TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

NOVOS CÉUS E UMA NOVA TERRA




Apocalipse 21.1-7 “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2- E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. 3- E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. 4- E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. 5- E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. 6- E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. 7- Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” 

I. O ESTADO ETERNO 

No Estado Eterno o tempo deixará de existir, será eterno. Haverá apenas dois lugares para todos os seres (anjos e homens), que foram criados por Deus.

1.       Estado Eterno com Deus. Para aqueles que praticaram a justiça.

2.       Estado Eterno sem Deus. Para aqueles que praticaram a injustiça. 

1. Quando terá início. No momento que o Trono Branco for recolhido ao Céu, nós estaremos com o Senhor e o mundo entrará num colapso ou cataclismo mundial e as potências do céu serão abaladas por causa da destruição eminente.

O Apóstolo João descreve esse momento da seguinte forma:

“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1).

O Senhor criará novos céus e uma nova terra onde habita justiça (v. 1). Essa doutrina es tá presente desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento.

As palavras “céu” e “céus” não é uma figura de linguagem, elas descrevem o lugar onde Deus mora. O Apóstolo Paulo “foi arrebatado até ao terceiro céu”, mas foi proibido de revelar o que lá presenciou (2ª Coríntios 12.1-9).

1. O céu atmosférico. É o céu que contemplamos quando olhamos para cima. Na Bíblia há várias referências a esse céu (Sl 103.11; Is 55. 10-12).

2. O céu cósmico. É aquele que podemos chamar de “universo”, pois está além da atmosfera terrestre, não podendo ser visto pelos olhos humanos, mas somente por meio de aparelhos muito especiais, como os telescópios (Hb 1.10).

3. O céu como habitação de Deus. É o céu que está situado além da terra e do universo, não podendo ser visto pelos olhos humanos, nem por nenhum telescópio. O apóstolo Paulo fez referência a esse céu, chamando-o de “terceiro céu” e “paraíso” em 2ª Co 12.2-4).

Quando João descreve “novo céus e nova terra”, ele se refere ao primeiro e o segundo céu, onde habitou o pecado. O terceiro céu morada de Deus é santíssimo nada impuro pode entrar lá.

O novo céu e o novo universo serão uma habitação perfeita que será a nossa morada eterna. Em outras palavras, o céu irá expandir-se e englobar todo o universo da criação. O verdadeiro cristão nunca deve perder a esperança porque: “de acordo com a promessa de Deus, esperamos por novo céu e nova terra, nos quais habita justiça” (2ª Pe 3.13). Ali, na “nova Jerusalém”, cada um terá “um novo nome” e cantará “uma nova canção” (Ap 2.17; 5.9). 

2. O que acontecerá no Estado Eterno. Para apagar todos os sinais do pecado, haverá a destruição de todo o universo. O céu e a Terra serão abalados (Ag 2.6; Hb 12.26-28) e desaparecerão como fumaça (Is 51.6); as estrelas se derreterão (Is 34.4) e os elementos serão dissolvidos (2ª Pe 3.7, 10, 12). A Jerusalém celestial se tornará a habitação dos salvos em Cristo Jesus (Jo 14.14; Ap 21.2, 3, 10; 22.3-5).

Depois destas transformações cósmicas, Deus trará um novo céu e uma nova terra. “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1). “Eis que faço nova todas as coisas” (Ap 21.5).

O Senhor outra vez “plantará” novos céus e fundará uma nova terra, enquanto esconde os Seus na sombra de Sua mão (Is 51.16). Assim Deus terá separado de Si para sempre todos os rebeldes e incrédulos e trazidos para a Sua presença todos os que aceitaram Jesus por seu Salvador. Aleluia! 

3. A voz que sai do trono de Deus. V. 3, “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.”

“Aquele que João vê assentado sobre o trono”, é o próprio Messias, que faz a seguinte declaração: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” Essas palavras são conhecidas de João, pois no seu evangelho ele declara: “...mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” (Jo 4.14).

João ouve uma voz do céu de que o tabernáculo de Deus está com os homens e que Ele habitará agora com Seu povo, eles desfrutarão de uma comunhão com Ele mais próxima do que jamais sonharam. O próprio Deus estará com eles e será seu Deus em um relacionamento mais próximo e mais querido.

“Eis que faço novas todas as coisas.” No Salmo 102.6, Davi declara “como uma veste, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.” Na presente era, todas as coisas “envelhecerão como uma peça de vestuário, ou seja, Davi se refere a mudanças de vestuário. Deus deveria investir-se em novos céus, como um homem mudaria de roupa. Esta passagem é citada pelo autor da Epístola aos Hebreus 1.12.

“Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Deus afirma que o cumprimento pleno dessa promessa é tão certo que João deveria escrevê-la para que todos soubessem. Desta maneira Deus autentica a veracidade do 

4. E Deus limpará toda lágrima. Os efeitos do pecado, tais como tristeza, dor, mágoa e a morte, já se foram para sempre. Os crentes apenas se lembrarão das coisas santas que valem a pena ter na memória, decerto não se lembrarão do que lhes causou tanta tristeza (Ap 22.3-5).

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” (Ap 21.5-7). 

II. A NOVA JERUSALÉM 

A nova Jerusalém é descrita em Apocalipse 21 e 22 como uma grande cidade, resplandecente e nela manifesta a glória do Eterno. A nova Jerusalém representa a vida eterna na presenta Deus.

Apocalipse 21.9.10 “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. 10- E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.”

A Nova Jerusalém, que também é chamada de Tabernáculo de Deus, Cidade Santa, Cidade de Deus, Cidade Celestial, Cidade Quadrangular e Jerusalém Celestial, é literalmente o paraíso na terra. É mencionada na Bíblia em vários lugares (Gl 4.26; Hb 11:10; 12:22-24; 13:14), mas é mais amplamente descrita em Apocalipse 21. 

1. Quem é o arquiteto e construtor desta cidade? Hebreus 11.16 “Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade.”

Evidentemente, aqui há uma referência ao céu, representada como uma cidade, a nova Jerusalém “da qual Deus é o arquiteto e edificador. Uma herança incorruptível, incontaminável, e que não pode ser enfraquecida. Ela está guardada nos céus” (1ª Pedro 1.4).

Quando nós desejamos esta cidade mais do que desejamos tudo o que esse mundo pode dar, Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus. Quando valorizamos tudo o que Deus promete ser para nós, ele se orgulha de ser nosso Deus.

A sua promessa é para aquele que vencer. “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” (v. 7). 

2. Quem habitará na Nova Jerusalém? Um dos anjos que tinham as taças da ira de Deus, agora vem até João e diz: “Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.” (v. 9 b).

Em apocalipse 17.1, mostrou a João, a destruição da Babilônia mística, e agora mostra a ele, por contraste, a nova Jerusalém e ela. Aqui a Igreja é apresentada como esposa, isto é, a Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém Celeste, como povo escolhido (Cl 3.4; 1ª Pe 5.1; Rm 8.17, 18, 30). Na grande Cidade Eterna, habitarão somente aqueles que foram comprados pelo sangue do Cordeiro, sangue derramado na cruz do Calvário em favor de todo pecador que se arrepende e confessa Jesus Cristo como senhor e Salvador. Ali, os patriarcas, profetas e apóstolos receberão elevadas distinções (Lc 13.28; Ap 21.14). As tribos de Israel serão igualmente honradas (Ap 21.12). Entre os habitantes da Nova Jerusalém, estarão também as nações (Ap 21.24).

No céu todos os redimidos terão corpos semelhantes ao corpo ressurreto de Cristo, corpo real, visível e tangível, porém incorruptível, poderoso e imortal (Rm 8.23; 1ª Co 15.51-56). Ela será espiritual e intelectualmente estimulante. 

3. Onde ficará a nova Jerusalém. “E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” (Ap 21.2, 15). 

A expressão “Nova Jerusalém” é claramente uma contraposição à “velha” e terrena Jerusalém da Palestina.

Essa cidade desce do céu, isto é, sua origem está no céu, ela vem de Deus, pois foi escolhida por Ele, nascida do alto como resultado da obra transformadora do Espírito Santo (Ap 3.12; 21:9; cf. Gl 4.26; Hb 11.10; 16; 12.22). Ela é muito mais do que edifícios, ela é pessoas.

No novo céu a nova Jerusalém desce vem de Deus e fica pairada no espaço, acima da Jerusalém terrestre (Is 2.2; 4.5 e 24.23; Ml 4.1). O apóstolo afirmou que a nova Jerusalém está agora no céu (Gl 4.26); dentro em breve, ela descerá à Terra como a cidade de Deus, “...donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fl 3.20), do qual os antigos patriarcas “...esperavam a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hb 11.10,13,16). Esse céu, claro, será diferente do antigo céu ou o universo com suas galáxias, constelações, planetas, estrelas etc. 

4. Uma cidade cheia da glória de Deus. Apocalipse 21.11-13 “Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma joia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. 12- Tinha uma grande e alta muralha com doze portas e doze anjos junto às portas. Nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel.13- Havia três portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente. 14- A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.”

A shechiná divina que ilumina toda a cidade, representa a perfeita iluminação, pureza e santidade onde habitará a Sua noiva. E tem um muro grande e alto e doze portas que representam as doze tribos de Israel, foi através do povo de Israel que Deus abençoou todos os povos com a vinda do Messias que abriu as portas da vida eterna (Ap 21.12).

João descreve a cidade dizendo que o muro da cidade tinha doze fundamentos, inscritos com os nomes dos doze apóstolos, o ensino dos apóstolos sobre Jesus é o fundamento da Igreja (Ap 21.14), mostrando figurativamente a grande dependência que a igreja tinha de seu testemunho, que influência o evangelho que eles pregavam tinha para elevar essa estrutura divina e que os seus habitantes haviam edificado somente a fé que os apóstolos certa vez entregaram aos santos. 

5. Uma cidade quadrada. “O anjo que falava comigo tinha como medida uma vara feita de ouro, para medir a cidade, suas portas e seus muros. 16- A cidade era quadrangular, de comprimento e largura iguais. Ele mediu a cidade com a vara; tinha dois mil e duzentos quilômetros de comprimento; a largura e a altura eram iguais ao comprimento. 17- Ele mediu a muralha, e deu sessenta e cinco metros de espessura, segundo a medida humana que o anjo estava usando.” (Ap 21.16-17).

A Nova Jerusalém tem a forma de cubo, ou seja, possui a mesma medida em todos os lados, e mede 12 mil estádios de todos os lados, sendo que um estádio corresponde a 180 metros, sendo assim, a cidade mede aproximadamente 2.160 Km de cada lado da cidade e 4.665.600 km² (Quatro milhões, seiscentos e sessenta e cinco mil, e seiscentos) Quilômetros quadrados. Comparando as medidas em Apocalipse 21.16-17, a Nova Jerusalém corresponde a aproximadamente 3.124 vezes a cidade de São Paulo. Podemos então imaginar o tamanho da cidade que os salvos irão morar. Se fosse dividas em ruas, teria lugar para 8.000.000 de ruas de 2.500 Km cada uma. As ruas serão totalmente limpas. 

6. Os ornamentos da cidade e seu fundamento. Ap 21.18-21 “A muralha era feita de jaspe e a cidade de ouro puro, semelhante ao vidro puro. 19- Os fundamentos das muros da cidade eram ornamentados com toda sorte de pedras preciosas. O primeiro fundamento era ornamentado com jaspe; o segundo com safira; o terceiro com calcedônia; o quarto com esmeralda; 20- o quinto com sardônio; o sexto com sárdio; o sétimo com crisólito; o oitavo com berilo; o nono com topázio; o décimo com crisópraso; o décimo primeiro com jacinto; e o décimo segundo com ametista. 21- As doze portas eram doze pérolas, cada porta feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.”

A nova Jerusalém é o lugar que Jesus tem preparado para todos aqueles que creram nas Suas promessas, e guardaram Sua Palavra (Jo 14.13). Será a sede do governo Divino e Ele, o Senhor habitará eternamente com o Sua Igreja.

A cidade é descrita como bela, onde os justos reinarão com Cristo eternamente (Ap 21.9-10) A nova Jerusalém será uma cidade extremamente grande, os muros de jaspe e ruas de ouro. A cidade tem doze portões, cada um feito de uma única pérola, e os alicerces das muralhas são adornados com doze pedras preciosas, aqui na Terra não existe nada parecido, não dá para imaginar como seria morar numa cidade como esta. A cidade não precisa de sol, nem de lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é sua lâmpada. As nações andarão sobre sua luz, suas portas nunca se fecharão, porque nela não haverá noite. Nela nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem prática abominável e mentira, mas somente os escritos no Livro da Vida do Cordeiro” (Ap 21.18-27). 

7. A cidade não haverá templo. “Apocalipse 21.22-27 “Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo.”

João declara que não haverá igrejas, templo de material como era na antiga Jerusalém e nem um lugar de culto público como sob a dispensação do Evangelho, pois não haverá nenhuma forma externa de adoração como hoje. Pois o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro, são o templo, isto é, Deus estará presente com Seu povo, cuja face eles verão e a quem servirão da maneira mais pura e espiritual.

Atividade principal no Novo Céu será a de louvor e adoração ao nosso Criador, Redentor, Senhor e Rei. Será um culto eterno a Deus que nunca se tornará tediosos ou simplesmente repetições orações, mas, de aleluias, glórias e “Tu és digno, Cordeiro de Deus”, pois a majestade, a beleza e magnificência do Senhor nos levarão achar mais e mais motivos para glorificar. Os atrativos da Sua glória produzirão em nós eternas razões para exaltar. 

8. A cidade não necessita de sol e lua. Vs 23-27 “A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia. 24- As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória. 25- Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite.

A nova Jerusalém não necessita de luz, ou seja, não existe sol ou lua, pois a glória de Deus iluminará toda a cidade (21.11, 23; 22-5); Não existirá noite (21.25; 22.5).

A cidade é indescritível em sua extraordinária beleza. Ela bilha num fulgurante resplendor proveniente da glória de Deus. “Cousas gloriosas se dizem de ti ó cidade de Deus”. (Salmo 87:3). João diz que a glória de Deus ilumina toda a extensão da cidade, de tal modo que não ela necessita da luz proveniente do sol ou da lua para poder ser iluminada. 

9. Não haverá pecado nem pecadores. “E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27).

As nações desfrutarão de sua beleza, e os reis da terra virão com seus tributos ao Senhor.

Nada impuro jamais entrará na Jerusalém celestial, nunca mais haverá qualquer tipo de maldição contra qualquer pessoa, (Ap 22.3), pois os corruptos já estarão no lago de fogo e só os salvos viverão na Santa Cidade. O universo todo estará livre do pecado. Ali somente habitará a justiça.

Os servos de Deus terão a grande honra, privilégio e o imenso prazer de servir a Deus. E o mais importante: contemplarão o rosto de Deus. Sobre estes Jesus pronunciou uma bem-aventurança: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. (Mt 5.8). 

10. Uma cidade além da nossa imaginação. Deus tem preparado para aqueles que O amam e obedecem a Sua Palavra algo inédito, muito lindo, de arquitetura extremamente moderna. Na revelação de Paulo aos Coríntios ele diz: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus tem preparado para os que o amam” (2ª Co 2.9).

Se olharmos as belezas da natureza e de nosso mundo não se compara com aquilo que Deus tem preparado para seu povo. Nenhuma cidade deste mundo possui um rio tão belo quanto o rio da vida que corre sobre a Nova Jerusalém (Ap 22.1), o rio mais limpo deste mundo não possui água potável que possa beber antes de um verdadeiro tratamento, mas o rio que corre sobre a Nova Jerusalém além de possuir a água mais pura que qualquer outra, ela procede do trono de Deus, uma verdadeira cachoeira Santa, isto eu posso garantir que nenhum olho na Terra conseguiu contemplar. Jamais alguém poderá ver as grandezas desta cidade, a menos que aceite a Jesus como Seu salvador.

O que Deus tem preparados para nós na Nova Jerusalém, é algo que nunca ouvimos falar, para ser exato, não existe em nenhum lugar no mundo, a cidade mais segura deste mundo não proporciona tanta segurança quanto à cidade que vem de Deus. O dinheiro existente no mundo inteiro não pode proporcionar segurança contra terremotos, maremotos, enchentes, frio, calor, porém tudo isto Deus dará aqueles que o amam e creem que Ele é o Messias o Filho de Deus enviado do Pai para nossa Salvação. O ouro existente no mundo inteiro não pode comprar um lugar nesta cidade, somente aqueles que creem que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado.

O Senhor Jesus tem preparado um lugar para aqueles que irão morar na Nova Jerusalém algo que nenhum homem, sábio ou cientista pensou. Quanto mais o homem estuda outros planetas, galáxia, vai a lua etc., jamais conseguirá ver quanto mais imaginar o que Deus tem preparado para aqueles que vão herdar a Salvação.

Muitos estão investindo em bens matérias correndo atrás do dinheiro, mas não sabem que em breve esta Terra será consumida pelo fogo (2ª Pe 3.7).

A cidade possui: Muitas moradas e todos podem ir para lá (Jo 14.1-3); A cidade brilha como a glória de Deus (Ap 21.11); Muros grandes e altos (21.12); Doze portas com o nome das doze tribos de Israel (21.12); O muro da cidade possui doze fundamentos com o nome dos apóstolos (21.14); A cidade é parecida a um cubo, quadrada (21.16); Os muros são de jaspe (21.18); A cidade é de ouro puro (21.18);

Na cidade não existe templos, ou igrejas (21.22); Não existe sol ou lua, pois a glória de Deus iluminará toda a cidade (21.23; 22-5); Não existirá noite (21.25; 22.5). 

