TEOLOGIA EM FOCO: A NATUREZA DOS ANJOS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A NATUREZA DOS ANJOS



TEXTO ÁUREO
“Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra.” (Sl 103.20).

VERDADE PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e celestiais a serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a salvação.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.26-35 “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. 30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, 31 E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33 e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. 34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”

INTRODUÇÃO. “Os anjos estão presentes na Bíblia desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, e o número deles é incontável. Eles apareceram a muitas pessoas na história do povo de Deus, trazendo uma missão específica. A presente lição pretende mostrar que eles não são mitos nem lendas, mas seres reais, e continuam atuando na vida da Igreja.”

- Estamos sendo treinados para passarmos a eternidade com o Senhor e ao lado destes seres criados para servir, então será muito útil aprendermos tudo o que pudermos a partir das Escrituras sobre os anjos e elas indicam que no céu nos uniremos aos anjos para adorar a Deus ao redor do Seu trono. Apocalipse 4 descreve a primeira cena que João testemunhou em sua visão do céu: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (Ap 4.4). Os anciãos representam a igreja. O fato de haver lugares permanentes para eles indica que o povo redimido de Deus perpetuamente adorará ali ao lado dos anjos. O escritor de Hebreus diz que os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir os que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Deus ordena aos Seus anjos que cuidem dos Seus santos, mas não há apoio escriturístico que apontem anjos governando nem sobre eles ou receberem adoração. Os anjos, como servos de Deus, interferem de tempos em tempos nos assuntos humanos, mas a forma como isso acontece, sabemos muito pouco. Na verdade, a Bíblia não revela tudo o que gostaríamos de saber sobre os anjos. Os anjos são seres espirituais que podem, até certo ponto, assumir forma humana. A maior coisa que podemos aprender dos anjos é sua obediência instantânea e sem questionamentos às ordens de Deus. “A existência dos anjos, conforme veremos a  partir de agora,  é  claramente demonstrada pelo ensino, tanto  do  Antigo, quanto do Novo Testamentos. São inúmeros os textos do AT que comprovam a realidade da existência dos anjos (Gn 32.1,2; Jz 6.11ss; 1º Rs 19.5; Ne 9.6; Jó 1.6; 2.1; Sl 68.17; 91.11; 104.4; Is 6.2,3; Dn 8.15-17). Nos textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas funções principais de servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de Deus, obedecer Sua vontade, executar a vontade de Deus, e também como guerreiros. No contexto do NT, os anjos não são apresentados simplesmente como “mensageiros de Deus”, mas também como “ministros aos herdeiros da salvação” (Hb 1.14). Outrossim, a existência dos anjos é apresentada de maneira inequívoca no NT (Mt 13.39; 13.41; 18.10; 26.53; Mc 8.38; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16; 2ª Ts 1.7; Hb 1.13,14; 12.22; 1ª Pe 3.22; 2ª Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9.) (CACP). O termo teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do grego angelos, “anjo” e logia, “estudo”, “dissertação”). Angelologia, se constitui, portanto, de doutrina específica dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos. Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. OS ANJOS
1. Quem são eles? Os anjos são uma classe de seres criados por Deus, assim como os seres humanos foram também criados. A palavra “anjo” chegou à nossa língua pelo latim angelus, uma transliteração do termo grego angelos, que a Septuaginta empregou para traduzir o hebraico mal'ak, “mensageiro, anjo”. Na nossa cultura, quando se fala em anjo, todos entendemos o que isso significa; vêm à nossa mente os seres espirituais e sobrenaturais que habitam o céu. Mas o termo tem significado mais amplo.”

- Os anjos foram criados por Deus (Sl 148.2 e 5); O fato de serem criaturas está implícito em 1ª Timóteo 6.16. O tempo da criação dos anjos é deixado indefinido na Bíblia, apenas sabemos que quando foram lançados os fundamentos da Terra os anjos já existiam (Jó 38.4,7; Is 14.12); são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. Em nenhum lugar a Bíblia afirma que os anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus, como foram os humanos (Gn 1.26). Interessante notar que Jesus ensinando sobre nosso estado na ressurreição “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22.30) assevera que nós seremos “como os anjos” - espírito, e não anjos.
  
2. Os gregos e os romanos. O mundo grego usava angelos para um mensageiro ou embaixador em assuntos humanos, alguém que fala ou age em nome de quem o enviou. Foi essa a palavra usada na Septuaginta para traduzir o hebraico mal'ak. Entre os romanos, a ideia não era diferente dos gregos.”

- Como expliquei no subtópico anterior, a palavra original correspondente no grego ‘angelos’ é usado tanto para mensageiros humanos (1ºRs19.2; Lc 7.24 e 9.52), quanto divinos. O primeiro tipo de anjo mencionado na Bíblia são os querubins, que foram enviados por Deus para proteger a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn 3.24). A Escritura usa várias expressões para descrever os anjos. Eles são chamados de “seres celestiais” (Sl 89.6); “Filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1; 38.7); “Santos” (Sl 89.5); “estrelas da alva” (Jó 38.7), “príncipes” (Dn 10.13); e “principados e potestades” (Ef 3.10).

3. Na Bíblia. O termo mal'ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2ª Pe 2.11). Eles pertencem à corte de Javé no céu, onde o louvam e o servem (Is 6.2,3; Ap 5.11; 7.11). Convém nunca perder de vista que essa palavra se aplica também a mensageiros humanos; o profeta Ageu foi chamado de mal'al Yahweh, “o embaixador do SENHOR” (ARC) ou “enviado do SENHOR” (ARA). João Batista é outro exemplo do uso do termo para os humanos (Ml 3.1; Mc 1.2-4).”

- O termo português ‘anjo’ é derivado do latim ‘angelus’, que por sua vez deriva-se do grego ‘angelos’ (lê-se ‘anguelos’). No hebraico o termo é ‘malak’, que pode ser traduzido por “mensageiro”, o que designa a ideia de ofício de mensageiro. O grego clássico emprega o termo angelos para mensageiro, embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No Antigo Testamento, onde o termo malak ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres celestiais, membros da corte de Yahweh, que servem e louvam a Ele (Ne 9.6; Jó 1.6), são espíritos ministradores (1ºRs 19.5), transmitem a vontade de Deus (Dn 8.16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl 103.20), executam os propósitos de Deus (Nm 22.22), e celebram os louvores de Deus (Jó 38.7; Sl 148.2). No Novo Testamento, a palavra angelos aparece por 175 vezes, aparecem como representativos do mundo celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes às do Antigo Testamento são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2.9-11; Hb 1.6), são espíritos ministradores (Lc 16.22; At 12.7-11; Hb 1.7,14), transmitem a vontade de Cristo (Mt 2.13,20; At 8.26), obedecem a vontade d’Ele (Mt 6.10), executam os Seus propósitos (Mt 13.39-42), e celebram os louvores de Cristo (Lc 2.13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a concepção de Cristo (Mt 1.20,21), Seu nascimento (Lc 2.10-12), Sua ressurreição (Mt 28.5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1.11). Foi Agostinho no século IV d.C. quem desenvolveu o estudo acerca do mundo angelical. Segundo esse Pai da Igreja, os anjos teriam uma natureza puramente espiritual e livre. Comentando o Gênesis, Agostinho definiu as funções destes seres celestes, que seriam responsáveis pela glorificação de Deus e pela transmissão da vontade divina. Agostinho afirmava que os anjos estariam voltados tanto para o mundo espiritual quanto para o mundo visível, no qual interviriam com certa frequência.

II. OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1. Natureza. Os anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional. São em grandes multidões no céu (Hb 12.22; Ap 5.11). Como criaturas, não são autônomos nem independentes; não agem como tal e nunca receberam adoração. A habitação deles é o céu, e eles veem sempre a face do Pai (Mt 18.10). Não possuem corpo físico ou material, mas podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as manifestações angelofânicas. Essas aparições ocasionais são bíblicas (Jz 13.6; Hb 13.2). Os anjos são assexuados, não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36).”

