TEOLOGIA EM FOCO: A NATUREZA DOS DEMÔNIOS

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A NATUREZA DOS DEMÔNIOS



TEXTO ÁUREO
“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12.9).

VERDADE PRÁTICA
Os Demônios são os anjos que se rebelaram contra Deus seguindo o seu maioral, Satanás.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 12.7-10 “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, 8 mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. 9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. 10 E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.”

INTRODUÇÃO. A Demonologia é uma parte da Angelologia, a doutrina dos anjos, porque tanto demônios quanto anjos são criaturas espirituais e invisíveis. A presente lição pretende mostrar a origem, a natureza e os objetivos dos demônios e do seu maioral.

- De início é fundamental distinguir duas formas de estudo do assunto: demonologia e demonologia cristã. Temos que distinguir dois pontos de vista sobre o assunto: o ponto de vista das religiões em geral, e o ponto de vista da religião cristã. Nas religiões em geral, o termo descreve o estudo de seres espirituais, enquanto que no ensino cristão, “o ensino de poderes pessoais, criaturas malditas por Deus por causa de sua maldade”. (WISSEN: Dämonologie). A demonologia cristã é o estudo do que a Bíblia ensina sobre os demônios. O que a Bíblia diz sobre os demônios? A Bíblia indica que os demônios são anjos caídos - anjos que juntamente com Satanás se rebelaram contra Deus. Satanás e seus demônios agora desejam enganar e destruir todos aqueles que seguem e adoram a Deus. Uma passagem importante relacionada à demonologia cristã é 2ª Co 11.14-15: “E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. ORIGEM DOS DEMÔNIOS
1. Os anjos caídos e os demônios. Eles são os restantes dos anjos que seguiram Satanás após a sua rebelião contra Deus (v.9). A tradição judaica antiga descreve essa queda de maneira mais ampla na literatura apocalíptica do período interbíblico como os Oráculos Sibilinos e os livros de Enoque.
- Não há uma informação concreta nas Escrituras quanto ao tempo em que Deus criou os anjos, mas a declaração de Gênesis é que Deus criou tudo bom porque Deus, em Sua santidade, não pode criar nada mal e pecaminoso. Pelo relato de Ezequiel 28 sabemos que houve uma espécie de rebelião no mundo angelical, sem especificar o momento, quando Lúcifer rebelou-se contra Deus e foi expulso do céu juntamente com um terço do grupo angelical (Is 14; Ez 28; Ap 12.3-4;9). Estes seres caídos são agora conhecidos como demônios. Alguns tentam dar nomes a muitos destes seres caídos, mas o único anjo caído com nome na Bíblia é Satanás, que aliás, não é um nome próprio, mas um adjetivo originado no hebraico “שטן satan” e do grego “σατανας satanas”, significando “adversário”. Os nomes do diabo na Bíblia nos ajudam a entender melhor quem ele é:
● Satanás – significa acusador (Jó 1.6; 2ª Co 11;14; Zc 3.1; 1ª Ts 2.18).
● Destruidor – que em hebraico é Abadom e em grego é Apoliom (Ap 9.11).
● Belial – significa imprestável (2ª Co 6.15).
Outros nomes e suas referências:
● Diabo -- caluniador (Mt 4.1).
● Serpente -- enganador (Ap 12.9).
● Lúcifer -- portador de luz (Is 14.12).
● Maligno (1ª Jo 5.19).
● Dragão (Ap 12.17).
● Príncipe deste mundo (Jo 12.31).
● O deus deste século (2ª Co 4.4).
● Acusador dos irmãos (Ap 12.10).
● Belzebu -- príncipe dos demônios (Mt 12.24).
● Belial (2ª Co 6.15).
Certamente este ente espiritual desvirtuado é citado como o grande inimigo de Deus e dos homens. Interessante notar que Paulo lhe atribui um título: “príncipe deste mundo” (Ef 2.2). Mas seu fim está decretado por Deus.

2. A expulsão do querubim ungido. A Bíblia diz que Satanás é o maioral dos demônios (Mt 12.24; 25.41). No princípio, Deus criou o querubim ungido, perfeito em sabedoria e formosura, o qual era o selo da simetria (Ez 28.12-15). Ele se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, saíram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (2ª Pe 2.4; Jd 6). Apesar de a Bíblia não fornecer detalhes sobre os demônios, essas passagens bíblicas podem apontar a sua origem.

- Este é um resumo simplório para um assunto complexo e de poucas informações claras nas Escrituras. Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”, uma categoria angelical elevada. Pode-se deduzir dos vários textos bíblicos que Lúcifer governava e liderava anjos, guiando-os em louvor e júbilo a Deus. Estudiosos da gramática hebraica afirmam que a palavra “da guarda”, em Ezequiel 28.14-16, significa literalmente “quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e nem nada para ser guardado.

- A maior catástrofe da história da criação universal foi sem dúvida, a desobediência a Deus por parte de Lúcifer, e a consequente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele em sua maldade. Sua queda ocorreu quando o orgulho tomou conta do seu ser. Isso foi procedido de cinco “eis”, que demonstravam o seu espírito insubmisso e exaltado, e foram:
● “Eu subirei ao céu”.
● “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”.
● “No monte da congregação me assentarei”.
● “Subirei acima das mais altas nuvens”.
● “Serei semelhante ao altíssimo”.

- O orgulho tomará conta da mente e do coração dessa criatura, a qual foi criada para ser uma benção, mas que escolheu ser contrário ao Seu Criador. São fatos como esses que nos mostram a grandeza do nosso Deus. Na queda dos anjos vemos o quanto o Senhor é perfeito e maravilhoso. Ele nunca criou uma criatura robótica, que simplesmente recebe ordens, mas sim a todos concedeu o livre arbítrio (o fato de podermos escolher o nosso destino). Saber que Lúcifer caiu, que o homem seguiu o mesmo destino, nos leva a contemplar quão grandioso é o Senhor. Hoje de livre e espontânea vontade podemos escolher servir ao Senhor. Aleluia!!!” (Anjos do Mal, CACAP. Disponível em: http://www.cacp.org.br/anjos-do-mal/. Acesso em: 12 Jan, 2019).

Quando exatamente ele pecou não está registrado nas Escrituras. Pode ter ocorrido fora do tempo como nós o conhecemos, isto é, antes da criação do tempo e do espaço.

3. Os demônios na cultura pagã. Os termos gregos traduzidos por “demônio” no Novo Testamento são daimonion, “demônio, um deus, uma divindade”, para designar os deuses pagãos (Dt 32.17); e daimon, “um espírito mal, demônio”. Os demônios foram posteriormente concebidos como seres espirituais intermediários bons ou maus, ou seja, os anjos e os espíritos malignos. A natureza inconsequente desses espíritos os associa com o mal, com toda a maldade do mundo.

- A palavra grega Daemon significa “espirito” e “divindade”, e é utilizada nos escritos gregos para se referir tanto a seres espirituais bons quanto maus. A outra palavra citada pelo comentarista é um plural. Com a palavra daimónion, as crenças populares gregas descrevia espíritos de falecidos que dispunham de poderes sobrenaturais e que intervinham na natureza e sobre os homens de forma sobrenatural. Contra estes ataques o homem precisava se defender através da magia. Mais tarde a filosofia grega os elevou a semi-deuses, ou seja, intermediários entre os deuses e os homens. (v. d. Born: 1987: Demônios). Daemones designa um ser mitológico grego muito semelhante a um gênio, comum na mitologia árabe. Se analisar a origem da palavra Daemon em latim ela significa nada menos que demônio.

- Não faz parte deste tópico, mas, a primeira ocorrência se encontra em Levitico 17.7: “Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações”

II. A BATALHA NO CÉU
1. O arcanjo Miguel e o dragão (v.7). Miguel é anjo, o príncipe dos filhos de Israel, na qualidade de arcanjo, e lidera uma guarnição angelical (Dn 10.13, 21; 12.1; Jd 9). O dragão é identificado com o próprio Diabo e Satanás, a antiga serpente (v.9), em uma referência à serpente do Éden (Gn 3.1-4,13-15). Miguel é mais poderoso do que o dragão, pois peleja pelo poder de Deus e, juntamente com os seus liderados, expulsa Satanás e seus anjos do céu (Ap 12.8).

- O versículo 7 lança luz sobre a identidade da serpente em Gênesis – ela na verdade é Satanás. Esta é a primeira de doze vezes que a palavra dragão aparece no Apocalipse. Não há dúvida sobre a identidade do dragão (12.9).

Miguel é um arcanjo e aparece 5 vezes na Bíblia:
● em Daniel 10.13 – um anjo apareceu ao profeta Daniel em uma visão e lhe explicou que só não tinha chegado mais cedo porque o príncipe da Pérsia (um agente de satanás) o impediu. Mas quando o arcanjo Miguel chegou e o ajudou, ele conseguiu chegar a Daniel.
● em Daniel 10.20-21; 11.1 - Miguel ajudou a lutar contra o príncipe da Pérsia e da Grécia e tinha recebido ajuda do anjo da visão de Daniel.
● em Daniel 12.1 – diz que o arcanjo Miguel virá no fim dos tempos e terá um papel importante que não é explicado.
● em Judas 1.9 – está escrito que o arcanjo Miguel entrou em uma disputa com o diabo pelo corpo de Moisés quando ele morreu. Nessa disputa Miguel mostrou sabedoria ao não entrar em difamações, mas deixou a repreensão para Deus.
● em Apocalipse 12.7-9 – João tem uma visão sobre uma grande batalha nos céus entre o exército dos anjos de Deus, liderado por Miguel, e o exército de Satanás.

Por essas 5 referências sabemos que Miguel é um arcanjo – um príncipe entre os anjos, ou anjo principal. Ele tem mais poder que alguns anjos e ajuda a lutar contra os elementos mais poderosos do exército de satanás. Miguel é um grande guerreiro e defende o povo de Deus.

“A literatura judaica ensinava que em toda a esfera celestial havia “sete arcanjos”: (Gabriel, Miguel, Remuel, Raquel, Rafael e Saracael e Uriel). Os autores do livro de Enoque falam disso, mas as Escrituras só designam apenas um: Miguel como Arcanjo (1Ts 4.16; Jd v.9). Podemos depreender que antes de sua queda Lúcifer era também um arcanjo, igual a Miguel (cf. Ez 28.1).” (Apocalipse 12.7 Explicado. Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/12/apocalipse-127-explicado.html. Acesso em: 12 Jan, 2019).

2. A expulsão de Satanás (v.8). Essa passagem é muito disputada pelos expositores bíblicos e há diversas interpretações. Nessa guerra escatológica, há os que acreditam que se trata da queda original de Satanás, e outros afirmam que não há ligações com essa queda. Outra interpretação é que Satanás teria acesso ao céu antes da ascensão de Jesus. O argumento usado se baseia em algumas passagens do Antigo Testamento (1º Rs 22.23; Jó 1.6-9; 2.1-6; Zc 3.1,2). De uma forma ou de outra, a derrota do Inimigo já está decretada, conforme revelou o próprio Senhor: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu” (Lc 10.18). A expressão “eu via” diz respeito a uma ação contínua, e isso mostra que Jesus contemplava, em visão, a queda de Satanás, enquanto os setenta pregavam o evangelho.”

O capítulo 12 de Apocalipse mostra o poder dos servos de Deus sobre o diabo. Ele tenta de várias maneiras derrotar os fiéis, mas não consegue. Nesta batalha no mundo espiritual, mais uma vez não prevaleceram, perderam a batalha contra Miguel. O resultado desta batalha é importante, o diabo perdeu e saiu enfraquecido. O poder dele depois da vitória de Jesus na cruz é menor do que o poder que tinha anteriormente. Qualquer aspiração de Satanás de dominar os servos de Deus, ou até de vencer o próprio Cristo, foi negada pela vitória de Jesus e a vitória resultante de Miguel. Os versículos seguintes frisarão alguns aspectos importantes desta derrota do diabo.
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3. A vitória final sobre Satanás. A derrota final de Satanás, na verdade, teve início com a morte, ressurreição e ascensão de Jesus. A partir daí, as acusações do Diabo contra nós caíram por terra, porque quem nos justifica diante de Deus é o próprio Cristo (Rm 5.1; 8.33). No Apocalipse, vemos que Miguel e seus anjos vencem o dragão e seus demônios (Ap 12.7-9). O mérito da vitória, porém, não cabe ao arcanjo, pois este sempre atuou em nome do Senhor (Jd 9). Mais adiante, o Diabo é amarrado por mil anos, para, finalmente, ser lançado no lago de fogo (Ap 20.3,10). Diante das arremetidas do adversário, sejamos valentes e confiantes na pronta intervenção divina, pois temos, nesta luta, uma gloriosa promessa (Rm 16.20).

- A derrota dele já está decretada desde sua queda. Em João Jesus afirma que “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11). O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15). Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). Quando foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus, restou somente a possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército que perde e se retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas desprotegidas que encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são expulsos do céu e conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo 12). O fato de o diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus. Satanás foi derrotado, e jamais terá a vitória.

III. O MAIORAL DOS DEMÔNIOS
1. A Serpente. O termo “dragão” é drakon em grego e é usado na Septuaginta para traduzir algumas palavras hebraicas, como tanim e leviatan, cujo sentido é diversificado como “monstros, animais do deserto, serpentes”. No Novo Testamento, só aparece em Apocalipse, e aqui é chamado de “o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo” (v.9). A serpente que enganou Eva é o próprio Satanás (Gn 3.1-4; 14,15). Ele é perito em enganar como fez com Eva e ainda hoje esta é uma de suas especialidades (2ª Co 2.11; 11.3).

- Desde a primeira vez que Satanás aparece na Bíblia, ele é descrito como uma serpente, destacando a sua sagacidade (Gn 3.1). É o mesmo que tentou Eva e continua lutando contra e seduzindo os homens desde o princípio. Ele cresceu em astúcia e maldade e poder sobre os homens ao longo da história.

2. Satanás. Não é possível descrever todos os nomes do inimigo de Deus e do seu povo. O nome mais conhecido vem do hebraico satan, “Satanás, adversário”. É no prólogo do livro de Jó que Satanás aparece pela primeira vez como ser espiritual que acusa os justos diante de Deus. As Escrituras o revelam primeiramente com nome pessoal quando induz o rei Davi a fazer o recenseamento: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel” (1ª Cr 21.1).

- O dragão é o inimigo que procura derrotar e destruir os homens e se opõe a Deus e a todas as coisas boas e santas. “Satanás (adversário); Diabo (difamador); Lúcifer (O filho da Alva).
A) Ele é uma criatura (Ez 28.14).
B) Ele é um ser espiritual (Ef 6.11-12).
 C) Ele pertence a ordem dos Querubins (Ez 28.14).
D) Ele é homicida e mentiroso (Jo 8.44).
E) Ele é um pecador obstinado (1ª Jo 3.8).
F) Ele é um adversário (1ª Pe 5.8).

Deve ficar claro que a figura de Satanás não é uma questão de dualismo entre o bem e o mal. A despeito da clareza que a Palavra de Deus quanto à onipotência de Deus muitos evangélicos estão agindo dentro do pensamento dualista, entendendo que Deus e Satanás são forças iguais, porém opostas, e a todo o momento o Reino de Deus está ameaçado pela derrota, estando os cristão chamados a uma guerra para defender a soberania de Deus e seus territórios neste mundo.

3. O Diabo. O termo grego diábolos, “caluniador”, é usado com frequência na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica satan, “adversário”. O termo vem do verbo diabállo, “acusar, difamar, enganar, provocar um desacordo”. A especialidade dele é enganar e acusar (v.10). Jesus disse que a essência da natureza dele é a mentira: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Sua habitação ainda não é o inferno; ele ainda será lançado nesse lugar, “o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).

- Do grego diabolos, significa acusador, difamador, caluniador. A palavra bem descreve o caráter e o procedimento do dragão. é o título mais comum atribuído à Lúcifer. É o inimigo, ou seja o inimigo de Deus e dos cristãos, e de todas as pessoas. Uma distinção muito importante é que, apesar de ter certo poder, não é onipotente. Não é correto falarmos de “diabos”, pois só existe um, ou seja, Satanás. (BOL dicionário Almeida: DIABO, e v. d. Born 1987: Demônios).

IV. O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
1. O contexto bíblico. Há relativamente pouco registro sobre os demônios no Antigo Testamento. A Septuaginta traduz quatro termos hebraicos por daimonion, “demônio”, e um por” (Is 65.11). A tradição judaica considera os demônios como anjos caídos que se uniram a Satanás na sua rebelião contra Deus. Os demônios são identificados no Novo Testamento como os espíritos imundos (Lc 4.33; 8.29; Ap 18.2) e os espíritos malignos (Lc 8.2). Eles são malévolos, podem entrar nas pessoas (Lc 11.24-26) e causam todo o tipo de doença (Lc 9.39-42), embora nem todas enfermidades sejam de origem demoníaca (Lc 13.32).

