TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 19 de março de 2014

JESUS CRISTO VERDADEIRO HOMEM VERDADEIRO DEUS


Mateus 13.58 “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles”.
 
A Natureza do Miraculoso.
Visto que o termo milagre é popularmente aplicado a ocasiões incomuns, até mesmo por aqueles que professam não acreditar no sobrenatural, nem sempre é fácil atribuir o verdadeiro significado bíblico à palavra. É provável que a definição mais simples seja. “Uma interferência na natureza por um poder sobrenatural” (C.S Lewis, Miracles, p.15). Uma definição de Machen também é útil. “Um milagre é um evento no mundo exterior, que é trabalhado pelo poder imediato de Deus” (J. Gresham Machen, The Christian View of Man, p.117). Com isto ele quer dizer que uma obra Divina é milagrosa quando Deus “não usa meios, mas utiliza o seu poder criativo, como o utilizou quando fez todas as coisas a partir do nada” (loc. cit.). Em outras palavras, um milagre acontece quando Deus dá um passo para fazer algo além do que poderia ser realizado de acordo com as leis da natureza, do modo como a entendemos, e que na verdade pode estar em desacordo com elas e ser até uma violação delas. Além disso, um milagre está além da capacidade intelectual ou científica do homem.

Termos Gregos.
Quatro palavras gregas aparecem nos Evangelhos para descrever as obras sobrenaturais do Senhor Jesus. teras (traduzido como “maravilha”) fala do seu caráter extraordinário; sēmeion (“sinal”) simboliza a verdade Celestial e indica a imediata conexão com um mundo espiritual mais elevado; dynamis (“poder”) descreve um exercício de poder Divino e demonstra o fato de que forças superiores penetraram e estão trabalhando neste nosso mundo inferior; ergon (“trabalho”) se refere aos feitos miraculosos que Cristo veio realizar. Os primeiros três desses termos estão reunidos em Atos 2.22. “A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas [ou milagres, dynamesi], prodígios [terasi] e sinais [sēmeiois], que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” (veja W. Graham Scroggie, A Guide to the Gospels, pp.203-204).

O Propósito dos Milagres.
Alguns tendem a ver os milagres como eventos isolados na vida dos profetas ou do Senhor Jesus Cristo. Presumivelmente, o desespero medonho de uma pessoa, a seriedade de uma situação, ou a iniciativa de Elias ditaram se um milagre deveria ou não ser realizado. Mas os milagres não estão espalhados em uma confusão geral ao longo da Bíblia Sagrada. Eles estão caracterizados em quatro períodos na história bíblica: os dias de Moisés e Josué, Eliseu e Elias, de Daniel, da igreja primitiva, e do próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em cada caso, os milagres serviram para dar crédito à mensagem e ao mensageiro de Deus, em ligações importantes no desenvolvimento da tradição judaico-cristã. Eles também preservaram a verdade de Deus da extinção.

a) Moisés. Moisés era um estranho ao seu povo e precisava de alguns meios para demonstrar que havia sido enviado por Deus para guiá-los, tirando-os da escravidão. Além disso, ele precisava de uma forma de persuadir Faraó a libertar os israelitas escravizados. E é claro, uma vez que Deus guiou os israelitas para fora do Egito, Ele tinha que exercer um poder miraculoso para passar com milhões deles pelo deserto até Canaã.
b) Eliseu. Eliseu e Elias ministraram a Israel em uma época em que a adoração ao bezerro e a Baal ameaçavam exterminar a fé no Deus verdadeiro. Atos milagrosos mostraram que a mensagem dos profetas era verdadeira e digna de crédito, e que o Deus deles era o único Deus verdadeiro. Este fato fica especialmente claro no confronto entre Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo.

c) Daniel. Daniel e seus associados foram impulsionados às posições de liderança, no dia em que o templo e o poder político judeu foram destruídos, e quando uma grande porcentagem de membros e líderes da comunidade hebraica foi exilada da sua terra natal. Muitas questões devem ter passado pela mente dos exilados. Deus não existe mais? Ele estava sempre com eles? Os assírios e babilônios estavam certos quando zombavam, dizendo que o deus deles era mais poderoso do que o Deus dos hebreus? O Deus hebreu era um Deus local capaz de proteger seus adoradores apenas na Palestina? Será que Deus ainda tinha poder, agora que o seu templo estava destruído, e não tinha mais aonde habitar? Daniel e seus associados estavam enganados em sua visão a respeito de Deus e de seu poder? Os milagres realizados na Babilônia responderam várias vezes a todas essas perguntas. O Deus Celestial era o único verdadeiro, universal em seu poder e amoroso em sua terna supervisão para com os seus. Ele honrou o testemunho dos seus servos fiéis; mostrou que a imagem de Nabucodonozor não era nada quando comparada ao seu poder; Ele abateu Belsazar no exato momento em que este ousou profanar as vestes sagradas do templo e ridicularizar a Divindade judaica. Um povo tirado da sua terra natal e de seus padrões normais de adoração precisava de tal demonstração de poder para suportar os seus dias de cativeiro. O fato dos hebreus não se assemelharem à população mesopotâmia, mas manterem a sua nacionalidade distinta, por si só é um milagre. É ainda mais notável que tantos que vieram à Mespotâmia como prisioneiros de guerra e escravos, tenham se tornado proeminentes na sociedade babilônia e persa. Descobertas arqueológicas atestam este fato de uma forma incrível.

d) Jesus. Durante o ministério terreno de Jesus, Ele usou os milagres para demonstrar a sua Divindade, para provar que era o Enviado de Deus, para sustentar o seu Messianato, para ministrar com compaixão às multidões necessitadas, para guiar seus seguidores à fé salvadora, para evidenciar um renascimento espiritual interior (como no caso da cura do paralítico, Mc 2.10,11), e como um auxílio na instrução e preparação de seus discípulos para o ministério que eles estavam prestes a desempenhar (por exemplo, Mc 8.16-21). E também está claro que os milagres da encarnação, ressurreição e ascenção são parte integrante da provisão Divina da salvação para a humanidade.

Depois que o Senhor Jesus Cristo ascendeu ao Céu, os seus discípulos começaram a pregar em seu Nome, interpretando os acontecimentos de sua vida e especialmente de sua morte, escrevendo aos seus convertidos mensagens que traziam em si a autoridade do Espírito Santo.

Então a questão da comprovação (ou da autenticação) surgiu mais uma vez. Eles eram verdadeiros mensageiros de Deus, interpretando corretamente a mensagem e a obra de seu Filho? Os seus pronunciamentos deveriam ser tratados como se fossem inspirados? Os milagres ajudaram a responder estas perguntas de forma afirmativa.

A Plausibilidade dos Milagres
O homem que vive na época da ciência tem dificuldade de aceitar os milagres. Desde o início da nossa época de escola, ficamos impressionados com a lei natural - com a constância ou uniformidade das operações do universo. Quando crescemos e começamos a desenvolver um mundo e uma visão da vida por nós mesmos, um conflito surge entre este ponto de vista sobre a natureza e o sobrenatural. Como podemos resolver esta questão? Podemos aceitar os milagres?

O fundamento para a solução de qualquer problema desta natureza é uma visão adequada de Deus. Uma forma de começar a chegar a este conceito é através de argumentos filosóficos para a existência e a natureza de Deus.

a) Argumento Ontológico. O primeiro deles é o argumento ontológico, aquele que simplesmente afirma e argumenta que o homem tem dentro de si a ideia de um ser perfeito. Se este ser é perfeito, ele deve existir porque a perfeição inclui existência.

Alguns filósofos alegam que é impossível discutir a existência real a partir de um pensamento abstrato; mas Hegel, dentre outros, sentiu que o ontológico era o argumento supremo para a existência de Deus.

b) Argumento Moral. Kant, por outro lado, acreditava que o argumento moral era o mais importante. Começando com o “deve” ou com um imperativo categórico no homem, ele defendia a existência de um ser que tinha o direito absoluto de comandar o homem - um legislador e juiz. Outros expressam este argumento de forma diferente, e sustentam que a ampla divergência entre a conduta do homem e sua presente prosperidade requer um acerto de contas no futuro, o que por sua vez requer um juiz absolutamente justo. Contudo, alguns que utilizam o argumento moral enfatizam que a alma ou o espírito religioso no homem exige um objeto pessoal que seja infinito, ético e que possa ser conhecido.

c) Argumento Cosmológico. Um terceiro argumento é chamado cosmológico ou argumento da casualidade. Cada parte do universo é dependente de algo. Nem mesmo o universo é eterno, mas é um acontecimento, e por isso deve ter uma causa. 

O argumento retorna através da relação de causa e efeito à causa que não foi induzida, e Àquele que é auto-existente. Ao pensarmos na causa do universo, concluímos que: (1) seja qual for a sua causa, o universo é algo real; (2) o próprio universo é uma grande causa que pode ser infinita; (3) esta causa deve ser livre ou autodeterminada; (4) deve ser uma causa única ou unificada; se existissem muitos deuses, eles estariam necessariamente trabalhando juntos.

d) Argumento Teológico. Um quarto argumento é o teológico. Há uma ordem, um ajuste, e um projeto visível em todos os lugares no universo. Existe a evidência de um projetista do universo. A partir deste argumento, podemos concluir que: (1) este Criador deve ter um grande poder; (2) Ele deve ter grande inteligência; (3) a partir de uma inteligência tão grande, podemos concluir que este Glorioso Ser possui a sua personalidade e autoconsciência.

Através de uma cuidadosa consideração, podemos ir mais além nestes argumentos teístas chegando a uma possibilidade, a uma probabilidade, e até mesmo a uma alta probabilidade de um teísmo total: uma crença em um Deus pessoal, sobrenatural, e onipotente. Embora possamos chegar a certezas morais, não poderíamos chegar à verdadeira certeza intelectual sem restar nenhuma dúvida intelectual por parte do indivíduo. A certeza intelectual a respeito de um Deus pessoal e ético só pode ser alcançada através dos fatos da revelação cristã, e, de forma conclusiva, apenas através de uma experiência interior com Deus. Não é razoável concluir que o onipotente projetista do universo não teria poder para revelar a si mesmo, ou que não teria interesse em se revelar às suas criaturas (isto é, através da Palavra escrita, a Palavra Viva).

Uma vez que admitimos a existência de Deus, não podemos negar a sua atividade sobrenatural no universo, no tempo e no espaço. Boettner comenta. “Se a oposição ao sobrenatural for realizada de forma consistente, ela não pode apenas negar os milagres, mas deve levar a pessoa diretamente ao agnosticismo ou ao ateísmo. A pior e mais acentuada inconsistência para o modernista é admitir a existência de Deus e, contudo, negar os milagres registrados nas Escrituras, por considerar que estes se opõem à lei natural. Uma pequena reflexão deveria convencer qualquer um de que uma concepção teística do universo como um todo coloca em risco a crença nos milagres” (Loraine Boettner. Studies in Theology, p. 53).

Porém muitos encontram pouca ou nenhuma ajuda nos argumentos teístas para o estabelecimento dos milagres. Então considere uma outra abordagem. olhe as próprias leis da natureza. O que elas são? Será que elas impedem a possibilidade dos milagres? Quanto ao caráter das leis da natureza, Boettner observa. “Elas não são por si só forças na natureza, mas simplesmente declarações gerais do modo como estas forças atuam, de maneira que possamos ser capazes de observá-las. Elas não são forças que governam toda a natureza forçando a obediência, mas sim meras abstrações sem uma existência concreta no mundo real” (ibid., p. 61).

Nesse mesmo ponto, C. S Lewis conclui. “Temos o hábito de falar como se as leis da natureza induzissem os acontecimentos; mas estes nunca foram induzidos... E estas leis não induzem; elas ditam o padrão a que cada acontecimento – se é isto que está sendo considerado como indução - deve se adequar, assim como as regras da aritmética definem o padrão a que todas as transações com dinheiro devem se adequar – se houver algum dinheiro. Assim, por um lado, as leis da natureza cobrem todo o campo do tempo e do espaço; e, por outro, o que elas deixam de fora é precisamente o universo real e inteiro - uma torrente incessante de eventos que fazem a verdadeira história. Isto deve vir de algum outro lugar. Pensar que as leis podem produzir, é como pensar que você pode criar dinheiro verdadeiro apenas fazendo contas” (Lewis, op. cit., p. 71).

Então deve ficar claro que as leis da natureza são meramente observações da uniformidade ou da constância na natureza. Elas não são forças que dão início à ação. Elas simplesmente descrevem a forma como a natureza se comporta – quando o seu curso não é afetado por um poder superior. No plano humano, observamos uma constante introdução de novos fatores ou forças para interferirem no curso normal da natureza. É contrário às leis da natureza, imensos navios de aço flutuarem, ou aeronaves pesando toneladas voarem. Outros fatores têm sido introduzidos. De acordo com as leis da natureza, produtos químicos misturados em certas quantidades produzirão um composto benéfico para o homem. Se outra força, como o calor ou outro produto químico for introduzido, o resultado pode ser uma explosão ou um veneno mortal.

O homem está constantemente realizando “milagres” à medida que interfere na natureza. Milhares de suas invenções aparentemente violam as leis da natureza. Será que Deus é menos do que o homem? Lewis chegou a uma boa conclusão. “Quanto mais certos estivermos da lei, mais claramente saberemos que se novos fatores forem introduzidos, o resultado variará. O que não sabemos, como cientistas, é se o poder sobrenatural pode ser um desses fatores... O milagre é, sob o ponto de vista do cientista, uma forma de tratar, e até mesmo de falsificar (como alguns preferem), ou mesmo de trapacear. Ele introduz um novo fator na situação, ou seja, a força sobrenatural que o cientista não tinha avaliado” (ibid., pp. 70-71).

Não precisaria haver um conflito básico entre ciência e religião. “A ciência... para a maioria agora, mostrou claramente que procurar descrever uma ordem na natureza não implica em negar um fundamento da natureza” (C. J. Wright, Miracle in History and in Modern Thought, p. 178). Há uma tendência crescente de se reconhecer que a ciência é uma coisa e a religião é outra. A ciência procura descrever o fenômeno e desenvolver novas invenções no mundo físico. Ela tenta responder à pergunta “Como?” A religião procura descrever o fenômeno e ampliar os horizontes no mundo espiritual. Ela busca as razões que estão por trás do fenômeno. Ela se esforça para responder à pergunta “Por quê? A ciência e a religião podem se harmonizar através de uma abordagem inteligente do problema. Fica claro que uma harmonização é possível pelo fato de muitos cientistas proeminentes em nossos dias serem totalmente sobrenaturalistas – crentes em milagres. A dificuldade vem quando os homens “agem sob a hipótese de que os milagres são algo impossível de acontecer”. Assim, uma visão ateísta de mundo se torna o critério da história. Ao invés de examinar o mundo para obter uma visão de mundo, os incrédulos usam as suas visões de mundo para tentar construir a história do mundo, e a história que eles construíram é autocontraditória” (Gordon H. Clark, “The Ressurrection”, Christianity Today, 15 de abril de 1957, p. 19).

Uma defesa dos milagres no final do séc. XX requer um entendimento da opinião e do pensamento moderno. Por algum tempo houve uma tendência de abandonar a posição extrema de uma negação dos milagres. Na virada do século, Adolf Harnack, um grande liberal, escreveu. “Muito do que foi rejeitado anteriormente tem sido re-estabelecido sob uma investigação mais profunda, e à luz da experiência geral. Quem hoje, por exemplo, poderia desprezar ou escrever apenas resumidamente a respeito da obra de curas miraculosas como aquelas que são descritas nos Evangelhos, como faziam os eruditos de antigamente?” (Adolf Harnack, Christianity and History, p. 63). Desde a sua época, estabeleceu-se uma tendência ainda maior nessa direção. O antigo liberalismo não tinha uma mensagem para o mundo que estava convulsionado e chocado devido a duas guerras mundiais, a corrida das armas nucleares, as guerras frias e quentes entre o Ocidente e o Oriente, os constantes conflitos no Oriente Médio, e os desafios da era espacial. Gradualmente, os baluartes do antigo liberalismo desmoronaram diante dos mundos em colisão, e dos ataques da neo-ortodoxia ou do neo-supernaturalismo. A lei da relatividade de Einstein, e outros fatores, modificaram o antigo conceito Newtoniano do universo, e outras variáveis foram introduzidas, o que abriu a porta para um retorno à posição conservadora sobre os milagres.

Isto não significa que o mundo esteja sendo convertido a um cristianismo conservador, mas que a crença em milagres tem sido muito mais intelectualmente respeitada do que costumava ser. Podemos então concluir que uma crença nos milagres não é apenas plausível nos nossos dias, mas que é a única esperança para uma humanidade presa no redemoinho do poder político e de uma iminente guerra atômica. Sem o elemento miraculoso, o cristianismo não teria uma mensagem e nem um consolo para a nossa era. Um Jesus que é simplesmente um mártir da verdade, um príncipe dos filantropos, um modelo de professores éticos, não poderia apresentar aos homens mais do que um idealismo conhecido e desgastado. A única resposta para os mares agitados da vida é um Salvador que possa dizer, “Cala-te, aquieta-te” (Mc 4.39). A única esperança para a vitória sobre o poder de Satanás, é Aquele que os demônios reconhecem e obedecem. A única esperança para o corpo nesta vida e na próxima reside naquele que é o Senhor da vida e da morte. A única esperança para a alma descansa naquele que morreu pelos nossos pecados, ressuscitou e ainda vive para interceder por nós.

Sugestões Para o Estudo dos Milagres
Muitas vezes, não se dá a devida atenção aos milagres, e assim estes são facilmente considerados um fenômeno interessante e dramático. Porém uma investigação cuidadosa dos milagres proverá informações verdadeiramente valiosas para o estudante da Bíblia, e contribuirá para o aumento de seu conhecimento da metodologia de estudo da bíblia. A seguir estão algumas maneiras de abordar os milagres.

1. Classifique os milagres. Por exemplo, eles podem estar organizados de acordo com a demonstração de poder sobre. a natureza, os demônios, as enfermidades, ou as deformidades físicas.

2. Estude-os como uma ferramenta de ensino. Que ponto o realizador do milagre tentava atingir através do milagre?

3. Observe o valor apologético dos milagres; por exemplo, considere-os como uma evidência da Divindade de Cristo. Reconheça o fato de que, em todos os exemplos, as maravilhas que Jesus realizou eram humanamente impossíveis.

4. Veja o que eles revelam sobre a pessoa do realizador do milagre. Alguns fatos bastante perceptíveis através dos milagres de Cristo são: seu poder, compaixão, amor, atitude em relação ao judaísmo, ao governo, e o respeito pelas pessoas.

5. Observe o método ou procedimento obedecido na realização dos milagres. Jesus falou com as três pessoas que Ele ressuscitou. Ele tocou um leproso, e aplicou lodo aos olhos de um cego.

6. Veja o que eles revelam sobre a pessoa pela qual o milagre é realizado. O que eles falam sobre a sua posição social, econômica, sob o seu ponto de vista religioso e a sua gratidão? Que efeito o milagre exerce sobre a vida psicológica e espiritual desta pessoa?
7. Observe as necessidades relativas daqueles que foram beneficiados pelos milagres.

8. Visualize o drama do momento. Desenvolva uma imaginação santificada. Por exemplo, imagine Jairo profundamente ansioso e até mesmo nervoso e inquieto, enquanto o Senhor Jesus, depois do seu pedido, se volta para a mulher que tocou na orla das suas vestes, para tratar de sua hemorragia. Talvez tenha passado pela mente de Jairo um breve pensamento de que, se o Senhor Jesus tivesse se apressado, a sua filha não teria morrido.

A Questão dos Milagres Hoje
Sempre se levanta a questão se a igreja moderna pode desfrutar do mesmo poder de realizar milagres como ocorria no início do NT. Deve-se considerar que Deus é onipotente e pode capacitar os seus para realizar milagres hoje. Apesar de estar claro pela história que Deus parou de operar através de “sinais” no final do NT, os milagres continuam acontecendo. Ocorrências bem comprovadas de curas milagrosas aconteceram e continuam acontecendo em nossos dias. Entre o povo das tribos, estes milagres serviram para comprovar a mensagem e o mensageiro, em sua primeira apresentação do Evangelho. Naquelas mesmas tribos os milagres aparentemente não ocorreram com tanta frequência depois que a igreja se estabeleceu. Isto não significa que os milagres não ocorreram ou não ocorrerão sob outras condições.

O dom de realizar certos tipos de milagres está sempre relacionado à condição espiritual da igreja, e é confirmado que se a igreja dos nossos dias fosse mais espiritual, ela poderia exercer os dons como fez a igreja do primeiro século. Veja, entretanto, que a igreja de Corinto estava exercendo os preciosos dons, mesmo vivendo em uma condição carnal. Além disso, 1 Coríntios 12 deixa claro que nem todos recebem do precioso Espírito os mesmos dons, mas são dados dons variados aos diferentes membros do Corpo de Cristo. Aparentemente, os dons são concedidos de acordo com a soberana vontade de Deus, e não necessariamente de acordo com a espiritualidade do vaso (veja Dons Espirituais). Deve-se lembrar que alguns dos homens mais espirituais na Bíblia Sagrada - como, por exemplo, Abraão e João Batista (que foi cheio do Espírito desde o ventre materno) - não realizaram milagres. E o apóstolo Paulo nem sempre realizou milagres; lembre-se de que ele deixou Trófimo doente em Mileto.

Fica claro pelas Escrituras, que a realização dos milagres apostólicos em geral está relacionada a um programa ou cronograma Divino. Pode muito bem ser que alguma outra grande manifestação de milagres ocorra nos últimos dias antes da volta de Cristo. No Sermão do Monte das Oliveiras, o Senhor Jesus Cristo profetizou que falsos profetas e cristos realizariam milagres, e seriam tão astutos que, se fosse possível, enganariam até os próprios escolhidos (Mt 24.24). Outras indicações semelhantes podem ser encontradas em 2 Tessalonicenses 2.9 e Apocalipse 13.12-15 (cf Mt 7.21-23). Se no plano de Deus as falsas operações de milagres deverão ser neutralizadas, podemos presumir que Deus permitirá aos crentes uma nova demonstração apostólica de sinais Divinos e maravilhas com esta finalidade específica.

Jamais nos esqueçamos de que o Senhor é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e assim busquemos, recebamos e desfrutemos os seus milagres hoje.

Fontes Não cristãs de Poder para Operar Milagres
Já observamos que, no final dos tempos, os milagres serão realizados pelo poder demoníaco. Podemos presumir que o trabalho de Simão, o mágico; e Elimas, o encantador, deveriam ser classificados na mesma categoria (At 8.9-24; 13.6-12), assim como no caso dos mágicos egípcios que competiram com Moisés (Êx 7–8). Para uma discussão sobre esse assunto veja a obra de M F. Unger, Biblical Demonology.

Os Milagres Bíblicos
Os milagres realizados por Moisés e Josué podem ser facilmente encontrados e estudados nos capítulos iniciais de Êxodo, nos capítulos subsequentes do Pentateuco e no livro de Josué. O trabalho maravilhoso de Elias é descrito em 1º Reis 17 – 2º Reis 2, e o de Eliseu em 2º Reis 2–8. Os milagres do período de Daniel estão registrados em sua profecia.

Visto que os milagres de nosso Senhor estão relatados ao longo dos quatro Evangelhos, e que alguns milagres são mencionados em mais de um Evangelho, pode ser útil obter uma única lista completa. Os milagres realizados pelos líderes da igreja primitiva podem ser encontrados no livro de Atos, a partir do capítulo 3.

Os Evangelhos registram 35 milagres separados realizados por Cristo; entre estes, Mateus cita 20; Marcos 18; Lucas 20; e João 7. Não se deve concluir, entretanto, que o Senhor só realizou estes milagres. Mateus, por exemplo, relembra 12 ocasiões em que o Senhor Jesus realizou várias maravilhas (4.23-24; 8.16; 9.35; 10.1,8; 11.4,5; 11.20-24; 12.15; 14.14; 14.36; 15.30; 19.2; 21.14). Obviamente os escritores dos Evangelhos simplesmente escolheram os milagres de acordo com o seu objetivo, dentre os inúmeros que foram realizados pelo Senhor Jesus. Há muitas formas de organizar os milagres individuais registrados nos Evangelhos, dependendo do propósito do comentarista. Pode ser de grande valia enumerá-los em sua ordem de ocorrência, tanto quanto for possível.

 1. A transformação da água em vinho (Jo 2.1-11)
2. A cura do filho de um nobre em Caná (Jo 4.46-54)
3. A cura um paralítico no tanque de Betesda (Jo 5.1-9)
4. A primeira pesca miraculosa (Lc 5.1-11)
5. A libertação de um endemoninhado na sinagoga (Mc 1.23-28; Lc 4.31-36)
6. A cura da sogra de Pedro (Mt 8.14,15; Mc 1.29-31; Lc 4.38,39)
7. A purificação de um leproso (Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16)
8. A cura de um paralítico (Mt 9.2-8; Mc 2.3-12; Lc 5.18-26)
9. A cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada (Mt 12.9-13; Mc 3.1-5; Lc 6.6-10)
10. A cura do servo do centurião (Mt 8.5-13; Lc 7.1-10)
11. Jesus ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7.11-15)
12. A cura de um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22; Lc 11.14)
13. Jesus acalma uma tempestade (Mt 8.18,23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25)
14. A libertação de um endemoninhado gadareno (Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39)
15. A cura da mulher que tinha um fluxo de sangue (Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48)
16.J esus ressuscita a filha de Jairo (Mt 9.18,19,23-26; Mc 5.22-24,35-43; Lc 8.41,42,49-56)
17. A cura de dois cegos (Mt 9.27-31)
18. A libertação de um mudo (Mt 9.32,33)
19. Jesus alimenta mais de 5 mil pessoas (Mt 14.14-21; Mc 6.34-44; Lc 9.12-17; Jo 6.5-13)
20. Jesus anda sobre as águas (Mt 14.24-33; Mc 6.45-52; Jo 6.16-21)
21. Jesus expulsa o demônio da filha de uma mulher siro-fenícia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30)
22. A cura de um surdo-mudo em Decápolis (Mc 7.31-37)
23. Jesus alimenta mais de 4 mil pessoas (Mt 15.32-39; Mc 8.1-9)
24. A cura de um cego em Betsaida (Mc 8.22-26)
25. A libertação de um garoto (Mt 17.14-18; Mc 9.14-29; Lc 9.38-42)
26. Encontrando o dinheiro do tributo (Mt 17.24-27)
27. A cura de um cego de nascença (Jo 9.1-7)
28. A cura de uma mulher em um sábado (Lc 13.10-17)
29. A cura de um hidrópico (Lc 14.1-6)
30. Jesus ressuscita Lázaro (Jo 11.17-44)
31. A purificação dos 10 leprosos (Lc 17.11-19)
32. A cura do cego Bartimeu (Mt 20.29-34; Mc 10.46-52; Lc 18.35-43)
33. Jesus amaldiçoa a figueira (Mt 21.18,19; Mc 11.12-14)
34. A restauração da orelha de Malco (Lc 22.49-51; Jo 18.10)
35. A segunda pesca maravilhosa (Jo 21.1-11).

FONTE DE PESQUISA


Bibliografia. Frank G. Beardsley, The Miracles of Jesus, Nova York. American Tract Society, 1926. John H. Best, The Miracles of Christ, Londres. SPCK, 1937. Alexander B. Bruce, The Miraculous Element in the Gospels, Londres. Hodder & Stoughton, 1886. John Laidlaw, The Miracles of Our Lord, Londres. Hodder & Stoughton, 1890. C. S Lewis, Miracles, Nova York. Macmillan, 1947. H. van der Loos, The Miracles of Jesus, 2a ed., Leiden. Brill, 1968. Richard C. Trench, Notes on the Miracles of Our Lord, Westwood, NJ.. Revell, s.d. H. Wace, “Miracle” ISBE, III, 2062-2066.

sábado, 8 de março de 2014

QUEM É JESUS


Em poucas palavras podemos de forma resumida apresenta algumas respostas fidedignas sobre o Jesus da Bíblia Sagrada. As Escrituras nos dizem de forma clara e verdadeira quem de fato é Jesus.

I. JESUS É DEUS
               
Jesus é Deus que encarnou para salvar o homem. No AT, Jesus é a expressão criadora de Deus. No NT, Jesus é Deus encarnado. Jesus é a Palavra de Deus em ação. O Verbo Eterno (Sl 33.6; Sl 107.20; Is 55.11).

“NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (João 1.1,2)”.

“...e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mateus 1.21)”.

Jesus é perfeitamente Deus e perfeitamente humano. Esse é um dos conceitos basilares do NT (especialmente da teologia de Paulo) e da fé cristã.

Jesus não perdeu ou renunciou aos seus atributos divinos, como a onisciência, onipotência e onipresença.

 Porém, para que Ele pudesse nascer e viver na Terra como “verdadeiro homem”, voluntariamente, escolheu o caminho da humilhação (ao contrário de Lúcifer e de Adão), e assumiu plenamente a natureza humana de “filho e servo de Deus”, depositando toda a sua glória natural nas mãos de Deus Pai (Jo 1.14; 17.5-24; Lc 9.32; Rm 8.3; Hb 2.17).

II. A VINDA DE JESUS AO MUNDO

“...Cristo Jesus, o qual, tendo plenamente a natureza de Deus, não reivindicou o ser igual a Deus, mas, pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo plenamente a forma de servo e tornando-se semelhante aos seres humanos. Assim, na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, entregando-se à obediência até a morte, e morte de cruz (Filipenses 2. 5 – 8 –NTKJ)”.

Jesus assumiu a forma humana e de uma maneira inexplicável foi gerado na barriga de uma virgem, pelo Espírito Santo (Mt 1.18).

III. A CIDADE DE JESUS

Jesus nasceu em Belém da Judeia (Mt 2.1), e foi criado em Nazaré (Lc 4.16).

IV. JESUS É
Jesus é incomparável. Ele é muitos mais do que o fundador do Cristianismo. Ele é o que nem outro líder religioso foi ou seria.

ELE É:
1) É o único caminho que existe para se chagar a Deus pai (João 14,6);
2) Jesus é o único salvador (Atos 4.12);
3) É o único mediador entre Deus e os homens. E ponto final! (1Tm 2.5);
4) Jesus é advogado de seus seguidores (1 João 2.1);
5) É juiz dos vivos e dos mortos (Atos 10.42).

CONCLUSÃO.

Jesus é aquele que convida a todos nós: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mateus 11.28)”.

Jair Alves
http://cantinhojairalves.blogspot.com.br/2013/10/quem-e-jesus.html


quinta-feira, 6 de março de 2014

QUANTAS CANAS VOCÊ JÁ QUEBROU?

“Não esmagará a cana quebrada…” (Isaías 42.3).

Uma das mais belas profecias a respeito de Jesus Cristo fala sobre uma característica muito presente nos seres humanos em geral, mas que não está presente no Filho de Deus, no Salvador. O ser humano, em muitos momentos, tem prazer em destruir ainda mais aquele que já se encontra sob ruínas, em colocar mais peso em cima dos ombros daquele que já está conduzindo um fardo pesado, em trazer mais desesperança àquele que já não tem forças para crer, em oprimir àquele que já está subjugado, em sufocar àquele que já está asfixiado, em trazer dor àquele que já sofre tormentos terríveis. Esse é o ser humano – cruel – e atuante em toda a sua pecaminosidade, um destruidor da esperança alheia! Jesus, porém, não é assim!


