Nos dias atuais, estamos sendo privilegiados por Deus, pois
temos acompanhado e certamente participado do cumprimento de diversas
profecias, proferidas há séculos e referentes aos “tempos do fim” e “a volta de
Jesus” a este mundo. É visível o que Deus tem feito, bem como, a ação do homem
e do diabo, transformando em realidade a Palavra Bíblica.
Um dos mais enfáticos ensinamentos do Senhor Jesus foi que
Ele um dia retornaria a esta terra e que os Seus fiéis saberiam quando seria.
No versículo 12 do capítulo 22 de Apocalipse: “Eis que cedo
venho”. O Senhor nos prometeu que Ele voltaria nos últimos dias, então Ele já
retornou? Essa pergunta realmente é muito importante para nós cristãos, então
como, exatamente, podemos saber se o Senhor realmente retornou ou não?
Encontraremos a resposta aprendendo sobre os sinais da volta de Jesus.
Os sinais relativos à volta de Nosso Senhor Jesus Cristo
estão alinhados numa série de profecias, cujo principal objetivo é alertar a
Igreja de Cristo a estarem convenientemente preparados para o arrebatamento da
Igreja. No sermão profético, faz-nos o Senhor esta advertência: “Igualmente,
quando virdes todas essas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas.” (Mt 24.33).
Ao todo, podemos apontar mais de trezentos sinais e
profecias referentes ao aparecimento iminente de Cristo. Sendo o tema de maior
relevância das Sagradas Escrituras, assim devemos considerar os referidos
sinais.
Apesar de parecerem sem importância aos olhos dos incrédulos, todos os sinais relativos à vinda de Jesus têm de ser bíblica e teologicamente considerados.
I. O QUE É O FIM DOS TEMPOS
“Dize-nos, quando serão essas coisas, e
que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3b).
O fim dos tempos refere-se aos eventos que antecedem
à segunda vinda de Jesus Cristo a esta terra. A primeira Ele veio como Messias e salvador,
mas a segunda vinda Ele virá para arrebatar Sua noiva e recompensar os salvos
pela sua fidelidade: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para
dar a cada um segundo a sua obra.” (Ap 22.12).
A Igreja sabe que toda a Bíblia é escrita em torno do Senhor
Jesus, o verdadeiro Messias e que Seu reinado será instalado no tempo
do fim. Sabemos que Deus revelou aos profetas do Velho Testamento os
adventos tanto da primeira quanto da segunda vinda de Jesus Cristo e os finais
dos tempos.
Há ainda outras expressões ao longo da Bíblia que
também fazem menção a este mesmo período, por exemplo:
O fim - Mateus 24.14 “E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.
Últimos tempos – Judas 18 “Os quais vos diziam que
nos últimos tempos haveria escarnecedores, que procuram gratificar seus
próprios desejos irreverentes, que andariam segundo as suas ímpias
concupiscências”.
O tempo do fim - Daniel 12.9 “E ele disse: Vai,
Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim”.
Última hora – 1ª João 2.18 “Filhinhos,
é já a última hora, o fim desta era;
e, como ouvistes que vem o anticristo, aquele
que se oporá a Cristo disfarçando-se de Cristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos
que é já a última hora
(o fim)”.
Há ainda, inúmeras outras referências dentro da
Palavra de Deus acerca deste mesmo período.
A última hora mencionada por João é todo o período
entre a primeira vinda de Cristo e o seu retorno. O prefixo “anti” aqui
significa “oposto” a Cristo.
Os anticristos são mencionados por João como um
anúncio da chegada do Anticristo. Os anticristos que o precedem são todos
aqueles que se opõem à verdade, pregando o contrário de Cristo, distorcendo
Suas palavras, mesmo estando no meio dos que se dizem cristãos. Todo aquele que
prega heresias é um anticristo (2.19; 2ª Jo 7).
Há ainda, inúmeras outras referências dentro da Palavra de Deus acerca deste mesmo período. Só a carta de João denota aqueles que simulam e se opõe a Cristo (cf. 2ª Ts 2).
II. O SERMÃO PROFÉTICO
Jesus continuou a
última semana do Seu ministério em Jerusalém ensinando Seus apóstolos sobre os
eventos futuros. Seu discurso é conhecido como o sermão profético no monte das
Oliveiras, chamado assim porque era lá que Cristo se sentava para ensinar (Mt
24.3).
O Sermão
Escatológico de Jesus também é conhecido como O Sermão do Monte das Oliveiras,
devido ao local em que foi proferido. Esse sermão pode ser encontrado nos
Evangelhos de Mateus (cap. 24), Marcos (cap. 13) e Lucas (cap. 21 e algumas
referências no capítulo 17).
