TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 7 de março de 2022

AS TRÊS FASES DO MINISTÉRIO CRISTÃO

 


Efésios 4.12,14 “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo. 13- Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” 

INTRODUÇÃO. Neste estudo vamos elucidar as três fases para o ministério de Cristo e as três fase do ministério de Moisés. 

I. TRÊS ETAPAS DE CRESCIMENTO PARA O MINISTÉRIO 

O propósito de Deus em estabelecer o ministério foi “para que o corpo de Cristo seja edificado”. Deus quer que essa unidade seja fortalecida e realizada de forma ainda mais completa. Para esse fim, Ele estabeleceu os cargos do ministério listados no versículo 11 o qual já estudamos.

Paulo enumera três componentes que compõem o objetivo para o qual todos devemos nos esforçar. Mas eles não são três coisas separadas. Todos falam da “edificação” desejada, que deve ocorrer quando os cristãos se ajudam mutuamente através do uso fiel da Palavra. 

Paulo primeiro descreve este edifício como algo que ocorre “até todos nós alcançarmos a unidade na fé e no conhecimento do Filho de Deus.” Conhecer a Cristo e crer nele são os ingredientes-chave para trazer o crescimento que Deus procura em sua igreja. 

À medida que a fé e o conhecimento sobre Cristo crescem, os crentes “amadurecem”. Esse processo, no entanto, nunca é completo aqui na terra. Foi dito, com razão, que a vida cristã é um constante “devir”. O próprio Paulo ainda não atingira a plena maturidade espiritual - como ele admite francamente aos filipenses (3.12-15). Para uma declaração franca de sua frustração com seus frequentes lapsos e falta de maturidade, leia Romanos capítulo 7, particularmente os versos 14 a 25. A maturidade espiritual não é totalmente alcançável aqui, mas é o que todo cristão luta pessoalmente e procura ajudar os outros a alcançar.

O terceiro componente de Paulo no objetivo pelo qual estamos nos esforçando é que todos nós “alcancemos toda a medida da plenitude de Cristo”. Podemos parafrasear essa expressão dizendo: “Até alcançarmos a plena estatura de Cristo”. não vai acontecer deste lado do céu. 

As três fases do ministério. 

1. Instruídos. Líderes instruídos são responsáveis pelo aperfeiçoamento dos santos. Os santos precisam de homens sábios para guiá-los (“presbítero” refere-se a essa pessoa madura); precisam de homens justos que os influencie (“imitai a fé que tiveram”); precisam de homens prestativos que cuidem de suas almas (“pastor” e “supervisor” sugerem isso). 

2. Preparados. Estes, estando bem preparados, fazem a obra do ministério e, consequentemente, o corpo de Cristo e edificado. 

3. Maturidade espiritual. O objetivo final e a maturidade cristã, a verdade e o amor.

Para não ser mais meninos. 4.14 Os meninos são ingênuos, vulneráveis e tornam-se vítimas fáceis. A Igreja precisa trabalhar com diligencia no sentido de conduzir a maturidade os que são crianças em Cristo (1ª Pd. 2.2).

Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã (1ª Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido e acreditam em tudo que dizem sem o parâmetro das Sagradas Escrituras. 

Quando o crente não procura crescer, tem uma vida cristã superficial. Será presa fácil nas mãos dos que se opõem à verdade. Neste versículo Paulo está mostrando os perigos a que estão sujeitos aqueles que não buscam o crescimento. Duas coisas são mencionadas como risco do não crescimento cristão: 

3.1. A permanência no estado de crianças espirituais. Uma criança pensa como criança e age como criança (1ª Co 13.11): “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino...”

O escritor da carta aos Hebreus fala de certos tipos de crentes que permanecem no estado infantil por longos e longos anos. Não desenvolveram as suas faculdades para discernir entre o bem o mal. 

3.2. O interesse para com doutrinas várias e estranhas. Existem muitos crentes que ficam procurando novidades, para satisfazerem sua curiosidade espiritual. A Palavra de Deus nos alerta quanto aos perigos de tais procedimentos. “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. A falta de crescimento cristão, pode levar o crente a não reconhecer o que é uma “doutrina de demônio”, que muitas vezes aparece para seduzir e enganar os crentes. (1ª Tm 4.1). 

A criança só pode ser alimentada de leite; e aquele que se alimenta de leite é “inexperiente na Palavra da justiça, por que é criança” (Hebreus 5.12-14). Tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine os princípios elementares dos oráculos de Deus. Quem pratica a Palavra de Deus cresce; e quem cresce pode receber um alimento sólido forte, porque se tornou adulto, então tem suas faculdades para discernir não somente o bem, mas também o mal.

III. AS TRES FASES DA VIDA DE MOISÉS 

1. Deus tem um jeito especial de agir para cumprir seus propósitos. Quando alguém é escolhido por Deus para uma missão específica há todo um processo de preparação estabelecido por Deus. Moisés é exemplo de alguém chamado por Deus que necessitou ser preparado antes de cumprir a sua missão (Êx 2.11-14; 4.1-7). 

1ª Fase vida de Moisés. Até os 40 anos Moisés aprendeu ser príncipe na Casa de Faraó. Nesse período ele se considerava importante até o dia em que ele foi punido por seu crime. As maiores conquistas da sua vida se resumem aos conhecimentos seculares adquiridos.

