de constituir uma civilização humana. DEUS ordenou ao ser humano que se espalhasse pelo mundo. Hoje, segundo os dados do Banco Mundial em 2017, somos aproximadamente 7,53 bilhões de habitantes no mundo. China e Índia são os países mais populosos da Terra, respectivamente: 1,413 e 1,350 bilhões.

Imaginemos a civilização humana sem pecado - quão maravilhosa, inteligente, tecnológica, desenvolvida, seria.

I. A ORIGEM DA CIVILIZAÇÃO HUMANA

1. Conceito. Civilização é o conjunto de caracteres próprios da vida social, política, econômica e cultural de um país ou região. É o ato ou efeito de civilizar (se), ou seja, de tornar (se) civil, cortês, civilizado.

Civilização é o estado de cultura social, caracterizado por um relativo progresso no domínio das ciências, da religião, da política, das artes, dos meios de expressão, das técnicas econômicas e científicas, e de um grau de refinamento dos costumes.

As civilizações foram se formando ao longo de diferentes épocas e são estudadas através da análise e interpretações dos historiadores que se utilizam de vestígios deixados pelo homem, entre eles, restos arqueológicos, monumentos, tradições e documentos escritos que são fundamentais para o conhecimento da história de uma civilização.

2. O casamento como base da civilização. A civilização humana teve início quando Adão recebeu Eva como esposa (Gn 2.18- 25). A partir daí, não somente a família, mas a nação, o povo e o Estado tornaram-se possíveis (Gn caps. 5 e Gn.10.1).

Portanto, sem o casamento, cujo real modelo encontramos na Bíblia Sagrada, a civilização humana seria impossível. Aliás, até a própria Igreja de CRISTO, apresentada como a sociedade perfeita, tem, no casamento bíblico, a sua base espiritual, moral e emocional (Ef 5.22-30).

3. Adão e Eva foram salvos?
 CREMOS QUE SIM. Percebemos isso nos testemunhos que Eva dá após o pecado, nos nascimentos de seus filhos Gn 4.1. E CONHECEU Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.

Após Caim ter matado Abel, lemos no versículo 25 o relato do nascimento de Sete: Gn 4.25.E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, DEUS me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.

3.1. Quem criou a civilização foi DEUS.
No Jardim DEUS já vinha falando com Adão imprimindo nele Sua personalidade. Quem instituiu o casamento foi DEUS, dando Eva para Adão. Daí nasceu a família, a sociedade, a civilização. Os principais aspectos da civilização são: Política, artes, educação, religião, moral, saúde, segurança, pecuária, agricultura, tecnologia, etc...

HOMEM - ADÃO (Strong Português) - אדם ’adam aw-dawm’ - 1) homem, humanidade (designação da espécie humana), 1a) homem, ser humano 1b) homem (como indivíduo), humanidade (sentido intencionado com muita freqüência no AT), 1c) Adão, o primeiro home.

EVA - (Strong Português) - חוה Chavvah - Eva = “vida” ou “vivente”, 1) a primeira mulher, esposa de Adão.

SUBSTITUTO DE ABEL
SETE - (Strong Português) - שת Sheth Sete = “compensação”;

1) o 3o filho de Adão com Eva;

FILHO DE SETE

ENOS - (Strong Português) - אנוש ’Enowsh Enos = “homem”;

1) filho de Sete. Daí se começou a invocar o nome do SENHOR.

O que é invocar?
INVOCAR - (Strong Português) - קרא qara’;
1) chamar, clamar, recitar, ler, gritar, proclamar - 1a) (Qal) - 1a1) chamar, gritar, emitir um som alto, 1a2) chamar, gritar (por socorro), invocar (o nome de DEUS), 1a3) proclamar;

Foi através da união conjugal entre Adão e Eva que a civilização passou a existir - DEUS estava presente e discipulando o casal. Havia uma norma a se submeter. Havia trabalho a fazer. Havia objetivo a cumprir. Havia vigilância a ser exercida. Havia amor, paz e união. Havia espiritualidade.

