TEOLOGIA EM FOCO: TABERNÁCULO – UM LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS

terça-feira, 2 de abril de 2019

TABERNÁCULO – UM LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS



TEXTO ÁUREO
“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.” (Êx 25.8).

VERDADE PRÁTICA
O Tabernáculo de Moisés foi o protótipo da Igreja de Cristo, na qual hoje Deus habita e manifesta sua glória.

LEITURA BÍBLICA
Êxodo 25.1-9 “Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. 3 E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, 4 e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, 5 e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, 6 e azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, 7 e pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 8 E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. 9 Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.

INTRODUÇÃO. Deus sempre desejou se relacionar com o seu povo. Ao longo das Escrituras Sagradas, o Pai Celestial buscou se revelar ao ser humano para relacionar-se com ele. Deus é um ser pessoal. Portanto, o Tabernáculo foi construído para que Deus habitasse nele e se encontrasse com o seu povo. Assim, compreenderemos que essa construção requereu a participação humana por meio de ofertas voluntárias, que esse projeto veio da mente de Deus e que há uma relação tipológica entre o Tabernáculo e a Igreja de Cristo.

Podemos considerar o Tabernáculo como o primeiro templo judeu. Segundo relata o Antigo Testamento, Moisés recebeu ordem de Deus para que construísse um local de culto, com característica de fácil montagem e desmontagem, pois naquela época o povo israelita era nômade.

Êxodo 25 dá início à seção mais comprida da Bíblia e talvez menos lida e entendida do Livro de Êxodo. Do início do capítulo 25 até o capítulo 40 - com exceção do 32 ao 34 - temos uma excelente descrição detalhada do Tabernáculo. Fala sobre sua estrutura, equipamentos e o sacerdócio. É compreensível que o leitor das Escrituras Sagradas se surpreenda ao comparar o tamanho do relato sobre a Criação e a preparação para que a Terra ficasse pronta para a habitação humana, e depois verificar que estão separados 12 capítulos sobre o Tabernáculo. Compreende-se isso: todas as coisas referentes ao Tabernáculo apontam para Cristo e são de alguma maneira um arquétipo de Cristo
O Tabernáculo foi um projeto de Deus assim como a Igreja o é.

I. A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO (Êx 25.1-7)

1. Por que construir um Tabernáculo no deserto?
- Deus revelou-se a Israel e fez do Tabernáculo o seu lugar de habitação. Estabeleceu uma parceria com seu povo para construir o Tabernáculo.
- A sessão de versículos 1 ao 7 de Êxodo 25 mostra a conclamação do Senhor ao Seu povo para a construção do Tabernáculo por meio de ofertas alçadas:

“O SENHOR disse a Moisés: Diga aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem cujo coração o mover para isso, dele vocês receberão a minha oferta. Esta é a oferta que dele vocês receberão: ouro, prata e bronze; pano azul, púrpura e carmesim; linho fino; pelos de cabra; peles de carneiro tingidas de vermelho e peles finas; madeira de acácia; azeite para a iluminação; especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático; pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral”.

- A resposta a essa pergunta é clara e objetiva. Uma das lições que se aprende em Teologia acerca de Deus é que “Deus é Espírito” e, assim, Ele é auto existente, não criado por outro ser, atemporal, autossuficiente, não restrito a nenhum determinado ponto geográfico. O fato de Deus manifestar Seu desejo de habitar com o Seu povo não o limita a nada. Ele tem origem em si mesmo, Ele existe por si mesmo quando diz: “Eu Sou o Que Sou” (Êxodo 3.14).

- A ordem dada a Moisés para construir uma morada para Ele tinha por objetivo mostrar o Seu Espírito, fazendo-se sentir pelas exibições especiais da natureza no lugar da Sua presença, a shekinah: a manifestação do fogo, da nuvem, da água, dos relâmpagos e trovões.

- O pioneiro pentecostal, Gunnar Vingren, que redigiu uma monografia para sua graduação teológica, na qual foi escrita à mão, e apresentada no Seminário Teológico Sueco, em Chicago, USA, em 1909, iniciou seu texto monográfico assim: “Por ordem divina, o Tabernáculo propriamente dito, a mosaica tenda do Testemunho, constituiria uma morada sagrada, erguida segundo um modelo celestial”.

