TEOLOGIA EM FOCO: agosto 2018

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ




Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos

TEXTO ÁUREO
“Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hb 13.15).

VERDADE PRÁTICA
O crente oferece sacrifícios pacíficos a Deus quando pratica e semeia a paz do Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 7.11-21: E esta é a lei do “sacrifício pacífico que se oferecerá ao SENHOR. 12 - Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos asmos amassados com azeite e coscorões asmos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha. 13 - Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de louvores da sua oferta pacífica. 14 - E de toda oferta oferecerá um deles por oferta alçada ao SENHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica. 15 - Mas a carne do sacrifício de louvores da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até ŕ manhã. 16 - E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte. 17 - E o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será queimado no fogo. 18 - Porque, se da carne do seu sacrifício pacífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será imputado; coisa abominável será, e a pessoa que comer dela levará a sua iniquidade. 19 - E a carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; com fogo será queimada; mas da outra carne qualquer que estiver limpo comerá dela. 20 - Porém, se alguma pessoa comer a carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, tendo ela sobre si a sua imundícia, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. 21 - E, se uma pessoa tocar alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, e comer da carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, aquela pessoa será extirpada dos seus povos.”

OBJETIVO GERAL
Compreender que o crente oferece sacrifícios pacíficos a Deus quando pratica e semeia a paz do Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I.      Mostrar a excelência da oferta pacífica;
II.     Discutir a respeito da oferta pacífica na história sagrada;
III.    Compreender a oferta pacífica na vida diária.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor (a), na lição de hoje estudaremos as ofertas pacíficas. Veremos a beleza desse sacrifício no culto levítico, os tipos e o objetivo de tais ofertas. Em geral tais sacrifícios eram realizados como forma de gratidão por algum favor recebido, como por exemplo, a cura de alguma enfermidade. Mediante a gratidão a comunhão com Deus era fortalecida e renovada. Sejamos gratos a Deus pelo que Ele é e por tudo que tem feito por nós, oferecendo nossas vidas como sacrifício vivo, santo e agradável.

INTRODUÇÃO
Adoramos a Deus com ofertas pacíficas quando nos apresentamos diante dEle com o propósito de render-lhe graças por todas as bênçãos recebidas. Com tal atitude, honramos o Senhor com um culto racional, agradável e vivo.
Nesta lição, veremos que, das cinco ofertas prescritas no livro de Levítico, a mais excelente em voluntariedade era a pacífica, pois tinha como objetivo aprofundar a comunhão entre Israel e Deus. Ao aproximar-se do Senhor, com tal oferta, o crente do Antigo Testamento manifestava-lhe, em palavras e gestos, que o seu único almejo era agradecê-lo por todos os benefícios recebidos (Sl 103.1,2).

Em Levítico 7.11-21, estão as instruções para sacerdotes a respeito dos sacrifícios pacíficos, citados em Levítico 3). As ofertas pacíficas eram acompanhadas de expressões de gratidão. Esta oferta enfatizava a comunhão da aliança. A oferta de paz é a única oferta na qual o adorador tem permissão de participar. Depois que o sacerdote havia completado o sacrifício, uma parte considerável da carne ficava para ele, mas o resto era entregue ao ofertante, que podia, desse modo, desfrutar um banquete com sua família e amigos. Uma vez que os israelitas não abatiam seus valiosos animais com frequência para usar a carne, uma refeição de carne bovina ou de cordeiro era uma ocasião especial. Na consagração do templo de Salomão, 142 mil animais foram sacrificados como ofertas pacíficas, e o povo banqueteou por duas semanas (1º Rs 8.62-66).

I. AS OFERTAS PACÍFICAS (Lv 3.1-17; 7. 11-21)
1. O conceito de oferta pacífica.
A oferta pacífica simboliza a paz e a comunhão entre o verdadeiro adorador e Deus. Simbolizava o fruto de reconciliação redentora entre o pecador e Deus (2º Co 5.10).
·        Essas ofertas eram chamadas “ofertas de comunhão” porque eram oferecidas por aqueles que estavam em paz com Deus e queriam expressar sua gratidão, obrigações e/ou comunhão com ele. Não havia regulamento que especificasse um momento para essa oferta, exceto no Pentecoste (Lv 23.20), por isso eram apresentadas espontaneamente, de acordo com a motivação do adorador (Lv 19.5).

O ritual era o mesmo que o das ofertas pelo pecado (Lv Lv 4.1-5.13; 6.24-30; 8.14-17; 16.3-22), exceto pelo fato de que todo o sangue tinha de ser derramado sobre o altar, como na oferta pela culpa e na oferta queimada.

A gordura era queimada; o peito e as coxas eram guardados pelos sacerdotes, para consumo próprio; o restante da carne era comido no santuário pelo sacrificador, seus amigos e família (7.15,16,30-34; Dt 12.1,17-18). Sempre acompanhava esse sacrifício uma oferta de carne e líquido. A refeição denotava a comunhão existente entre o adorador e Deus e era símbolo e garantia de amizade e paz com ele.