4. A subsistência da civilização. O trabalho não pode ser o objetivo e ocupação total na vida de um crente salvo. A vida do crente deve ter como principal objetivo servir a DEUS e ser instrumento de DEUS na evangelização dos povos. É preciso priorizar a oração, o estudo da Bíblia, o jejum, a família, a igreja e só depois o trabalho secular.

O PAI trabalha até agora, como disse JESUS que também foi e é um trabalhador, bem como o ESPÍRITO SANTO. O homem foi criado para lavrar e guardar o jardim, bem como para ser mordomo fiel no cuidado do mundo todo. Apesar de dificultoso, devido ao pecado, o trabalho dignifica o homem.

Cada ser humano tem uma função importante na civilização humana, cada um tem sua profissão, sua aptidão. Porém, nunca se deve deixar dominar pelo salário do trabalho.

A Bíblia Sagrada apresenta o trabalho não como um fim em si mesmo, mas como um meio à subsistência humana (Sl 128.2; 2ª Ts 3.10). Quer o homem tivesse pecado, quer não, não poderia escapar ao trabalho, pois o próprio DEUS é apresentado por JESUS como um exemplo nessa área (Gn 2.1-3; Jo 5.17). Além disso, DEUS criou Adão para governar o mundo, uma atividade que requer atenção e esforço concentrado (Gn 1.26- 28).

Após a queda, o trabalho humano tornou-se um enfado, devido à enfermidade do planeta (Gn 3.19; Jo 5.7; Rm 8.19-22).

TRABALHAR - (Strong Português) עבד Ìabad;
1) trabalhar, servir - 1a) (Qal), 1a1) labutar, trabalhar, fazer trabalhos, 1a2) trabalhar para outro, servir a outro com trabalho, 1a3) servir como subordinado, 1a4) servir (DEUS), 1a5) servir (com tarefa levítica);
1b) (Nifal), 1b1) ser trabalhado, ser cultivado (referindo-se ao solo), 1b2) tornar-se servo
1c) (Pual) ser trabalhado;
1d) (Hifil) , 1d1) compelir ao trabalho, fazer trabalhar, fazer servir, 1d2) fazer servir como subordinado, 1e) (Hofal) ser levado ou induzido a servir;
TERRA - (Strong Português) - אדמה ’adamah.
1) terra, solo - 1a) solo (em geral, lavrada, produzindo sustento), 1b) pedaço de terra, uma porção específica de terra, 1c) terra (para edificação e construção em geral), 1d) o solo como a superfície visível da terra, 1e) terra, território, país, 1f) toda terra habitada, 1g) cidade em Naftali.

II. CIVILIZAÇÃO E CONFLITO

1. Caim e Abel. Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor, pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida (animal em seu lugar). Derramou o sangue de um animal, sangue é vida. Abel deu sua vida para DEUS. (Hebreus 11.4).

Primeiro. Todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden ninguém mais entrou.
Segundo. Os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, mas não adorou. “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão.” (1ª Jo 3.11,12).

Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a matar seu irmão. Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos irmãos, destruiu a família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho Abel.

João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1ª Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que “pela fé Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício que Caim” (Hb 11.4).

O sacrifício de Abel Prefigurava o sacrifício de JESUS por nós. O Sangue de Abel, perseguido por agradar a DEUS prefigurava o sangue de JESUS, perseguido por dar sua vida em favor de todos os pecadores, foi derramado por nós.

“E a JESUS, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” (Hb 12.24).

JESUS dá testemunho de Abel, chamando-o de Justo.
Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. (Mt 23.35).

CAIM - (Strong Português) - קין Qayin - Caim = “possessão” n. pr. m. - 1) filho mais velho de Aão e Eva e o primeiro homicida, o qual assassinou seu irmão Abel, queneu = “ferreiros” n. pr. gentílico, 2) a tribo à qual pertencia o sogro de Moisés e que vivia na região entre o sul da Palestina e as montanhas do Sinai

A oferta de Caim.

FRUTO - (Strong Português).
 1) fruto - 1a) fruto, produto (do solo).

ABEL - (Strong Português) - הבל Hebel.
Abel = “fôlego.
1) segundo filho de Adão e Eva, morto por seu irmão Caim.

Profissão de Abel: pastor de ovelhas.

PASTOREAR - (Strong Português) - רעה ra Ìah.
1) apascentar, cuidar de, pastar, alimentar;
1a) (Qal), 1a1) cuidar de, apascentar, 1a1a) pastorear, 1a1b) referindo-se ao governante, mestre (fig.), 1a1c) referindo-se ao povo como rebanho (fig.), 1a1d) pastor, aquele que cuida dos rebanhos (substantivo), 1a2) alimentar, pasta;
1a2a) referindo-se a vacas, ovelhas, etc. (literal), 1a2b) referindo-se ao idólatra, a Israel como rebanho (fig.), 1b) (Hifil) pastor, pastora;

Abel deu do melhor. Animal escolhido como o melhor de todo o rebanho - mais forte e saudável.

PRIMÍCIAS - (Strong Português) - בכורה b ê kowrah ou (reduzido) בכרה b ̂ekorah.
1) direito do primogênito, primogenitura, direito do primeiro filho.

O que é oferta?
OFERTA - (Strong Português) - מנחה minchah
1) presente, tributo, oferta, dádiva, oblação, sacrifício, oferta de carne 1a) presente, dádiva, 1b) tributo, 1c) oferta (para DEUS);
1d) oferta de cereais;

Atitude de DEUS para com as ofertas de Abel e de Caim.

AGRADOU-SE (Strong Português) - שעה sha Ìah.

De Abel - 1) olhar para, considerar, fitar ou observar ao redor - 1a) (Qal) fitar, considerar, contemplar, observar ao redor.

De Caim - 1b) (Hifil) desviar o olhar, levar a desviar o olhar - 1c) (Hitpael) olhar assombrado, olhar a redor (com ansiedade).

Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na cruz e o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:
Pela fé Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.

DESCENDÊNCIA DE CAIM
IRADE - (Strong Português) - עירד ÌIyrad;
Irade = “fugaz”.
1) filho de Enoque, neto de Caim, e pai de Meujae;

MEUJAEL - (Strong Português) - מחויאל M ̂echuwya’el ou מחייאל M ̂echiyya’el Meujael = “ferido por DEUS”;
1) filho de Irade e bisneto de Caim;

METUSAEL - (Strong Português) - מתושאל M ̂ethuwsha’el;
Metusael = “aquele que é de DEUS”;
1) filho de Meujael, 4o na descendência de Caim, e pai de Lameque.;

LAMEQUE - (Strong Português) - למך Lemek;
Lameque = “poderoso”;
1) o 5o. descendente na linhagem de Caim, marido de Ada e Zilá, pai dos filhos Jabal, Jubal, e Tubalcaim e da filha Naamá;

ADA - (Strong Português) -עדה ÌAdah;
Ada = “ornamento”;
1) a primeira das 2 esposas de Lameque e mãe de Jabal e Jubal;

ZILÁ - (Strong Português) - צלה Tsillah;
Zilá = “sombra”;
1) a 2a. esposa de Lameque e mãe de Tubalcaim, mestre d os artesãos em bronze e ferro;

JABAL - (Strong Português) - יבל Yabal;
Jabal = “ribeiro de água”;
1) o filho de Lameque com Ada e irmão de Jubal; descrito como o pai daqueles que habitam em tendas e possuem gado.

JUBAL - (Strong Português) - יובל Yuwbal;
Jubal = “ribeiro”;
1) o filho de Lameque com Ada e o inventor de instrumentos musicais.

