TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 8 de maio de 2021

CUIDADO COM A APOSTASIA

 


1ª Timóteo 4.1 “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.”

INTRODUÇÃO. O apostolo Paulo está falando neste texto de um dos sinais que marcaram o retorno de Cristo a Terra.

Uma das marcas do fim é a apostasia. O Espírito Santo diz que muitos apostataram da fé dando ouvido a espirito enganadores.

Paulo dá início aqui a uma série de instruções especiais a Timóteo. O Espírito expressamente diz. Paulo pode estar referindo-se a profecias inspiradas pelo Espírito Santo acerca do abandono da verdade de Deus (Dn 7.25; 8.23; Mt 24-4-12) ou a uma revelação que o Espírito lhe deu.

I. O SIGNIFICADO DO TERMO APOSTASIA

A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2ª Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido por ‘apartar’). O termo grego é definido como ‘decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado’.

1. Significado de apostasia. Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:

(a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1ª Tm 4.1; 2ª Tm 4.3);

(b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).

2. Advertência bíblica. A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivar, perseverar na fé e na obediência” [Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1903].

A palavra apostasia (em grego antigo απόστασις” “apóstasis”, que significa: “estar longe de”) tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação. Ao contrário da crença popular, não se refere a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à prática religiosa. Pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto.

A enciclopédia “International Standard Bible” e a “Pequena Enciclopédia Bíblica” de Boyer corroboram no seguinte sobre a temática:

“Apostasia: (αποστασια, apostasía, ‘um desvio de’): ou seja, uma queda, uma retirada, uma deserção.

3. No Novo Testamento tem 14 citações sobre a apostasia. No léxico grego de Strong menciona duas palavras, a primeira “apóstasis”, concorda com os dicionários mencionados aqui, encontra-se na Bíblia em Atos 21.21 e 2ª Tessalonicenses 2.3. E a outra palavra “aphistemi” tem um significado ainda melhor: retroceder, afastar-se, remover, ir embora, abandonar, etc.

A Bíblia deixa claro: é decair da fé (1ª Tm 4.1) e desviar-se do Deus vivo (Hb 3.12). Aumenta em períodos de crise especial (Mt 24.9-10, Lc 8.13) e é encorajada pelos mestres (Mt 24.11, Gl 2.4), que seduzem os crentes para pureza da palavra com outro evangelho (Gl 1.6-8, 2ª Tm. 4.3-4, 2ª Pe 2.1-2; Jd 3,4;). A impossibilidade de restauração após a apostasia é solenemente frisada (Hb 6.3-6, 10.26).”

Apostasia significa:

·         Negação e abandono da fé (1ª Tm 4.1; 2ª Tm 2.17-18);

·         A Revolta Final contra Deus (2ª Ts 2.13).

·         Abandonar a fé em Deus; afastar-se dos caminhos do Senhor;

      ·         Desviar-se de Deus. “O Meu povo é inclinado a desviar-se de Mim” (Os 11.7).

4. Na Bíblia apostasia significa abandono da verdade de Deus. Apostasia é negar verdades fundamentais da Bíblia. O apóstata passa a acreditar em uma mentira sobre a Bíblia ou então rejeita a Bíblia por completo.

Essa pessoa rejeita a verdade que aprendeu e segue ensinos errados, que vêm do diabo para desviar do bom caminho (Gl 1.6-8). A apostasia surge quando a pessoa não tem seu coração voltado para Deus. Apesar de conhecer a verdade, o apóstata rejeita-a e prefere acreditar em uma mentira. Seu coração fica cego e passa a acreditar em mentiras (Rm 1.21-22).

5. As mentiras do diabo muitas vezes são misturadas com um pouco de verdade. Isso torna a mentira mais convincente. Se uma pessoa fala bem, com confiança e parece estar a contar a verdade, pode convencer muitas pessoas a acreditar em uma mentira, promovendo apostasia. Pessoas assim se infiltram até nas igrejas e são um perigo para a comunidade, especialmente os mais novos na fé (2ª Pe 2.1-3).

6. A apostasia normalmente leva a muitos outros pecados. A vida do apóstata de degenera e ele não se arrepende. Isso acontece porque ele rejeita a Deus. A Bíblia avisa que a apostasia traz a condenação de Deus (Hb 6.4-6).

7. A Apostasia Pessoal. Hb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”

. Veja que, sob a nova dispensação e no desfrute dos privilégios do evangelho, você não deve manifestar sentimentos que o excluirão do mundo celestial. O “princípio” foi estabelecido pela incredulidade de que aqueles que se opõem a Deus serão excluídos de seu descanso. Isso pode ser demonstrado em todas as dispensações e em todas as circunstâncias, e não há menos perigo disso no evangelho do que quando os pais foram conduzidos à terra prometida. Você está viajando através de um deserto – o deserto árido deste mundo. Você está exposto a provações e tentações. Você encontra muitos inimigos mortais e poderosos. Você tem corações propensos a apostasia e pecado. Você está procurando uma terra de promessa; uma terra de descanso. Você está cercado pelas maravilhas do poder Todo-Poderoso e pelas provas de infinita beneficência. Desobediência e rebelião em você certamente o excluirão do céu, como a rebelião deles os fez da terra prometida; e como o grande pecado deles foi a incredulidade, fique atento para que não manifeste o mesmo.

II. OS TRES PILARES DA APOSTASIA

A fé pode ser perdida; a fé deve ser guardada; como resistir o diabo.

A palavra apostasia “aphistemi” tem um significado ainda melhor: retroceder, afastar-se, remover, ir embora, abandonar, etc. Lucas 8.13, usa esta palavra no sentido de desviar-se. Aos 5.37, fala de um falso líder religioso que levou consigo muita gente. No verso 38, foi usada para deixa ir embora, libere as pessoas. Em outras 4 vezes, At 15.38; 22.29; 2ª Co 12.8; Hb 3.12 foi usada no sentido de afastar. Precisamos entender em qualquer sentido que esta palavra traz, sempre envolve este significado: afastar-se, ir embora e deixar a fé. Isto não teria sido empregado se não fosse possível afastar-se ou desviar-se da fé.

Como o Espírito Santo denunciaria uma marca do tempo do fim, de afastamento da fé se isto não fosse possível?

Muitos líderes espirituais relativizando isso pregando uma segurança de salvação, não importa a forma que as pessoas vivam. Se você é um eleito, então a tua salvação está completamente garantida e isto pode comprometer aquilo que Deus iniciou na sua vida.

Na Bíblia nós temos vários textos que contradizem esta ideia:

1. A prova da nossa fé. Lucas 22.31-32 “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.”

O que o Senhor Jesus quis ensinar o apóstolo Pedro é: “Quando, daqui a pouco, você me ver oprimido, saiba que Satanás emprega essas armas para lutar contra você e que esta é uma oportunidade conveniente para destruir sua fé”. Este ensino é útil, porque frequentemente acontece que, por falta de consideração, somos vencidos por desconsiderar as tentações, que consideraríamos formidáveis, se refletíssemos que são os dardos inflamados (Ef 6.16). de um inimigo vigoroso e poderoso. E embora ele agora fale daquele ataque singularmente feroz, pelo qual os discípulos, ao mesmo tempo, receberam terríveis choques, de modo que a fé deles estava quase extinta, ele ainda manifestamente transmite uma doutrina mais extensa, que Satanás continua constantemente rugindo por sua presa. Portanto, cada seguidor de Jesus deve estar consciente que, enquanto estivermos neste mundo teremos orara e vigiar para não cair em tentação, pois sabemos que Satanás deseja nossa destruição, e com grande habilidade e assiduidade se apodera de todo método de nos ferir. E quando chegamos ao conflito, deixe-nos saber que todas as tentações, a partir de qualquer parte que elas vierem, foram forjadas na oficina desse inimigo.

