Atos 16.16-24 “E
aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha
espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus
senhores. 17. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens,
que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. 18. E
isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao
espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora,
saiu. 19. E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida,
prenderam Paulo e Silas e os levaram à praça, à presença dos magistrados. 20.
E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus,
perturbaram a nossa cidade. 21. E nos
expõem costumes que nos não é lícito receber nem praticar, visto que somos
romanos. 22. E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados,
rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas. 23. E, havendo-lhes
dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os
guardasse com segurança, 24. o qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no
cárcere interior e lhes segurou os pés no tronco.”
INTRODUÇÃO. Nesta Lição
estudaremos um tema importante para vivermos a fé nestes últimos dias: o
discernimento de espíritos. Não se pode querer discernir o que é espiritual com
instrumentalidade carnal.
I. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
Paulo apresenta
os dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo, visando a edificação da
Igreja (1ª Co 12.7).
1. Os dons espirituais. Os dons podem ser classificados, para uma melhor compreensão, da seguinte
maneira:
1ª Coríntios 12.1,4-7 “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
4. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5. E há diversidade
de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6. E há diversidade de operações, mas é
o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7. Mas a manifestação do Espírito é dada
a cada um, para o que for útil.
A palavra dom no grego dõron significa uma dádiva, um
presente que nos é dado por Deus. Dõrea, presente grátis, charisma.
A palavra charisma no grego é χαρισμα no português carisma
que significa:
- Uma graça, gratuidade (divina).
- (especialmente),
um dom (espiritual).
- Qualificação
religiosa.
- Aptidão
milagrosa.
2. “Ora, os dons são diversos...” 1º Co 12-4. “Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”.
Os dons espirituais podem ser classificados como:
2.1. Dons de serviço ou da graça (charismata).
São evidências para proveito de todos.
Romanos 12.3-8 “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um
dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com
moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4. Porque assim
como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função. 5. Assim também nós, conquanto muitos, somos um corpo em Cristo e
membros uns dos outros. 6. Tendo,
porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia seja
segundo a porção da fé. 7. Se ministério dediquemo-nos ao ministério; ou o que
ensina esmere-se no faze-lo. 8. Ou o que exorta faça-o com dedicação; o que
contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria”.
3. Dons ministeriais (diakoniai) - 1ª Co 12.5. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
Efésio
4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.”
- Correspondem aos dons de serviços ou ministérios práticos.
4. Dons espirituais (pneumatikos) ou Manifestações (phanerōsis). O termo
refere-se às manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio
dos dons (1ª Co 12.7; 14.1).
5. Classificação dos dons.
Os
dons são distribuídos em três categorias:
5.1. Dons de Revelação.
1. Palavra
do conhecimento (v.8).
2. Palavra
da sabedoria (v.8).
3. Discernimento
de espíritos (v.10).
5.2. Dons de Poder.
1. Fé
(v.9).
2.
Curar (v.9).
3.
Operação de milagres (v.10).
5.3. Dons de Inspiração.
1.
Profecia (v.10).
2.
Variedade de línguas (v.10).
3.
Interpretação de línguas (v.10).
6. As
fontes das manifestações espirituais.
Este dom é a capacitação divina para
julgarmos se a força espiritual por detrás de uma manifestação ou situação é:
- Do Espírito Santo.
- Do Espírito Humano.
- De um Espírito Demoníaco (Ou seja, de
Deus, do homem ou do diabo).
7.
Como os Dons do Espírito Atuam um Sobre o Outro.
Os dons do Espírito geralmente funcionam
juntos.
7.1. Dons que
manifestam a sabedoria de Deus (1ª Co 12.8-10).
7.2. Dons que
manifestam o poder de Deus (1ª Co 12.9,10).
7.3. Dons que
manifestam a mensagem de Deus (1ª Co 12.10).
8. A escassez dos dons espirituais. Nunca os dons espirituais fizeram-se tão necessários quanto hoje. Num
século de enganos e falsificações espirituais, carecemos das capacitações
sobrenaturais provindas do Espírito Santo, a fim de que saibamos diferençar a
verdade da mentira.
- Na Igreja Primitiva, onde o temor de Deus e a
reverência eram abundantes. At 2.42-43 “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações. 43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se
faziam pelos apóstolos.”
