LEITURA
BÍBLICA
Tiago
1.5
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.”
Tiago 3.13-18 “Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria. 14 - Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. 15 - Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. 16 - Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa. 17 - Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. 18 - Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos os ensinamentos da
Palavra de Deus acerca da importância da sabedoria divina para o nosso viver
diário. Tiago inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a necessidade
da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver a Palavra de
Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade. E isso tudo sem
precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por problemas. A
nossa expectativa é que você abrace o estilo de vida proposto pelo Santo
Espírito nesta carta. Não fugindo da realidade da vida, mas enfrentando-a com
sabedoria do alto e na força do Espírito Santo.
Tiago em sua epístola procura nos mostrar a respeito da sabedoria em seu aspecto global. Desta forma ele revela-nos a existência de dois tipos de sabedoria: A divina e a terrena. Ao estabelecer a diferença entre cada uma delas, o apóstolo exorta-nos a nos empenharmos na conquista da verdadeira sabedoria, a divina, que procede do alto.
Quantas e quantas vezes, no nosso dia a
dia, precisamos ter sabedoria para tomarmos decisões, para decidirmos
problemas, para darmos uma palavra de conforto, para darmos uma resposta sábia,
para encararmos as dificuldades do dia a dia. Na verdade, a cada minuto de
nossa vida temos que tomar decisões e, muitas vezes, elas são realmente muito
difíceis, e para tudo isso precisamos da sabedoria divina, ela é um tesouro que
não está exposto e não é tão fácil de se conseguir. Ela está escondida,
esperando para ser descoberta. Quanto mais a buscamos, mais queremos e precisamos
buscá-la, e mais experimentamos a satisfação de sermos felizes, mesmo nas
adversidades.
A sabedoria do alto gera amor, bondade,
benignidade e humildade. Ela não estimula o crente a tornar-se soberbo ou
arrogante em relação ao próximo, mas nos dá limites. Faz-nos saber até onde
podemos ir. Ainda que elevemos a nossa cultura, a língua e tantos outros
conhecimentos, nós não temos o direito de nos mostrarmos altivos, os donos da
verdade, pois de fato não o somos. A sabedoria do alto nos dá bom senso!
Quantos cheios de sabedoria não mais a demonstram no relacionamento com o outro?
Teoricamente são sábios, mas relacionalmente imaturos. A sabedoria do alto não
gera coração soberbo, mas um coração humilde!
I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A sabedoria que vem de Deus. Tiago fala da sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana, de origem má (Tg 3.13-17). Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a Palavra de Deus nos orienta a vivermos com prudência. Todavia, quando nos achamos em meio às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o texto de Tiago revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se, adquirindo maturidade espiritual.
2. Deus é o doador da sabedoria. O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus concede sabedoria. Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a súplica pela sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos ensinamentos (v. 5):
2.1. O Senhor é que dá sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles que o pedirem (Mt 7.7-8).
2.2. O Senhor dá todas as coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
2.3. O Senhor dá a todos os homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg 2.1,9).
2.4. O Senhor dá liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de pessoas, em seu nome, “comercializá-las”.
2.5. O Senhor dá sem lançar em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular “jogar na cara”. O Pai Celeste não age dessa forma.
3. Peça a Deus sabedoria. Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a fazermos as seguintes perguntas: Falta-nos sabedoria espiritual? Sentimental? Emocional? Nos relacionamentos? Caso ache em si falta de sabedoria em alguma área, não desanime! Peça-a a Deus. Nós temos a necessidade de pedirmos a Ele, pois o Altíssimo é o doador, pois é Ele quem dá liberalmente. E mais: não lança em rosto! Ouça as Escrituras e ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim, terás sabedoria do alto.
O texto afirma: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente”. Observe os seguintes pontos:
3.1. Necessidade. A oração “se algum de vocês necessita de sabedoria” é a primeira parte de uma declaração fatual numa frase condicional. O autor está dizendo ao leitor: “Sei que você não vai admitir, mas você necessita de sabedoria”. Tiago trata de um problema delicado, pois ninguém quer ouvir que é tolo, que comete erros e precisa de ajuda. O ser humano é, por natureza, independente. Quer resolver seus próprios problemas e tomar suas próprias decisões. O teólogo do século 18, John Albert Bengel, colocou de modo um tanto sucinto: “A paciência está mais no poder de um homem bom do que a sabedoria; a primeira deve ser exercitada, e esta última deve ser pedida”. É preciso que o ser humano supere o orgulho para admitir que precisa de sabedoria. Mas a sabedoria não é algo que ele possui. Ela pertence a Deus, pois é sua divina virtude. Qualquer um que admita a necessidade de sabedoria deve ir até Deus e pedir-lhe. Tiago apela para o leitor e ouvinte individualmente. Escreve: “se algum de vós”. Tiago dá ao leitor a chance de se examinar, de chegar à conclusão de que precisa de sabedoria e de seguir o seu conselho para que a peça a Deus.
3.2. Pedido. O crente deve pedir sabedoria a Deus. Tiago deixa implícito que Deus é a fonte de sabedoria. Ela lhe pertence. O Novo Testamento afirma que o cristão recebe sabedoria e conhecimento de Deus (ver, por exemplo, 1ª Co 1.30). É verdade que fazemos uma distinção entre sabedoria e conhecimento quando dizemos que o conhecimento sem sabedoria é de pouco valor. Donald Guthrie observa que “se a sabedoria é o uso correto do conhecimento, a sabedoria perfeita pressupõe conhecimento perfeito”. Para tornar-se maduro e íntegro, o crente deve pedir a Deus sabedoria. Deus deseja oferecer sabedoria a qualquer um que pedir com humildade. O reservatório de sabedoria de Deus é infinito e ele “a todos dá liberalmente”.
3.3 Dádiva. Deus não faz acepção. Ele dá a todos, não importa quem seja, pois Deus deseja dar. É uma característica de Deus. Ele dá continuamente. Toda vez que alguém chega até Ele com um pedido, Ele abre seu reservatório e distribui sabedoria gratuitamente. Assim como o sol continua a dar sua luz, Deus continua dando sabedoria. Não podemos imaginar um sol que deixe de dar luz, muito menos pensar em Deus deixando de dar sabedoria. A dádiva de Deus é gratuita, sem juros, sem o pedido de que se pague de volta. Ela é grátis.
Além disso, Deus dá “e não lança em
rosto”. Quando pedimos a Deus por sabedoria, não devemos temer que Ele expresse
desprazer ou nos reprove. Quando chegamos até Ele com a fé como a de uma
criança, Ele jamais nos manda de volta vazios. Temos a segurança de que, quando
pedimos por sabedoria, ela nos “será dada”. Deus não decepciona aquele que pede
com fé. Quem pede tem que fazê-lo sem dúvida de nenhuma espécie. Tem que estar
seguro tanto do poder como do desejo de Deus em dar. O maior empecilho para as
respostas à oração não é Deus, mas a nossa incredulidade.
4. A sabedoria é espiritual. “Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de Deus que só pode ser discernida quando Deus dá ao homem a direção e a ajuda do Espírito Santo (1ª Co 2.7-14). Deus deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é ‘do alto’ e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.13-17; cf. Cl 2.23; 1ª Co 3.19,20; 2ª Co 1.12). A sabedoria de Deus deve ser revelada ou ‘dada’ aos homens (Rm 11.33,34; 2ª Pe 3.15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de Deus e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13.18; 17.9). Como no caso da sabedoria (heb. hokma) do livro de Provérbios, ela permite que o crente saiba como agir em relação às outras pessoas, e aproveitar ao máximo as suas oportunidades espirituais (Cl 4.5)”. [PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, p. 1712].
5. A sabedoria doada por Deus. A sabedoria deste mundo é orgulhosa, vaidosa e soberba. Geralmente esta sabedoria conduz os homens a não darem nenhum crédito às coisas de Deus e a ridicularizarem a sua palavra. Ela exalta a autossuficiência humana, coloca o homem no centro de todas as coisas, fazendo deste a autoridade suprema em tudo. Esta sabedoria o próprio Deus a qualifica como loucura: “porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: ele apanha os sábios na sua própria astúcia” (1ª Co 3.19).
A sabedoria doada por Deus é:
5.1.
Pura.
Vai contra os conceitos mundanos.
5.2.
Pacífica.
Não traz contendas.
5.3.
Moderada.
É sóbria, equilibrada.
5.4.
Tratável.
5.5.
Cheia de misericórdia. Não olha só para si, mas consola e edifica as
pessoas.
5.6.
Imparcial.
Não é injusta.
5.7.
Sem hipocrisia.
Tem uma aliança com a verdade. Onde há a sabedoria de Deus existe paz.
II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1. A sabedoria colocada em prática. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12). A sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5.13-16). O tempo do verbo “mostrar”, utilizado por Tiago em 3.13, indica uma ação contínua em torno da finalidade ou do resultado de uma obra. Desta maneira, a Bíblia está determinando uma atuação cristã que promova as boas obras no relacionamento humano.
2. A humildade como prática cristã. Instruída pela Palavra de Deus, a humildade cristã promove as boas obras na vida do crente (Tg 1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa humildade revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e edificação (Mt 5.16). A fim de redundar em honra e glória ao nome do Senhor Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso a torna igualmente uma porta fechada para o crente não retornar às velhas práticas. O homem natural, dominado pelo pecado, não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a honra e glória d’Ele. Porém, o que nasceu de novo e, portanto, “ressuscitou com Cristo”, busca ajuda do alto para viver em plena comunhão e humildade com o seu semelhante (Cl 3.1-17).
3. Obras em mansidão de sabedoria. Vivemos em um tempo onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa, onde tudo é motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no trânsito, o destempero na fila, a pouca cordialidade com o colega de trabalho e coisas afins. Parece que as pessoas não convivem espontaneamente com as outras. Apenas se toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo relevante: “Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (v.13). Amor, cordialidade e solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no Evangelho. A sabedoria deve ser colocada em prática como uma ação concreta através da humildade.
4. As ações revelam as origens da sabedoria (3.13-18). O retrato que Tiago nos oferece daquilo que é considerado como ‘sabedoria’ para maioria das pessoas é bastante perturbador, mas precisamos ser cuidadosos para não entendermos erroneamente. Ele não está sugerindo que não exista qualquer coisa boa na humanidade (lembremos de seu aviso de que fomos ‘feitos à semelhança de Deus’ (3.9). O problema com essa sabedoria ‘terrena, animal e diabólica’ é que tem sua origem na alma humana. Sendo assim, participa dos desejos divididos dos ‘inconstantes’; é capaz de fazer o bem (‘bendizer a Deus e Pai’ - 3.9), mas também de muitas vezes levar a ‘toda obra perversa’. Quando nossa ‘sabedoria’ é simbolizada pela ‘mansidão’ (v. 13), que reconhece que sua principal origem está em Deus (1.5, 21) e não em nós mesmos (como resultado de nossa ‘egoísta ambição’, (vv. 14, 16) então os bons desejos existentes dentro de nós, por termos sido criados à semelhança de Deus, unem-se à Sua vontade em uma vida correta, e de bom trato (v. 13).
Tiago se volta às qualidades que
simbolizam o ‘bom trato’ nos versos 17 e 18. A lista de características e virtudes
que Tiago nos oferece aqui é semelhante à descrição que Paulo faz do ‘fruto do
Espírito’ (Gl 5.22,23; cf. Tg 3.17). Tanto Paulo como Tiago enfatizam que essas
características devem ser a consequência natural de uma vida renovada por Deus.
O que há de particular interesse nessa
lista de Tiago é o número de termos que expressam diretamente ações ao invés de
simples qualidades. Aqueles que têm em si mesmos a sabedoria que vem da Palavra
que foi neles ‘enxertada’ (1.21), não são apenas ‘amantes da paz’, mas também
‘pacificadores’. São atenciosos com os seus semelhantes e não procuram apenas
satisfazer sua ambição egoísta. São submissos à vontade de Deus ao invés de
serem ‘atraídos e engodados pela sua própria concupiscência’ (veja 1.14). Seus
atos são misericordiosos (cf. 2.12, 13), são imparciais e sinceros e não como
aqueles que demonstram favoritismo (2.1, 9). O resultado de viver de acordo com
a ‘sabedoria que vem do alto’ é uma safra de virtudes (cf. 2.21-23)”. [STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004, p. 1680].
III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)
1.
Administrando a sabedoria. A sabedoria mencionada por Tiago assinala a vontade
de Deus para a vida do crente. Uma vez dada por Deus, tal sabedoria
constitui-se parte da natureza do crente. É resultado do novo caráter lapidado
pelo Espírito Santo. É um novo pensar, um novo sentir, um novo agir. Deus dá ao
homem essa sabedoria para que ele administre as bênçãos, os dons e todas as
esferas de relacionamentos da vida humana. Quando Jesus de Nazaré expressou
“assim brilhe a vossa luz diante dos homens” (Mt 5.16), Ele estava refletindo
sobre o propósito divino de o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante
dos homens.
2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. Há pessoas orgulhosas que, por se julgarem sábias, não admitem serem aconselhadas ou advertidas. Sobre tais pessoas as Escrituras são claras (Jr 9.23). Entre os filhos de Deus não há uma pessoa que seja tão sábia que possa abrir mão da necessidade de aconselhar-se com alguém. O livro de Provérbios descreve que há sabedoria e segurança na multidão de conselheiros, pois do contrário: o povo perece (11.14). O rei Salomão orou a Deus pedindo-lhe sabedoria para entrar e sair perante o povo judeu (2º Cr 1.10). Disto podemos concluir que lidar com o povo sem depender dos sábios conselhos de Deus é um pedantismo trágico para a saúde espiritual da igreja. Portanto, leve em conta a sabedoria divina! É um bem indispensável para os filhos de Deus. Para quem sente falta de sabedoria, Tiago continua a aconselhar: “peça-a a Deus”.
3. Atitudes a serem evitadas. “Onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o resultado de uma “sabedoria” soberba e terrena. Classificando tal sabedoria, Tiago utiliza dois termos fortíssimos, afirmando que ela é “animal” e “diabólica”. Animal, porque é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural, primitivo, irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer preocupação espiritual. Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a transbordarem desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do fruto do Espírito, antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as obras da carne (2ª Tm 4.1-3; Gl 5.19-21). Atitudes que trazem contenda, facções, divisão, gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa família, em nossa igreja ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos com o outro. O Senhor nos chamou para paz e não para confusão. Vivamos, pois uma vida cristã sábia e em paz com Deus!
O valor da verdadeira sabedoria reflete a
humildade; a arrogância, o orgulho, a soberba e a altivez à sabedoria terrena e
diabólica.
CONCLUSÃO
Após estudarmos o tema “sabedoria humilde”
é impossível ao crente admitir a possibilidade de vivermos a vida cristã em
qualquer esfera humana sem depender da sabedoria do alto. A sabedoria divina
não só garante a saúde espiritual entre os irmãos, mas da mesma maneira, a
emocional e psíquica. Ela estabelece parâmetros para o convívio social sadio ao
mesmo tempo em que nos previne para que não caiamos nos escândalos e pecados
que entristecem o Espírito Santo. Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos
viver de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.12).
A vida cristã consiste em semear e em
ceifar. Aliás, toda vida é assim, e ceifamos exatamente o que semeamos. O
cristão que segue a sabedoria de Deus semeia a humildade, não a arrogância;
semeia a paz, não a guerra. A forma de vivermos permite que o Senhor promova
algo de bom na vida de outros. Por conseguinte, só os sábios são humildes e só
os humildes são sábios. As pessoas humildes são aquelas que percebem que o
mundo não termina nem acaba em si. São aquelas que percebem que o centro do
mundo não está em si. São, pois, aquelas que não olham para si. São aquelas que
olham para fora de si. Até o mais alto quis descer até ao mais baixo. É o sábio
Deus nos ensinando a humildade.
Somos o que vivemos, e o que vivemos é o
que semeamos. Se vivermos segundo a sabedoria de Deus, semearemos a humildade e
colheremos a exaltação divina (Mt 23.12 Lc 18.14). Se vivermos segundo a
sabedoria do mundo, semearemos pecado e guerra e colheremos “confusão e toda
espécie de males” (3.16 - NVI).
FONTE DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
2. Bíblia online João F. Almeida Corr. e
Revis, Fiel - Biblia.com.br
3. Barclay, William. Comentário do Novo Testamento
— Tradução: Carlos Biagini;
4. De Oliveira, Raimundo. Lições Bíblicas
Maturidade Cristã. 1º Trimestre de 1989. CPAD. Rio de Janeiro RJ.
5. SWINDOOL, Charles R. Vivendo
Provérbios: Sabedoria divina para os desafios da vida moderna. 1ª Edição, RJ:
CPAD, 2013.
6. SILVA Eliezer de Lira e. Fé e Obras -
Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica 3º Trimestre de 2014. Lições
Bíblicas CPAD Rio de Janeiro RJ.
7. STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L.
(Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD,
2004.
8. STAMPS, Donald
C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Rio
de Janeiro RJ.
9. PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, Rio de Janeiro RJ.
10. Kistemaker, Simon J. Comentário do
Novo Testamento - Tiago e Epistolas de João. Cultura Cristã.
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