TEOLOGIA EM FOCO: abril 2021

sexta-feira, 30 de abril de 2021

OFÍCIOS DIVINOS ATRIBUÍDOS A CRISTO

 Esboço de pregação.

I. CRIADOR

Cl 1.16 “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra...”.

Jesus é Aquele que criou todas as coisas, materiais ou imateriais, visíveis ou invisíveis. Essa ideia contradiz diretamente o falso ensino, mais tarde conhecido como gnosticismo, que estava surgindo na igreja de Colossos. Em geral, os gnósticos acreditavam que vários seres angelicais eram os criadores da Terra e que Cristo estava entre muitos desses anjos.

Como se a simples declaração nos termos mais abrangentes não fosse suficiente, o apóstolo entra em uma especificação das coisas existentes no céu e na terra, e assim varia a declaração como se fosse para evitar a possibilidade de erro.

Tudo foi criado por Ele e para ele. Jesus não somente criou todas as coisas; tudo foi criado para Seus propósitos (Hb 1.2, segundo o qual Cristo é herdeiro de tudo). Mas a glória da terra, dos céus, do sol, da lua e das estrelas não pode ser comparada à da nova criação de Cristo (2ª Co 5.17).

II. SUSTENTADOR DE TODAS AS COISAS

Cl 1.17 “Ele é antes de todas as coisas; n’Ele tudo subsiste”.

Antes de todas as coisas, tanto no sentido de tempo como no de supremacia. Graças à autoridade suprema e à supervisão de Cristo, todas as coisas subsistem (mantêm-se unidas).

Paulo faz referência à divindade de Cristo da mesma forma que o escritor aos Hebreus: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder…” ( Hb 1.3 ).

III. PERDOADOR

1. Ao perdoar pecados, Cristo se revela divino.

Mt 9.2 “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados”.

Neste texto, Mateus quer afirmar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura do paralítico comprova esse poder. Além de ter o poder de perdoar os pecados, Jesus demonstra que tem um poder mais forte, que é aquele de penetrar os pensamentos dos escribas, sem que alguém lhe contasse, e disse-lhes: Por que pensais mal em vossos corações?

Por sua vez, Jesus, possui um conhecimento sobre-humano, sobrenatural, que foi doado pelo Espírito Santo. Em outros momentos Jesus dirá: Vocês veem as aparências. Eu vejo o coração. Este conhecimento sobrenatural de Jesus demonstra que Ele tem também uma dignidade única e que justifica o seu poder também único, aquele de perdoar os pecados.

Quando Jesus quer demonstrar que tem o poder sobre o pecado, o paralítico passa em segundo plano, como se não interessasse mais o paralítico curado, e sim para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados.

IV. RESSUSCITADOR

Jo 6.40 “De fato à vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e n’Ele crer, tenha a vida eterna: e Eu ressuscitarei no último dia”.

A vontade do Pai é: (1) que todos que vierem ao Filho sejam aceitos e não se percam; (2) que todos que virem o Filho e crerem nele recebam a vida eterna.

Jo 11.25 “Disse-lhe Jesus: Eu Sou a ressurreição e a vida”. “Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá”.

Ao ressuscitar os mortos, Jesus se mostra divino. É verdade que outros também ressuscitaram mortos, mas o fizeram por meio de poderes a eles delegados. Jesus, porém, levantou os mortos em Seu próprio nome e prometeu aos que criam n’Ele, uma grande ressurreição no futuro.

“Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viver”. Isto é, a morte do crente será tragada em vida, e sua vida nunca se afundará em morte. Como a morte vem pelo pecado, é dEle anulá-la; e como a vida flui através de Sua justiça, é Sua para comunicá-la e eternamente mantê-la. Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.”

V. JUIZ

Ao julgar todos os homens, Cristo se mostra divino. Ele mesmo declarou:

Jo 5.22 “O Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento”.

2ª Tm 4.1 “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, sua manifestação e pelo seu reino”.

VI. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Além de todas as qualidades de Jesus Cristo como o Deus que se fez homem, constatamos que Ele exerce três ministérios diretos sobre os homens, a saber: PROFETA, SACERDOTE E REI.

Como Profeta, Ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, Ele é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, Ele governa como o regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Estes três ofícios são amplamente documentados e comentados pela Bíblia.

1. Jesus como profeta.

1.1. O anúncio de Jesus como profeta. Deuteronômio 18.15, 18 e 19 “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 18- Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19- E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.”

De fato, nas palavras diante de nós, Moisés promete tanto uma ordem profética quanto o Messias em particular como seu chefe; de uma linha de profetas culminando em um indivíduo eminente. E na proporção em que vemos em nosso Senhor as características do profeta mais perfeitamente exibidas,

Jesus Cristo foi o profeta supremo, o mensageiro perfeito de Deus, cuja vida e ministério deram pleno sentido à promessa aqui dada (cf. Atos 3.22-23; Atos 7.37).

