I.
INTRODUÇÃO
O
que é uma heresia? Para nós evangélicos, é toda doutrina que em matéria de fé
sustenta opiniões contrárias à Palavra de Deus. No estudo de heresiologia
(tratado sobre as heresias) procuramos apresentar uma descrição sintética das
principais religiões e seitas, dando uma noção geral da história, literatura,
doutrinas e outros conhecimentos que as caracterizam refutando-as com as
verdades imbatíveis das Escrituras Sagradas.
Muitos crentes julgam
desnecessário o estudo dessa matéria, afirmando que não nos interessa estudar
heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Sem querer criticar os que pensam
assim, dentre muitos outros motivos, julgamos os seguintes, suficientes para
nos levarem a estudar as religiões e seitas.
Muitas seitas cristãs
surgem pela má interpretação bíblica. A falta do conhecimento da hermenêutica e
aplicação da exegese leva o cristão se tornar um herético.
A palavra “hermenêutica”
deriva do termo grego Hermeneutikós, por sua vez derivado do verbo Hermeneuo,
significando: arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. É a
ciência que tem por objetivo descobrir o verdadeiro significado de um texto de
modo geral e mais abrangente; fala da teoria da interpretação de sinais e,
símbolos duma cultura e a arte de interpretar leis.
A exegese que significa
“guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado
documento, isto é, literalmente significa tirar de dentro para fora,
interpretar”. É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na
compreensão do texto.
Do ponto de vista
etimológico hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os teólogos
renomados procuram fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência de
interpretação, enquanto a exegese é a arte de aplicar essas normas.
O cristão até pode estar
bem intencionado, mas se lhe faltar estas duas faculdades, ele pode criar uma
heresia e até mesmo uma seita.
II. DEFINIÇÃO
Antes de identificar uma
seita precisamos saber seu significado. Seita e heresia, ambas derivam do
vocábulo grego háiresis, que significa escolha, partido, facção,
corrente de pensamento, divisão, escola, grupo ou cisão.
A palavra heresia é uma
adaptação do termo háiresis. Quando passado para o latim, háiresis
virou secta. Foi do latim que veio a palavra seita.
Em termos teológicos,
seita refere-se “a um grupo de pessoas que seguem as doutrinas anti-bíblicas
defendidas por esse grupo, que incorrem em interpretação errônea da Bíblia,
feita por uma ou mais pessoas”. “É uma perversão, uma distorção do cristianismo
bíblico ou uma rejeição dos ensinos históricos da igreja primitiva”. “Qualquer
religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria”.
Baseados nesta explicação,
podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem,
contudo, fazer parte de uma seita. Uma tal seita consiste num grupo de pessoas
unânimes em torno de uma interpretação particular da Bíblia, caracterizando-se
por distorções do cristianismo ortodoxo, no que se diz respeito às doutrinas
centrais da fé cristã.
Quando pensamos em
prevenção contra heresias, estamos naturalmente procurando chegar a tempo de
evitar que cristãos sejam enganados com falsas doutrinas. Paulo, ao escrever
aos cristãos de Corinto, recomendou que eles examinassem a si mesmos se
permaneciam na fé, e dizia mais: “Provai-vos a vós mesmos” (2ª Co 13.5). Na
verdade, Paulo antevia pelo Espírito Santo aqueles irmãos que se afastariam da
fé por causa de “espíritos enganadores e doutrina de homens e de demônios” (Cl
2.22; 1ª Tm 4.1).
Vivemos em um tempo de muitas
distorções doutrinárias. Há um sentimento de insatisfação que motiva as pessoas
a desejarem coisas espirituais, mesmo fora do cristianismo. As heresias surgem,
então com roupagens de espiritualidade, mas, na verdade, são produzidas por
“espíritos enganadores”.
O Jesus das seitas.
“Assim como, no meio do
povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres,
os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de
renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina
destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles,
será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio
de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não
tarda, e a sua destruição não dorme. Ora, se Deus não poupou anjos quando
pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas,
reservando-os para juízo” (2ª Pe 2.1-4).
As seitas destorcem as
verdades fundamentais sobre Cristo reveladas na Bíblia, e isso resulta num
outro evangelho (Gl 1.6-8) e num outro Jesus (2ª Co 11.4) que oferecem uma
falsa salvação e um falso céu para seus adeptos.
III.
CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITA
Como podemos caracterizar
uma seita? Os estudiosos das seitas apresentam as mais variadas características
desses grupos. Entretanto, queremos considerar pelo menos seis delas:
acréscimo, falsa revelação, distorção, negação, dogmatismo, farisaísmo e
legalismo.
O método mais eficiente
para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos seguidos por ele:
1. Acréscimo.
2.
Pseudo-revelação.
Lamentavelmente, no meio
cristão, não só no catolicismo, mas também entre os evangélicos, essa
característica tem-se manifestado fortemente. Distorcem-se as manifestações
espirituais, adicionando visões, revelações e vozes como idéias e conceitos que
se chocam com as Escrituras. Esse tipo de experiência extra-bíblica tem
provocado desapego à Palavra de Deus e apego às manifestações exteriores em nome
do Espírito Santo. Nesse campo da espiritualidade, a falta de maturidade
espiritual e teológica tem produzido líderes sem identidade bíblica, que forjam
revelações espirituais, atribuindo-as a Deus e passando a ensinar doutrinas
extra-bíblicas. Atribuindo tais revelações ao Espírito Santo, dividem,
adicionam, subtraem e fomentam novas doutrinas.
As heresias sempre são
justificadas por essas pseudo-revelações, que agridem os fundamentos
doutrinários da Bíblia e induzem emocionalmente as pessoas ao delírio e ao
excesso naquilo em que passam a acreditar. Fundamentados por essas
pseudo-revelações, esses líderes heréticos se apresentam como canais diretos da
revelação divina, dizendo que “Deus me falou ou me revelou”.
3. Distorção.
As pessoas que tomam o
caminho das heresias abandonam a luz verdadeira e desenvolvem uma visão torcida
da verdade. A isso chamamos visão distorcida das verdades bíblicas. Deixam a
luz e tomam o caminho das trevas, conforme João 3.19-21.
Tudo que se refere a Deus, a Jesus e ao Espírito Santo
é totalmente destorcido, por isso alguns negam a Trindade, outros negam a
divindade de Cristo e outros mais vêem o Espírito Santo como uma mera
manifestação de força, de energia ou coisa semelhante.
4.
Divisão.
Tais seita dividem a
fidelidade entre Deus com a organização a que pertencem. Desobedecer á
organização ou a Igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora
do sistema religioso da própria organização ou igreja.
Quase todas as seitas que
pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como uma restauração
do cristianismo primitivo. Segundo ensinam, o cristianismo primitivo sucumbiu á
apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Acreditam que, em
determinada data, surgiram por vontade divina para que pudessem restaurar o que
foi perdido. Daí a ênfase de exclusividade.
Os grupos heréticos
acrescentam ou tiram as coisas da própria Bíblia, subtraem a Palavra de Deus,
negando-lhe as evidências de ser autoridade plena e única. Os Mórmons têm o
livro de Mórmon como uma escritura superior à Bíblia. Alguns evangélicos criam
um regimento interno do que pode ou não pode como meio salvício. Recentemente,
um certo líder pentecostal apresentou uma nova revelação para a igreja atual
como a maior revelação depois da Bíblia. A seita herética denominada Ciência
Cristã, de Mary Baker Eddy, também coloca o livro Ciência e Saúde como livro de
autoridade superior, e nega a existência do Diabo e da dor.
Existe uma teoria que nega
a inspiração plenária da Bíblia, ensinando que esta é apenas parcial. Dizem que
“partes da Bíblia são inspiradas, outras partes não”. Por esse modo, a
revelação e a inspiração ficam prejudicadas com essa subtração efetuada pelos
defensores dessa idéia.
Quase todas as seitas
pregam que sua igreja é a única que Deus levantou, quase sempre por
“revelações”, para restaurar a humanidade. Daí a ênfase da exclusividade.
Outras, quando não pregam o cristianismo redividido, ensinam que todas as
religiões são boas e que a sua somente será responsável por unir todas as demais,
dizendo que, segundo o plano de Deus, foram criadas para este fim.
O ladrão arrependido ao
lado de Jesus na cruz entrou no céu sem ser membro de nenhuma destas seitas (Lc
23.43), pois o pecador é salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita Jesus
como salvador único e pessoal da sua vida (At 16.30-31). Deste modo, ensinar
que a organização religiosa possa salvar é pregar “outro evangelho” (2ª Co
11.4; Gl 1.8). Isto implica dividir a fidelidade a Deus com a fidelidade à
organização, além de tirar de Jesus sua exclusividade de nos conduzir ao Pai
(Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus (At 4.12; 1ª Co 3.11).
No comando das seitas está
o espírito do erro e do engano. É o que podemos verificar em relação aos falsos
profetas. Por isso as Escrituras Sagradas nos alertam, dizendo: “Todo aquele
que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus”.
5. Dogmatismo.
Não se trata do simples
dogmatismo de doutrinas já consagradas da Bíblia. Existem pontos fundamentais
dogmatizados nas Escrituras que são imutáveis e orientam a vida dos que servem
a Deus. Porém, o perigo do dogmatismo está em tomar conceitos temporais e
torná-los doutrinas que implicam a salvação das pessoas:
“Desse modo esquecemos que
a salvação é pela graça e, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário,
a graça não é graça” (Rm 11.6).
Esse tipo de pessoas é
doentio e escravizador, pois forma heresias a partir de idéias absurdas de
homens, submetendo seu rebanho a perigos e ameaças.
6. Legalismo
instituído.
As seitas estabelecem
regras para os seus adeptos, baseadas em absurdos autoritarismos, intolerância,
perversão e abuso de valores. São regras sem nenhum respaldo bíblico, que
partem de idéias equivocadas de santidade, pureza moral e outras coisas.
IV.
SUSCETIBILIDADE PARA O ENGANO
Nos últimos tempos, a
igreja tem sido ameaçada por perigos que contagiam os cristãos como uma virose
que alcança muitas pessoas. Quando uma gripe virótica surge, muitas pessoas de
estrutura mais frágil são facilmente contagiadas, porque são vulneráveis a esta.
No campo espiritual, muitos cristãos tornam-se suscetíveis ao “espírito do
engano” por qualquer movimento espiritual que surja.
O perigo espiritual começa
com o diabo, que é o pai da mentira (Jo 8.44). A primeira seita herética
começou no Éden, quando Satanás, como a Antiga Serpente, tentou Eva e torceu o
sentido da Palavra de Deus para levá-la ao desvio doutrinário juntamente com
seu marido Adão. Ele aproveitou-se da simplicidade e pureza de mente do casal
que, sem malícia alguma, não percebeu que o poder daquela serpente era do maior
inimigo de Deus e da sua obra. A serpente usou os desejos puros de Eva e, sob
disfarce, de forma sutil, enganou o casal (Gn 3.1-15 e 1ª Tm 2.14).
Os métodos de Satanás
continuam os mesmos. Ele explora a inocência dos incautos e lança em suas
mentes dúvidas acerca de Deus e da Sua Palavra, torcendo o sentido real da
Palavra de Deus e induzindo as pessoas ao engano.
V.
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS
Qualquer movimento que
discorda dos pontos fundamentais da fé cristã, defendidos pelos três principais
ramos do cristianismo, tais como: autoridade da Bíblia, Trindade: Pai Filho e
Espírito Santo, pecado, santidade, inferno e salvação é seita.
Deus permite que essas
coisas aconteçam para provar cada um de seus servos. É o que a Bíblia diz:
“Quando profeta ou
sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e
suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após
outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as
palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova,
para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a
vossa alma” (Dt 13.1-3).
O sobrenatural não é prova
de que Deus esteja presente nesse ou naquele grupo religioso. Jesus diz, em
Mateus 24.24, que esses falsos cristos e falsos profetas operam maravilhas
tais, que, se possível, enganariam até os escolhidos. [Religiões e Seitas IBADEP].
No livro de Atos a Bíblia traz um relato concernente a um jovem que tinha um espírito de adivinhação As expressões vocais demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um “deus”; por isso, os serviços dela como adivinha eram muito preocupados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal (At 16.16-19).
No livro de Atos a Bíblia traz um relato concernente a um jovem que tinha um espírito de adivinhação As expressões vocais demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um “deus”; por isso, os serviços dela como adivinha eram muito preocupados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal (At 16.16-19).
VI.
COMO PRECAVER-SE DE UMA SEITA
1. Não dar
crédito a todo o espírito.
“Amados, não deis crédito
a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas têm saído pelo mundo a fora”. (1ª Jo 4.1).
Nestes versículos temos um
assunto vital para a vida da Igreja e do crente individualmente. Trata-se de
provar os espíritos, isto é, sua procedência.
João percebera que alguns
crentes estavam aceitando qualquer ensino e também qualquer manifestação
espiritual. Deste modo, influências e doutrinas nocivas que pareciam certas e
justas, estavam destruindo a fé. Muitos na igreja estavam recebendo de braços
abertos os falsos profetas, sem antes verificar que eram falsários.
O apóstolo amado os
adverte: “Não deis crédito a qualquer espírito”. Isto envolve a pessoa do
enganador, sua doutrina, os princípios e ensinos que prega.
Provai (testai, examinai,
verificai) os espíritos! Eles podem ser provados pela maturidade, sabedoria e
graça do crente, pela Palavra de Deus, pelos frutos e dons do Espírito.
Por que provar os
espíritos? Para ver se procedem de Deus, pois têm saído muitos falsos profetas
pelo mundo afora. Se não procedem de Deus, o crente deve no mesmo instante
rejeitar e repreender tal espírito e sua falsa doutrina.
Uma maneira de reconhecer
esses “falsos profetas” é observar se seus ensinos estão de acordo com a
ortodoxia bíblica. João, o apóstolo amado, preocupa-se com a igreja nos
“últimos tempos”. Ele nos alerta acerca dos “espíritos enganadores” que se
intrometiam na vida íntima das igrejas plantadas pelos apóstolos.
Quando João usa a palavra
“espírito”, ele a usa no sentido qualitativo. A palavra “espírito” alude a
pessoa sem referência e não conhecida, ou seja, falso. Ele chama os cristãos de
filhinhos, para que não sejam levados pelo “espírito do erro”, que produz
heresias e falsa doutrina. Todo ensino precisa ser comparado e examinado com a
Palavra de Deus, e se, ele estiver fora, podemos chamá-lo de falso e herético.
2. Recusar
qualquer doutrina ou manifestação que não tenha respaldo bíblico.
Lamentavelmente,
alguns grupos do pentecostalismo moderno, conhecidos como neopentecostais,
abraçam todas as novidades espirituais surgidas. Porque o “Espírito Santo é livre
para fazer o que quiser”, acabam expondo-o ao sabor de crendices e heresias. O
Espírito é livre, sim, mas sua atuação acontece mediante princípios que Ele
mesmo estabeleceu nas Escrituras para as pessoas o que querem em suas vidas. O
Espírito Santo não pode ser manipulado por ninguém e não age irracionalmente.
Por isso, toda e qualquer manifestação espiritual tem que ter o respaldo
bíblico. Caso contrário, constitui-se heresia, que precisa ser rechaçada e
excluída da experiência cristã [Jornal Mensageiro da Paz; Fevereiro de 2004].
VII. COMO
IDENTIFICAR UMA SEITA
Para identificar uma seita, basta verificar se ela está fundamentada em heresias. Existem alguns aspectos muito comuns às seitas; dentre eles destacamos os seguintes:
Para identificar uma seita, basta verificar se ela está fundamentada em heresias. Existem alguns aspectos muito comuns às seitas; dentre eles destacamos os seguintes:
1. Jesus
não é o centro das atenções.
As seitas, de modo geral, subestimam o valor de Jesus. Os orientais têm os
seus deuses ou profetas que colocam acima de tudo, e as ocidentais ou
substituem Cristo por outro “cristo” ou colocam o Filho de Deus em posição
secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos, em conseqüência.
2. Têm
outras fontes doutrinárias além da Bíblia.
Creem
apenas em partes da Bíblia. Admitem e aceitam como “inspirados” escritos de
seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose daquilo que creem.
Algumas chegam a desacreditar da Bíblia, à qual fazem muitas restrições.
3. Dizem
ser os únicos certos.
Uma
das principais características da seita mesmo que tenha sido fundada há
5, 10, 50 ou 100 anos; não importa - é a única certa e ai daqueles que não
lerem a sua cartilha! Tais pessoas deveriam pelo menos ter o cuidado de não
serem tão presunçosas.
4. Usam uma
falsa interpretação.
As
interpretações que fazem do texto bíblico, desprezando os princípios auxiliares
da hermenêutica, têm levado inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas a
fundarem uma seita. De um modo geral isso acontece pela total ignorância
das regras de interpretação do nosso próprio idioma que são ensinadas em nossas
escolas.
5. Ensinam
o homem a desenvolver a sua própria salvação.
Não
somente ensinam os homens a se salvarem mas prometem uma salvação inteiramente
naturalista em seu conceito. É a vida deste mundo repetida, retiradas as
feições desagradáveis. Através de suas obras e atitudes, e seguindo os
ensinamentos da seita, os homens conseguem alcançar sua própria salvação.
6. São
proselitistas.
Uma
das principais atividades das seitas é “pescar no aquário do outros”. Fazem
seus neófitos não entre os doentes, aflitos, desesperados ou necessitados.
Aproveitam a fé de que já é possuído aquele que têm em mira e com um pouco de
sutileza conseguem desencaminhar para o seu meio até mesmo muitos bons
cristãos. Devemos estar com os nossos olhos bem abertos para com essa gente!
VIII. COMO
IDENTIFICAR UMA HERESIA
Não
é muito difícil para o cristão sincero identificar uma heresia. Existem alguns
aspectos básicos que observados mostrarão a moderna estratégia do diabo, que é
a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em todo o mundo é uma
batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas filosofias e falsas crenças
subestimam a Palavra de Deus.
1. Desarmonia
com a Bíblia
No
trato com as doutrinas da Bíblia, podemos dividir os argumentos da seguinte
maneira:
a) Argumento
Bíblico.
b)
Argumento Extra-bíblico.
c)
Argumento Anti-bíblico.
O argumento bíblico: é
aquele extraído da Bíblia em uma interpretação correta e lógica dentro das
regras hermenêuticas.
O argumento extra-bíblico:
é aquele que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com os seus
ensinamentos.
O
argumento bíblico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação correta e
lógica. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga em Nazaré acerca de sua
missão (Lc 4.16-22).
O
argumento extra-bíblico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto
não se choca com seus ensinamentos, é mais humano do que divino. Muitos
pregadores usam argumentos extra-bíblicos em seus sermões; isso deve ser feito
com muita cautela e é necessário uma certa dose de segurança por parte de que o
está usando.
O argumento anti-bíblico:
é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades
encontradas na Palavra de Deus (2ª Pe 2.1-3). Aqui encontramos as heresias que
são anti-bíblicas, desarmonizam-se com os ensinamentos do cristianismo. Algumas
vezes são fundamentadas em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia,
quando basta um pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da Hermenêutica
para refutá-las.
2. Unilateralidade
de apreciação doutrinária.
Em
muitos casos a heresia é caracterizada pelo fato de “escolher” uma doutrina
para nela descarregar suas atenções em detrimento das outras. Afirma-se, por
exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se a sua humanidade ou vice-versa;
dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a doutrina da Trindade;
preocupa-se com o corpo do homem e se esquece de sua alma ou do seu espírito.
3. Contradição
com os fatos.
Histórias
e doutrinas baseadas em fatos que não fornecem base para tal; incredulidade para
com ensinamentos baseados em fatos reais, bíblicos ou com raízes bíblicas.
Infelizmente bons cristãos têm sido enganados por coisas deste jaez.
4. Incoerência
lógica.
Nada
impede que o bom senso e a razão sejam usados em matéria de religião. A maioria
das heresias não resiste a um confronto lógico com a história, ciência, Bíblia
ou com a religião propriamente dita. A Bíblia prevê o surgimento e a evolução
das heresias como um sinal dos tempos.
5. Não
respeitam a inspiração da Bíblia.
As
seitas além de mutilarem a Bíblia, rejeitam o cristianismo
histórico-ortodoxo. Suas crenças são oriundas das supostas revelações,
subjetivismo, e da mentalidade de seus fundadores e líderes.
Normalmente os ensinos de
um herético estão acima da inspiração da Bíblia. Usam Bíblia apenas naquilo que
lhes convém. É por isso que Paulo diz:
“E, do modo porque Janes e
Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade” (2ª Tm 3.8).
São homens de todo
corrompidos na mente, réprobos quanto à fé. Subtraem ou acrescentam ao texto
aquilo que a Bíblia não diz, e a firmam ser isso uma inspiração divina,
desprezando todo o contexto escriturístico.
Se compreendermos a
doutrina de Deus conforme a Bíblia ensina, todo o sistema anti-bíblico dos
falsos ministros desmoronará por seu próprio peso. O erro principal das seitas
é desprezar o que toda a Bíblia diz sobre um determinado assunto. Uma das
principais regras da hermenêutica é: “A Bíblia é sua principal intérprete”, e o
grande sábio Salomão nos ensina a respeito desta regra no seu livro do pregador
em Eclesiastes 7.27, dizendo: “Eis o que achei, diz o pregador, conferindo uma
coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo”.
Os falsos ministros se
caracterizam por uma falsa hermenêutica e seu ensino doutrinário é fruto de
falsas interpretações. O apóstolo Pedro admite que há certas coisas difíceis de
entender e que os ignorantes e inconstantes torcem as Escrituras (2ª Pe 3.16),
mutilando-a, usando subterfúgios ou torcendo-a para sua própria perdição (Jd
17-18). Infelizmente, estes ignorantes nos conhecimentos bíblicos se apresentam
como doutos, torcendo a Bíblia para provar seus erros, arrastando consigo
multidões á perdição e ao inferno (Jd 4).
Não há livro mais
perseguido pelos inimigos do que a Bíblia. Isto é devido à ignorância da sadia
regra de interpretação. Essa dádiva do céu não nos veio para que cada qual use
a seu gosto (2ª Pe 1.20).
É perigoso basear uma
doutrina sobre a interpretação particular de um texto isolado. Assim, alguém
sai do caminho e torce as Escrituras para fazê-las respaldar sua própria idéia,
interpretação ou revelação. A insistência na interpretação particular tem
ocasionado muitas divisões entre o povo de Deus. À semelhança de uma aranha
fazendo sua teia, em meio a um extenso emaranhado existencial, cada pessoa vai
tecendo, no íntimo de sua alma, uma espécie de teologia particular, manifestada
mediante uma concepção de religiosidade pessoal. A estrutura dessa concepção é
formada por um tipo de religiosidade com fachada cristã, que, embora contenha
fragmentos bíblicos em seu arcabouço teórico, não tem sua essência baseada em
princípios bíblicos, falta-lhe a indispensável coerência doutrinária.
A única fonte de
autoridade é a Bíblia. Em
Jesus Cristo a revelação divina chegou ao seu clímax e se completou
(Hb 1.1). Nenhum cristão está autorizado a ir além do que está escrito (1ª Co
4.6). Este conceito é de fundamental importância, porque as seitas e muitas
religiões falsas surgiram sob a égide de uma “suposta revelação”.
A religiosidade
pseudocristã contém os seguintes elementos: a) Personalidade imatura; b)
Incidentes religiosos ao longo da vida; c) Instrução insuficiente nas doutrinas
básicas da Palavra de Deus.
Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC
Deus abençoe a sua vida, por esse comentário. Paz do Senhor Jesus Cristo, muitas bençãos em 2014 .Valdiclei AD Madureira Itapeva/SP
ResponderExcluirGostei muito deste ensino. E gostaria de receber no meu email, tudo sobre heresias. Meu emai é; carlin.ass@hotmail.com.
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