1.1. Mas como é possível obter fé? Hb 11.1 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.”

Ela é a certeza quando vem ao nosso coração, quando ouvimos ou lemos a Palavra de Deus, que a Suas promessas nos pertencem A maneira pela qual podemos adquirir a verdadeira fé é a prova final de que esta jamais poderá ser irracional. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17)

1.2. “....Satanás vos pediu...”. Satanás é o príncipe do mal. Uma de suas obras é tentar a fé dos crentes para colocar tentações e provações em seu caminho.

1.3. Pode peneirar você como trigo. A metáfora da peneiração não é aplicável em todos os aspectos.

O grão foi agitado ou sacudido em uma espécie de leque ou peneira. O grão permaneceu no leque e a palha e o pó foram jogados fora. Então, Cristo diz que Satanás desejou experimentar Pedro; colocar provações e tentações diante dele; mas aqui significa simplesmente atirar para cima e para baixo, ou sacudir com violência. Enquanto tu e os outros estão lutando pela supremacia, Satanás está tentando destruir todos vocês, mas eu orei por ti, como estando em maior perigo.

“Agitá-lo” para ver se restaria alguma coisa de fé ou se não seria achado que tudo não passava de palha.

Satanás já tinha um, Judas; ele quase conseguiu outro, Pedro; e ele queria ter tudo. Mas vemos com isso que o diabo não pode sequer tentar um homem, a menos que ele receba permissão. Ele deseja fazer todo o mal; ele é permitido apenas fazer algumas, provar nossa fé, e para saber o que está no nosso coração, se guardaríamos os Seus mandamentos ou não.

 1.4. O alvo do diabo é destruir a fé. O de Cristo é restaurar o peneirado, para que Ele fortaleça o mais fraco (Gl 6.1). Se a fé do crente não desfalece, não teria necessidade a intercessão de Jesus para que isto não acontecesse.

2. O crente em Jesus deve permanecer firme na fé. Colossensse 1.23 “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”

2.1. “....e não vos moverdes da esperança do evangelho...”. É pela fé que alcançamos a salvação, somente pela fé. E é pelo evangelho que temos as bênçãos do Senhor! Aqui Paulo está advertindo aos leitores que estavam sendo enganados por falsos mestres que diziam que eles deveriam voltar a crer na lei como meio de alcançar a salvação, mas Paulo os adverte: não existe outro caminho senão no evangelho que lhe foi anunciado, não voltem as antigas práticas, não ouçam esses falsos mestres, continuem alicerçados na fé. Caso contrário, perderá todas as bênçãos que já começou a desfrutar.

 3. A preocupação de Paulo. 1ª Tessalonicenses 3.5 “Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil.”

A preocupação de Paulo era que os tessalonicenses pudessem sucumbir à tentação de Satanás e abandonar a fé cristã, e o nosso trabalho houvesse sido inútil.

3.1. Naufragar na fé. 1ª Timóteo 1.19 “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.”

O apostola Paulo faz uma analogia como se alguém entrasse em um barco para determinado destino. O nosso destino é a Nova Jerusalém Celestial, porem devemos manter firme na fé para não naufragar no meio do mar.

A nossa viagem poderia ser naufragada se não conservarmos a nossa fé e a boa consciência.

Ao nascer de Novo, pela Palavra e o Espírito, você não pode permitir que ninguém ou tentação alguma lhe tire de você essa alegria, esse amor, esse prazer de fazer a obra de Deus em qualquer lugar ou situação que Ele te colocou.

Paulo disse mais: “E a boa consciência.” O que é consciência? Consciência é a voz da alma, é o grito da alma que reprova quando estamos agindo errado, ou aprova quando acertamos. Quando fazemos o bem, à nossa alma fica leve, sentimos paz.

A perda da boa consciência implica o naufrágio da fé. Consciência do pecado (sem arrependimento e perdoado) mata o germe da fé no homem.

4. Negar a fé. 1ª Timóteo 5.8 “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”

Quando buscamos a Deus em Sua palavra, encontramos ordens e mandamentos, dicas de ações e atitudes que devemos tomar por causa de nossa fé, do testemunho e da santidade do nome de Deus.

Os cristãos têm o dever de cuidar dos seus familiares. E nesse texto, temos uma dica preciosa para a família, a questão do cuidado! Os cristãos têm o dever de cuidar dos seus familiares. E o texto não manda fazer isso, isto é mandamento entre os servos de Deus, por causa de sua fé! Pois, se você que diz que cristão e não cuida dos teus familiares, negou a fé e é pior que o infiel.

Não podemos apenas orar, não podemos apenas desejar, não podemos apenas falar! Pois oração sem ação é reclamação, desejo sem realização é pensamento, falar sem agir é hipocrisia.

Do mesmo modo que não existe cristão sem fé, nem servo de Deus incrédulo! Também não existe cristão que deixa de cuidar da família, porque isso seria negar a fé, isso seria ser um cristão sem fé! Coisa absurda, a qual Paulo diz que isso é ser “pior que o infiel”.

5. Desviar da fé. 1ª Timóteo 6.10 “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”

O dinheiro em si não é um problema, mas o amor do dinheiro é. O amor ao dinheiro é a raiz dos males. O amor ao dinheiro pode levar uma pessoa a todo tipo de males. A cobiça pode levar um cristão até a desviar-se da fé. A ganância e o materialismo podem cegar o cristão a ponto de ele se distanciar de sua fé.

Hoje vemos muitos líderes mercadejando a fé por avareza; e muitos cristão avarentos para obra do Senhor por ver a avareza dos seus líderes. Por esta razão o apóstolo Paulo encerra a 1ª carta a Timóteo dizendo: “A qual professando-a alguns, se desviaram da fé....” (1ª Tm 6.21).

Eles desviaram da fé. O grego é que eles foram desviados; isto é, eles foram enganados a ponto de se afastarem da fé. Muitas vezes começaram bem sua carreira proposta, mas o poder a ganância levou-os a desviar do caminho e a corromper-se.

6. Retroceder na fé. Hebreus 10.38 “Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. 39- Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.”

A fé é o elemento indispensável na vida do servo de Deus, dela depende a própria salvação: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8). A fé é a mola propulsora que nos impede de recuar, de voltar as velhas práticas, de nos afastar da vontade do nosso Deus, e assim a alma dele continua tendo prazer em nós. É por isto que também está escrito que “sem fé é impossível agradar-lhe” (Hb 11.6)

Viver pela fé. Viver é caminhar na direção de concretizar sua visão, realizar sua missão pessoal e alcançar os sonhos de Deus para nossa vida. Quem não possui o coração orientado para a conquista destes três objetivos não está vivendo de verdade, está apenas existindo de maneira vazia em uma vida sem propósito, mesmo que passe cem anos ou mais sobre a face da terra; mas, certamente este não é o desejo de Deus para os seus filhos.

A jornada de fé requer de nós perseverança e paciência para que possamos ver os resultados. Se aquilo que queremos está mais adiante, precisamos continuar para que a nossa insistência na nossa crença nos leve ao porto seguro. Há muitas distrações que o diabo promove para nos tirar dessa determinação de caminhar com a Verdade. O inimigo sabe que, aqueles que perseverarem, mesmo diante das barreiras, verão o cumprimento das promessas de Deus. Se mantivermos a nossa fé viva até o final, nada pode impedir o plano de deus se cumprir. Porém aquele que retroceder na fé, ou seja, abandoaram o barco, perderam suas almas no mar desta vida. Então, viver pela fé tem que ser o nosso estilo de vida todos os dias. É esse modo de viver que fará a gente desfrutar das vitórias a que temos direito.

7. Jesus elogia alguns que não negaram a fé na Igreja de Éfeso. Apocalipse 2.13 “Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”

Se não fosse possível negar a fé, qual o propósito de Jesus elogiar aqueles que não negaram a fé?

