TEXTO ÁUREO
“Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes.” (Ef 6.13)
VERDADE PRÁTICA
A metáfora do
sistema militar, usada por Paulo, mostra que estamos em guerra no mundo
espiritual. Estejamos, pois, cingidos com a armadura espiritual!
LEITURA BÍBLICA
Efésios 6.13-20 “Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes. 14- Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos
lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, 15- e calçados os pés na
preparação do evangelho da paz; 16- tomando sobretudo o escudo da fé, com o
qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17- Tomai também o
capacete da salvação e a espada do Espirito, que é a palavra de Deus, 18-
orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espirito e vigiando nisso com
toda perseverança e súplica por todos os santos 19- e por mim; para que me seja
dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o
mistério do evangelho, 20- pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa
falar dele livremente, como me convém falar.
INTRODUÇÃO. A presente
lição é a continuação da anterior. Lá vimos que existe uma batalha espiritual e
invisível entre os crentes em Jesus e o reino das trevas. Aqui, vamos estudar
como o apóstolo Paulo usou os instrumentos bélicos do sistema da época como
metáfora. Essa ilustração é um recurso didático importante porque facilita a
compreensão dos cristãos para o bom combate.
I. GUERRA
Segundo o
Dicionário Teológico Beacon, guerra é “o recurso das nações para tratar de
resolver diferenças pela força das armas. As guerras sempre são produtos da
pecaminosidade humana, seja por instigação imediata ou causa indireta”. Mas a
legitimidade da guerra pode depender de sua motivação.
1. Ao longo dos séculos.
Desde a batalha
dos israelitas contra Ai, por volta de 1400 a.C. (Js 8.21-26), até Massada, em
73 d.C., a Bíblia registra cerca de 20 batalhas principais. Pessoas de todas as
civilizações antigas - egípcia, assíria, babilônica, grega e romana - estavam
acostumadas com a presença dos soldados no meio do povo. E a palavra profética
anuncia guerras até o fim dos tempos (Dn 9.26).
2. Os antigos.
Os antigos
encaravam a guerra como algo sagrado; esse era o contexto da época. Era usual
oferecer sacrifícios antes da partida das tropas militares para a batalha a fim
de invocar, das divindades, proteção e vitória (Jr 51.27). Essa prática era
também generalizada em Israel (1º Sm 13.10-12; Sf 1.7). Deus permitia e, às
vezes, até ordenava a guerra no período do Antigo Testamento (1º Sm 23.2-4).
3. Sentido metafórico.
O tema sobre a
guerra não aparece no Novo Testamento. A guerra é, em si mesma, incompatível
com o espírito cristão. Jesus nos ensinou:
“Bem-aventurados
os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). A guerra
aparece nas Escrituras no sentido figurado para ilustrar a luta contra a morte
(Ec 8.8), da mesma forma que ilustra a maldade dos ímpios (Sl 55.21). Na
presente lição, o enfoque é metafórico, representando a nossa luta espiritual
contra os inimigos da nossa salvação (2ª Co 10.3; 1ª Tm 1.18).
II. A METÁFORA BÍBLICA
“Guerra”, “batalha”,
“luta”, “combate”, “peleja” são termos do dia a dia para indicarmos, muitas
vezes, um debate ou discussão e, também, para nos referirmos às dificuldades da
vida. Mas a metáfora aqui se aplica na defesa e no combate espiritual, na
pregação e no ensino da Palavra.
1. A armadura do soldado romano.
A sociedade
contemporânea do apóstolo Paulo conhecia com abundância de detalhes toda a
armadura do soldado romano. Efésios é uma das quatro epístolas da primeira
prisão de Paulo, juntamente com Filipenses, Colossenses e Filemom (v.20; Ef
3.1; 4.1; Fp 1.13; Cl 4.3; Rm 9,10,13,23). Assim, o apóstolo escreveu aos
efésios de sua prisão domiciliar em Roma, vigiada pela guarda pretoriana (At
28.16,30,31). Paulo convivia com esses soldados diariamente e conhecia com
detalhes a armadura daqueles que o vigiavam.
2. A armadura de Deus (v.13).
Mesmo depois de
tomar toda a armadura de Deus, o apóstolo nos exorta a ficarmos firmes. Depois
da vitória, o soldado romano permanecia em pé e vitorioso. Paulo acrescenta: “tendo
cingidos os vossos lombos com a verdade” (v, 14.a). Isso significa usar a
verdade como cinturão (Is 11.5). Essas metáforas são apropriadas, pois usam as
coisas da vida diária, conhecidas de todos, para esclarecer verdades
espirituais.
3. A couraça da justiça (v.14).
É uma armadura
defensiva em forma de um manto de ferro feito de couro, tiras de metal ou
escamas de bronze (1º Sm 17.5). Sua função é proteger o pescoço, o peito, os
ombros, o abdome e as costas. Dependendo da época e da civilização, a couraça
chegava até a coxa. O apóstolo Paulo usa a couraça como metáfora para ilustrar
a defesa espiritual como “couraça da justiça” (v.14), um abrigo contra as
feridas morais e espirituais e uma proteção da justiça de Cristo imputada ao
pecador; é a "couraça da fé” (1ª Ts 5.8).
III. OUTRAS ARMAS USADAS COMO ILUSTRAÇÃO
O apóstolo
Paulo não foi exaustivo ao elencar os instrumentos bélicos de sua geração. Aqui
vamos apresentar os demais elementos apresentados na sua lista.
1. Os calçados (v.15).
O termo
hebraico naal, “sandália, sapato”, e
o seu correspondente grego na Septuaginta e no Novo Testamento, hypodema, “sandália”, vem do verbo hypodeo, “atar debaixo”, e diz respeito
ao calçado formado por uma sola de couro que se amarra ao pé com correias ou
cintas. Era uma peça do vestuário usada pela população civil (Jo 1.27; At
7.33). No caso do soldado, porém, era necessário para segurança e prontidão na
marcha (Is 5.27). Isso, na linguagem figurada, remete a agilidade e prontidão
na obra da evangelização e na pregação do evangelho da paz.
2. O escudo da fé (v.16).
O escudo era o
principal instrumento bélico de defesa na guerra. Trata-se de uma peça
fabricada a partir de vários materiais e em formatos diversificados. Os
israelitas tinham dois tipos: o primeiro, sinna,
“proteção” em hebraico, uma peça que cobria o corpo inteiro de forma oval ou
retangular, usada pela infantaria pesada (2º Cr 25.5); e, o segundo, magen, usado pelos arqueiros (2º Cr
17.17). O escudo é símbolo de proteção nas Escrituras. É usado de maneira
figurada desde o Antigo Testamento para mostrar Deus como o protetor dos seus
(Gn 15.1; Dt 33.9; 2º Sm 22.3); é comparado à salvação e à verdade de Deus (2º
Sm 22.36; Sl 18.35; 91.4). O apóstolo Paulo usa a figura do escudo como
proteção para “apagar todos os dardos inflamados do maligno” (v.16), tais como
calúnia, malícia, concupiscência, ira, inveja e toda a sorte de desobediência.
Esse escudo nos protege das setas malignas (Sl 91.5).
3. O capacete da salvação e a espada do Espírito
(v.17).
O capacete era
uma cobertura para a cabeça feita de metal e internamente acolchoada para o
conforto do usuário e a proteção eficiente da cabeça. No Antigo Testamento, a
salvação é o capacete que Deus usa na batalha (Is 59.17). Parece que Paulo
segue nessa linha em outro lugar: “tendo por capacete a esperança da salvação”
(1ª Ts 5.8). A espada literal é uma arma de ataque, mas no sentido figurado é
um símbolo de guerra, julgamento divino e autoridade ou poder (Lv 26.25; Jr
12.12; Rm 13.4). A expressão paulina "espada do Espírito" refere-se à
Bíblia, pois as Escrituras Sagradas vieram do Espírito Santo (2ª Pe 1.21). Por
isso, Paulo completa dizendo, "que é a Palavra de Deus". Isso
significa que a Bíblia é a Palavra de Deus, como ela própria se declara (Mc
7-13; Hb 4.12).
4. A outra lista (vv. 18,19).
Oração e
súplica vêm permeadas entre esses elementos da armadura de Deus e permanecem
juntas a essas armas espirituais, que sem a oração seriam inúteis. A oração
deve ser em todo o tempo e com súplica no Espírito e vigilância (Mt 26.41; Fp
4.6; 1ª Ts 5.17). As virtudes gêmeas, vigilância e perseverança, aparecem na
instrução para orarmos uns pelos outros. Quando um homem da estatura espiritual
do apóstolo Paulo pede a oração da Igreja em seu favor e pelo seu ministério
(v.20), isso mostra que não existe super-homem na igreja. Todos nós somos
dependentes do Senhor Jesus e contamos com a oração uns dos outros.
SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
Deus quer
trazer fé aos nossos olhos e aos nossos ouvidos, uma realização viva do que
seja a Palavra de Deus, do que o Senhor Deus quer dizer e do que podemos
esperar se crermos. Estou certo de que o Senhor deseja colocar diante de nós um
fato vivo que, pela fé, deve pôr em ação um princípio que está dentro de nossos
corações, a fim de que Cristo destrone todo o poder de Satanás.
É isso que eu
penso. O Reino dos Céus está dentro de nós, dentro de cada crente. O Reino dos
Céus é Cristo, é a Palavra de Deus.
O Reino dos
Céus deve superar todas as demais coisas, até sua própria vida. Tem que ser
manifestado de maneira tal que compreendas que mesmo a morte de Cristo traz à
lume a vida de Cristo.
O Reino dos
Céus é a vida de Jesus, é o poder do Altíssimo. O Reino dos Céus é puro, é
santo. Não tem doenças, nem imperfeição" (WIGGLESWORTH, Smith. Devocional.
Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003,
pp.72-73).
CONCLUSÃO. Os crentes
precisam dessa armadura de Deus ainda hoje. Isso porque bem sabemos que os
inimigos da Igreja não são agentes humanos. Estão por trás deles os demônios,
liderados pelo seu maioral, o Diabo. Os recursos espirituais apresentados aqui
são importantes e poderosos para expelir todas as forças do mal.
Lições Bíblicas
do 1° trimestre de 2019 – CPAD
Estamos em tempos de guerra e sem sol. Estamos expostos a tudo e nos falta Luz, porque as trevas se expandiram por toda a terra. A armadura de Deus é a nossa protecao nesse tempo e ela nos faz destruir o malgno que nos ataca. Nós nem sequer imaginamos como este ataque acontece, uma vez que, continuamente, o inimigo modifica suas estrategias. Precisamos da fé para continuarnos firmes e da Palavra de Deus para nos colocar no posicionamento correto de guerreiros (ao lado de Jesus) e de filhos de Deus, como Ele é. Estar pois continuamente com Ele,como seus seguidores, nos garante a seguranca. Nao ha nada que nao seja envolvido pelo seu amor e compaixao em nossas fragilidades, quando entao nos pergunta com o olhar: por que filho? O que te faltou para vigiares? Onde estava a tua espada que nao usaste? E a couraça com a qual te vesti? Eu não prometi que ficaria até o fim? Por que desististe de lutar, para te expores à morte? Tua vida e tão importante para mim! E agora, diz o Senhor,levanta-te e caminha com o que ainds tens. Todos virão ao caminho para te enfrentar, mas, precisas lutar até o fim. Se morreres, eu virei te ressuscitar.
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