TEXTO ÁUREO
“Eis que sobre
vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade Jerusalém, até que do
alto sejais revestidos de poder.” (Lc 24.49)
VERDADE PRÁTICA
As obras das
trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de
Cristo.
LEITURA BÍBLICA
Atos 8.5-13,18-21 “E,
descendo Filipe à cidade de Somaria, lhes pregava a Cristo.
6- E as
multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e
viam os sinais que ele fazia, 7- pois que os espíritos imundos saíam de muitos
que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
8- E havia grande alegria naquela cidade. 9- E estava ali um certo homem
chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha
iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; 10- ao qual
todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Esta é a grande
virtude de Deus. 11- E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia
iludido com artes mágicas. 12- Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava
acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens
como mulheres. 13- E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de
contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam,
estava atônito. 18- E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos
era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, 19- dizendo: Dai-me também a
mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito
Santo. 20- Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois
cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. 21- Tu não tens parte nem
sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.
INTRODUÇÃO. A Bíblia não
somente fala da realidade da batalha espiritual, bem como nos ensina sobre o
que devemos fazer para prevalecermos na luta contra Satanás e os demônios –
“fortalecer-se no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6.10). Nesta lição,
falaremos sobre a necessidade do poder espiritual para a nossa caminhada
cristã; destacaremos a importância de termos o Espírito em nós e sobre nós;
veremos porque o poder de Deus é necessário; e, por fim, pontuaremos que uma
vida cheia do Espírito Santo é uma condição vital para nos mantermos de pé
espiritualmente.
I. A IMPORTÂNCIA DO PODER DE DEUS NA VIDA CRISTÃ
Após trazer
diversas recomendações práticas aos cristãos de Éfeso, Paulo decidiu abrir os
seus olhos quanto a realidade do mundo espiritual e da necessidade de estarmos
capacitados para vencermos a batalha contra o mal. Para tal, o apóstolo
conclama os irmãos a buscarem o poder do Senhor. Paulo diz: “fortalecei-vos”
(Ef 6.10), expressão que no grego é “endunamoo”,
que significa: “fortalecer”, “tornar-se forte” (CHAMPLIN, 2004, p. 641). Já a
palavra “poder” no grego “dúnamis”
significa: “força”, “energia”, “habilidade”, “poder”, mas que normalmente se
refere a algum agente de poder ou força capaz de realizar um determinado
trabalho. Nosso vocábulo “dinamite” se deriva desse termo grego; e isso ilustra
a natureza da palavra (CHAMPLIN, 2004, p. 311). Vejamos o que a Bíblia nos
sobre o poder de Deus:
1. A necessidade do poder. Como a nossa luta não é contra carne e sangue, mas, sim, “contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12);
seres que são maiores que os homens (Sl 8.5; Hb 2.7); e, que são poderosos (At
26.18; 2ª Ts 2.9; 2ª Pd 2.11), necessitamos de um poder que não produzimos e que
seja maior que o poder dos demônios. Portanto, fortalecer-se é tão necessário
que Paulo afirma que é a condição para nos mantermos firmes “contra as astutas
ciladas do diabo” (Ef 6.11).
2 A busca pelo poder. O crente por si mesmo e com suas próprias forças jamais poderá suportar
uma guerra espiritual, inimigos espirituais são enfrentados com armas
espirituais. O poder que necessitamos para vencer está em Deus. Por isso, Paulo
diz: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). A Bíblia diz
que Ele é aquele que tem todo o poder nos céus e na terra, pois é Todo Poderoso
(Mt 28.28; Ap 1.8). Somente na epístola aos Efésios Paulo fala da “grandeza do
seu poder” (Ef 1.19); da “superioridade do seu poder” (Ef 1.21); da “operação
do seu poder” (Ef 3.7); que ele é “poderoso para fazer” (Ef 3.20); e, de que é
a “fonte do poder” (Ef 6.10). É bom notar que o verbo “fortalecer” está no
imperativo, denotando uma ordem, ou seja, cabe ao crente individualmente buscar
fortalecer-se no Senhor (1ª Co 16.13; Tg 5.8). Paulo também exortou a Timóteo
dizendo: “Fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (2ª Tm 2.1).
3 A concessão de poder. Jesus não deixou a igreja sem o poder necessário para vencer as
batalhas espirituais. Ele nos concedeu o Espírito Santo por meio do qual temos
condições de vencer: “Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda
que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior” (Ef
3.16). Paulo falou do poder de Deus que está “sobre nós, os que cremos” (Ef
1.19); e, do “poder que em nós opera” (Ef 3.20); e, nas mais diversas situações
que enfrentou, prevaleceu, porque Cristo o fortalecia (Fp 4.13; 2ª Tm 4.17).
Jesus concedeu poder para expulsarmos os demônios (Mc 16.17; Lc 10.19); e,
também fez a confirmou a promessa de revestimento de poder para os seus
discípulos a fim de equipá-los espiritualmente (Lc 24.49; At 1.8).
II. A OPERAÇÃO DO PODER DE DEUS NO CRENTE
1. O poder em
nós. Todo crente salvo tem o Espírito Santo (Rm 5.5; 8.9; 1Co 6.19; 1ª Ts 4.8;
2ª Tm 1.14). O recebemos no momento da conversão, ocasião que fomos selados,
como prova de que somos propriedade particular de Deus (Ef 1.13,14; 4.30). A
presença do Espírito Santo em nós confere-nos poder (Ef 3.16,20).
2 O poder sobre nós. No AT o Espírito Santo apareceu capacitando algumas pessoas para o
serviço e até mesmo para as batalhas físicas contra os inimigos de Israel (Jz
6.34; 14.19). No NT, vemos uma atuação mais ampla e diferenciada. Além de
habitar em todos os crentes, Jesus prometeu que o Espírito Santo viria para
“revestir os crentes” (Lc 24.49; At 1.8). A palavra “revestir” dá a ideia de
vestir sobre outra vestimenta. Este poder é tão necessário que Jesus orientou
os discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até serem revestidos (Lc
24.49; At 1.4). O batismo com o Espírito Santo é extremamente necessário para o
crente em Jesus também nos dias atuais: “Porque a promessa vos diz respeito a
vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso
Senhor chamar” (At 2.38).
III. PARA QUE PRECISAMOS DE PODER
1. Para que o evangelismo prevaleça. O diabo se opõe frontalmente a sublime tarefa da evangelização dos
povos que Jesus confiou a igreja (Mc 4.15; At 13.8-10; 1ª Ts 2.18). Ele cegou o
entendimento dos incrédulos “[…] para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo” (2ª Co 4.4). Logo, para levarmos adiante a evangelização
dos povos devemos estar revestidos de poder a fim de prevalecermos contra as
trevas (Lc 24.49; At 1.8). Em Éfeso, havia doze discípulos que não eram
batizados com o Espírito Santo, quando Paulo tomou ciência disto, orou por eles
e logo foram revestidos de poder (At 19.1-7). Após este acontecimento, Paulo na
unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar nesta cidade e o
impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade, provocando muitas
conversões até mesmo de feiticeiros (At 19.18); e, “assim a palavra do Senhor
crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Por onde andava, Paulo sabia
que o diabo erguia suas fortalezas na vida das pessoas a fim de que não fossem
salvas, no entanto, ele sabia que Deus nos disponibilizou armas espirituais
para destruição destas fortalezas (2ª Co 10.4).
2. Para que possamos prevalecer contra os demônios.
O cristão jamais poderá prevalecer contra o poder
de Satanás e dos demônios sem o poder de Deus. Sabedor disto, Jesus delegou aos
apóstolos poder para expulsar os demônios: “E, chamando os seus doze
discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem” (Mt
10.1). Veja também (Mc 10.1; Lc 9.1). Na ocasião em que o Mestre ordenou que
outros setenta discípulos fossem expulsar os demônios, também lhes conferiu
poder (Lc 10.19). Sobre a necessidade do poder para vencer os ataques demoníacos,
Paulo exortou aos cristãos de Éfeso dizendo: “Fortalecei-vos no Senhor e na
força do seu poder (Ef 6.10,11). Sobre esta afirmação paulina, Beacon (2008, p.
194) diz que: “no conflito com os poderes demoníacos, os cristãos têm de
utilizar, de forma imediata e contínua, o poder de Cristo para terem vitória”.
3. Para que possamos vencer a si mesmos. Além de ataques externos, cada crente também enfrenta ataques internos,
na sua “natureza pecaminosa”, também chamada de “carne”, no grego “sarx”. Nas
Sagradas Escrituras, o termo é usado tanto para descrever a natureza humana,
como para qualificar o princípio que está sempre disposto a opor-se ao
Espírito. Tal propensão para as práticas pecaminosas herdamos de Adão, que
quando transgrediu afetou toda a raça humana (Gn 4.7; 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18).
É importante dizer que fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não
ainda da presença do pecado (Cl 3.5). No campo do nosso interior ainda se trava
uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos
entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as
suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Logo, o poder da carne só poderá ser
detido pelo poder do Espírito (Rm 8.1-6; Gl 5.16,17). “O homem natural não tem
poder para combater o pecado, porque o pecado reside no seu interior. Somente
pela sua transformação através da obra regeneradora do Espírito Santo é que ele
se torna ‘homem espiritual’. O espírito interior do homem se torna acessível ao
Espírito Santo e recebe d’Ele o fortalecimento espiritual necessário (Rm
7.14,15; 1ª Co 2.14,15; Gl 5.17,26)” (CABRAL, 1999, p. 38).
IV. VIVENDO CHEIO DO PODER DE DEUS PARA VENCER AS
HOSTES DA MALDADE
Enquanto
estivermos no mundo não teremos trégua na luta contra Satanás e os demônios.
Como a batalha é contínua nossa capacitação para vencer também deve ser
contínua. Precisamos diariamente do poder do Espírito Santo para prevalecermos
as hostes da maldade. Em Efésios 5.18 o apóstolo Paulo diz que devemos nos
encher do Espírito Santo. Tal palavra nos mostra pelo menos quatro verdades
práticas. Vejamos:
1. Ser cheio do Espírito Santo é uma ordem. Encher-se do Espírito é um mandamento: “[…] enchei-vos do Espírito” (Ef
5.18). É a vontade de Deus que vivamos sob o poder do Espírito Santo. Portanto,
não buscar a plenitude do Espírito é desobedecer a ordem divina.
2. Ser cheio do Espírito é uma necessidade de
todos. A plenitude do Espírito é abrangente a todo
crente. A plenitude do Espírito não é um privilégio para alguns, mas, uma
possibilidade para todo aquele que foi regenerado. Este mandato foi dado a toda
Igreja e não a indivíduos em particular: “E todos foram cheios do Espírito
Santo” (At 2.4-a).
3. Ser cheio do Espírito é uma parceria. O ser cheio do Espírito Santo não depende exclusivamente de nós, pois
não é obra humana, é uma operação divina no homem (At 19.1-6; Ef 3.19). No
entanto, a vida de obediência e sujeição do crente é a condição para o
recebimento da plenitude do Espírito (At 5.32).
4.4. Ser cheio
do Espírito é um ato contínuo. Não descreve uma ação única, e sim contínua,
porque a plenitude do Espírito é vivida constantemente, não é uma experiência
para uma única vez, mas, precisa ser sempre renovada (At 2.4; 4.31; 13.52). Não
devemos viver uma vida espiritual conformada e rotineira, e sim, anelar sempre
por novas experiências concedidas pelo Espírito Santo (Rm 12.2; 1ª Ts 1.5).
CONCLUSÃO. Para
prevalecermos no combate espiritual contra as trevas, precisamos buscar a Deus
diariamente a fim de nos fortalecermos e assim prevalecermos contra as astutas
ciladas do diabo.
FONTE DE
PESQUISA
1. ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
2. CABRAL,
Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD.
3. CHAMPLIN, R.
N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
4. HOWARD, R.E,
et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
5. STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário