Efésios 3.10 “Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”.
Texto
bíblico
Efésios 3.8-10 “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo 9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; 10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.”
1ª Pedro 4.7-10 “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. 8- Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados, 9- sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. 10- Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.”
INTRODUÇÃO
O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.
I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. São diversos. Na passagem bíblica de 1ª Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do Espírito Santo. Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já mencionados em lições anteriores deste trimestre, como Romanos 12.6-8; 1ª Coríntios 12.28-30; 1ª Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera congregacional. Em Efésios 4.7-11 e 2ª Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na esfera ministerial da Igreja.
2. São
amplos.
A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais
e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.
Dádivas do Pai. Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:
2.1. A dádiva do amor. A grande manifestação de amor do Altíssimo para com a humanidade foi enviar o seu Filho Amado para salvar o mundo (Jo 3.16). Este amor dispensado por Deus desafia-nos a que amemos aos nossos inimigos e ao próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14).
2.2. A dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em filho de Deus (Jo 1.12; 1ª Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a membro da família de Deus (Ef 2.19).
2.3.
O ministério da reconciliação. O apóstolo Paulo explica o milagre da
salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2ª Co 5.19). Todo ser
humano pode ter a esperança de salvação eterna, mas de salvação agora também.
Quem está em Cristo é uma nova criatura e o resultado disto é que Deus faz tudo
novo em sua vida (2ª Co 5.17).
II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
Com sobriedade e vigilância.
O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1ª Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (1ª Tm 3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus.
1. Amor e hospitalidade. Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1ª Pe 4.8). Mediante a graça de Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos (1ª Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1ª Pe 4.9). Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3).
2. O despenseiro deve administrar com fidelidade. A graça derramada sobre os despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade. A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1ª Pe 4.10). Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1ªPe 4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1ª Co 4.1; Cl 1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A necessidade dos dons espirituais. Os dons espirituais são indispensáveis à Igreja. Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas igrejas na atualidade, as quais não estão vivendo a real presença e o poder de Deus para salvar, batizar com Espírito Santo e curar enfermidades (Ap 3.15-20). Em tal estado, os dons do Espírito são ainda mais necessários. É no tempo de sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes em Jesus (Hb 3.2).
2. Os dons espirituais e o amor cristão. Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1ª Co 12.31). Em seguida abre o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor (1ª Coríntios 13). Como já dissemos, não é por acaso que o tema do amor (capítulo 13) está entre os assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se a vários dons, ensinando que sem o amor nada adianta tê-los.
3. A necessidade do fruto do Espírito. Uma vida cristã pautada pela perspectiva do fruto do Espírito (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai Celestial quer à sua Igreja. Uma igreja cheia de poder, que também ama o pecador. Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente. Zelosa da boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1ª Co 13.4,5). O caminho do amor é mais excelente que o dos dons espirituais (1ª Co 12.31).
CONCLUSÃO
A multiforme sabedoria de Deus
manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e
a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes.
Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e
fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem
amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em
Cristo Jesus.
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima. A multiforme Sabedoria de Deus. Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2014, Rio de Janeiro - RJ.
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