Jesus não esmagaria um “galho” que já estava esmagado. Isso mostra um diferencial muito grande entre Jesus Cristo e as pessoas guiadas por suas atitudes pecaminosas. E esse diferencial foi bastante visto no ministério de Cristo. Enquanto Ele levava esperança aos rejeitados da sociedade, os religiosos – e também outros grupos de pessoas – O censuravam. Não gostavam de vê-Lo NÃO COLOCAR peso na vida das pessoas, antes, libertá-las dos seus pesos. Aliás, vários grupos de pessoas dos tempos de Cristo eram campeões em esmagar ainda mais aqueles que já estavam esmagados. Esse comportamento foi alvo de críticas severas de Jesus: “Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os colocam sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.” (Mateus 23.4 )

Jesus, através de Sua vivência, cumpre a profecia feita a Seu respeito pelo profeta Isaías! Ele vem trazendo esperança e mostra isso na prática em sua passagem por esta terra. Dos vários encontros que Jesus teve com pessoas, vemos claramente que Ele se importava com as suas dores e NUNCA esmagava aqueles que já estavam esmagados pelas intempéries da vida e de seus comportamentos. Pelo contrário, Jesus era um portador da esperança que renovava e transformava! Ele curou pessoas, trouxe esperança de mudança a cegos e aleijados, entrou na casa de cobradores de impostos, trazendo a eles uma visão diferente da vida. Trouxe alimento a quem tinha fome. Perdoou prostitutas e adúlteras. Tirou fardos das costas de muitos. Não é à toa que foi registrado um ousado convite vindo de Sua própria boca: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11.28). Jesus não esmagava, Ele aliviava.

Quem de nós seria ousado o suficiente para chamar a si pessoas problemáticas, cansadas e sobrecarregadas, com diversos problemas dessa vida? E mais: Quem de nós tem deixado de esmagar pessoas e trabalhado para trazer alívio a elas?

E quanto à Igreja, qual tem sido o seu papel real no relacionamento com as almas humanas? Estaria a Igreja mais preocupada em ganhar vidas para o Reino e promover a unidade entre irmãos ou seriam mais fervorosos os seus esforços para se destacar doutrinariamente, impondo regras alimentares, exigências dogmáticas, obrigações sobre a guarda de dias, formas de se vestir, dentre outros hábitos comportamentais? Porventura estaria desse modo aliviando o sofrimento das pessoas ou apenas substituindo fardos velhos por novos?

Cristo teve a ousadia de gerar leveza e paz nos corações humanos. Mas Infelizmente, muitas vezes, ao invés de aliviar as vidas com qualquer atitude que possamos fazer nessa direção, acabamos por esmagá-las ainda mais e apagar as últimas chamas de esperança que ainda queimavam em seus corações.

Um aliviador ou um esmagador: quem é você?


sábado, 15 de fevereiro de 2014

O BATISMO DE JESUS


“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: 2 Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. 3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4 Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre. 5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mateus 3.1-6). “Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. 12 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. 17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.1-6, 13-17).

1. O Batismo de Jesus (3.13-17).
Quando Jesus foi batizado no rio Jordão, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sobre Ele como pomba e uma voz do céu confirmou que Ele é o Filho de Deus. Cada um dos Evangelhos Sinóticos registra esta informação; João menciona somente a descida do Espírito Santo, e não o próprio batismo de Jesus. Cada escritor dos Evangelhos apresenta este acontecimento-sinal para fazer certas declarações teológicas sobre Jesus. Marcos, por exemplo, o inclui porque oferece oportunidade para afirmar a razão de ele escrever — apresentar o “evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1.1). Lucas enfatiza a capacitação que Jesus teve em resultado da descida do Espírito Santo (cf. Lc 4.1,14,18).

 1.1. Jesus É Maior do que João Batista (3.13,14). 
Diferente de Lucas, Mateus ressalta o acontecimento do batismo de Jesus e chama atenção especial ao fato de que quando Jesus pediu para ser batizado por João Batista, este mostrou-se relutante em fazê-lo (vv. 13,14). O interesse de Mateus em escrever seu Evangelho inclui a cristologia, mas ele também deseja afirmar quem é Jesus em relação a João Batista. Lembre-se de que a audiência de Mateus era de orientação judaica, e talvez seus integrantes estivessem se perguntando: “Como pode Jesus ser maior do que João Batista se este o batizou?” (Note que a seita de João Batista perdurou por muito tempo depois dele e Jesus; veja At 19.1-4.) De acordo com Mateus, Jesus é maior do que João Batista; até o próprio João Batista reconheceu a superioridade de Jesus e estava renitente em consentir o pedido do Messias.

 1.2. Por que Jesus se Submeteu ao Batismo? (3.15). 
Há várias maneiras de responder. De acordo com Lucas, era necessário para que Jesus recebesse o poder do Espírito Santo a fim de cumprir sua chamada como Messias. Em Mateus, Jesus disse: “Assim nos convém cumprir toda a justiça” (v. 15). Ele carecia de purificação de pecados? Não, pois o Novo Testamento destaca que o entendimento que os primeiros cristãos tinham de sacrifício exigia um sacrifício sem mancha nem pecado, como nos sacrifícios judaicos. Jesus é apresentado como o Cordeiro imaculado de Deus e o sacrifício pascal (e.g., Mt 26.17-29; Jo 1.29; Ap 5.6-8). Paulo também entendeu que Jesus não tinha pecados (2 Co 5.21); portanto, a purificação de pecados não é o ponto de debate para Jesus.

O frequente tema de Mateus — cumprimento — afiança a resposta: para “cumprir toda a justiça”. A justiça para Mateus não é meramente guardar normas e regulamentos. É verdade que Jesus não põe de lado a ética de Deus, antes a intensifica (e.g., Mt 5.21-48). Contudo a verdadeira justiça está baseada numa relação com Deus, que está implícita no seu perdão misericordioso, e num recebedor arrependido que deseja cumprir a justiça de Deus — e não no próprio entendimento que a pessoa tenha disso (Mt 5.20; 6.33). Uma chave para cumprir a justiça de Deus é oferecer misericórdia quando ela não é merecida (Mt 5.38-42; 18.21-35). Note que o pai terreno de Jesus, sendo homem “justo”, não desejou expor Maria à vergonha pública quando ela achou-se grávida (Mt 1.19). Esta identificação misericordiosa com os necessitados de misericórdia, mitigada com um respeito ativo pela vontade de Deus, é característica da justiça de Jesus conforme a apresentação de Mateus (cf. Mt 18.35).

No batismo Jesus se identificou com os carentes de perdão, os quais, pela simples letra da lei, mereciam julgamento severo. Ele se identificou tanto com eles que entrou na água de banho suja deles e ficou com eles, apesar de Ele continuar pessoalmente limpo. Jesus cumpriu esta justiça surpreendente por obediência ao Pai. O batismo é o catalisador que aplica em nós a justiça misericordiosa de Deus, até os efeitos da cruz de Jesus e sua ressurreição que dá vida (Rm 6.3-7; 1 Pe 3.21). Os cristãos se unem com Jesus no batismo: Ele os encontra lá na água.

1.3. O Testemunho Divino no Rio Jordão (3.16,17). 
Três coisas principais aconteceram neste evento: os céus se abriram, o Espírito Santo desceu e uma voz do céu proclamou que Jesus é o Filho de Deus. Cada um destes fatos reveladores merecem atenção.

Os céus foram rasgados (cf. Mc 1.10). A palavra “abriram” expressa a ideia de revelação. A experiência de Jesus é rememorativa à chamada do profeta Ezequiel, que estava de pé ao lado do rio Quebar quando os céus se abriram; ele teve visões de Deus e o Espírito de Deus entrou nele (Ez 1.1; 2.2).

A pomba desceu. A associação do Espírito Santo com uma pomba era rara nas escrituras hebraicas e judaicas até o tempo de Jesus. O símbolo da pomba tornou-se imagem frequente no cristianismo. Em Gênesis 1.2, o Espírito pairou sobre as águas, o que pode ser alusão a uma pomba, como John Milton presume tão eloquentemente na sua obra Paraíso Perdido:

Tu dos primeiros
Estavas presente, e com grandiosas           asas abertas
Como pomba sentaste a chocar o vasto abismo
E o tornaste grávido.

O Espírito Santo capacitou os profetas do Antigo Testamento (e.g., Ez 2.2; Mq 3.8; Zc 7.12), e as profecias relativas ao Messias prediziam uma acompanhante dotação do Espírito (e.g., Is 42.1,5; 61.1-3). Assim Jesus recebe uma unção e capacitação especiais do Espírito Santo para proclamar a mensagem de Deus e fazer maravilhas. A vinda do Espírito sobre Ele é sinal de que Ele é o Messias, o Cristo (lit., “o Ungido”). Isto não significa que esta é a primeira vez que Jesus foi envolvido com o poder do Espírito; Ele foi concebido do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35) e obviamente foi guiado pelo Espírito ao ministrar no templo quando era menino (Lc 2.46-52). Nem significa que Jesus foi “adotado” pelo Espírito no batismo e nesse momento tornou-se Messias, pois Ele era o Filho de Deus antes do batismo (Mt 1.20; 2.15; Lc 1.35; 2.49; Jo 1.1,14,18; 3.16).

A voz do céu falou:Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17; em Mc 1.11 lemos: “Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo”; em Lc 3.22: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” [ênfases minhas]). Esta mensagem reflete duas passagens do Antigo Testamento: “Tu és meu Filho; eu hoje te gerei” (Sl 2.7), e: “Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele” (Is 42.1). O Salmo 2 descreve a entronização do rei Davi. No antigo Oriente Próximo, quando o rei assumia o trono, era considerado o filho do deus nacional, e assim o poder da deidade era investido no rei. Em sua coroação ele era considerado “gerado” do deus. Israel também considerava que o seu rei estava investido com o poder de Javé, o Deus deles.

A segunda parte da declaração da voz do céu alude a Isaías 42.1: “Meu Servo/Filho, Meu Eleito/Amado, em quem minha Alma se deleita” (tradução minha; veja também Gn 22.2). As palavras “servo”, “criança”, “filho” (todas traduções do termo grego pais) assume sentido messiânico em Isaías. “Amado” era usado como título messiânico nos círculos cristãos (cf Mt 17.5; Mc 1.11; 9.7; Lc 3.22; 2 Pe 1.17). A tradução do termo grego ho agapetos (lit., “o Amado”) pela expressão “a quem eu amo”, ainda que leitura possível, não trata a expressão como título messiânico. A palavra agapetos às vezes se refere a um único filho ou filha (e.g., Gn 22.2,12,16; Jz 11.34; Mc 12.6; Lc 20.13).

A combinação de um salmo de entronização de Davi, que identifica o rei como filho de Deus, e o uso do título “Amado, com quem Deus se compraz”, acompanhado pela descida do Espírito Santo, mostra aos leitores de Mateus que Jesus é o Filho messiânico de Davi, o Filho de Deus capacitado pelo Espírito Santo para inaugurar o reinado de Deus e falar as suas palavras.

O uso de Mateus de “Este é o meu Filho” em vez de “Tu és o meu Filho amado” levanta uma questão: Jesus foi o único que ouviu a voz, ou João Batista e/ou as pessoas também a ouviram? Não podemos saber com certeza. Se a leitura “este” é original, então muitas pessoas a teriam ouvido, e a ideia de que Jesus era o Messias teria se espalhado; contudo, tal não foi o caso na primeira parte do seu ministério. De fato, durante algum tempo Jesus a considerou informação confidencial. É inevitável que o ministério de milagres de Jesus tivesse levado alguns a considerar a possibilidade de messiado. É possível que a voz disse “este”, e os circunstantes a ouviram; para Jesus teria tido o significado de “tu”, visto que dizia respeito a Ele diretamente. Se a voz tratasse Jesus por “tu” e houvesse espectadores que a ouvissem, então eles teriam tido a força de testemunhas concernentes a Jesus.

Subsídios extras para a lição Jesus Cristo Verdadeiro homem Verdadeiro Deus 1º trimestre/2008
Produzidos pelo Setor de Educação Cristã

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A PROMESSA DA SALVAÇÃO

No dia da queda do homem Deus prometeu enviar um salvador. Ele disse a respeito da mulher: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Na plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher (Gl 4.4). A promessa se cumpriu literalmente. Foi uma expressão de seu amor (Jo 3.16).

Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2ª Co 5.19). Se a morte na cruz foi tremenda para Jesus, também foi para o pai. Foi o Seu grande amor que pagou o sacrifício e foi Sua justiça que recebeu o preço pago por Jesus (Hb 9.24-26). A obra propiciatória de Jesus Cristo nosso Senhor é a maior revelação do grande propósito de Deus no plano da redenção em salvar a humanidade.

I.          O PROPÓSITO DE DEUS

A soteriologia trata da previsão de salvação através de Cristo e sua aplicação através do Espírito Santo. A salvação é a grande obra espiritual de Deus com relação ao homem. Através de sua presciência, Deus estava ciente da queda do homem, por causa disso, Ele planejou uma maneira de resgatá-lo. O propósito de Deus de providenciar salvação para a raça humana está relatado nas Sagradas Escrituras, começando em Gn 3.1.5. 
As aparições de Deus a Moisés e, às vezes, a todos os judeus acampados, serviram para confirmar e desenvolver a fé em um Deus pessoal. As exigências da lei mosaica com as suas punições para os que não as cumprissem, serviram para despertar uma convicção de culpa e um temor das conseqüências do pecado (Rm 3.20). O estabelecimento de um sistema de sacrifício e sacerdócio para ministrá-lo, indicam a necessidade de algum método para remover a culpa do homem. E finalmente, pela voz profética, Deus anunciou Seu propósito. A vinda do Salvador é claramente prevista pelos profetas, e muitos falam da Sua humilhação com o propósito de nos livrar do pecado (Is 53.1-12; 59.20; 63.8; Jr 23.6; Os 13.4; Zc 9.9,16). O apóstolo Paulo diz que o Senhor Deus nos desvendou “o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.9,10-ARA) e fala do “eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus nosso Senhor” (Ef 3.11-ARA). Não resta a menor sombra de dúvida de Deus ter um propósito bem definido de salvar a humanidade.

II.       O ALCANCE DA SALVAÇÃO

A encarnação e a propiciação de Jesus constituem a maior prova da boa vontade de Deus. As Sagradas Escrituras ensinam que Deus providenciou salvação na pessoa e obra de seu Filho. Este Filho teve que encarnar, morrer em nosso lugar, ressurgir dos mortos, subir até o Pai, receber o lugar de poder à mão direita de Deus e interceder perante Deus em favor do crente. Esta obra realizada pelo Filho de Deus foi feita com o propósito de nos salvar da culpa, do castigo e do domínio do pecado. A Salvação foi providenciada para o mundo inteiro, pois, “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e , não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1ª Jo 2.2-ARA). Apesar do Senhor Jesus ter morrido pelos pecados do mundo inteiro, a salvação é para aqueles que crêem em Cristo e que andam em Seus caminhos. A salvação depende da reconciliação do homem com Deus (2ª Co 5.18-20; Jó 1.29; 3.15-18; Rm 5.18; 2ª Co 5.14,15; 2ª Tm 2.4,6; 4.10; Hb 2.9,10; 2ª Pe3.9; 1ª Jo 4.14).



III.    A CONDIÇÃO DO HOMEM PERANTE DEUS

Não se pode compreender perfeitamente a doutrina da salvação sem saber-se qual a condição do homem perante o Deus Santo. O homem, apesar de criado com todas as tendências para o bem, caiu, e não só perdeu a sua justiça original, como também corrompeu a própria natureza. Isto aconteceu com Adão quando a raça se resumia nele, isto é, quando a raça humana se compunha apenas de duas pessoas: Adão e Eva. O apóstolo Paulo ensina que “como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12-ARC). Desta afirmação de Paulo se vê claramente que a condição do homem é a de morto, isto é, o ser humano está morto em seus pecados (Rm7.12,13; 6.23; Ef 2.1-10). A Bíblia deixa bem claro que todas as pessoas pecaram e precisam de um Salvador e que elas não podem salvar a si mesmas (2ª Tm 1.9,10; Tt 2.11-14).

Assim sendo, a origem da salvação e sua manifestação está em Deus e não no homem. Se Ele não tivesse tomado tão sublime decisão primordial na salvação da criatura, ninguém seria salvo. Assim este ato criador de Deus, não é apenas uma manifestação da sua vontade, mas também, a sua satisfação, pois Ele é amor e, como tal, ama e deseja o bem estar de todos.


Pr. Elias Ribas

pr.eliasribas2013@gmail.com.br

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

É CLARO QUE PODEMOS SER DIFERENTES



 “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti. Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti o SENHOR virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti” (Isaías 60.1- 2)
  
É verdade que o mundo vai se escurecendo cada dia, o pecado se multiplicando e o amor esfriando. Aquilo que antigamente era praticado escondido (por vergonha e pudor), agora pode ser visto pela televisão em programas vespertinos. As práticas das quais antes os homens se envergonhavam, agora eles as defendem com orgulho em passeatas carregadas de imundícia, imoralidade e impureza. As trevas cobrem a terra e a escuridão os povos!

 No entanto, isso não significa que não podemos escapar dessa contaminação. Não precisamos agir como quem não tem opção. Podemos ser luz em um mundo escuro, podemos ser sal em um mundo podre, podemos nos tornar mais santos em um mundo que vai se tornando cada dia mais sujo. Nossa esfera de existência é outra. Nós vivemos em Cristo. Nossos padrões são outros, nossos valores e referências brotam da perfeita Palavra de Deus. Nosso destino é outro. Nosso amanhã é a glória.

 Temos que fechar à porta para tudo aquilo que nos contamina e abri-la para tudo aquilo que nos santifica. Deus, Seu Espírito, Sua Palavra. Foi esta a escolha que fizemos um dia e é a escolha que devemos dia a dia renovar: queremos ser de Deus e seguir Sua luz.

 Erramos no passado, provavelmente estamos errando no presente e não há garantias que não erraremos no futuro. Ainda assim, diferente dessa geração perversa que nos cerca, nosso pecado nos aflige e não queremos mais errar. Queremos Deus e a Sua luz, queremos a água da vida e não as poças da imundícia. Queremos a Igreja referendando a luz no mundo e não o mundo contaminando a postura da Igreja. Queremos o mundo imitando a Cristo e não os cristãos imitando os filhos da perdição. Queremos ser embaixadores da luz de Deus nessa Terra, saciar a sede de paz e doar vida eterna em Cristo, a partir de nossas próprias vidas.

 E Deus tem essa luz, essa água, essa vida para nós. A alma aflita com a maldade deste mundo volta-se para o alto e dirige-se para Deus. E Nele encontra tudo o que ama e precisa. E muitos verão Sua luz em nós, verão Sua glória em nós. E poderão escapar também do presente século mal e de suas imundas armadilhas.
 Você tem sido uma benção de Deus nesse mundo? Tem sido diferente? Ou será que não passa de uma sombra que se confunde em meio á multidão sem luz?

 Que Deus nos ajude!

Pr. Reinaldo Ribeiro

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A DEIDADE DE CRISTO

Testemunhas confirmam a deidade de Cristo

 Desde cedo o judeu era instruído a ouvir: “Ouve, Israel, o Senhor Deus é o único Senhor” (Dt 6.4) Estamos informados de que depois do cativeiro da Babilônia nunca mais a nação israelita se entregou à idolatria. Ainda que Israel como uma nação tivesse muitas falhas, quando Jesus começou o seu ministério, a idolatria e politeísmo não se evidenciam entre elas. Diante deste fato histórico, destaca-se a importância do culto divino que os judeus convertidos prestavam a Cristo, o que não fariam se tivessem dúvida da sua divindade.

I. NO INÍCIO


Antes que tratemos do culto que os homens prestam a Cristo vamos notar que no eterno passado na ordem divina; Hb 1.6 “todos os anjos de Deus o adorem”. “Depois de seu nascimento os magos vieram do Oriente a Jerusalém e depois a Belém”.

Mt 2.11 “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se O adoraram”. João Batista deu testemunho da divindade de Jesus quando disse: “Pois eu de fato vi e tenho testificado que Ele é o Filho de Deus” (Jo 1.34).

II. O POVO

Notemos o que o povo que o conhecia dizia d’Ele. O cego de nascença depois de curado e de Cristo se revelar a ele afirmou: “... creio, Senhor, e o adorou” (Jo 9.38). O leproso aproximou-se d’Ele “O adorou” (Mt 8.2). O mesmo fez Jairo (Mt 9.18), e ainda a Cananéia (Mt 15.25). Maria, irmã de Lázaro, disse: “... eu te tenho crido que Tu és Cristo, O Filho de Deus que devia vir ao mundo”
(Jo 11.27).


III. OS DISCÍPULOS

O apóstolo Pedro faz pelo menos duas declarações quanto a deidade de Jesus.

Em Mt 14.33, na ocasião em que Pedro andou por sobre o mar com Jesus, os discípulos que ficaram no barco o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente és o Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”.

Jo 20.28 “e nós temos crido e conhecido que Tu és o Santo Deus”. Mt 16.16 “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Tomé não mais duvidando da ressurreição do Senhor, exclamou em Jo 20.28 dizendo: “Senhor meu e Deus meu!”. Finalmente João escreve concernente ao seu Evangelho (Jo20.31).“... estes, porém, foram registrados para que creias que Jesus é o Cristo o Filho de Deus”.

VI. OS DEMÔNIOS E OS ÍMPIOS

Em várias ocasiões, os próprios demônios confessaram: “Tu és o Filho de Deus” (Lc 4.41; 8.28 e Mc 3.11). Também os soldados romanos disseram: “Verdadeiramente este era Filho de Deus”
(Mt 27.54).


V. DEUS O PAI


Depois de Cristo ser batizado no rio Jordão por João Batista, Deus o Pai falou dos céus dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). Também no monte da transfiguração de novo o Pai falou: “Este é o Meu Filho amado: a Ele ouvi” (Mc 9.7).




VI. O TESTEMUNHO DAS ESCRITURAS


Muitas declarações a respeito de Jeová no Antigo Testamento, são afirmadas e interpretadas no Novo Testamento, referindo-se profeticamente a Cristo. Compare as citações bíblicas da coluna à esquerda com a direita.

Is 40.3-4 “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro serão abatido: e o que está torcido se endireitará, e o que é áspero se aplanará”.

Lc 1.68-70 “Bendito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo. 69 E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi seu servo. 70 Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo. 76 E Tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar o Seu caminho”.

Êx 3.14 “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. Jo 8.58 Disse-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse EU SOU”.

Jr 17.10 “Eu, sou o Senhor, esquadrinho o coração, Eu provo os rins: e isto para dar a cada segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”.

Ap 2.23 Jesus diz: “E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que Eu Sou aquele que sonda os rins e os corações”.

Sl 2.1 “O Senhor é meu Pastor e nada me faltará”.

Jo 10.11 “Eu Sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. 1ª Pe 5.4 “E quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória”.

Is 11.2 “E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Mt 3.16 “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele”. Jo 1.32-33 E João testificou, dizendo: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousou sobre Ele”.

Dt 6.16                                          Mt 4.7

Ez 31.11-12                                   Lc 19.10

Pr. Elias Ribas

pr.eliasribas2013@gmail.com.br

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A DIVINDADE DE CRISTO


A divindade de Cristo é comprovada pelos nomes divinos a Ele aplicado, conforme conta na Bíblia Sagrada.

A Divindade de Cristo é provada por algumas afirmações expressas nas Escrituras (Emanuel, ou “Deus conosco”, em Is 7.14 e Mt 1.23; Jo 1.1; Jo 1.18; Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.8). Ele reivindicou ser capaz de perdoar os pecados (Mc 2.5,10.11; Lc 7.48), o que é uma prerrogativa exclusiva de Deus, que assim era reconhecida (Mc 2.7; Lc 5.21). Ele curou os enfermos (Mt 4.23,24; 8.14-17; 9.18-35; Lc 5.17-26; 7.18-23), e ressuscitou os mortos (Lc 7.11-15; 41,42,49, 55; Jo 11.38-44; cf. 5.25- 29). Ele controlou a natureza acalmando as ondas (Mt 8.23-27). Ele agiu com criatividade, multiplicando os pães e os peixes (Mt 14.19-21; 15.32-38). Ele afirmou ser Deus (Jô 10.33); e existir, com Deus, antes que o mundo existisse (Jo 8.58; 17.5). Ele é igual ao Pai (Jo 14.9; Fp 2.5-8) e um, em essência, com o Pai (Jo 10.30). Somente Ele, dentre todos os homens, é digno de ser adorado, um ato proibido quando dirigido aos seres criados e reservado exclusivamente a Deus (Jô 9.38; Fp 2.9-11; Ap 5.11-14; 19.10; 22.8ss.; At 10.25ss.).

I. JESUS É CHAMADO DEUS

O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o pai, e nos foi manifestada) o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o pai, e com seu filho Jesus cristo. Estas coisas escrevo a vocês para tenhais muita alegria (1ª Jo 1.1-4).

Cristo Jesus sempre existiu. Quando manifestado em carne tivemos o privilégio de ouvi-lo e o vimos com nossos olhos e pudemos contemplá-lo, e as nossas mãos o tocaram, porque estava vivo, como vivo é a palavra manifestada a nós através dele, a qual testificamos e anunciamos a todos vocês sobre a vida eterna. O que vimos e ouvimos dele é o que anunciamos, para que tenhamos comunhão uns com os outros, pois a nossa comunhão é com o pai e com seu filho Jesus Cristo.

Os discípulos de Jesus após terem sido chamados e vocacionados por Ele para uma missão de evangelização do mundo conhecido da época, deixam claro nos primeiros versículos do primeiro capítulo de João a veracidade e autenticidade de seu Mestre. Eles não estão comentando sobre algo simplesmente que ouviram de outros. Eles estiveram em carne e osso com Jesus. Fizeram parte do seu ministério, ouviram suas palavras, contemplaram-no com seus olhos e tocaram nele. Em outras palavras, os discípulos caminharam, comeram, beberam, brincaram, correram as campinas, subiram os montes, se alegraram, oraram e choraram com Jesus. 

O texto se refere ainda a autenticidade da palavra ensinada por Jesus, uma vez que ele, Jesus foi, é e será a própria revelação da palavra de Deus disponível ao que crê. Os discípulos aprenderam qual o sentido em termos práticos da palavra comunhão, isto é o que é ter tudo em comum uns com outros e com Jesus Cristo.

Jo 1.1 “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus”. Vimos como o termo “o verbo” se refere sempre a Jesus. João declara abertamente: “O Verbo era Deus”. Em Hb 1.8 lemos a declaração do Pai que diz acerca do Filho: “O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”. Em Fl 2.6 Paulo diz: “Que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. Em Jo 20.28, Tomé afirma sua fé, dizendo a Jesus: “Senhor meu e Deus meu”.


Nenhum dos grandes líderes religiosos, nem Moisés, nem Paulo, nem Buda, nem Maomé, nem Confúcio, nem qualquer outro alguma vez afirmou que era Deus; ou melhor, com a exceção de Jesus Cristo. Cristo é o único líder religioso que chegou a declarar sua divindade e o único indivíduo que convenceu uma grande parte do mundo de que era Deus. (Thomas Schultz).

“Dentre os julgamentos de crimes cometidos, o de Jesus é sui generis, pois não são as ações, mas a identidade do acusado que está em questão...”.

Diante do Sinédrio, a pergunta do Sumo Sacerdote foi: “És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” (Mc 14.61-64).

Jesus aceita a provocação e reconhece que ele reivindica ser todos os três: O Cristo, o Filho do Homem e o Filho de Deus.

“Caso provas concretas não estivessem surgindo, essa necessidade estava superada: o prisioneiro havia incriminado a si mesmo”. H.B. Swete.
“Então o Sumo Sacerdote rasgou as suas vestes e disse: Que mais necessidade temos de Testemunhas? Ouvistes a blasfêmia; Que vos parece? E todos o julgaram réu de morte” (Mc 14.64).

O comportamento de Jesus diante da corte de Pilatos, pelo qual ele foi condenado, a pergunta do governador, o comportamento dos soldados, a inscrição colocada sobre a cruz, os ataques e o testemunho na hora da crucificação, tudo isso diz respeito a uma só questão, a da verdadeira identidade e importância de Cristo.

II. JESUS É CHAMADO DE SENHOR

Cristo é chamado “Senhor Jesus” vinte e uma vezes no texto do Novo Testamento. Em At 9.17, lemos as palavras de Ananias: “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas...”. E em At 16.31, Paulo e Silas proclamaram ao carcereiro: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”.

III. JESUS É CHAMADO DE FILHO DE DEUS

Mt 16.16 Jesus perguntou aos Seus discípulos: “Quem dizeis que Eu Sou?”. E Pedro lhe respondendo por inspiração divina diz: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

Em Mt 14.33, após presenciarem o milagre da calmaria no mar da Galiléia por Jesus, os discípulos adoraram-no dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus”. Em Mt 8.29, até os demônios reconheceram a divindade de Jesus, gritando: “Que temos nós contigo, ó Filho de Deus?”. Em Jo 1.34 João Batista diz: “Pois eu de fato vi e tenho testificado que Ele é o Filho de Deus”. Em Mt 27.54 Também os soldados romanos disseram: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus”. Em Mt 3.17 Depois de ser Cristo batizado por João Batista, Deus o Pai falou dos céus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Em Mc 9.7, no monte da transfiguração de novo o Pai falou: “Este é o meu Filho amado, a Ele ouvi”.

IV. CRISTO É ETERNO

Ap 22.13 Jesus diz: “Eu Sou o Alfa e o Omega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o fim”. Alfa e Omega, são o A e o Z do alfabeto grego. É evidente que quando Cristo se apresenta como a primeira e a última letra do alfabeto, estava dando uma das mais evidentes provas da Sua eternidade. Com isto Ele dizia que antes que qualquer coisa existisse Ele já existia, e que após o fim de todas as coisas ele continuará a existir. Isto fala da Sua eternidade passada e futura. A respeito de Cristo, eis o que diz Deus, o Pai em Hb 1.12, “Tu porém, és o mesmo e os teus anos jamais terão fim”.

V. CRISTO É O SANTO DE DEUS

Jo 6.69 Pedro faz a seguinte declaração: “E nós temos crido e conhecido que Tu és o Santo de Deus”.

VI. CRISTO É ONIPOTENTE

Mt 28.18 Jesus diz: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Onipotente quer dizer todo poderoso. Para entender-se que Cristo é onipotente, necessário se faz que se tenha certeza de que Ele detém todo o poder no céu e na terra. Todavia Ele morreu e ressuscitou ao terceiro dia; a sua ressurreição é a maior prova de Seu poder.

VII. CRISTO É ONISCIENTE.

Onisciência é a capacidade de se conhecer todos os fatos e pensamentos no tempo e no espaço, mesmo que eles tenham se consumado. Só as pessoas da Trindade detêm todo o poder no céu e na terra. Muitos são os testemunhos dados pelas Escrituras, de que Cristo era Onisciente. A Seu respeito afirmaram seus discípulos em Jo 16.30 “Agora vemos que sabes todas as cousas e não precisas de que alguém te pergunte; por isso, cremos que, de fato, vieste de Deus”. Em Jo 21.17 “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão Pedro, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, Tu sabes todas as coisas”. Às sete igrejas da Ásia, Jesus declara em Ap 2.2-19; 3.1-8-15 “Conheço as tuas obras” (Jo 2.24-25).

VIII. CRISTO É ONIPRESENRTE.

Onipresença é a capacidade de existir e estar simultaneamente em toda a parte. Esta capacidade é característica a Cristo como Deus que é durante o Seu ministério terreno, Cristo não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, isto dando as suas limitações humanas mas após levantar-se dentre os mortos, ele disse: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28.20b).

Nós temos a Palavra de Deus que é viva e eficaz, temos o testemunho dos apóstolos sobre a veracidade de Jesus Cristo e o principal. Também temos a presença constante do Espírito Santo testificando com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

Pr. Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com.br