- No NT recebe vários nomes, Satanás, Satã, Diabo, Belial, Belzebu. Recebe também títulos como O príncipe deste mundo, acusador, maligno, inimigo. O conceito que o NT transmite é o seguintes aspectos: anjo caído (2ª Pe 2.4; Jd 6), o grande adversário de Deus e senhor deste mundo. O armado forte (Mt 12.29 par) O seu escopo é tentar os homens (Mt 4.3; 1ª Ts 3.5; 1ª Co 7.5) e perdê-los (Jo 8.44), pela sua própria culpa tornam-se seus escravos (Hb 2.14; 1ª Jo 3.8,10). O pecado é a própria esfera em que ele vive (1 Jo 3.8) ele é sua origem (2ª Co 11.3; Jo 8.44), instigador (1ª Ts 3.5; Mt 4.1) e perpetuador (Ef 2.2). Os maus espíritos lhe são submissos (Mt 25.41; 2ª Co 12.7 Ef 2.2; 6.12 Ap 10.9). Ele está atrás do paganismo com sua idolatria e magia (At 13.10), é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 1ª Jo 5.19) e até o deus deste mundo (2ª Co 4.4). S. É chamado também serpente, como em Sab 2.24 (2 Co 11.3; Ap 12.9). (De Fraine 1987: Satanás). Sabemos que Satanás tem poder e está ativo no mundo. Citamos alguns exemplos das suas artimanhas. Sua maldade invisível (cf “poder das trevas” em Cl 1.13) está atrás da traição de Judas (Lc 22.3; Jo 6.70; 13.2, 27); ele impugna a obra dos discípulos de Jesus (Lc 22.31, a jovem comunidade cristã (At 5.3) a pregação dos apóstolos (1ª Ts 2.18); até certas doenças lhe são inculpadas (Lc 13.16; 1ª Co5.5; 2ª Co12.7). Espreita as comunidades cristãs, mas na forço da fé podem resistir-lhe (Rm 16.20; Ef 6.16; 1ª Pe 5.8 etc). (De Fraine 1987” (Demonologia e Batalha Espiritual. Disponível em: http://www.ibpan.com.br/images/stories/Downloads/Estudos_Biblicos/Demonologia%20e%20Batalha%20Espiritual.pdf. Acesso em: 12 Jan, 2019).

2. O triunfo de Cristo. A vitória preliminar de Jesus sobre Satanás começa na tentação do deserto (Mt 4.11). O Diabo já está derrotado preliminarmente (Jo 12.31). Jesus disse que o príncipe desde mundo já está julgado (Jo 16.11). Mesmo assim, ele continua se opondo à obra de Deus. Satanás causou diversos infortúnios ao apóstolo Paulo, com o espinho na carne (2ª Co 12.7) e o impedimento nas jornadas missionárias (1ª Ts 2.18). Nós não devemos ignorar as suas astúcias (2ª Co 2.11). Em breve, Deus “esmagará Satanás debaixo de nossos pés” (Rm 16.20).

- Devido à vitória de Jesus na morte e ressurreição, o diabo não tem o mesmo poder de antes. Quando chegou em Jerusalém na semana da Páscoa para ser crucificado, Jesus disse: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12.31) e “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11). Frustrados pelas derrotas já sofridas, ele e seus anjos tentarão derrotar os habitantes da terra. Este trecho esclarece o significado de outras passagens que falam sobre a vitória de Jesus sobre o diabo. Na sua morte e ressurreição, Jesus venceu Satanás. O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15). Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). Jesus já venceu. O diabo já perdeu. Ele não tem mais o mesmo poder de antes. Quando foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus, restou somente a possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército que perde e se retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas desprotegidas que encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são expulsos do céu e conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo 12). O fato de o diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus. Satanás foi derrotado, e jamais terá a vitória”. (A Derrota do Dragão (Ap 12.1-17). Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/b09_21.htm. Acesso em: 12 Jan, 2019).

CONCLUSÃO. Os demônios são reais, são espíritos maus e imundos, o oposto dos anjos. Jesus é a única garantia de que eles nada podem contra nós; antes, Jesus disse: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).
“A salvação vem pela graça mediante a fé (Ef 2.8), mostrando a obra divina e a resposta humana. A vitória sobre o diabo e seus anjos também depende da obra divina e da resposta dos servos. O sangue do Cordeiro é absolutamente fundamental à vitória. Nenhuma doutrina que omite a cruz nos leva ao galardão preparado por Deus. O único caminho é Jesus (Jo 14.6), o único evangelho é a mensagem de “Jesus Cristo e este crucificado” (1ª Co 2.2), e o único meio pelo qual obtemos a redenção é o sangue do Filho Amado (Ef 1.6-7). “E por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (v. 11). A resposta dos servos, os irmãos (versículo 10), envolve uma dedicação total ao Senhor. Nesta descrição da obediência dos fiéis, encontramos as exigências básicas do discipulado dadas por Jesus em Mc 8.34:
1. “A si mesmo se negue” – “não amaram a própria vida”.
2. “Tome a sua cruz” – “mesmo em face da morte”.
3. “E siga-me” – “por causa da palavra do testemunho que deram”.”


“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jr 15.16).

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