Para muitos
estudiosos o Sermão Escatológico de Jesus, principalmente o relato do Evangelho
de Marcos, é como um “Pequeno Apocalipse”. A verdade é que qualquer estudo
escatológico que seja coerente com as Escrituras, obrigatoriamente, precisa
considerar o Sermão Escatológico de Jesus. De forma resumida vamos analisar
esse importante sermão de Cristo.
O discurso pronunciado no Jardim das Oliveiras aconteceu na terça-feira depois que se acabaram as controvérsias com os líderes judeus nos átrios do templo.
III. DISCURSO DE DESPEDIDA DE JESUS
1. Um discurso de despedida. Foi proferido, portanto, no seu tempo de paixão.
2. Cristo despede-se, porque vai em direção ao Seu calvário, ao Seu martírio e à Sua morte. Não fala somente de Sua crucificação, mas do fim, da finalidade de toda a humanidade, quando acontecer a sua segunda vinda.
3. O nascimento, a morte, a ressurreição, a ascensão e pentecoste fazem parte da primeira vinda de Cristo. A segunda está por vir, os seja, Ele vai voltar! “Eis que cedo venho” (Ap 22.12). O Senhor nos prometeu que Ele voltaria nos últimos dias, então Ele já retornou? Essa pergunta realmente é muito importante para nós cristãos, então como, exatamente, podemos saber se o Senhor realmente retornou ou não? Encontraremos a resposta aprendendo sobre os sinais da volta de Jesus.
IV. A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM E DO TEMPLO
Mateus 24.1-3 “E, quando Jesus ia saindo do templo,
aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do
templo. 2- Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo
que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. 3- E, estando
assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em
particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo?”
Embora em alguns versículos existam profecias que se referem a dois períodos, podemos fazer um esboço do Sermão Escatológico de Jesus em Mateus 24 da seguinte forma:
1. O discurso acontece fora do templo. “E, quando Jesus ia saindo do templo...”. O texto registrado em Mateus, ocorre fora do templo, no Monte das Oliveiras, segundo o comentário de Hendriksen, no fim da terça-feira da semana em que o Cordeiro Pascal seria imolado. Os discípulos mostram para Jesus, enquanto este se afastava do templo, a beleza monumental do Santuário.
2. As perguntas dos discípulos Vs.
1-2. “E, saindo ele do
templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que
edifícios! 2- E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não
ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.”
Os discípulos não pedem sinais para a destruição de Jerusalém por exemplo, eles pedem sinais para Sua volta e para o fim dos tempos. Deste modo poderíamos colocar todos os sinais como resposta a essas duas questões sem grandes problemas com o texto, pois foi essa a pergunta e poderia bem ser esta a resposta. Também possível a existência nesse texto de profecias de duplo cumprimento, um cumprimento “típico” apontando para o cumprimento final, isso é bem característico no verso 15, onde o abominável da desolação pode muito bem ser identificado anteriormente como Antíoco IV, e agora novamente poderá ser identificado como Tito e o poderá futuramente ser identificado no próprio anticristo, que seria o cumprimento último da profecia, para onde os “tipos” apontavam.
3. A reforma do
de templo de Jerusalém. Este era o templo
que Herodes o Grande iniciou sua restauração desde 20 a.C. Este Herodes não era
o mesmo dos dias da crucificação de Cristo (ano 30). O primeiro foi o
responsável pela matança dos inocentes em Belém, o segundo, seu filho Herodes,
Antipas, participou de seu julgamento.
Este templo não era tão grande e glorioso quanto o de Salomão, mas com muito ouro, prata, mármore. Herodes, o Grande, era idumeu, e não havia comprovação genealógica de que descendesse dos judeus, então, para ser agradável aos judeus, tomou algumas medidas populares como a construção do templo, porque isto trazia ganhos políticos.
3.1. Herodes não
poupou recursos. O muro que
cercava o templo era de enormes pedras brancas que pesavam uma tonelada. Os
viajantes viam de longe a beleza do templo.
A empolgação dos discípulos com as pedras e os edifícios do templo era uma reação natural diante de sua arquitetura esplêndida e majestosa; cada uma de suas pedras pesava toneladas. As descrições de Josefo (Antiguidades judaicas) expressam sua magnificência. Não havia nada como ele em todo o mundo. Belíssimas pedras de mármore branco com ornamentação de ouro compunham a estrutura de mais de 30 m de altura que começou a ser construída por Herodes em 20 a.C. e foi completada por seu descendente em 66 d.C.
4. Jesus profetiza
a destruição do templo. “...não ficará
pedra sobre pedra...” Quando Jesus disse que não ficará pedra sobre pedra que
não seja derribada, isso certamente chamou muito a atenção. Porém, essa
profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito saqueou a cidade. Até
hoje existe em Roma o Arco de Tito, erguido pelos romanos para comemorar esse
evento, onde é retratado em ilustrações o templo sendo saqueado. Bíblia de
Genebra.