- Desde que os israelitas saíram do Egito e caminharam até as cercanias do Monte Sinai, onde Deus falou com Moisés e revelou-lhe Suas Leis, o Altíssimo quis habitar entre o seu povo. Para isso, Ele concedeu a Moisés a planta de uma “Tenda”, a fim de construí-la para reunir o povo de Israel diante d’Ele e, assim, receber sua Palavra. Essa tenda, denominada “Tabernáculo”, era de caráter provisório, pois podia ser armada e desarmada durante a caminhada israelita pelo deserto. Segundo escreveu Gunar Vingren na sua monografia para a graduação no Seminário Teológico em Chicago, USA, em 1909, iniciou seu texto monográfico assim:
“Por ordem divina, o Tabernáculo propriamente dito, a mosaica tenda do Testemunho, constituiria uma morada sagrada, erguida segundo um modelo celestial”.

- E continuou dizendo: “a razão principal de sua existência era a de servir como uma morada sagrada, o lugar de encontro entre Deus e seu povo”, referindo ao Tabernáculo.

2. A materialização da obra de Deus (Êx 25.1,2).
- O projeto de Deus teve origem no céu, e se materializou na Terra por meio de seus filhos. A construção do Tabernáculo se efetivou mediante a participação do povo de Deus através de ofertas alçadas e voluntárias como o ouro, prata, cobre, pano azul, púrpura e carmezim. A obra de Deus requer parceria humana!

- No tempo da graça, o princípio da manutenção da igreja local é o mesmo. O apóstolo Paulo diz em sua segunda carta aos Corintios 9.6 e 7: “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. 7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”

- As contribuições (dízimo e as ofertas alçadas) são para o sustento das necessidades que envolvem uma igreja: projeto de construções de templo, de sustento de obreiros, de evangelização, de ações sociais, de educação cristã. Em vez de cultivarmos uma postura contrária, deveríamos voluntariamente ofertar à Obra de Deus como fruto de gratidão e reconhecimento de suas bênçãos em nossas vidas (2ª Co 9.7).

3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êx 25.2).
3.1. A oferta foi um plano de Deus para o sustento de sua obra.
- No Antigo Testamento há uma promessa de bênçãos materiais para os que reconhecessem essa verdade. Aqui, não há o estímulo para se negociar oferta e bênçãos, mas a afirmação de que é a vontade do Senhor que contribuamos generosa e voluntariamente para a sua obra, reconhecendo que Ele domina até as nossas finanças. Isso deve ser voluntário, jamais por coação.

3.2. O ato de ofertar é voluntário.
- O versículo 2 mostra que o Senhor aceitaria a oferta “de todo homem cujo coração se mover voluntariamente” (cf. Êx 35.29). Deus conhece cada um dos Seus servos e servas, por isso, reconhece quem faz essa obra de maneira generosa ou egoísta. Jamais nosso Senhor aceitaria ofertas por coação, mas Ele deseja ver, em nós, uma atitude voluntária e amorosa: “Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente” (2ª Co 8.3). Portanto, na Igreja de Cristo, não pode haver mercantilismo da fé! Você não pode se deixar coagir para trocar ou negociar o que é espiritual, a fim de receber bênçãos materiais. O que a Palavra de Deus diz é que você precisa amar ao Senhor de todo o coração e, constrangido por esse amor, doar voluntariamente. Essa perspectiva humilde gera bênçãos da parte de Deus.

3.3. Fidelidade ao Senhor trará abundância.
- Moisés foi um líder que compreendeu bem essa verdade e a viveu, pois, o povo trouxe tanta oferta em ouro, prata, cobre, pedras preciosas e madeiras, que encheram os depósitos, e “disseram a Moisés: o povo traz muito mais do que é necessário para o serviço da obra que o Senhor ordenou” (Êx 36.5).

II. O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx 25.8,9)

“E farão para mim um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu mostrar a você como modelo do tabernáculo e como modelo de todos os seus móveis, assim mesmo vocês o farão” (Êx 25.8-9).

- Por meio do legislador de Israel, o Senhor conduziu seu povo desde a saída do Egito até o Monte Sinai. Nesse monte, Ele revelou-se a Moisés e aos setenta anciãos do povo, bem como a Arão, Nadabe e Abiú, que viram a glória de Deus (Êx 24.9-11). Ali, a glória do Senhor estava presente e uma nuvem cobria o monte: “o aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte” (Êx 24.15-17). Por quarenta dias e quarenta noites Moisés entrou no meio da nuvem e subiu até o cume do monte para ouvir a Deus (Êx 24.18). Ali, o Altíssimo deu a Moisés as diretrizes para construir o lugar onde Ele habitaria.

1. Deus arquitetou o Tabernáculo (Êx 25.8).
- O modelo era divino, mas era feito com elementos materiais e teria caráter temporário. Deus elaborou a engenharia e arquitetou toda a construção do Tabernáculo, dando a Moisés a relação das peças e equipamentos que deveriam ser utilizados. Desde o início, é perceptível o caráter provisório do projeto divino, pois o povo de Israel não faria uma peregrinação perpétua no deserto. A efetivação do Tabernáculo aconteceu mediante a participação do povo de Deus através de ofertas alçadas e voluntárias.

- O livro de Êxodo descreve detalhadamente a execução e aparência de todos os utensílios litúrgicos da tenda religiosa, apresenta uma descrição arquitetônica e construtiva minuciosa dos espaços que comporiam o complexo da tenda religiosa.

- O Tabernáculo seria um santuário em pleno deserto, onde Deus habitaria entre o seu povo. Desde o início, é perceptível o caráter provisório do projeto divino, pois o povo de Israel não faria uma peregrinação perpétua no deserto. Deus elaborou a engenharia e arquitetou toda a construção do Tabernáculo, dando a Moisés a relação dos materiais que deveriam ser utilizados.

2. O Tabernáculo foi um projeto de Deus.
- Embora Moisés haja sido formado academicamente no Egito, nenhum item do Tabernáculo era fruto de sua mente engenhosa e disciplinada. Recebendo instruções diretas de Deus, Moisés persuadiu ao povo hebreu a construir o Tabernáculo, pois este era um projeto celestial. O Pai desejava habitar entre os homens e derrubar a parede de separação erguida pelo pecado no Éden. Ele queria fundir o Céu com a Terra. Esse projeto glorioso só alcançaria o objetivo máximo na encarnação e crucificação de Jesus Cristo, seu amado Filho “na plenitude dos tempos” (Gl 4.4; Ef 1.5-10).

- O Tabernáculo era um retângulo descoberto, delimitado por um acortinado. No pátio, orientado para o leste, estava o altar em bronze onde eram realizados os sacrifícios e a pia onde Aarão e seus filhos lavavam as mãos antes de realizar os sacrifícios.

- Logo depois da pia estava o santuário, uma tenda coberta por uma série de camadas de cortinas sustentadas por grandes colunas de madeira revestidas em ouro. Dentro do volume, uma cortina dividia o espaço em dois, de maneira que o espaço mais sagrado fosse um cubo perfeito, conhecido como Santo dos santos. Neste recinto estava a Arca da Aliança, receptáculo das Tábuas da Lei, pedaços da primeira edição quebrada por Moisés quando da sua ira ao ver os hebreus adorando a imagem do bezerro de ouro. A parte aberta do santuário, entre o Santo dos santos e a entrada pelas cortinas, abrigava um pequeno altar para incenso, um candelabro de ouro e a mesa sobre a qual deveria estar o pão da apresentação.

3. O plano térreo do Tabernáculo (25.9).
- O plano térreo do Tabernáculo continha um espaço físico de 100 por 50 côvados aproximadamente, 50 por 25 metros, uma vez que um “côvado” equivale de 45 a 50 centímetros, pois a medida do côvado naqueles tempos era “a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio de um homem”.

3.1. O Pátio. Esse espaço do Tabernáculo era chamado “Átrio” (ou Pátio) e era fechado por uma cerca feita de cortinas de “linho fino torcido” e presas por ganchos e pinos em pilares de madeira de acácia (Êx 27.18).
3.2. O Altar dos holocaustos. No espaço externo dentro do Átrio, desde a Porta de entrada, havia o “altar de bronze” (ou cobre), onde eram feitas as ofertas queimadas e, principalmente, onde era feito o sacrifício pelos pecados do povo (Êx 27.1-8; 38.1-6).

3.3. A Pia de bronze (ou cobre). Havia, também, “uma bacia de bronze (ou cobre)” para que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés antes de entrarem no interior do Tabernáculo (Êx 30.18-21; 38.8).

3.4. A Tenda do Testemunho. O Tabernáculo, propriamente dito, era a parte interna e ficava dentro do Pátio, composto por duas partes: o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (ou Santo dos Santos).

3.5. O Lugar Santo. No Lugar Santo havia três elementos: o Candeeiro (Candelabro, ou Castiçal) de Ouro com suas sete lâmpadas; a mesa feita de madeira de acácia e coberta de ouro, era chamada “Mesa dos pães da proposição”. Por fim, ainda no “Lugar Santo”, de frente para a entrada de cortinas bordadas que dava para o “Lugar Santíssimo”, estava o “Altar de Incenso” revestido de ouro, no qual se faziam intercessões pelo povo de Deus (Êx 30.1-6; 37.25-28).

