TEOLOGIA EM FOCO: OFÍCIOS DIVINOS ATRIBUÍDOS A CRISTO

sexta-feira, 30 de abril de 2021

OFÍCIOS DIVINOS ATRIBUÍDOS A CRISTO

 Esboço de pregação.

I. CRIADOR

Cl 1.16 “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra...”.

Jesus é Aquele que criou todas as coisas, materiais ou imateriais, visíveis ou invisíveis. Essa ideia contradiz diretamente o falso ensino, mais tarde conhecido como gnosticismo, que estava surgindo na igreja de Colossos. Em geral, os gnósticos acreditavam que vários seres angelicais eram os criadores da Terra e que Cristo estava entre muitos desses anjos.

Como se a simples declaração nos termos mais abrangentes não fosse suficiente, o apóstolo entra em uma especificação das coisas existentes no céu e na terra, e assim varia a declaração como se fosse para evitar a possibilidade de erro.

Tudo foi criado por Ele e para ele. Jesus não somente criou todas as coisas; tudo foi criado para Seus propósitos (Hb 1.2, segundo o qual Cristo é herdeiro de tudo). Mas a glória da terra, dos céus, do sol, da lua e das estrelas não pode ser comparada à da nova criação de Cristo (2ª Co 5.17).

II. SUSTENTADOR DE TODAS AS COISAS

Cl 1.17 “Ele é antes de todas as coisas; n’Ele tudo subsiste”.

Antes de todas as coisas, tanto no sentido de tempo como no de supremacia. Graças à autoridade suprema e à supervisão de Cristo, todas as coisas subsistem (mantêm-se unidas).

Paulo faz referência à divindade de Cristo da mesma forma que o escritor aos Hebreus: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder…” ( Hb 1.3 ).

III. PERDOADOR

1. Ao perdoar pecados, Cristo se revela divino.

Mt 9.2 “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados”.

Neste texto, Mateus quer afirmar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura do paralítico comprova esse poder. Além de ter o poder de perdoar os pecados, Jesus demonstra que tem um poder mais forte, que é aquele de penetrar os pensamentos dos escribas, sem que alguém lhe contasse, e disse-lhes: Por que pensais mal em vossos corações?

Por sua vez, Jesus, possui um conhecimento sobre-humano, sobrenatural, que foi doado pelo Espírito Santo. Em outros momentos Jesus dirá: Vocês veem as aparências. Eu vejo o coração. Este conhecimento sobrenatural de Jesus demonstra que Ele tem também uma dignidade única e que justifica o seu poder também único, aquele de perdoar os pecados.

Quando Jesus quer demonstrar que tem o poder sobre o pecado, o paralítico passa em segundo plano, como se não interessasse mais o paralítico curado, e sim para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados.

IV. RESSUSCITADOR

Jo 6.40 “De fato à vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e n’Ele crer, tenha a vida eterna: e Eu ressuscitarei no último dia”.

A vontade do Pai é: (1) que todos que vierem ao Filho sejam aceitos e não se percam; (2) que todos que virem o Filho e crerem nele recebam a vida eterna.

Jo 11.25 “Disse-lhe Jesus: Eu Sou a ressurreição e a vida”. “Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá”.

Ao ressuscitar os mortos, Jesus se mostra divino. É verdade que outros também ressuscitaram mortos, mas o fizeram por meio de poderes a eles delegados. Jesus, porém, levantou os mortos em Seu próprio nome e prometeu aos que criam n’Ele, uma grande ressurreição no futuro.

“Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viver”. Isto é, a morte do crente será tragada em vida, e sua vida nunca se afundará em morte. Como a morte vem pelo pecado, é dEle anulá-la; e como a vida flui através de Sua justiça, é Sua para comunicá-la e eternamente mantê-la. Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.”

V. JUIZ

Ao julgar todos os homens, Cristo se mostra divino. Ele mesmo declarou:

Jo 5.22 “O Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento”.

2ª Tm 4.1 “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, sua manifestação e pelo seu reino”.

VI. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Além de todas as qualidades de Jesus Cristo como o Deus que se fez homem, constatamos que Ele exerce três ministérios diretos sobre os homens, a saber: PROFETA, SACERDOTE E REI.

Como Profeta, Ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, Ele é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, Ele governa como o regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Estes três ofícios são amplamente documentados e comentados pela Bíblia.

1. Jesus como profeta.

1.1. O anúncio de Jesus como profeta. Deuteronômio 18.15, 18 e 19 “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 18- Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19- E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.”

De fato, nas palavras diante de nós, Moisés promete tanto uma ordem profética quanto o Messias em particular como seu chefe; de uma linha de profetas culminando em um indivíduo eminente. E na proporção em que vemos em nosso Senhor as características do profeta mais perfeitamente exibidas,

Jesus Cristo foi o profeta supremo, o mensageiro perfeito de Deus, cuja vida e ministério deram pleno sentido à promessa aqui dada (cf. Atos 3.22-23; Atos 7.37).

2. Reconhecimento no Novo Testamento. João 6.14 “Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.”

2.1. As características proféticas de Jesus.

A. Ele é porta voz de Deus. (Hb 1.1,2).

B. Ele faz as grandes obras de profeta. (Jo 5.36).

3. Ele vaticina com total exatidão. Mateus 12.40 “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”

Mt 16.21 “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.”

Mt 17.22 “Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens; 23- E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.”

Mt 20.19 “E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.”

Jo 2.19 “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.”

2. Jesus como Sacerdote.

2.1. O anúncio de Jesus como sacerdote. Salmos 110.4 “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Hebreus 6.20 “Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.3. As três funções sacerdotais de Jesus.

A. Reconciliação. Romanos 5.10 “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”

2ª Coríntios 5.18,19 “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; 19- Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.”

B. Intercessão. Romanos 8.34 “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Hebreus 7.25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”

C. Bênção. Atos 3.26 “Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades.”

3. Jesus como Rei.

3.1. O anúncio de Jesus como rei. Isaías 9.6,7 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. 7- Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”

3.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Mateus 2.2-6 “Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. 3- E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele. 4- E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5- E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: 6- E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.”

3.3. As funções do Rei Jesus.

A. Ele julgará. Mateus 25.31-34 “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32- E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; 33- E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34- Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”

B. Ele governará. Isaías 9.6 “...e o principado está sobre os seus ombros....”.

Apocalipse 11.15 “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”

C. Ele proverá para seus súditos. Zacarias 14.9-11 “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome. 10- Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. 11- E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.”

Apocalipse 7.16,17 “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. 17- Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.”

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

Nenhum comentário:

Postar um comentário