III. COMO SERÁ A NOVA TERRA 

A Nova Jerusalém poderá ser somente uma cidade sobre a nova Terra que o apóstolo João viu em Apocalipse 21.1. A nova terra será muito maior que a Nova Jerusalém. Não dá para imaginar o tamanho do novo planeta, e também devemos considerar que na Nova Terra não existira o mar, que hoje ocupa a maior parte da superfície da Terra, e sendo assim o número de pessoas na Nova Terra poderá ser muito maior que o atual planeta. Isto é apenas uma hipótese, pois a Bíblia não menciona a quantidade de habitantes.

Na Nova Terra haverá o rio que sai do trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22.1). Simboliza que a nossa salvação foi iniciada por Deus e pelo Cordeiro (Jesus). E fluirá por toda eternidade.

No meio da praça de uma margem do rio a árvore da Vida. Esta seria a árvore que Deus proibiu após a queda de Adão e Eva (Gn 3.24), que estava no meio do Jardim do Éden (Gn 2.9) que será para a cura das nações (Ap 22.2).

Na Nova Terra não haverá maldição, nem morte, nem tristeza, nem noite, porque a glória da cidade brilhará sobre ela, e viverão pelos séculos dos séculos. 

IV. ISRAEL E O ESTADO ETERNO 

Isaías 66.22,23 “Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. 23- E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.”. 

Os santos justos da terra do período do Milênio aparentemente serão trasladados da terra Milenial para essa nova terra sem que vejam a morte.

O senhor declara que haverá uma nova terra e um novo céu, e que o povo terrestre, Israel, continuará para sempre na terra glorificada, que virá a existir e que o reino davídico, que é terreno será centrado em Jerusalém e continuará para sempre.

Isaías 9.6,7 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. 7- Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”

Será um reinado eterno. Daniel 7.14 “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.”

A palavra domínio aqui significa regra ou autoridade. Ele foi designado para um reino como príncipe ou governante.

Que todas as pessoas, nações e idiomas o sirvam. Esse reino será visível, universal e perpétua. Em todo o Antigo Testamento é prometido que o Messias seria um rei e teria um reino. (Compare o Sl 2.1-12; Is 9. 6-7).

O entendimento humano, acostumado como está à corrupção que se vê na terra, dificilmente pode compreender a ideia de uma nova terra “onde habita a justiça” (2ª Pe 3.13). Uma terra tão pura e santa e apropriada para a habitação de Deus. Deve haver uma nova terra eterna, porque Deus concedeu a Israel a promessa de uma posse eterna na terra (Dt 30.1-10). Está, além disso, declarado por Isaías que a nova terra e o novo céu superarão tanto o presente que as coisas de agora nunca mais serão lembradas.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC



terça-feira, 19 de setembro de 2023

O DESTINO FINAL DOS JUSTOS

 


O estado final dos crentes é descrito como Vida Eterna, isto é, não apenas uma vida sem fim, mas a vida em toda a sua plenitude, sem nenhuma das imperfeições e dos distúrbios da presente vida (Rm 2.7). Os justos são destinados à vida eterna na presença de Deus. Quando o céu e a Terra forem despovoados (no Juízo Final), o Universo será submetido a uma transformação (2ª Pe 3.7, 10-13). João teve uma visão dessa nova criação em Ap 21.1-5.

As Escrituras apresentam o céu como um lugar. Cristo corporalmente ascendeu ao céu, o que significa que Ele foi de um lugar para outro (Lc 24.39, 51). O céu é descrito como a casa de nosso Pai, onde há muitas moradas (Jo 14.1). A vida eterna é desfrutada na comunhão com Deus, o que é realmente a essência da vida eterna (Ap 21.3). Os Justos verão a Deus (1ª Jo 3.2), encontrarão plena satisfação n’Ele e O glorificarão eternamente. As melhores palavras da linguagem humana são inadequadas para descrever as gloriosas realidades da vida eterna com Deus. Quando chegarmos ao céu, em meio ao seu esplendor, com certeza, exclamaremos como a rainha de Sabá: “Eis que não me contaram a metade” (1º Rs 10.7). O céu é lugar de descanso e alívio para os cansados (Ap 14.13; 21.4); é também a realização plena da vida. É lugar de luz e beleza (Ap 21.23; 22.5); lugar da plenitude de conhecimento (1ª Co 13.12); lugar de serviço (Ap 22.3); lugar de gozo (Ap 21.4); lugar de culto, louvor e adoração, exaltação (Ap 21.22). Iremos honrar, o engrandecer o Senhor, é o lugar onde haverá eterna comunhão entre Deus e todos os santos ou sua Igreja.

Atividade principal no Novo Céu será a de louvor e adoração ao nosso Criador, Redentor, Senhor e Rei. Será um culto eterno a Deus que nunca se tornará tediosos ou simplesmente repetições orações, mas, de aleluias, glórias e “Tu és digno, Cordeiro de Deus”, pois a majestade, a beleza e magnificência do Senhor nos levarão achar mais e mais motivos para glorificar. Os atrativos da Sua glória produzirão em nós eternas razões para exaltar.

Haverá atividades no Céu, entre elas música e canções. Para que não dizer que, também, haverá outros meios de cultuar a Deus. Quem sabe demonstraremos o nosso amor e gratidão a Ele através de dotes, criatividades, habilidades especiais etc. Não encontramos referências bíblicas específicas sobre essa possibilidade, mas o nosso louvor a Deus na Terra não deve apenas consistir do que praticamos num ambiente eclesial, mas, sim, através de outras demonstrações variadas do nosso ser a Ele.

[...] John Mac Arthur complementa: Biblicamente, a vida eterna não é apenas a promessa da vida na eternidade, mas é também a qualidade de vida característica das pessoas que vivem na eternidade. Tem a ver com qualidade tanto quanto duração (Jo 17.3). Não é apenas viver para sempre. A vida eterna é ser participante do reino onde habita Deus. É andar com o Deus vivo, em comunhão infindável.

Termino este tópico com a exclamação do apóstolo Paulo “oh profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.33-36).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

ONDE VOCÊ IRÁ PASSAR A ETERNIDADE – 2ª PARTE


Desejo dar continuidade na segunda parte do estudo “onde você vai passa a eternidade”. No estudo anterior falamos sobre os dois caminhos, porém agora desejo especificar mais a finco sobre o tema: “o caminho que leva para o céu” e o “caminho que leva para o inferno”.

A eternidade iniciará quando você descer a sepultura, seu corpo ficará ali e apodrecerá, mas a sua alma seguirá adiante e apenas dois caminhos a espera: o céu ou o inferno! Quais os preparativos você tem feito para um período tão extenso assim? Período este que terá apenas começo, mas não terá fim!

A decisão de onde passar a eternidade não será depois que você morrer, mas sim hoje! Agora! Não podemos esperar pelo último minuto, pois qual será o último minuto? Pode ser que você nem termine de ler este texto. 

I. O CAMINHO PARA O CÉU 

Deus mesmo, em Seu imenso amor, se dirige a nós nos conduzindo para a vida plena. Ele nos mostra o caminho que vai para o céu, pois não há em Deus interesse maior que não seja a felicidade de cada um dos seus. 

1. O pecado não pegou Deus de surpresa. Sabendo que o homem iria ceder ao pecado, Deus já havia preparado um plano de salvação para humanidade antes da fundação do mundo: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor.” (Ef 1.4).

Para a igreja Tessalônica Paulo vai dizer: “...porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. (2ª Ts 2.13b). 

2. Um sacrifício de amor. João 3.16-17 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.”

A grande prova de Seu amor, Deus fez enviando Seu Filho, para sacrifício por causa do pecado, por isso João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” (Rm 8.3).

O propósito da Lei de Moisés era mostrar o pecado, porém essa Lei não poderia libertar-se do pecado e condenação. Em vez de condenar o homem, Deus enviou o Seu Filho amado em forma de carne para condenar o pecado e libertar o homem do juízo vindouro.

O apóstolo do amor vai dizer em sua carta: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.” (1ª Jo 4.10,11).

Nós fomos justamente os objetos da ira divina, “mas por causa de seu grande amor por nós, “...Deus, que é rico em misericórdia, nos deu vida com Cristo mesmo quando estávamos mortos em transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos.” (Ef 2.4,5).

Quando Paulo diz: “Deus... nos deu vida com Cristo”, ele está se referindo ao milagre da conversão. Deus através da Palavra operou a fé em nossos corações, criando vida onde antigamente não havia nenhum. Desta forma, Ele “nos deu vida com Cristo, mesmo quando estávamos mortos em transgressões”.

E enviou Seu Filho para ser a propiciação pelos nossos pecados: 1ª João 2.2 “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos.” (Rm 3.25).

Jesus levou a culpa pelos nossos pecados, sacrificou a Sua vida por nós quando morreu na cruz. Isso era necessário: os pecados só podiam ser removidos pelo derramamento de sangue de um homem justo (Hb 9.22). Cristo derramou Seu sangue na cruz do Calvário como a única e perfeita base para o perdão dos nossos pecados. Somente Jesus Cristo pode remover seus pecados.

Desde a cruz, Deus oferece o Seu amor, a salvação dos pecados e a vida eterna a todos. Mas o homem precisa tomar uma decisão. 

3. Jesus é a porta. Jesus disse que a porta é estreita, mas Ele dá um comando: “Entrai pela porta estreita” (Mt 7.13). Precisamos entender que a porta para céu não está fachada, ela se encontra ainda aberta. Talvez você pergunte: onde está a porta? Quem é a porta? 

A porta que nos conduz para o céu é Jesus. João 10.7,9, “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.”

Ao afirmar ser a porta, Jesus está dizendo que é a via de acesso e a oportunidade de salvação é Ele. Note que, nesse sentido, Ele não diz ser uma das portas. Sua afirmação é exclusivista: “Eu sou a porta; Eu sou o único acesso a Deus”. No verso primeiro Ele diz: “Eu sou a Porta, se alguém tentar vir de qualquer outra maneira, ele é ladrão e assaltante”.

Jesus fala do reino de Deus como de uma grande casa que tem uma porta: uma só e estreita. Essa casa tem dono, mas um dia vai a porta vai fechar.

Reconhecer que Jesus é a porta não é suficiente. Isso não faz com que acessemos a Deus e tenhamos a salvação. O evangelho sempre vem como um comando para obedecer. Não basta estudar sobre a porta estreita e admirar o que Jesus disse, porque o inferno vai estar literalmente cheio de pessoas que admiravam Jesus e Seus ensinamentos, mas não o seguiram. Para isso, é necessário dar um passo e entrar pela porta por meio da fé.

4. Jesus é o Caminho. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6). 

Por onde você tem andado, sua vida tem rumo?

Ao dizer “eu sou o caminho, a verdade, e a vida”, Jesus não apenas indica qual é o caminho para a casa do Pai, mas se revela explicitamente como sendo Ele próprio esse caminho. A expressão “eu sou o caminho” significa que Ele, Cristo, é o único e verdadeiro Senhor e Salvador.

Muitas pessoas acreditam que todos os caminhos levam a Deus e, nesse engano, alguns caem nas armadilhas das religiões e seitas que buscam mais e mais adeptos que serão enganados e desviados completamente do verdadeiro caminho que é Cristo Jesus.

Não é a religião, não é a denominação religiosa, não é o budismo, não é o catolicismo, não é o espiritismo, não é o hinduísmo, não é o judaísmo, nenhum destes caminhos leva a Deus. O único e genuíno caminho que leva a Deus é Cristo. Nenhuma vida religiosa, boas ações ou qualquer outra coisa pode fazer isso: Somente por Jesus e apenas por Ele temos acesso ao Pai.

Ninguém sabe a hora da partida para a outra vida. Podemos, a qualquer momento, entrar na presença de Deus e a pergunta é: Você está preparado? Já creu em Cristo como seu único e suficiente salvador? Pois esta deve ser sua maior preocupação. 

5. Sem Jesus não há salvação. Atos 4.12 lemos: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.”

Jesus, cujo o nome significa salvação; Cristo, no grego significa ungido, e no hebraico é Messias, que significa enviado. Jesus veio à terra para cumprir pessoalmente uma missão dada por Deus para resgatar toda a humanidade de um fim que seria tenebroso. Há somente uma maneira de ser salvo, há apenas uma Pessoa que é o Salvador, por isso, a fé N’ele e a obediência é necessária para a salvação. Sem Jesus não há salvação, pois Ele é a base para a salvação.

1ª João 5.11,12 “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.” 

6. Jesus é o único mediador. 1ª Timóteo 2.5 “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.”

Deus nos criou para vivermos em união com Ele e sob a sua orientação, mas, infelizmente, o pecado separou o homem de Deus (Rm 3.23). Ele não tinha como ter acesso a Deus, mas, entretanto, Ele não desiste de nós, portanto, Ele providenciou um mediador e sumo sacerdote, Jesus Cristo-homem.

O mediador é aquele que está no meio, o intermediário que pode ficar no meio de dois e comunicar-se com ambos. Por meio de Cristo, Deus pôde aproximar os homens do perdão dos pecados. Consequentemente, qualquer pobre pecador pode se aproximar de Deus, e não será rejeitado de nenhum modo.

O único Deus vivo deseja que todos sejam salvos. Ele é o Único a quem nossas orações devem ser dirigidas e a mais ninguém.

Mediador é um conceito oriundo da adoração cerimonial prescrita no Antigo Testamento. No tabernáculo e, mais tarde, no templo, os sacerdotes mediavam entre Deus e o povo, oferecendo sacrifícios animais para expiar os pecados de todos e intercedendo pela nação. Na posição de mediador, o sacerdote era o único que podia entrar no Santo Lugar, onde Deus manifestava Sua presença.

Agora nosso único Mediador é Jesus Cristo, homem (Hb 9.11-15). Há um só Deus, em quem se encontra a salvação. Há um só caminho que leva a Ele, por meio do Mediador, Cristo Jesus, que tem a natureza plena de Deus e a natureza plena do homem. Cristo se identificou conosco; Ele nos entende perfeitamente e representa-nos à destra de Deus, o Pai (Rm 8.34). 

7. O que eu preciso fazer para me salvar? Na verdade, você não precisa fazer nada, a não se arrepender dos teus pecados, crer e obedecer.

A última palavra de nosso Senhor na cruz foi: “Está consumado!” (Jo 19.30). A palavra “consumado” no grego é “tetélestai” que significa: está concluído, está completo, acabou, como quem cumpre e completa a sua missão. 

7.1. Precisa arrepender de seus pecados. O primeiro mandamento do evangelho é: “arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15).

At 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.”

Podemos definir o arrependimento como “a mudança produzida na vida consciente do pecador, pela qual ele abandona o pecado”. É uma mudança de mente; é um estado de contrição profunda do coração humano, pela culpa do pecado, e o desejo de abandoná-lo.

Mudança de mente. Romanos 12.1,2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

O apóstolo Paulo explica sobre princípios de romper com o pecado, manter nossa vida centrada em Cristo e buscar como também experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Não vos conformeis com este mundo significa, não entrar na forma desse mundo, não se acomodar com a situação, não se deixar levar por qualquer ideologia, resistir e se manter focado.

Vivemos numa cultura onde a corrupção se tornou algo normal, o pecado está sendo legalizado, como aborto, drogas e homossexualismo etc... Porém, o cristão verdadeiro é aquele que entrega sua vida para Deus como oferta animada, sincera e verdadeira e não se conformamos com esta sociedade que está em deterioração e com suas práticas destrutivas, mas nos modificamos pela renovação do nosso entendimento. 

7.2. Precisa ter fé. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não no filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo 3.36).

É necessário fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Portanto, salvação é uma escolha pessoal, por meio da fé.

Crer no evangelho de Jesus Cristo. Crer na Sua morte expiatória. Crer que Ele nasceu, viveu e morreu para tornar possível a salvação do ser humano. Crer que isso é de graça e não nos custa nada. Crer que a salvação é unicamente pela fé em Jesus.

Ef 2.8, “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.”

A palavra graça no grego é “Charis que significa: “favor imerecido, “cuidado ou ajuda graciosa”, “benevolência”. Há um grande tesouro inserido na graça de Deus: a justificação (Rm 5.1). 

7.3. Fé e batismo. Marcos 16.16 Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”

Aquele que crê, isto é, crê no evangelho. O homem é um pecador. Ele deve agir com base na crença nesta verdade e se arrepender. 

7.4. “For batizado”. O batismo é um testemunho da nossa fé e uma declaração pública de que cremos em Jesus Cristo. As Escrituras nos dizem que temos a vida eterna no momento em que cremos (Jo 5.24), e a crença sempre vem antes de ser batizado.

Crer aponta para a aceitação do evangelho pela fé. Batizado aponta para o testemunho exterior da conversão de uma pessoa. Estes elementos estão intimamente relacionados na pregação apostólica (At 2.38; At 8.36-38; At 16.30-33).

O “batismo” ensinado por Jesus e os apóstolos, é de muita importância. Ele não disse, que um homem não poderia ser salvo sem o batismo, mas Ele sugeriu fortemente que onde isso é negligenciado “sabendo que é um mandamento do Salvador”, põe em risco a salvação da alma. 

7.5. Precisa obedecer. Filipenses 2.8 “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

A obediência a Deus é uma parte essencial da fé cristã. O próprio Jesus foi obediente até à morte, a morte numa cruz.

A Bíblia diz que mostramos nosso amor por Jesus, obedecendo a Ele em todas as coisas: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14.15). E para aqueles que não obedeceram, Ele perguntou: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lucas 6.46).

A obediência é definida como “cumprimento respeitoso ou submisso aos comandos de um em autoridade”. E quando examinamos essa definição em maior detalhe, vemos os elementos da obediência bíblica.

Não basta apenas crer porque os demônios também creem. Tiago 2.19” Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem”.

Eles creem, mas não obedecem. Da mesma forma, muitas pessoas creem, mas não obedecem às ordenanças de Jesus. A verdadeira crença é a fé comprometida com o Senhor Jesus, uma vida de renúncia, uma mudança de conduta e transformação de caráter. 

7.6. O homem precisa abrir seu coração para o evangelho. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3.20).

Jesus bate em nossos corações através do evangelho. Ao contrário do inimigo, que vem tão somente para matar roubar e destruir, Ele vem promover a vida abundante (Jo 10.10). Aquele que abre a porta e O recebe torna-se seu filho e um relacionamento de bênçãos é gerado nesse coração, que é transformado pela graça de Cristo.

João 1.12, “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.”

Quando as verdades bíblicas atingem o coração, criam em nós o desejo de nos separarmos do mundo. Aqueles que se aproximam de Jesus andarão de modo a honrá-Lo.

No coração do homem não há maçaneta do lado de fora, mas somente do lado de dentro. Quando Jesus bate, apenas o homem pode abri-la para Ele entrar.” Jesus não entra em coração fechado. E você, já abriu a porta do seu coração para Cristo entrar? 

7.7. Confessar. Filipenses 2.11, “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. Esta declaração enfatiza a universalidade da confissão de Jesus como Senhor e o futuro reconhecimento de sua soberania por toda a humanidade.

Nos tempos do Novo Testamento, a palavra “senhor” somente era usada para as pessoas em autoridade. O escravo, quando se referia ao seu dono, dizia: “meu Senhor”. Os súditos, quando se referiam aos seus superiores, empregavam a mesma palavra.

Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, torna explícito que tem toda a autoridade, e é o dono de nossas vidas. O verdadeiro cristão tem Jesus Cristo como Senhor.

A Bíblia explica que Jesus é o Senhor porque comprou a nossa vida, e se Ele é Senhor, nós somos seus escravos: “Pois aquele que, sendo escravo foi chamado pelo Senhor, é liberto, e pertence ao Senhor, semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo” (1 Co 7.22,23). Se Ele comprou é o dono e pode fazer o que quiser conosco, e nós como escravos devemos obedecê-lo em tudo.

O apóstolo Paulo deixou isto claro quando afirmou: “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.8-10).

Aquele que confessar com sua boca que Cristo Jesus é o Senhor de sua vida será salvo. A confissão de fé é um elemento central na vida cristã, pois expressa publicamente nossa crença e aceitação de Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. Esta confissão pública é uma demonstração da nossa identidade cristã e uma forma de testemunho aos que nos rodeiam.

Na teologia paulina, ele nos encoraja a confessar Jesus como Senhor com nossa boca. Esta confissão vai além de uma simples declaração de palavras; é uma afirmação solene de total submissão e devoção a Jesus. Ao reconhecer Jesus como Senhor, reconhecemos sua autoridade sobre nossas vidas e nos rendemos à sua vontade. 

II. O CAMINHO PARA O INFERNO 

Ninguém gosta de falar do inferno. Se você perguntar para uma pessoa se ela quer ir para o inferno ou para o céu, com certeza ela vai dizer que quer ir para o céu morar com Deus. Porém, ele é real e precisamos examinar a nossa vida pela Palavra de Deus e saber para onde iremos quando formos chamados para a eternidade.

Segundo a Bíblia a vida futura do homem seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A vida pós morte depende a escolha que ele fizer em vida. Depois não há possibilidade de mudar. 

Opções oferecidas para o destino final são bíblicas. Não parece ser uma boa opção alguém passar a eternidade em sofrimento. É isto que se deduz da palavra “inferno” e das expressões usadas por Jesus: tormento e sofrimento. No entanto, têm-se oferecido outras opções sobre o destino eterno dos homens. Quero avaliá-las nesse momento, pois elas respondem à pergunta: o que acontece conosco quando morremos?

Deus não criou nenhum ser humano com a intenção de condená-lo ao inferno. Deus não tem prazer na morte do pecador (Ez 18.31,32), “Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1ª Tm 2.4).

A Palavra de Deus é uma luz em nosso caminho; uma bússola que indica o caminho da vida, para que ele não venha desviar-se do caminho.

No livro da revelação, Jesus disse para João: “O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Ap 21.7,8).

O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos ele escreve dizendo “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Rm 8.13).

Viver segundo a carne é satisfazer os desejos carnais, é o que o que a teologia paulina nos ensina.

Gálatas 5.16-21 “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. 18. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20. idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21. invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.”

Quem anda no Espírito, não necessita satisfazer a concupiscência da carne. Age como um cidadão dos céus e investe no céu, não necessitando da lei (5.16). Carne e espírito são dois extremos existentes em nós e satisfazer a carne significa egoísmo, satisfazer o espírito é altruísmo (5.17). Guiar-se pelo Espírito é desfrutar da plena liberdade, é esquecer-se que há lei (5.18).

Romanos 8.5-11 “Porque as pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. 6. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz. 7. Por isso as pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não obedecem à lei de Deus e, de fato, não podem obedecer a ela. 8. As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus. 9. Vocês, porém, não vivem como manda a natureza humana, mas como o Espírito de Deus quer, se é que o Espírito de Deus vive realmente em vocês. Quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele. 10. Mas, se Cristo vive em vocês, então, embora o corpo de vocês vá morrer por causa do pecado, o Espírito de Deus é vida para vocês porque vocês foram aceitos por Deus. 11. Se em vocês vive o Espírito daquele que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida ao corpo mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que vive em vocês. 12. Portanto, meus irmãos, nós temos uma obrigação, que é a de não vivermos de acordo com a nossa natureza humana. 13. Porque, se vocês viverem de acordo com a natureza humana, vocês morrerão espiritualmente; mas, se pelo Espírito de Deus vocês matarem as suas ações pecaminosas, vocês viverão espiritualmente. 14. Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

As obras da carne, significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o homem natural. Da mesma maneira a palavra grega pneuma, “espírito” que se aplica ao Espírito Santo, espírito humano, aos anjos e aos espíritos imundos.

Aquele que desejam entrar no reino de Deus crucifica as paixões carnais. Gálatas 5.24 “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.”

1ª Coríntios 6.9,10 “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10. nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”

E Jesus complementa dizendo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). O coração que segue a avareza, as riquezas (Mamom), é um coração idólatra, e a sua obstinação em permanecer no erro do seu coração enganoso é feitiçaria.

Qualquer que ama a mentira é anátema, pois Cristo é a verdade: “Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata!” (1ª Co 16.22).

O lago de fogo será para todos os pecadores o lugar final de separação de Deus. Para este lugar será removido para sempre a morte e o Hades. O universo será purificado da presença de todo o mal e a justiça prevalecerá na terra e no céu, que serão renovados. 

CONCLUSÃO

A salvação foi estendida para todo a humanidade (1ª Jo 2.2). Embora os homens sendo pecadores, o caminho da salvação não está fechado para ele, mas precisa tomar uma decisão na Sua vida e escolher qual o caminho a seguir.

Após a morte há dois destinos: aqueles que creem e obedecem às ordenanças de Cristo irão para o paraíso, mas os que negaram a seguir a Jesus irão para o um lugar de tormento no inferno.

Cabe a você escolher onde quer passar sua eternidade. A Palavra de Deus nos orienta: “tenho te proposto a vida e a morte, a benção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas.”

O destino de tua alma depende da tua escolha hoje, amanhã pode ser muito tarde.

P r. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

ONDE VOCÊ IRÁ PASSAR A ETERNIDADE - 1º PARTE


I. DEPOIS DA MORTE VEM O JUÍZO

 Hebreus 9.27 “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” 

O termo “ordenado” empregado no texto grego é “apokeimai” e significa “ser guardado”, “colocado à parte”, “ser reservado”, “estar à espera de” (Lc 19.20; Cl 1.5; 2ª Tm 4.8).

“Está ordenado [a mim] morrer uma só vez”. A menção é ilustrar o fato de que Cristo morreu apenas uma vez pelo pecado, que também as pessoas morrem uma só vez nesta terra. Por causa do pecado de Adão, a morte passou a todos os homens (Rm 5.12).

Duas coisas são certo para o ser humano. 1º Todos sem exceção irão passar pela morte. 2º Todos passarão por um julgamento para prestar contas de suas obras.

O pecado trouxe consequências individual e coletiva que se estendeu até nós. As principais consequências do pecado original são a morte (Rm 6.23) e o afastamento de Deus (Rm 3.23). Tornamos inimigos de Deus (Rm 8.7). Não existe remédio para o pecado, a única maneira de tratar com o pecado é pela morte e ressurreição de Cristo Jesus. 

I. AS DUAS RESSUREIÇÃO 

João 5.28,29 “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” 

A Bíblia Sagrada afirma que haverá duas ressurreições: a primeira ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Cristo e está reservada para os salvos que receberão a vida eterna ao lado do Senhor Jesus; Esse é o destino final dos crentes. Porém, os ímpios, vão ressuscitar para o desprezo eterno. Seu destino final é o inferno, onde haverá dor, vergonha e tristeza. 

1. A primeira ressureição. 1ª Tessalonicenses 4.16,17 “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

A primeira ressureição é para os salvos, os que morreram em Cristo Jesus e acontecerá na vinda de Cristo. Segundo a teologia paulina, os mortos ressuscitarão primeiro e depois os vivos serão transformados em um corpo glorificado e subirão juntamente com ele, a encontrar com o Senhor nos ares.

Após o Arrebatamento, os salvos irão para o Tribunal de Cristo (1ª Co 3.12-15), um julgamento para receber um galardão pelo seu trabalho prestado a Cristo e também sua fidelidade.

Em 2ª Coríntios 5.10, Paulo dá uma ilustração do Tribunal de Cristo à Igreja de Corinto: “Porque todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio de corpo, ou bem, ou mal.”

Paulo nos ensina que todos os cristãos vão estar perante o Tribunal de Cristo. No Tribunal de Cristo, os crentes serão recompensados de acordo com a fidelidade com que serviram, seguiram e obedeceram a Cristo e “...estaremos para sempre com o Senhor.”

O Tribunal de Cristo não é um julgamento de pecados, é para crentes cuja salvação já está assegurada pela fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 10.9-10), mas será um julgamento em que que Deus nos recompensará de acordo como vivemos as nossas vidas. 

2. A segunda ressureição. “... e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (Jo 5.29b).

Na consumação dos séculos haverá então o julgamento final para aqueles que rejeitarão a graça de Cristo Jesus, e viverão uma vida de pecado.

Satanás astuto e inteligente levou o homem a ruína. O homem ficou destituído da glória de Deus (Rm 3.23) e caiu no caminho de morte. O pecado se alastrou a toda humanidade levando o homem para destruição. O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. “(Rm 6.23).

O Juízo Final será um julgamento na consumação dos séculos, onde os mortos no pecado, ressuscitarão em seus corpos terrenos para prestar conta ao Todo Poderoso, pelas suas obras durante a sua vida terrena. Essa é a segunda ressureição.

O homem vai para o inferno por uma escolha pessoal. Dizia Santo Agostinho: “Em inúmeras passagens do Evangelho, o céu e o inferno são tratados como o “prêmio” e o “castigo” eternos devidos a nossas obras boas ou más.” 

II. OS DOIS CAMINHOS 

“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mt 7.13,14).

1. A decisão é do homem. A decisão espiritual mais importante que alguém fará na vida, é a decisão sobre o destino da sua alma e temos só duas opções, céu ou inferno, a benção ou a maldição.

No Antigo Testamento, vemos Moisés dizendo ao povo: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Dt 30.19).

Ao profeta Jeremias o Senhor Deus disse: “A este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte” (Jr 21.8).

Josué, o sucessor de Moisés, disse para o povo: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Js 24.15).

Elias, disse ao povo no Monte Carmelo: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.” (1º Rs 18.21).

A vida do ser humano consiste em apenas duas formas, ou servimos a Deus, ou servimos ao diabo. Não existe meio termo. O Mestre Jesus nos ensinou que “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mt 6.24).

Nos ensinamentos de Jesus Ele foi claro dizendo que existem apenas dois caminhos: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mt 7.13,14).

Esses caminhos são distintos, separados, e em direções opostas. Um leva à vida eterna, o outro à morte eterna. O largo e suave; o outro, estreito e apertado e “poucos entram por ele.”

O ser humano pode escolher em obedecer a Deus, obedecendo e seguindo a sua palavra, ou vive em uma vida sem compromisso com Deus e vivendo segundo suas próprias vontades e deleites, isto é, ele tem livre escolha. 

2. O caminho largo é o caminho da perdição. “...larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela...” (Mt 7.13). 

Esses caminhos são distintos, separados, e em direções opostas. Um leva à vida eterna, o outro à morte eterna. O largo e suave; o outro, estreito e apertado e “poucos entram por ele.”

Mesmo com a diferença entre esses dois caminhos muitos optam em seguir os desejos que provem da carne, isto é, o caminho largo. 

2.1. O caminho largo. Caminho largo é o caminho que leva à perdição, ou seja, para longe de Deus. Poucos o almejam, mas a maioria anda nele, pois se trata de um caminho largo em sua entrada (porta) e também em seu trajeto (caminho). É o mais confortável e atraente.

Jesus diz que o caminho é espaçoso, de forma fácil dá para entender que este caminho é o que conduz aos deleites da vida, aonde estão aqueles que não se preocupam em caminhar na vontade de Deus, quantos não estão entrando nessa porta, o próprio Jesus nos diz que: “muitos entram por ela”, e mesmo assim não percebem. Jesus deixa claro que a maioria não pensa além da vida vivida na Terra.

Todos que andam por ele estão preocupados em apenas curtir a vida e seus prazeres efêmeros. Entregam-se livremente aos desejos carnais e não pensam no fim da viagem nem na destruição certa que os aguarda lá.

Muitos que estão nesse caminho, até conhecem a Deus, falam de Deus, mas não querem um compromisso com Ele. Na sua consciência, conhecer a Deus é suficiente, ou seja, eles acham que estão no caminho certo. Provérbios já nos diz algo relacionado: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. (Pv 14.12).

O que valia à época do Antigo Testamento vale ainda para nós, hoje: “... Deixem os seus caminhos e as suas más obras...” (Zc 1.4). Abandonem a pista da perdição e mudem para o bom caminho de Deus. Ou, como diz o Novo Testamento: abandonem o caminho largo, que conduz à perdição, e andem no caminho estreito que conduz à vida eterna (Mt 7.13-14). Há um caminho estreito com uma porta estreita. Um caminho largo com uma porta larga. Um é o céu, e o outro é o inferno. Um é espaçoso e o apertado. Há duas classes de pessoas: os muitos e os poucos; E há também dois destinos: a condenação ou a vida eterna.

O homem sem Jesus está em numa encruzilhada, ele precisa tomar uma decisão em sua vida (Rm 12.2). Após a morte não existe probabilidade de mudar de lugar. Céu ou inferno. 

O Lázaro e o homem rico.

O texto de Lucas 16.19-31, Jesus fala sobre um rico mesquinho e um mendigo justo que morreram. Jesus descreveu a vida deles após a morte. Lázaro, o mendigo, estava no paraíso, no conforto do seio de Abraão. Mas o rico ficou sendo atormentado pelo fogo inextinguível. Ele pediu que Abraão enviasse Lázaro para esfriar a sua língua, mas Abraão respondeu que isso era impossível, por haver um abismo intransponível entre eles. O rico, então, pediu que Abraão deixasse Lázaro voltar para avisar os irmãos dele, a fim de que não fossem também para aquele lugar terrível. Ele pensava que se Lázaro ressuscitasse, seus irmãos creriam. Mas Abraão respondeu dizendo que se eles não creram em Moisés e nos profetas, também não acreditariam se alguém ressurgisse de entre os mortos.

Uma vez que alguém morre, sua decisão foi feita. Se ele aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e O obedeceu aqui na terra, eles irão viver com Ele no céu por toda a eternidade. Mas se alguém optar por não obedecer a Deus e continuar a fazer as coisas do seu modo, eles irão onde Satanás, o pai da mentira também está indo – para o inferno por toda a eternidade.

Deus é um Deus amoroso e Ele nos dá muitas oportunidades, mas se você continuar se desculpando, mais tarde Senhor, eu vou te ouvir e obedecer mais tarde, agora eu quero me divertir e fazer o que eu quero fazer, então você pode ter um grande surpresa se o tempo acaba e você não fez a decisão certa. Isso é muito sério. Pense bem e decida sua vida para Jesus, enquanto a tempo, porque não sabemos o dia de amanhã, apenas o que está ao alcance dos nossos olhos.

3. O caminho estreito - o caminho da salvação. Jesus disse que “a porta é estreita e apertado o caminho... e são poucos os que acertam com ela. A palavra estreito significa também: “apertado, de pouca folga” (V. 14).

Apesar de ser o que todos almejam, poucos conseguem andar nele, pois é apertado tanto em sua entrada (porta) quanto em seu trajeto (caminho). Por ser apertado costuma tirar o “conforto” de quem está andando por ele. (Mt 7.13-14).

O caminho da vida é o caminho com Deus. Quem o abandona estará automaticamente andando na pista contrária no caminho da perdição e do agente de perdição, no caminho de Satanás.

Para entrar pela porta estrei precisa deixar a bagagem do pecado, porque na porta não passa. Nesse caminho o homem precisa viver uma vida abnegada e humildade, mas o mais importante, morrer para o mundo. Vejo hoje muitos cristãos professos que não estão mortos para o mundo. Mas eles desejam ser o máximo possível semelhantes ao mundo e, no entanto, querem ser considerados cristãos. Esses sobem por outro caminho.

Então, quais são os pré-requisitos para entrar pela porta estreita? O próprio Jesus delineou as condições para seguir as pisadas que Ele deixou no caminho estreito: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14.33).

Mateus 10.38,39, “E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.”

Em primeiro lugar, nosso Senhor ensina que é preciso negar-se a si mesmo, e em segundo lugar ele ensina que é preciso tomar a cruz.

A crucificação do Senhor Jesus, Ele não foi forçado a sofrê-la, antes a escolheu. Ele tomou voluntariamente a cruz e foi crucificado para o cumprimento do propósito de Deus. Em outras palavras, Ele não foi forçado a morrer como se fosse um criminoso; antes, estava pronto a ser crucificado para que, pela sua morte, sua vida divina pudesse ser liberada a fim de produzir a igreja.

Quando Jesus disse “quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim”, isso significa que também nós, os cristãos, não somos forçados a carregá-la, mas que devemos toma-la voluntariamente. Devemos perceber que o Senhor Jesus não disse assim: “...a si mesmo se negue e seja crucificado”, e, sim: “... a si mesmo se negue e tome a sua cruz” (Mt 16.24). Em outras palavras: não deveríamos ser crucificados (forçosamente), mas, sim, deveríamos, dia-a-dia, tomar a cruz. Ser crucificado indica que alguém está nos forçando a isso, enquanto “tomar a cruz” indica que nós mesmos nos voluntariamos a tal fato.

A expressão “tomar a cruz” ganhará sentido em nossas vidas a partir do momento em que, voluntariamente, negarmos a nós mesmos em função da edificação do corpo de Cristo. Negar-se a si mesmo é amar ao Senhor acima de todas as coisas, e ser fiel à causa do Evangelho acima de qualquer aspiração pessoal.

Negar-se a si mesmo é dizer não a natureza humana decaída, ou seja, o velho “eu” que tenta nos desviar para as concupiscências das obras da carne.

Negar-se a si mesmo é renunciar toda confiança em sua própria natureza, religiosidade, capacidade e obras, e entender que a salvação depende exclusivamente de Deus, e que os méritos pertencem tão somente a Cristo.

Em ouras palavras, no ensino de Jesus aquele que nega-se a sim mesmo é alguém capaz de dizer: Jesus é o primeiro em todas as áreas da minha vida.

Não é um caminho confortável, por isso só andam por ele aqueles que amam a Deus de verdade; aqueles que estão dispostos a abrir mão de tudo por Jesus, como fizeram o apóstolo Paulo e outro.

Assim, vos apresento os dois caminhos com a intenção de chamar a vossa atenção: O caminho estreito que conduz a salvação, ou o caminho largo que conduz a condenação eterna.

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 29 de agosto de 2023

A CONDENAÇÃO ETERNA

  


“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.14-15). 

Muitos ainda não sabem o que é eternidade. Eternidade será um tempo sem relógio, ou seja, uma condenação sem fim a onde a alma e o espírito dos pecadores serão lançados no Lago de Fogo para o sofrimento sem fim, eterno sem volta.

Entre as diferentes correntes escatológicas, basicamente o principal assunto discutido é a eternidade. Na doutrina da eternidade há duas correntes de interpretação: Tempo definido (tempo sem fim) e tempo indefinido (tempo indeterminado). 

1. Tempo definido. Para eles, o inferno figurado da Bíblia é mesmo eterno (temporal) e não sempiterno (para sempre) e usam um versículo da profecia de Oséias: 13.14: “…eu os remirei do poder do inferno…onde está, ó inferno, a tua destruição?” Esses defendem o significado um tempo indefinido e não sem fim. Por isso, na Bíblia, se fala em mais de uma eternidade e não apenas numa. “Mas a misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade sobre os que o temem.” (Sl 103.17). 

A palavra misericórdia no latim, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração” significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. A misericórdia de Deus é eternidade em eternidade, ou seja, não teve começo; não terá fim. Porém, essa misericórdia são “...sobre os que o temem.”, isto é, para os fiéis que são regenerados pelo Espírito de Deus, e que o adoram com verdadeira devoção, é para os que obedecem aos Seus mandamentos. Mas, para aqueles que não obedecem a Suas ordenanças, seu propósito de misericórdia teve um começo e não é “de eternidade”, ou seja, Sua misericórdia tem um fim e não é “eterna”. 

2. Tempo indefinido. Para entendermos o conceito de eternidade, precisamos conhecer a origem da palavra eterno a luz da Bíblia.

A Bíblia diz que Deus é eterno. Sem essa revelação, seria impossível para o homem pensar com seriedade sobre a possível existência de um período antes e depois do que vivemos.

A palavra eterno no original hebraico é Olam e aparece a primeira vez no livro de Gênesis 21.33, para se referir a eternidade de Deus. A palavra eterno significa perpétuo; que dura para sempre; sem começo e sem fim.

No Antigo Testamento, o Salmo 90.2 usa a palavra hebraica עֹ֝ולָ֗ם (‘olam) sobre a eternidade de Deus no sentido de duração para sempre, eternamente, para todos os tempos. “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus.”

Essa palavra pode também ter o sentido de existência contínua ou sem fim e descreve também a extensão de tempo em que Deus deve ser louvado (1º Cr 16.36; Sl 89.1; 119.112.). Foi com essa ideia na mente que o salmista escreveu: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

A Bíblia não tenta provar a existência de Deus ou a Sua eternidade, mas apenas começa com a frase “No princípio Deus...” (Gn 1.1), indicando que no início do tempo registrado, Deus já existia. A duração que se estende sem limite ao passado e a duração sem limite ao futuro, de tempos eternos a tempos eternos, Deus foi e será para sempre.

Por sua vez, o Novo Testamento usa a palavra grega αἰωνίου (aiwniov) (aionios), que significa eterno, no sentido de ser sem começo e sem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será ou que nunca termina (cf Rm 16.26).

Na mitologia grega, a palavra Aion Αἰών é uma divindade helenística associada ao tempo, ao orbe ou círculo abrangendo o universo e ao zodíaco. O tempo representado por Aion é ilimitado, em contraste com Chronos como tempo empírico dividido em passado, presente e futuro. Ele é, portanto, um deus das eras, associado a religiões de mistério, relacionadas com a vida após a morte, tais como os mistérios de Cibele e os mistérios dionisíacos (relativo ao deus Dioniso, o princípio que representa a embriaguez, o caos, a falta de medida, a paixão. [https://pt.wikipedia.org/wiki/Aion_%28mitologia%29 – acesso dia 12/08/2023].

O termo Ad Aeternum originado do latim, Ad Eternum ad 'para' + aeternum significa: eternamente; para sempre; que não tem fim; que dura eternamente; de modo eterno, sem fim, infinito; eternamente.

A palavra eternidade vem do latim aeturnus, termo que, por sua vez, é uma derivação de aevum, que significa era ou tempo. O termo costuma ser entendido em dois sentidos. No sentido comum, significa sempiternidade (do latim sempiternus, a um: perpétuo, eterno, imortal), isto é, duração ou tempo infinito. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende.

A vida terrena a palavra correta é (no grego), onde o corpo tem fim, diferente da alma que não tem fim aionos sem fim.

3. O ensino bíblico sobre o inferno. No evangelho segundo Marcos 9.43-48, por três vezes no texto, Jesus adverte aos discípulos: “melhor é para ti entrares na vida-reino de Deus – aleijado, coxo e cego – do que ires para o inferno” (v. 43, 45, 47). A cada advertência Jesus também acrescenta algo sobre o inferno: “para o fogo que nunca se apaga [ARA- inextinguível] (2x)” seguida de outro qualificativo: “onde o seu bicho não morre”

Para os discípulos de Jesus, a doutrina do inferno era uma nova revelação, mas a descrição já era conhecida por eles, pois no livro do profeta Isaías ele escreveu dizendo: “Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.” (Is 66.24). Diante das palavras de Jesus e, agora, considerando o todo da revelação bíblica, vejamos qual é o ensino bíblico sobre esse lugar. 

4. O destino dos pecadores. Quando Jesus vier em glória assentar-se-á no Seu trono para julgar as nações, Ele vai separa as ovelhas e os bodes (os justos e os ímpios) colocando a Sua direita as ovelhas e a Sua esquerda os bodes. Na Sua sentença dirá para os que tiverem a Sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt 25.41b).

Muitos pensam que o fogo eterno foi preparado exclusivamente para Satanás e para os seus demônios, e dessa maneira afirmam que, primariamente o destino do homem seria o gozo eterno, e não o inferno. Porém, a análise textual não dá margem para essa interpretação, as palavras de Cristo são claras, mostrando que o fogo eterno foi preparado para todos os inimigos de Deus. Há uma diferença notável entre a maneira como os justos serão tratados e os ímpios. Cristo dirá a um que o reino foi preparado para eles; ao outro, que o fogo não foi preparado para “eles”, mas para outra raça de seres, eles o herdarão porque têm o mesmo caráter “do diabo”, e por isso são adequados para o mesmo lugar – não porque tenha sido originalmente “preparado para eles”. O fogo eterno foi preparado para todos aqueles que seguem a Satanás, sejam homens ou demônios. 2ª Tessalonicenses 1.8-9 está escrito: “Com labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; 9. Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder.”

É relevante salientar que a eterna bem-aventurança para os justos e o castigo eterno para os ímpios são claramente ensinados nas Escrituras. É perfeitamente razoável e justo e estão em harmonia tanto com o amor como com a justiça de Deus, que Ele recompense o Seu povo com a vida eterna, e dê justa retribuição aos ímpios o castigo eterno por suas más obras.

Se não soubéssemos o significado de aionios, então precisaríamos perguntar: qual é o contrário de “temporal”? Algo bem simples: infinito, eterno! Em Mateus 25.41 e em Judas 1.7 o “fogo” do juízo é descrito com aionios.

Em Mateus 25.46 encontra-se mais um caso de oposição no contexto de aionios: no mesmo versículo, o castigo dos perdidos e a vida dos redimidos são chamados de aionios. “Estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”

A Bíblia não deixa nenhuma dúvida de que existem dimensões de tempo que não têm fim, que são eternas. Isso vale tanto para a vida eterna como para o sofrimento eterno. Todavia, segundo a Bíblia eternidade significa um tempo sem fim, uma vida que nunca terá fim. Eternidade seria a ausência total de tempo e de qualquer coisa relacionada com o tempo, isto é, tempo sem relógio. Se não houvesse castigo eterno, também não haveria vida eterna! 

5. Os ímpios serão queimados. Esta é também uma expressão forte, empregada em muitas ocasiões. Malaquias se refere ao dia em que os ímpios hão de ser queimados (Ml 4.1). Mateus fala em serem atados em molhos para queimar” (Mt 13.30), e menciona também que “o joio é colhido e queimado no fogo” (v. 40). Pedro declara que a “Terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2ª Pedro 3.10). Lemos ser o destino final dos injustos o “lago de fogo” (Ap 20.15), e a isto o revelador chama “a segunda morte” (Ap 21.8).

Depois do julgamento aqueles que não foram achados escritos seus nomes no livro da vida foram lançados no lago de fogo (v.14), e juntos com eles, foram também lançados à morte e o inferno.

O inferno não é um estado de espírito. É um lugar real (Lc 16.23). Mas está com os seus dias contados. É o que Esta é a segunda morte” (V. 14). diz o apóstolo João: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo.

Assim, o Senhor aniquilará todas as maldições que, desde Adão e Eva, infelicitam a raça humana. 

6. O lago de fogo será um lugar terrível, de dor e sofrimento eterno. Este local não foi preparado para o homem, mas para Satanás e seus anjos: “Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;” (Mt 25.41). Lá já foram lançados o Anticristo e o falso profeta (Ap 19.20); Satanás, o príncipe das trevas e o enganador de todo o mundo (Ap 20.10); a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (Ap 20.14); e os homens ímpios, que se recusarem ouvir a Palavra de Deus e o Seu testemunho, e não se arrependeram das suas obras (Ap 20.15). O terrível lugar da eterna habitação de Satanás e dos anjos maus. 

7. A morte eterna. A morte eterna também chamada 2ª morte (Ap 2.11; 20.6, 14, 21.8), diferencia-se da 1ª morte, sendo a 1ª morte temporária e física e a 2ª morte uma separação definitiva de Deus e eterna, sem volta.

A Bíblia fala de três tipos de morte. A morte física, que é a cessão do processo vital de um ser vive. A morte espiritual, que é o estado que se encontram as pessoas que não confessam Jesus Cristo como Salvador pessoal (Ef 2.5), e a morte eterna, também conhecida como a “segunda morte”, que é o estado permanente de separação de Deus, que atingira a todos que passarem pelo trono branco.

O homem sem Deus se encontra morto espiritual, mas ao confessar que Jesus é Senhor, ele é vivificado, ou seja, nasceu de novo (Jo 3.3; Ef 2.1, 5). Todavia, este poderá se reverter quando há a conversão do coração, mas a morte eterna jamais poderá se reverter, pois a morte eterna, é um castigo eterno pelo homem ter rejeitado o plano de salvação de Deus (Dn 12.2; Mt 25.46; Ap 20.14,15).

A Bíblia quando fala sobre a Segunda morte, refere-se a uma separação eterna de Deus, aonde o homem vai ser separado e condenado a um juízo eterno. Não será a religião que vai livrar o homem da condenação e do juízo de Deus, mas é sua vida de santidade, justiça e fidelidade a Palavra do Senhor a Bíblia Sagrada. Talvez você acha injusto Deus condenar o homem, mas saiba que Ele é fiel no que diz: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem para que se arrependa. Porventura tem prometido, e não o fará? Ou tendo falado não o cumprirá?” (Nm 23.19).

A Palavra do Senhor nos mostra que Deus não voltará atrás naquilo que pronunciou, e que tem poder para cumprir totalmente tudo aquilo que na Sua Palavra prometeu. Ele prometeu salvar aqueles que recebem e Jesus como Seu único e suficiente salvador e obedecem a Sua Palavra, mas também prometeu condenar aqueles que não aceitam o Evangelho da salvação: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Portanto, aqueles que andam segundo as concupiscências da carne não entraram no Reino dos céus (Gl 5.19-21; 1ª Co 6.9-10; Ap 22.15). 

7. O sofrimento será terrível por toda a eternidade. O sofrimento será terrível e por toda a Eternidade (Ap 20.10), essa morte de sofrimento eterno é chamada na Bíblia de 2ª morte, isto é, eterna separação de Deus. Jesus confirma na Sua Palavra “E, irão estes para tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “E, se atua mão te escandalizar, corta-a: melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mão, e ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga; 44 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43-44).

A Bíblia ensina claramente que não há injustiça nem parcialidade em Deus (Rm 2.6,11), e que há graus de punição e sofrimento no inferno, assim como também é o caso das recompensas no céu.

As palavras de Cristo sobre algumas cidades incrédulas, parece indicar que o julgamento será de fato experimentado de maneira diferente por pessoas diferentes: Mateus 11.21,22, “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. 22. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.”

Essas cidades eram bem conhecidas pelos judeus. Na época de Jesus, era provavelmente uma cidade de muito esplendor e comércio extensivo.

Nenhuma cidade foi mais privilegiada do que Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Jesus Cristo percorreu suas estradas, pregando as boas novas do Evangelho, o perdão para aqueles que estão confiando n’Ele! Há salvação gratuita, completa e eterna! Mas Jesus Cristo também alertava que há condenação para aqueles que não estão confiando n’Ele. A pregação de Jesus Cristo servia de consolo para alguns e condenação para outros.

Essas cidades ouviram a pregação das boas novas de salvação, mas voluntariamente O rejeitaram. Sua mente voltou-se para as cidades de Tiro e Sidom, que haviam caído sob o julgamento de Deus por causa de sua idolatria e maldade. Se tivessem tido o privilégio de ver os milagres de Jesus, teriam se humilhado em profundo arrependimento.

“...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.” As palavras de Jesus nos mostram que que haverá graus de punição no inferno, assim como haverá graus de recompensa no céu (1ª Co 3.12-15). O único pecado que condena os homens ao inferno é a recusa em se submeter a Jesus Cristo (Jo 3.36b). Mas a profundidade do sofrimento no inferno está condicionada aos privilégios desprezados e aos pecados cometidos.

Ai de ti, Chorazin! ai de ti, Betsaida! Esse aí é de juízo. Jesus mostra aos Seus discípulos que essas cidades não escaparão do juízo de Deus no final dos séculos. A moral extremamente corrupta e a devassidão irrestrita dessas cidades são atribuídas à ignorância; pois ali a voz de Deus nunca fora ouvida, nem milagres haviam sido realizados, para adverti-los a se arrependerem. Porém nas cidades da Galileia, houve uma rejeição muito dura ao Messias, dos quais eles haviam visto um grande número de milagres realizados por Jesus. Por isso Jesus disse que; “...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que na própria Judéia."

Os pecadores serão julgados segundo as suas obras e perante este tribunal terão que comparecer todos os pecadores desde o princípio do mundo até o fim dos séculos. Os registros de suas obras serão abertos e lidos para determinar o grau de castigo. De qualquer maneira será uma coisa horrível ter de comparecer perante o Juiz de toda a Terra e por Ele ser condenado.

Pr. Elias Ribas

Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC