TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL



Nenhuma passagem do AT revela tanto os mistérios do plano profético de Deus para Israel e as nações quanto o livro de Daniel. Em particular, a profecia das setenta semanas em Daniel 9.24-27, apresenta a chave cronológica indispensável para a profecia bíblica.

A revelação das setenta semanas a Daniel é a chave para a compreensão da doutrina das últimas coisas. Para se fazer um estudo completo do Apocalipse, grande tribulação, ou qualquer outro assunto que fale sobre o tempo do fim (Dn 8.17), é necessário primeiro estudar as setenta semanas de Daniel, pois esta e uma profecia indispensável a Escatologia. 

I. DANIEL BUSCA A PRESENÇA DE DEUS 

1. O cenário histórico da profecia. “No primeiro ano de Dario, o filho de Assuero, da semente dos medos, o qual foi feito rei sobre o reino dos Caldeus; no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, a respeito dos quais a palavra do SENHOR veio ao profeta Jeremias, era de setenta anos, quando se completariam as desolações de Jerusalém. E coloquei a minha face diante do Senhor Deus, para buscá-lo com oração e súplicas, com jejum, e vestimenta de pano de saco e cinzas” (Dn.9.1-3).

O capítulo 9 de Daniel foi escrito no primeiro ano de reinado de Dario o Medo, por volta do ano 539 a.C.. Dario exercia agora a função de rei de Babilônia, sob o comando maior de Ciro, o Grande. Neste tempo Daniel havia compreendido que o período de cativeiro estava chegando ao seu fim e era necessário que seu povo começasse a orar a Deus pedindo perdão dos pecados e suplicando o retorno do exílio. Dessa forma, o profeta não poderia parar de orar mesmo sob o risco de ser sentenciado à morte. 

II. O QUE QUER DIZER AS SETENTA SEMANAS 

1. O número de anos. A referência parece ser a Jeremias 25.11, 12, que diz “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia”. Esse rei já fora punido; por isso Daniel sabia que já era o momento das assolações de Jerusalém terem um fim.

Daniel estava estudando as profecias de Jeremias, quando entendeu que o cativeiro babilônico estava prestes a terminar, então ele começou a orar e buscar uma resposta de Deus (Dn 9.4-19). Gabriel vem, então, dizer a Daniel que a redenção de Israel ainda demoraria setenta semanas. Note nos dois versos seguintes que as 70 semanas terminarão (o fim) o que Deus começou com os 70 anos de cativeiro na Babilônia. 

2. A oração de Daniel e a resposta de Deus. O Anjo Gabriel foi mandado para trazer a resposta da oração a Daniel logo no princípio das súplicas do profeta, porque Daniel era “mui amado”. Que testemunho tinha Daniel no céu! Era “mui amado” por Deus, era alguém de quem o Senhor Se agradava, porque, durante os seus mais de noventa anos de vida, sempre fora fiel ao Senhor, sempre procurara agradar ao Senhor. 

III. QUANDO COMEÇARÁ AS SETENTA SEMANAS? 

Dn 9.24-27 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. 27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.” 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...” (Dn 9.24). Esta profecia de Daniel a respeito de Israel e da cidade santa (Jerusalém) é fundamental para os últimos tempos.

Esta linguagem usada por Gabriel era bem conhecida por Daniel, que sabia que semana profética não se referia a semana de dias e, sim, de anos, ou seja, uma semana significa, aqui, uma unidade numérica de sete anos. O número setenta, então, ganha um sentido escatológico.

No hebraico, em lugar da palavra “semana” usa-se a palavra “shabua” que significa literalmente 7, ou um sétuplo. Um grupo de 7 dias ou de 7 anos. Em Levítico 25, o Senhor diz: “Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.” (Lv 25.8).

Então as setenta semanas, na realidade, são setenta semanas de anos, ou 490 anos: 70 x 7 = 490.

Nesta profecia tem o sentido profético de anos e não de dias (Ne 14.34; Ez 4.6). Assim, estas “setenta semanas” devem ser entendidas como setenta “semanas” de anos, ou seja, um período de 490 anos, isto é, setenta vezes sete (70 x 7). Israel somente se converteria ao Senhor, alcançaria a sua redenção depois de 490 (quatrocentos e noventa) anos. 

1. As três divisões das setenta semanas. O versículo 24, afirma que Deus determinou as setenta semanas. O bloco que forma os versículos 24-27 é profeticamente dividido em três grupos.

As setentas semanas = 490 anos, divididos em:

1º 07 Semanas                     Dn 9.25                         49

2º 62 Semanas                     Daniel 9.25                   434 anos

3º 01 Semana                      Daniel 9.26                   7 anos. 

2. A Primeira divisão. V. 25 “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.”

“...sete semanas...”. Sete semanas são iguais: 7 x 7 = 49 anos. O ponto de partida para a contagem das primeiras 7 semanas, começou com o decreto do rei Artaxerxes (Ne 2.1-9), no ano de 445 a.C.. Portanto, a primeira unidade de 49 anos (sete “semanas”) começa no ano de 445 a.C., e terminou aproximadamente no ano 397 a.C. De acordo com a profecia de Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). Esta palavra cumpriu literalmente no período previsto (Ed 1.1; Ed 4.11-24).

“Examinando Esdras 1.2,3, fica esclarecido que a primeira ‘ordem’, dada por Ciro, não foi para ‘restaurar e para edificar Jerusalém’, e sim, para edificar o templo (Ver 2º Cr 36.23; Ed 1.2). É evidente que a ‘ordem’ referida por Gabriel não é a de Ciro e sim, a de Artaxerxes, que a promulgou no dia 14 do mês de Nisã (abril) do ano 445 a.C., data da ordem para reedificação da cidade Santa” (Ne cap. 2).” (Daniel versículo por versículo, p. 179).

Gabriel diz a Daniel que depois da reconstrução de Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haveria ainda sessenta e duas semanas - 62 x 7 = 434. 

3. A Segunda Divisão. “sessenta e duas semanas.” (Dn 9.25b). O segundo período de sessenta e duas semanas, tem início aproximadamente no ano 397, inicia-se com a continuidade ao primeiro período, ou seja, após a reconstrução completa de Jerusalém, encerrar-se-ia com a “tirada do Messias, que não seria mais” (v. 26). Desde a data desse decreto até a época do Messias haveria 483 anos, ou seja 69 semanas. Portanto, as 62 e mais as 7 semanas, estão juntas como um composto das sessenta e nove semanas ou 483 anos históricos até a vinda do Messias.

O período das sessenta e nove semanas se inicia com a ordem do rei Artaxerxes, 445 a.C., para a reconstrução de Jerusalém, após o pedido de Neemias, terminando com a entrada de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho (Lc 19.41), no final de Seu ministério terreno, oportunidade em que, aclamado por Seus discípulos, como o Messias em 10 de Nisã de 33 d.C..

“O pastor Severino Pedro da Silva mostra-nos como, efetivamente, este período de 483 (quatrocentos e oitenta e três) anos cumpriu-se integralmente, com a entrada de Jesus em Jerusalém, quando, pela única vez em Seu ministério terreno, foi coletivamente aclamado como o Messias, o Filho de Davi, em 10 de Nisã de 33 d.C.: A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos foi marcado no ano 445 a.C.” [As setenta semanas de Daniel. Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Fonte de pesquisa: Site https://adautomatos.com.br/licao-no-10-as-setenta-semanas-de-daniel/#:~:text=%E2%80%93%20O%20pastor%20Severino%20Pedro%20da,de%20Nis%C3%A3%20de%2033%20d.C. – acesso dia 23/04/2024].

“E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais...”. (Dn 9.26). De acordo com a profecia, o Ungido não foi cortado na 70º semana, Ele foi tirado ou morto, depois que as 7 e 62 semanas terminaram. Isso significa que há um intervalo entre a 69º e a 70º semana. Portanto, as 69 semanas terminaram com a morte de Jesus, quando deu-se o início da era da graça e só irá terminar, quando a Igreja for arrebatada. E quando isto acontecer, dar-se-á o início da a última semana desta Era, que é dividida em duas partes de três anos e meio cada. A última semana está prestes a começar, e quando começar, vai ser um efeito dominó, tudo será muito rápido. 

4. Os três príncipes são mencionados na profecia (vv. 25,26). O primeiro príncipe é o Messias (v. 25). O segundo apareceu posteriormente e destruiu a cidade de Jerusalém e o santuário em 70 d.C., trata-se do general Tito (v.26). E o terceiro príncipe surgirá no futuro, na última semana profetizada por Daniel (v. 27). Este príncipe não é o Messias tirado (9.26), mas certamente um personagem mais poderoso que Antíoco Epifânio e o general Tito. Trata-se, portanto, do Anticristo (2ª Ts 2.3-9; 1ª Jo 2.18). 

5. A terceira divisão. “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.” (Dn 9.26). 

Depois das 7 semanas e mais 62, duas coisas são preditas:

1º Messias seria “tirado” (crucificado) (ref. Is 53.8). Jesus foi rejeitado pelos judeus, condenado e morte na cruz. O povo presente à condenação de Cristo clamou: “O sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos (Mt 27.25).

2º O povo do príncipe, que há de vir, destruiria Jerusalém e o templo. O “povo” refere-se ao exército romano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C. O “príncipe” refere-se ao General Tito que comandou a dispersão dos judeus (Dn 9.25-26). Porém, as 7 semanas e 62 semanas, terminaram na crucificação de Jesus e não na destruição do segundo templo no ano 70 d.C.. A atual era da Igreja é o intervalo entre o 69º e o 70º semana. 

5.1. O Messias é morto. Is 53.8 “Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto, foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.”

Tendo ocorrido o cumprimento das sessenta e nove semanas quando Jesus foi crucificado. Portanto, quando os judeus desprezaram o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os judeus necessitam estarem em Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada.

Este período, assim, vemos, claramente, que a contagem dessas sessenta e nove semanas não se dá com a chegada do Messias, mas, sim, com a sua “retirada” e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do exército romano, Tito, em 70 d.C. 

5.2. Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). A última semana, um período de 7 anos, ainda se cumprirá, do qual faz parte a Grande Tribulação. Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu.

A Bíblia identifica este intervalo profético como “o tempo dos gentios”: Rm 11.25 “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” Lc 21.24, “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.”

O termo “tempos dos gentios” é o período no qual Jerusalém estaria sob o domínio dos gentios, desde o cativeiro babilônico, continuando até hoje e continuará durante a Grande Tribulação. Atualmente, estamos no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18,19).

Após o tempo gentílico dar-se-á a última semana, a Grande Tribulação. É neste tempo que o Anticristo virá sobre a asa das abominações (v. 27). 

5.2. O início da 70ª semana-ano. “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).

Este versículo é uma das passagens proféticas mais importantes da Bíblia. Ela é a chave indispensável para toda a profecia. Ela é denominada como “a espinha dorsal da profecia bíblica” ou o “relógio de Deus”.

Esta última semana não pode ter se cumprido em hipótese alguma, pois nesta última semana (sete anos) os judeus irão fazer um acordo com o assolador (Anticristo), e este assolador irá ser destruído, porém isto ainda não aconteceu, Israel ainda não fez este acordo com ele (Is 28.15-18), muito menos o Anticristo manifestou-se, sendo assim podemos afirmar que esta última semana de Daniel ainda não cumpriu-se, pois a profecia permanece interrompida.

O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is 28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio) irá quebrar o concerto com os judeus.

Daniel 12.1, nos apresenta uma outra passagem importante sobre a Tribulação. “E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.”

Em resumo, então, podemos ver que a última semana (Tribulação) é para Israel, não para a Igreja. Primeiro, a Tribulação serve para punir e assim reconciliar a Israel com Yahveh.

A “última semana” (7 anos), é identificada pelas profecias bíblicas será o tempo da Grande Tribulação, que só irá começar depois do arrebatamento da Igreja. É neste tempo que o “assolador”, isto é, o Anticristo ou o homem do pecado ou o homem da perdição, virá sobre a asa das abominações (v. 27). O Anticristo agirá com falsidade em relação a Israel de um modo nunca visto na história, quebrando o acordo na metade do período (após três anos e meio) e colocará uma imagem de si mesmo no Templo de Deus reconstruído (Ap 13.14-15), e buscará a adoração como se fora Deus (2ª Ts 2.4b), profanando o santuário, o lugar santo para o povo de Israel.

Pelo fato de Israel se negar adora-lo e então o Anticristo quebrará o acordo de paz, fará cessar o sacrifício e oferta de manjares (Dn 9.27). Depois de três anos e meio será permitido que vença os santos. O ‘abominável da desolação’ (Mt 24.15) serve de sustentação para que os acontecimentos de Daniel 9.27 (assim como os de Dn 11.31 e 12.11) não ocorram ainda, mas somente no tempo do fim. Os últimos três anos e meio serão de “Grande Tribulação”, da qual Jesus falou dizendo: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.” (Mt 24.21).

No término da semana, quando, então, se completarão as setenta semanas, o “assolador” sofrerá o juízo divino, conforme determinado e, aí, então, Israel será liberto do pecado. 

5.3. O final das setenta semanas-ano. No final da 70ª semana-ano, Deus derrotará o Anticristo (Ap 19.20), “a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.” (2ª Ts 2.8). Isso marcará o final das 70 semanas-ano e o início do Reino Milenar de Cristo. Então estarão cumpridos os seis objetivos de Deus, mencionados em Daniel 9.24 (Ap 20.1-6). 

IV. OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27) 

1. Revelar o “homem do pecado”. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 3- o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2ª Ts 2.3,4).

Paulo escreveu a igreja Tessalônica por volta do ano 50, 51 d.C durante a sua segunda viagem missionária. Não há dúvidas quanto a quem Paulo tem em mente é o homem do pecado ou o filho da perdição (cf. Jo 17.12) e aponta para a natureza e para o destino desse homem. Portanto, de acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos das predições do profeta Daniel. Neste tempo “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz” (Dn 8,23), “o animal terrível e espantoso” (Dn 7.7), “o chifre pequeno” (Dn 7.8), “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1), virá sobre as asas da abominação. Assim, vemos que a última semana (sete anos), será marcado com a presença do Anticristo (1ª Jo 2.18; 4.3) e apesar de ser apresentada numa linguagem simbólica, a personagem é literal, trata-se de um líder mundial poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e inteligência política. Primeiro a apostasia será avanço dos poderes do mal contra o povo e os propósitos de Deus. Cristo e Paulo, ambos advertiram contra essa final conspiração do mal (Mt 24.10; 1ª Tm 4.1-3; 2ª Tm 3.1-9; 4.3). 

2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). A última semana de Daniel, pode ser dividida em partes distintas. A primeira metade o Anticristo fará um concerto com Israel por uma semana, mas a segunda metade terá início quando Israel se negar a adorá-lo, e então o Anticristo quebrará o tratado de paz (Dn 9.27b) e perseguirá o povo judeu. Essa segunda metade é a Grande Tributação (1ª Ts 5.3; Jr 30.7). Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, os crentes que ficaram no arrebatamento serão perseguidos e mortos (Ap 19.4), bem como os judeus que romperam o concerto de paz.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC



terça-feira, 18 de novembro de 2014

OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS - DANIEL CAPÍTULO 7


O sonho do profeta Daniel no capitulo sete, é a mesma profecia do capitulo dois que interpretou ao rei Nabucodonosor; esta profecia se deu 40 anos depois, já no reinado de Belsazar filho de Nabonido (Dn 7.1). No capítulo dois, ele descreve aparência exterior deste império; ao passo que, no capitulo sete, revela sua índole e caráter.

No capítulo 2 os impérios são representados por uma imagem de metais em quatro partes, no presente capítulo, estes mesmos impérios são representados por quatro animais.

A imagem de metais é descendente, começando com metal mais valioso (ouro) para o mais forte (ferro). De forma similar, a hierarquia dos animais move-se do mais honroso (leão, rei dos animais) ao poder mais esmagador (animal indescritível, mais feroz que qualquer um conhecido na natureza). 

I. O CURSO DOS TEMPOS DOS GENTIOS 

1. O paralelo entre os capítulos 2 e 7 de Daniel. Duas revelações paralelas no livro de Daniel nos dão a descrição completa deste período. No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revelou o lado político destes últimos impérios mundiais. No capítulo 7, por meio do profeta Daniel, Deus revelou o lado moral e espiritual através de quatro animais. A história política havia sido mostrada a Nabucodonosor, mas a história espiritual foi mostrada a Daniel. Notemos ainda o seguinte: No capitulo 2, as figuras representadas são tomadas da esfera inanimada, materiais como ouro, prata, bronze, ferro e barro. No capítulo 7, as figuras são representadas por seres animados, aqueles animais estranhos. Nos dois, aparecem quatro elementos, que obviamente seguem um ao outro cronologicamente, alcançando o clímax escatológico – o estabelecimento final do reino de Deus sobre a terra. 

2. O Mar agitado. Dn 7.2-3 “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande. “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar”.

A palavra “mar” na linguagem escatológica sempre representa as nações, povos e pessoas (Is 17.12,13). O mar agitado representa a humanidade inquieta (ref. Ap 17.15). Veja como o profeta Isaías também falou sobre isto: “Ah! O bramido das numerosas nações; bramam como o mar! Ah, o rugido dos povos; rugem como águas impetuosas!” (Is 17.12). Jesus também falou dizendo: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.” (Lc 21.25). A inquietação e perplexidade das nações é uma característica do fim dos tempos, isto pelas crises mundiais cada vez maiores.

Os ventos representam os poderes do mal que incitam e afligem as nações. Note que os ventos vêm do céu, pois estão sujeitos ao Criador. Portanto, são agentes usados por Deus para agitar a humanidade nestes últimos dias. Estes ventos malignos são a consequência da pecaminosidade da humanidade na face da Terra. Veja que o apóstolo Paulo afirma que “A ira de Deus se revela do céu” (1.18). O Criador se revela na Palavra das Escrituras, mas o caráter e o poder de Deus se revelam pelas obras da criação (Rm 1.17-20). Este fato traz a responsabilidade sobre todos de buscar a Deus, e deixa os desobedientes sem desculpa. Certamente Deus tem todo direito em exercer a Sua ira judicial sobre a criação. Ele criou o homem para ser conhecedor e adorador da Natureza Divina. Porém, os homens rejeitaram o conhecimento de Deus e assim também recusaram lhe dar a adoração verdadeira. Rejeitar a verdade de Deus, portanto, tem trazido muitas consequências terríveis como resultado (Rm 1.21, 23, 25).

Os homens são “indesculpáveis” diante de Deus por haverem o desconhecido, desde que Ele claramente se manifestou por meio das coisas que ele criou (Rm 1.19-20).

Em seguida é revelado a Daniel quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar (Dn 7.3), isto é, saem do meio dos povos.

Então, quando o agir de Deus representado pelos quatro ventos do céu, agita as nações que são representadas pelo mar, quatro grandes reinos se levantam que são representados pelos quatro animais. 

II. OS QUATO ANIMAIS NA REVELAÇÃO DE DANIEL 

As nações usam imagens de animais como seus representantes, comunicando uma mensagem sobre como eles vêm a si mesmas. Algumas escolheram uma águia, outras um leão e ainda outras um urso.

Em Daniel 7 também encontramos vários animais. Entretanto, estes animais são indefiníveis ou misturas estranhas de bestas e todos eles são ferozes. Este capítulo nos leva para a parte escatológica do livro. 

1. O Leão com asas de águia. “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem” (Dn 7.4).

O primeiro animal era como leão...”. Corresponde à cabeça de ouro da estátua do capítulo 2.32, 37, 38, e representa o Império Babilônico que surgiu por volta de 626 a.C. até 539 a.C. O leão era o símbolo do deus Marduque, o deus patrono da cidade de Babilônia.

O leão é a cabeça de ouro, aponta para o orgulho, a vaidade e a fineza da Babilônia. Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

O leão com duas asas como de águia, nos diz a respeito à força e rapidez nas suas conquistas, como revela a história do nosso mundo. Mas, Daniel vê que suas asas foram arrancadas, ou seja, seu poder lhe seria retirado e isto aconteceu quando os Medos e Persas conquistaram o Império Babilônico.

Um leão é notável pela sua força, enquanto que a águia é famosa pelo poder e altitude de seu voo. O leão é considerado o rei dos animais (animal majestoso), e a águia, a rainha das aves. 

1.1. Breve história do Império Babilônico. O império Babilônico teve início no ano 626 a C.539 a.C.

A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

A. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; ao profeta Isaías diz o Senhor Deus: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

B. As profecias referentes à Babilônia. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia. 

C. Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

D. “Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia. 

1.4. O Leão com asas de águia. “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem” (Dn 7.4).

O primeiro animal era como leão...”. Corresponde à cabeça de ouro da estátua do capítulo 2.32, 37, 38, e representa o Império Babilônico que surgiu por volta de 626 a.C. até 539 a.C. O leão era o símbolo do deus Marduque, o deus patrono da cidade de Babilônia.

O leão é a cabeça de ouro, aponta para o orgulho, a vaidade e a fineza da Babilônia. Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

O leão com duas asas como de águia, nos diz a respeito à força e rapidez nas suas conquistas, como revela a história do nosso mundo. Mas, Daniel vê que suas asas foram arrancadas, ou seja, seu poder lhe seria retirado e isto aconteceu quando os Medos e Persas conquistaram o Império Babilônico.

Um leão é notável pela sua força, enquanto que a águia é famosa pelo poder e altitude de seu voo. O leão é considerado o rei dos animais (animal majestoso), e a águia, a rainha das aves. 

1. Breve história do Império Babilônico. O império Babilônico teve início no ano 626 a C.539 a.C.

A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

A. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; ao profeta Isaías diz o Senhor Deus: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

B. As profecias referentes à Babilônia. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia. 

C. Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram. 

D. “Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia.

No ano 539 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, rei da Babilônia, estava num grande banquete juntamente com mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino.

No ano 539 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, rei da Babilônia, estava num grande banquete juntamente com mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino.

Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4). 

2. O Urso destruidor. “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual levantou-se de um lado, tendo na boca três costelas entre seus dentes; e foi-lhe dito: levanta e come muita carne.” (Dn 7.5).

Depois do império babilônico viria um império que seria um pouco inferior, representado pela prata (Daniel 2.39).

O urso representa o segundo império mundial dos gentios, Medo-Persa. E corresponde ao peito e os braços da estátua (Dn 2.32-39). Este império teve início no ano de 539 a.C. 331 a.C.

As três costelas na boca do urso aludem à conquista da Babilônia, Lídia e Egito pelo império. 

3. O Leopardo altivo. “Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” (Dn 7.6).

O leopardo representa o terceiro império: Império Grego, que surgiu no período de 331a168 a.C., tendo como Governante Alexandre o Grande. Este animal e corresponde ao ventre e as duas pernas de bronze da estátua do capítulo (2.39b).

O leopardo tinha “quatro asas e quatro cabeças”. As quatro asas do leopardo, indicam mais rapidez nas conquistas do que Babilônia, pois era um exército relâmpago em suas conquistas na guerra. As quatro cabeças falam da divisão do Império Grego em 4 partes (quatro reinos). Após a morte de Alexandre, o império Grego foi dividido entre os quatro generais: Cassandro (Macedônia), Lisímaco (Trácia), Ptolomeu (Egito) e Seleuco (Síria) isto representa a divisão do império em quatro reis. 

4. O animal terrível e espantoso. “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres. Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” (Dn 7.7).

O quarto animal seria um rei ou um reino, como os demais animais. Esta besta representa o quarto império mundial o Império Romano, que surgiu no período entre 168 a.C. e 476 d.C., conquistou praticamente todo o mundo antigo conhecido. A história comprova que o Império Romano realmente arrasou a terra. Daniel não identifica o nome deste animal, mas classifica com uma besta que lhe causou espanto, por isso o chamou: espantoso, terrível e muito violento. Este animal tinha dentes de ferro, assim como as pernas de ferro e os pés, correspondem à visão de Nabucodonosor de que o quarto reino é forte como ferro, quebrando em pedaços e esmagando todos os outros (Dn 2.40,41), portanto o ferro representa dureza e maldade deste reino. Este reino seria forte, ou seja, um reino da força, da ferocidade, do esmagamento, como foi o império romano, diferente de todos os reinos.

O reino de ferro dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera. Com seus dentes de ferro despedaçava e devorava suas vítimas. Esta besta também é descrita em Apocalipse 13. 

4.1. Os dez chifres da besta. “Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas, de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava; E também das dez pontas que tinha na cabeça e da outra que subia, de diante da qual caíram três, daquela ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cuja aparência era mais firme do que o das suas companheiras.” (v. 19- 20).

Daniel teve o desejo de conhecer esta besta porque era diferente dos demais. Este animal terrível possui dez chifres assim como os pés da estátua possuem dez dedos (Dn 2.33, 41).

Chifre na Bíblia representa poder, liderança e governo. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal que representa o Império Romano.

Veja que o anjo dá mais explicações sobre a profecia dos 10 chifres: pra Daniel: “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. 24 E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. 25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.” (Dn 7.23-26).

A Bíblia relata que vai chegar o tempo em que o poder estará novamente nas mãos de um único reino e que tudo será centralizado num único líder. Portanto, dez nações irão ressurgir no governo do Anticristo na Grande Tribulação (Ap 17.12). 

4.2. Pequeno chifre (V. 8). Na visão de Daniel ele vê um pequeno chifre ou pequena ponta subir dentre os dez chifres existentes na cabeça do quarto animal (Dn 7.8), mas depois de destruir três dos dez, ele se torna maior que todos (Dn 7.20; Dn 7.21). Para entendermos este mistério precisamos nos reportar para o livro apocalíptico onde o anjo explica para o apóstolo João dizendo: “o mistério da mulher e da besta e tem sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.7); “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.” (Ap 17.11). Observe que a besta que João vê também tem dez chifres.

Esta profecia tem duplo sentido, em partes se cumpriu no Império Romano passado, mas no final dos tempos este império irá ressurgi na pessoa do Anticristo, o chifre pequeno.

O cumprimento da segunda parte irá se cumprir no final dos dias. Observe que o outro chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Dn 7.8). Aqui está uma nova fase do quarto império. O pequeno chifre simboliza o aparecimento do Anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino. Nesse chifre havia olhos como os de homem e uma boca que proferia palavras insolentes.

Observe que os atributos do quarto reino do capítulo 2 e 7 de Daniel, tem uma conexão profética neste último império. “O quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços (Dn 2.40). “...o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava...” (Dn 7.7).

Esta visão nos traz ao fim dos tempos dos gentios. Quando a quarta besta com dez chifres e o chifre pequeno, irão formar um governo mundial, isto está em pleno andamento, então chega ao fim.

“E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo...” (Ap 17.11).

No tempo do apóstolo João a besta era, mas não existe mais, mas irá surgir novamente.

“é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.” (Ap 17.11b). A besta de apocalipse 17, tem sete cabeças, bem com dez chifre. Mas o oitavo vem em seguida:

Como os reinos mundiais anteriores tinham suas cabeças representativas, vejamos:

1º O primeiro império mundial na história, conforme a Bíblia foi o Egito, na época de José no Egito, e da fome generalizada sobre a terra; quando também os israelitas permaneceriam escravos no Egito por aproximados 400 anos. (Livro de Êxodos – Bíblia). E o Egito, nessa época chegava a ter sob seu comando mais de um milhão de escravos hebreus a servir-lhe.

2º Segundo império mundial na história conforme a história é a Assíria. No tempo dos reis de Israel e Judá. São exatamente os reis da Assíria que deportam os judeus (do norte em Israel) transportando-os a outras nações, destruindo Israel (reino do norte) em cumprimento ao castigo da lei de Moisés; e, ao mesmo tempo, os reis da Assíria levariam povos estrangeiros p/ habitarem Israel, em lugar dos hebreus (por toda a Galileia e Samaria). (Isaías e 2º Reis e 2º Crônicas).

3º Terceiro império mundial na história – Babilônia – Daniel 1 e 2.

4º Quarto império mundial – Medos e Persas – Daniel 6 – Esdras e Neemias.

5º Quinto império mundial – Grécia – Daniel 2.32c – Daniel 7.6 – Daniel 11 – Livro de Macabeus.

6º Sexto império mundial na história – Roma – Daniel 2.33a – Daniel 7.7 – os Evangelhos.

7º E o Sétimo e último império mundial. O sétimo reino (ONU), surgira com dez reis e entregarão o poder ao Anticristo no final dos tempos.

8º O oitavo império mundial. O governo único através do Anticristo. 

Desde Antíoco Epífanes, o anticristo do terceiro reino em Daniel 8.1 e Daniel 8.27 era o inimigo pessoal de Deus; assim será o Anticristo final do quarto reino, seu antítipo.

“O Anticristo que já se manifestou na pessoa de Atíoco Epifânio (Dn 8.9,22), reaparecerá em forma ainda mais forte e global”. [Comentário Russel Shedd].

A Igreja sempre sofreu perseguições por vários anticristos no decorrer da história, porém, após seu arrebatamento da terra, levantar-se-á um que receberá poder de satanás no final dos tempos (Ap 13.2); será diferente dos outros reis (Dn 7.24); falará coisas espantosas (Dn 7.7); vai blasfemar contra Deus, caluniar Seu nome, (Dn 7.25; 11.36; Ap 13.5); irá perseguir o povo de Deus (Israel Ap 12.3), fará guerra contra os santos (Dn 7.21,25; Ap 13.6-7), irá oprimir os santos e será́ bem sucedido por 3 anos e meio (Dn 7.25; Ap 13.7). Ele Mudará os tempos e as leis. Ele vai tentar mudar o calendário, talvez para definir uma “nova era” Nova ordem mundial, relacionada a si mesmo (Dn 7.25).

Pr. Elias Ribas
Dr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau SC



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A HISTÓRIA MUNDIAL NO SONHO DE NABUCODOSSOR - DANIEL CAPÍTULO 2



Daniel ainda muito jovem foi levado para Babilônia como cativo. Em terra estranha ele serviu fielmente a Deus. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria e ocultismo da corte oriental babilônica. Ele foi levado para Babilônia na primeira leva de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha 14 a 16 anos de idade. Aí viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de Deus, atravessando o reino de todos os reis babilônicos, exceto o primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do neo-Império Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro em 536 a.C. (Dn 6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo.

Daniel foi selecionado como um dos jovens judeus mais especiais para ser treinado para servir na corte do rei Nabucodonosor. Deus abençoou Daniel com o dom de interpretar sonhos, e ele foi promovido a cargos de liderança nos governos Babilônico e Persa.

Daniel por duas vezes teve visões e revelações proféticas na Babilônia. São estas visões que nos trazem luz aos acontecimentos que dar-se-ão no tempo do fim. Através da interpretação destas visões, nos situamos profeticamente e historicamente, podemos assim sentir o peso da responsabilidade de estarmos preparados para quando o fim chegar.

Nestas visões está predito o futuro do mundo gentílico na era dos “últimos dias” (Dn 2.28). Isto alcança os tempos da vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio. A matéria profética deste assunto é tão importante que vem repetida no capítulo 7. Uma das diferenças é que no capítulo 2, a revelação divina veio por meio de um sonho profético ao rei Nabucodonosor, rei da Babilônia; e no capítulo 7, por meio de uma visão profética concedida a Daniel. 

I. O SONHO DO REI NABUCODOSOR - Daniel capítulo 2. 

O capítulo 2 do livro de Daniel, o rei Nabucodonosor tem um sonho que deixou muito preocupado. O problema que ele esqueceu o que sonhou. 

1. A crise provocada pelo sonho. Certa noite, o rei Nabucodonosor teve um sonho, uma grande revelação. Ao levantar-se pela manhã esqueceu o que havia sonhado, e seu espírito ficou grandemente perturbado. Então o rei mandou chamar os sábios do palácio: os magos, astrólogos, encantadores, e os caldeus, para revelar ao rei qual tinha sido o seu sonho. Mas, nenhum desses adivinhos e místicos puderam revelar (trazer conhecido) ao rei, o que ele havia sonhado. Eles diziam ao rei que isto era impossível. Jamais alguém poderia revelar sem ajuda dos deuses.

Porém, Nabucodonosor vendo que não podiam trazer conhecido o seu sonho, fez um decreto ordenando a morte de todos os magos, sábios e encantadores; buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos. Então, Daniel falou prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia, o qual o levou a presença do Rei. Então, Daniel pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação. E em seguida foi para sua casa e comunicou o fato aos seus três amigos, que juntos em oração pediram misericórdia ao Senhor Deus. Sendo Jeová um Deus compassivo e misericordioso para com seus servos, revelou o sonho do rei ao profeta Daniel numa visão de noite. Após o Senhor Deus ter revelado o sonho do rei ao profeta Daniel, ele O louvou grandemente (Dn 2.20-22).

Os magos haviam dito anteriormente que somente os deuses poderiam revelar o futuro ao homem (11). Agora Daniel afirma que os sábios da Babilônia não podiam revelar (v. 27), associando-se com suas falsas divindades. Daniel era capaz de fazer porque há um Deus no céu que revela mistérios. 

2. Daniel na presença do rei (Dn 2.25-30). Posto na presença do rei, este jovem judeu declarou as visões que o rei havia tido em sua cama, exatamente como elas aconteceram. Esta primeira visão, embora não tenha sido dada primariamente a Daniel, foi interpretada exclusivamente por ele, e estão registrados em seu livro. Isto causou uma grande surpresa no coração do rei, pois era exatamente o que havia sonhado alguns dias anteriores a este encontro. 

II. DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO 

Dn 2.31-33 “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas, de cobre; 33 as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro.” 

A grande estátua do sonho do rei foi composta de quatro partes principais.

A cabeça da estátua – de ouro – a Babilônia.

O peito e os braços – de prata – Medos-Persas.

O ventre e as coxas – de cobre – a Grécia.

As pernas – de ferro – Roma.

Os pés – em parte de ferro e em parte de barro – um reino mundial dividido: império dividido.

Na enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória.

Esta visão revela, em caráter profético, como dar-se-ão os acontecimentos sociais e políticos concernentes aos grandes reinos, impérios e confederações de países no mundo contemporâneo a Daniel, no período posterior aquele e no futuro (nossos dias).

Prosseguindo, vemos Daniel descrevendo o relato da interpretação deste sonho. E a interpretação, que segundo ele é fiel, pois ela cumpre-se na íntegra na história da humanidade que são os quatro últimos impérios mundiais. 

1. Cabeça de ouro, o reino Babilônico (605 a.C a 539 a.C.). “Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37 Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38 E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.36-38). 

Daniel disse claramente que Nabucodonosor o rei da Babilônia, era a cabeça de ouro da estátua. O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos dos gentios. Sobre a expressão “tempos dos gentios” (Lc 21.24).

Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.). Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia. 

2. O peito e os braços de prata, o reino Medo-Persa. (539 a.C. a 531 a.C.). “E depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu” (2.32-39).

A segunda parte da estátua, o peito e os braços de prata, representam o Império Medo-Persa, o segundo Império mundial liderado por Ciro (Isaías 45.1). Em 539 a.C. O grande imperador Ciro, general Persa, derrotou o império babilônico e estabeleceu a Segunda potência Universal. Os dois braços de prata representam as duas nações da Média e da Pérsia. 

3. O ventre e as coxas de cobre, o reino Grego (631 a.C. a 168 a.C.). “...e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. (2.39).

O terceiro reino, após a Medo-Pérsia, foi a Grécia (Dn 8.20-21) de Alexandre, o Grande (331 a.C. a 168 a.C.). Este império está representado na estátua pelo ventre e quadris de bronze.

Duzentos anos mais tarde, em aproximadamente em 331 a.C. o império Medo-Pérsia se desmoronava diante das forças da Grécia, comandadas pelo então imperador Alexandre, o Grande. 

4. As duas pernas de ferro, o reino Romano (168 a.C. a 477 d.C.). “E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (Dn 2.40).

As pernas de ferro representam o Império Romano. As pernas são a parte mais longa do corpo, o que indica a extensão do domínio romano. As duas pernas correspondem a divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, ocorrido em 395 d.C. O reino de ferro teve início em 63 a.C., o general romano, Pompeu, conquista a Judéia. O mais forte dos quatro reinos seria o quatro, dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera. Mas a mistura de barro mostra um reino dividido, com um lado frágil. Este reino seria esmiuçado pela grande pedra. 

4.1. Os pés, em parte é ferro, em parte de barro. (Dn 2.33, 41-43). Ferro e barro não se misturam. Isto revela que neste tempo do fim não haverá “nações unidas” de fato. A divulgada união das nações nestes últimos dias através da ONU é uma proforma; está previsto nesta profecia. O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez aumenta em todos os continentes (v. 40). O barro é o governo do povo, democrático, republicano. O barro é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo, como apresenta-se o regime democrático. Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado. Temos hoje no mundo estas duas formas de governo. Vemos assim pela Palavra de Deus que a última forma de governo na terra será o governo do Anticristo. 

4.2. Os dez dedos dos pés na imagem (2.41-42). São dez reinos, como forma de expressão final do Império Romano, que aparecerá no governo do Anticristo e do falso profeta, no fim dos dias da presente dispensação, como se vê no versículo 44: “Mas, nos dias destes reis...”. Trata-se de um poder político que existiu, e que no presente momento não existe, mas que voltará a existir segundo a palavra profética (“era e não é e está para emergir” - Ap 17.8). 

4.4. A crescente inferioridade dos metais na estátua profética (2.32,33). A escala decrescente dos valores dos metais na estátua profética (2.32-33). Ouro, prata, bronze, ferro com barro, mostra a degradação da raça humana, na área moral, social e política, basta vermos as notícias mundiais para comprovarmos a imoralidade, corrupção e injustiças que fazem parte da humanidade sem Deus. É o que nos assegura esta profecia.

A imagem de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da degeneração da raça humana alienada de Deus. Os dez dedos dos pés são dez reinos que nos últimos dias entregarão o governo mundial ao Anticristo o oitavo reino.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O TRIBUNAL DE CRISTO


O Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos das bodas do Cordeiro.

Pode parecer estranho que incluamos o Tribunal de Cristo nas bodas do Cordeiro, mas não devemos nos esquecer que, como salientamos acima, as bodas do Cordeiro são a celebração da vitória da Igreja e têm a duração de sete anos, como as bodas judaicas duravam sete dias. Deste modo, todo o período de sete anos deve ser considerado como o das bodas do Cordeiro.

Além do mais, o que, normalmente, é chamado de bodas do Cordeiro, as Escrituras denominam de ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19.9), numa clara demonstração de que as bodas envolvem mais de um ato, entre os quais um deles é a ceia.

Reunida a Igreja, será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb 9.27)

I.   O SIGNIFICADO DO TERMO

O Tribunal de Cristo é a palavra grega “bema” que se refere a uma plataforma elevada de arbitragem e recompensa. É um local onde a vida e as obras do crente são examinadas. Quando os crentes estiverem diante do Tribunal de Cristo em Sua vinda, eles serão julgados de acordo com suas obras; de acordo com o seu caráter e a sua frutificação. O Tribunal de Cristo determina a recompensa ou a perda da mesma, e não a salvação, pois quem estiver diante do tribunal no mínimo receberá a salvação.

II.   QUANDO E ONDE SERÁ REALIZADO O TRIBUNAL DE CRISTO

O Tribunal de Cristo acontecerá depois do arrebatamento da Igreja. Será realizado nos céus. A Bíblia ensina que este julgamento será exclusivamente para os salvos arrebatados na vinda de Jesus. A questão da salvação já foi resolvida. Não será um julgamento para condenação ou salvação, será um julgamento para receber galardão conforme o que prometeu o Senhor Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

O Tribunal de Cristo é o tempo em que a Igreja permanecerá no céu com o Cordeiro, para receber a recompensa pelo seu trabalho. Depois voltará com Ele a fim de inaugurar o Reino Milenar.

III.  ESTE TRIBUNAL É EXCLUSIVO DOS CRENTES

É comum ouvir, em nossas igrejas, que no fim do mundo haverá um julgamento conjunto dos justos e dos injustos, porém a Bíblia ensina de modo diferente.

Precisamos saber de antemão que o primeiro julgamento ocorreu no Calvário, já realizou-se. Neste julgamento Jesus foi julgado em nosso lugar, sofrendo o castigo do nosso pecado, a morte, para que pudéssemos ser salvos.

O segundo julgamento, deve ser realizado diariamente pelo próprio crente, olhando para sua própria vida, examinando seu viver. Neste juízo o juiz é o próprio crente. Por isso o cristão deve vigiar a si mesmo e iluminado pelo Espírito Santo deve examinar-se diariamente diante de Deus, quanto à sua submissão e lealdade ao Senhor.

Agora, no tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho. Já foi dito que não se trata de julgamento dos pecados do crente. Não. Nossos pecados já foram julgados em Cristo, pela misericórdia e graça de Deus (2ª Co 5.21; Gl 3.13). Também não é um julgamento quanto ao nosso destino eterno. A nossa salvação não depende daquilo que fazemos para Deus, pois somos salvos pela graça e da obra redentora que Jesus consumou uma vez para sempre por nós (Hb 7.27).

IV.  A IGREJA PERANTE CRISTO

A Bíblia ensina que todos os crentes salvos terão um dia de prestar contas “Ante o Tribunal de Cristo”, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus.

“Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2ª Co 5.10).

Bema; (no gr. agathon, “espiritual e moralmente bom ou útil aos olhos de Deus”) ou mal (gr. Phaulos, “sem valor, iníquo; inclusive egoísmo, inveja, e preguiça)”.

Segundo o trabalho que fizermos nesta vida, bem ou mal, receberemos ou não o galardão do Senhor. Agora trata-se da questão de recompensa, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo da casa do Senhor. Todos os salvos estarão frente a frente com o Senhor Jesus Cristo, e de acordo com a Palavra de Deus que diz: “que não há encoberto que não seja revelado” (Hb 4.13; Mt 10.26).

Neste julgamento o Senhor avaliará o serviço de cada cristão. Não será tanto a quantidade, mas sim, a qualidade dessa obra.

Todos os participantes do arrebatamento terão suas vidas reveladas perante todo o céu, ou seja, pecados não confessados, erros não admitidos, pensamentos levianos, mau uso da liberdade cristã, falta de amor, etc.

O Juiz será o próprio Senhor Jesus, aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, o “Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Jo 5.22). No evangelho segundo João Jesus diz: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho ‘todo o juízo” (2ª Tm 4.8) “justo juiz”.

Diante de Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo! Amém!

V.   A BASE DO JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO


Neste julgamento todos os cristãos serão julgados, não haverá exceção. “Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.10, 12).

Neste julgamento, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus.
“Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado; pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (1ª Co 4.2-6).

O cristão será julgado pela sua conduta.
“Se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1ª Co 11.31).

Será julgado pelo tratamento com o próximo.
“Mas tu, por que julgas o teu irmão? Ou tu, também, porque desprezas o teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo” (Rm 14.10).

O cristão terá que prestar conta das suas práticas e ações, a oportunidade e o conhecimento que recebeu, os dons, talentos, enfim tudo o que de Deus recebeu.

As más ações do cristão, quando ele arrepende-se, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levados em conta quanto a sua recompensa (2ª Co 5.10).

As boas ações e o amor do cristão são lembrados por Deus e por Ele recompensados.
“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb 6.10).

Cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer.
“Servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre” (Ef 6.7-8).

Na descrição de Paulo aos Coríntios ele compara as obras dos crentes feitas por motivos indignos comparando-se ao feno, palha e madeira, substância de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são comparadas ao ouro, prata e pedras preciosas que resistem à prova de fogo (1ª Co 3.10-15).

Sofrerá a perda ou ganhará o galardão.
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia pelo fogo” (1ª Co 3.10-15).

No Tribunal de Cristo toda obra será declarada um dia.
Nada ficará em oculto. Quando o cristão realiza um trabalho para honra e glória do Senhor Jesus, que é o fundamento de toda a nossa obra, ele assim está construindo um edifício de ouro, prata, pedras preciosas; mas quando o trabalho na obra é edificado sobre o seu nome e tudo circula em torno de si (Eu) e não para o Senhor Jesus, ele está construindo um edifício de madeira, feno e de palha, onde um dia o fogo queimará.

1. Embora salvo poderá ter uma grande perda:
  1. Sentimento de vergonha na vinda de Cristo (2ª Tm 2.15).
  2. Perda do trabalho que fez para Deus na sua vida.
  3. Perda da Glória e da honra diante de Deus (Rm 2.7).
  4. Perda de oportunidade de servir e autoridade nos céus (Ap 3.21).
  5. Posição inferior no céu (Mt 5.19).

VI.   QUAIS OS GALARDÕES QUE O SENHOR DARÁ AOS SALVOS?


1.      O próprio Jesus distribuirá os galardões.
Jesus tem um galardão ou recompensa para entregar aos fiéis. Ele não mandará um representante seu fazer isso, pois Ele mesmo disse: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12).

2.      Tipos de Galardões.

Haverá diferentes tipos de galardões simbolizados por coroas, porque no mundo bíblico no Novo Testamento os galardões que os vencedores recebiam nas olimpíadas gregas (o termo vem de olimpo, o monte sagrado dos deuses). Uma coroa de ouro era conferida aos vencedores. Paulo faz menção disso em 1ª Co 9.24-25.

A. A coroa da vida. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).

B. A coroa de Glória. Esta é para os ganhadores de almas. “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1ª Pe 5.2-4- outras referências Fl 4.1; Dn 12.3;1ª Ts 2.19; Pv 11.30).

C. A coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia: e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2ª Tm 4.8).

D. A coroa incorruptível. “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível” (1ª Co 9.25).

O crente nesta vida precisa batalhar pela fé e trabalhar sem cessar pela causa do Mestre, porque a nossa recompensa não será nesta terra, mas no céus. “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12) “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

VII.  CONSIDERAÇÕES FINAIS NO CÉU

1.      Seremos vestidos de vestes brancas Ap 3.5.
Isso ocorrerá logo após o arrebatamento, essa será a roupa que usaremos no céu com Jesus. O branco representa as justiça e a santidade dos salvos.

2.      Ao que vencer, eu o farei coluna Ap 3.12.
Isso prova-nos que nunca sairemos do céu para habitar outra vez na terra no meio de sofrimento e dor. Essa promessa só irá cumprir-se definitivamente depois do arrebatamento, quando todos os que vencerem estiverem juntos para sempre.

3.      Ao que vencer se assentará com Jesus em seu trono Ap 3.21.
Quando todos os salvos estiverem juntos no céu, então, iremos assentar-nos com Jesus no seu trono de Glória.

4.      Iremos comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus: Ap 2.7.
Depois de tudo consumado por Deus em seu plano de salvação e o número dos salvos completarem-se, então o Senhor levará a todos a comer da árvore da vida, para que vivamos para sempre, pois a partir deste momento morte para os salvos não existirá.

5.      Não recebermos o dano da 2ª morte: Ap 2.11.
A segunda morte está relacionada à condenação eterna, para nós não existirá a segunda morte, pois estaremos com o Senhor para sempre. Quem subiu no arrebatamento escapou da segunda morte.

6.      Iremos comer do maná escondido e receber um novo nome escrito em uma pedra branca: Ap 2.17.
Isto ocorrerá logo após a entrega dos galardões. O galardão que o Senhor dará como recompensa pelo trabalho a Deus será utilizado no reinado de Cristo aqui na terra, pois quem precisa de coroa a não ser para participar de um reinado, e isto fica bem claro se compararmos as promessas de Cristo como recompensa conforme abaixo:

A. Reinarão com Ele mil anos (Ap 20.6).
B. E dar-lhe-ei poder sobre as nações (Ap 2.26-28).
C. E concederei que se assente comigo no meu trono (Ap 3.21).
D. E dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).

Isso ocorrerá quando o Senhor implantar o Milênio sobre a terra e reger as nações com varas de ferro, nós estaremos também exercendo poder sobre as nações concedidas pelo Senhor.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC