Efésios 2.1-3 “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. 2- Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. 3- Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.”
INTRODUÇÃO:
Paulo inicia dizendo: “Ele vos deu vida”. Mas na sequência Paulo vai descrever, o que é nosso assunto principal nessa mensagem, e que é:
A CONDIÇÃO HUMANA SEM DEUS
I. A VERDADEIRA CONDIÇÃO HUMANA OU AQUILO QUE SOMOS POR NATUREZA
1. Nós Estávamos Mortos.
1.1. A morte a que Paulo se refere não é uma metáfora. É sim a descrição exata do estado em que se encontram todas as pessoas que não estão “em Cristo”.
1.2. As condições espirituais das pessoas diante de Deus. Nessa condição, os seres humanos:
·
Andam
na vaidade dos seus próprios pensamentos.
·
Têm
obscurecido o entendimento.
·
São
alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem pela dureza dos
seus corações.
·
Tornaram-se
insensíveis.
· Entregaram-se à dissolução para com avidez cometerem toda sorte de impurezas.
Efésios 4.17-18 “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos. 18- obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.”
1.3.. Nesta condição, apesar de estarem vivos estão realmente mortos.
1ª Timóteo 5.6 “Mas a que vive em deleites, vivendo está morta.”
Entretanto, a que se entrega aos prazeres,
mesmo viva, está morta.
Este estado de verdadeira morte é
atribuído a duas coisas: delitos e pecados.
Essas duas palavras foram cuidadosamente escolhidas pelo apóstolo Paulo porque nos fornecem uma descrição abrangente do mal que percebemos nas nossas sociedades.
Vamos analisar estas duas palavras
de maneira mais aprofundada:
Em primeiro lugar Paulo usa a expressão παραπτώμα paraptóma traduzida por delito e que quer dizer, literalmente, “um passo em falso”. Como tal esta expressão descreve:
O ultrapassar um limite estabelecido como uma linha imaginária.
2. Desviar-se do caminho certo.
Em segundo lugar Paulo usa a expressão ἁμαρτία amartía que significa pecado e que, literalmente, quer dizer:
Errar o alvo.
Não alcançar determinado padrão
estabelecido.
Estas duas palavras juntas cobrem todos os tipos de transgressões que podemos imaginar. Elas fazem referência tanto aos nossos pecados ativos quanto passivos; aos nossos pecados de comissão e de omissão.
Diante de Deus nós somos tanto pessoas fracassadas quanto rebeldes. O resultado direto desta condição é que nós estamos mortos ou “alheios à vida de Deus”.
Efésios 4.18 “Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.”
Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.
Quando nós, que somos reformados, falamos acerca da “depravação total” dos seres humanos não estamos nos referindo a orgias e bebedeiras sem fim ou práticas pecaminosas perversas de qualquer natureza. Estamos nos referido ao pecado, seja ele de comissão ou de omissão. E isto porque não existe nada pior que um ser humano possa fazer contra Deus, o próximo, a natureza e contra si mesmo do que pecar!
3. Nós Éramos Escravos.
3.1. Neste texto Paulo nos diz que apesar de uma aparente liberdade, os seres humanos são realmente escravos do mundo, do diabo e da carne.
3.2. Do mundo. Paulo usa a expressão “curso deste mundo”. Essa expressão descreve um rio caudaloso que vai arrastando as pessoas, apesar de as pessoas terem bastante “liberdade”, elas estão sendo arrastadas. No sentido ético o termo descreve a humanidade alienada da vida de Deus, pecaminosa, sob o severo juízo de Deus e precisando de salvação.
3.3. Do diabo. Aqui chamado de príncipe da potestade do ar e do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. A Bíblia diz que o diabo é o “pai da mentira” (Jo 8.44). Seu controle se manifesta sobre os centros políticos e financeiros e sobre os centros culturais. Praticamente tudo que produzido, culturalmente falando, todas as decisões políticas e financeiras deste mundo estão envoltas, na maioria das vezes, em grossas mentiras e outras vezes em mentiras sutis, mas é tudo sempre mentira.
3.4. Da carne. Paulo diz: segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. Nossa condição de seres humanos caídos e possuidores de uma natureza pecaminosa representa, realmente, uma enorme escravidão.
3.5. Somos chamados de “filhos da desobediência” porque nos rebelamos contra Deus. Nossa rebeldia contra Deus é consciente e voluntária. Porque nos rebelamos contra Deus somos presas fáceis do diabo e suas hostes.
2.6. A consequência disto tudo e...
A. Nós Estávamos Condenados.
B. Não estávamos somente mortos e escravizados, mas estávamos também sob a terrível condenação de Deus. Literalmente Paulo diz que éramos “filhos da ira”.
C. A ira acerca da qual Paulo se refere é a santa ira de Deus que se manifesta contra toda impiedade e perversão:
Romanos 1.18-32 “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detê- a verdade pela injustiça; 19- porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20- Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21- porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22- Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23- e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24- Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25- pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26- Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27- semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28- E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29- cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,-30- caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31- insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32- Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
D. Sim, existe um Deus pessoal que manifesta tanto Sua ira quanto sua graça. Certos ramos do ateísmo bem como as religiões orientais, principalmente aqueles originárias da Índia, negam a existência de um Deus pessoal. Preferem pensar na existência de uma força impessoal e desinteressada no que se passa entre os seres humanos. Para os adeptos do hinduísmo e do budismo os seres humanos estão presos em um ciclo cármico — A expressão carma tem sua origem na expressão “karman” do idioma sânscrito e nas filosofias da Índia, e representa o conjunto das ações dos homens e suas consequências. Liga-se o carma às diversas teorias de transmigração das almas, e por meio dele se definem as noções de destino, do desejo como força geradora do destino, e do encadeamento necessário, por força desses dois fatores, entre os diversos momentos da vida dos homens.
E. Mas o Deus da Bíblia é um Deus pessoal e que está muito interessado com a sorte das suas criaturas. É um Deus que se sente pessoalmente ofendido pelos pecados cometidos pelos seres humanos, porque ele é um Deus santo!
Nossos pecados são terríveis porque ofendem o Deus Eterno. Como tal ofendem a Deus também eternamente. Sua Santa ira é plenamente justificada.
Deus derramou Sua ira sobre o Senhor Jesus na cruz do Calvário. Quando o ser humano recusa aceitar o que Deus fez através de Jesus a nosso favor, nada mais resta ao pecador, senão encarar a “ira de Deus”.
João 3.16 e 36 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 36- Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”
CONCLUSÃO:
A. Já no Antigo Testamento o Senhor havia nos revelado através do profeta Isaías, o fato de que:
Isaías 59.2 “Mas as vossas
iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem
o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”
E mais:
Isaías 64.6 “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.
B. Essa é a tragédia mais básica ou fundamental do ser humano: Pessoas que foram criadas por Deus e para Deus, vivem agora suas vidas sem Deus.
C. O apóstolo João deixa bem clara a opção feita pela humanidade:
João 3.19 “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.”
D. Fora de Cristo o ser humano está morto em seus delitos e pecados, escravizado pelo mundo, pelo diabo e pela sua própria natureza caída e, completamente, condenado sob a ira de Deus.
E. Deus em sua misericórdia nos tem
confiado a mensagem das boas novas que oferece, gratuitamente: vida para
aqueles que estão mortos, libertação para aqueles que estão escravizados e
perdão para aqueles que estão condenados no corredor da morte.
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