- É importante ressaltar que os anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de sua criação (Ne 9.6; Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em que parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos ver em Jó 38.4-7 e Gn 1,1; 2.1. Não podemos também definir número, mas sabemos que um ‘exercito’ compreende grande quantidade, uma ‘legião’ compreende um número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22); Segundo Apocalipse 5.11, eles são milhões de milhões e milhares de milhares. Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem (Mt 22.30). “São seres espirituais – incorpóreos (Hb.1.14). Não tem corpo físico, mas podem assumir forma corpórea (Gn 18.19; Sl 104.4; Hb 1.7; Ef 6.2; Mt 8.16; 12.45; Lc 7.21; Ap 16.14). São imortais – Os anjos não estão sujeitos à dissolução: nunca morrem. A imortalidade dos anjos se deriva de Deus e depende de Sua vontade. Os anjos são isentos da morte, porque assim Deus os fez (Lc 20.35,36). Não se reproduzem conforme sua espécie – As Escrituras em parte alguma ensina que os anjos são seres assexuados. Inferências encontramos referindo-se aos anjos, com o uso de pronomes do gênero masculino (Dn 8.16,17; Lc 1.12,29,30; Ap.12.7; 20.1; 22.8,9). Mas, não obstante, o casamento, a reprodução, não é da ordem ou do plano de Deus. São poderosos – Dotados de poder sobre-humano (Sl 103.20; 2Pd 2;11). São uma classe de seres criados superiores aos homens (Sl 8.5; Hb 2.10). Contudo, esse poder tem seus limites estabelecidos, não são Onipotentes (2ª Ts 1.7; 2º Sm 24.16,17). Veja demonstração de poder dos anjos: At 5.19; 12.7,23; Mt 28.2).


2. Ofício. Não é possível descrever todas as atividades dos anjos em tão pouco espaço. A Bíblia mostra a atuação deles nas diversas esferas no céu e na terra. Uma de suas atividades, e a principal delas, é louvar e glorificar a Deus (Sl 148.2; Ap 7.11,12). Eles executam obras em favor de homens e mulheres para socorrer e ajudar nas suas dificuldades, e são eles que levam os salvos ao lar eterno (Lc 16.22).”

- Apesar de terem vontade, os anjos são, como todas as criaturas, sujeitos à vontade de Deus. Os anjos bons são enviados por Deus para ajudar os crentes (Hb 1.14). A seguir, algumas atividades que a Bíblia atribui aos anjos:
● Eles louvam a Deus (Salmos 148:1,2; Isaías 6:3).
● Eles adoram a Deus (Hb 1.6; Ap 5.8-13).
● Eles se regozijam nos feitos de Deus (Jó 38.6-7).
● Eles servem a Deus (Sl 103.20; Ap 22.9).
● Eles se apresentam perante Deus (Jó 1.6; 2.1).
● Eles são instrumentos dos julgamentos de Deus (Ap 7.1; 8.2).
● Eles trazem respostas às orações (At 12.5-10).
● Eles ajudam a ganhar pessoas para Cristo (At 8.26; 10.3).
● Eles observam a ordem cristã, obra e sofrimento (1ª Co 4.9; 11.10; Ef 3.10; 1º Pd 1.12).
● Eles dão encorajamento em tempos de perigo (At 27.23-24).
● Eles cuidam dos justos no momento da morte (Lc 16.22).

- O que a Bíblia diz sobre anjos da guarda? Embora a expressão “anjo da guarda” não ocorre na Bíblia, muitas pessoas acreditam que cada indivíduo recebe um “anjo da guarda” no dia do nascimento ou no dia do batismo. Porém, a Bíblia não diz nada sobre isso. Uma das passagens bíblicas mais conhecidas para defender esta interpretação está registrada no Salmo 34: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34.7). Outra passagem encontra-se no Evangelho de Mateus, quando o Senhor Jesus, falando acerca dos pequeninos, declarou: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Porém, essas passagens não provam nada. Essas passagens não ensinam que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, mas, simplesmente expressam o cuidado geral de Deus por Seu povo através dos anjos. Uma interpretação provável para expressão “seus anjos nos céus” é que eles estão prontos para a ação por ordem de Deus. Sabemos que os anjos são “espíritos ministradores” enviados para servir os cristãos (Hb 1.14). Mas se cada pessoa possuiu um anjo da guarda, a Bíblia não diz nada especificamente. A Bíblia fala de um “exército celestial” – Todos os anjos que velam pelo povo de Deus. Assim, neste exato momento, há um pelotão de forças angelicais cuidando de sua vida. Assim, a noção popular de um anjo da guarda para cada crente não tem base Bíblica. Ao invés disso, a Escritura afirma uma verdade ainda mais preciosa: o cuidado de um crente não é a tarefa de apenas um anjo; todo o exército angelical, em consenso, cuida de cada crente e de sua salvação (Gn 32.1-2; 2º Rs 6.17; Lc 15.10; 16.22).

3. A ação dos anjos durante o ministério de Jesus. Sua participação já começa antes mesmo do nascimento de Jesus, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.18,19), e seis meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (vv. 26-31). Os anjos assistiram a Jesus durante todo o seu ministério terreno, na tentação do deserto, na agonia do Getsêmani, na sua ressurreição e na ascensão ao céu (Mc 1.13; Lc 22.43; Mt 28.2-6; At 1.10).”

3.1. Em seu nascimento.
a. Previsão. Gabriel predisse o nascimento de Jesus (Mt 1.20; Lc 1.26-28).
b. Anúncio. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus aos pastores e foi acompanhado em seu louvor por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15).

3.2. Durante sua vida.
a. Alerta. Um anjo alertou José e Maria a que fugissem para o Egito, escapando, assim, da ira de Herodes (Mt 2.13-15).

b. Direção. Um anjo orientou a família para retornar a Israel após a morte de Herodes (Mt 2.19-21).

c. Ministração. Anjos ministraram a Jesus após sua tentação no deserto (Mt 4.11) e seu conflito no Getsêmani (Lc 22.43).

d. Defesa. Jesus disse que havia legiões de anjos preparadas para defendê-lo se ele os chamasse (Mt 26.53).

3.3. Após sua ressurreição.
a. Na pedra. Um anjo rolou para longe a pedra que fechava a entrada do sepulcro de Jesus (Mt 28.1-2).

b. Anúncio. Anjos anunciaram a ressurreição para as mulheres na manhã do domingo de Páscoa (Mt 28.5,6; Lc 24.5-7).

c. Ascensão. Anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.10-11).

3.4. Na Segunda Vinda de Jesus.
a. Arrebatamento. A voz do arcanjo será ouvida no arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16).
b. Segunda Vinda. Os anjos vão acompanhá-lo na Segunda Vinda (Mt 25.31; 2ª Ts 1.7).
c. Juízo. Os anjos vão separar o joio do trigo na Segunda Vinda (Mt 13.39-40).”

III. AS HOSTES ANGELICAIS
A Bíblia menciona as categorias angelicais sem apresentar detalhes de sua natureza; somente se manifesta em alguns casos, como veremos a seguir.

1. Ás hierarquias angelicais. O apóstolo Paulo inclui nessas hierarquias duas duplas de seres: “tronos e dominações” e “principados e potestades” (Cl 1.16). Alguns acham que a primeira dupla seja uma referência às “coisas visíveis”; e as outras duas, às "coisas invisíveis". Uma tentativa sem sucesso. Os tronos estão localizados no céu (Dn 7-9; Ap 4.4), mas a literatura pseudoepígrafa dos antigos rabinos tem os tronos como seres celestes. A maioria dos expositores do Novo Testamento reconhece o termo "tronos" nesse contexto como classificação angelical. As dominações se referem aos poderes celestes (Ef 1.20,21). A explicação sobre os principados e potestades foi dada na lição passada.”

- A única referência clara a uma hierarquia é Apocalipse 12.7, que mostra que o arcanjo Miguel tem outros anjos debaixo de seu comando. No entanto, não há dúvidas de que encontramos na Bíblia evidências da existência de uma hierarquia entre os anjos, isto é, se acham organizados de forma hierárquica, numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus. Paulo aponta diretamente para isto quando usa a expressão “principados e potestades”. Essa designação indica a existência de certos anjos que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico. Paulo emprega essa expressão tanto para se referir aos anjos caídos como para se referir aos anjos de Deus sendo que, em duas ocasiões ele fala de anjos maus, isto é, demônios (Ef 6.12; Cl 2.13); e em outras duas ele fala dos santos anjos de Deus (Ef 3,10; Cl 1.16). O apóstolo Pedro também emprega essa mesma expressão para se referir aos anjos do Senhor (1ª Pd 3.22). Não confunda essa hierarquização com o assunto estudado na lição anterior sobre espíritos territoriais. Nos últimos tempos muitas heresias surgiram relacionadas à hierarquia dos anjos. Os propagadores dessas heresias defendem a ideia de que existem seres angelicais que se ocupam em uma organização hierárquica territorial. Nas Escrituras encontramos três classes ou tipos de anjos:

● Querubins: anjos dotados de grande poder e majestade. São frequentemente mencionados em conexão com a adoração a Deus e a revelação de sua glória (Êx 25.18; 2º Sm 22.11; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Hb 9.5).
● Serafins: anjos que parece próxima à classe dos querubins. São mencionados apenas pelo profeta Isaías. Os serafins são descritos pelo profeta com uma riqueza de detalhes que revela seu serviço em torno do trono de Deus (Is 6.2,6).
● Arcanjo: apenas Miguel é mencionado na Bíblia pertencente a esta classe (Jd 9). Alguns estudiosos acreditam que possa haver mais arcanjos, enquanto outros afirmam que apenas Miguel ocupa esse posto. Ele é retratado na Bíblia como um comandante do exército celestial a serviço de Deus, ou seja, ele ocupa o posto mais elevado na hierarquia dos anjos (Dn 10.13-21; Jd 9; Ap 12.7).

2. Serafins e querubins. São outras duas categorias de anjos sobre as quais a Bíblia revela algo mais do que as categorias anteriores. O termo serafim significa "flamejante, brilhante, refulgente". Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins simbolizam a transcendência de Deus, o qual “habita entre os querubins” (1º Sm 4.4). Eles são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da Arca do Concerto (Êx 25.18-20:37.7-9).”

- O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.

- Querubins. Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub”, tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (1º Sm 4.4; 2º Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar Santíssimo “ com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).

3. Arcanjos. Esse termo significa chefe ou líder dos anjos. Essa palavra só aparece duas vezes na Bíblia, em: “com voz de arcanjo” (1ª Ts 4.16) e “mas o arcanjo Miguel, quando contendia...” (Jd 9). Os tratados de teologia costumam incluir Gabriel como arcanjo. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados por nome na Bíblia. O nome “Miguel”, mikhael em hebraico, significa “quem é semelhante a Deus?”; e “Gabriel”, “varão de Deus”. As Escrituras Sagradas revelam existir mais seres no céu, da mesma natureza e com a mesma posição de arcanjo: e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia (Dn 10.13). Veja que a expressão um dos primeiros príncipes" mostra existirem outros como Miguel.”

- “A palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn 12.1). O arcanjo Miguel ‚ denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (1ª Ts 4.16)”.

IV. JESUS E O ARCANJO MIGUEL
O ministério dos anjos em relação a Jesus vem desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Miguel é anjo e se inclui também nesse ministério.

1. A identidade de Miguel. As Escrituras falam muito pouco a respeito desse anjo. O seu nome aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn 10.13,21; 12.1), arcanjo (Jd 9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Alguns grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Esse pensamento não nos surpreende, pois um desses grupos é arianista. O que nos chama a atenção é o fato de outros grupos cristãos, que afirmam crer na Trindade, confundam o Criador com a criatura.”

Esclarecendo o termo ‘arianismo’: doutrina de Ário 250-336, um professor do início do século 4 d.C., de Alexandria (Egito), que afirmava ser Cristo a essência intermediária entre a divindade e a humanidade, negava-lhe o caráter divino e ainda desacreditava a Santíssima Trindade. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Hoje, existem seitas que advogam esse ensino e que afirmam que sempre que Miguel é mencionado na Bíblia, refere-se à Pessoa de Jesus como Comandante dos exércitos celestiais em direta disputa com Satanás e os anjos maus. (Leia mais sobre este assunto aqui). Judas 9 é a única passagem das Escrituras que mostra ser Miguel um arcanjo. “O termo grego ἀρχ (gr. arch) significa, “chefe, líder” ou “cabeça”. Isto mostra que Miguel é um líder dos anjos. Seu nome em hebraico é מִֽיכָאֵ֗ל (Michael), significa ‘Quem é semelhante a Deus?’. O hebraísta Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenios, declara que a tradição rabínica afirma ser Miguel “um dos sete arcanjos”. Esses arcanjos aparecem na literatura rabínica apocalíptica, em que esses nomes são apresentados no livro pseudoepífrafo de Enoque: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel, Saracael, Gabriel e Remiel (1º Enoque 20.2-8; Tob 12.15)”. (CACP).

2. Uma diferença abissal. Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo seja o mesmo Miguel, pois há uma diferença abissal entre ambos: Jesus é Deus, o Criador e transcendente, Miguel é anjo, portanto, criatura (Jo 1.1-3; Cl 1.16,17; Jd 9). Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9).  Jesus é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21). Não se deve, portanto, confundir o Criador com a criatura.”

Distinções entre Jesus e Miguel:
● Jesus é chamado de Filho, mas Miguel não, por ser ele anjo.
● Jesus é Criador (Jo1. 3; Ap 1.18), Miguel é criatura que obedece ao Criador (Mt 26.53; Cl 1.16).
● Jesus é adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode ser adorado (Ap 22.8-9).
● Jesus, é o Senhor dos senhores (Ap 17.14), Miguel é um dos príncipes (Dn 10.13).
● Jesus é Rei dos reis (1ª Tm 6.15), Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1).

Jesus não é o Arcanjo Miguel. A Bíblia em nenhum lugar identifica Jesus como Miguel (ou como qualquer outro anjo). Hebreus 1.5-8 estabelece uma clara distinção entre Jesus e os anjos: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino.” A hierarquia dos seres celestiais é esclarecida nessa passagem – os anjos adoram a Jesus, o qual, como Deus, é o único digno de adoração. Nenhum anjo é jamais adorado nas Escrituras; portanto, Jesus (digno de adoração) não pode ser Miguel ou qualquer outro anjo (não digno de adoração). Os anjos são chamados de filhos de Deus (Gênesis 6.2-4; Jó 1:6, 2:1, 38:7), mas Jesus é o Filho de Deus (Hebreus 1.8, Mateus 4.3-6). O Arcanjo Miguel talvez seja o maior de todos os anjos. Miguel é o único anjo na Bíblia que é chamado de “Arcanjo” (Judas versículo 9). O Arcanjo Miguel, porém, é apenas um anjo. Ele não é Deus. A clara distinção no poder e autoridade de Miguel e de Jesus pode ser vista através da comparação de Mateus 4.10, onde Jesus repreende Satanás, com Judas, versículo 9, onde o Arcanjo Miguel "não se atreveu a proferir juízo infamatório" contra Satanás e chama o Senhor para repreendê-lo. Jesus é Deus encarnado (João 1:1,14). O Arcanjo Miguel é um anjo poderoso, mas ainda só um anjo.” (Is Jesus Michael the archangel? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Jesus-Michael-Archangel.html. Acesso em: 4 Jan, 2019)"

CONCLUSÃO. A Bíblia traz muitas informações acerca dos anjos e, apesar das inúmeras referências bíblicas, ainda muito pouco sabemos a respeito de quem eles são e do que fazem. A diferença entre os anjos e os humanos está, entre outras, no fato de que a nós o Criador deu a capacidade reprodutiva e, para tal, quando criou o ser humano, criou um casal que geraria outros da mesma espécie. Os anjos não se reproduzem.”
- A Escritura ensina que anjos ministram aos santos (Hb 1.14), e que algumas pessoas “hospedaram anjos sem saber” (Hb 13.2). Em nenhum lugar nas Escrituras somos encorajados a procurar evidências de anjos na vida cotidiana, além do que, Paulo adverte os crentes a não se tornarem adoradores de anjos (Cl 2.18). Os anjos não dormem, não tiram férias. Eles são ministros. São feitos ventos. Eles agem diuturnamente. O diabo tenta se fazer de anjo para enganar as pessoas. Eles estão ao nosso redor. Eles nos vigiam, nos guardam. Eles estão perto de nós. O mundo está povoado deles. Eles são milhões de milhões. Eles são guerreiros. Eles são adoradores. Eles trabalham em nosso favor. Eles são em maior número que os nossos adversários. Estamos do lado do vencedor!

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),

FONTE DE PESQUISA.
- Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Jan, 2019
- Rev. Hernandes Dias Lopes.

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