2. Havia três tipos de ofertas pacíficas (de comunhão)
As ofertas de louvor, as ofertas oferecidas em cumprimento de um voto e as ofertas voluntárias. Para todos os três tipos, bois, ovelhas e cabritos de qualquer espécie poderiam ser oferecidos (Lv 3.1,6,12).

a) Oferta pacífica como um ato de gratidão (ação de graças) (Lv 7.12-15; 22.29; 2º Cr 29.31; Jr 17.26).
·         Gratidão por livramentos.
·         Resposta de oração.
·           Curas.
Era oferecido por benefícios recebidos de Deus. O Salmo 107.22 fala de tal sacrifício feito depois da libertação de situações de perigo.

b) Oferta pacífica associada a um voto (Lv 11.16,17).
·         Referente a um favor passado ou futuro, ou seja, “em cumprimento a uma promessa feita a Deus em troca de algum favor especial solicitado em oração; por exemplo, proteção durante uma viagem perigosa”.

c) Oferta voluntária (Lv 7.16) - Esse tipo de oferta exprimia devoção, agradecimento e dedicação. E também podia ter a forma de uma oferta queimada (Lv 22.17-20). Ver Lv 7.16 e 22.18-23 quanto às ofertas voluntárias, com esse propósito.

·        Os animais não podiam ter defeito, exceto no caso da oferta voluntária, em que animais com um membro mais curto ou mais comprido eram permitidos (Lv 22.23). As ofertas de comunhão também eram oferecidas em ocasiões de grande solenidade e alegria pública.

A refeição da sacrifício pacífico, era mais do que só desfrutar boa comida e comunhão com pessoas queridas. Também expressava com alegria as ações de graça do adorador pelo fato de estar em paz com Deus e em comunhão com o Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO (Levítico 7) 1
A oferta pacífica era feita por meio do sacrifício de animais (Lv 3). Porém, aqui o texto esclarece que essa oferta vinha acompanhada de certos tipos de bolos (ou pães) apresentados nos versículos 12 e 13. 0 ofertante deveria trazer um bolo por oferta a ser entregue ao sacerdote oficiante (v. 14).

A carne do sacrifício de ação de graças tinha de ser consumida no mesmo dia (v. 15), ao passo que a carne da oferta por voto e da oferta voluntária poderiam ser consumidas naquele dia e no dia seguinte (v. 16). O que sobrasse após o segundo dia deveria ser queimado (v. 17). Comer as sobras no terceiro dia era coisa abominável, e o indivíduo que fizesse isso não seria “aceito”, isto é, seria excomungado da comunidade, ou seus privilégios como participante do povo de Deus seriam revogados. “Isso nos mostra”, “que a comunhão com Deus deve ser sempre renovada.

II. CRISTO, O NOSSO SACRIFÍCIO PARA UM DEUS DE PAZ
Apesar de os sacrifícios dos animais não terem poder para remover o pecado nem para mudar o coração humano, apontavam para o sacrifício perfeito, Jesus Cristo (Hb 10.1-15). Ele é o sacrifício por nossos pecados (Is 53.4-6, 12; Mt 26.28; 2ª Co 5.21; 1ª Pe 2.24).
   
1. Cristo fez a pai entre o homem e o seu criador
“E que, havendo feito a paz quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1.20,21). Ele também proclamou a paz, conforme Efésios 2.17: “E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que estavam perto". “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade” (Ef 2.14).

2. O preço da paz (Levítico 3.2.3).
“Imporá a mão sobre a cabeça da vítima e imolará à entrada da tenda da reunião”. Depois os sacerdotes derramarão o sangue em torno do altar. O sangue e a gordura eram ofertados ao Senhor e jamais deviam ser usados como alimento comum. A nossa paz custou o sangue de Jesus.

Na cruz, Jesus Cristo pagou o preço pela reconciliação com Deus (2ª Co 5.16-21) e pela paz com Deus (Cl 1.20) por todos aqueles que crerem nele, e podemos ter comunhão com Deus e com os outros cristãos por causa do sangue que ele derramou (1ª Jo 1.5-2.2).

3. Os resultados da paz com Deus.
Como resultado do sacrifício pacífico de Cristo, temos acesso às ricas provisões divinas: “O sacerdote queimará a gordura no altar, e o peito ficará para Arão e seus filhos. Dareis também ao sacerdote a coxa direita, como tributo de vossos sacrifícios pacíficos” (Lv 7.31,32).

·         O peito indica provisão de amor. Uma das mais belas descrições do amor de Jesus por seus discípulos temos em João 13.1: “Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
·         A coxa indica provisão de poder para o crente: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. O apóstolo Paulo afirma: "Tudo posso naquele que me fortalece” (Mt 28.18: Fl 4.13). Em nossa comunhão com o Pai nos alimentamos dos afetos e do poder de Jesus Cristo.