- Os dons
espirituais manifestavam-se com regularidade e frequência. A irreverência, a
falta de oração e de leitura da Bíblia Sagrada, além de impedirem as legítimas
manifestações espirituais, deturpam-nas, gerando confusão e desordem (cf. 1ª Co
14).
II. O DOM DE DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
1. O verbo “discernir”.
- O Novo
Testamento grego apresenta dois verbos traduzidos em nossas versões bíblicas
por “discernir”, anakrino e diakrino. O significado do primeiro é
amplo, como “perguntar, interrogar, investigar, examinar” (Lc 23.14; At 17.11),
e aparece também com o sentido de “discernimento” (1ª Co 2.14,15). O segundo
verbo apresenta grande variedade semântica e uma das variações é a de discernir
(1ª Co 11.29).
2. O substantivo “discernimento”.
- O termo grego
é diákrisis, que só aparece três
vezes no Novo Testamento e, em cada uma delas, o significado é diferente: uma
vez com o sentido de “briga” ou “julgamento” (Rm 14.1); outra, como “distinção”
em que se julgam pelas evidências se os espíritos são malignos ou se provém de
Deus (1ª Co 12.10); e, finalmente, para discernir entre o bem e o mal (Hb
5.14).
2.1. Discernir significa distinguir, estabelecer
diferença. O Espírito Santo concede o dom de discernir, a fim
de que não sejamos enganados por espíritos e manifestações espirituais que,
apesar das aparências, não se originam em Deus, mas em fontes demoníacas e carnais
(1ª Co 12.10).
- No seu uso
geral, discernimento é, na vida cotidiana, a capacidade de compreender e
avaliar as coisas com bom senso e clareza, de separar o certo do errado com
sensatez. O termo aparece nessa acepção na Bíblia (2ª Sm 19.35; Jn 4.11). Mas,
no contexto teológico, o seu uso é muito mais amplo, como veremos a seguir.
3. Falsos profetas.
- Num universo
religioso, como o atual, onde há tantas imitações e fingimentos, faz-se urgente
essa capacidade sobrenatural que nos concede o Espírito Santo, para sabermos as
proveniências dos espíritos. Recomenda-nos o apóstolo João: “Amados, não
creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1ª Jo 4.1).
3.1. A advertência do Senhor para o Povo de Israel.
Dt 13.1-3 “Quando
profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou
prodígio, 2. E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado,
dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; 3. Não
ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR
vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso
coração, e com toda a vossa alma.
3.2. Advertência de Jesus.
Mt 24.24 “Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e
prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”
- Jesus disse
que o Anticristo aparecerá fazendo sinais, prodígios e maravilhas de tal
maneira que, se possível fora, enganaria até os escolhidos.
3.3. A advertência do apóstolo Paulo para a Igreja
de Corintos.
2ª Co 11.13-15 “Porque
tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos
de Cristo. 14. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em
anjo de luz. 15. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em
ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.”
- Os agentes de
Satanás transformam-se em anjos de luz, e seus mensageiros, em ministros de
justiça.
3.4. A advertência do apóstolo Paulo aos Presbíteros
da Igreja.
Atos 20.28-30 “Olhai,
pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio
sangue. 29 Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de
vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; 30 E que de entre vós mesmos se
levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos
após si.”
3.5. A advertência de Paulo a Timóteo.
2ª Tm 3.1-9 “Sabe, porém,
isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. 2. Porque haverá
homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, 3. Sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, 4. Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, 5. Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te. 6. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas,
e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias
concupiscências; 7. Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento
da verdade. 8. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes
resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à
fé. 9. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario,
como também o foi o daqueles.”
3.6. A advertência do apóstolo Pedro.
2ª Pe 2.1-3 “E também
houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos
doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2. E
muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da
verdade. 3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os
quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não
dormita.”
1ª Pe 5.1-4 “Aos
presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com
eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há
de revelar: 2. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado
dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo
pronto; 3. Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de
exemplo ao rebanho. 4. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa da glória.”
- Em todos os lugares e em todas as épocas,
sempre existiram falsas imitações, e só com o discernimento do Espírito Santo é
possível identificar a fonte de tais manifestações. Isso mostra a importância e
a atualidade do dom de discernir os espíritos (1ª Co 12.10).
