“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé
Após
ter mostrado a necessidade de ambos judeus e gentios para a justiça de Deus
revelada no evangelho (1.16). Mas “agora” (o tempo da plenitude por causa da
vinda de Cristo, v. 26), a justiça de Deus, isto é, a maneira de tornar-se
justo que Deus designou. A justiça de Deus vem a realização histórica através
de Cristo e Sua obra.
O Cristianismo não
judaizou o mundo. O cristianismo teve origem no contexto judaico e deste
recebeu uma rica herança teológica e ética. Haja vista o próprio Cristo.
Nascido “conforme a Lei” (Gl 4.4), cresceu e viveu dentro da cultura judaica
(Lc 2.40-43). Durante o seu ministério, reconheceu as Escrituras Hebraicas e a
autoridade de Moisés (Mc 7.13; Lc 5.14). Todavia, não pregou costumes judaicos;
Seus apóstolos não judaizaram o mundo. O apóstolo Paulo, discursando no
Areópago, não deu uma aula sobre o tetragrama hebraico do Antigo Testamento
[Yahweh]. Sua preocupação era pregar a principal mensagem do cristianismo: a
ressurreição de Jesus (At 17.31).
O antigo concerto foi dado
a Israel quando saia do Egito, junto ao monte Sinai (Êx 19.1-6; Hb 9.18-20). Os
israelitas aceitaram as condições do antigo concerto, firmado entre Deus e
Israel (Êx 24.1-8). Deus propôs o concerto ao Seu povo (Êx 19.3, 6) e Israel
aceitou (Êx 24.3-8). O concerto de Deus não foi para todos os homens.
Como o povo de Israel não
guardou o antigo concerto, apesar de ter prometido que guardaria, O Senhor Deus
prometeu um novo concerto (Jr 31.31-34; Zc 11.10; Mt 27.3-10; Jr 3.16), o qual
foi estabelecido por Cristo, como bem declara o escritor da carta aos hebreus:
“Agora, com efeito, obteve
Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior
aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira
aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar
para uma segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o
Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, não
segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para
os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha
aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor 13 Quando ele diz Nova, torna
antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes
a desaparecer” (Hb 8.6-9).
“Se, portanto, a perfeição
houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a
lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de
Arão? Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de
lei” (Hb 7.11-12).
Mudando o sacerdócio há
mudança de lei. As leis do Velho Concerto foram escritas para a nação de
Israel, mas o Novo Testamento para a Igreja de Cristo. Agora o crente em Jesus
vive numa nova dimensão; na dimensão do Espírito, da fé e da graça.
Da mesma maneira como
Moisés foi mediador da aliança Mosaica, assim Cristo é o mediador da nova
aliança, Hb 8.6. Com a vinda de Cristo a aliança Mosaica terminou, com a
declaração do apóstolo Paulo: em
e Gl 3.19.
“Porque o fim da lei é
Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).
“Qual, pois, a razão de
ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente
a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um
mediador. Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um. É, porventura, a lei
contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma
lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei. Mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo , fosse a
promessa concedida aos que crêem” (Gl 3.19-22).
No dia da instituição da
Santa Ceia o Senhor Jesus Cristo apresentou a Nova Aliança “Este é o cálice da
nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”. Lc 22.20. Jesus havia
dito “Isso é o meu sangue, o sangue da nova aliança derramado em favor de
muitos para a remissão de pecados” Mt 26.28. A provisão desta aliança era o
perdão dos pecados.
A Nova Aliança inclui a
presença do “Testamento” que somente tem validade quando acontece a morte do
testador, neste caso o testador é Cristo. (Gl 3.15 e Hb 9.16-17).
Esse período jurídico
referia-se também a Velha Aliança, pois essa também foi introduzida, delicada e
sancionada pelo derramamento de sangue, Hb 9.18-20. O derramamento de sangue
significava a morte do testador e concedeu a natureza de dádiva à aliança. A
aliança Mosaica era, pois transitória e de qualidade assistencial, não era,
pois definitiva. Podemos entender isso pelo fato de animais serem sacrificados
como tipos do cordeiro de Deus que posteriormente daria a sua vida. Quando Jesus anunciou que o seu sangue daria,
o sangue da Nova Aliança, entendemos que ele mesmo era o testador, ou seja,
doador da Nova Aliança ou do Novo Testamento.
A palavra chave para esta
dispensação é graça. O tempo de duração da dispensação da graça vai da
crucificação de Cristo até a sua Segunda vinda, período esse que já abrange
quase dois mil anos.
Com a morte de Cristo Deus
consagrou um novo caminho de acesso a Sua pessoa. Esse acesso ao trono da graça
e a abolição do caminho cerimonial foram simbolizados pelo rasgar do véu do
templo no momento em
que Jesus morreu.
A dispensação da graça, no
entanto, só foi inaugurada no dia de pentecostes quando o Espírito foi
derramado sobre os crentes reunidos no cenáculo. A experiência pentecostal do
poder do Espírito Santo torna real na vida dos crentes, aquilo que Jesus proveu
pela sua morte na cruz.
As profecias e as leis do
Antigo Testamento são cumpridas em Jesus Cristo. Nosso Senhor Jesus Cristo cumpriu
todas as profecias Messiânicas do Antigo Testamento.
A carta aos romanos revela
mais claramente o que é graça. No capítulo 3, vemos que éramos pecadores e, por
isso, carecíamos da glória de Deus. Por essa razão, Deus justificou-nos
gratuitamente por meio da Sua graça e recebemos Sua vida. O pecado entrou no
homem por meio da desobediência de Adão, e com o pecado entrou a morte.
Deus não criou o homem
para que esse morresse, mas para ter a vida eterna. Entretanto, em Adão todos
pecaram e “a morte passou a todos os homens” (Rm 5.12), impedindo o homem de
desfrutar da glória e da graça de Deus. Por isso, Paulo diz que a morte reina
(Rm 12.14). Estamos no tempo em que podemos desfrutar da graça e da verdade, o
qual se estenderá até a entrada do reino milenar, mas até hoje a morte tem
reinado. Somente quando saímos do domínio de Satanás, do domínio do pecado, da
vida natural, e nos uniu em vida a Cristo é que escapamos do reinar da morte e
passamos a reinar em vida.
“Porque o salário do
pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus , nosso
Senhor” (Rm 6.23).
I.
LEI DE CRISTO
A pergunta: qual o significado que a lei nós
cristão, já respondida pela gloriosa promessa de Jeremias 31.31-34. Através de
Cristo, com base no pleno perdão dos pecados através do Seu sangue vertido na
cruz, a Lei passa das tábuas de pedra para dentro do coração, isto é, ela não é
mais mera limitação exterior, mas renova a vontade interior.
“Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida
pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus
vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações”
(2º Co 3.14).
“Porém judeu é aquele que o é interiormente, e
circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo
louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29).
Qualquer rito,
sinal ou obra que fizemos, se não for resultado da operação da
graça de Deus em nossa vida, não tem nenhuma validade.
“Porque a lei
foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo” (Jo 1.17).
Na Nova Aliança, a lei é anulada mediante
o sacríficio de Jesus Cristo na cruz do calvário.
Assim como na
consciência, Deus gravou sua lei no coração da humanidade.
“Porque esta é a aliança que firmarei com a
casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as
minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus,
e eles serão o meu povo.” (Hb 8.10).
Esta nova
aliança supera a antiga em tempo e qualidade. É extensiva aos gentios. Realiza
profunda transformação interior, pois não atua de conformidade com a lei, mas
com a Graça. Oferece perdão total, pois não se trata de uma cobertura
passageira.
“Portanto, por um lado, se revoga a anterior
ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca
aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior,
pela qual nos chegamos a Deus” (Hb 7.18).
Por essa razão o apóstolo Paulo diz:
“Levai as cargas uns dos
outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2).
O brado da reforma
protestante de Sola Scriptura, Sola Gracia, Solo Cristus e Sola Fides foi um
apelo dramático ao retorno ás Escrituras Sagradas como única regra de fé e
prática.
A nossa fé está baseada na
lei de Cristo, que representa a graça de Deus em favor do homem caído,
garantindo a nossa salvação. As leis e as cerimônias do Antigo Testamento, não
foram capazes de salvar ninguém, conforme o Concílio Apostólico em At 15.11:
“Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o
foram”.
Para afirmar aos gentios
sobre a lei de Cristo, Paulo diz:
“Aos sem lei, como se eu
mesmo fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo,
para ganhar os que vivem fora do regime da lei” (1ª Co 9.21).
Adaptar-se é
imprescindível para a comunicação do evangelho. Ser diferente interiormente
atrai o descrente (Rm 12.2), mas ser esquisito exteriormente o repele. O maior
mandamento da lei de Cristo é o amor (2ª Co 5.14). Assim como o filho pródigo
não foi obrigado pelo seu pai provar a sua mudança moral para ser aceito, pela
graça, o pecador é aceito incondicionalmente, sua divida foi cancelada. A
Palavra e o Espírito fazem a obra de regeneração no homem, pois quem convence
do pecado e do juízo é o Espírito de Deus. Paulo também afirma que nossa divida
para com a lei foi fixada na cruz (Cl 2.14; Ef 2.14-16). Enquanto o exército
exige pessoas sadias, Jesus Cristo não aceita senão doentes que queiram se
tratar.
É difícil imaginar que o
filho pródigo, uma vez reconciliado com seu pai, desejaria voltar para o
lamaçal. O poder para transformar o querer do pecador faz parte integral da
graça que salva. É impossível explicar o poder da graça de Deus na vida do
pecador sem empregar o vocábulo “milagre” ou transformação. É por isso que
Paulo explica em sua carta em Tt 3.5-7 dizendo:
“Não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela
lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo. Para que, sendo
justificados pela graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida
eterna”.
A
lei de Cristo é uma referencia ao “novo mandamento” (Jo 13.34; 1ª Jo 4.21) de
amar uns aos outros. Esta lei abrande todo o fruto do Espírito (Gl 5.22-23) e
cumpre todo o dever do homem para com Deus e os homens (cf. Gl 5.14).Uma vez
que Deus é amor, a lição mais importante que ele quer que você aprenda na terra
é como amar. É quando amamos que somos mais parecidos com ele, de modo que o
amor é o fundamento de todos os mandamentos que ele nos deu: Toda a lei pode ser resumida neste único mandamento: “Ame aos outros como você ama a si mesmo”.
“Mestre,
qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas” (Mt 22.36-39).
“Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu
tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço” (Jo
15.10).
“Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é
o amor” (1ª Co 13.13).
“Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo
13.35).
“E
o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como
ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor” (2ª Jo 1.6).
Podemos
concluir que o amor é o maior mandamento. Contudo devemos entender que Jesus
deixou implícito no Seu evangelho muitas ordenanças. Um exemplo está em Mateus:
“Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século” (Mt 28.19-20).
II.
A LEI DA FÉ
Na Nova Aliança somos
justificados pela fé em
Cristo Jesus. A fé é o firme fundamento das coisas que se
esperam. Na carta aos Romanos, Paulo diz:
“Sendo, pois, justificado
pela fé, temos paz com Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por
intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual
estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1-2). E
nesta mesma carta Paulo faz a seguinte pergunta: “Por qual lei? Das obras? Não;
mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé,
independentemente das obras da lei. É, porventura, Deus somente dos judeus? Não
o é também dos gentios? Sim também dos gentios. Visto que Deus é um só, o qual
justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé o incircunciso” (3.27-30).
O pecado é uma atitude
negativa do homem, concretamente é uma forma de uma postura de hostilidade a Deus,
à qual Deus reage com ira. Ira e julgamento expressam que Deus não quer que os
homens o enfrentem, Ele que é seu criador e juiz. Ele não quer tal inimizade,
mas sim a paz.
Portanto, os que têm sido
justificados pela fé, estão em paz com Deus e, por meio de Jesus Cristo, são
salvos da ira divina, porque Deus reconciliou os inimigos consigo por meio da
morte de seu Filho. O que se reconcilia com Deus escapa da ira, porque Deus
elimina a inimizade entre ele e o homem, mediante a ação pacificadora de Cristo.
A lei cancela a promessa
de Deus, mas a fé em
Jesus Cristo nos justifica perante Deus:
“Não foi por intermédio da
lei que Abraão ou sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e
sim mediante a fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e
cancela-se a promessa” (Rm 4.13-14).
Quando Deus fez o concerto
com o patriarca Abraão, a lei não estava em vigor, por esta razão Paulo explica
que a promessa não foi mediante a lei, mas por intermédio da fé. É explicito
que a lei anula a nossa fé, e cancela a promessa feita ao patriarca Abraão. Se
não buscarmos a justificação pela fé em Jesus estaremos, com certeza,
condenados.
O povo judaico venerava
Abraão como grande patriarca da sua nação. Foi a sua obediência cheia de fé à
voz do Senhor que fez com que o filho da promessa, Isaque, nascesse. A Isaque
nasceu Jacó (cujo nome foi mudado para Israel – Gn 32.28). A ele nasceram doze
filhos, cujos descendentes tornaram-se as doze tribos de Israel.
Por isso Paulo fez a
pergunta: Como foi Abraão justificado? Não pelas obras (os seus próprios atos
de retidão, mas crendo em Deus). Abraão confia totalmente no Deus da promessa,
em vez de apoiar em suas próprias obras, pois sua idade avançada e a de sua
mulher não permitem confiar em si mesmo. Ele se entrega nas mãos de Deus diante
de uma situação que deixa claro como a criatura depende de Deus. Nessa situação
de vida, ele crê em Deus, que “faz viver os mortos” (Rm 4.17), portanto, que
dará o filho prometido a Abraão que é incapaz de gerar e a Sara que é incapaz
de engravidar. Pelo fato de apoiar-se firmemente nessa fé (Rm 4.20), Abraão é
justificado diante de Deus (Rm 4.3). Assim esperando tudo de Deus, é que o
homem deve viver diante de Deus. O contrário a isso é pecado: é pecado alguém,
sendo criativo, viver de si mesmo e a partir do mundo. Pecado é um projeto de
vida e uma compreensão do mundo a margem de Deus. Isso é inimizade com Deus,
porque rouba a honra de ser aquele que é para todos: o Deus que proporciona
vida, uma vida bem sucedida.
III.
A LEI DO ESPÍRITO DE VIDA
“Anulamos, pois, a lei
pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Rm 3.31). A
salvação em Cristo não significa que a lei perdeu o seu valor. Na realidade, a
justificação pela fé confirma a lei, quanto ao seu propósito e função original.
Mediante sua reconciliação com Deus e a obra regeneradora do Espírito Santo, o
crente é capacitado a honrar e obedecer à lei moral de Deus (Rm 8.2-4).
“Agora, pois, já nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus , que
me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei,
visto como estava enferma pelo pecado Deus, envia o Seu Filho em semelhança de
carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne
o pecado” (Rm 8.1-4).
No capítulo 7 da carta aos
romanos, Paulo demonstrar que a vida sem a graça de Cristo é derrota, miséria e
escravidão. Agora, em Romanos 8, Paulo nos diz que a vida espiritual, a
liberdade da condenação, a vitória sobre o pecado e a comunhão com Deus nos vêm
pela união com Cristo, mediante o Espírito Santo que nos habita (v. 9). Ao
recebermos o Espírito e sermos por Ele dirigidos, somos libertos do poder do
pecado e prosseguimos adiante para a glorificação final em Cristo. Essa é a
vida cristã normal, segundo a plena provisão do Evangelho.
A lei do Espírito de vida,
é o poder e a vida do Espírito Santo, reguladores e ativadores operando na vida
do crente. O Espírito entra no crente e o liberta do poder do pecado (Rm 7.23).
A lei do Espírito entra em plena operação, à medida que os que crêem se
comprometem a obedecer ao Espírito Santo (vv. 4, 5, 13-14). Descobrem que um
novo poder opera dentro deles; poder este que os capacita a vencer o pecado. A
“lei do pecado e da morte”, neste versículo, é o poder dominante do pecado, que
faz da pessoa uma escrava do pecado (Rm 7.14), reduzindo-a à miséria (Rm 7.24).
O Espírito Santo operando
dentro do crente, capacita-o a viver uma vida de retidão que é considerada o
cumprimento da lei moral de Deus. Sendo assim, a operação da graça e a guarda
da lei moral de Deus não conflitam entre si (cf. 2.21; 3.31; 6.15; 7.12-14).
Ambas revelam a presença da justiça e da santidade divina.
Na cruz do Calvário cristo
cancelou todas as nossas transgressões:
“E a vós outros, que
estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne,
vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo
cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças,
o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl
2.13-14).
Cristo nos libertou da lei
do pecado (Jo 8.32, 36), e nos libertou da lei Mosaica que era um escrito de
dividas contra nós. Portanto estamos livres em Cristo Jesus para
servi-lo e anunciar as boas novas de salvação.
A mudança da lei já estava
no coração de Deus. O Senhor Deus promulgou a lei, ou seja, libertou-nos da lei
mosaica e nos transportou para a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus. A
salvação era impossível pela à lei mosaica, por isso Deus enviou Seu Filho
Jesus para cumprir, abolir a Velha lei e formar a “lei do Espírito”.
Deste modo, “revoga-se a
anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois é notório que
a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), por esta razão se introduz esperança
melhor, superior, pela qual chegamos a Deus” (Hb 7.17-18).
Na graça o verdadeiro
cristão é guiado pela lei do Espírito. “... mas, se sois guiados pelo Espírito,
não estais sob a lei” (Gl 5.18).
Na carta aos Hebreus o
escritor diz: “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto,
após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o
Senhor; porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei”
(Hb 10.15-16).
As promessas da “Nova
Aliança” com que Deus abençoaria Seu povo e preencheria as lacunas da Antiga
Aliança. Havia necessidade de um transplante de coração. E o Senhor Deus já
havia anunciado o Seu povo através dos profetas:
“Dar-lhe-ei um só coração,
Espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e
lhes darei coração de carne” (Ez 36.26). “Dar-lhe-ei coração novo e porei
dentro de vós Espírito novo...” (Ez 11.19).
Porei dentro de vós o Meu
Espírito: Havia a necessidade de um transplante de coração, em lugar do coração
de pedra, Deus prometeu enxertar um de carne, sensível a voz divina. Havia a
necessidade de um novo Espírito para mudar a inclinação pecaminosa, e
escreveria Suas leis no íntimo e não nas tábuas de pedra. O Sinai seria
substituído por uma experiência individual por meio de um encontro convertedor
com Deus. Sob a Velha Aliança, a lei de Deus era externa, escrita em tábuas de
pedra e em
pergaminhos. Na Nova Aliança, a lei passaria a ser interna
conforme o que Paulo escreve aos Coríntios
“O qual nos habilitou para
sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a
letra mata e o Espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com
letras em pedras, se revestiu da glória, a ponto de os filhos de Israel não
poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que
desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (2ª Co
3.6-8).
1.
A vida no Espírito.
Enquanto que aos Romanos,
capítulo 7, Paulo descreve alguém procurando cumprir a lei de Deus no seu
próprio esforço, levando esta pessoa a triste conclusão, do verso 25 Paulo diz:
“Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte?”, Romanos oito
descreve o que o Espírito Santo pode fazer para nós.
2.
Vivendo na carne.
Sou carnal, tendo sido
vendido debaixo do pecado Rm 7.14. Nada de bom habita em mim, isto é na minha
carne Rm 7.18. Com a carne sirvo a lei do pecado Rm 7.25. Aqueles segundo a
carne estão com a mente nas coisas da carne Rm 8.5a. A mente da carne é morte
Rm 8.6. A mente da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei
de Deus, nem pode estar (Rm 8.7). Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E , se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
3.
Vivendo no Espírito
A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te
livrou da lei do pecado e da morte, Rm 8.2. A lei de Deus era fraca pela carne
Rm 8.3. Deus enviou Jesus e condenou o pecado na carne Rm 8.3. Em Cristo à
ordenança da lei de Deus é cumprida em nós que andamos segundo o Espírito Rm
8.4. Aqueles segundo o Espírito estão com a mente segundo o Espírito Rm 8.5.
A mente do Espírito é vida
e paz. Vocês não estão na (em) carne, mas no (em) Espírito sendo que o Espírito
de Deus habita em
vocês Rm 8.9. Somos devedores não para a carne, para viver
segundo a carne Rm 8.12. Se você pelo Espírito levar a morte (mortificar) as
práticas do corpo, você viverá, Rm 8.13.
Todos que são guiados pelo
Espírito de Deus, estes são filhos de Deus Rm 8.14. Você recebeu um Espírito de
adoção pelo qual clama Aba, Pai Rm 8.15.
V.
O PRINCÍPIO DA FÉ E A LEI
A lei estabelece a
justificação pela fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus. A fé estabelece
a lei, pois em Cristo cumprimos a lei.
Paulo deixa bem claro que
não podemos ter duas opções. Ou cremos nas Escrituras com relação à
justificação pela fé, ou estamos em incredulidade, perdidos, sem nenhuma
esperança.
“Mas Israel, que buscava a
lei da justiça, não encontrou. Por quê? Porque não a buscaram pela fé e sim
como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço” (Rm 9.31-32).
1.
O Caso Abraão.
Se alguém pudesse
gloriar-se nas obras, para os judeus, esse alguém seria Abraão. (Rm 4.1). Mas
Abraão não foi justificado pelas obras. Ele creu e isto lhe foi imputado como
justiça. (Rm 4.3). Abraão recebeu a circuncisão como ordenança depois de ter
sido considerado justo. O rito não lhe conferia justiça, dava testemunho dela.
(Rm 4.11). A promessa dada a Abraão de ser o herdeiro do mundo (Gn 17.4) não
foi feita pela lei, mas pela justiça da fé. Logo, se os herdeiros são os da
lei, a fé é vã e a promessa é aniquilada (Rm 4.13-14).
A caminhada da fé de
Abraão.
· Creu no Deus verdadeiro (Rm 4.17).
· Contra todas as evidências
desfavoráveis, creu na promessa.
· Quando tentado a retroceder,
fortaleceu-se na fé, louvando a Deus. (Rm 4.20).
Conseqüências ou
Privilégio da Justificação.
1
Temos paz com Deus. Rm 5.1. Contentamento, satisfação,
tranqüilidade, reconciliação.
2
Acesso à graça justificadora de Deus. Rm 5.2a. A
participação da graça de Deus.
3
Júbilo exultante da expectativa da glória de Deus. Rm
5.2b. Além de contemplar a glória de Deus, o cristão receberá um corpo
glorificado no porvir. (Rm 8.17).
4
Júbilo nas tribulações presentes. (Rm 5.3-5a).
5
A tribulação produz perseverança, a perseverança
experiência, a experiência produz esperança.
6
O amor de Deus é derramado em nossos corações. (Rm
5.5b).
7
Deus prova o seu amor para conosco. (Rm 5.6-8).
8
O evento da cruz é uma prova presente do infinito amor
de Deus para conosco.
9
Salvação da ira futura. (Rm 5.9-10).
10
A exultação presente na pessoa de Deus. (Rm 5.11).
2. Características
de alguém que se coloca sob o domínio da lei ou sob o domínio da graça:
Debaixo da lei
|
Debaixo da graça
|
1. Dependência
da lei para viver.
|
1. Dependência
do Espírito Gl 5.18
|
2. Viver pelo
esforço carnal.
|
2. Vive pela
fé. Gl 2.16-17.
|
3. Gloria-se
em si mesmo, Cristo morreu
|
3. Gloria-se na
cruz de Cristo Gl 6.14.
|
4. Escravidão
e jugo Gl 5.11.
|
4. Liberdade
|
5. Tenta
receber um dom de Deus.
|
5. Recebe um
dom mediante a fé por ter obedecido a lei. Gl 3.2-3.
|
6. Espera na
operação do Espírito Gl 3.5
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6. Espera na
operação do Espírito mediante a fé por
ter-se obedecido a lei
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7. Fazer para
receber Gl 5.4.
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7. Crer para
receber.
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8. É caído da
graça Gl 5.4.
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8. Tem o favor
gracioso de Deus.
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9. Nada pode.
Deus é obrigado a nos dar
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9. Tudo é
santificado.
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10. O dom
depende Dele.
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10. Deus nos dá
livremente o seu favor imerecido por porque nos deve (Rm.4.4). O salário
depende de nós.
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Submeter-se à lei ou à graça é uma escolha nossa.
“Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei...” (Gl 4.21).
A graça de Deus é o agente pelo qual ele receberá a
justificação (Tt 3.7); a regeneração (Jo 3.3); a santidade (At 26.18); a
segurança de Deus (1ª Pe 1.5). O homem só poderá receber a graça salvadora
mediante a sua decisão a Cristo mediante a fé.
FONTE DE PESQUISA
1. ANTÔNIO
GILBERTO, lições bíblicas, 4º trimestre, 1992, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
2. ANTÔNIO
GILBERTO, lições bíblicas, 1º trimestre, 1997, CPAD, Rio de janeiro, RJ.
3. BÍBLIA
EXPLICADA, S.E.McNair, 4ª Edição, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
4. BÍBLIA
PENTECOSTAL, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida,
Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
5. BÍBLIA
SHEDD, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil –
2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
6. BÍBLIA
DE ESTUDO PLENITUDE, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e
Corrigida, 1995, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
7. CLAUDIONOR
CORRÊA DE ANDRADE, Dicionário Teológico, p. 286, 8ª Edição, Ed. CPAD, Rio de
janeiro, RJ.
8. CLAUDIONOR
CORRÊA DE ANDRADE, Lições Bíblicas, 2ª trimestre de 2008, Ed. CPAD, Rio de
janeiro, RJ.
9. RAIMUNDO
OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
10. JOHN
LANDERS, Religiões mundiais, Juerp, Rio de Janeiro, 3ª Edição, 1994.
11. JOHN STOTT,
Romanos, 1ª Edição, 2000, Ed. ABU, SC.
12. JÜRGEN
BECKER, Apóstolo Paulo, Edição 2007, Editora Academia Cristã.
Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau – SC
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