TEOLOGIA EM FOCO: A BELEZA DO SERVIÇO CRISTÃO

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

A BELEZA DO SERVIÇO CRISTÃO

  


1ª Co 15.58 “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” 

INTRODUÇÃO. É com amor altruísta e desinteressado que devemos servir ao Senhor Jesus e ao próximo. No Reino de Deus, o serviço só tem valor quando o amor divino está presente no coração daqueles que professam servir a Jesus (1ª Co 13.3). Por conseguinte, servir ao próximo, como Jesus ensinou, equivale a servir a Deus.

Libertos da servidão do pecado, trabalhemos com alegria e ação de graças para o nosso Senhor e Rei (Mt 20.28). Auxiliemos ao nosso próximo como gostaríamos de ser auxiliados (Mc 12.31; Lc 10.25-37; 1ª Jo3.16). Esta é a mais perfeita lei do amor. 

I. AS CARACTERÍSTICAS DO SERVO DE CRISTO 

Amor. 1ª Co 13.13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” 

O amor, a disposição em servir a Deus e ao próximo, a abnegação e a diligência são marcas registradas do servo que realmente ama a Cristo. Ele está sempre disposto a apoiar e ajudar ao próximo, sem esperar nada em troca. Como Isaías — “Eis-me aqui” (Is 6.8) — é sua filosofia de vida. O servo fiel não tem preferência por tarefa, pois seu desejo é ajudar ao necessitado. Para o servo de Cristo não há tarefas boas ou ruins, pois o amor a Deus e ao próximo faz com que todos os obstáculos sejam transpostos (1ª Jo 4.18). 

2. Compromisso. Servir a Deus é um grande privilégio.

A. Como servos do Altíssimo temos um compromisso com Ele e com o próximo.

Mc 12.30,31 “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. 31- E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” 

B. Temos uma missão a cumprir. Devemos executá-la com excelência. Lc 9.62) “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.” 

O verdadeiro servo procura sempre dar o seu melhor. Ef 6.5-9 “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo. 6- Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. 7- Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. 8- Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre. 9- E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.” 

Com zelo e cuidado o servo deve demonstrar o amor divino por intermédio de suas ações e palavras, exaltando sempre o nome do Senhor. O seu alvo e a sua meta são: “darei o melhor de mim”. 

3. Humildade. Aquele que serve ao Senhor não deve jamais vangloriar-se dos seus feitos, pois nossa capacidade e recursos vêm de Deus.

2ª Co 3.5 “⁵ Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.” 

Todo o sucesso na obra de Deus deve ser atribuído tão-somente ao Todo-Poderoso. Fp 2.13 “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” 

Reconhecer esta verdade ajuda-nos a blindar a alma contra o orgulho, a vaidade, o egoísmo, a hipocrisia e outras armadilhas do coração.

Pv 4.23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”

Mt 15.19 “¹⁹ Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” 

Manter um caráter íntegro no exercício do serviço cristão tem de ser o nosso objetivo. 

II. O SERVIÇO CRISTÃO 

1. Ordenado pelo Senhor. Jesus, nosso Mestre, deu-nos o inigualável exemplo de serviço.

Mt 20.28 “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” 

A Bíblia Sagrada faz alusão às palavras de Cristo sobre a honra que o Pai Celestial concederá àqueles que o servem:

Jo 12.26 “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”.

Servir a Cristo requer um compromisso pessoal com Ele, guardando os seus ensinamentos, negando a nós mesmos e seguindo-o incondicionalmente.

Mc 8.34 “E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.” 

2. Em relação a Deus. Também servimos ao Senhor mediante a nossa adoração. A palavra adoração, no grego, é um termo que designa ministério ou serviço; é o culto ao Supremo Criador.

Lc 1.23 “E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa.”

Hb 10.11 “E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados;”

Jo 4.23,24 “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24- Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” 

O termo também é usado para indicar o culto da Igreja Primitiva (At 2.42). Portanto, o culto cristão é celebração, é vida, é entrega, é serviço para e a Deus. 

3. Em relação ao próximo. O livro de Atos dos Apóstolos mostra que a Igreja Primitiva possuía um cuidado singular para com os necessitados (2.42-47).

Ela estabeleceu, inclusive, um fundo social para ampará-los (2.45; 4.34,35).

Este comportamento está consoante ao ensino de Cristo (Mc 12.31) e ao dos apóstolos:

Gl 6.10 “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos”.

Precisamos seguir o exemplo dos crentes da Igreja Primitiva, promovendo o Evangelho e o alívio do sofrimento alheio. 

At 6.1-7 “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4- Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5- E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6- E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7- E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” 

III. A MISSÃO DA IGREJA NESTE MUNDO 

1. Proclamar a Palavra de Deus. A Igreja precisa, com urgência, levar o Evangelho de Cristo até aos confins da terra. Para cumprir plenamente a sua missão, ela deve utilizar-se de todos os meios disponíveis: rádio, jornais, culto ao ar livre, campanhas evangelísticas, etc. A mídia, quando utilizada com eficiência, ética e sabedoria, tem um papel preponderante na proclamação da mensagem cristã. 

2. Viver em comunhão. O amor e a comunhão entre os irmãos são a prova do fervoroso amor da Igreja ao Senhor. Onde há contendas e divisões, a igreja esfria-se em seu amor a Cristo e ao próximo. O amor e a comunhão são características que evidenciam o tipo de relação que tem de haver entre nós e o Senhor Jesus. 

Tais características servem de testemunho aos não-crentes, pois demonstram, na prática, a mensagem que pregamos (Jo 13.34,35; At 2.42,47; 2 Co 8.4; 1ª Jo 1.7).

A comunhão dos santos pode ser vista na experiência da conversão (1ª Jo 1.3), na participação da Ceia do Senhor (1ª Co 10.16), nos sofrimentos alheios (Fp 3.10; Tg 5.16) e no relacionamento com nossos irmãos em Cristo (Rm 12.18; Ef 2.14; Hb 12.14). 

3. Servir a Deus e ao próximo. Salvos em Cristo, temos a responsabilidade e o compromisso de servir a Deus e ao próximo (Mc 10.43; 2ª Co 8.13,14; Hb 6.10). A dedicação do servo de Deus (gr. diakonia) para com o necessitado é uma expressão de fé e espiritualidade por expressar o amor de Deus (1ª Jo 3.16). Não podemos esquecer-nos de que a fé e a ação devem caminhar juntas. A Palavra de Deus assegura-nos que a “fé sem obras é morta” (Tg 2.7). Infelizmente, muitos confessam a Cristo como Salvador, mas não servem a Deus e nada fazem em favor do seu semelhante. 

CONCLUSÃO. A pregação da Palavra de Deus, a comunhão e a prática do serviço formam o tripé da Missão Integral da Igreja. O homem é um ser integral. Portanto, o Evangelho de Cristo também é integral. Eis porque temos de pregar o Evangelho a toda criatura, amenizar o sofrimento do enfermo, matar a fome ao faminto e amparar aqueles que precisam de um ombro amigo. Quando os crentes colocam-se à disposição de Deus para realizar a sua obra integralmente, a igreja local também cumpre, integralmente, o serviço cristão (Mt 28.19,20; Gn 1.26,28). 

Pr. Elias Ribas

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