Deus queria usar Moisés como libertador dos Hebreus, mas não do jeito de Moisés, vestido com vestes reais egípcios tentando fazer justiça com as próprias mãos. Moisés olhou para os lados para assegurar que ninguém estava olhando, mas esqueceu de olhar para Deus.

O jeito egípcio de Moisés falhou, o seu crime foi descoberto. A sua experiência e jeito de agir só lhe trouxe confusão, logo ele iria aprender a duras penas onde, quando e de quem receber as ordens. Para Moisés salvar um hebreu era uma boa ação e matar um egípcio poderia ser o primeiro passo para novas conquistas.

A verdade que aprendemos nesse episódio é que os resultados alcançados através da nossa vontade são inferiores aos alcançados sob a intervenção de Deus. Enquanto Moisés agiu do seu modo a única coisa que conseguiu foi derrotar um egípcio, mas quando ouviu e obedeceu a voz de Deus ele venceu milhares de egípcios de uma única vez no mar vermelho. 

2ª Fase vida de Moisés. Dos 40 aos 80 anos, Moisés aprendeu ser pobre e depender de outros para alcançar seus objetivos. As suas maiores conquistas foram as experiências verdadeiras sobre caminhar e sobreviver no deserto e constituir uma família. Ele descobriu o significado das palavras renúncia e humildade.

Ninguém conseguirá se encher de Deus enquanto não se esvaziar de si mesmo. Nós podemos escolher o caminho das facilidades e correr o risco de ser derrotados no final ou o caminho de Deus, que embora pareça derrotista, no final nos faz vencedor.

A vida de Moisés se transformou a partir do momento em que ele renunciou seus títulos, seus conhecimentos e a sua própria vida e entendeu que ele sozinho não era capaz de realizar algo tão grandioso.

A obra de Deus é completa na vida da pessoa quando ela renúncia o seu ego para viver a plenitude de Deus.

A vida de Moisés mudou radicalmente depois do tempo de aprendizado no Egito e no Deserto. A melhor fase aconteceu depois dele ter experimentado a riqueza do Egito e a pobreza do Deserto. Algumas experiências que passamos na vida contribuem para o nosso aprendizado, amadurecimento e realização de grandes conquistas.

Pode parecer estranho a maneira de Deus agir. Por 40 anos Moisés aprendeu cuidar de ovelhas, conheceu caminhos no deserto que nunca imaginara, enfrentou de perto o sofrimento de um povo que vivia às margens do reino faraônico, etc. Toda essa experiência negativa, do ponto de vista humano, daria a Moisés experiência necessária para no futuro cumprir os planos de Deus. 

3ª Fase vida de Moisés. A terceira fase começa quando Moisés teve a visão da sarça ardente, a sua maior preocupação era com relação a sua falta de credibilidade, ele disse a Deus: “Mas os israelitas não vão acreditar em mim, nem vão dar atenção ao que eu falar e vão dizer que o SENHOR não me apareceu.” (Êx 4.1).

Era chegado o momento de Deus restaurar a credibilidade de Moisés. O Senhor confirmou o seu chamado através de dois sinais:

·         Do bastão que se transformou em cobra;

·         Da mão colocada no peito que ficou leprosa e depois curada. Apesar dos sinais que Deus lhe mostrara, Moises continuou inseguro.

·         O Senhor lhe disse que se o povo não o ouvisse, Moisés deveria transformar as águas do rio Nilo em sangue, mas a insegurança continua dominando o coração de Moisés.

A desculpa de Moisés para Deus: Moisés respondeu ao SENHOR: – Ó Senhor, eu nunca tive facilidade para falar, nem antes nem agora, depois que começaste a falar comigo. Quando começo a falar, eu sempre me atrapalho. (Êx 4.10).

A resposta de Deus para Moisés: Porém o SENHOR lhe disse: “Quem dá a boca ao ser humano? Quem faz com que ele seja surdo ou mudo? Quem lhe dá a vista ou faz com que fique cego? Sou eu, Deus, o SENHOR. Agora vá, pois eu o ajudarei a falar e lhe direi o que deve dizer.” (Êx 4.11,12).

Moisés mudou radicalmente entre a primeira e segunda fase da sua vida. Nos primeiros anos ele era tão confiante, desafiou a Lei mantando um egípcio e o escondendo, mas depois de 40 anos no deserto ele descobriu o significado da palavra renúncia. Ele se desfez de todo o seu ego, esvaziou-se de si a ponto de depender unicamente de Deus. 

2. O cajado nas mãos de Moisés representa autoridade delegada por Deus. O Senhor perguntou para Moisés: O que você tem nas mãos? Ele não tinha um cetro real, não tinha um anel ou sinete real, não tinha um diploma de PHD ou doutorado nas ciências egípcias ou uma credencial de pastor de ovelhas. Ele não tinha ouro ou pratas, poder ou riquezas. A única coisa que Moisés tinha era um cajado, o suficiente para Deus usar e fazer maravilhas aos olhos do povo.

O cajado nas mãos de Moisés era apenas uma vara, mas sob a ordem de Deus se transformou em serpente, fez brotar águas nas rochas e abriu o mar vermelho. O cajado foi o que restou para Moisés, era tudo o que Deus precisava para cumprir o seu propósito através de Moises.

Quando estava no Egito Moisés tinha um cetro que representava autoridade, no deserto lhe restou um cajado que conferia autoridade sobre as ovelhas. Deus não usou um cetro, mas o cajado para conferir autoridade à Moises. 

3. As mãos leprosas e purificadas de Moisés representam o perdão de Deus. A insegurança de Moisés é justificada pelo seu passado. Ele sabia que no Egito haviam pessoas que conheceram o seu passado e quando o vissem iriam desacreditá-lo. As mãos de Moisés estavam sujas de sangue. Por isso o Senhor lhe ordenou que colocasse a mão no peito e quando ele a tirou estava leprosa – era assim que Moisés se via e pensava que as pessoas o veriam do mesmo modo.

Pela segunda vez Moisés coloca a mão no peito e quando tira ela estava limpa. Deus estava lhe ensinando duas lições:

Ninguém pode controlar a sua carne, o que está em seu coração é que o tornará limpo ou impuro. Ao colocar a mão no peito ele a vê exatamente como imagina, o seu pecado oculto no coração é revelado na carne.

A segunda lição é que Deus não pode agir e fazer milagre na vida de alguém que acha que está no controle. Ao colocar a mão impura no peito e retirá-la limpa, Deus está mostrando para Moisés que o poder para perdoar pertence a Deus, Ele está no controle de tudo.

A honra de Moisés seria restaurada e o Egito seria envergonhado a partir do momento em que Moisés aceitasse a sua rendição ao Senhor e permissão para que Deus estivesse no controle da sua vida e da sua história.

O que mudou na vida de Moisés entre a primeira fase envolvendo a morte de um egípcio e a terceira fase em sua vida onde os milagres acontecem e o mar vermelho se abre?

Na primeira fase ele estava cheio de si.

Na segunda fase ele descobre que não é nada.

Na terceira fase ele estava cheio de Deus.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 1 de março de 2022

PROPÓSITO PARA SERVIR A CRISTO



Efésios 5.17, “Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.”

Propósito é aquilo que você propõe em teu coração. Precisamos entender que Deus tem um propósito para Seus filhos, assim como um pai tem com seus filhos. Mas como filho de Deus qual o propósito do teu coração? 

I. PROPÓSITO DE EXISTÊNCIA 

Quem não entender o alvo provavelmente terá dificuldades de alcançá-lo. É necessário saber para que o Pai celestial criou o homem e o que Ele espera de cada um de Seus filhos. Sem essa clareza, como saber que direção tomar na vida espiritual? 

Romanos 8.29 “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” 

O texto fala tanto da Sua presciência divina como de Seu propósito. Predestinar significa destinar de antemão. Portanto, temos aqui o alvo estabelecido pelo Criador: que nos tornássemos conformes (com a forma de amoldados) à imagem de seu Filho. Cristo não é apenas o referencial de conduta, mas o alvo. Devemos tornar-nos parecidos com Ele, esse é o objetivo. Crescer até a Sua estatura perfeita -a estatura de Jesus. Consideremos outros textos bíblicos que enfatizavam as mesmas verdades. 

1ª Pd 2.21 “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos.” 

1ª Jo 2.6 “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” 

O ensino apostólico era enfático: cada cristão deveria reproduzir a natureza e o comportamento do Senhor Jesus. Deveria ser um imitador de Cristo. Além de Pedro e João, Paulo também ensinava isso às igrejas:

1ª Co 11.1 “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” 

II. DISPOSIÇÃO 

Você precisa disposição para o serviço do Pai. O Senhor tem um propósito e onde você se encaixa nele?

Romanos 8.27,28 “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. 28- E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” 

O Espírito, intercede pelos santos, segundo a vontade de Deus. Como o Examinador de corações, Ele observa as emoções que surgem deles em oração, e sabe perfeitamente o que o Espírito quer dizer pelos gemidos que Ele produz dentro de nós, porque aquele abençoado Intercessor implora por eles apenas pelo que o próprio Deus planeja doar.

Tudo o que acontece na nossa vida, boas e ruins, é para o bem. Esse encaminhamento de todas as coisas para o bem é feito com naturalidade para os “que amam a Deus”, porque tais almas, estão convencidas de que Aquele que deu seu próprio Filho por eles não pode deixar de prover o bem em todo o Seu proceder; seja o que for que Ele lhes envie, seja aflição na carne e sangue: e para aqueles que são chamados, de acordo com “seu propósito”, todas as coisas funcionam da mesma maneira compreensível: “contribuem para o bem”; porque, mesmo quando “Ele tem o seu caminho na tormenta”, eles veem “Sua carruagem coberta com amor” (Ct 3.10).

Quando você entende o teu propósito, nada vai fazer você parar. O bem ou o mal que acontece na tua vida vai tirar você do teu propósito. 

III. QUE SÃO OS QUE ELE ESCOLHE PARA O PROPÓSITO 

Efésios 1.4,5 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” 

1. O Pai nos elegeu antes da fundação do mundo. Deus tem um plano na nossa vida. E neste plano tem um propósito e vontade. 

1.1. Fomos eleitos pela Sua presciência (1ª Pe 1.2). Predestinar é conhecer de antemão.

1.2. O Pai nos elegeu Nele (em Jesus, no amado). Antes da eleição não há pessoas na posição de eleitas, só há candidatos. Após a eleição haverá os eleitos, ou seja, em Cristo Jesus fomos eleitos.

João 3.17,18 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

Marcos 16.16 “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” 

2. Nos elegeu para um propósito. “Para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”

A eleição foi realizada com um objetivo pré-definido: a santidade e irrepreensibilidade dos cristãos! 

3. Nos elegeu louvor de Sua glória. Efésios 1.6 “Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.”

Paulo demonstrou que Deus nos elegeu para sermos santos e irrepreensíveis e nos predestinou para filhos por adoção, segundo a sua vontade. Este versículo aponta o motivo pelo qual Deus abençoou os cristãos com as bênçãos da eleição e predestinação. 

Por que Deus elegeu? Por que Deus predestinou? Para louvor e glória da sua graça! 

3. Revelou o mistério. Efésios 1.9 “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo.”

Efésios 1.10 “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.”

Conclui-se que a salvação é por meio da graça, e não o resultado de uma escolha. Deus trouxe salvação a todos os homens de maneira graciosa, sem qualquer referência a uma ‘predestinação’ de alguns ‘privilegiados’ à salvação. 

V. 7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.”

A salvação foi realizada por meio de Cristo (Amado), conduzindo muitos filhos a Deus (para si mesmo). 

IV. O PROPÓSITO DE JESUS 

1. Fazer a vontade do Pai. João 6.38,39 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.”

João 4.34 “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.”

João 17.18 “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” 

2. Ser servo de Deus. Filipenses 2.7,8 “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” 

A expressão humilhou-se a si mesmo pode ser traduzida como esvaziou-se a si mesmo. Cristo fez isso ao assumir a forma de servo, um simples homem. Ele não se esvaziou de alguma parte de Sua essência como Deus. Pelo contrário, assumiu a existência como homem. Embora ainda fosse completamente divino, Ele se tornou completamente humano. Jesus acrescentou à Sua essência divina (v. 6) a essência de um servo, a forma, ou seja, as características essenciais de um ser humano, procurando cumprir a vontade de outro. Paulo não diz que Cristo trocou a forma de Deus pela forma de servo, implicando uma perda da deidade ou dos atributos da deidade. Em vez disso, na encarnação, Cristo continuou com a mesma natureza de Deus, mas acrescentou a si mesmo a natureza de um servo. Neste contexto, o termo servo se refere à posição mais baixa na progressão social (Hb 10.5), exatamente o oposto do termo Senhor, um título pelo qual todos, um dia, reconhecerão o Cristo ressurreto e exaltado (v. 11). É surpreendente, portanto, que o Deus que criou o universo (Jo 1.3; Cl 1.16) e reina sobre toda a criação (Cl 1.17) escolheria acrescentar à Sua pessoa a natureza de um servo. A palavra semelhante não significa que Cristo apenas parecia um homem. Antes, o termo enfatiza a identidade. Ele era um homem, com todos os aspectos essenciais de um ser humano, embora, ao contrário de todos os outros, não tivesse nenhum pecado.

Hebreus 11.24-26 “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó. 25- Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; 26- Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.” 

3. Para seguir o exemplo de Cristo. 1ª Pedro 2.21 “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.”

Você nunc a vai encontrar o propósito se você é o centro. 

4. Para anunciar o evangelho aos perdidos. 1ª Pedro 2.9 “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 

V. ELE ESCOLHEU ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO 

1. Antes de nascer. Jeremias 1.5 “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” 

2. Para ser filhos. João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” 

3. Porque o nosso nome está escrito no livro da vida do cordeiro. Apocalipse 13.8 “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” 

4. Para ser cooperador. Filipenses 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

5. Para ter intimidade com o Pai. Para falar com o Pai. Mateus 6.6 “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” 

5. Para cumprir o ide. Marcos 16.15,16 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16- Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” 

V. ELE ESCOLHEU VOCÊ ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, MAS VOCÊ ESTÁ NESTA VIDA PARA UM FUTURO ETERNO 

Jeremias 23.18 “Porque, quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra, e ouviu? 

O profeta Jeremias pergunta:

1. Quem esteve no conselho. Apocalipse 21.10 “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.”

Salmos 24.3-4 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? 4- Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.”

O que significa “estar no conselho”? Jeremias formula: “viu, e ouviu a sua palavra… esteve atento à sua palavra e a ela atendeu?”. A única prova essencial de um profeta — que precedia sua capacidade de entregar uma mensagem divina — era que o profeta tinha que ver e ouvir Deus em Seu conselho. 

Precisamos ver. Atos 26.18 “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim.” 

Quando um profeta “estava no conselho”, ele tinha um encontro direto com Deus em sua sala do trono. Esta ideia principal de “estar no conselho” é um padrão repetido na Bíblia. 

No caso de Isaías, o profeta foi transportado para a sala do trono de YHWH (Is 6.1-6) para receber seu chamado ao serviço (Is 6.8-9). Para Ezequiel, as circunstâncias foram inversas com o trono do Senhor vindo a ele (Ez 1.1-14, 26-28). Jeremias também foi comissionado através de um encontro direto com Deus. No início de seu ministério, a “palavra do Senhor” veio a ele (Jeremias 1.4) e designou-o um profeta. A “palavra” é identificada como YHWH (Jeremias 1.6-7) que veio em forma humana. Ele estende a mão para tocar a boca de Jeremias (Jeremias 1.9). Foi esse encontro que distinguiu Jeremias de falsos profetas. 

3. Quem ouviu Sua Palavra. Que esteve atento à Sua Palavra? 

3.1. Precisamos ouvir e ver para ser transformados.

Isaías 6.1-9 “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo. 2- Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. 3- E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4- E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.5- Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. 6- Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7- E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado. 8- Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. 9- Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.” 

No ano que morreu o rei Uzias foi o marco da história na visão de Isaías:

·         Isaías vê a glória de Deus sendo manifestada

·         Isaías vê a necessidade de reconhecer e abandonar os seus pecados.

·         Isaías é purificado pela glória de Deus, pois reconhece seus pecados.

·         Isaías está envolvido com a glória de Deus, e é totalmente quebrantado e com desejo imenso de atender a vontade de Deus. 

Todo encontro com Deus gera quebrantamento dentro de nosso coração, ou seja, nos faz ter sensibilidade a voz de Deus. Entendemos que primeiro, Deus nos mostra coisas sobrenaturais, e essas coisas geram em nós um desejo de transformação, para viver aquilo que estamos vendo.

Isaías agora totalmente transformado declara: “Eis-me aqui envia-me a mim.” 

3.2. Ouvir e obedecer.

Mateus 7.24-29 “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; 25- E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.26- E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;

E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” 

Todos nós estamos construindo: nossa própria vida é uma construção. Todos os dias acrescentamos tijolos na nossa edificação. A estrutura da nossa vida vai sendo edificada em cada palavra, em cada pensamento, em cada desejo, a cada atitude e a cada realização. Porém, nem todos são iguais, alguns são prudentes, outros são insensatos.

Devemos ser praticantes e não apenas ouvintes do Evangelho: muitas pessoas apenas ouvem a Palavra de Deus, e acham que isso já é o suficiente. Entretanto, o próprio Jesus adverte que é preciso praticá-la. O construtor prudente ouve as palavras de Jesus, e entende que Ele é o único fundamento seguro sobre o qual se deve construir. O apóstolo Paulo fala exatamente sobre esse princípio:

1ª Coríntios 3.10,11 “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11- Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” 

3.3. Ouvir e profetizar.

Ezequiel 37.1 “Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.”

Em Ezequiel 37, o Senhor Deus coloca o profeta Ezequiel em visão, diante de um grande vale de ossos secos. A intenção era mostrar como estava o ânimo e a esperança de Israel e Judá após o cativeiro e o juízo de Deus. O Senhor Deus nos mostra que não há situação que ela não possa resolver. Basta uma única Palavra de Deus e tudo está resolvido. 

O que está morto passa a viver e o que está sem forma, recebe contorno. O diálogo entre Deus e o profeta é o seguinte: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?” Eu respondi: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”. 

Há muitas situações em nossas vidas que aos nossos olhos estão perdidas. O comando de Deus ao profeta é o mesmo que Ele comunica a nós, os que cremos: “Profetiza!”. 

A Palavra de Deus em nossos lábios tem poder. Precisamos profetizar bênção, crescimento, salvação, esperança, prosperidade, cura, não importa o que a situação diga.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O ANO SHEMITA

 


Levítico 25.2-7 “Diga o seguinte aos israelitas: Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o Senhor. 3- Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. 4- Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao Senhor. Não semeiem as suas lavouras, nem aparem as suas vinhas. 5- Não colham o que crescer por si, nem colham as uvas das suas vinhas que não serão podadas. A terra terá um ano de descanso. 6- Vocês se sustentarão do que a terra produzir no ano de descanso, você, o seu escravo, a sua escrava, o trabalhador contratado e o residente temporário que vive entre vocês, 7- bem como os seus rebanhos e os animais selvagens de sua terra. Tudo o que a terra produzir poderá ser comido.” 

INTRODIÇÃO

Assim como Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou, Ele também exige, além do descanso semanal sabático, um ano inteiro de consagração para lembrar o dia da criação. Essas ações demonstram o tamanho de sua confiança e compreensão acerca do cuidado de Deus. Deixar de trabalhar e ganhar o sustento uma vez por semana já é uma boa prova dessa confiança. Fazer isso durante um ano, então, é extraordinário, é temer, confiar em Deus para sobreviver e é isso que Ele quer: uma confiança total n’Ele por parte do homem. 

I. O SIGNIFICADO DE SHEMITÁ 

O ano sabático (shmita; hebraico: שמית, literalmente “liberação”), também chamado de ano sabático ou shǝvi’it (שביעית, literalmente “sétimo”), ou “sábado da terra”, é o sétimo ano do ciclo agrícola de sete anos exigido pela Torá para a Bet HaMikdash na Terra de Israel e é observada no Judaísmo contemporâneo. 

Neste sétimo ano, a terra fica em descaso e todas atividades agrícolas, incluindo arar, plantar, podar e colher, são proibidas pela Torá (lei judaica). Apenas o produto do descanso da terra servirá como alimento, inclusive o gado e os animais da terra. Além disso, quaisquer frutas ou ervas que crescem por conta própria e onde nenhuma vigilância é mantida sobre elas são consideradas hefker (sem dono) e podem ser colhidas por qualquer pessoa. Uma variedade de leis também se aplica à venda, consumo e descarte de produtos Shemitá. Todas as dívidas, exceto as de estrangeiros, deveriam ser perdoadas. 

1. Quando começa o semita. O ano sabático, também conhecido como Shemita, começa em Rosh Hashana e termina antes do próximo Rosh Hashana no ano seguinte, ou seja, teve início em 6 de setembro de 2021 e vai até 5 de Setembro de 2022.

O povo judaico está vivendo, o ano 5.782, contado a partir da “criação dos primeiros seres humanos”, Adão e Eva. 

Rosh Hashaná em hebraico; ראש השנה, que significa cabeça do ano, o “Ano-Novo Judaico”. O Shemita é uma festa que ocorre no primeiro dia do primeiro mês (Tixri) do calendário judaico. A Torá refere-se a este dia como Yom ha-Zikkaron (o dia da lembrança) ou Yom Teruah. Nesse período um lavrador judeu não pode realizar nenhuma tarefa em relação ao solo, a não ser cuidados mínimos. Os frutos desse ano são sagrados e o agricultor não pode colhê-los todos para si, mesmo que vejam suas árvores florescerem e darem muitos frutos, porque esses frutos pertencem a Deus e não ao dono da lavoura. Há também uma ordenança para que tudo seja compartilhado igualmente entre todos. Qualquer judeu que queira, pode colher alguns frutos para si, a quantidade necessária para o dia e o proprietário não pode impedi-los. 

O início de um período de introspecção e meditação de dez dias (Yamim Noraim) que acaba no primeiro dia de Yom Kipur. Na literatura rabínica é oitavo tratado na ordem de Mo'ed; em algumas edições anteriores do Mixná e do Talmud é a sétima, e nas atuais edições do Talmud: está em quinto lugar, contém: 1. As regras mais importantes relativas ao ano civil, juntamente com uma descrição da inauguração dos meses pelo Nasi (equivalente ao Presidente) e Ab bet din (equivalente ao Líder do STF). 2. Leis sobre a forma e uso do Shofar e sobre o serviço durante a festa de Rosh ha-Shaná. 

II. QUAL A FUNÇÃO DO ANO SHEMITA 

1. A terra não poderia ser cultivada. O ano sabático é o descanso da terra, ordenado por Deus, que encontramos em que ela não poderia ser cultivada.

Êxodo 23.10,11 “Plantem e colham em sua terra durante seis anos, 11- mas no sétimo deixem-na descansar sem cultivá-la. Assim os pobres do povo poderão comer o que crescer por si, e o que restar ficará para os animais do campo. Façam o mesmo com as suas vinhas e com os seus olivais.” 

Assim como o sábado é o descanso semanal das pessoas e dos animais, a terra também tem o seu sábado: seis anos são para a semeadura, mas o sétimo ano é de descanso. 

Neste sétimo ano, é proibido semear o campo, podar a vinha, segar o que nascer da seara e colher as uvas da vinha não podada. 

Apenas o produto do descanso da terra servirá como alimento, inclusive o gado e os animais da terra. 

Após sete períodos de sete anos, o quinquagésimo ano é santificado - este é o ano do jubileu. 

2. O ano sabático é o ano de remissão das dívidas. É o ano da libertação de todo escravo israelita, pelo perdão de sua dívida, todos esses acontecendo de 7 em 7 anos.

Deuteronômio 15.1,2 “No final de cada sete anos as dívidas deverão ser canceladas. 2- Isso deverá ser feito da seguinte forma: Todo credor cancelará o empréstimo que fez ao seu próximo. Nenhum israelita exigirá pagamento de seu próximo ou de seu parente, porque foi proclamado o tempo do Senhor para o cancelamento das dívidas.” 

Dt 15.12 “Se seu concidadão hebreu, homem ou mulher, vender-se a você e servi-lo seis anos, no sétimo ano dê-lhe a liberdade.” 

- O Shemitá era um ano para descanso da terra, mas tudo que ela produzia sozinho é para o alivio dos pobres e necessitados. 

Êxodo 23.10,11 “Plantem e colham em sua terra durante seis anos, mas no sétimo deixem-na descansar sem cultivá-la. Assim os pobres do povo poderão comer o que crescer por si, e o que restar ficará para os animais do campo. Façam o mesmo com as suas vinhas e com os seus olivais.” 

3. Um mandamento com promessas. Ainda no capítulo 25 de Levítico podemos ver as promessas do Senhor para quem guardar esse período:

“E observareis os meus estatutos, e guardareis os meus juízos, e os cumprireis; assim habitareis seguros na terra. E a terra dará o seu fruto, e comereis a fartar, e nela habitareis seguros. E se disserdes: Que comeremos no ano sétimo? Eis que não havemos de semear nem fazer a nossa colheita; Então eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, para que dê fruto por três anos. (Lv 25.18 -21). 

Em primeiro lugar o Senhor promete segurança ao seu povo em relação aos inimigos. Agora podemos entender qual é o segredo de Israel em estar protegido. É a santificação do Shemitá. Outro compromisso fala de satisfação física e emocional. Mesmo sem semearem eles teriam o suficiente para se fartarem por três anos. Uma promessa de multiplicação e restituição. Entendemos então que a bênção é triplicada para quem santifica um ano a cada sete.

Em segundo lugar o Senhor promete colheitas abundantes para aqueles que observam o shemitá e descreve sua observância como um teste de fé religiosa. Há pouco conhecimento da observância deste ano na história bíblica e parece ter sido muito negligenciado. 

4. No ano do Shemitá também existe perdão dos empréstimos (Lv 25.25-55). Um judeu que comprou ou emprestou dinheiro a outro não pode exigir sua devolução para além do ano sabático. Toda e qualquer cobrança deverá ser feita nos sete anos que antecedem o período. Terminado esse prazo, caso não consiga quitar, então estará perdoado. Isso evita que um cresça mais do que o outro. 

III. O JUÍZO DE DEUS NO SHEMITÁ 

1. Juízos e acontecimentos.

Estamos no ano de 2022 e existe algo que é muito misterioso e por isso mesmo as atenções dos estudiosos estão voltadas para esse Shemeita. A preocupação se relaciona ao juízo de Deus. Os sábios judeus vêm falando constantemente sobre o juízo de Deus contra as nações. Eles provam em seus estudos que em todos os finais de anos de Shemitá sempre ocorre um juízo. Um dos exemplos clássicos foi a destruição das torres Gêmeas no dia 11 de setembro, exatamente em um dos finais de anos de Shemitá. A queda da Bolsa de Valores, a derrota de Hitler na Segunda Guerra, queda de asteroides, queda de impérios e muitos outros acontecimentos relevantes na história da humanidade e que foram previstos por esse rabino, aconteceram exatamente em finais de anos sabáticos. 

Hoje é dia 24 de Fevereiro de 2022 (o ano Shemitah) dá-se início a guerra Rússia contra a Ucrânia, porém esta guerra envolvem a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Estados Unidos da América. assim  muitos países. 

O ataque fez com que os temores de uma Guerra mais ampla se transformem em realidade. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, afirmou que a ofensiva russa “deve parar agora”. “Presidente Putin, em nome da humanidade, leve de volta as tropas à Rússia", afirmou. A União Europeia e os Estados Unidos condenaram o ataque “injustificável”.

Esse ano, há uma grande preocupação ao redor do mundo. Calamidades, guerras fome, peste etc. Por tudo isso, se espera um grande julgamento no final desse Shemitá.

Tudo está no controle de Deus, e nada sabemos do amanhã, mas uma coisa sabemos que o Senhor Jesus está voltando para buscar Sua Noiva (Igreja). 

2. Mas, por que Deus julga o povo no ano do Shemitá?

Os judeus ficaram setenta anos sem cumprir o Shemitá, de repente Deus os leva como escravos pelo mesmo período de tempo na Babilônia, como castigo à essa desobediência. O detalhe é que para os judeus, Deus anuncia o que vai fazer e explica o porquê, mas Ele não se preocupa em fazer o mesmo para os gentios, então temos que deduzir. Se Deus julga os judeus pelo não cumprimento do ano sabático, então certamente julga as nações pelas suas injustiças. Precisamos estar preparados. Nos Estados Unidos as pessoas já estão esperando uma grande praga, ou crise que pode ser até uma guerra mundial. Eles estão armazenando comida e muitos itens já estão em falta nos supermercados.  

3. Oferta de justiça. Nesse período Deus julga aqueles que tem muito e não ajuda os pobres. O Shedacá, ‘oferta de justiça’ é preciso ser liberado, também de acordo com o livro de Levítico: 

“E, quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás, como estrangeiro e peregrino viverá contigo. Não tomarás dele juros, nem ganho; mas do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva contigo. Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás do teu alimento por interesse. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã, para ser vosso Deus.” (Lv 25.35-38). 

Deus deixou para Israel o plano social infalível – cada um tinha que cuidar do seu irmão que tinha caído na pobreza. Não era um programa político, de um governo central; não era socialismo forçado com impostos e mais impostos. Era voluntário, baseado na lei de Deus e do Seu amor para Israel e os povos. O temor de Deus levava as pessoas cuidarem dos outros. 

Afinal de contas Deus tinha liberto Israel dá mais miserável escravidão no Egito. Deus os adotou como povo e proveu as suas necessidades. Eles deveriam lembrar disto e em troca ajudar outros. Não poderiam reter o que o pobre necessitava, muito menos levar vantagem sobre ele. Levítico 25.17 diz: “Não oprimais ao vosso próximo; cada um, porém, tema a seu Deus; porque eu sou o Senhor, vosso Deus”. 

Muitas pessoas não entendem porque os cristãos ofertam tanto nos cultos na obra missionária e na vida dos necessitados, isso é sabedoria e não loucura, como muitos pensam. Se todos os ricos dessem uma parte de seus bens aos pobres, não seriam julgados Shemitá, seriam promovidos. 

CONCLUSÃO

No ano Shemita, muitos irmãos são abençoados pelo Senhor, mesmo enfrentando calamidades e aflições, porque tem servido o Pai de todo o coração e com propósito, porém muitos enfrentam o juízo de Deus pela falta de reverência, temor, santificação, mas principalmente pela falta de amor a casa de Deus, a obra missionária, e aos necessitado.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

QUAL É NOSSO MOTIVO EM SERVIR A DEUS?

 


1. Ambição. É um desejo ardente de posição social, fama, poder; o anseio por progresso pessoal e uma vontade de lutar para conseguir isso. 

Esse lado sombrio da ambição é uma paixão por ser popular, uma luta para entrar nas listas que o público lerá, um esforço para colocar seu próprio retrato em lugares de destaque público. É um desejo de estar acima de todos os outros. Esse motivo errado é condenado em Mateus 20.1-28, onde Jesus mostra três ambições indignas dos homens: 

2. A ambição por recompensa (Mateus 20.1-16). Jesus conta uma parábola a respeito do proprietário de uma vinha que estava ansioso para fazer sua colheita antes que viessem as chuvas. Ele foi à praça pública às 6 horas da manhã e recrutou trabalhadores. A colheita era grande e os trabalhadores poucos, por isso ele voltou a buscar mais trabalhadores às 9, às 12 e às 15 horas. Ele ainda precisava de mais trabalhadores, assim às 17 horas ele contratou o último grupo e, então, pagou a todos, desde o último grupo até ao primeiro. Quando ao primeiro grupo foi pago a mesma quantia que a do último, o qual tinha trabalhado menos horas, aqueles reclamaram ao proprietário dizendo que era injusto. 

2.1. Deus não está interessado nas horas; ele está interessado nos corações.

2.1. O pensamento que é o mais importante na mente de muitos é: “quanto vou ganhar?” Qual é nosso motivo em servir a Deus? Por que somos pregadores, presbíteros, diáconos, professores de aulas bíblicas? O motivo é tanto trabalho por tanto pagamento ou estamos apenas satisfeitos em poder trabalhar para Deus? 

2.2. Não é a quantidade de serviço prestado, mas o amor com que tal é prestado que importa. 

Deus não olha para a quantidade ou a grandeza de nosso serviço. Desde que é tudo o que temos para dar, todo serviço tem igual importância para Deus. Mesmo que não possamos alcançar reconhecimento e recompensa, que o Senhor nos ajude a servi-lo por causa de uma coisa, e só uma coisa: nosso amor por Ele. 

3.A ambição por posição social. (Mateus 20.17-23). Jesus tinha acabado de falar sobre uma cruz (versículos 17-19), mas Tiago, João e sua mãe estão interessados numa coroa. A mãe deles, interessada em promover seus filhos, pede que, quando Jesus entrar no seu reino, eles possam sentar-se um à sua direita e outro à sua esquerda. Seu pedido é na evidência de sua fé em Jesus. Eles creem no que ele tinha dito a respeito de estar sentado no trono da glória “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo a vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28). 

É claro que a ambição pecaminosa é o motivo principal do pedido deles. Querem grandeza, querem ser conhecidos. Depois de tantos anos de treinamento e privação, querem ser vistos e respeitados. Obviamente eles estavam se posicionando para o poder. Sem dúvida, eles se sentem aliviados por terem feito esse pedido antes de Pedro! 

Eles ainda mal entenderam a natureza do reino de Jesus e o princípio que faz com que as pessoas sejam grandes nesse reino. Portanto, Jesus falou-lhes sobre o cálice de sofrimento (Mateus 20:23). Disse-lhes: “Vocês não têm nenhuma ideia da agonia e do horror que virão como resultado de seu pedido. Quando pedem glória, estão pedindo sofrimento. Em meu reino, meu Pai faz a promoção mediante a preparação que consiste no cálice da angústia, do sofrimento e da dor.” Há um impulso dentro do coração de cada um de nós para sermos o número um, para chegarmos ao topo. Jesus, porém, ensina a necessidade de sacrifício em vez de superioridade. 

4. A ambição por domínio. Mateus 20.25-28 “Então Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiores exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós. Pelo contrário, todo aquele que entre vós quiser tornar-se grande, seja vosso servo, e quem quiser ser o primeiro, seja o vosso servo. Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” 

Quando os apóstolos viram a ousadia de Tiago e João, ficaram indignados porque pensaram que estes e sua mãe estavam tirando vantagem injusta. Eles ficaram ciumentos e irados com esses dois irmãos. Antes de criticarmo-los muito, olhemos para nós mesmos.

Não nos sentimos do mesmo modo vendo alguém de nosso círculo avançar para o alto quando nós nos achamos igualmente qualificados?

Os apóstolos estavam rebaixando o reino ao nível dos reis pagãos que usavam de mão forte para manterem suas posições de domínio. No estilo de vida do reino, não há lugar para a ambição egoísta. A grandeza no reino é determinada pelo serviço e não pela posição oficial.

“Eu, para mim, sou meu” São as palavras favoritas dos ambiciosos mundanos, mas precisamos nos lembrar do exemplo de Jesus. Ainda que ele fosse onipotente e pudesse ser senhor sobre tudo, ele veio para resgatar os homens indignos mediante o seu sacrifício de expiação. Todo seguidor precisa ter essa mesma atitude de serviço aos outros, para que Cristo verdadeiramente reine sobre suas vidas. Recompensa, posição e domínio precisam ser sempre substituídos por serviço amoroso e voluntário, em benefício de outros.