Jesus usou a forte construção negativa dupla dos
gregos duas vezes neste versículo a fim de negar que ficaria pedra sobre pedra.
Era positivamente certo que o Templo seria completamente destruído, um fato
confirmado pela história quando em 70 d.C. O Templo e a cidade foram deixados
em ruínas, sob o comando de Tito.
Os discípulos na certa não queriam acreditar que o Templo de Deus seria destruído e arrasado outra vez eles estavam impressionados com a arquitetura do templo e sua grandeza, mas Jesus não está nem um pouco impressionado com sua imponência e profetiza sua destruição em termos fortes (Mc 13.2).
5. Como seria
destruída Jerusalém e o templo? No ano de 64 d.C,
os judeus se rebelaram contra a autoridade romana por causa dos altos impostos
cobrados, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a
revolta.
No ano 70, seis anos depois de sua reforma, o templo
foi destruído por uma rebelião de soldados romanos que se revoltaram contra os
judeus que não assimilaram a fé que defendiam.
Mesmo dividindo o sermão da forma apresentada acima, existem referências à destruição de Jerusalém e do Templo em outras seções, principalmente em profecias de duplo cumprimento, ou seja, Jesus também usa a destruição de Jerusalém para tipificar os momentos associados à Sua Segunda Vinda. De forma resumida podemos pontuar esse evento da seguinte forma:
5.1. Jerusalém seria sitiada. Esse cenário era bastante improvável para qualquer habitante da época por que se tratava de um momento de grande paz com o Império Romana garantindo a tranquilidade.
5.2. Jerusalém seria destruída. A cidade seria queimada e sua população dizimada. Esse evento seria o juízo de Deus sobre aquela geração. Após pouco mais de três anos de cerco, o exército romano invadiu Jerusalém e à destruíram. Estima-se que mais de 600 mil judeus foram massacrados.
5.3. O Templo seria destruído. Herodes havia começado a reconstruir o templo, e nessa época ele estava em fase de acabamento, com abundância de ouro, mármore e madeiras finas entalhadas. Era uma construção realmente imponente (vers. 1), mas Jesus afirma: “Não ficará pedra sobre pedra”. No ano 153 a.C. o templo já tinha sido profanado com Antíoco IV Epifânio, porém nesta profecia de Jesus, o templo seria profanado e destruído.
5.4. Dispersão. Os sobreviventes desse momento terrível seriam espalhados pelo mundo todo e ficariam dispersos.
V. O PRINCÍPIO DAS DORES
1. A preocupação dos
discípulos era com o fim. “E já está próximo o fim de todas as coisas;
portanto sede sóbrios e vigiai em oração.”
(1ª Pe 4.7).
A frase “o fim de todas as coisas” se referiria naturalmente
ao fim do mundo; a dissolução dos assuntos humanos.
Nós só estaremos preparados para o fim se mantivermos uma
relação íntima com Deus, sendo sóbrios e vigiando em oração; e também se
tivermos o que a versão ARA chama de um amor intenso uns para com outros (v. 8,
que é explicado nos v. 9,10).
Jesus pode vir trazendo consigo Seu juízo a qualquer
momento. Por essa razão, todos precisam estar preparados para dar conta do que
fizeram em sua vida. Sóbrios. Os cristãos devem controlar seus desejos
pecaminosos porque não tarda a volta do Senhor.
Vigiai. Pedro exorta seus leitores para que sejam prudentes e estejam empenhados em buscar a Deus em oração.
2. O princípio das dores é o tempo em que estamos
vivendo.
“E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e
Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos, quando serão
essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.”
(Mc 13.3,4).
“...quando serão estas coisas...” A pergunta dos
discípulos tem em vista a destruição do templo. A resposta de Jesus parece
incluir tanto este evento específico como o tempo que conduz à vinda do Filho
do Homem (v. 26; cf. Mt 24.3). Os eventos em torno da destruição do templo
parecem anteceder e tipificar aqueles momentos associados à segunda vinda.
[Bíblia de Genebra].
“... que sinal haverá...” Jesus deixa claro
que perturbações como guerras, rumores de guerra e desastres, são os “sinais”
ou indicadores do tempo em que Ele retornará. Eles não nos dizem quando Ele
voltará, mas que Ele voltará. [Andrews Study Bible].
“... cuidado... vigiem...”
V. 5 “E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer:
Olhai que ninguém vos engane.”
“... Olhai...” Vigiai! Esteja alerta! Esteja de guarda!
O maior foco deste capítulo. Existe o perigo da decepção e o perigo da
complacência. [Andrews Study Bible].