TEXTO
ÁUREO
“E foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12.9).
VERDADE
PRÁTICA
Os Demônios são os anjos que se
rebelaram contra Deus seguindo o seu maioral, Satanás.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse
12.7-10 “E
houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e
batalhavam o dragão e os seus anjos, 8 mas não prevaleceram; nem mais o seu
lugar se achou nos céus. 9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. 10 E ouvi uma
grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o
reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos
irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.”
INTRODUÇÃO.
A
Demonologia é uma parte da Angelologia, a doutrina dos anjos, porque tanto
demônios quanto anjos são criaturas espirituais e invisíveis. A presente lição
pretende mostrar a origem, a natureza e os objetivos dos demônios e do seu
maioral.
- De início é fundamental distinguir
duas formas de estudo do assunto: demonologia e demonologia cristã. Temos que
distinguir dois pontos de vista sobre o assunto: o ponto de vista das religiões
em geral, e o ponto de vista da religião cristã. Nas religiões em geral, o
termo descreve o estudo de seres espirituais, enquanto que no ensino cristão,
“o ensino de poderes pessoais, criaturas malditas por Deus por causa de sua
maldade”. (WISSEN: Dämonologie). A demonologia cristã é o estudo do que a
Bíblia ensina sobre os demônios. O que a Bíblia diz sobre os demônios? A Bíblia
indica que os demônios são anjos caídos - anjos que juntamente com Satanás se
rebelaram contra Deus. Satanás e seus demônios agora desejam enganar e destruir
todos aqueles que seguem e adoram a Deus. Uma passagem importante relacionada à
demonologia cristã é 2ª Co 11.14-15: “E não é de admirar, porquanto o próprio
Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus
ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme
as suas obras.” – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I.
ORIGEM DOS DEMÔNIOS
1.
Os anjos caídos e os demônios. Eles são os restantes dos anjos que
seguiram Satanás após a sua rebelião contra Deus (v.9). A tradição judaica
antiga descreve essa queda de maneira mais ampla na literatura apocalíptica do
período interbíblico como os Oráculos Sibilinos e os livros de Enoque.
- Não há uma informação concreta nas
Escrituras quanto ao tempo em que Deus criou os anjos, mas a declaração de
Gênesis é que Deus criou tudo bom porque Deus, em Sua santidade, não pode criar
nada mal e pecaminoso. Pelo relato de Ezequiel 28 sabemos que houve uma espécie
de rebelião no mundo angelical, sem especificar o momento, quando Lúcifer
rebelou-se contra Deus e foi expulso do céu juntamente com um terço do grupo
angelical (Is 14; Ez 28; Ap 12.3-4;9). Estes seres caídos são agora conhecidos
como demônios. Alguns tentam dar nomes a muitos destes seres caídos, mas o
único anjo caído com nome na Bíblia é Satanás, que aliás, não é um nome
próprio, mas um adjetivo originado no hebraico “שטן satan” e do grego “σατανας satanas”,
significando “adversário”. Os nomes do diabo na Bíblia nos ajudam a entender
melhor quem ele é:
● Satanás – significa acusador (Jó 1.6;
2ª Co 11;14; Zc 3.1; 1ª Ts 2.18).
● Destruidor – que em hebraico é Abadom
e em grego é Apoliom (Ap 9.11).
● Belial – significa imprestável (2ª Co
6.15).
Outros nomes e suas referências:
● Diabo -- caluniador (Mt 4.1).
● Serpente -- enganador (Ap 12.9).
● Lúcifer -- portador de luz (Is 14.12).
● Maligno (1ª Jo 5.19).
● Dragão (Ap 12.17).
● Príncipe deste mundo (Jo 12.31).
● O deus deste século (2ª Co 4.4).
● Acusador dos irmãos (Ap 12.10).
● Belzebu -- príncipe dos demônios (Mt
12.24).
● Belial (2ª Co 6.15).
Certamente este ente espiritual
desvirtuado é citado como o grande inimigo de Deus e dos homens. Interessante
notar que Paulo lhe atribui um título: “príncipe deste mundo” (Ef 2.2). Mas seu
fim está decretado por Deus.
2.
A expulsão do querubim ungido. A Bíblia diz que Satanás é o maioral
dos demônios (Mt 12.24; 25.41). No princípio, Deus criou o querubim ungido,
perfeito em sabedoria e formosura, o qual era o selo da simetria (Ez 28.12-15).
Ele se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda,
saíram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em
prisão (2ª Pe 2.4; Jd 6). Apesar de a Bíblia não fornecer detalhes sobre os
demônios, essas passagens bíblicas podem apontar a sua origem.
- Este é um resumo simplório para um
assunto complexo e de poucas informações claras nas Escrituras. Lúcifer é
chamado também de “querubim da guarda ungido”, uma categoria angelical elevada.
Pode-se deduzir dos vários textos bíblicos que Lúcifer governava e liderava
anjos, guiando-os em louvor e júbilo a Deus. Estudiosos da gramática hebraica
afirmam que a palavra “da guarda”, em Ezequiel 28.14-16, significa literalmente
“quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e nem
nada para ser guardado.
- A maior catástrofe da história da
criação universal foi sem dúvida, a desobediência a Deus por parte de Lúcifer,
e a consequente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele em sua
maldade. Sua queda ocorreu quando o orgulho tomou conta do seu ser. Isso foi
procedido de cinco “eis”, que demonstravam o seu espírito insubmisso e
exaltado, e foram:
● “Eu subirei ao céu”.
● “Acima das estrelas de Deus exaltarei
o meu trono”.
● “No monte da congregação me
assentarei”.
● “Subirei acima das mais altas nuvens”.
● “Serei semelhante ao altíssimo”.
- O orgulho tomará conta da mente e do coração
dessa criatura, a qual foi criada para ser uma benção, mas que escolheu ser
contrário ao Seu Criador. São fatos como esses que nos mostram a grandeza do
nosso Deus. Na queda dos anjos vemos o quanto o Senhor é perfeito e
maravilhoso. Ele nunca criou uma criatura robótica, que simplesmente recebe
ordens, mas sim a todos concedeu o livre arbítrio (o fato de podermos escolher
o nosso destino). Saber que Lúcifer caiu, que o homem seguiu o mesmo destino,
nos leva a contemplar quão grandioso é o Senhor. Hoje de livre e espontânea
vontade podemos escolher servir ao Senhor. Aleluia!!!” (Anjos do Mal, CACAP.
Disponível em: http://www.cacp.org.br/anjos-do-mal/. Acesso em: 12 Jan, 2019).
Quando exatamente ele pecou não está
registrado nas Escrituras. Pode ter ocorrido fora do tempo como nós o
conhecemos, isto é, antes da criação do tempo e do espaço.
3.
Os demônios na cultura pagã. Os termos gregos traduzidos por “demônio”
no Novo Testamento são daimonion, “demônio,
um deus, uma divindade”, para designar os deuses pagãos (Dt 32.17); e daimon, “um espírito mal, demônio”. Os
demônios foram posteriormente concebidos como seres espirituais intermediários
bons ou maus, ou seja, os anjos e os espíritos malignos. A natureza
inconsequente desses espíritos os associa com o mal, com toda a maldade do
mundo.
- A palavra grega Daemon significa “espirito” e “divindade”, e é utilizada nos
escritos gregos para se referir tanto a seres espirituais bons quanto maus. A
outra palavra citada pelo comentarista é um plural. Com a palavra daimónion, as crenças populares gregas
descrevia espíritos de falecidos que dispunham de poderes sobrenaturais e que
intervinham na natureza e sobre os homens de forma sobrenatural. Contra estes
ataques o homem precisava se defender através da magia. Mais tarde a filosofia
grega os elevou a semi-deuses, ou seja, intermediários entre os deuses e os
homens. (v. d. Born: 1987: Demônios). Daemones
designa um ser mitológico grego muito semelhante a um gênio, comum na mitologia
árabe. Se analisar a origem da palavra Daemon
em latim ela significa nada menos que demônio.
- Não faz parte deste tópico, mas, a
primeira ocorrência se encontra em Levitico 17.7: “Nunca mais oferecerão os seus
sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por
estatuto perpétuo nas suas gerações”
II.
A BATALHA NO CÉU
1.
O arcanjo Miguel e o dragão (v.7). Miguel é anjo, o príncipe dos filhos de
Israel, na qualidade de arcanjo, e lidera uma guarnição angelical (Dn 10.13,
21; 12.1; Jd 9). O dragão é identificado com o próprio Diabo e Satanás, a
antiga serpente (v.9), em uma referência à serpente do Éden (Gn 3.1-4,13-15).
Miguel é mais poderoso do que o dragão, pois peleja pelo poder de Deus e,
juntamente com os seus liderados, expulsa Satanás e seus anjos do céu (Ap 12.8).
- O versículo 7 lança luz sobre a
identidade da serpente em Gênesis – ela na verdade é Satanás. Esta é a primeira
de doze vezes que a palavra dragão aparece no Apocalipse. Não há dúvida sobre a
identidade do dragão (12.9).
Miguel é um arcanjo e aparece 5 vezes na
Bíblia:
● em Daniel 10.13 – um anjo apareceu ao
profeta Daniel em uma visão e lhe explicou que só não tinha chegado mais cedo
porque o príncipe da Pérsia (um agente de satanás) o impediu. Mas quando o
arcanjo Miguel chegou e o ajudou, ele conseguiu chegar a Daniel.
● em Daniel 10.20-21; 11.1 - Miguel
ajudou a lutar contra o príncipe da Pérsia e da Grécia e tinha recebido ajuda
do anjo da visão de Daniel.
● em Daniel 12.1 – diz que o arcanjo
Miguel virá no fim dos tempos e terá um papel importante que não é explicado.
● em Judas 1.9 – está escrito que o
arcanjo Miguel entrou em uma disputa com o diabo pelo corpo de Moisés quando
ele morreu. Nessa disputa Miguel mostrou sabedoria ao não entrar em difamações,
mas deixou a repreensão para Deus.
● em Apocalipse 12.7-9 – João tem uma
visão sobre uma grande batalha nos céus entre o exército dos anjos de Deus,
liderado por Miguel, e o exército de Satanás.
Por essas 5 referências sabemos que
Miguel é um arcanjo – um príncipe entre os anjos, ou anjo principal. Ele tem
mais poder que alguns anjos e ajuda a lutar contra os elementos mais poderosos
do exército de satanás. Miguel é um grande guerreiro e defende o povo de Deus.
“A literatura judaica ensinava que em
toda a esfera celestial havia “sete arcanjos”: (Gabriel, Miguel, Remuel,
Raquel, Rafael e Saracael e Uriel). Os autores do livro de Enoque falam disso,
mas as Escrituras só designam apenas um: Miguel como Arcanjo (1Ts 4.16; Jd
v.9). Podemos depreender que antes de sua queda Lúcifer era também um arcanjo,
igual a Miguel (cf. Ez 28.1).” (Apocalipse 12.7 Explicado. Disponível em:
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/12/apocalipse-127-explicado.html.
Acesso em: 12 Jan, 2019).
2.
A expulsão de Satanás (v.8). Essa passagem é muito disputada pelos
expositores bíblicos e há diversas interpretações. Nessa guerra escatológica,
há os que acreditam que se trata da queda original de Satanás, e outros afirmam
que não há ligações com essa queda. Outra interpretação é que Satanás teria
acesso ao céu antes da ascensão de Jesus. O argumento usado se baseia em
algumas passagens do Antigo Testamento (1º Rs 22.23; Jó 1.6-9; 2.1-6; Zc
3.1,2). De uma forma ou de outra, a derrota do Inimigo já está decretada, conforme
revelou o próprio Senhor: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu” (Lc 10.18).
A expressão “eu via” diz respeito a uma ação contínua, e isso mostra que Jesus
contemplava, em visão, a queda de Satanás, enquanto os setenta pregavam o
evangelho.”
O capítulo 12 de Apocalipse mostra o
poder dos servos de Deus sobre o diabo. Ele tenta de várias maneiras derrotar
os fiéis, mas não consegue. Nesta batalha no mundo espiritual, mais uma vez não
prevaleceram, perderam a batalha contra Miguel. O resultado desta batalha é
importante, o diabo perdeu e saiu enfraquecido. O poder dele depois da vitória
de Jesus na cruz é menor do que o poder que tinha anteriormente. Qualquer
aspiração de Satanás de dominar os servos de Deus, ou até de vencer o próprio
Cristo, foi negada pela vitória de Jesus e a vitória resultante de Miguel. Os
versículos seguintes frisarão alguns aspectos importantes desta derrota do
diabo.
.
3.
A vitória final sobre Satanás. A derrota final de Satanás, na verdade,
teve início com a morte, ressurreição e ascensão de Jesus. A partir daí, as
acusações do Diabo contra nós caíram por terra, porque quem nos justifica
diante de Deus é o próprio Cristo (Rm 5.1; 8.33). No Apocalipse, vemos que
Miguel e seus anjos vencem o dragão e seus demônios (Ap 12.7-9). O mérito da
vitória, porém, não cabe ao arcanjo, pois este sempre atuou em nome do Senhor
(Jd 9). Mais adiante, o Diabo é amarrado por mil anos, para, finalmente, ser
lançado no lago de fogo (Ap 20.3,10). Diante das arremetidas do adversário,
sejamos valentes e confiantes na pronta intervenção divina, pois temos, nesta
luta, uma gloriosa promessa (Rm 16.20).
- A derrota dele já está decretada desde
sua queda. Em João Jesus afirma que “o príncipe deste mundo já está julgado”
(Jo 16.11). O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos
que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb
2.14-15). Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para
isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo
3.8). Quando foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus,
restou somente a possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército
que perde e se retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas
desprotegidas que encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são
expulsos do céu e conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo
12). O fato de o diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus.
Satanás foi derrotado, e jamais terá a vitória.
III.
O MAIORAL DOS DEMÔNIOS
1.
A Serpente.
O termo “dragão” é drakon em grego e
é usado na Septuaginta para traduzir algumas palavras hebraicas, como tanim e leviatan, cujo sentido é diversificado como “monstros, animais do
deserto, serpentes”. No Novo Testamento, só aparece em Apocalipse, e aqui é
chamado de “o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que
engana todo o mundo” (v.9). A serpente que enganou Eva é o próprio Satanás (Gn
3.1-4; 14,15). Ele é perito em enganar como fez com Eva e ainda hoje esta é uma
de suas especialidades (2ª Co 2.11; 11.3).
- Desde a primeira vez que Satanás
aparece na Bíblia, ele é descrito como uma serpente, destacando a sua
sagacidade (Gn 3.1). É o mesmo que tentou Eva e continua lutando contra e
seduzindo os homens desde o princípio. Ele cresceu em astúcia e maldade e poder
sobre os homens ao longo da história.
2.
Satanás.
Não é possível descrever todos os nomes do inimigo de Deus e do seu povo. O
nome mais conhecido vem do hebraico satan,
“Satanás, adversário”. É no prólogo do livro de Jó que Satanás aparece pela
primeira vez como ser espiritual que acusa os justos diante de Deus. As
Escrituras o revelam primeiramente com nome pessoal quando induz o rei Davi a
fazer o recenseamento: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi
a numerar a Israel” (1ª Cr 21.1).
- O dragão é o inimigo que procura
derrotar e destruir os homens e se opõe a Deus e a todas as coisas boas e
santas. “Satanás (adversário); Diabo (difamador); Lúcifer (O filho da Alva).
A) Ele é uma criatura (Ez 28.14).
B) Ele é um ser espiritual (Ef 6.11-12).
C)
Ele pertence a ordem dos Querubins (Ez 28.14).
D) Ele é homicida e mentiroso (Jo 8.44).
E) Ele é um pecador obstinado (1ª Jo
3.8).
F) Ele é um adversário (1ª Pe 5.8).
Deve ficar claro que a figura de Satanás
não é uma questão de dualismo entre o bem e o mal. A despeito da clareza que a
Palavra de Deus quanto à onipotência de Deus muitos evangélicos estão agindo
dentro do pensamento dualista, entendendo que Deus e Satanás são forças iguais,
porém opostas, e a todo o momento o Reino de Deus está ameaçado pela derrota,
estando os cristão chamados a uma guerra para defender a soberania de Deus e
seus territórios neste mundo.
3.
O Diabo.
O termo grego diábolos, “caluniador”,
é usado com frequência na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica satan, “adversário”. O termo vem do
verbo diabállo, “acusar, difamar,
enganar, provocar um desacordo”. A especialidade dele é enganar e acusar
(v.10). Jesus disse que a essência da natureza dele é a mentira: “Vós tendes
por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida
desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele;
quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai
da mentira” (Jo 8.44). Sua habitação ainda não é o inferno; ele ainda será lançado
nesse lugar, “o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
- Do grego diabolos, significa acusador, difamador, caluniador. A palavra bem
descreve o caráter e o procedimento do dragão. é o título mais comum atribuído
à Lúcifer. É o inimigo, ou seja o inimigo de Deus e dos cristãos, e de todas as
pessoas. Uma distinção muito importante é que, apesar de ter certo poder, não é
onipotente. Não é correto falarmos de “diabos”, pois só existe um, ou seja,
Satanás. (BOL dicionário Almeida: DIABO, e v. d. Born 1987: Demônios).
IV.
O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
1.
O contexto bíblico.
Há relativamente pouco registro sobre os demônios no Antigo Testamento. A
Septuaginta traduz quatro termos hebraicos por daimonion, “demônio”, e um por” (Is 65.11). A tradição judaica
considera os demônios como anjos caídos que se uniram a Satanás na sua rebelião
contra Deus. Os demônios são identificados no Novo Testamento como os espíritos
imundos (Lc 4.33; 8.29; Ap 18.2) e os espíritos malignos (Lc 8.2). Eles são
malévolos, podem entrar nas pessoas (Lc 11.24-26) e causam todo o tipo de
doença (Lc 9.39-42), embora nem todas enfermidades sejam de origem demoníaca
(Lc 13.32).
- No NT recebe vários nomes, Satanás,
Satã, Diabo, Belial, Belzebu. Recebe também títulos como O príncipe deste
mundo, acusador, maligno, inimigo. O conceito que o NT transmite é o seguintes
aspectos: anjo caído (2ª Pe 2.4; Jd 6), o grande adversário de Deus e senhor
deste mundo. O armado forte (Mt 12.29 par) O seu escopo é tentar os homens (Mt
4.3; 1ª Ts 3.5; 1ª Co 7.5) e perdê-los (Jo 8.44), pela sua própria culpa
tornam-se seus escravos (Hb 2.14; 1ª Jo 3.8,10). O pecado é a própria esfera em
que ele vive (1 Jo 3.8) ele é sua origem (2ª Co 11.3; Jo 8.44), instigador (1ª
Ts 3.5; Mt 4.1) e perpetuador (Ef 2.2). Os maus espíritos lhe são submissos (Mt
25.41; 2ª Co 12.7 Ef 2.2; 6.12 Ap 10.9). Ele está atrás do paganismo com sua
idolatria e magia (At 13.10), é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 1ª Jo 5.19)
e até o deus deste mundo (2ª Co 4.4). S. É chamado também serpente, como em Sab
2.24 (2 Co 11.3; Ap 12.9). (De Fraine 1987: Satanás). Sabemos que Satanás tem
poder e está ativo no mundo. Citamos alguns exemplos das suas artimanhas. Sua
maldade invisível (cf “poder das trevas” em Cl 1.13) está atrás da traição de
Judas (Lc 22.3; Jo 6.70; 13.2, 27); ele impugna a obra dos discípulos de Jesus
(Lc 22.31, a jovem comunidade cristã (At 5.3) a pregação dos apóstolos (1ª Ts
2.18); até certas doenças lhe são inculpadas (Lc 13.16; 1ª Co5.5; 2ª Co12.7).
Espreita as comunidades cristãs, mas na forço da fé podem resistir-lhe (Rm
16.20; Ef 6.16; 1ª Pe 5.8 etc). (De Fraine 1987” (Demonologia e Batalha
Espiritual. Disponível em: http://www.ibpan.com.br/images/stories/Downloads/Estudos_Biblicos/Demonologia%20e%20Batalha%20Espiritual.pdf.
Acesso em: 12 Jan, 2019)
2.
O triunfo de Cristo. A
vitória preliminar de Jesus sobre Satanás começa na tentação do deserto (Mt
4.11). O Diabo já está derrotado preliminarmente (Jo 12.31). Jesus disse que o
príncipe desde mundo já está julgado (Jo 16.11). Mesmo assim, ele continua se
opondo à obra de Deus. Satanás causou diversos infortúnios ao apóstolo Paulo,
com o espinho na carne (2ª Co 12.7) e o impedimento nas jornadas missionárias
(1ª Ts 2.18). Nós não devemos ignorar as suas astúcias (2ª Co 2.11). Em breve,
Deus “esmagará Satanás debaixo de nossos pés” (Rm 16.20).
- Devido à vitória de Jesus na morte e
ressurreição, o diabo não tem o mesmo poder de antes. Quando chegou em
Jerusalém na semana da Páscoa para ser crucificado, Jesus disse: “Chegou o
momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12.31)
e “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11). Frustrados pelas
derrotas já sofridas, ele e seus anjos tentarão derrotar os habitantes da
terra. Este trecho esclarece o significado de outras passagens que falam sobre
a vitória de Jesus sobre o diabo. Na sua morte e ressurreição, Jesus venceu
Satanás. O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte, destruísse
aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo
pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15).
Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para isto se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). Jesus
já venceu. O diabo já perdeu. Ele não tem mais o mesmo poder de antes. Quando
foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus, restou somente a
possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército que perde e se
retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas desprotegidas que
encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são expulsos do céu e
conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo 12). O fato de o
diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus. Satanás foi
derrotado, e jamais terá a vitória”. (A Derrota do Dragão (Ap 12.1-17).
Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/b09_21.htm. Acesso em: 12 Jan,
2019).
CONCLUSÃO.
Os
demônios são reais, são espíritos maus e imundos, o oposto dos anjos. Jesus é a
única garantia de que eles nada podem contra nós; antes, Jesus disse: “Eis que
vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e
nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).
“A salvação vem pela graça mediante a fé
(Ef 2.8), mostrando a obra divina e a resposta humana. A vitória sobre o diabo
e seus anjos também depende da obra divina e da resposta dos servos. O sangue
do Cordeiro é absolutamente fundamental à vitória. Nenhuma doutrina que omite a
cruz nos leva ao galardão preparado por Deus. O único caminho é Jesus (Jo 14.6),
o único evangelho é a mensagem de “Jesus Cristo e este crucificado” (1ª Co 2.2),
e o único meio pelo qual obtemos a redenção é o sangue do Filho Amado (Ef 1.6-7).
“E por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não
amaram a própria vida” (v. 11). A resposta dos servos, os irmãos (versículo
10), envolve uma dedicação total ao Senhor. Nesta descrição da obediência dos
fiéis, encontramos as exigências básicas do discipulado dadas por Jesus em Mc
8.34:
1. “A si mesmo se negue” – “não amaram a
própria vida”.
2. “Tome a sua cruz” – “mesmo em face da
morte”.
3. “E siga-me” – “por causa da palavra
do testemunho que deram”.”
“Achando-se as tuas palavras, logo as
comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo
teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jr 15.16).
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