2. Reconhecimento no Novo Testamento. João 6.14 “Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.”

2.1. As características proféticas de Jesus.

A. Ele é porta voz de Deus. (Hb 1.1,2).

B. Ele faz as grandes obras de profeta. (Jo 5.36).

3. Ele vaticina com total exatidão. Mateus 12.40 “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”

Mt 16.21 “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.”

Mt 17.22 “Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens; 23- E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.”

Mt 20.19 “E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.”

Jo 2.19 “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.”

2. Jesus como Sacerdote.

2.1. O anúncio de Jesus como sacerdote. Salmos 110.4 “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Hebreus 6.20 “Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.3. As três funções sacerdotais de Jesus.

A. Reconciliação. Romanos 5.10 “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”

2ª Coríntios 5.18,19 “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; 19- Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.”

B. Intercessão. Romanos 8.34 “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Hebreus 7.25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”

C. Bênção. Atos 3.26 “Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades.”

3. Jesus como Rei.

3.1. O anúncio de Jesus como rei. Isaías 9.6,7 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. 7- Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”

3.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Mateus 2.2-6 “Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. 3- E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele. 4- E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5- E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: 6- E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.”

3.3. As funções do Rei Jesus.

A. Ele julgará. Mateus 25.31-34 “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32- E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; 33- E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34- Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”

B. Ele governará. Isaías 9.6 “...e o principado está sobre os seus ombros....”.

Apocalipse 11.15 “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”

C. Ele proverá para seus súditos. Zacarias 14.9-11 “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome. 10- Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. 11- E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.”

Apocalipse 7.16,17 “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. 17- Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.”

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

sexta-feira, 23 de abril de 2021

PORQUE CRISTO SE FEZ HOMEM

 


INTRODUÇÃO. O estudo sobre a humanidade de Cristo seria incompleto se não nos dirigíssemos à questão fundamental: “Porque Ele se fez homem”?

Cristo se fez homem para tornar-se o sacrifício perfeito para remissão do pecado humano.

I. JESUS RECONHECEU SUA MISSÃO

Mc 10.45 “O próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

João Batista diz: Jo 1.29 “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Cristo foi a realização, o antípodo, dos sacrifícios transitórios do AT. Estes se repetiam constantemente, mas o sacrifício de Cristo no Calvário satisfez uma vez para sempre a justiça de Deus com relação aos que iriam crer n’Ele.

Hb 7.27 “Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo”.

II. PARA SER NOSSO MEDIADOR

1ª Tm 2.5 “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus Homem”. Cristo se fez homem para ser o perfeito mediador entre Deus e os homens. Nós temos tal mediador, digno de se aproximar de Deus e de se compadecer de nossa aflição! Sendo Deus, Ele pode interceder junto ao Pai; sendo homem, Ele pode sentir nossas fraquezas e enfermidades. Vejo que muitas pessoas estão sofrendo porque estão pedindo para o mediador errado, somente Jesus é que pode nos ajudar.

III. PARA DESTRUIR A MORTE

Hb 2.14-15 “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida”.

1. Cristo se fez homem para vencer a morte.

1.1. A morte é consequência do pecado- Rm 6.23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. A morte é a sentença decretada para toda a humanidade.

1.2. Só Cristo passou por esta vida sem pecar, por isso a morte não exerceu domínio permanente sobre o Seu corpo.

Hebreus 4.14-15 “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.

1ª Pedro 2.22 “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.”

Hebreus 7.26 “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”.

1ª João 3.5 “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado”.

1ª Pedro 1.19 “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

1ª Co 15.15 “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”.

1.3. Para o crente em Jesus, morrer é dormir em Cristo. 1ª Ts 4.13-14 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança. Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará justamente em sua companhia os que dormem”.

Já que Cristo venceu a morte em nosso lugar, não devemos lamentar a morte dos crentes como fazem os incrédulos, que não têm esperança na vida eterna. Por haver Jesus vindo a este mundo como homem, vencendo a morte no calvário e por meio da sua ressurreição, sabemos que nós também ressuscitaremos e seremos congregados com nossos entes queridos que dormiram em Cristo.

CONCLUSÃO

Jesus sendo Deus (Is 9.6), se fez homem (Jo 1.1-3), para cumprir os desígnios do Pai (Jo 3.16), para ser nosso mediador (1ª Tm 2.5), para destruir a morte, perdoar nossos pecados e nos ligar em comunhão com o Pai celeste.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 20 de abril de 2021

PARA QUEM TEM SEDE

 


Is 55.1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 - Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 - Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”.

INTRODUÇÃO. O Senhor convida todos os famintos e sedentos para um banquete. O Senhor oferece água, vinho e leite - símbolos de bênçãos espirituais a todos os que possam desejá-las (cf. Jo 7.7). A novidade é que esse banquete é gratuito. Deus prometeu que aqueles que O buscarem – “vinde”, ou seja, aqueles que tiveram comunhão com Deus, comerão o melhor alimento (v. 2). Como resultado de uma nova e duradoura aliança que incluía todas as bênçãos que haviam sido prometidas a Davi (v. 3). Entre essas bênçãos a regra eterna do Messias, descendente de Davi, era fundamental (55.1-3).

I. O QUE NOS FAZ TER SEDE

1. A nossa condição humana e pecaminosa.

Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Em virtude do pecado de Adão, toda a humanidade está espiritualmente morta. Somente Deus pode dar-nos a nova vida e salvar-nos dessa terrível situação. Por Sua imensa misericórdia, o Senhor entregou Seu Filho por nos quando ainda éramos Seus inimigos. Ele nos amou muito antes de nós o amarmos (1ª Jo 4.9,10).

II. UM CONVITE PARA QUEM TEM SEDE

1. Um convite divino ao pecador.Ó VÓS, todos os que tendes sede (v. 1).

2. O convite é universal. Isto é, aqueles que tem sede de entender a vontade e os caminhos de Deus e obter graça para estar em paz com Ele (Sl 42.1, 2; 63.1; Mt 5.6; Jo 7.37; Ap 21.6; 22.17).

Mateus 11.28-30 “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29- Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.30- Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

III. O QUE FAZER PARA SACIAR A SEDE

1. Quem é a fonte? “...vinde às águas” (v. 1).

Jesus é a fonte. Jo 4.13-14 “Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; 14 Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.”

A Água representa nosso desejo de nos refrescar. É o refrigério para nossa alma.

2. A salvação é gratuita. “...vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço,

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

O convite demonstra que a salvação não pode ser comprada é uma dádiva gratuita para os que a desejam a salvação.

3. Em que estamos gastando a nossa vida? Então o Senhor argumenta a seus potenciais compradores e clientes. E Ele diz: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?” (v. 2).

Por que vocês vivem atrás de coisas vazias e estéreis, que trazem infelicidade e perda? Venha, venha! Tenho

4. Há duas coisas diferentes nas mercadorias que Deus oferece. Em primeiro lugar, o que Ele oferece, satisfaz! Não há vazio no que Deus oferece. É pleno, abundante e transbordante.

Em segundo lugar, o que Ele oferece é de graça. Não tem preço. Não é necessário dinheiro. É um presente de Deus.

Não existe fundamento para a ideia de que alguns são criados para a salvação e outros, para a perdição, alguns para serem salvos e outros para se perderem. Deus não interfere no livre exercício do poder de escolha (ver Ez 18.31, 32; 33.11; Jo 3.18; 2ª Pe 3.9).

No último convite á humanidade feito nas Escrituras, o mesmo chamado é feito. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve diga: Vem. E quem tem sede, venha: e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17). O convite é para todos - está aberto a todos.

IV. O PRODUTO OFERECIDO É ALIMENTO

“água e pão”; “vinho e leite”.

“....vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço...”.

O verbo šabar/comprar significa “comprar cereal”), vinho e leite.

1. Os significados dos produtos.

1.1. A água simboliza Jesus – água da vida (Jo 4.13-14).

1.2. O Pão também significa Jesus. “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” (Jo 6.35).

1.3. Vinho significa a alegria da salvação. Vinho na Bíblia significa alegria, isto quer dizer que, quando o vinho acaba a alegria também acaba! Então num casamento, que é essencialmente uma cerimônia que fala de amor e aliança eterna, Jesus transforma  água em vinho.

1.3. Leite simboliza a Palavra. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (1ª Pe 2.2).

Água, vinho, leite e pão (v. 1,2) representam as bênçãos da salvação.

CONCLUSÃO Se você ainda não conhece o Senhor, mas está com fome e sede, veio ao lugar certo - a Palavra de Deus. Se você tem alguma insatisfação sem Deus na sua vida, terá fome e sede de conhecê-lo melhor. Você buscará por piedade como se a vida dependesse disso - o que, é claro, realmente acontece com sua vida espiritual! Onde sua fome pode ser saciada e sua fome pode ser saciada e sua sede aliviada? Aos pés de Jesus. vinde, comei e bebei!

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 14 de abril de 2021

UMA PROMESSA DE SALVAÇÃO

Gênesis 3.15 “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

INTRODUÇÃO

Nesta lição estaremos estudaremos a definição da palavra salvação; veremos que a promessa da vinda do Salvador foi feita logo após a Queda do homem; analisaremos a profecia de Gênesis 3.15 e o seu cumprimento na Pessoa de Jesus; e, por fim, pontuaremos como se deu a revelação progressiva da salvação.

I. DEFININDO A PALAVRA SALVAÇÃO 

A palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT: 120; e no NT: 47 (JOSHUA, sd, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: (a) livramento material e temporal do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1ª Tm 2.15; 2ª Tm 4.18); (b) a salvação espiritual e eterna concedida imediatamente por Deus aos que creem no Senhor Jesus Cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; 1ª Tm 2.4; 2ª Tm 1.9; Tt 3.5)” (VINE, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (ANDRADE, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”. Acerca da salvação devemos destacar que:

1. É uma promessa. Após a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Nesse texto, Deus prometeu que da semente da mulher um dos descendentes nasceria para esmagar a cabeça da serpente. Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus. “Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de Deus como uma bendita promessa de redenção” (MOODY, sd, p. 20 – acréscimo nosso).

2. É uma provisão. O Deus que providenciou as árvores alimentícias para o corpo físico de Adão (Gn 1.29; 2.16); uma esposa para suprir as suas necessidades emocionais (Gn 2.18); providenciou-lhe também as necessidades espirituais, quando lhe fez a promessa da vinda do Redentor (Gn 3.15); quando lhe cobriu a nudez (Gn 3.21); quando vedou o acesso a árvore da vida a fim de que o homem não tivesse a sua situação irremediável (Gn 3.22-24). Na presciência divina, a solução para o pecado foi feita mesmo antes da Queda, pois o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).

3. É um ato de amor. A Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho Unigênito...” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou também que Deus provou o Seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar (Rm 5.8); o apóstolo acrescenta ainda que o grande amor de Deus excede todo o entendimento (Ef 2.4; 3.19); João, por sua vez, diz que “Deus é amor” (1ª Jo 4.8); e que Ele nos amou primeiro (1ª Jo 4.10).

II. A PROMESSA DA SALVAÇÃO

Gênesis 3.15 "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

O texto de Gênesis 3.15 é considerado pela maioria dos teólogos como o “proto euangelion” (primeiro evangelho), pois é a primeira alusão ao advento do Messias para vir redimir a raça humana caída em pecado.

A misericórdia de Deus se evidencia em Gn 3.14-15. Também em Gn 3.21. É a “Aliança Adâmica”: 1. Deus promete um Salvador (Gn 3.15). 2. Sacrifício de sangue (Gn 3.21).

Abaixo analisaremos esta profecia pormenorizadamente:

1. O Redentor viria de uma mulher. A primeira coisa de que somos informados nessa palavra profética de Gênesis 3.15 é a de que o Messias viria de uma mulher, ou seja, viria em carne. Embora tenha sido a mulher que primeiro pecou (Gn 3.6; 1ª Tm 2.14), Deus prometeu que da semente desta mulher viria o Redentor. Isto não significa dizer que o Salvador viria literalmente de Eva, mas de uma mulher descendente de Eva, visto que ela é a progenitora da raça humana (Gn 3.20).

2. O Redentor viria da semente de uma mulher. A profecia de Gênesis 3.15 também nos revela que o Salvador viria da “semente da mulher”, isto é do óvulo. Frequentemente é dito na Bíblia que o homem é o portador da semente, isto porque o óvulo feminino é apenas o receptáculo da semente masculina (Sl 18.50; 22.23; 69.36; 105.6). Na verdade, este anúncio profético, está fazendo alusão a concepção virginal, ou seja, de que o Messias viria ao mundo por meio de uma mulher, sem a participação masculina. O profeta Isaías complementa esta informação quando diz: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Is 7.14).

3. O Redentor iria ferir a cabeça da serpente. O pecado concedeu legalidade para a atuação do diabo no homem e na criação (1ª Jo 3.8-b; Rm 8.20; Hb 2.14). No entanto, a promessa de Gênesis 3.15 fala da semente da mulher dizendo: “...esta te ferirá a cabeça ...”, ou seja, o descendente da mulher iria vir para destruir as obras do diabo (At 10.38; 1ª Jo 3.8).

Tal profecia soou como uma sentença passada ao inimigo. Sabedor disto, a serpente “Satanás” (Ap 12.9) faria de tudo para que o prometido não viesse a terra (Ap 12.4; 20.2).

4. O Redentor seria ferido pela serpente no calcanhar. Gênesis 3.15 nos mostra que o Messias sofreria, quando viesse a terra para salvar a humanidade caída. A expressão “tu lhe ferirás o calcanhar” faz alusão a isto. Está claro que para redimir o homem, a semente da mulher teria que sofrer em seu corpo a penalidade pelos pecados da humanidade: a morte (Ez 18.20; Rm 6.23-a). Satanás influenciou os homens pecadores a que matassem a Jesus (Lc 22.53). No entanto, o ferir do calcanhar é menos danoso que o ferir da cabeça. A respeito desta sentença, Beacon (sd, p. 41) diz: “uma cabeça esmagada que leva à morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado”.

III. O CUMPRIMENTO DA PROMESSA DE GÊNESIS 3.15 EM JESUS

1. Ele nasceu de uma mulher - a encarnação do Verbo. Os evangelhos e o livro de Atos registram que Jesus nasceu de uma mulher chamada Maria (Mt 1.16; Mc 6.3; Lc 2.34; Jo 2.1; 19.25; At 1.14). O apóstolo Paulo é claro em dizer que “...vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...” (Gl 4.4).

2. Ele nasceu de uma mulher virgem - a concepção virginal do Verbo. A profecia dizia o Messias viria da semente da mulher”, indicando claramente que o homem não teria participação. Os evangelistas registraram que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo no ventre de Maria, como nos mostra Mateus “...o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18). Lucas de igual forma relata este fato (Lc 1.26-37), inclusive o questionamento de Maria, que ao saber que teria um filho questionou como se daria isto, visto que era virgem (Lc 1.34). O anjo que lhe foi enviado explicou que a concepção da criança se daria no ventre de Maria de forma sobrenatural (Lc 1.35), “porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

3. Ele esmagou a cabeça de serpente - a Vitória do Verbo. Jesus triunfou da astuciosa serpente em todas as tentações que sofreu (Mt 4.1-11; 16.23), e o ponto culminante dessa vitória foi na cruz do Calvário (Cl 2.15). O escritor da Epístola aos Hebreus nos diz que “visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). Um dia todas as coisas estarão debaixo dos seus pés (Sl 110.1; Rm 16.20; 1ª Co 15.24-27; At 2.35; Hb 10.13).

4. Ele foi ferido no calcanhar pela serpente - o sofrimento do Verbo. Tanto estava prevista a vinda do Redentor como o seu sofrimento vicário (Gn 3.15; Sl 22.1-31; Is 53.1-12). Esmagar a cabeça da serpente custaria a Jesus ser ferido no calcanhar, ou seja, experimentar a morte física (Hb 2.14). Mesmo ciente deste sofrimento (Mt 17.23; 20.19; 26.2; Mc 10.34; Lc 18.33; 24.7), Ele consumou a obra (Mt 26.39; Jo 17.4; 19.30; Hb 9.26).

CONCLUSÃO

Por causa da desobediência, o homem perdeu sua comunhão com Deus, foi expulso do paraíso e o pecado passou para todos nós. Não era este o plano de Deus. Mas o homem teve liberdade para decidir se seguia ou não as instruções divinas.

A salvação do homem foi providenciada por Deus antes da fundação do mundo, anunciada no Éden e enviada na plenitude dos tempos. Na cruz, Jesus consumou o plano salvífico de Deus em prol de toda a humanidade caída.

Até hoje, o homem tem liberdade para aceitar ou não a vontade de Deus em sua vida. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

2. Claiton Ivan Pommerening. Uma promessa de salvação. 4º Trimestre de 2017. CPAD Rio de Janeiro - RJ.

3. GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol. 02. CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

4. MOODY, D. L. Comentário Bíblico de João. PDF.

5. OLIVEIRA, Oséias Gomes. Concordância Bíblica.

6. Exaustiva Joshua. Vol. 03. CENTRAL GOSPEL.

7. Pommerening Claiton Ivan. A Promessa da Salvação. Lições Bíblicas 4º Trimestre de 2017 – CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

8. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro - RJ.

9. VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD. Rio de Janeiro - RJ.


terça-feira, 6 de abril de 2021

AS TRES DIMENÇÕES DO PECADO NA RAÇA HUMANA



Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

I. QUE É PECADO

1. Pecado. “Do hebraico hattah; do grego hamartios; do latim peccatum. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, imoralidade, injustiça etc. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21).

Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).

O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).

O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina”.

O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação etc.

II. TEOLOGICAMENTE O PECADO PODE ATINGIR AS TRÊS DIMENSÕES HUMANAS: CORPO, ALMA E O ESPÍRITO

1. O homem é formado de três partes distintas em um só (tricotomia). “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).

O pecado segundo a Bíblia é a transgressão da lei moral que fere por vez a santidade de Deus.

2. As três áreas que o pecado atinge no ser humano. 1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede de Pai, mas procede do mundo”.

Tudo que há no mundo. A palavra mundo no grego é κσόμος, kosmos, que significa mundo, universo e habitantes da terra.

Mundo é a sociedade incrédula e rebelde, sob a orientação do diabo, que despreza o Criador Eteno.

Mundo, aqui, é o sistema moralmente corrupto em oposi­ção a tudo o que Deus é e preza. Nesse sentido, o mundo é o sistema satânico que se opõe ao Reino de Cristo na terra (1ª Jo 2.16; 3.1; 4-4; 5.19; Jo 12.31; 15.18; Ef 6.11,12; T g 4.4).

O mundo é caracterizado por essas três concupiscências, que têm sido interpretadas como correspondentes às três diferentes formas como Eva foi tentada no jardim (Gn 3.6), ou às três diferentes tentações por que Cristo passou (Lc 4.1-12).

As três dimensões que o pecado atinge o ser humano:

A. Nos apetites malignos da carne a concupiscência da carne.

B. No materialismo avarento e transitório a concupiscência dos olhos.

C. No orgulho da vida sem Deus a soberba da vida.

3. O homem é tentado pela cobiça. Tiago 1.13-15 “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

3.1. Concupiscência da carne. Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas e perversas.

O que seria essa concupiscência? A concupiscência não é o pecado, mas é o que nos atrai para ele. É tudo aquilo que me atrai para pecar. Todos nós possuímos desejos e cobiças específicas, que são as nossas concupiscências pessoais. É este desejo que nos atrai ao pecado.

Gl 5.19-21 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.

3.2. Concupiscência dos olhos. Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.

Os olhos são a candeia do corpo: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt 6.22,23).

Quem olhar para uma mulher. Mt 5.27-28 “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

Nosso Senhor tomou este mandamento da lei (não adulterarás” (Dt 5.18), que condenava apenas o ato sexual extraconjugal propriamente dito, mas Jesus vai além da letra e diz: “aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, (concupiscência dos olhos) já cometeu adultério com ela no coração”.

A tradição farisaica era clara quanto ao adultério: o homem não poderia cometê-lo. Jesus além de confirmar o pecado no caso de adultério de qualquer dos cônjuges, mostra que pensamentos impuros, como o desejo ilícito, a cobiça, e por fim, o adultério no coração, também caracterizam pecado contra Deus – “olhar... com intenção impura”. É radical, mesmo para aqueles que andam na santidade e pureza exigidas para uma vida cristã autêntica.

Em geral, a concupiscência é um grande problema do ser humano. Paulo, quando fariseu, antes de conhecer a Jesus, encontrou no décimo mandamento, uma luta severa contra os desejos desenfreados do coração (Rm 7.7,8). Jó entendeu que sendo um homem temente a Deus não fixaria seus olhos “numa donzela”, pois ele fez uma “aliança com seus olhos” (Jó 31.1). Devemos lembrar que Jó viveu aparentemente, antes da Lei Mosaica.

O Mestre Jesus ensina aos seus discípulos sobre o valor do caráter. Ele não tem a pretensão de formar religiosos, mas sim discípulos. Jesus reafirma categoricamente o objetivo último da lei: alcançar a fidelidade e a santidade. A intenção do Senhor é que os Seus seguidores sejam pessoas sinceramente agradáveis a Deus e moralmente corretas para a sociedade.

O que levou o rei Davi pecar no seu palácio? No livro de 2º Samuel a Bíblia relata o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou” (2º Sam 11.1-5).

O que levou Davi ao pecado foi: A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando olhou para a beleza da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério.

O pecado de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia relata não são de usos e costumes, mas da concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida.

De onde procedem os maus desígnios? É importante perceber, e ter muita atenção nesta sedução, porque é do interior que procedem todos os maus desígnios. “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21-23).

Este texto é, no mínimo, esclarecedor. De onde vem todos os males e o pecado do homem? Eles vêm do seu próprio interior. É do interior do homem que emanam estas coisas. Quando olhamos para o que é mau, então o nosso interior será mau e nós iremos, com toda a certeza, nos enredar no pecado. O fruto de viver na carne pode apenas ser pecado, morte e a nossa corrupção no Dia do Senhor. A nossa concupiscência está sempre à procura de catalizadores para o seu desejo. Sempre desejando se saciar. Se damos espaço para os nossos olhos buscarem estas coisas, certamente eles encontrarão as sujeiras do mundo e assim a consequência dessa vida será ter trevas em nosso interior. Se a luz que há em mim são trevas, quão grandes trevas são! Se no meu interior existe concupiscência, então não há outro caminho senão o caminho do pecado.

3.3. Soberba da vida - pecado do espírito. Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.

No grego clássico Pleonexia, significa “uma ganância arrogante”, e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, pleonektein, significa “defraudar” ou “burlar”.

A Sedução dos olhos. Através dos nossos olhos o mundo nos seduz e tenta nos atrair para o pecado. Nos pontos abaixo eu descrevi alguns dos principais aspectos em que percebemos que o diabo tenta nos enredar e vencer.

Gênesis 3.5 “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”

Satanás, o oponente de Deus e o chefe dos anjos maus, decidiu estragar o relacionamento entre Deus e aqueles criados à sua imagem. Sua obra maligna era tentá-los a ir além do limite que Deus havia estabelecido, a serem independentes de Deus, a se colocar no lugar de Deus, a tomar suas próprias decisões, a governar suas próprias vidas, a serem os juízes independentes do certo e do errado.

“...como Deus, sereis...”. Agora que Eva entrara na conversa, o sedutor avançou com seu argumento mais poderoso. Mais do que depressa ele deu a entender que o grande desejo do homem de ser igual a Deus foi deliberadamente frustrada por ordem divina. Ele acusou o Criador de egoísmo e falsidade maliciosa, apresentando-O como se tivesse inveja e não desejasse que Suas criaturas tivessem algo que as tornasse iguais ao Onisciente.

Satanás desejou ser igual a Deus (Is 14.13-14), acima das estrelas de Deus. Temos aqui o caso de uma estrela que deseja ser maior que as outras. A queda de Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida determinação de usurpar a glória que pertence unicamente a Deus. Esse fato é explicitado em uma série de cinco afirmações que empregam verbos na primeira pessoa do singular, conforme registradas em Isaías. Nisto consiste a essência do pecado: o desejo e a determinação de viver como se a criatura fosse mais importante que o Criador.

Satanás desejou ser igual a Deus, contudo foi a estratégia que ele usou para engar a mulher: “ser semelhante a Deus”.

Em resumo podemos dizer que, para a mulher, não havia nenhuma outra maneira de se alcançar o conhecimento, a não ser por um ato de desobediência a um mandamento direto de Deus. Por outro lado, era como se não existisse nenhuma outra maneira de ser semelhante a Deus, que não fosse essa, alcançada mediante um ato voluntário de desobediência. Para a mulher, comer do fruto, em flagrante desobediência ao mandamento de Deus, era a única maneira de alcançar — sequil — entendimento. Esta última expressão significa literalmente o seguinte: “prosperar, fazer prosperar ou ter sucesso”. E é exatamente nisto mesmo que reside a essência da cobiça: um desejo veemente de possuir algo, de tal maneira, que parece que só poderemos alcançar a verdadeira felicidade se possuirmos o objeto desejado. O homem e sua mulher são culpados desta terrível transgressão. Quando iremos aprender que nossa verdadeira felicidade só pode ser alcançada, de forma exclusiva, mediante nosso relacionamento com Deus? E isso nas condições estabelecidas por Deus mesmo.

“....e árvore desejável para dar entendimento....”. Sua escolha (e tentação) foi que eles poderiam ‘ser como Deus’. Até esse ponto eles haviam confiado em Deus para tudo, mas agora eles tinham a escolha de se tornar ‘como Deus’, para confiar em si mesmos e se tornar seus próprios deuses.

Satanás quis para si a adoração que pertence a Deus; ele procurou um reino próprio; ele quis exaltar-se tomando para si todo poder existente, usurpando a base do Trono da divindade. Satanás quis uma posição acima das estrelas de Deus, e para isso intentou apossar-se da semelhança de Deus.

Para ele, estar em uma posição superior à dos seus companheiros bastava subir, ou seja, galgar uma nova posição. Porém, Deus surpreende todas as hostes angelicais ao descer e conceder a sua semelhança aos homens.

Foi este argumento que a serpente usou para tenta a mulher no Jardim do Édem. “...ser igual a Deus... e boa para dar entendimento...”. Desta forma ele enganou a mulher que também deu a seu marido.

O que levou Lúcifer a pecar contra Deus? O pecado do orgulho. Satanás é espirito portanto este pecado encontra intrínseco no espírito dos homens sem Cristo.

Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

Finalmente, por causa de sua rebelião, Satanás tornou-se o arqui-inimigo de Deus e de tudo o que é divino. Sua queda – bem como a dos espíritos que se uniram a ele – é irreversível; não há esperança de redenção. Satanás foi privado da comunhão com o Deus santo de forma final e irrecuperável. Para ser exato, Satanás ainda tem acesso à Deus por causa de seu papel de acusador dos irmãos, papel este que lhe foi designado divinamente (Jó 1 e 2; Zc 3; Lc 22.31; Ap 12.10). Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com Deus ou da Sua aceitação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na história do cosmo, Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a punição eternas (Mt 25.41).

4. O pecado atingiu as três partes do ser humano. Corpo, alma e espírito. Eva não resistiu à tentação e tomou do fruto proibido que lhe parecia apetitoso e agradável aos olhos. Ela também deu de comer do fruto ao seu marido. Além disso, eles se entusiasmaram com a possibilidade de serem como Deus (v. 5).

A. No Corpo. “... a concupiscência da carne...”. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.

B. Na alma. “... a concupiscência dos olhos...”. “... agradável aos olhos...”. 

C. No espírito. “... e a soberba da vida...”. “... e árvore desejável para dar entendimento...”.

5. A tentação de Jesus. Jesus sendo Deus também foi tentado NO ESPÍRITO, ALMA, E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador. Compare a tentação de Jesus:

Antes de começar seu ministério, Jesus foi para o deserto, onde foi tentado pelo diabo. Jesus não usou milagres nem força sobrenatural para resistir à tentação do diabo. Ele simplesmente usou a Palavra de Deus e venceu. Estas são 3 lições que podemos aprender das 3 tentações de Jesus.

Satanás aproximou-se de nosso Salvador pelas três vias, mas ainda assim o Senhor não cometeu pecado. Ele foi bem sucedido aonde o primeiro Adão falhou.

5.1. Pedras em pães - cobiça da carne”. Lucas 4.3-4 “Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4- Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem.”

O diabo apresenta sua astúcia no sentido de induzir Jesus ao erro, aproveitando-se da sua vulnerabilidade, a sua fome, ora se Jesus estava com fome era simples ele poderia transformar pedras em pão e saciar a sua necessidade, afinal ele estava com fome.

A tentação de Satanás era fazê-lo comer usando seus poderes divinos para fins egoístas. A tentação era no convite a transformar pedras em pão milagrosamente, instantaneamente, sem esperar ou adiar a gratificação física. Sua resposta ao tentador foi: “Está escrito”.

5.2. Reinos da terra - concupiscência dos olhos”. Lucas 4.5-8 “E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. 6- Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. 7- Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8- Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.”

Este texto talvez seja a mais sutil das tentações. Afinal quem não quer ser bem sucedido na vida, honrado e reconhecido.

De um alto monte, satanás mostrou a Jesus todos os reinos do mundo e sua glória. Ofereceu para Jesus, que tinha vivido como um carpinteiro na modesta aldeia de Nazaré. E a palavra deixa clara que satanás também tem a sua gloria, vimos quantas coisas ele prometeu para Jesus em troca da adoração.

Jesus foi tentado com uma “oferta” dos reinos do mundo, que faz parte da necessidade de autoestima, situada no topo da pirâmide da escala de Maslow. Todo ser humano tem necessidade de autoestima.

E não raramente, a necessidade de autoestima está ligada ao exercício do poder. Quando alguém é promovido para exercer algum cargo de chefia, logo sente que sua autoestima fica em alta.

É a proposição de que todo mundo tem um preço, que o material importa mais, que, finalmente, você pode comprar qualquer coisa neste mundo por dinheiro.

Jesus sabia que se Ele fosse fiel ao Seu Pai e obediente a todos os mandamentos, Ele herdaria “tudo o que o que o Pai possui”. Lúcifer não sabia que este era o homem que viria a pregar:

“Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mc 8.36-37)

5.3. Pináculo do templo - Orgulho da vida. Lucas 4.9-13 “Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; 10- porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; 11- e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. 12- Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus.”

O tentador usa o Salmos 91, desfigurando o seu sentido original, distorcendo a sua mensagem, para fazer com que Jesus pecasse, tentando a Deus.

Satanás foi para outro extremo e tentando Jesus, acerca da proteção do Pai. Ele levou Jesus na Cidade Santa, ao pináculo do templo no lugar mais alto à vista do povo.

Ora, a grande sacada de satanás era fazer com que Jesus atentasse contra a sua própria vida, pois alguém que se joga do alto de uma torre obviamente só pode morrer. Deus Pai não teria nenhum compromisso de salvar Jesus naquela situação, pois Ele própria, em tese, teria dado causa ao acontecido.

A tentação de Jesus nos ensina que ninguém pode pular do pináculo do Templo, nem do topo de um prédio, e depois, no meio da queda, pedir pra que Deus mande anjos em socorro!

III. LIBERDADE EM CRISTO 

Voltar a viver é possível somente através do próprio Criador, que sinaliza amorosamente através da Sua Palavra.

João 3.17 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18- “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

É por isso que Cristo diz: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38). Basta crer nas Escrituras! Não é necessário fazer como fez Eva, que em vez de crer na palavra da expressa imagem de Deus, buscou reforçar a sua palavra “E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” (Gn 3.2-3).

Bastava crer na Palavra do Senhor que lhes disse que ‘certamente morreriam’, caso utilizassem da liberdade que possuíam, e comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal. Induzida pela serpente, Eva transtornou a ordenança, que enfatizava liberdade, alerta e cuidado, tornando-a uma ‘lei’ estritamente proibitiva: “Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” (Gn 3.3).

Onde há somente uma ‘lei’ proibitiva em lugar da ordenança que promove à liberdade, a concupiscência opera no homem, pois ao entender a liberdade da ordenança como estritamente um mandamento (lei), o pecado opera toda concupiscência. Por exemplo: Eva olhou e viu que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento (Como ela considerou a ordenança como sendo estritamente um mandamento, o pecado por meio do mandamento operou toda concupiscência), ela lançou mão do fruto e comeu.

Enquanto havia liberdade o homem vivia, mas na proibição ‘Não comereis dele’, a concupiscência deu lugar ao pecado que trouxe a morte. Observe que, o mandamento que era para vida, tornou-se morte. O mandamento (ordenança) é santo, justo e bom, e a lei (proibição) santa, porém, o pecado achou ocasião na ordenança é matou o homem (Rm 7.10-11). O pecado só achou ocasião porque, induzida pela pergunta da serpente, Eva entendeu que a ordenança resumia-se estritamente numa lei proibitiva, e através do mandamento ‘dela não comerás’, o pecado enganou-a e a matou.

Portanto, qualquer que lê as Escrituras precisa compreender que onde o Espírito do Senhor está há liberdade, mas a lei, por si só opera a ira, pois o pecado sempre achará ocasião na lei através da concupiscência.

A lei só é imposta aos transgressores (1ª Tm 1.9), e por causa dos transgressores (Gl 3.19). Tanto a lei: “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesse?” (Gn 3.11), quanto a lei de Moisés, foram acrescentadas por causa da transgressão, pois nela opera a ira de Deus, em lugar do cuidado da ordenança, que tem razão de ser para os justos (1ª Tm 1.9).

1. Aquele que obedece é amado do Meu Pai. João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”

Ao ler a passagem acima, podemos perceber algumas coisas muito interessantes, como por exemplo:

Se você diz que ama a Jesus e não observa a Sua Palavra e não obedece Seus mandamentos, na verdade você está equivocado. A única maneira de amar a Jesus verdadeiramente e de demonstrar Seu amor a Ele é guardando e obedecendo sua Palavra.

Quando você ama (MESMO) a Jesus este amor é retribuído por Ele e por Deus Pai. E então Jesus se revelará (se fará ser conhecido) a você.

Porque somente aqueles que o amam guardam sua Palavra. E aquele que guarda Sua Palavra é amado por Deus Pai e, por isso, receberá o Espírito Santo, o qual fará morada nele.

Perceba que Jesus escolheu a Sua Palavra (que é também a Palavra do Pai) para se revelar àqueles que o amam. Mas isto só é possível através do Espírito Santo.

Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau - SC