É possível conceber que, nas lutas contra o mal daqueles que finalmente caíram, pode haver mais a elogiar do que nos casos em que o caminho da virtude foi seguido como mero resultado das circunstâncias, e onde nunca houve um conflito com tentação. Os julgamentos do grande dia farão muito para reverter os julgamentos da humanidade.

Contudo, você permanece fiel ao meu nome”. Eles não abriram mão do conteúdo da fé que receberam. Eles permaneceram confessando que Jesus era o seu único e suficiente salvador.

Em Filipenses o Apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo, orienta o povo de Filipos e a todos nós dizendo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim. Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.13,14).

8. Cuida da tua fé. Apocalipse 3.11 “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”

8.1. “...guarda o que tens...” O que é que tu tens? 2ª Timóteo 4.7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”

A verdade ensinada é que, por negligência ou infidelidade no dever, podemos ser privados da glória que poderíamos ter obtido se fôssemos fiéis ao nosso Deus e Salvador. Precisamos estar em guarda constante, para que, em um mundo de tentações, onde abundam os inimigos da verdade, não possamos ser roubados da coroa que poderíamos ter usado para sempre. O apóstolo Paulo escreve na sua carta aos coríntios dizendo:

“Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre.” (1ª Co 9.25).

8.2. “...para que ninguém...”. Quem quer tomar tua coroa, tua fé, tua família? João 10.10 “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”

O diabo veio para destruir, rouba, mas Jesus veio para te dar vida, vitória em Seu nome.

8.3. Quem o diabo usa para roubar tua fé. 2ª Coríntios 11.13-15 “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. 14- E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. 15- Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.”

9. O diabo usa um dos dois estremos - O liberalismo ou o legalismo.

9.1. O liberalismo. Judas 1.4 “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.”

A. Os hereges agiam sutilmente. Quando pervertiam a graça de Deus e negavam a autoridade do Senhor (Pv 1.29), eles estavam usando suas principais táticas. Foram astutos o suficiente para se infiltrar na comunidade cristã, mesmo sendo ímpios. Jesus falou sobre esse tipo de pessoas quando falou de lobos com vestes de ovelhas (Mt 7.15).

B. Convertem em dissolução a graça de Deus. O ensino da graça pode ser perigoso quando pervertido por falsos mestres ou pessoas carnais que acreditam que, por terem sido salvas pela graça, podem viver como bem entendem (Rm 6.1,2). Único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Esses falsos mestres não somente viviam de modo imoral, mas rejeitavam a autoridade de Cristo. A primeira palavra grega traduzida como Senhor aqui significa Mestre. Identifica alguém que tem poder absoluto e, consequentemente, exige obediência. No texto original, está claro que toda a afirmação se refere a Cristo: Jesus é nosso Soberano absoluto e nosso Deus. Em Tito 2.13, Paulo usa uma construção grega semelhante em outra passagem importante que ensina sobre a divindade de Jesus.

9.2. Ele usa o legalismo. “Ò insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes á verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado? 2. Só queria saber isto de vós: Recebeste o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3. Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabais agora pela carne? 4. Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. 5. Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 10. Todos aqueles, pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.1-5, 10).

O apóstolo Paulo ficou perplexo com a rapidez com que os crentes gálatas haviam se desviado da fé. Eram filhos da fé de Paulo, foram evangelizados e doutrinados pelo apóstolo. Tão depressa se desviaram para seguir a estranhos, e o pior, um evangelho contraditório.

Paulo começa a defesa de seu evangelho relembrando aos gálatas de que sua vida cristã, que teve início com Cristo crucificado e foi certificada pelo Espírito Santo, estava completamente separada da lei. Eles seriam tolos de abandonar o caminho de Deus e tentar alcançar a perfeição por seus próprios esforços.

A Bíblia Viva contém a seguinte leitura deste versículo: “Gálatas insensatos! Quem foi o feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso? Em outras palavras: “Vocês enlouqueceram? Quem roubou a sua mente”? Paulo estava fora de si. Quem havia hipnotizado os gálatas antes completamente despertos?

“Quem vos fascinou” (v. 1). O verbo no original para “fascinar” é baskaino, e só aparece em todo Novo Testamento nesta passagem. Na literatura grega clássica da época tem o sentido de “enfeitiçar”. Os gálatas receberam o Espírito Santo quando creram na mensagem que Paulo pregou, e não pelas obras da lei. Era uma experiência extraordinária do poder transformador de Deus na vida deles. Como agora podiam trocar essa experiência verdadeira cristã por um evangelho espúrio e contrário ao que o apóstolo pregou? Estava agora estupefato com a insensatez (loucura) dos gálatas. Não podia crer que essa gente pudesse ser iludida, como se fosse mentira (Jo 8.44).

Os fariseus são como feiticeiros do mal, desviando os olhos de suas vítimas da cruz para a lei. Entretanto, os gálatas não têm desculpa, pois Paulo lhes deixou bem claro o significado da cruz. Os judeus consideravam Abraão como seu pai e fonte de suas bênçãos espirituais. Eles acreditavam que a simples ascendência física de Abraão os tornava justos. Paulo mostra que Abraão agradou a Deus pela fé e não por realizar obras da lei, uma vez que a lei não existia na época de Abraão. Ele também insiste que os verdadeiros filhos de Abraão, e herdeiros da bênção prometida, são aqueles que vivem pelo princípio da fé. Paulo apresenta as alternativas da fé (v. 11), e da lei (v. 12) como formas de justificação. Entretanto, ao invés de justificar, a lei mal diz (v. 10), pois faz exigências que ninguém pode cumprir.

O legalismo está fundamentado no uso inadequado da lei. Quando abraçamos o legalismo, abrimos a porta para a feitiçaria entrar nas nossas vidas. O legalismo libera uma feitiçaria, um fascínio demoníaco que se manifesta através da manipulação, da dominação e da intimidação, que roubam nossa sensibilidade e bom senso em relação ao Evangelho.

9.3. O diabo usa homens que falam mentiras. 1ª Timóteo 4.2-6 “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência.”

A igreja em Éfeso, estava passando por algumas crises a respeito de falsas doutrinas (1ª Timóteo capítulo 1, versículos 3 ao 7), tanto que a pedido de Paulo, Timóteo ficou em Éfeso, com o propósito de exortar os irmãos a fé verdadeira em Cristo Jesus.

E aqui no capítulo quatro, Paulo, continua alertando Timóteo sobre o perigo das falsas doutrinas e que elas são originadas por espíritos enganadores, por demônios.

A intenção deles era usar pessoas fracas, soberbas e hipócritas e que tinham suas mentes fechadas para o verdadeiro evangelho, para que com seus ensinos pudessem diluir o verdadeiro evangelho, ensinando falsos ensinos, que vão contra a Palavra de Deus, para que muitos deixem a verdadeira fé em Cristo e sigam falsas crenças.

9.4. Ele usa pessoas para distorcer aquilo que o Criador fez. 1ª Timóteo 4.3-6” Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4-Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. 5- Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. 6- Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado.”

Paulo continua falando de como alguns falsos mestres estavam corrompendo a igreja de Éfeso; eles estavam proibindo o casamento e exigindo abstinência de alimentos.

Os falsos mestres em Éfeso menosprezavam o mundo material como se fosse somente mau. Isso se tornou doutrina central do gnosticismo desenvolvido no século. Todavia, em Gênesis 1.31, tudo o que Deus criou foi por Ele considerado muito bom. Os cristãos devem desfrutar de tudo o que Deus criou e deu-lhes para usar e administrar.

Santificada significa separada. Casamento, alimentos e bens são, na realidade, assuntos espirituais. Devem ser desfrutados pelo cristão, sempre reconhecendo seu correto objetivo perante Deus.

Ele usa os falsos ministros que:

·         Usam a mentira para enganar.

·        Distorcem a Palavra de Deus. Proibindo o casamento e ordenando abstinência de alimentos.

