Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus.”
I. QUE É PECADO
1.
Pecado.
“Do hebraico hattah; do grego hamartios; do latim peccatum.
Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro,
iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião,
violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, imoralidade, injustiça
etc. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada
pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21).
Mas há um termo genérico para designar o
pecado com todos os seus detalhes, chattath,
e seu equivalente verbal chattá
(pronuncia-se hatá, com “h”
aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).
O substantivo derivado desse
termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão
Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).
O pecado mortal é a deliberação consciente
e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples
pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e
pelo não reconhecimento da soberania divina”.
O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho de retidão e
honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”, como um
arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da
vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo.
Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada. É
uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão
da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus; é também
culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda,
obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei
divina em pensamento ou em ação etc.
II.
TEOLOGICAMENTE O PECADO PODE ATINGIR AS TRÊS DIMENSÕES HUMANAS: CORPO, ALMA E O
ESPÍRITO
1.
O homem é formado de três partes distintas em um só (tricotomia). “Porque a
palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e
é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).
O
pecado segundo a Bíblia é a transgressão da lei moral que fere por vez a
santidade de Deus.
2.
As três áreas que o pecado atinge no ser humano. 1ª João 2.16
“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede de Pai, mas procede do mundo”.
Tudo que há no mundo. A palavra mundo no grego é κσόμος, kosmos,
que significa mundo, universo e habitantes da terra.
Mundo é a sociedade incrédula e rebelde, sob
a orientação do diabo, que despreza o Criador Eteno.
Mundo, aqui, é o sistema moralmente corrupto
em oposição a tudo o que Deus é e preza. Nesse sentido, o mundo é o sistema
satânico que se opõe ao Reino de Cristo na terra (1ª Jo 2.16; 3.1; 4-4; 5.19;
Jo 12.31; 15.18; Ef 6.11,12; T g 4.4).
O mundo é caracterizado por essas três
concupiscências, que têm sido interpretadas como correspondentes às três
diferentes formas como Eva foi tentada no jardim (Gn 3.6), ou às três
diferentes tentações por que Cristo passou (Lc 4.1-12).
As três dimensões que o pecado atinge o ser
humano:
A. Nos apetites malignos da carne a
concupiscência da carne.
B. No materialismo avarento e transitório a
concupiscência dos olhos.
C. No orgulho da vida sem Deus
a soberba da vida.
3.
O homem é tentado pela cobiça. Tiago 1.13-15 “Ninguém, ao ser
tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal
e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria
cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido,
dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.
3.1.
Concupiscência da carne. Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões
carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos
prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações
mundanas e perversas.
O
que seria essa concupiscência? A concupiscência não é o pecado, mas é o que
nos atrai para ele. É tudo aquilo que me atrai para pecar. Todos nós possuímos
desejos e cobiças específicas, que são as nossas concupiscências pessoais. É
este desejo que nos atrai ao pecado.
Gl
5.19-21 Porque
as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação,
impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus”.
3.2.
Concupiscência dos olhos. Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas,
desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito
quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.
Os
olhos são a candeia do corpo: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que,
se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus
olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há
são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt 6.22,23).
Quem olhar para uma mulher. Mt 5.27-28 “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em
seu coração cometeu adultério com ela”.
Nosso Senhor
tomou este mandamento da lei (não adulterarás” (Dt 5.18), que condenava apenas
o ato sexual extraconjugal propriamente dito, mas Jesus vai além da letra e
diz: “aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, (concupiscência
dos olhos) já
cometeu adultério com ela no coração”.
A tradição
farisaica era clara quanto ao adultério: o homem não poderia cometê-lo. Jesus
além de confirmar o pecado no caso de adultério de qualquer dos cônjuges,
mostra que pensamentos impuros, como o desejo ilícito, a cobiça, e por fim, o
adultério no coração, também caracterizam pecado contra Deus – “olhar... com
intenção impura”. É radical, mesmo para aqueles que andam na santidade e pureza
exigidas para uma vida cristã autêntica.
Em geral, a
concupiscência é um grande problema do ser humano. Paulo, quando fariseu, antes
de conhecer a Jesus, encontrou no décimo mandamento, uma luta severa contra os
desejos desenfreados do coração (Rm 7.7,8). Jó entendeu que sendo um homem
temente a Deus não fixaria seus olhos “numa donzela”, pois ele fez uma “aliança
com seus olhos” (Jó 31.1). Devemos lembrar que Jó viveu aparentemente, antes da
Lei Mosaica.
O Mestre Jesus ensina
aos seus discípulos sobre o valor do caráter. Ele não tem a pretensão de formar
religiosos, mas sim discípulos. Jesus reafirma categoricamente o objetivo
último da lei: alcançar a fidelidade e a santidade. A intenção do Senhor é que
os Seus seguidores sejam pessoas sinceramente agradáveis a Deus e moralmente
corretas para a sociedade.
O
que levou o rei Davi pecar no seu palácio? No livro de 2º Samuel a Bíblia relata
o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou
do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a
uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E
enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta
Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi
mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já
ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a
mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou” (2º Sam
11.1-5).
O
que levou Davi ao pecado foi: A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a
concupiscência da carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando
olhou para a beleza da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se
era casada ou não e sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e
fez com que ela viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério.
O
pecado de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia
relata não são de usos e costumes, mas da concupiscência da carne, dos olhos e
da soberba da vida.
De
onde procedem os maus desígnios? É importante perceber, e ter muita atenção
nesta sedução, porque é do interior que procedem todos os maus desígnios. “Porque
de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a
prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias,
o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos
estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21-23).
Este
texto é, no mínimo, esclarecedor. De onde vem todos os males e o pecado do
homem? Eles vêm do seu próprio interior. É do interior do homem que emanam
estas coisas. Quando olhamos para o que é mau, então o nosso interior será mau
e nós iremos, com toda a certeza, nos enredar no pecado. O fruto de viver na
carne pode apenas ser pecado, morte e a nossa corrupção no Dia do Senhor. A
nossa concupiscência está sempre à procura de catalizadores para o seu desejo.
Sempre desejando se saciar. Se damos espaço para os nossos olhos buscarem estas
coisas, certamente eles encontrarão as sujeiras do mundo e assim a consequência
dessa vida será ter trevas em nosso interior. Se a luz que há em mim são
trevas, quão grandes trevas são! Se no meu interior existe concupiscência,
então não há outro caminho senão o caminho do pecado.
3.3.
Soberba da vida - pecado do espírito. Arrogância de viver, orgulho,
jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e
seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre
falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.
No
grego clássico Pleonexia, significa “uma ganância
arrogante”, e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo
correspondente, pleonektein, significa
“defraudar” ou “burlar”.
A
Sedução dos olhos. Através dos nossos olhos o mundo nos seduz e tenta nos
atrair para o pecado. Nos pontos abaixo eu descrevi alguns dos principais
aspectos em que percebemos que o diabo tenta nos enredar e vencer.
Gênesis
3.5 “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos
olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Satanás,
o oponente de Deus e o chefe dos anjos maus, decidiu estragar o relacionamento
entre Deus e aqueles criados à sua imagem. Sua obra maligna era tentá-los a ir
além do limite que Deus havia estabelecido, a serem independentes de Deus, a se
colocar no lugar de Deus, a tomar suas próprias decisões, a governar suas
próprias vidas, a serem os juízes independentes do certo e do errado.
“...como
Deus, sereis...”. Agora que Eva entrara na conversa, o sedutor avançou com
seu argumento mais poderoso. Mais do que depressa ele deu a entender que o
grande desejo do homem de ser igual a Deus foi deliberadamente frustrada por
ordem divina. Ele acusou o Criador de egoísmo e falsidade maliciosa,
apresentando-O como se tivesse inveja e não desejasse que Suas criaturas
tivessem algo que as tornasse iguais ao Onisciente.
Satanás
desejou ser igual a Deus (Is 14.13-14), acima das estrelas de Deus. Temos
aqui o caso de uma estrela que deseja ser maior que as outras. A queda de
Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida determinação de usurpar a
glória que pertence unicamente a Deus. Esse fato é explicitado em uma série de
cinco afirmações que empregam verbos na primeira pessoa do singular, conforme
registradas em Isaías. Nisto consiste a essência do pecado: o desejo e a
determinação de viver como se a criatura fosse mais importante que o Criador.
Satanás
desejou ser igual a Deus, contudo foi a estratégia que ele usou para engar a
mulher: “ser semelhante a Deus”.
Em
resumo podemos dizer que, para a mulher, não havia nenhuma outra maneira de se
alcançar o conhecimento, a não ser por um ato de desobediência a um mandamento
direto de Deus. Por outro lado, era como se não existisse nenhuma outra maneira
de ser semelhante a Deus, que não fosse essa, alcançada mediante um ato
voluntário de desobediência. Para a mulher, comer do fruto, em flagrante
desobediência ao mandamento de Deus, era a única maneira de alcançar —
sequil — entendimento. Esta última expressão significa literalmente o
seguinte: “prosperar, fazer prosperar ou ter sucesso”. E é exatamente nisto
mesmo que reside a essência da cobiça: um desejo veemente de possuir algo, de
tal maneira, que parece que só poderemos alcançar a verdadeira felicidade se
possuirmos o objeto desejado. O homem e sua mulher são culpados desta terrível
transgressão. Quando iremos aprender que nossa verdadeira felicidade só pode
ser alcançada, de forma exclusiva, mediante nosso relacionamento com Deus? E isso
nas condições estabelecidas por Deus mesmo.
“....e
árvore desejável para dar entendimento....”. Sua escolha (e tentação) foi
que eles poderiam ‘ser como Deus’. Até esse ponto eles haviam confiado em Deus
para tudo, mas agora eles tinham a escolha de se tornar ‘como Deus’, para
confiar em si mesmos e se tornar seus próprios deuses.
Satanás
quis para si a adoração que pertence a Deus; ele procurou um reino próprio; ele
quis exaltar-se tomando para si todo poder existente, usurpando a base do Trono
da divindade. Satanás quis uma posição acima das estrelas de Deus, e para isso
intentou apossar-se da semelhança de Deus.
Para ele, estar em uma posição superior à
dos seus companheiros bastava subir, ou seja, galgar uma nova posição. Porém,
Deus surpreende todas as hostes angelicais ao descer e conceder a sua
semelhança aos homens.
Foi
este argumento que a serpente usou para tenta a mulher no Jardim do Édem.
“...ser igual a Deus... e boa para dar entendimento...”. Desta forma ele
enganou a mulher que também deu a seu marido.
O
que levou Lúcifer a pecar contra Deus? O pecado do orgulho. Satanás é espirito portanto este pecado encontra intrínseco
no espírito dos homens sem Cristo.
Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar
será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
Finalmente, por causa de sua rebelião,
Satanás tornou-se o arqui-inimigo de Deus e de tudo o que é divino. Sua queda –
bem como a dos espíritos que se uniram a ele – é irreversível; não há esperança
de redenção. Satanás foi privado da comunhão com o Deus santo de forma final e irrecuperável.
Para ser exato, Satanás ainda tem acesso à Deus por causa de seu papel de
acusador dos irmãos, papel este que lhe foi designado divinamente (Jó 1 e 2; Zc
3; Lc 22.31; Ap 12.10). Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com
Deus ou da Sua aceitação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na
história do cosmo, Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a
punição eternas (Mt 25.41).
4. O
pecado atingiu as três partes do ser humano. Corpo, alma e espírito. Eva
não resistiu à tentação e tomou do fruto proibido que lhe parecia apetitoso e agradável
aos olhos. Ela também deu de comer do fruto ao seu marido. Além disso, eles se
entusiasmaram com a possibilidade de serem como Deus (v. 5).
A.
No Corpo. “... a concupiscência da carne...”. “Vendo a mulher que a árvore
era boa para se comer...”.
B.
Na alma. “... a concupiscência dos olhos...”. “... agradável aos olhos...”.
C.
No espírito. “... e a soberba da vida...”. “... e árvore desejável para dar
entendimento...”.
5.
A tentação de Jesus. Jesus sendo Deus também foi tentado NO ESPÍRITO, ALMA,
E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador. Compare a tentação de Jesus:
Antes
de começar seu ministério, Jesus foi para o deserto, onde foi tentado pelo
diabo. Jesus não usou milagres nem força sobrenatural para resistir à tentação
do diabo. Ele simplesmente usou a Palavra de Deus e venceu. Estas são 3 lições
que podemos aprender das 3 tentações de Jesus.
Satanás
aproximou-se de nosso Salvador pelas três vias, mas ainda assim o Senhor não
cometeu pecado. Ele foi bem sucedido aonde o primeiro Adão falhou.
5.1.
Pedras em pães - cobiça da carne”. Lucas 4.3-4 “Disse-lhe, então, o diabo: Se és o
Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4- Mas Jesus lhe
respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem.”
O
diabo apresenta sua astúcia no sentido de induzir Jesus ao erro, aproveitando-se
da sua vulnerabilidade, a sua fome, ora se Jesus estava com fome era simples
ele poderia transformar pedras em pão e saciar a sua necessidade, afinal ele
estava com fome.
A
tentação de Satanás era fazê-lo comer usando seus poderes divinos para fins
egoístas. A tentação era no convite a transformar pedras em pão milagrosamente,
instantaneamente, sem esperar ou adiar a gratificação física. Sua resposta ao
tentador foi: “Está escrito”.
5.2.
Reinos da terra - concupiscência dos olhos”. Lucas 4.5-8 “E, elevando-o, mostrou-lhe, num
momento, todos os reinos do mundo. 6- Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta
autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem
eu quiser. 7- Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8- Mas Jesus
lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás
culto.”
Este
texto talvez seja a mais sutil das tentações. Afinal quem não quer ser bem
sucedido na vida, honrado e reconhecido.
De
um alto monte, satanás mostrou a Jesus todos os reinos do mundo e sua glória.
Ofereceu para Jesus, que tinha vivido como um carpinteiro na modesta aldeia de
Nazaré. E a palavra deixa clara que satanás também tem a sua gloria, vimos
quantas coisas ele prometeu para Jesus em troca da adoração.
Jesus
foi tentado com uma “oferta” dos reinos do mundo, que faz parte da necessidade
de autoestima, situada no topo da pirâmide da escala de Maslow. Todo ser humano
tem necessidade de autoestima.
E
não raramente, a necessidade de autoestima está ligada ao exercício do poder.
Quando alguém é promovido para exercer algum cargo de chefia, logo sente que
sua autoestima fica em alta.
É
a proposição de que todo mundo tem um preço, que o material importa mais, que,
finalmente, você pode comprar qualquer coisa neste mundo por dinheiro.
Jesus
sabia que se Ele fosse fiel ao Seu Pai e obediente a todos os mandamentos, Ele
herdaria “tudo o que o que o Pai possui”. Lúcifer não sabia que este era o
homem que viria a pregar:
“Pois
que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que
dará o homem em troca da sua alma? (Mc 8.36-37)
5.3.
Pináculo do templo - Orgulho da vida. Lucas 4.9-13 “Então, o levou a Jerusalém, e o
colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te
daqui abaixo; 10- porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito
que te guardem; 11- e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares
nalguma pedra. 12- Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor, teu
Deus.”
O
tentador usa o Salmos 91, desfigurando o seu sentido original, distorcendo a
sua mensagem, para fazer com que Jesus pecasse, tentando a Deus.
Satanás
foi para outro extremo e tentando Jesus, acerca da proteção do Pai. Ele levou
Jesus na Cidade Santa, ao pináculo do templo no lugar mais alto à vista do
povo.
Ora,
a grande sacada de satanás era fazer com que Jesus atentasse contra a sua
própria vida, pois alguém que se joga do alto de uma torre obviamente só pode
morrer. Deus Pai não teria nenhum compromisso de salvar Jesus naquela situação,
pois Ele própria, em tese, teria dado causa ao acontecido.
A
tentação de Jesus nos ensina que ninguém pode pular do pináculo do Templo, nem
do topo de um prédio, e depois, no meio da queda, pedir pra que Deus mande
anjos em socorro!
III. LIBERDADE EM CRISTO
Voltar a viver é possível somente através do
próprio Criador, que sinaliza amorosamente através da Sua Palavra.
João 3.17 “Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
ele. 18- “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
É por isso que Cristo diz: “Quem crê em mim,
como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38).
Basta crer nas Escrituras! Não é necessário fazer como fez Eva, que em vez de
crer na palavra da expressa imagem de Deus, buscou reforçar a sua palavra “E
disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do
fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem
nele tocareis para que não morrais” (Gn 3.2-3).
Bastava crer na Palavra do Senhor que lhes
disse que ‘certamente morreriam’, caso utilizassem da liberdade que possuíam, e
comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal. Induzida pela serpente, Eva
transtornou a ordenança, que enfatizava liberdade, alerta e cuidado, tornando-a
uma ‘lei’ estritamente proibitiva: “Não comereis dele, nem nele tocareis para
que não morrais” (Gn 3.3).
Onde há somente uma ‘lei’ proibitiva em lugar
da ordenança que promove à liberdade, a concupiscência opera no homem, pois ao
entender a liberdade da ordenança como estritamente um mandamento (lei), o
pecado opera toda concupiscência. Por exemplo: Eva olhou e viu que a árvore era
boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento (Como
ela considerou a ordenança como sendo estritamente um mandamento, o pecado por
meio do mandamento operou toda concupiscência), ela lançou mão do fruto e
comeu.
Enquanto havia liberdade o homem vivia, mas
na proibição ‘Não comereis dele’, a concupiscência deu lugar ao pecado que
trouxe a morte. Observe que, o mandamento que era para vida, tornou-se morte. O
mandamento (ordenança) é santo, justo e bom, e a lei (proibição) santa, porém,
o pecado achou ocasião na ordenança é matou o homem (Rm 7.10-11). O pecado só
achou ocasião porque, induzida pela pergunta da serpente, Eva entendeu que a
ordenança resumia-se estritamente numa lei proibitiva, e através do mandamento
‘dela não comerás’, o pecado enganou-a e a matou.
Portanto, qualquer que lê as Escrituras
precisa compreender que onde o Espírito do Senhor está há liberdade, mas a lei,
por si só opera a ira, pois o pecado sempre achará ocasião na lei através da
concupiscência.
A lei só é imposta aos transgressores (1ª Tm
1.9), e por causa dos transgressores (Gl 3.19). Tanto a lei: “Comeste da árvore
de que te ordenei que não comesse?” (Gn 3.11), quanto a lei de Moisés, foram acrescentadas
por causa da transgressão, pois nela opera a ira de Deus, em lugar do cuidado
da ordenança, que tem razão de ser para os justos (1ª Tm 1.9).
1. Aquele que obedece é amado do
Meu Pai.
João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;
e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”
Ao ler a passagem acima, podemos perceber
algumas coisas muito interessantes, como por exemplo:
Se você diz que ama a Jesus e não observa
a Sua Palavra e não obedece Seus mandamentos, na verdade você está equivocado.
A única maneira de amar a Jesus verdadeiramente e de demonstrar Seu amor a Ele
é guardando e obedecendo sua Palavra.
Quando você ama (MESMO) a Jesus este amor
é retribuído por Ele e por Deus Pai. E então Jesus se revelará (se fará ser
conhecido) a você.
Porque somente aqueles que o amam guardam
sua Palavra. E aquele que guarda Sua Palavra é amado por Deus Pai e, por isso,
receberá o Espírito Santo, o qual fará morada nele.
Perceba que Jesus escolheu a Sua Palavra
(que é também a Palavra do Pai) para se revelar àqueles que o amam. Mas isto só
é possível através do Espírito Santo.
Pr. Elias Ribas
Igreja Assembleia de Deus
Blumenau - SC