4. O crente e o seu sacrifício pacífico diário.
Em vez de trazer animais, nos apresentamos diante de Deus por meio de Jesus (Hb 4.14-16) para lhe oferecer “sacrifícios de ações de graças” (SI 116.17) e o "sacrifício de louvor'' (Hb 13.15) com um coração puro e grato por suas misericórdias.

Ø  Salmos 116.17: “Oferecerei a ti um sacrifício de ação de graças e louvarei o nome do Senhor”( NVT).

Ø  Hebreus 13.15: “[...] por intermédio dele (ou seja Cristo), oferecemos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu Nome (BKJ)”.

Ø  Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, suplico-lhes que entreguem seu corpo a Deus, por causa de tudo que ele fez por vocês. Que seja um sacrifício vivo e santo, do tipo que Deus considera agradável. Essa é a verdadeira forma de adorá-lo (NVT)”.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO 2
Em todas as ofertas de animais, o sangue era derramado e tirava-se a vida, o que significava que, sem derramamento de sangue, não há remissão de pecado (17.11; Mt 26.28; Cl 1.20; Hb 2.9-18; 9.11-28; 1ª Pe 1.18-23; 2.24).

AS OFERTAS DE ALIMENTOS
Nas ofertas de alimento não se podia oferecer nem fermento nem mel junto com o alimento, pois ambos provocam fermentação, o primeiro estágio da deterioração (2.11; 1ª Co 5.8).
O sal era permitido porque, sendo o oposto do fermento, era símbolo de pureza, permanência e conservação da vida. Também se usava o sal para selar uma aliança, significando que ela deveria promover união e ser permanente.

Jesus supre todas as nossas necessidades. Ele é nosso holocausto, e devemos nos entregar inteiramente a ele. Ele é nossa oferta de manjares, o grão moído e queimado para que possamos ter o pão da vida, sendo que devemos nos alimentar dele. Ele é nossa libação derramada em sacrifício e serviço, por isso devemos derramar nossa vida por ele e por outros. Ele é nosso sacrifício pacífico, tornando a vida um banquete de alegria em vez de dolorosa fome. Ele é nosso sacrifício pelos pecados e nossa oferta de culpa, pois carregou nossos pecados em seu corpo (1ª Pe 2.24) e pagou todo o preço por nossas transgressões (1ª Pe 1.18, 19).

Voto - Uma promessa feita a Deus para ser cumprida em um momento posterior, em geral no contexto de adoração ou prática religiosa. Não havia exigências para que os israelitas fizessem votos, todavia, uma vez feitos, eles eram uma obrigação e deviam ser mantidos.
Gênesis 28.20-22; Deuteronômio 23.21-23; Salmos 22.25; 50.14; Provérbios 20.25; Naum 1.15.


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

OFERTAS PACÍFICAS


Levítico 3.1-5:E se a sua oferta for sacrifício pacífico; se a oferecer de gado, macho ou fêmea, a oferecerá sem defeito diante do SENHOR. 2 E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta, e a degolará diante da porta da tenda da congregação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor. 3 Depois oferecerá, do sacrifício pacífico, a oferta queimada ao SENHOR; a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura, 4 E ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirará. 5 E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é de cheiro suave ao SENHOR.

INTRODUÇÃO. Oferta pacifica, que representava a comunhão com Deus. Era o único sacrifício voluntario. A oferta pacífica fala da paz com Deus, consumada, do homem reconciliado, e da salvação realizada Por isso, a oferta, em vez de subir a Deus como holocausto, ou ser dada ao sacerdote como oferta de manjares, fornece, em figura, uma refeição em que Deus, o sacerdote e o ofertante se encontram.

I. OFERTAS PACÍFICAS
Pacífico. Heb. shelem, da raiz traduzida “paz”, “saúde” e “inteiro”. Falavam de inteira dedicação, da parte do ofertante, e da paz com Deus a quem as oferecem. A palavra também significa saúde e prosperidade, alguma coisa inteira e íntegra (2º Cr 16.9).

A palavra sacrifício no hebraico zebah sheleimim poderia ser traduzido para “o sacrifício da unidade ou inteireza”. Inteireza dá ideia de um relacionamento íntimo ou comunhão entre Deus e o homem; ESTAR PERTO DE DEUS.

Zebah, significa algo que foi morto, ou abatido, ou seja, sacrifício de uma vítima morta.
Sheleimim, é um derivado da raiz slm que significa ser completo, ser cheio, ou estar em harmonia.
As ofertas pacíficas eram de três espécies:
1. Ofertas de gratidão;
2. Ofertas por um voto. Para enfatizar uma oração solene – como um voto.
3. Ofertas voluntárias. Quando essa oração era respondida. Combinavam a fé́ e as obras, a oração e a fé.

Dessas, a oferta de gratidão ou de louvor era a que mais se destacava. Oferecia-se em ocasiões de regozijo, de gratidão por algum livramento especial, ou bênção recebida. Era oferecida de um coração cheio de louvor a Deus e transbordante de alegria.
  
Ofertas de Paz, ofertas de gratidão, ofertas de boa vontade, ofertas de fraternidade, ofertas de reconciliação.