Paulo continua advertindo a Timóteo dizendo: Para os que conhecem a verdade recebam com gratidão e ações de graça. Porque pela Palavra e oração é santificado. Assim sereis bons ministros de Jesus Cristo.

III. A FÉ DEVE SER GUARDADA

Obviamente que pelo cuidado de Deus não há possibilidade de Queda. A parte frágil é a nossa e não a do Senhor. Se dependesse Dele não haveria queda. Ele vai continuar agindo e disponibilizando seus recursos para que nós sermos vencedores. Ele não mantém nós na ignorância de que podemos cair e nos afastar Dele.

Se por um lado a fé pode ser perdida, por outro ela pode ser guardada.

1. Acrescentai à vossa fé. 2ª Pedro 1.5-7 “E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai a vossa fé a virtude, e a virtude a ciência, e a ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e a perseverança a piedade, e a piedade a fraternidade, e a fraternidade o amor.”

“Procurai com toda a diligência”. O aoristo grego implica um efeito ao longo da vida.

Segundo Pedro a nossa fé precisa ser acrescentada. Aqueles que não se esforçam para acrescentar a sua fé e, portanto, tem falta destas qualidades são chamados cegos. Uma pessoa que não mais se lembra que foi lavada dos seus pecados do passado, exatamente como o homem da parábola dos 10.000 talentos (Mt 18.23-35), que havia esquecido a generosidade do seu senhor e do que havia sido purificado.

2. O cristão deve confirmar em seu coração o chamado de Deus para a sua vida. 2ª Pd 1.10,11 “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”

“...fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” Ou “pecaremos”, como a versão da Vulgata Latina e as versões Árabes vertem; não que eles nunca deveriam cair, ou em qualquer sentido, porque em muitas coisas ofendemos todos nós ou caímos. Porém se vivermos uma fé genuína e alicerçada na graça de Deus entraremos no reino dos céus e juntos com Senhor reinaremos eternamente.

Pedro queria despertar os crentes que haviam ouvido os falsos mestres e acreditavam que, porque a salvação não se baseia em boas ações, eles poderiam viver de qualquer maneira que quisessem.

O apóstolo Pedro faz lembrar os irmãos sobre a constância na fé cristã. Ele compartilha os fundamentos para servir ao Senhor com perseverança além das adversidades que enfrentaremos em nossa vida. 2ª Timóteo 4.7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”

3. Permanecer firmes na Fé. Atos 14.22 “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.”

A palavra “tribulação” refere-se a todos os tipos de provações que podem nos afligir.  Isto inclui coisas como necessidades financeiras ou materiais, circunstâncias difíceis, tristeza, enfermidade, perseguição, maus tratos ou solidão. Paulo exorta, encoraja a permanecer na fé.

Somente é um verdadeiro vencedor, e será coroado no final, quem permanece firme até que a trombeta de guerra não seja mais tocada.

A perseverança é, portanto, um alvo para todos os nossos inimigos espirituais. Pois Jesus diz em Mateus 24.13 “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.”

O mundo não se opõe a que você seja cristão por um tempo, se ele puder tentá-lo a cessar a sua peregrinação, e a se estabelecer para comprar e vender com ele na Soberba da Vida.

3.1. As palavras de Paulo de encorajamento aos coríntios é que devemos estar firmes na fé. 1ª Coríntios 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.”

A palavra vigia usada aqui ignifica manter-se acordado, estar vigilante, etc.; Paulo usa uma metáfora e isso talvez seja uma metáfora militar derivada do dever daqueles que estão posicionados como sentinelas para guardar um acampamento ou observar os movimentos de um inimigo. O termo é frequentemente usado no Novo Testamento, e o dever frequentemente prescrito: Efésios 6.13 “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.”

“...havendo feito tudo, ficar firmes...” A palavra firme (gr. hedraios) significa “o que está sentado, imóvel”. Descreve a condição de alguém que tem uma firme convicção, que não fica mudando de opinião a todo instante. Não se trata de uma pessoa que tem um credo para cada dia, hoje crê numa coisa, amanhã em outra e quem sabe semana que vem em outra completamente diferente. O termo descreve “o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas domínio sobre o seu próprio arbítrio, e isto bem firmado no seu ânimo” (1ª Co 7.37). A ele não cabe a repreensão “até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1º Rs 18.21).

4. Conservar a nossa fé. 1ª Timóteo 1.19 “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.”

Essa fé é mantida sobre a perspectiva, ou seja, no ponto de vista da palavra de Deus, pois não existem outros meios pelos quais podemos conservá-la. Todavia não devemos apenas declarar ter uma vida de fé, nem ter uma fé disfarçada, mas vivê-la genuinamente. (Hb 11.34) Paulo advertia a Timóteo a respeito da terrível e temível apostasia que continua ainda hoje sendo o abandono da fé (1ª Tm 4.1; 5.11-15; 6.9,10). Existem muitas outras coisas que podem levar o crente a abandonar a fé em Cristo, mas Paulo nos exorta a fugir delas (1ª Tm 6.11).

5. Guardada até o fim. O escritor aos Hebreus faz alusão a guardar firmemente o princípio da confiança até o fim: “Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.” (Hb 3.14).

Somos participantes do corpo de Cristo, mas precisamos permanecer nesse corpo através da fé até o fim.

6. A batalhar pela fé. Judas 1.3 “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.”

O assunto central do pequeno livro de Judas é o versículo 3. Por isso, desejamos torná-lo o assunto de nossa mensagem: é dever de todo crente genuíno batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Procurarei desenvolver o significado desta doutrina utilizando quatro sentenças.

      ·         Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.

·         Esta fé é digna de que batalhemos por ela.

·         Esta fé está sendo constantemente ameaçada por elementos de dentro da igreja.

·         Todo crente genuíno deve batalhar por esta fé.

IV. O CRISTÃO PRECISA RESISTIR O DIABO

O objetivo maior do diabo é ceifar a vida das pessoas. Quando falamos especificamente sobre a Igreja, o corpo de Cristo, percebemos que ele faz isso de muitas formas, mas a principal delas é através do esfriamento e do consequente enfraquecimento dos irmãos. Quando o diabo consegue esfriar e enfraquecer a Igreja, consequentemente os irmãos não conseguirão vencê-lo e ele terá facilidade para roubar, matar e destruir quem ele desejar.

1. Estamos em uma luta espiritual. Efésios 6.12 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”

Deus permitiu Jó entrar em uma grande prova, a ponto de perder tudo, e a ainda sua mulher dizendo: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” (Jó 2.9).

2. A missão do diabo é destruir a fé do cristão. 1ª Pedro 5.8,9 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9- Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.”

Às vezes, Satanás é representado como se transformar em anjo de luz (cf. 2ª Co 11.14); e às vezes, como aqui, como um leão que ruge: denotando os esforços que ele faz para nos alarmar e dominar. Portanto seja vigilante contra os projetos sutis e maliciosos de seus inimigos espirituais.

Resistir firme na fé. Para mostrar a eficácia da fé o apostolo Paulo chama isso de escudo que é uma arma de guerra para resistir à tentação, ou seja, que devemos usar para nos defender contra a setas malignas.

3. Como vencer o diabo? “...”. Tiago 4.7,8 “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8- Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.”

Para vencer o diabo em primeiro lugar devemos nos sujeitar a Deus. Segundo lugar vem a santificação: alimpai as mãos, pecadores; Purificai os corações.

Observe que a missão do diabo é colocar-nos contra Deus, e nos afastar Dele e de Sua misericórdia. A sua missão é roubar, matar e destruir. Mas se conservar a tua fé viva em Jesus Cristo: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12.2).

Sem fé é impossível agradar a Deus. Hebreus 11.6 “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”

V. O PERIGO DA APOSTASIA

Hebreus 10.25-31 “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. 26- Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados. 27- Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. 28- Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. 29- De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”

O texto acima fala de pessoas que foram salvas (cristãos), isso é dedutível do fato de que o autor da epístola estava escrevendo a judeus convertidos, ou seja, ao povo cristão. Nos versos anteriores, conforme os versos anteriores Hebreus 10.22-24.

1. Elas já receberam o “pleno conhecimento da verdade” (v. 26). E para isso, era necessário que Deus lhes abrisse os olhos para que elas compreendessem a totalidade do evangelho, coisa que só ocorre com pessoas regeneradas (At 26.18).

2. “Não deixando a nossa congregação...”. O escritor de Hebreus sabe que alguns podem cair, mesmo que eles reúnam-se com a congregação dos crentes e então participem deste grande privilégio de vir à presença de Deus (cf.10.19-22).

3. “....como é o costume de alguns...”. Esta expressão prova que ele não está aqui ainda falando de apostasia. Mas usando uma expressão de advertência para encorajar uns aos outros.

O grande problema dos destinatários desta carta, e que motivados pelas perseguições, umas das primeiras coisas que “alguns” fizeram, foi deixar de congregar, e o que nos mostra o versículo supracitado. E é exatamente o que está acontecendo com muitos cristãos atualmente! Quando as lutas chegam, à primeira coisa que tem acontecido com muitos, e o desanimo, e em seguida, o abandono da congregação.

4. “Porque, se pecarmos voluntariamente...”. Em um contexto como esse, é apropriado entender “profanou o sangue da aliança com que foi santificado ” como com que foi lhe dado o privilégio de vir perante Deus com a congregação do povo de Deus. Neste sentido, o sangue de Cristo abriu um novo caminho de acesso a Deus para a congregação. Isto os santificou em um paralelo ao sentido cerimonial do Antigo Testamento, e esta pessoa, por associar-se com a congregação, também foi santificada neste sentido: ele ou ela tiveram o privilégio de apresentar-se a Deus em adoração.

Mesmo assim, ao invés de ele dizer a tais pessoas que elas já estavam garantidas e confirmadas na fé até o fim e que de modo algum poderiam perder a salvação, ele afirma justamente o contrário: que ainda é possível pecar voluntariamente e que, neste caso, resta-lhes apenas o fogo do juízo que lhes irá devorar (Hb 10.30). É uma linguagem forte, especialmente usada para mostrar a condenação que lhes espera em caso de apostasia. “

Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (v. 31).

5. Se é possível alguém “retroceder”, é porque antes estava no caminho. Não era um descrente, mas um regenerado, convertido, alguém que estava na fé, mas precisava perseverar neste caminho até o fim e não retroceder dele. Todo o contexto mostra claramente que tais pessoas não perderão apenas a recompensa, mas serão condenadas no dia do juízo. O autor de Hebreus demonstra isso ao dizer:

“Quem rejeitava a lei de Moisés morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança; eu retribuirei’; e outra vez: ‘O Senhor julgará o seu povo’. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb 10.28-31).

O texto nos mostra que o castigo que aguarda tais pessoas é maior do que o castigo que passou aqueles que pecaram sob a lei. Enquanto ali era apenas uma morte passageira (primeira morte, pois ainda havia a ressurreição), agora é uma morte eterna (segunda morte, a morte final e irreversível). Logo, pela analogia já podemos perceber que o texto não trata apenas de perda de recompensa, mas do castigo da morte eterna.

Outros elementos no texto também demonstram isso, como, por exemplo, o fato de tal pessoa ter pisado os pés no Filho de Deus (v. 29), profanado o sangue da aliança (v. 29) e insultado o Espírito Santo (v. 29). Será que uma pessoa que pisa em Jesus, que profana o Seu sangue e blasfema contra o Espírito Santo é salva, e apenas perde uma recompensa? É lógico que não. Tais pessoas são, obviamente, apóstatas, que se desviaram não parcialmente, mas totalmente da fé. O verso final mostra isso com ainda mais clareza, ao dizer que terrível coisa é cair nas mãos de Deus (v.31). Será que essa coisa tão terrível é estar no Céu sem recompensa?

VI. A NECESSIDADE DE ADVERTÊNCIA (Ezequiel 3.20,21)

Ezequiel 3.20,21 “Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniquidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. 21- Mas, avisando tu o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá; porque foi avisado; e tu livraste a tua alma.”

1. Um justo pode mudar e fazer coisas más. Esse justo vai morrer por causa desses maus atos. As boas obras do passado não vão salvar esse justo pessoa. Ele vai morrer pelo que fez nos seus últimos dias de vida. Se Ezequiel não tinha avisado esse crente de seus atos iníquos, então ele (Ezequiel) seria o culpado por essa morte. Talvez a pessoa não agisse assim quando Ezequiel o avisou. Em seguida, Ezequiel não era o culpado por tal morte. Mas Deus não quer que a pessoa sofra. Então, Deus estava enviando o profeta Ezequiel a fim de dar a essa pessoa que cometeu iniquidade uma outra oportunidade, uma oportunidade de se arrepender. Se essa pessoa desse as costas ao pecado, então viveria.

A incumbência que Deus dá ao Profeta é semelhante ao princípio da responsabilidade pelo sangue descrita em Gênesis 9.5,6. Isto é, se ele não entregasse a mensagem, seria culpado pela morte deles.

Nosso dever como servos de Deus, é ouvir a Deus e comunicar Sua vontade às pessoas que estão a nossa volta. Não podemos cair na tentação de omitir a verdade para ser “agradáveis”. Devemos comunicar as pessoas que suas escolhas tem consequências e cada um de nós arcará com elas

2. É fundamental advertir aqueles que apostataram da fé. Devemos trazê-los de volta (Tg 5.19,20), antes que venham a cometer uma apostasia total. Antes que venham profanar o sangue da aliança com que foi santificado (Hb 10.29), e não mais receber mais o perdão de Deus (Mt 12.31).

3. Aquele que apostatou da fé está sem salvação. Jesus disse que olhar para trás nos torna indignos do Reino (Lc 9.62). Disse que, se a pessoa não permanecer nele, será cortada (Jo 15.6). Paulo fala da possibilidade de sermos cortados do reino se não estivermos firmes na fé e não temermos a Deus (Rm 11.17-22). O autor aos Hebreus pergunta: “... como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?...”. (Hb 2.3). (Veja ainda: Colossenses 1.23; Ezequiel 18.26; Lucas 15.24; Isaías 1.28.).

VII. COMO EVITAR A APOSTASIA?

1. Alimentar a fé. “Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.” (Hb 12.2).

Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 1.3). Às vezes, a palavra “fé” é utilizada significando o sentimento de confiança em Cristo.

É necessário exaltar Cristo como grandioso. Somente Cristo pode expressar a verdade. Crendo que as palavras de Deus realizam tudo, a pessoa é naturalmente capaz de seguir e testificar a Cristo.

Para evitar a apostasia, você precisa dedicar sua vida a Deus e conhecer a verdade. Quem conhece a verdade também consegue reconhecer uma mentira.

2. Ler a Bíblia. “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. (Jo 5.39).

A palavra “examinais” traduz o verbo grego ereunao. Esse verbo pode ser traduzido e lido corretamente tanto como um imperativo como um indicativo. A questão é que essa variação pode mudar completamente o significado da frase.

A Bíblia é a Palavra de Deus e Deus não mente; a Bíblia nos ensina a verdade e como reconhecer a mentira (Jo 8.31-32).

3. Ore. Aprofunde seu relacionamento com Deus; quanto mais você convive com o Pai da Verdade, mais afinado ficará seu “detetor de mentiras” natural (2ª Pedro 3.17-18).

Analise – não aceite tudo que uma pessoa diz só porque sim; confira se está em conformidade com a Bíblia (1ª Ts 5.21).

4. Confar em Deus. Não desista de segui-lo quando as coisas ficam difíceis, mas procure se aproximar cada vez mais dele e conhecer melhor a verdade da Bíblia. Quem mantém seu coração dedicado a Deus não cairá em apostasia. “Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” (Sl 125.1).

5. Não deixe de congregar. Hebreus 10.25 “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”

Mas aquele que é nascido de Deus, jamais poderá viver novamente na conformidade do pecado. Isso é incompatível com sua nova natureza, com a semente de Deus que permanece nele (1 João 3:6; 3:9).

O verdadeiro cristão que é nascido de Deus, certamente passa por crises e momentos difíceis. Ele é confrontado pelo pecado por conta de sua natureza humana decaída. Porém, ele não consegue se conformar com o pecado e viver na prática das obras da carne (1ª João 3.9; cf. Gálatas 5). Quando o verdadeiro cristão erra, ele busca desesperadamente o perdão que só Deus pode dar (1ª João 1.19).

A apostasia é um mal que deve ser identificado e combatido pela Igreja. Porém, ela também deve ser interpretada como cumprimento das Escrituras. Isso significa que a apostasia serve como um sinal que aponta para a verdade de que o dia do glorioso retorno de Jesus se aproxima.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 30 de abril de 2021

OFÍCIOS DIVINOS ATRIBUÍDOS A CRISTO

 Esboço de pregação.

I. CRIADOR

Cl 1.16 “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra...”.

Jesus é Aquele que criou todas as coisas, materiais ou imateriais, visíveis ou invisíveis. Essa ideia contradiz diretamente o falso ensino, mais tarde conhecido como gnosticismo, que estava surgindo na igreja de Colossos. Em geral, os gnósticos acreditavam que vários seres angelicais eram os criadores da Terra e que Cristo estava entre muitos desses anjos.

Como se a simples declaração nos termos mais abrangentes não fosse suficiente, o apóstolo entra em uma especificação das coisas existentes no céu e na terra, e assim varia a declaração como se fosse para evitar a possibilidade de erro.

Tudo foi criado por Ele e para ele. Jesus não somente criou todas as coisas; tudo foi criado para Seus propósitos (Hb 1.2, segundo o qual Cristo é herdeiro de tudo). Mas a glória da terra, dos céus, do sol, da lua e das estrelas não pode ser comparada à da nova criação de Cristo (2ª Co 5.17).

II. SUSTENTADOR DE TODAS AS COISAS

Cl 1.17 “Ele é antes de todas as coisas; n’Ele tudo subsiste”.

Antes de todas as coisas, tanto no sentido de tempo como no de supremacia. Graças à autoridade suprema e à supervisão de Cristo, todas as coisas subsistem (mantêm-se unidas).

Paulo faz referência à divindade de Cristo da mesma forma que o escritor aos Hebreus: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder…” ( Hb 1.3 ).

III. PERDOADOR

1. Ao perdoar pecados, Cristo se revela divino.

Mt 9.2 “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados”.

Neste texto, Mateus quer afirmar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura do paralítico comprova esse poder. Além de ter o poder de perdoar os pecados, Jesus demonstra que tem um poder mais forte, que é aquele de penetrar os pensamentos dos escribas, sem que alguém lhe contasse, e disse-lhes: Por que pensais mal em vossos corações?

Por sua vez, Jesus, possui um conhecimento sobre-humano, sobrenatural, que foi doado pelo Espírito Santo. Em outros momentos Jesus dirá: Vocês veem as aparências. Eu vejo o coração. Este conhecimento sobrenatural de Jesus demonstra que Ele tem também uma dignidade única e que justifica o seu poder também único, aquele de perdoar os pecados.

Quando Jesus quer demonstrar que tem o poder sobre o pecado, o paralítico passa em segundo plano, como se não interessasse mais o paralítico curado, e sim para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados.

IV. RESSUSCITADOR

Jo 6.40 “De fato à vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e n’Ele crer, tenha a vida eterna: e Eu ressuscitarei no último dia”.

A vontade do Pai é: (1) que todos que vierem ao Filho sejam aceitos e não se percam; (2) que todos que virem o Filho e crerem nele recebam a vida eterna.

Jo 11.25 “Disse-lhe Jesus: Eu Sou a ressurreição e a vida”. “Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá”.

Ao ressuscitar os mortos, Jesus se mostra divino. É verdade que outros também ressuscitaram mortos, mas o fizeram por meio de poderes a eles delegados. Jesus, porém, levantou os mortos em Seu próprio nome e prometeu aos que criam n’Ele, uma grande ressurreição no futuro.

“Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viver”. Isto é, a morte do crente será tragada em vida, e sua vida nunca se afundará em morte. Como a morte vem pelo pecado, é dEle anulá-la; e como a vida flui através de Sua justiça, é Sua para comunicá-la e eternamente mantê-la. Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.”

V. JUIZ

Ao julgar todos os homens, Cristo se mostra divino. Ele mesmo declarou:

Jo 5.22 “O Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento”.

2ª Tm 4.1 “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, sua manifestação e pelo seu reino”.

VI. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Além de todas as qualidades de Jesus Cristo como o Deus que se fez homem, constatamos que Ele exerce três ministérios diretos sobre os homens, a saber: PROFETA, SACERDOTE E REI.

Como Profeta, Ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, Ele é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, Ele governa como o regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Estes três ofícios são amplamente documentados e comentados pela Bíblia.

1. Jesus como profeta.

1.1. O anúncio de Jesus como profeta. Deuteronômio 18.15, 18 e 19 “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 18- Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19- E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.”

De fato, nas palavras diante de nós, Moisés promete tanto uma ordem profética quanto o Messias em particular como seu chefe; de uma linha de profetas culminando em um indivíduo eminente. E na proporção em que vemos em nosso Senhor as características do profeta mais perfeitamente exibidas,

Jesus Cristo foi o profeta supremo, o mensageiro perfeito de Deus, cuja vida e ministério deram pleno sentido à promessa aqui dada (cf. Atos 3.22-23; Atos 7.37).

2. Reconhecimento no Novo Testamento. João 6.14 “Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.”

2.1. As características proféticas de Jesus.

A. Ele é porta voz de Deus. (Hb 1.1,2).

B. Ele faz as grandes obras de profeta. (Jo 5.36).

3. Ele vaticina com total exatidão. Mateus 12.40 “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”

Mt 16.21 “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.”

Mt 17.22 “Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens; 23- E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.”

Mt 20.19 “E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.”

Jo 2.19 “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.”

2. Jesus como Sacerdote.

2.1. O anúncio de Jesus como sacerdote. Salmos 110.4 “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Hebreus 6.20 “Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”

2.3. As três funções sacerdotais de Jesus.

A. Reconciliação. Romanos 5.10 “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”

2ª Coríntios 5.18,19 “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; 19- Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.”

B. Intercessão. Romanos 8.34 “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Hebreus 7.25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”

C. Bênção. Atos 3.26 “Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades.”

3. Jesus como Rei.

3.1. O anúncio de Jesus como rei. Isaías 9.6,7 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. 7- Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”

3.2. Reconhecimento no Novo Testamento. Mateus 2.2-6 “Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. 3- E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele. 4- E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5- E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: 6- E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.”

3.3. As funções do Rei Jesus.

A. Ele julgará. Mateus 25.31-34 “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32- E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; 33- E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34- Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”

B. Ele governará. Isaías 9.6 “...e o principado está sobre os seus ombros....”.

Apocalipse 11.15 “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”

C. Ele proverá para seus súditos. Zacarias 14.9-11 “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome. 10- Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. 11- E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.”

Apocalipse 7.16,17 “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. 17- Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.”

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

sexta-feira, 23 de abril de 2021

PORQUE CRISTO SE FEZ HOMEM

 


INTRODUÇÃO. O estudo sobre a humanidade de Cristo seria incompleto se não nos dirigíssemos à questão fundamental: “Porque Ele se fez homem”?

Cristo se fez homem para tornar-se o sacrifício perfeito para remissão do pecado humano.

I. JESUS RECONHECEU SUA MISSÃO

Mc 10.45 “O próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

João Batista diz: Jo 1.29 “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Cristo foi a realização, o antípodo, dos sacrifícios transitórios do AT. Estes se repetiam constantemente, mas o sacrifício de Cristo no Calvário satisfez uma vez para sempre a justiça de Deus com relação aos que iriam crer n’Ele.

Hb 7.27 “Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo”.

II. PARA SER NOSSO MEDIADOR

1ª Tm 2.5 “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus Homem”. Cristo se fez homem para ser o perfeito mediador entre Deus e os homens. Nós temos tal mediador, digno de se aproximar de Deus e de se compadecer de nossa aflição! Sendo Deus, Ele pode interceder junto ao Pai; sendo homem, Ele pode sentir nossas fraquezas e enfermidades. Vejo que muitas pessoas estão sofrendo porque estão pedindo para o mediador errado, somente Jesus é que pode nos ajudar.

III. PARA DESTRUIR A MORTE

Hb 2.14-15 “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida”.

1. Cristo se fez homem para vencer a morte.

1.1. A morte é consequência do pecado- Rm 6.23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. A morte é a sentença decretada para toda a humanidade.

1.2. Só Cristo passou por esta vida sem pecar, por isso a morte não exerceu domínio permanente sobre o Seu corpo.

Hebreus 4.14-15 “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.

1ª Pedro 2.22 “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.”

Hebreus 7.26 “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”.

1ª João 3.5 “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado”.

1ª Pedro 1.19 “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

1ª Co 15.15 “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”.

1.3. Para o crente em Jesus, morrer é dormir em Cristo. 1ª Ts 4.13-14 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança. Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará justamente em sua companhia os que dormem”.

Já que Cristo venceu a morte em nosso lugar, não devemos lamentar a morte dos crentes como fazem os incrédulos, que não têm esperança na vida eterna. Por haver Jesus vindo a este mundo como homem, vencendo a morte no calvário e por meio da sua ressurreição, sabemos que nós também ressuscitaremos e seremos congregados com nossos entes queridos que dormiram em Cristo.

CONCLUSÃO

Jesus sendo Deus (Is 9.6), se fez homem (Jo 1.1-3), para cumprir os desígnios do Pai (Jo 3.16), para ser nosso mediador (1ª Tm 2.5), para destruir a morte, perdoar nossos pecados e nos ligar em comunhão com o Pai celeste.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 20 de abril de 2021

PARA QUEM TEM SEDE

 


Is 55.1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 - Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 - Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”.

INTRODUÇÃO. O Senhor convida todos os famintos e sedentos para um banquete. O Senhor oferece água, vinho e leite - símbolos de bênçãos espirituais a todos os que possam desejá-las (cf. Jo 7.7). A novidade é que esse banquete é gratuito. Deus prometeu que aqueles que O buscarem – “vinde”, ou seja, aqueles que tiveram comunhão com Deus, comerão o melhor alimento (v. 2). Como resultado de uma nova e duradoura aliança que incluía todas as bênçãos que haviam sido prometidas a Davi (v. 3). Entre essas bênçãos a regra eterna do Messias, descendente de Davi, era fundamental (55.1-3).

I. O QUE NOS FAZ TER SEDE

1. A nossa condição humana e pecaminosa.

Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Em virtude do pecado de Adão, toda a humanidade está espiritualmente morta. Somente Deus pode dar-nos a nova vida e salvar-nos dessa terrível situação. Por Sua imensa misericórdia, o Senhor entregou Seu Filho por nos quando ainda éramos Seus inimigos. Ele nos amou muito antes de nós o amarmos (1ª Jo 4.9,10).

II. UM CONVITE PARA QUEM TEM SEDE

1. Um convite divino ao pecador.Ó VÓS, todos os que tendes sede (v. 1).

2. O convite é universal. Isto é, aqueles que tem sede de entender a vontade e os caminhos de Deus e obter graça para estar em paz com Ele (Sl 42.1, 2; 63.1; Mt 5.6; Jo 7.37; Ap 21.6; 22.17).

Mateus 11.28-30 “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29- Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.30- Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

III. O QUE FAZER PARA SACIAR A SEDE

1. Quem é a fonte? “...vinde às águas” (v. 1).

Jesus é a fonte. Jo 4.13-14 “Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; 14 Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.”

A Água representa nosso desejo de nos refrescar. É o refrigério para nossa alma.

2. A salvação é gratuita. “...vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço,

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

O convite demonstra que a salvação não pode ser comprada é uma dádiva gratuita para os que a desejam a salvação.

3. Em que estamos gastando a nossa vida? Então o Senhor argumenta a seus potenciais compradores e clientes. E Ele diz: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?” (v. 2).

Por que vocês vivem atrás de coisas vazias e estéreis, que trazem infelicidade e perda? Venha, venha! Tenho

4. Há duas coisas diferentes nas mercadorias que Deus oferece. Em primeiro lugar, o que Ele oferece, satisfaz! Não há vazio no que Deus oferece. É pleno, abundante e transbordante.

Em segundo lugar, o que Ele oferece é de graça. Não tem preço. Não é necessário dinheiro. É um presente de Deus.

Não existe fundamento para a ideia de que alguns são criados para a salvação e outros, para a perdição, alguns para serem salvos e outros para se perderem. Deus não interfere no livre exercício do poder de escolha (ver Ez 18.31, 32; 33.11; Jo 3.18; 2ª Pe 3.9).

No último convite á humanidade feito nas Escrituras, o mesmo chamado é feito. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve diga: Vem. E quem tem sede, venha: e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17). O convite é para todos - está aberto a todos.

IV. O PRODUTO OFERECIDO É ALIMENTO

“água e pão”; “vinho e leite”.

“....vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço...”.

O verbo šabar/comprar significa “comprar cereal”), vinho e leite.

1. Os significados dos produtos.

1.1. A água simboliza Jesus – água da vida (Jo 4.13-14).

1.2. O Pão também significa Jesus. “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” (Jo 6.35).

1.3. Vinho significa a alegria da salvação. Vinho na Bíblia significa alegria, isto quer dizer que, quando o vinho acaba a alegria também acaba! Então num casamento, que é essencialmente uma cerimônia que fala de amor e aliança eterna, Jesus transforma  água em vinho.

1.3. Leite simboliza a Palavra. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (1ª Pe 2.2).

Água, vinho, leite e pão (v. 1,2) representam as bênçãos da salvação.

CONCLUSÃO Se você ainda não conhece o Senhor, mas está com fome e sede, veio ao lugar certo - a Palavra de Deus. Se você tem alguma insatisfação sem Deus na sua vida, terá fome e sede de conhecê-lo melhor. Você buscará por piedade como se a vida dependesse disso - o que, é claro, realmente acontece com sua vida espiritual! Onde sua fome pode ser saciada e sua fome pode ser saciada e sua sede aliviada? Aos pés de Jesus. vinde, comei e bebei!

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 14 de abril de 2021

UMA PROMESSA DE SALVAÇÃO

Gênesis 3.15 “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

INTRODUÇÃO

Nesta lição estaremos estudaremos a definição da palavra salvação; veremos que a promessa da vinda do Salvador foi feita logo após a Queda do homem; analisaremos a profecia de Gênesis 3.15 e o seu cumprimento na Pessoa de Jesus; e, por fim, pontuaremos como se deu a revelação progressiva da salvação.

I. DEFININDO A PALAVRA SALVAÇÃO 

A palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT: 120; e no NT: 47 (JOSHUA, sd, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: (a) livramento material e temporal do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1ª Tm 2.15; 2ª Tm 4.18); (b) a salvação espiritual e eterna concedida imediatamente por Deus aos que creem no Senhor Jesus Cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; 1ª Tm 2.4; 2ª Tm 1.9; Tt 3.5)” (VINE, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (ANDRADE, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”. Acerca da salvação devemos destacar que:

1. É uma promessa. Após a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Nesse texto, Deus prometeu que da semente da mulher um dos descendentes nasceria para esmagar a cabeça da serpente. Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus. “Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de Deus como uma bendita promessa de redenção” (MOODY, sd, p. 20 – acréscimo nosso).

2. É uma provisão. O Deus que providenciou as árvores alimentícias para o corpo físico de Adão (Gn 1.29; 2.16); uma esposa para suprir as suas necessidades emocionais (Gn 2.18); providenciou-lhe também as necessidades espirituais, quando lhe fez a promessa da vinda do Redentor (Gn 3.15); quando lhe cobriu a nudez (Gn 3.21); quando vedou o acesso a árvore da vida a fim de que o homem não tivesse a sua situação irremediável (Gn 3.22-24). Na presciência divina, a solução para o pecado foi feita mesmo antes da Queda, pois o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).

3. É um ato de amor. A Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho Unigênito...” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou também que Deus provou o Seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar (Rm 5.8); o apóstolo acrescenta ainda que o grande amor de Deus excede todo o entendimento (Ef 2.4; 3.19); João, por sua vez, diz que “Deus é amor” (1ª Jo 4.8); e que Ele nos amou primeiro (1ª Jo 4.10).

II. A PROMESSA DA SALVAÇÃO

Gênesis 3.15 "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

O texto de Gênesis 3.15 é considerado pela maioria dos teólogos como o “proto euangelion” (primeiro evangelho), pois é a primeira alusão ao advento do Messias para vir redimir a raça humana caída em pecado.

A misericórdia de Deus se evidencia em Gn 3.14-15. Também em Gn 3.21. É a “Aliança Adâmica”: 1. Deus promete um Salvador (Gn 3.15). 2. Sacrifício de sangue (Gn 3.21).

Abaixo analisaremos esta profecia pormenorizadamente:

1. O Redentor viria de uma mulher. A primeira coisa de que somos informados nessa palavra profética de Gênesis 3.15 é a de que o Messias viria de uma mulher, ou seja, viria em carne. Embora tenha sido a mulher que primeiro pecou (Gn 3.6; 1ª Tm 2.14), Deus prometeu que da semente desta mulher viria o Redentor. Isto não significa dizer que o Salvador viria literalmente de Eva, mas de uma mulher descendente de Eva, visto que ela é a progenitora da raça humana (Gn 3.20).

2. O Redentor viria da semente de uma mulher. A profecia de Gênesis 3.15 também nos revela que o Salvador viria da “semente da mulher”, isto é do óvulo. Frequentemente é dito na Bíblia que o homem é o portador da semente, isto porque o óvulo feminino é apenas o receptáculo da semente masculina (Sl 18.50; 22.23; 69.36; 105.6). Na verdade, este anúncio profético, está fazendo alusão a concepção virginal, ou seja, de que o Messias viria ao mundo por meio de uma mulher, sem a participação masculina. O profeta Isaías complementa esta informação quando diz: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Is 7.14).

3. O Redentor iria ferir a cabeça da serpente. O pecado concedeu legalidade para a atuação do diabo no homem e na criação (1ª Jo 3.8-b; Rm 8.20; Hb 2.14). No entanto, a promessa de Gênesis 3.15 fala da semente da mulher dizendo: “...esta te ferirá a cabeça ...”, ou seja, o descendente da mulher iria vir para destruir as obras do diabo (At 10.38; 1ª Jo 3.8).

Tal profecia soou como uma sentença passada ao inimigo. Sabedor disto, a serpente “Satanás” (Ap 12.9) faria de tudo para que o prometido não viesse a terra (Ap 12.4; 20.2).

4. O Redentor seria ferido pela serpente no calcanhar. Gênesis 3.15 nos mostra que o Messias sofreria, quando viesse a terra para salvar a humanidade caída. A expressão “tu lhe ferirás o calcanhar” faz alusão a isto. Está claro que para redimir o homem, a semente da mulher teria que sofrer em seu corpo a penalidade pelos pecados da humanidade: a morte (Ez 18.20; Rm 6.23-a). Satanás influenciou os homens pecadores a que matassem a Jesus (Lc 22.53). No entanto, o ferir do calcanhar é menos danoso que o ferir da cabeça. A respeito desta sentença, Beacon (sd, p. 41) diz: “uma cabeça esmagada que leva à morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado”.

III. O CUMPRIMENTO DA PROMESSA DE GÊNESIS 3.15 EM JESUS

1. Ele nasceu de uma mulher - a encarnação do Verbo. Os evangelhos e o livro de Atos registram que Jesus nasceu de uma mulher chamada Maria (Mt 1.16; Mc 6.3; Lc 2.34; Jo 2.1; 19.25; At 1.14). O apóstolo Paulo é claro em dizer que “...vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...” (Gl 4.4).

2. Ele nasceu de uma mulher virgem - a concepção virginal do Verbo. A profecia dizia o Messias viria da semente da mulher”, indicando claramente que o homem não teria participação. Os evangelistas registraram que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo no ventre de Maria, como nos mostra Mateus “...o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18). Lucas de igual forma relata este fato (Lc 1.26-37), inclusive o questionamento de Maria, que ao saber que teria um filho questionou como se daria isto, visto que era virgem (Lc 1.34). O anjo que lhe foi enviado explicou que a concepção da criança se daria no ventre de Maria de forma sobrenatural (Lc 1.35), “porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

3. Ele esmagou a cabeça de serpente - a Vitória do Verbo. Jesus triunfou da astuciosa serpente em todas as tentações que sofreu (Mt 4.1-11; 16.23), e o ponto culminante dessa vitória foi na cruz do Calvário (Cl 2.15). O escritor da Epístola aos Hebreus nos diz que “visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). Um dia todas as coisas estarão debaixo dos seus pés (Sl 110.1; Rm 16.20; 1ª Co 15.24-27; At 2.35; Hb 10.13).

4. Ele foi ferido no calcanhar pela serpente - o sofrimento do Verbo. Tanto estava prevista a vinda do Redentor como o seu sofrimento vicário (Gn 3.15; Sl 22.1-31; Is 53.1-12). Esmagar a cabeça da serpente custaria a Jesus ser ferido no calcanhar, ou seja, experimentar a morte física (Hb 2.14). Mesmo ciente deste sofrimento (Mt 17.23; 20.19; 26.2; Mc 10.34; Lc 18.33; 24.7), Ele consumou a obra (Mt 26.39; Jo 17.4; 19.30; Hb 9.26).

CONCLUSÃO

Por causa da desobediência, o homem perdeu sua comunhão com Deus, foi expulso do paraíso e o pecado passou para todos nós. Não era este o plano de Deus. Mas o homem teve liberdade para decidir se seguia ou não as instruções divinas.

A salvação do homem foi providenciada por Deus antes da fundação do mundo, anunciada no Éden e enviada na plenitude dos tempos. Na cruz, Jesus consumou o plano salvífico de Deus em prol de toda a humanidade caída.

Até hoje, o homem tem liberdade para aceitar ou não a vontade de Deus em sua vida. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

2. Claiton Ivan Pommerening. Uma promessa de salvação. 4º Trimestre de 2017. CPAD Rio de Janeiro - RJ.

3. GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol. 02. CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

4. MOODY, D. L. Comentário Bíblico de João. PDF.

5. OLIVEIRA, Oséias Gomes. Concordância Bíblica.

6. Exaustiva Joshua. Vol. 03. CENTRAL GOSPEL.

7. Pommerening Claiton Ivan. A Promessa da Salvação. Lições Bíblicas 4º Trimestre de 2017 – CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

8. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro - RJ.

9. VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD. Rio de Janeiro - RJ.