- Estes versículos expõem o perigo dos falsos
profetas. O povo de Deus deveria ficar alerta porque eles
proclamariam ser os verdadeiros enviados do Senhor. Além disso, os israelitas
teriam de discernir a intenção da mensagem e verificar o cumprimento das
palavras proféticas, para que descobrissem se tratava-se de um verdadeiro
profeta (Dt 18.21,22). No Novo Testamento também há avisos quanto a esses
enganadores (1ª Jo 4.1; compare com A t 20.28-31).
4. A importância do dom de discernimento.
- A vinda de
Cristo está mui próxima (1ª Jo 2.18).
- Cumprem-se os
sinais que anunciam a volta iminente do Senhor.
- Haja vista a
operação dos falsos doutores e profetas que, usados por Satanás, ostentam uma
aparente piedade e operam maravilhas com o objetivo de enganar os escolhidos
(Mt 24.24). Por isso, afirma John Stott, “de todos os dons espirituais, um dos
que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento”. Leia e medite em 2ª
Timóteo 3.1-9 e 2ª Pedro 2.1-3.
- O discernimento
espiritual capacita a pessoa que tem o dom a identificar os tipos de espíritos
que se manifestam em uma determinada situação.
- Como
a Palavra da Ciência e da Sabedoria, o dom de discernir os espíritos é uma
capacitação sobrenatural do Espírito Santo que permite conhecermos a natureza e
o caráter dos espíritos.
O discernimento de espíritos, ajuda o
crente a separar:
- O
falso do verdadeiro.
- O
puro do impuro.
- O
santo do pecador.
- O
joio do trigo e, especialmente, a intenção dos corações. (1ª João 4.1).
- Ele é de fato um dom do Espírito de
Deus, o qual revela a identidade do poder e da força espiritual por detrás de
uma situação específica. Será que é o Espírito de Deus, o homem, ou o diabo?
- Vivemos
hoje em um mundo de confusões religiosas onde o falso assemelha com o
verdadeiro até mesmo dentro da Igreja. Por isso devemos buscar com urgências os
dons para a edificação da Igreja.
Muitos erroneamente pensam que “discernir
os espíritos” quer dizer julgar as ações e procedimentos dos homens. Trata de discernir espíritos e não homens, no tocante a assuntos
relacionados puramente com eles. E, certamente, não é a capacidade de
encontrarmos as falhas nas vidas dos outros. Isto é apenas uma forma de
julgamento farisaico.
- Através dele podemos julgar ou
“discernir” as forças espirituais que produzem certas ações, ensinos ou
comportamentos. É um dom de revelação divina com relação à natureza e
atividades do mundo espiritual.
III. A ADIVINHADORA DE FILIPOS
- Quem
realmente já experimentou o poder de Deus na vida não pode ser levado por
impostores. Deus permite, às vezes, o sobrenatural vindo de fontes estranhas
para provar a fé do crente e sua experiência espiritual.
1. Uma avaliação sensata.
- A jovem
adivinha estava possessa, tomada pelo espírito das trevas; logo, a mensagem
dela não vinha de si mesma, mas do espírito que a oprimia.
- Satanás é o
pai da mentira (Jo 8.44).
- O principal
opositor da obra de Deus (At 13.10).
- Por que,
então, o espírito adivinho elogiaria os dois mensageiros de Deus, Paulo e
Silas, ao confirmá-los como anunciadores do caminho da salvação? É óbvio que
havia algo de errado nisso.
2. O espírito de adivinhação.
- A jovem
pitonisa “tinha espírito de adivinhação” (v. 16). O termo grego usado aqui é python, “Píton, espírito de adivinhação", de onde vem o termo “pitonisa”, associado à feitiçaria.
- Píton era a serpente que guardava o
oráculo em Delfos, na antiga Grécia, a qual, segundo a mitologia, Apolo matou.
Com o tempo, python passou a ser
usado para designar adivinhação ou ventríloquo, que em grego é engastrimythos, de gaster, “ventre”, e mythos,
“palavra, discurso”, cuja ideia é dar oráculos ou predições desde o ventre,
pois se imaginava alguém ter tal espírito em seu ventre. O vocábulo engastrimythos não aparece no Novo
Testamento, mas está presente na Septuaginta (Lv 19.31; 20.6) e é aplicado à
feiticeira de En-Dor (1ª Sm 28.7,8).
3. Adivinhações ontem e hoje.
- Moisés
enumerou algumas práticas divinatórias comuns entre os cananeus (Dt 18.14) e os
egípcios (Is 19.3), as quais Israel deveria rejeitar. Isso vale também para os
cristãos, pois essas práticas estão presentes ainda hoje na sociedade. Parece
que essas coisas encantam o povo, como aconteceu em Samaria com Simão, o mágico
(At 8.9-11). Tais práticas envolvem, direta ou indiretamente, magia,
astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia,
numerologia etc. São práticas repulsivas aos olhos de Deus porque trata-se de
uma forma de idolatria (Ap 21.8; 22.15). Como parte da magia, a adivinhação é
uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição,
explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc.
IV - DESMASCARANDO OS ARDIS DE SATANÁS
- O Senhor
Jesus colocou à disposição de cada crente as condições necessárias para discernir
entre o falso e o verdadeiro, habilitando-o a fazer a obra de Deus. Ele disse:
“Eis que vos
envio como ovelhas ao meio de lobos” (Mt 10.16) e para isso nos equipou com
armas espirituais de defesa e de ataque ao reino das trevas.
2ª Co 10.4-5 “Porque as
armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para
destruição das fortalezas; 5. Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à
obediência de Cristo.”
Efésios 6.10-18 “No
demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo. 12. Porque não temos que lutar contra a carne e o
sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os
príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais. 13. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que
possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14. Estai,
pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a
couraça da justiça; 15. E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; 16.
Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno. 17. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus; 18. Orando em todo o tempo com toda a oração
e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por
todos os santos.”
- O
discernimento espiritual é importante arma do arsenal do Espírito Santo.
1. Uma estratégia demoníaca para confundir o povo.
- É muito
estranho que o espírito maligno que atuava na vida da jovem viesse gritando
publicamente por muitos dias e elogiando Paulo e Silas com as palavras:
“Estes homens,
que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo"
(v.17).
- Essa não foi a única vez em que Satanás procedeu
dessa maneira (Mc 5.7). Adam Clarke comenta que o
“testemunho sobre os apóstolos, em essência, era verdadeiro, com o fim de
destruir sua reputação e arruinar a sua utilidade”.
- O propósito
diabólico aqui era transmitir ao povo a falsa ideia de que a mensagem que Paulo
e Silas pregavam seria a mesma da jovem adivinhadora.
2. A libertação da jovem adivinhadora.
- A moça era
uma escrava que dava muito lucro aos seus senhores com essa prática ocultista
(v. 16).
- Ao ser
liberta pelo poder do nome de Jesus, os seus proprietários viram nisso um
prejuízo econômico e foram denunciar os missionários às autoridades locais.
- A população
não viu a maravilha da grande libertação da moça, e Paulo e Silas não foram
denunciados por causa da expulsão do espírito maligno da jovem. Eles foram
acusados de perturbar a ordem pública e nem sequer foram ouvidos, ou seja, não
tiveram o direito de resposta. Foram açoitados e colocados na prisão (vv.
19-22).
- Jesus
tornou-se também persona non grata em Gadara por causa do prejuízo dos
porqueiros (Mc 5.16-18). Infelizmente, o lucro fala mais alto ainda hoje.
3. A necessidade do dom de discernir.
- O
discernimento do Espírito nos permite conhecer tudo aquilo que é impossível
saber por meio de recursos humanos.
- O caso de
Paulo e da adivinha de Filipos é emblemático, um exemplo clássico do uso desse
dom na vida real.
- Reconhecer a
origem maligna de uma manifestação contra a Igreja não é tão difícil, mas, no
contexto de Paulo, diante dos elogios da adivinhadora, isso era praticamente
impossível sem a atuação do Espírito Santo.
CONCLUSÃO. Estudamos nessa
lição que o discernimento de espíritos é importante para a igreja lidar com o
mundo dos espíritos e assim poder identificar as falsas profecias, as falsas
manifestações.
- Também ficou
claro que o crente é capacitado par identificar e para expulsar os demônios e
finalmente que, mesmo uma pessoa que não tenha o dom pode discernir se
determinadas profecias ou manifestações são verdadeiras usando do ensinamento
da palavra e testando o espírito.
Pr. Elias Ribas
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