II. O SACRIFÍCIO PACÍFICO ERA UMA OFERTA DE COMUNHÃO
A palavra hebraica traduzida por “oferta pacifica” vem de raiz de uma palavra que significa “completar, suprir o que está faltando, pagar uma recompensa”. Denota um estado em que os mal-entendidos foram esclarecidos e os erros, corrigidos, e em que prevalecem os bons sentimentos. As ofertas pacíficas eram suadas em qualquer ocasião que apelasse à gratidão e regozijo, e também para fazer um voto. Eram ofertas de cheiro suave, como holocausto de manjares. Eram uma expressão, da parte do ofertante, de sua paz com Deus e gratidão a Ele por Suas muitas bênçãos.

Toda a cerimonia constituía uma espécie de serviço de comunhão, em que o sacerdote e o povo participavam, com o Senhor, da Sua mesa; uma ocasião de regozijo, em que todos se uniam em gratidão e louvor a Deus, por Sua misericórdia.

III. OFERTA VOLUNTÁRIA
É o único sacrifício voluntario. O ofertante traz o animal (macho ou fêmea – sem defeito e sem mácula).
1. Cerimonial: era praticamente o mesmo do holocausto.
1.1 Apresentação da vítima ao SENHOR (v.1).
1.2 Imposição das mãos sobre a cabeça da vítima (v.2).
1.3 Imolação da vítima (v.2). Faz o sacrifício, ou seja, o abate diante da porta da tenda da congregação.

Visto que é necessário o derramamento de sangue para o sacrifício.
1.4 aspersão do sangue pelo sacerdote (v.2). Sua aspersão nos lados do altar simplesmente aponta para a sacralidade do sangue (vida), como pertencente unicamente ao Senhor.

IV. O SACRIFÍCIO ERA DIVIDIDO EM TRÊS PARTES
1. Uma parte para o sacerdote. 2. Outra para o ofertante. 3. Outra parte para o Senhor, para consagração.

No ritual esta oferta era quase idêntica à oferta de holocausto onde tudo era queimada ao Senhor (cap. 1). Nas outras três, o sacerdote tirava uma parte para si e seus filhos. Na oferta pacífica o adorador reunia-se ao sacerdote na refeição sacrificial daquilo que restava. Nas outras ofertas – manjares, pecado e sacrilégio – só o sacerdote participava da refeição sacrificial (conf. 7.11-38).

“Mas a carne do sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã.” (Lv 7.15).

A oferta pacifica era um voto ou um a oferta voluntária, também podia ser comida no dia seguinte. “E, se o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte.” Vers. 16).

Era manifestamente impossível a um homem consumir sua oferta, caso esta fosse um novilho ou um bode, ou um cordeiro, em um dia só́. Era-lhe portanto permitido, e mesmo ordenado pedir a outros que compartilhassem da refeição.

“Nas tuas portas não poderás comer… nenhum dos teus votos, que houveres votado, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão; mas o comeras perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher o Senhor teu Deus, tu, e teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas: perante o Senhor teu Deus te alegraras em tudo em que puseres a tua mão. Guarda-te, que não desampares ao levita todos os teus dias na terra”. (Dt 12.17-19).

Este era um traço que distinguia a oferta pacifica. Devia ser comida no mesmo dia, e ser compartilhada; devia ser comida “perante o Senhor”, e “te alegrarás”. Era uma refeição de regozijo, em comum, e a esse respeito diferia de todas as outras ofertas.

1. Para o Senhor. A parte de Deus era queimada sobre o altar (Lv 3.14-17).
As melhores partes eram queimadas ao SENHOR.

A gordura, os rins e o fígado. Vs. 4-5: E ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirará. 5 E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é de cheiro suave ao SENHOR.

A gordura, os rins e fígado estão intimamente ligados. Estes três elementos estão intimamente ligado.

1.1. O fígado é responsável pelo metabolismo do corpo. Responsável pelos nutrientes.
Responsável pela filtragem do sangue.
Ele tira as toxinas do sangue e manda para os rins.

1.2. Os rins filtram o sangue e manda para fora.
A Bíblia fala muito de coração, mas no original é o rim.

1.3. A gordura. O fígado, também é responsável pela gordura. Ela armazena a gordura do corpo.
A gordura é a energia do corpo, por isso ela é importante.
Estes elementos são queimados ao Senhor, e isto sobe como cheiro suave a Ele.

2. Para os sacerdotes. Deus tem um alto padrão para os filhos dos sacerdotes (1 Sm 3.4). 

3. Para o ofertante. Era uma confraternização; o restante do animal era comido pelos sacerdotes que se achavam em turno, pelo ofertante e pelas pessoas por este convidadas (as envolvidas na reconciliação), nas dependências do templo.

Toda família se reunia no átrio para festejar a paz que havia sido realizada entre Deus e o homem, e entre o homem e o seu próximo. A marca distintiva da oferta de paz, era a comida em comum, na qual prevaleciam o gozo e a alegria.

Como antes foi declarado, a oferta pacifica era uma oferta de comunhão em que tomavam parte Deus, o sacerdote e a pessoa. Era uma refeição em comum, tomada no recinto do templo, em que predominavam a alegria e o contentamento, e os sacerdotes e o povo entretinham conversa. Não era uma ocasião em que se efetuava a paz, antes uma festa de regozijo pela posse da mesma. Era geralmente precedida de uma oferta pelo pecado ou uma oferta queimada. Fizera-se expiação, espargira-se o sangue, o perdão havia sido concedido e assegurada a justificação. Para isto celebrar, o ofertante convidava seus parentes chegados e seus servos, bem como os levitas, para comerem com ele.

“Nas tuas portas não poderás comer”, era o mandamento, mas só́ “no lugar que escolher o Senhor teu Deus” (Dt 12.17-18). E assim se reunia toda a família dentro das portas do templo para celebrar de maneira festiva a paz que se estabelecera entre Deus e o homem, e entre o homem e homem.

3.1. Ações de graça. É reconhecer Jesus; confessar Jesus; Confiar e amar o Senhor.
As gorduras, somente eram queimadas, e as carnes eram consumidas pelos sacerdotes e pelo povo, numa ceia de aliança solene, à qual os pobres eram convidados (Dt 12.18), que prenunciava a paz que seria trazida aos homens pela obra de Cristo (Cl 1.20), e comemorada na Ceia do Senhor (1ª Co 10.16).

V. CRISTO E A OFERTA DE PAZ
1. Jesus é nos trouxe a paz. Colocando-se entre Deus e os homens, Jesus Cristo nos trouxe a paz. Esta oferta encerra o significado da reconciliação.
Jo 16.33 Jesus diz: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
Jo 14.27 Jesus diz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o á dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
A verdadeira paz, só encontramos em Jesus. A partida de Jesus para o Pai não marca a derrota, mas a vitória. O Espírito Santo continuará comunicando a paz e a segurança de Cristo em nossas vidas, pois Ele é a terceira pessoas da trindade, é o pacificador e o Consolador de Pai para as nossas vidas.
A pessoa e a obra redentora de Cristo neste mundo significa uma maior glorificação nos céus, e paz divina para os habitantes da terra.
Jamais iremos encontrar paz se não entregarmos a nossa vida a Jesus Cristo. Sem Jesus não existe paz.
Paulo aos Rm 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

At 10.36: “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos”.

Evangelho quer dizer: “Boas Novas de Salvação”.

Sem o conhecimento deste evangelho não encontraremos a paz de Cristo.

Cl 1.20 “E havendo feito a Paz pelo seu sangue da cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”.

Ef 2.13-15: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longes, foste aproximado pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si um novo homem, fazendo a paz”.

Através do sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário, somos redimidos de todas as nossas transgressões e culpas. Somente quando aceitamos o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, encontraremos o perdão de Deus e através do perdão receberemos a paz.

O homem só estará livre da culpa e condenação e encontrará perdão e paz no seu interior, quando aceitar e crer no sacrifício de Jesus na cruz para remissão dos pecados.

“Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. Rom. 5:1. “Ele é a nossa paz”. Efe 2:14. O Israel de outrora era convidado a celebrar sua paz com Deus, o perdão de seus pecados, e o ser-lhes restituído o favor divino. Esta celebração incluía filho e filha, servo e serva, bem como o levita. Todos se sentavam à mesa do Senhor e se regozijavam juntos “na esperança da glória de Deus”. Da mesma maneira nos devemos gloriar em “Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”. (Rm 5.2 e 11).

VI. A OFERTA PACÍFICA NA VIDA DIÁRIA
De que modo apresentaremos, hoje, nossos sacrifícios pacíficos ao Senhor? Há três maneiras: consagrando-nos a nós mesmos; perseverando nos sacrifícios de louvores e adorando a Deus em todo o tempo.

1. Consagração incondicional.
O melhor sacrifício que um crente pode oferecer ao Senhor é apresentar a si mesmo a Deus (Rm 12.1). Neste momento, nossa oferenda é, além de pacífica, amorosa e plena de serviços. A partir desse momento, começamos a experimentar as excelências da vontade de Deus. Paulo considerava-se uma libação oferecida ao Senhor Jesus (2ª Tm 4.6).

2. Sacrifícios de louvores.
Fazemos um sacrifício de louvor quando cumprimos plenamente a vontade de Deus (Hb 13.15). Mas, para que a cumpramos, é imprescindível apresentarmo-nos diante de Deus com um espírito quebrantado e ansioso por Ele (Sl 51.17). Portanto, quando cumprimos a vontade divina, apesar das circunstâncias adversas que nos cercam, oferecemos-lhe o mais excelente sacrifício de louvor.

3. Adoração contínua.

Paulo e Silas, quando presos, cantavam e adoravam a Deus, ofertando-lhe um sacrifício que, além de pacífico, era profundamente redentor (At 16.25-31). Por isso, o apóstolo recomenda-nos a louvar continuamente a Deus (Ef 5.19; Cl 2.16).