3.6. O Lugar Santíssimo (Santo dos Santos). Por último, e de fato, em primeiro lugar, estava “O lugar Santíssimo”, onde se encontrava a única mobília, chamada de “Arca do Concerto” (Nm 10.33) ou “Arca do Testemunho” (Êx 25.22), ou também “Arca da Aliança”, na qual se guardavam as “Tábuas da Lei” (Êx 31.18).

III. A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA

O modo especial de Deus revelar-se ao seu povo era através de tipos e figuras materiais que ilustrassem as verdades celestiais. Esta linguagem figurada expressa a relação de Deus, o Criador e Senhor, o Todo-Poderoso, com a sua criação e com as suas criaturas.

1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.
- A tipologia bíblica constitui-se uma das maiores riquezas de proveito espiritual para o crente que deseja conhecer a Bíblia profundamente, pode ser explorada sem receio, desde que as regras de interpretação de texto sejam respeitadas. É bom lembrar que um tipo sempre é inferior ao tipificado.

- A tipologia é muito rica em si mesma, pode ser definida como o estabelecimento de conexões históricas entre fatos, pessoas e coisas do Antigo Testamento com o que existe no Novo. Por isso, ao lidarmos com a tipologia do Tabernáculo, é necessário considerar que ela é manifestada na pessoa de Cristo e em sua obra expiatória. Deus tinha a Arca, o Castiçal de Ouro, o Altar do incenso e a mesa dos pães da proposição como peças da liturgia de culto. No Novo Testamento, o modo de adorar a Deus tornou-se diferente e especial, porque o lugar da adoração é um Pessoa, o próprio Senhor Jesus Cristo.

- De acordo com os parâmetros da hermenêutica bíblica, a estrutura física dos objetos usados no Tabernáculo é descrito detalhadamente. São metais e madeiras, tecidos e bordados, peles e cores. Tais peças estavam na mente de Deus como significados simbólicos voltados para revelar o seu caráter e glória.

- O Tabernáculo era o símbolo da presença de Deus entre o povo (Êxodo 29.43-46). O apóstolo Paulo demonstrou considerar a relação tipológica muito importante quando escreveu a seguinte declaração: "Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Romanos 15.4).

- O apóstolo Paulo deu importância a essa relação tipológica quando escreveu: “tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). O Tabernáculo de Moisés, no deserto, deixou profundas lições para a Igreja. Nessa tipologia, descobrimos uma relação com a Igreja e com o Senhor Jesus. Nas lições seguintes, veremos a importância simbólica do Tabernáculo em seus adereços, utensílios e cultos, seus ministros e ajudantes, sua ordem e o significado de cada item na relação espiritual-tipológica com a Igreja de Cristo.

2. A Igreja de Cristo é o Tabernáculo de Deus na Terra.
- O estudo do Tabernáculo constitui-se a descoberta da maior riqueza da tipologia bíblica. O tabernáculo de Moisés era material, e Deus habitava nele; a Igreja é o tabernáculo espiritual onde habita e se manifesta gloriosamente (Ef 2.22).

- A mesma tipologia aponta para um povo futuro, a Igreja, a pessoas de Jesus Cristo. Não apenas o Tabernáculo, o Templo de Salomão também simboliza a Igreja de Cristo edificada para “morada de Deus em Espírito” (Ef 2.22).

- A Igreja é apresentada na Bíblia como a Casa de Deus, de caráter familiar, porque a palavra “casa”, nesse contexto, refere-se à família que mora na casa (1ª Tm 3.15). Além disso, a Igreja é descrita como Templo de Deus (1ª Co 3.16).

- Alguns textos do Novo Testamento fazem da tipologia modo de comparação entre o Tabernáculo e a Igreja. Paulo tipificou a Igreja como edifício de Deus para falar de crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1ª Corintios 3.9). Neste edifício, os crentes em Cristo são identificados como “pedras vivas”, as quais são edificadas umas sobre as outras.

- O Tabernáculo e o Templo de Salomão simbolizam a Igreja de Cristo edificada para “morada de Deus em Espírito” (Ef 2.22). Alguns textos do Novo Testamento fazem da tipologia o modo de comparação entre o Tabernáculo e a Igreja. Paulo tipificou a Igreja como edifício de Deus para falar de crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1ª Co 3.9). Neste edifício, os crentes em Cristo são identificados como “pedras vivas”, as quais são edificadas umas sobre as outras.

- O Tabernáculo era uma imagem da Igreja de Cristo no mundo. Comparações e contraposições ao Tabernáculo. Comparação do Tabernáculo, pelo qual o chama de “tenda do testemunho”, com a Igreja de Cristo.

- O Tabernáculo de Moisés foi um projeto de Deus assim como a Igreja o é no mundo. O fato de o Tabernáculo ter existido no período da peregrinação dos hebreus pelo deserto e ter sido um santuário portátil por causa das constantes mudanças realizadas por Israel, ele e seus móveis apontavam à revelação de um plano salvífico por intermédio de Jesus.

- O apóstolo Pedro compara, em sua primeira carta, no capítulo 2 e versículo 11, os cristãos aos hebreus, diz que os crentes são peregrinos e forasteiros, isto é, subentende-se que ele quis dizer que não temos residência fixa neste mundo, somos gente estrangeira cujo destino final é o lar que está no céu.

- O uso de qualquer objeto do Tabernáculo na Igreja não passa de decoração estética. A Arca da Aliança como se vê representada em alguns púlpitos utilizada como forma de afirmar que Deus está naquele objeto é desvio doutrinário. Nossa Arca é o Senhor Jesus, e Ele mesmo, como Sacerdote e Cordeiro se apresentou diante do Pai para mostrar o fruto da expiação que fez por todos.

- Veja: “Assim como a tenda do testemunho, com todos os seus utensílios, foi ordenada por Deus, a igreja cristã recebeu de Deus suas normas e seus mandamentos. A tenda no Antigo Testamento era o lugar onde Deus se revelava, enquanto as igrejas cristãs são, hoje, o lugar da presença de Deus, o lugar onde se faz a sua vontade. O primeiro era constituído de riquezas e material precioso, o segundo é constituído também de material precioso, isto é, de almas humanas redimidas do pecado por meio da graça de Cristo Jesus. Desta forma, à tenda do Antigo Testamento se contrapõe a igreja cristã do Novo Testamento. A bacia com água ficava em frente da tenda e, na água, Arão e seus filhos limpavam seus pés e suas mãos antes de adentrarem o santuário para que não morressem. Já o batismo é a maneira pela qual o cristão ingressa na Igreja de Deus. Aquele que crê e recebe o batismo será salvo. Após o batismo, seremos sepultados com Deus, e assim como Cristo ressuscitou dos mortos, passaremos a caminhar em uma nova vida” (VINGREN, Gunnar. O Tabernáculo e Suas Lições: Monografia de graduação em Teologia do fundador das Assembleias de Deus no Brasil, defendida em 1909 no Seminário Teológico Sueco de Chicago (EUA). Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pg. 76 -77).

CONCLUSÃO. O Tabernáculo seria mais do que um protótipo ou modelo futuro da Igreja, no qual Deus revelaria a sua glória. Esse Tabernáculo aparece como “um bem futuro” (Cl 2.17), que aponta para a Pessoa de Jesus Cristo, que veio a esse mundo mostrar, na prática, o desejo de Deus em habitar com os homens. Ele fez isso na encarnação de seu Filho, o tabernáculo divino.
O Pai desejou habitar entre os homens e derrubar a parede de separação erguida pelo pecado no Éden. Esse plano glorioso alcançou o objetivo máximo na encarnação e crucificação de Jesus Cristo, seu amado Filho “na plenitude dos tempos” (Gl 4.4; Ef 1.5-10). Na Pessoa gloriosa de Jesus Cristo, Deus encontrou-se com o ser humano, e este com Deus.

- Desde a geração de Moisés, Tabernáculo indica algo futuro que mudaria o destino do ser humano caído: a Obra Expiatória de Cristo representada em todo o santuário em ao meio ao deserto. Foi concebido para que o homem dos tempos atuais compreenda a sua figura representada na pessoa de Jesus Cristo, o qual expiou a nossa culpa, fazendo-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Na Obra Expiatória do Senhor, a imagem do Tabernáculo relaciona-se com a Igreja fundada pelo Senhor Jesus Cristo. Tal qual o Tabernáculo, a Igreja de Cristo é um planejamento de Deus posto em curso com o objetivo de abençoar o mundo, convidar toda alma a achegar-se diante do Senhor com o coração contrito.

FONTE DE PESQUISA
1. CABRAL Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 - CPAD
2. VINGREN, Gunnar. O Tabernáculo e Suas Lições: Monografia de graduação em Teologia do fundador das Assembleias de Deus no Brasil, defendida em 1909 no Seminário Teológico Sueco de Chicago (EUA). Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.76 -77).

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