LEITURA BÍBLICA
1ª João 4.4 “Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.”
1ª João 5.5 “Quem é que vence o mundo,
senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos quais as oposições que
Neemias enfrentou frente a obra de Deus; e por fim, notaremos como
Neemias reagiu para vencer as artimanhas
dos inimigos da obra do Senhor para impedir a reconstrução dos muros da cidade.
I.
QUAL A PROCEDÊNCIA DESTES ATAQUES?
1. A Bíblia revela a verdadeira força por trás destes ataques. Ela diz: “Não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Portanto, nossa luta é antes de tudo espiritual. Os inimigos visíveis são meramente instrumentos dos demônios, os quais nos atacam. Desde que Lúcifer caiu em pecado no céu e foi expulso de lá, ele tem sido o ADVERSÁRIO de Deus e de sua obra (1ª Pe 5.8).
2. Qual a orientação que a Bíblia dá diante desta luta? Ela diz: “Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais:
a) RESISTIR NO DIA MAU;
b) TENDO FEITO TUDO;
c) FICAR FIRMES (Ef 6.13). Vemos, assim,
que a Bíblia não aconselha fugir da luta, mas sim ficar firmes, resistir e
vencer! (Tg 4.7)
3. Nesta luta contra o mundo invisível a arma mais eficaz é a fé. A Bíblia diz: “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1ª Jo 5.5). Por isso a Bíblia aconselha: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna” (1ª Tm 6.12). Pela fé experimentamos a operação do Espírito Santo em nossa vida (Gl 3.2,5). Jamais devemos permitir que alguma coisa venha abalar a nossa fé, porque “sem fé é impossível agradar-lhe” (Hb 11.6). A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17) Devemos não temer, mas crer somente (Mc 5.38). “Não deis lugar ao Diabo!” (Ef 4.2).
4. Nesta luta as armas devem ser espirituais (2ª Co 10.4). Só as armas espirituais atingem e alcançam os reais inimigos, os demônios. As armas carnais só nos prejudicam, pois muitas vezes levam-nos a dar lugar ao inimigo.
A nossa luta é antes de tudo espiritual, os inimigos visíveis são meramente instrumentos dos demônios, os quais nos atacam. No entanto, as nossas armas também são espirituais, pois não lutamos contra carne e sangue.
O crente precisa conhecer e saber as armas espirituais da nossa milícia. Em Efésios 6.10-18, o apóstolo Paulo se refere à roupa usada pelo soldado. Ele combina a profecia de Isaías sobre a armadura de Deus (Is 59.16-17) com o que se sabe sobre o soldado romano.
Por baixo da armadura do soldado estava
uma vestimenta básica para ‘ficarem firmes’, de modo que a armadura (casaco e
saia de couro cobertos com placas de metal) pudesse ajustar-se por cima. Os
soldados romanos tinham sandálias pregadas com tachas grandes que firmavam seus
pés no chão. Paulo usa a descrição para dizer que o Diabo não poderá derrubar
os cristãos se eles forem estritamente honestos, absolutamente justos em seus
tratos e não se deixarem perturbar facilmente. Acrescente a isso uma salvação
que os capacita a viver segundo o padrão de Deus, com acesso ao que Deus disse
e confiança n’Ele, e o cristão estará bem protegido” [GOWER, Ralph. Novo Manual
dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.
16].
4.1. Revesti-vos de toda a armadura de DEUS.
Armadura no grego ενδυοω enduo significa: “entrar numa (roupa), vestir, vestir-se”.
Revesti é vestir de novo. Para batalhar é
preciso a roupa adequada. Ninguém vai para guerra de sandália de salto alto. É
preciso da roupa certa.
4.2. Armadura inteira e completa. No grego πανοπλια panóplia significa: “inclui escudo, espada, lança, capacete, grevas (partes da armadura que recobriam as pernas, do joelho para baixo.), e peitoral.
4.3. O poder de Deus. Poder no grego δυναμαι dunamai: 1) É “ser capaz, ter poder quer pela virtude da habilidade e recursos próprios de alguém, ou de um estado de mente, ou através de circunstâncias favoráveis, ou pela permissão de lei ou costume. 2) Ser apto para fazer alguma coisa. 3) Ser competente, forte e poderoso. [Dicionário Strong Português].
II. AS OPOSIÇÕES QUE NEEMIAS ENFRENTOU NA OBRA DE DEUS
1. Zombaria. Uma das principais estratégias dos inimigos foi a zombaria contra Neemias, bem como dos judeus: “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o árabe, zombaram de nós...” (Ne 2.19-a; 4.3,4). Zombar significa: “mangar; debochar; ironizar”. A Bíblia descreve diversos exemplos de zombaria como: Agar que zombou de Sara (Gn 21.9); uns rapazes que zombaram de Eliseu (2º Rs 2.23); e os escribas, fariseus e sacerdotes que zombaram de Cristo (Mc 15.31; Lc 16.14; 22.63). A zombaria tem o objetivo de trazer desânimo ao coração do crente (Sl 35.15,16; Hb 11.36).
2. Desprezo. Um outro tipo de oposição que Neemias enfrentou foi o desprezo por parte dos inimigos: “… e desprezaram-nos, e disseram: Que é isto que fazeis?...” (Ne 2.19-b). Desprezar significa: “tratar com desdém” ou “desconsiderar”. Dentre os muitos exemplos de desprezo na Bíblia, destacamos alguns: Esaú, que desprezou a sua primogenitura (Gn 25.34); os filhos de Belial, que desprezaram a Saul (1º Sm 10.27); Davi, que foi desprezado por Golias (1Sm 17.42); e Jesus, que foi desprezado por Herodes (Lc 23.11) e pelos próprios judeus (Is 53.3; Jo 1.11).
3. Calúnia. Os inimigos de Neemias o acusaram de rebelião contra o rei da Pérsia, numa tentativa de fazer com que ele fosse punido pelo mesmo. Isto porque, todos que se rebelavam contra o rei eram sentenciados à morte: “Quereis rebelar-vos contra o rei?” (Ne 2.19-c). Acusar significa “culpar; incriminar; imputar falta, delito ou crime”. A calúnia é uma das principais armas usadas pelos inimigos do povo de Deus (Ed 4.1-16; Jó 1.9-11; 2.4,5; Mt 27.12; Mc 15.3; Lc 6.7; 11.54).
4. Difamação. Como Neemias não caíra ante as primeiras calúnias, Sambalate e Gesém iniciaram uma campanha de difamação contra o servo de Deus (Ne 6.5-7). Tudo isso era mentira (Ne 6.8), e Neemias tomou a atitude certa diante da difamação, pois apresentou ao Senhor aquela causa (Ne 6.9). Não ficou trocando farpas com os opositores, mas confiou naquele que haveria de justificá-lo. Como bem falou o apóstolo Paulo: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8.34). O diabo nos acusa insistentemente e diuturnamente diante de Deus (Ap 12.10), mas junto ao Senhor, nós também temos um Justo Advogado (1ª Jo 2.1). As acusações estão sempre presentes na caminhada cristã (Mt 5.11,12), devemos estar atentos para não desanimar por causa dessas armas satânicas (Mt 5.11,12).
5. Escárnio. Um outro tipo de oposição que Neemias enfrentou foi o escárnio: “E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus” (Ne 4.1). Escarnecer significa: “zombar; tratar com desprezo”. A Bíblia diz que não devemos assentar na roda dos escarnecedores (Sl 1.1); que Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.7); e que nos últimos tempos surgirão escarnecedores (2ª Pd 3.3; Jd 1.18). Muitos servos de Deus foram alvos de escárnio, mas, nenhum deles foi tão escarnecido quanto o Senhor Jesus (Mt 27.41; Mc 10.34; Lc 23.11).
6. Desestímulo. Os inimigos da obra e de Neemias, ao perceberem o avanço da restauração dos muros, lançaram uma série de perguntas, pondo em dúvidas o avanço da obra. Seu objetivo era deter a reconstrução por intermédio do menosprezo: “E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus?” (Ne 4.2). Eles tentaram diminuir a autoestima do povo chamando-os de fracos. Devemos ter a postura de Josué e Calebe, e não ceder as investidas contra nosso ânimo (Nm 13.30; 14.9).
7. Desdém. Além de duvidar do avanço da obra, eles duvidaram também que a muralha permaneceria de pé. Era uma maneira de fazer com que os judeus desistissem de erguer os muros de Jerusalém: “E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, contudo, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (Ne 4.3). Se os judeus dessem ouvidos a estas palavras, com certeza, a reconstrução teria parado. Mas, eles não desistiram, continuaram a obra e, em cinquenta e dois dias os muros foram edificados (Ne 6.15). Podemos ver claramente qual era a intenção dos inimigos de Neemias: “E ligaram-se entre si todos, para virem guerrear contra Jerusalém, e para os desviarem do seu intento” (Ne 4.8).
8. Conspiração. Conspiração é a ação de construir um plano que prejudica alguém, geralmente um governante; é uma maquinação. Ato de quem busca prejudicar alguém, com a ajuda de outrem; conluio. É a combinação secreta com alguém, contra uma terceira pessoa; trama: “Ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, os amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo; e coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali.” (Ne 4.7,8).
9. Astúcia. Sambalate e Gesém, maliciosamente, convidaram Neemias para uma reunião em que supostamente fariam as pazes, se tornariam amigos e esqueceriam o passado e seriam todos irmãos, mas a intenção deles era a pior possível: “Sucedeu que, ouvindo Sambalate, Tobias e Gesém, o árabe, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro … mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias ...” (Ne 4.11; 6.1,2). Parecia que estavam arrependidos de seus primeiros feitos, mas era tudo fingimento. O apóstolo Paulo nos preveniu acerca dos homens maus e perversos, que apenas tinham aparência de piedade (2ª Tm 3.1-5). O inimigo sempre procura falsas alianças com o povo de Deus, com o intento de infiltrar-se entre nós, para descobrir nossos segredos e estratégias (2º Rs 20.12-17).
O caráter de Neemias revela-se ilibado no material escrito disponível. Ele foi tão dotado e talentoso como qualquer homem dos tempos pós-exílios. Seu contagioso patriotismo era profundo e intenso e levava os homens a deixar suas colheitas a fim de viajar para Jerusalém e trabalhar na reconstrução do muro. Sua rígida integridade, associada a uma bondosa humildade, fazem com que ele se projete como um notável exemplo de liderança leiga. Sua abnegada prática de recusar qualquer recompensa pelos serviços (Ne 5.14-18) deve ter deixado uma impressão indelével nos pobres de Jerusalém. Sua intensa fé em Deus e genuína piedade eram evidenciadas pelo zelo que dispensava à ética e à parte cerimonial da religião. Acima de tudo, sua devoção ao dever, sua infatigável energia e determinada persistência impulsionaram um grupo de homens que nunca desistiam. Neemias era um homem de ação, não um homem que se sentava para esperar que Deus fizesse com que acontecesse algum evento sobrenatural. A desesperada condição de seu povo exigia, sem demora, que fossem tomadas medidas extremas. Analisando sua obra como um todo, Neemias realmente foi um homem preparado por Deus para agir naquela hora” [Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1350].
III. QUAL O SEGREDO DA VITÓRIA DE NEEMIAS E DOS JUDEUS?
1. Os judeus venceram porque tinham certeza de que estavam na vontade de Deus. Neemias disse aos seus inimigos: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20). Neemias sabia que o Senhor o havia enviado para Jerusalém, e que pelejava por eles. Esta certeza nos guarda de precipitações (Pv 29.20), e de falarmos palavras impensadas (Sl 106.33; Ec 7.9; Pv 25.11). Podemos assim governar o nosso espírito (Pv 16.32).
2. Os judeus venceram pela oração. Neemias era homem de oração. Com frequência lê-se sobre como Neemias orava: “Ouve, ó nosso Deus; Lembra-te de mim para o bem; Lembra-te, meu Deus, de Tobias e Sambalate” (Ne 4.4; 6.14; 13.29). Aquele que ora, coloca a sua dificuldade diante do Senhor que QUER e PODE RESOLVÊ-LA! O mesmo Deus que nos exortou a orar, também prometeu nos responder às orações (Jó 22.27; SI 50.15; 46.1; Mt 7.7,8,11).
3. Devemos também orar (1ª Ts 5.17). “Orai sem cessar…” Jesus deixou-nos o mesmo ensino. Falou-nos da necessidade de perseverarmos na oração, usando para isso uma parábola (Lc 18.1). Paulo exortou aos efésios a perseverarem em “oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18) e aos colossenses ele escreveu: “Perseverai em oração” (Cl 4.2). O que é então, perseverança em oração?
3.1. É impedir que alguma coisa nos estorve a orar, encontrando-nos apenas na oração. Precisamos de uma espécie de autodisciplina, ou de controle sobre nós próprios. Marta não dispunha tempo para ficar aos pés de Jesus, porque estava ocupada (Lc 10.38-42). Quando começamos a orar aparecem muitos obstáculos, mas devemos ser vitoriosos. Temos que ter vitória também em nossos pensamentos, porque o Inimigo quer nos impedir de orar, fazendo-nos pensar em outras coisas.
3.2. É persistir em orar, ainda que o Diabo procure tornar pesada e difícil a oração. Daniel orou 21 dias, e veio a resposta! E, então, ele soube que a resposta demorara, porque os espíritos malignos tinham impedido a resposta (Dn 10.11-14). Jesus mostrou a mesma verdade na parábola sobre a viúva (Lc 18.1-6).
3.3. É orar até que venha a resposta! Devemos orar “até que…” (Is 62.8; Lc 24.49). Jesus orou três vezes sobre mesma coisa (Mt 26.44), e Paulo também orou três vezes, até que Deus lhe respondeu (2ª Co 12.8,9). Elias orou 7 vezes, para que chovesse, e choveu (1º Rs 18.43-45) E os discípulos perseveraram em oração até que o fogo caiu (At 1.14; 2.1-4).
3.4. É uma prova de que o Espírito de oração opera em nós (Zc 12.10; Rm 8.26; Ef 6.18; Jd 20). O Espírito Santo ora, em nós, enquanto trabalhamos; enquanto nos ocupamos de nossas tarefas diárias. O Espírito Santo não se preocupa acerca da posição de nosso corpo, isto é, se estamos ajoelhados, deitados ou em pé. Isto é o segredo de estarmos sempre orando! Dá liberdade ao Espírito – e Ele levar-te-á para esta gloriosa vida de oração. Aleluia. A VITÓRIA É NOSSA, PELO SANGUE DE JESUS. Amém.
Neemias sabia que o Senhor o havia enviado para Jerusalém, e que pelejava por eles. Esta certeza, acompanhada do compromisso com a oração foram importantes para que o servo do Senhor alcançasse êxito na sua missão.
4. Deus se comprometeu a ouvir e responder as orações de seu povo. Somos informados uma vez após a outra - e Jesus nos lembra - que o que Deus quer fazer em nós e por nós, de alguma maneira, depende de pedirmos a Ele que faça isso (Mt 7.7,8; Tg 4.2). A oração é o meio concedido por Deus de admiti-lo em nossa vida e necessidades. Em sua palavra, Ele nos fez inúmeras promessas e comprometeu-se a cumpri-las quando as levamos a sério (por exemplo, 2ª Cr 7.14; Sl 50.15; Jr 33.3). A verdadeira oração começa quando começamos a aceitar a Deus em sua Palavra.
Jesus não só nos chama a desfrutar suas
bênçãos, mas também nos envolve em uma batalha espiritual para a qual
precisamos de uma armadura e de armas. A oração é uma das armas (Ef 6.14-20).
Observamos como ela funciona quando os cristãos primitivos, no livro de Atos,
reagiram aos ataques do Diabo com oração (4.23,24; 12.54). É por meio da oração
que colaboramos com o Senhor na execução de seus planos para o mundo. Assim, a
oração não é apenas um passatempo prazeroso; ela também funciona e combate”
(Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.591).
IV. COMO NEEMIAS REAGIU PARA VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS
1. Neemias orou a Deus. A oração é indispensável à vida cristã, principalmente quando estamos fazendo a obra de Deus em meio às oposições: “Porém, nós oramos ao nosso Deus” (Ne 4.9-a). Além das grandes lições que aprendemos com Neemias sobre administração, liderança e planejamento, ele nos ensina também que devemos orar, antes, durante e depois da realização da obra de Deus (Ne 1.4-11; 2.4; 4.4,9; 5.19; 6.9,14; 13.14,22,29,31). A Bíblia está repleta de promessas e de exemplos de respostas às orações (1º Sm 1.9-20; 2Rs 19.15-20; Jr 33.3; Sl 50.15; Mt 21.22; At 12.5; Tg 5.16).
2. Neemias confiou em Deus. Neemias sabia que estava no centro da vontade de Deus, e que o Senhor era com ele. Por isso, tinha a convicção de que seu objetivo seria alcançado: “Então lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20-a). A confiança inabalável em Deus é fundamental para quem está à frente da obra, principalmente em meio às oposições. Deus quer que confiemos n’Ele em toda e qualquer circunstância (Sl 23.4; 27.4; 46.1-11; Hb 11.1). Depois que a obra foi concluída, até os inimigos reconheceram que Deus estava com eles (Ne 6.15,16).
3. Neemias continuou trabalhando. Além da confiança em Deus, Neemias motivou o povo a continuar trabalhando. Se eles fossem dar ouvidos aos opositores, ou desviar a atenção da reconstrução dos muros, com certeza, a obra não iria adiante: “… e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos ...” (Ne 2.20-b). Assim, Neemias nos ensina que, jamais devemos permitir que as oposições impeçam a continuidade da obra que o Senhor nos confiou. Enquanto os inimigos se levantam, continuemos, pois, trabalhando: “Porém edificamos o muro, e todo o muro se fechou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Manter-se animado deve ser o propósito de todo crente em relação ao trabalho do Senhor (1ª Co 15.58). O ânimo nos leva a prosseguir, a permanecer e aceitar novos desafios de Deus (Ne 2.5,17,18).
4. Neemias preparou-se para a batalha. Neemias entendeu que era necessário aumentar a segurança: “… e pusemos uma guarda contra eles ...” (Ne 4.9-b,13). Os inimigos dos judeus estavam tão dispostos a deter a obra que intentaram armar ciladas para tirar-lhes a vida (Ne 4.11). Neemias tomou algumas atitudes neste sentido: “Então pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus ao povo pelas suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos” (Ne 4.13). Neemias mostrou que é preciso ser vigilante contra os inimigos (Ne 4.16-18; 21-23).
5. Neemias animou o povo. O coração do povo não se inclinou a ouvir a zombaria, escárnio e desprezo. O povo tapou os ouvidos ao inimigo e concentrou suas energias físicas, mentais e emocionais na edificação do muro. Se quisermos vencer, temos que tapar os ouvidos a todo comentário que instila desânimo, incredulidade e fracasso: “Assim edificamos o muro, e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6).
Neemias conscientizou aos judeus que a
vida de seus familiares também estava em perigo; e, por isso, eles teriam que
pelejar também por eles: “… e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos,
vossas mulheres e vossas casas” (Ne 4.14). Esta atitude de Neemias nos faz lembrar
que o diabo, o nosso maior inimigo, peleja não apenas contra nós e contra a
obra de Deus, mas também contra nossa família desejando destruí-la. Por isso,
devemos ser sóbrios e vigilantes (Mt 26.41; Tg 4.7; 1ª Pd 5.8) e, acima de tudo,
“pelejar” por eles (Dt 6.5-9; Jó 1.5; Pv 22.6).
6. Neemias teve coragem. Quando Semaías convidou Neemias para fugir dos inimigos, a resposta foi contundente: “… um homem, como eu, fugiria”? (Ne 6.11). A coragem de Neemias procedia da fé no Senhor dos Exércitos. A fé sempre foi uma marca obrigatória na vida dos personagens bíblicos que demonstraram coragem e valor diante dos perigos e das ameaças (Gn 14.12-17; Dt 7.1,2; Jz 6.5; 2º Sm 23.8-39; 2º Rs 6.14-17). Espalhar medo no meio do povo de Deus sempre foi uma estratégia do maligno (Ne 4.7-13). Devemos, no entanto, estar firmes no propósito de confiar em Deus e permanecer executando suas determinações (Nm 14.1-9).
7. Neemias teve temor a Deus e discernimento. Neemias ainda prosseguiu na sua resposta à Semaias, dizendo: “E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei” (Ne 6.13). Neemias desconfiou daquele falso profeta, pois sabia que o acesso ao templo era restrito aos levitas e sacerdotes. O seu conhecimento da Lei do Senhor, e do Senhor da Lei lhe deu condições de identificar uma falsa profecia (Pv 2.1-14; Ef 4.14,15). O agravante é que não era apenas um falso profeta, mas vários (Ne 6.14). Neemias estava rodeado de traidores, que se deixavam vender por dinheiro (Ne 6.12-14, 17-19). Eram profetas da qualidade de Balaão (Jd 11) e amigos da estirpe de Judas Iscariotes (Mt 26.14-16), mas Deus deu discernimento espiritual ao seu servo e ele não foi tragado pelos inimigos. De igual modo, o Senhor haverá de frustrar toda e qualquer tentativa do Maligno contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18) pois estamos munidos das armas espirituais (2ª Co 10.4; Ef 6.10-17).
CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar
algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função
de liderança. Somente com uma vida pautada na dependência de Deus e
compromissados com sua Palavra é que conseguiremos vencer os grandes desafios
que nos deparamos diariamente. Neemias é o exemplo de um líder abnegado, compromissado,
intercessor e acima de tudo obediente ao chamado e aos propósitos de Deus.
FONTE
DE PESQUISA
1. BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica
da liderança eficaz. Rio de Janeiro: Vida. 2010.
2. BERGSTÉN Eurico. Lições bíblicas 3°
trimestre 2020. Como vencer as oposições à obra de Deus. CPAD – Rio de Janeiro
RJ.
3. RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias,
Integridade e Coragem em Tempos de Crise. Rio de Janeiro: CPAD. 2011.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 2010.
5. LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder
que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
6. PACKER, J. I. Neemias paixão pela
fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997.
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