TUBALCAIM - (Strong Português) - תובל קין Tuwbal Qayin;
Tubalcaim = “tu serás trazido de Caim”;
1) filho de Lameque com sua esposa Zilá e o primeiro a trabalhar em metal;

NAAMÁ - (Strong Português) - נעמה Na Ìamah;
Naamá = “encanto”;
1) filha de Lameque com sua esposa Zilá e irmã de Tubalcaim nos dias anteriores ao dilúvio;

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Quem era a mulher de Caim?
Esta pergunta é, em geral, acompanhada de um ligeiro histórico sobre a tragédia que envolveu a família de Adão, histórico que em geral não está em harmonia

Com o relato Bíblico.

Dizem: - “Adão teve dois filhos: Caim e Abel, Caim mata Abel e foge para uma terra distante; lá conhece uma mulher, e casa-se com ela. Com quem se casou se não havia habitantes na Terra?”

Tal pergunta quase nunca é feita pelos que têm o bom hábito de ler a Bíblia.

III. JESUS CRISTO, A ÚNICA ESPERANÇA PARA A CIVILIZAÇÃO HUMANA
EM meados do ano passado, numa conferência de cientistas e líderes religiosos no Instituto Tecnológico de Massachusetts, E. U. A., descreveu-se o problema com que o mundo se confronta como sendo ‘quase que apocalíptico’. Não há nenhum “esquema para a sobrevivência”, advertiu Jerome R. Ravetz, professor de filosofia da Universidade de Leeds, na Inglaterra. “A escala e a complexidade dos problemas são tão grandes, que o mero intelecto humano não os vencerá”.

Então, o que se pode esperar do futuro? Um clérigo da Igreja Unida do Canadá afirmou: “Ninguém pode predizer com confiança que virão dias melhores. Ninguém sabe ao certo se a civilização vai desaparecer ou se haverá finalmente uma nova sociedade, com vida mais abundante para todos”.

Mas, é isso verdade? Não! Acontece que há alguém que sabe o que o futuro tem em reserva, porque ele tem o poder e a sabedoria de amoldá-lo à sua vontade. Este é o nosso Criador, DEUS. Em vista da evidente incapacidade dos homens de instituírem um bom governo, não concordamos que já é tempo de escutar a ele? DEUS diz sobre si mesmo: “Aquele que desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram; Aquele que diz: ‘Meu próprio conselho ficará de pé e farei tudo o que for do meu agrado” (Isa. 46:10) E é do agrado de DEUS prover aos homens um bom governo. JESUS governará este mundo com vara de ferro e seu governo no milênio será perfeito. Também ELE mesmo, bem antes disso acontecer, ELE vem nos buscar no arrebatamento da Igreja para estarmos para sempre com ELE na Nova Jerusalém. NÃO HÁ OUTRA ESPERANÇA MAIOR PARA O SER HUMANO - JESUS, O SALVADOR.

CONCLUSÃO.
Como Deus possui o controle tudo, é fato que o Senhor intervém nas nações: (a) destronando reis e estabelecendo reinos (Sl 75.7; Dn 2.21,44), (b) destruindo nações (Jr 51.1), como também (c) revertendo o juízo quando existe arrependimento: “No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18.7-8). A prova bíblica mais contundente que Deus intervém nas nações é o povo de Israel; quantas nações tentaram destruí-la, mas Deus não permitiu. Sempre houve uma intervenção do Senhor no sentido de evitar a aniquilação do Estado de Israel. Isso mostra que foi Deus quem criou o homem e a humanidade, e foi ele quem a dotou de múltiplas inteligências e saberes. As marcas de uma civilização (política, cultura, artes, ciência, religiosidade) podem e devem ser expressas de forma legítima para desenvolvimento da humanidade e glória de Deus. Porém, como vimos, desde as primeiras gerações o pecado tem contaminado toda forma de expressão da nossa civilidade. Agora convém-nos deixar que Cristo em nós faça a redenção da civilização, trazendo-nos com tudo o que há em nós de volta para o Senhor que nos criou.