CONCLUSÃO. Nestes dias trabalhosos e difíceis, somos instados pelo Espírito Santo a apresentar a Deus sacrifícios pacíficos: gratidão, louvor e amor provado. E, como já vimos, a oferta de maior relevância é o nosso próprio ser. Apresentemo-nos, pois, continuamente diante do Senhor com ofertas voluntárias, para que a nossa vida seja um sacrifício pacífico ao Deus Único e Verdadeiro (Rm 12.1).
O cristão sincero e agradecido ao Eterno deve trazer ofertas de sacrifício, de ações de graça e repartir. Com o nosso:
1. Sacerdote.
2. Nosso família.
3. Nossos irmãos.
4. E o melhor oferecemos ao Senhor.
Sacrifico. A palavra hebraica para sacrifício é קָרְבָּן korban, que significa aproximar-se. Portanto, o propósito do sacrifício é ganhar intimidade com o Senhor, oferecendo um presente.
É similar a palavra utilizada para telescópio (algo que nos aproxima de algo que vemos de longe) – מקרבת makrevet.
Rm 12.1:Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Hb 13.15:Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.”
Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO


TEXTO ÁUREO

“Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10)

VERDADE PRÁTICA
Os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno, porque Ele morreu e ressuscitou eficazmente por toda a humanidade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 1.1-9: “E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas. 3 Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; ŕ porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR. 4 E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação. 5 Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue ŕ roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. 6 Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços. 7 E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. 8 Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. 9 Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.”

OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno.

INTRODUÇÃO
Apesar da glória e da simbologia do holocausto, os profetas não demoraram a revelar a transitoriedade desse ritual levítico. Eles sabiam que, embora a oferenda fosse eficiente como tipo de um sacrifício melhor e definitivo, não era eficaz, em si mesma, para redimir o pecador. Por isso, o holocausto tinha de ser oferecido, pela fé, com os olhos postos no Calvário.
Conforme veremos nesta lição, o Senhor Jesus Cristo, ao encarnar-se, tornou-se o holocausto perfeito, para resgatar-nos de nossos pecados, tornando-nos propícios ao Pai. Ele é o Holocausto dos holocaustos.
No Antigo Testamento, o sacrifício era a única maneira de aproximar-se de Deus e restaurar o relacionamento com Ele. Havia mais de um tipo de oferta ou sacrifício, e esta variedade tornava-os mais significativos porque cada um estava relacionado a uma situação especifica da vida. Os sacrifícios eram oferecidos em louvor, adoração e agradecimento, e também para perdão e comunhão. A primeira oferta que Deus descreve é o holocausto. A pessoa que cometia um pecado deveria trazer um animal sem defeito para o sacerdote. O animal inocente simbolizava a perfeição moral demandada pelo santo Deus bem como a natureza perfeita do real sacrifício futuro - Jesus Cristo.

I. O CONCEITO DE HOLOCAUSTO

1. Definindo o termo (Lv 1.3).
O termo hebraico traduzido por holocausto (olah) significa, literalmente, “aquilo que vai para cima” ou “aquilo que sobe” para Deus. É importante que você conheça e compreenda o significado desse termo. A palavra holocausto vem do grego holokauston, de hólos, completo + kaio, eu queimo. Portanto também se chamava oferta queimada, porque o olah era totalmente queimado no altar (com exceção do couro que ia para o sacerdote).
O holocausto era o sacrifício básico que expressava devoção e consagração ao Senhor. Quando nos entregamos ao Senhor, colocamos “tudo isso sobre o altar” (Lv 1.9) e não retemos nada. O equivalente do Novo Testamento encontra-se em Romanos 12.1, 2, em que o povo de Deus é desafiado a ser um sacrifício vivo, inteiramente consagrado ao Senhor.
O holocausto é um tema frequente e relevante no Antigo Testamento, por isso o livro de Levítico inicia com as instruções divina conferidas a Moisés a respeito dos sacrifícios que seriam oferecidos no Tabernáculo. Levítico mostra o tipo de sacrifício e a forma como deveria ser apresentado ao Senhor.
O Deus que tudo criou precisava do sangue de animais? Não! Tudo é d’Ele, contudo  os holocaustos apontavam para o plano perfeito da salvação que o Pai já havia preparado antes da fundação do mundo. Eles expunham a verdade de que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreria em nosso lugar. Seu sacrifício foi perfeito, único e superior a todos os holocaustos já oferecidos. Que você aproveite cada tópico da lição para juntamente com seus alunos refletir a respeito do sacrifico perfeito de Cristo que foi realizado em nosso favor.

1.1. Três classes de ofertas (Lv 1).
Havia três classes de ofertas, dependendo do poder econômico do ofertante: novilho (v. 3; cf. v. 5) macho sem defeito, carneiro ou cabrito (v. 10-14), também macho e sem defeito, e aves (v. 14-17), podendo ser rolas ou pombinhos. Todos esses constituem animais pacíficos; nenhum animal feroz podia ser sacrificado no altar do Senhor.

1.2. Os deveres do ofertante (Lv 1).
Trazer a oferta à porta da tenda da congregação, próximo ao altar do holocausto (v. 3; também conhecido como altar de bronze); colocar a mão sobre a cabeça da vítima (v. 4); imolar o novilho (v. 5), carneiro ou cabrito (v. 11); tirar a pele (esfolar) do animal e cortá-lo em pedaços (v. 6,12); lavar as entranhas e as pernas com água (v. 9,13).

1.3. Os deveres do sacerdotes.
O sacerdote examinava o sacrifício para certificar-se de que não tinha qualquer defeito (Lv 22.20-24), pois devemos dar ao Senhor o que temos de melhor (Ml 1.6-14). Jesus Cristo foi um sacrifício “sem defeito e sem mácula” (1ª Pe 1.19), que se entregou em total consagração a Deus (Jo 10.17; Rm 5.19; Hb 10.10).

Aspergir o sangue do animal sacrificado ao redor sobre o altar (v. 5,11); colocar lenha e atear fogo sobre o altar (v. 7) e depois depositar em ordem os pedaços do animal sobre o fogo (v. 8,12).

O animal deveria ser completamente consumido no altar, exceto o couro (v. 13; 7:8); no caso das aves, o sacerdote deveria destroncar a cabeça, fazer o sangue correr na parede do altar, colocar o papo com suas penas para o lado oriental do altar, rasgar o corpo da ave (sem cortá-la em pedaços) e depois queimá-la sobre o altar.

a) Quando o sacrifício era de aves, o adorador colocava a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4), gesto que simbolizava a identificação do ofertante com o sacrifício. Era o sacerdote e não o ofertante quem matava a ave; seu sangue era escorrido nas laterais do altar, e seu corpo, queimado no fogo do altar (Lv 1. 15-17).

b) Nos sacrifícios que envolviam o derramamento de sangue, a imposição de mãos simbolicamente transferia o pecado e a culpa para o animal que morria no lugar do pecador. O corpo do novilho, cordeiro ou cabrito era desmembrado, e as partes eram lavadas. Então, tudo, exceto o couro, era colocado em ordem sobre a lenha e queimado no fogo. O couro era dado ao sacerdote (Lv 7.8).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
OFERECER OFERTA (Lv 1.2).
O termo “oferta” (heb. corban) é cognato do verbo que significa “aproximar-se”. Portanto, o sacrifício era uma dádiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de poder aproximar-se d’Ele e desfrutar da sua comunhão e bênção (Sl 73.28).

Cinco ofertas são descritas nos caps. 1-7: o holocausto (1.3-17), a oferta de manjares, isto é, de cereais (2.1-16), a oferta pacífica (3.1-17), a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa (5.14-6.7; 7.1-7).

2. Os adoradores apresentavam ofertas com a finalidade de expressarem gratidão e fé, de renovarem a comunhão, de aprofundarem a sua dedicação ao Senhor, ou de pedirem perdão. As ofertas eram realmente orações em forma de atos (Sl 116.17; Os 14.2; Hb 13.15).

3. Em muitos casos, a oferta envolvia um sacrifício, i.e., era ceifada a vida de um animal (9.8).

Essas ofertas ensinavam a Israel que:
3.1. O ser humano é basicamente pecaminoso, cujos pecados merecem a morte;

3.2. Sem derramamento de sangue não há perdão (17.11; Hb 9.22);

3.3. A expiação pelo pecado precisa ser feita mediante substituição (v. 4; 17.11);

3.4. Santidade de Deus deve regular e dirigir todas as  áreas da vida humana (cf. 10.3); e

3.5. Deus quer ser gracioso, perdoar e ter comunhão com homens e mulheres (Êx 34.6,7).

Para que a oferta fosse aceita por Deus, devia haver, da parte do ofertante, arrependimento genuíno, do profundo do coração e uma sincera resolução de viver uma vida de bondade e de retidão (23.27-29; Is 1.11-17; Mq 6.6-8).

II. O HOLOCAUSTO NA HISTÓRIA DE ISRAEL
A oferenda de holocaustos pode ser encontrada nos três principais períodos da história de Israel no Antigo Testamento: patriarcal, mosaico e nacional.
1. No período patriarcal.
O sacrifício dos patriarcas Noé e Abraão (Gn 8.20; 22.13) foi apresentado de acordo com a oferenda, ou seja, um holocausto, que Abel ofereceu ao Senhor. Por isso a oferenda pode ser considerada a mais antiga da história sagrada (Gn 4.4).

2. No período mosaico.
Após a saída dos filhos de Israel do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, a fim de evitar impurezas e práticas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de já ser uma tradição na comunidade hebreia, teria de ser oferecido, a seguir, segundo critérios e normas bem definidos. Seria exigido, por exemplo, um altar apropriado para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Como pode ser visto nas especificações da cerimônia nos capítulos de 1 a 6 de Levítico.

Portanto, tudo seria executado de conformidade com as regras estabelecidas por Deus. Caso contrário, os israelitas corriam o risco de se enveredar pelas idolatrias egípcias e cananeias.

3. No período nacional.
Após a conquista de Israel, os holocaustos continuaram a ser oferecidos ao Senhor por vários motivos. Josué celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com ofertas queimadas e pacíficas (Js 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar Israel, adorou-o com igual oferenda (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu ao Senhor o mesmo sacrifício, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (1º Sm 13.9,10). A reforma de Ezequias também foi marcada por holocaustos (2º Cr 29.7-35).

Após o retorno do exílio, os judeus, agradecidos a Deus pela restauração de seu culto, também apresentaram-lhe ofertas queimadas (Ed 8.35).

Ao aproximar-se do Senhor com uma oferta queimada, o crente hebreu mostrava, através desse rito, a sua disposição de entregar, não somente a vítima ao Senhor, como também a si mesmo. O Salmo 51 revela tal voluntariedade no Rei Davi.

Todos esses holocaustos prefiguravam a vinda de Jesus Cristo, o sacrifício vicário perfeito.

III. JESUS, O HOLOCAUSTO PELO PECADO

Os primeiros cristãos compreendiam a morte de Jesus como sacrifício pelo pecado, graças ao Antigo Testamento e ao pano de fundo do judaísmo contemporâneo.

1. O sacrifício da nova aliança.
A morte de Jesus representou o ponto culminante e final da aliança com Israel (Rm 10.4) e introduziu uma nova e melhor aliança. A velha aliança, que incluía o sistema sacrificial, fora feita com a intenção de limpar Israel de seu pecado de forma que pudessem demonstrar às nações o que representava viver em comunhão íntima com Deus. Contudo, ao longo de toda a história, o povo de Deus lutara para ficar em comunhão com o Senhor, mas, vez após vez, fora devastado pelo pecado e suas consequências.

O escritor de Hebreus compreendeu o significado profundo da morte de Jesus. Jesus — de forma distinta dos sacrifícios do Templo que foram oferecidos vez após vez, porque jamais deixavam o adorador limpo —, “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26). Jesus era a realidade da expiação da qual todos os sacrifícios do Antigo Testamento não passavam de sombras e antecipações (“as figuras das coisas que estão no céu”, Hb 9.23). A morte sacrificial introduziu um novo relacionamento na aliança com Deus.

2. O sacrifício universal.
O sacrifício de Jesus, como parte da nova aliança, não era só para Israel, mas para o mundo todo. João Batista dissera, recordando a imagem do Dia da Expiação, que Jesus era “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Certamente, Ele fora crucificado como resultado direto do pecado daqueles que o rejeitaram; mas, em um sentido profundo, morrera com o peso de todo o pecado do mundo sobre seus ombros.

3. O sacrifício libertador e purificador.
Como Jesus explicou aos discípulos na última ceia, Ele estava indo para a morte para trazer o perdão dos pecados (Mt 26.28). Suportaria a agonia devastadora das consequências verdadeiras do pecado em seu próprio corpo, para que outros não tivessem de fazer isso. No momento em que morreu, o véu no Lugar Santíssimo no Templo foi rasgado em dois (Mt 27.50,51).

O caminho para a comunhão e nova vida com Deus — o caminho que estivera bloqueado pelo pecado — agora fora aberto para todos (Ef 2.18; Hb 10.19,20; 1ª Pe 3.18). Mas também, conforme retratado pelo Dia da Expiação, o poder purificador de Deus se estenderia para fora do Templo, alcançando o mundo todo. Por intermédio de Jesus, todos podem ser limpos e purificados, de forma que podem adorar a Deus com a vida que Ele sempre quis para nós (Hb 9.14).

A morte de Jesus como sacrifício pelo pecado permite que uma magnífica e graciosa troca aconteça: Ele leva nosso pecado para que possamos compartilhar de sua justiça (2ª Co 5.21; Rm 3.21-26).

4. Holocausto Levítico, uma tipologia de Cristo.
4.1. Cristo ofereceu-se como Cordeiro sem defeito.
4.2. Cristo fez expiação por nós.
4.3. A pessoa do ofertante era substituída pelo animal sacrificado, sendo esse um dos aspectos da expiação.
4.4. O sacrifício franqueava o acesso a Deus (Hb 9.11-14; 10.5-7).
4.5. As ofertas eram voluntárias, aceitáveis ao Senhor (Lv. 1.3-5).

CONCLUSÃO
Esta lição faz-nos refletir sobre o sacrifício perfeito de Jesus Cristo. Ele morreu eficazmente por mim e por você. Por essa razão, temos de viver uma vida de santidade e pureza. Somente assim, seremos vistos pelo Pai Celeste como fiéis testemunhas do Evangelho. Não podemos ignorar o sacrifício de Cristo. Se o fizermos, sobre nós recairá o justo e esperado juízo de Deus (Hb 10.26,27).

FONTE DE PESQUISA. 
Jesus, o Holocausto Perfeito, Lições Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD|