TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A UNIDADE DA FÉ


Leitura Bíblica
Ef 4.1-13 “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que foste chamado, 2 - com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, em amor, 3 - Procurando guardar a unidade do espírito pelo vinculo da Paz: 4 - há um só corpo, e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 - um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 - um só Deus  e Pai de todos, o qual é sobre todos e por todos, e em todos.”

INTRODUÇÃO
No cap. 4, Paulo faz uma transição, passando do aspecto doutrinário teológico tratado nos três primeiros caps., e parte para a doutrina dos deveres cristãos. Ele une doutrina e serviço para fortalecer a plasticidade do cristianismo instituído por Cristo. Portanto, o cristianismo não é constituído de um punhado de teorias, mas de deveres, isto é, a prática da doutrina ensinada. Nos primeiros dez versículos deste capítulo, Paulo sai do “todo” e parte para a individualidade.

UM ANDAR DIGNO DA ALTA POSIÇÃO

1. O enfático convite para participar da unidade (v. 1).
Paulo começa com “rogo-vos”, que no original é parakaleo, que significa “chamar para estar ao lado de alguém para auxiliar”. O apóstolo faz, de fato, um apelo veemente com o sentido de encorajar e exortar os crentes que tomem uma atitude no sentido de participarem da vida cristã em unidade. Ele se identifica, mais uma vez, como “o preso do senhor” para fazer entender um duplo sentido. Ele era “o preso do Senhor” por amor a Cristo, mas também preso fisicamente por causa de sua lealdade a Ele, e ao evangelho que pregava. Mesmo estando distante, Paulo sentia-se unido aos irmãos em todas as igrejas.

2. A vocação cristã (v. 1).
A palavra “vocação” neste versículo, tem um sentido de chamamento, aquele que nos trouxe para a salvação. A Bíblia destaca três sentidos especiais sobre a “vocação com que foste chamado”; é soberana (Fl 3.14), é santa, (2ª Tm 1.9; é celestial (Hb 3.14).

2. A dignidade da vocação cristã (v. 1).
A palavra digno, aqui refere-se ao comportamento do crente de modo a corresponder ao que Cristo tem feito por ele. Andar dignamente na vida cristã significa que, quando fomos chamados do mundo para formar um povo santo e especial, Deus quer que manifestemos nossa unidade espiritual, como é o caso de judeus e gentios, e vivamos uma vida digna da vocação divina de que fomos alvo. Agora Paulo passa do ensino doutrinário para a vivencia nesse ensino na vida diária do crente, Cl 1. 9 e 10; que diz: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e inteligência espiritual; Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;

QUALIDADES DA UNIDADE EM CRISTO

1. O andar e o serviço do crente (vs. 1-5 e 17).
Neste ponto encontramos as qualidades espirituais que caracterizam o crente que anda de “modo digno da vocação” (vs. 1 e 2 ), são quatro as qualidades da unidade em Cristo que devem ser cultivadas pelo cristão. Elas evitam que o poder da carne tome espaço na vida do crente. Elas sustentam a unidade espiritual do crente em Cristo, tais como humildade, mansidão, longanimidade e tolerância mútua (“suportando-vos uns aos outros”).

1.1. Humildade (v. 2). É impossível que o nosso andar seja digno dessa vocação sem humildade. Essa qualidade tem a ver com a adequada e justa maneira de nos ver diante de Deus. Ninguém é digno dessa chamada com presunção e orgulho. É preciso reconhecer-se dependente de Deus. Na língua original do Novo Testamento a palavra humildade significa “modéstia”. É uma qualidade que repudia o orgulho e o egoísmo. A Igreja sempre tem unidade quando os seus membros agem com humildade (Sl 138.6; Pv 11.2; Mt 11.29; Tg 4.6).

1.2. Mansidão (v.2). Esse termo significa literalmente, “gentileza”, “cortesia”, “consideração”. É uma qualidade importantíssima para a preservação da unidade do corpo de Cristo, pois o inverso da mansidão é exasperação. A mansidão não discute, nem resiste, nem teima contra a vontade de Deus. A mansidão não deve ser confundida com a atitude covarde, nem como falta de energia para tomar decisões. A mansidão é uma virtude cristã, que pode ser produzida pelo Espírito Santo em nosso caráter para agirmos com brandura nas horas de conflito (2ª Sm 16.11; Gl 6.1; 2ª Tm 2.25; e Tt 3.2).

1.3. Longanimidade (v. 2). Esta palavra tem sua raiz no latim longanimitate, que se traduz por duas outras palavras, “longo” e “animo”. A humildade e a mansidão transmitem a ideia de “suportar-nos uns aos outros em amor” para se viver em humildade. A longanimidade requer o equilíbrio nas ações em momentos adversos (Tg 5.10). Num mundo de tanto ódios, rancores, exasperações, a longanimidade se constitui numa qualidade vital para sobrevivência, especialmente para a unidade do corpo de Cristo. O longânime não se precipita em vingar o mal nem revidá-lo (Mt 5.3,5,7; 1ª Co 13.4; Gl 5.22; Cl 3.12).

1.4. Paciência (v. 2). O ato de suportar as fraquezas dos outros exige do crente uma disposição altruísta, isto é, requer dele uma atitude que deseja para os outros aquilo que deseja para si mesmo. É a capacidade de tolerar os mais fracos. Ela é adquirida através do Espírito Santo que vive no crente; quando temos o verdadeiro amor tornamo-nos tolerantes, pacientes e amáveis. Paulo escreveu, e nós já estudamos e já comentamos; no item III. Da lição de número 11, na 3ª parte de 1ª e 2ª aos Coríntios; o amor em ação, que o amor é paciente (1ª Co 13. 4-6).

1.5. A preservação da unidade do Espírito (v. 3). “A unidade do espírito” não pode ser criada por nenhum ser humano. Ela já existe para aquele que creram na verdade e receberam a Cristo, conforme o apostolo proclamou nos capítulos (1-3). Os crentes devem guardar e preservar essa unidade, não mediante os esforços ou organizações, humanos, mas pelo andar como é digno da vocação com que foste chamados (v. 1). A unidade espiritual é mantida pela lealdade à verdade e o andar segundo o Espírito (vs.1-3,14,15; Gl 5.22-26). Não pode ser conseguida pela carne (Gl 3.3). São todas as qualidades apresentadas no v. 2, quando produzidas pelo Espírito Santo. A prática delas fortalece a unidade da Igreja pelo Espírito mediante o vínculo da paz. A paz é o elo que une cada crente com os outros pelo Espírito. E o vínculo entre Deus e o crente é a unidade do Espírito, a qual não é produzida pelo homem, por qualquer esforço humano.

III. SETE UNIDADES A SEREM MANTIDAS

A unidade do Espírito é firmada na unidade da Trindade divina. Nos vs. 4-6; encontramos algumas expressões que confirma a umidade da Trindade, tais como: Um só Espírito (v. 4); um só Senhor (v. 5); e um só Deus e Pai (v. 6); Para que haja um só corpo, a Igreja. O exemplo maior é o da trindade. Porém, a lição que Paulo queria ensinar nos vs. 4- 6; é sobre o tipo de unidade que mantém a Igreja, que é a unidade da fé e doutrina.

1. Há um só corpo (v. 4).
O texto de Ef 2. 15 e 16, representa o retrato da criação da igreja, sob a linguagem figurada do “novo homem” que forma um corpo, o corpo místico de jesus.

A igreja é a constituição de milhões de membros no mundo inteiro a formar, “um só corpo” (Rm 12.5; 1ª Co 10.7; 12.12-30).

Somos um só corpo, independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das falsas igrejas cristãs. Temos uma só cabeça espiritual, Cristo.

2. Há um só Espírito (v. 4).
A Igreja tem a vida do Espírito Santo, assim como o corpo dinamizado pelo espírito humano, o corpo de Cristo é dinamizado pelo Espírito Santo. É Ele a terceira pessoa da Trindade, que dá vida ao corpo de Cristo. Só faz parte desse corpo os regenerados pelo Espírito (2ª Co 5.17; Rm 8.9, 11; 1ª Co 12.12).

3. Há uma só esperança (v. 4).
A “esperança da nossa vocação”. Quando Deus nos chamou para a salvação, tornou possível o nosso futuro em Cristo. De que valeria o cristianismo se existisse somente o hoje, e nunca o amanhã. A obra que Cristo realizou no Calvário nos propiciou a esperança da glória. Esta esperança vem da Bíblia a qual nos assegura que um dia teremos a libertação do corpo de pecado e a obtenção de um corpo espiritual e glorioso, o qual jamais terá dores e morte (1ª Ts 4.16-18; 1ª Co 15.44, 52-54; Cl 3.4).

4. Há um só Senhor ( v. 5).
Uma parte essencial da fé e unidade cristã é a confissão de que há “um só Senhor”:

(1)“Um só Senhor” significa que a obra da redenção que Jesus efetuou é perfeita e suficiente e que não é necessário nenhum outro redentor ou mediador para dar ao crente salvação completa (1ª Tm 2.5 e 6; Hb 9.15; O crente deve aproximar-se de Deus, somente através de Cristo (Hb 7.25).

(2) Um só Senhor significa também, que devotar lealdade igual ou maior a qualquer autoridade secular ou religiosa) que não seja Deus, revelado em Cristo, e na sua Palavra inspirada, é a mesma coisa que recusar o senhorio de Cristo, e, portanto, da vida que somente n’Ele existe. Não pode haver nenhum senhorio de Cristo e nem unidade do Espírito (v. 3) a parte da afirmação de que o Senhor Jesus é a suprema autoridade para o crente, e de que esta autoridade lhe é comunicada na Palavra de Deus.

5. Há uma só fé (v. 5)
Trata aqui do nosso credo, aquela fé racional e espiritual que produz a vida, diz respeito ao corpo de doutrina da Bíblia que rege a vida cristã (Gl 1.23; 1ª Tm 3.9; 4.1; 2ª Tm 6.7; Jd 3). A Igreja rege e obedece a uma só fé, isto é, tem uma só doutrina.

7. Há um só batismo (v. 5).
Trata-se é evidente, do batismo como sinal físico e simbólico da nossa entrada no corpo de Cristo, e esse batismo e o realizado por emersão em águas; É o símbolo do sepultamento de um ser humano morto para o mundo: “ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte”? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo; na morte, Para que, como cristo ressuscitados mortos, pela Glória do Pai, assim andemos nós também, em novidade de vida (Rm 6.3-4).

8. Há um só Deus e Pai de todos (v. 6).
Em sentido geral e correto a afirmação segundo a qual “Deus é Pai de todos nós”. Evidentemente Deus é Pai de todos, mas não o é em um mesmo nível de relacionamento.

CONCLUINDO

Podemos dizer que, cada crente, em particular tem responsabilidade na preservação da unidade do corpo, colocando em pratica as qualidades que sustentam essa unidade; humildade, mansidão, longanimidade e paciência.

ATRIBUTOS DA UNIDADE DA FÉ: HUMILDADE, MANSIDÃO E LONGANIMIDADE



LEITURA BÍBLICA

Efésios 4.1-4; Colossenses 1.9-12.

Efésios 4.1-4 “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, 2 - Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 - Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. 4 - Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação.”

Colossenses 1.9-12 “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; 10 - Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus; 11 - Corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo; 12 - Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz.”

INTRODUÇÃO
Independente do tempo de caminhada cristã é imprescindível rememorar que, além da importância dos dons espirituais e ministeriais para a edificação da Igreja, está o fruto do Espírito Santo manifesto por cada crente. Os dons, por mais relevantes que sejam, necessitam estar acompanhados de um caráter transformado, impregnado das características do Mestre Jesus Cristo. Dentre as quais, enfocaremos nesta lição a humildade, a mansidão e a longanimidade. Além de tais virtudes na individualidade evidenciarem uma genuína comunhão com o Salvador, na coletividade reverberam uma convivência madura, pacífica e com legítima unidade do seu Corpo.

Após concluir a oração intercessória em favor da Igreja e, ao mesmo tempo, estimular os cristãos a viverem para a glória de Deus (3.16-21), o apóstolo passa a enfatizar a necessidade da unidade dos crentes (4.1-16). Assim, nesta lição, estudaremos as virtudes fundamentais — humildade, mansidão e longanimidade — que levam a igreja a viver uma perfeita unidade conforme a Palavra de Deus.

I. O ANDAR DIGNO DA VOCAÇÃO DIVINA

- Depois de ter feito a oração intercessória pelos destinatários da carta, o apóstolo Paulo adentra no que se denomina “a parte prática” da epístola.

1. Caráter doutrinário e a prática da vocação. Paulo, em suas epístolas, não só apresentava um caráter doutrinário, mas, também, uma parte prática, onde, aplicando o conhecimento doutrinário ministrado, mostrava como deveriam os salvos viver nesta peregrinação terrena.

O apóstolo mostra-nos, portanto, que o objetivo do conhecimento doutrinário é, precisamente, o de nos trazer uma vida a caminho da perfeição, ou seja, uma vida cada vez mais conforme à vontade de Deus, que é apresentada na doutrina, no ensino da Palavra de Deus.

Não se tem o estudo doutrinário apenas para que se possam guardar no intelecto informações decorrentes da revelação trazida pelo Espírito Santo e que foram registradas nas Escrituras, mas, antes, por meio destas informações, o que se pretende é que moldemos a nossa maneira de viver à vontade do Senhor, de modo que não mais vivamos, mas Cristo viva em nós (Gl 2.20).

2. O cristão deve viver conforme à imagem de Cristo (Rm 8.29).
Paulo, depois de interceder pelos destinatários da carta, aconselha-os a “andar como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1).

A vivificação por Cristo mencionada pelo apóstolo no capítulo 2 não é um fenômeno meramente teórico, mas é um acontecimento que faz com que haja uma mudança de vida, uma mudança de atitudes por parte daquele que é salvo por Jesus Cristo.

A ressurreição espiritual (Ef 2.6) faz com que, ao nascermos de novo, sejamos uma nova criatura e esta nova criatura é um novo homem, que tem atitudes diferentes, diametralmente opostas àquelas que eram antes realizadas. Somos criados de novo, e esta nova criatura foi feita em Cristo Jesus para as boas obras (Ef. 2.10), de sorte que não podemos viver segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que opera nos filhos da desobediência (Ef 2.2), que não é mais a nossa condição.

Sendo, agora, novos homens, temos de “andar como é digno da vocação com que fomos chamados”.
Fomos chamados para praticar boas obras, fomos chamados para glorificar a Deus através destas boas obras (Mt 5.16).

Não há como admitir-se, portanto, que alguém que se diga salvo esteja a praticar ações que revelam apenas que continua a andar nos desejos da carne, que esteja a fazer a vontade da carne e dos pensamentos, como ocorre com aqueles que não alcançaram a salvação (Ef 2.3).

Há muitos hoje em dia que se dizem cristãos, que afirmam ter crido em Jesus, mas cujo comportamento é idêntico aos que dizem não professar a fé cristã. São pessoas que não têm qualquer mudança de vida, pelo contrário, apenas acrescentam ao seu dia-a-dia a frequência a uma igreja ou procuram adaptar seu modo de vida a rótulos que revelem a sua “nova religiosidade” e, neste aspecto, muito conhecido o uso da palavra “gospel”, que é a preferida para dar uma roupagem supostamente cristã a práticas que nada têm de santas.

Por isso, temos visto tantas distorções no chamado “meio evangélico”, ultimamente, onde condutas evidentemente contrárias à fé cristã são apresentadas como inofensivas, toleráveis e admissíveis, o que, entretanto, não corresponde à realidade, visto que, como ensina o apóstolo dos gentios, é necessário que “andemos como é digno da vocação com que fomos chamados” e o mesmo Paulo, já sua primeira carta que escreveu, a primeira epístola aos tessalonicenses, foi incisivo ao dizer que “não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1ª Ts 4.7).

Hoje, é com espanto que vemos milhares e milhares de pessoas rotulando de “gospel” certas condutas que são evidentemente pecaminosas e, com este rótulo, tentam transmitir a ideia de que a conduta pode ser praticada sem qualquer problema. É o caso da “cerveja gospel”, que libera o uso do álcool; da “balada gospel” ou do “show gospel”, que libera a frequência a eventos que não convém; do “ficar gospel” e do “filme pornô gospel”, que liberam a prostituição e imoralidade sexual; sem falar nas “igrejas de preto”, que estão a transformar o ambiente dos templos em ambiente de prostíbulos e de boates. Que Deus nos guarde!

Somos parte da família de Deus, somos concidadãos dos santos (Ef 2.19) e, nesta condição, temos de andar como dignos da chamada divina à salvação, que exige de nós uma mudança de mentalidade, uma mudança de atitude, pois somente somos inseridos no corpo de Cristo se nos arrependermos, isto é, mudarmos de mentalidade, e crermos no Evangelho (Mc 1.15; At 2.37-38; 11.18).

3. Os atributos para andar digno da vocação. Para andar como é digno da vocação, o apóstolo apresenta três atributos, ou seja, três propriedades que deve ter o salvo para que possa viver segundo a vontade de Deus. Atributo é propriedade, ou seja, aquilo que é próprio de algo, aquilo que está presente em algo e que é uma característica da essência, aquilo que sempre está naquilo e mostra que aquilo é aquilo e não outra coisa.

3.1. Chamados. Para andar digno da vocação com que somos chamados por Cristo para esta nova vida, faz-se mister que andemos com humildade e mansidão, com longanimidade (Ef 4.2).

Estas palavras de Paulo ressoam o ensinamento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que mandou que Seus discípulos aprendessem d’Ele a ser manso e humilde de coração para encontrar descanso para as suas almas (Mt 11.29).

3.2. Aprendizado. De pronto, percebemos que o “andar digno da vocação” exige uma convivência com Jesus, pois, depois de nos pormos sob Seu domínio, sendo inseridos no Seu corpo (Ef 3.6), do qual Ele é a cabeça (Ef 1.22), o que o Senhor Jesus denomina de “tomar o Seu jugo” (Mt 11.29), é preciso aprender com Ele para sermos mansos e humildes de coração.

3.3. Experiência com Cristo. Este aprendizado exige convivência, torna-se preciso que ouçamos a Cristo, que tenhamos experiências com Ele, a fim de que, a cada dia, venhamos a ficar mais e mais parecidos com Ele, que possamos imitá-lO.
(1ª Co 11.1).

I. PARA HAVER UNIDADE É PRECISO HUMILDADE

A humildade é uma virtude imprescindível para o fortalecimento da comunhão cristã. Espera-se que os crentes sejam humildes não somente diante de Deus, mas também entre eles.

1. O modo digno do viver cristão. A conduta geral do crente é o destaque dessa seção da Carta. O apelo apostólico é para que os crentes “andem de modo digno da vocação” (4.1), ou seja, a nossa conduta diária deve corresponder à chamada recebida para ser um membro do Corpo de Cristo, a Igreja. Isso pressupõe que o andar do cristão está diretamente relacionado com o nível de unidade que ele tem com Deus e com os irmãos. Nesse sentido, a fim de desenvolver essa unidade, o apóstolo Paulo apresenta três virtudes essenciais: a humildade, a mansidão e a longanimidade (4.2).

2. A humildade. Para os povos pagãos a humildade não era uma virtude; pelo contrário, era considerada uma atitude negativa, fraqueza de caráter e falta de amor próprio. Na vida de Cristo é que a humildade aparece como virtude, pois Ele “não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7). No Evangelho de João, nosso Senhor lavou os pés dos apóstolos dando o exemplo de humildade (Jo 13.13-15), mas não de uma humildade movida pela falsa aparência (Is 32.6; Mt 23.28), e sim de uma ação que reconhece a importância e o valor do outro (Fp 2.3).

3. A verdadeira humildade. O que fica claro em Jesus e no ensino do apóstolo Paulo é que a pessoa humilde expressa a modéstia, em oposição ao orgulho e a arrogância (2Co 12.20). Trata-se de uma postura que favorece o bem da coletividade no lugar do egoísmo (Jo 17.21-23). Assim, a verdadeira humildade coopera para a harmonia nos relacionamentos e promove a unidade no Corpo de Cristo (1ª Co 12.25). Entretanto, é importante ressaltar que esta, e as demais virtudes, são produzidas pelo Espírito Santo que habita no crente (3.16). Não há quem possa desenvolver tal conduta sem que o Espírito Santo o transforme (Gl 5.16).

SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO

Um dos fatores imprescindíveis para um efetivo processo de ensino-aprendizagem é transmitir o conhecimento não apenas na teoria, mas também de forma prática. Assim o Mestre ensinava a Palavra, acompanhada de atitudes. Pergunte aos alunos se eles o enxergam como um exemplo de humildade, mansidão e longanimidade. Faça essa reflexão para concluir a aula na classe. Afirme que, evidentemente, até ao dia de nossa partida para a Eternidade necessitaremos melhorar. E esse é um dos propósitos de nos reunirmos na Escola Dominical. Que juntos possamos nos acolher e aprimorarmo-nos mutuamente, sem um ambiente de competições ou julgamentos.

II. PARA HAVER UNIDADE É PRECISO MANSIDÃO

A virtude da mansidão produz crentes capacitados a bem gerir os conflitos, promovendo paz e conciliação na igreja local.

1. Mansidão. Um fruto do Espírito. A palavra “mansidão” transmite o conceito de “ternura”, “gentileza”, “cortesia” e “paciência” (1ª Co 4.21; 2ª Co 10.1; 2ª Tm 2.25). Essa qualidade é listada nas Escrituras como um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5.22). A mansidão é um estado que deriva da humildade. O termo indica moderação nas ações, bom trato para com o semelhante e ausência de precipitação. A expressão retrata o caráter de Cristo conforme o Senhor mesmo disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).

2. Grandes exemplos de mansidão. Moisés e Jesus Cristo. Moisés foi reconhecido como o homem mais manso que havia sobre a terra (Nm 12.3). Essa reputação se deu em virtude de o legislador, entre outros aspectos, não revidar nem guardar rancor quando foi atacado pessoalmente (Nm 12.1-2). Nessa mesma perspectiva, Jesus Cristo manteve o autocontrole enquanto era injustamente caluniado (Mt 12.14-21). E, durante seu julgamento, não pronunciou qualquer palavra contra seus acusadores (Mc 15.4,5). Assim, temos o exemplo da mansidão diante das mais difíceis circunstâncias.

3. A verdadeira mansidão. Pessoas com essa virtude são disciplinadas e capacitadas a perseverar na perseguição (Rm 12.12-14), não revidam os maus-tratos sofridos, não se apressam a emitir juízo (Rm 12.17-19), não cedem às provocações nem dão espaço para ressentimentos (Hb 12.15). Essa virtude não significa fraqueza ou inferioridade; pelo contrário, indica o mais seguro controle emocional. Assim, mansidão trata da submissão do homem para com Deus e sua Palavra (Tg 1.21). É a presença do Espírito Santo propiciando suavidade e domínio próprio (Rm 8.10).

4. Mansidão pressupõe conciliação. O comportamento conciliador é a demonstração prática da conduta de quem possui mansidão por meio de uma postura equilibrada diante de circunstâncias adversas (1ª Pe 2.23). Ele transmite a ideia de pacificação, um meio harmonioso de administrar os conflitos (2ª Co 2.10). Se todos os crentes de cada igreja desenvolvessem a virtude da mansidão o espírito conflituoso desapareceria. Em lugar de sentimento faccioso, eles apresentariam um espírito manso e conciliador (1ª Co 1.10).

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
É importante observar nas Sagradas Escrituras exemplos de homens e mulheres de Deus com personalidades e temperamentos distintos, contudo, com a submissão ao Senhor como um fator comum entre eles. Assim, conscientize os alunos que, da mesma maneira, há hoje na igreja pessoas mais sanguíneas, outras mais fleumáticas, coléricas ou melancólicas. Mas todas elas têm o compromisso comum de crucificarem a carne e andarem no Espírito. Portanto, ainda que para alguns a mansidão pareça um desafio maior que para outros, todos temos de buscar incessantemente esta virtude produzida pelo Espírito Santo naqueles que o recebem. Vejamos os exemplos:

A Mansidão de Jesus.
“E. Stanley Jones descreve este aspecto do ministério de Jesus nos termos de ‘o terrível manso’, que tem grande poder e determinação e serviço compassivo. Os mansos são terríveis porque não podem ser comprados ou vendidos; seu serviço aos outros dura mais que o tirano valentão”. Para saber mais leia Comentário Bíblico Pentecostal NT, CPAD, p. 38.

III. PARA HAVER UNIDADE É PRECISO LONGANIMIDADE PARA O EXERCÍCIO DO PERDÃO

A virtude da longanimidade capacita o crente a ser tolerante com os erros alheios, e assim liberar o perdão aos ofensores.

1. Longanimidade: um fruto do Espírito. Longanimidade tem o sentido de ”paciência”, “tolerância” e “constância” (1ª Pe 3.20; 2ª Pe 3.9; Cl 3.12,13). É mais um dos aspectos do fruto do Espírito desenvolvido no crente (Gl 5.22). Em termos gerais essa virtude significa tolerar pacientemente a má conduta dos outros (1ª Co 6.1-6), tanto que a Bíblia nos ensina a ser “pacientes na tribulação” (Rm 12.12). Assim, suportar os erros dos outros e as adversidades da vida são o lado prático da paciência, pois o próprio Deus é descrito como “longânimo” e “tardio em irar-se” (Sl 86.15; Na 1.3). Contudo, o exercício da paciência requer a virtude do amor, que é o princípio basilar de todas as ações do crente salvo por Cristo (1ª Co 13.1-7).

2. Suportando uns aos outros. Durante a nossa jornada cristã nos depararemos com múltiplas situações de hostilidade (At 14.22). São nesses momentos conflituosos na igreja que devemos “suportar uns aos outros em amor” (4.2). A expressão indica que, infelizmente, teremos de enfrentar excessos cometidos em nosso meio, como as provocações alheias e atitudes carnais. Estas são comparadas a um “fardo” que devemos suportar por meio da prática do amor.

3. O perdão como premissa do amor. O amor é um atributo divino (1ª Jo 4.8), o principal aspecto do fruto do Espírito (Gl 5.22). É uma virtude altruísta que nos conduz a tratar aos outros como gostaríamos de ser tratados (Mt 7.12). Desse modo, a tolerância entre irmãos em Cristo deve ser mútua, isto é, amando “ardentemente uns aos outros, com um coração puro” (1ª Pe 1.22), perdoando e sendo perdoado. Quando esse estilo de vida é adotado pelos crentes, acabam-se as disputas na igreja.

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

Neste tópico podemos refletir que muito melhor é o homem paciente que o guerreiro, mais vale controlar as emoções e os ímpetos do que conquistar toda uma cidade (cf. Pv 16.32). Sábio é o homem que consegue controlar seu gênio, e sua grandeza está em ser generoso e perdoador com quem o ofende (cf. Pv. 19.11). É o que se amplia no seguinte texto: “O autocontrole é superior à conquista. O sucesso nos negócios, nos estudos, ministério e na vida familiar pode ser arruinado por uma pessoa que perde o controle de seu temperamento. Assim sendo, o autocontrole é uma grande vitória pessoal. Quando sentir que está prestes a explodir, lembre-se que o descontrole pode ocasionar a perda daquilo que você mais deseja” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 1995, pp. 853, 854).

CONCLUSÃO
Vimos o convite de Paulo aos crentes para um viver digno de uma perfeita unidade. Para garanti-la, mostramos que algumas virtudes são essenciais: a humildade, que fortalece a unidade; a mansidão, que gere os conflitos; a longanimidade, que suporta os erros alheios. Quando os crentes vivem essas virtudes, as dissensões desaparecem e o nome de Jesus Cristo é glorificado (Mt 5.16; 1ª Co 1.10).

quarta-feira, 10 de junho de 2020

AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO



A Bíblia nos ensina que Jesus nasceu em Belém da Judeia (Mt 2.1), e foi criado em Nazaré (Lc 4.16). Ensina também que Cristo já existia eternamente, antes do seu nascimento físico.

A divindade de Cristo é comprovada pelos nomes divinos a Ele aplicado, conforme conta na Bíblia Sagrada.

Em poucas palavras podemos de forma resumida apresenta algumas respostas fidedignas sobre o Jesus da Bíblia Sagrada. As Escrituras nos dizem de forma clara e verdadeira quem de fato é Jesus.

I. A DOUTRINA DA PESSOA DE JESUS CRISTO

A doutrina cristológica é crucial para a fé cristã. É básica para a soteriologia, pois, se nosso Senhor não era quem afirmava ser, então, seu sacrifício foi deficiente, não sendo suficiente para pagar pelos pecados da humanidade.

Quando o Senhor Jesus encarnado veio realizar a obra de redenção da humanidade, Deus tornou-se o Filho do homem, aparecendo-se e realizando a obra entre os homens. Ele não apenas abriu a Era da Graça, mas iniciou uma obra nova era na qual Deus veio pessoalmente ao mundo humano para viver entre os homens. Com grande adoração, o homem chamou o Senhor Jesus de Cristo, o Filho de Deus. Sim! Naquele tempo, o Espírito Santo também testemunhou que o Senhor Jesus é o Filho amado de Deus, e o Senhor Jesus chamou Deus de Pai celestial. Assim sendo, o homem acreditou que o Senhor Jesus era o Filho de Deus.

II. A NATUREZA HUMANA

1. A humanidade de Cristo. As Sagradas Escrituras apresentam o Cristo encarnado, possuindo duas naturezas: A Humana e a Divina. A humanidade de CRISTO é demonstra- da pela Sua ascendência humana (Gl 4.4; Rm 1.3); por seu crescimento e desenvolvimento naturais (Lc 2.40,46,52); por sua aparência pessoal (Jo 4.9); por sua natureza completa (Mt 26.12,38; Lc 23.36); pelas suas limitações humanas sem pecado (Jo 4.6; Mt 8.24; 21,18); pelos nomes humanos que lhe foram dados, por Ele mesmo ou por outros (Mt 1:21; Lc 19.10; At 2.22; Mt 21.11;6.3; lª Tm 2.5); pelo relacionamento que Ele mantinha com o Pai (Mc 15.34; Jo 20.17).

Cristo Jesus teve que se tornar um homem verdadeiro para expiar os pecados dos homens; e esta questão da humanidade de Cristo não é simplesmente acadêmica, mas sim uma realidade bíblica.

2. Ele teve nascimento humano. A Bíblia nos diz que Ele nasceu de uma mulher (Gl 4.4). Este fato é confirmado pelas narrativas do nascimento virgem em Mt 1.18-25; Lc 1.26-38; 2.1-20.

3. Ele teve desenvolvimento humano. Cristo Jesus teve o desenvolvimento normal dos seres humanos. O doutor Lucas diz que: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). O desenvolvimento físico e mental de Jesus Cristo deve ser explicado como sendo resultado das leis comuns do crescimento humano. Seu desenvolvimento mental não pode ser atribuído ao estudo nas escolas rabínicas (Jo 7.15), mas deve ser atribuída à sua educação, em um lar temente a Deus, sua regularidade na sinagoga (Lc 4.16), suas visitas ao templo (Lc 2.41-46).

4. Ele tinha os elementos essenciais da natureza humana. O Senhor Jesus Cristo tinha um corpo humano: “Corpo me formaste” (Hb 10.5); “derramando ela este perfume sobre o meu corpo” (Mt 26.12). Mesmo depois da sua ressurreição, Ele disse: “Apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Ele tinha alma: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26.38); “Agora está angustiada a minha alma” (Jo 12.27). E Ele tinha espírito: “Jesus, conhecendo logo em seu espírito” (Mc 2.8); “Ele suspirou profundamente em seu espírito” (Mc 8.12); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46).

5. Ele teve as fraquezas não pecaminosas da natureza humana. Pelas suas limitações humanas, sem pecado, evidentemente, Ele ficou fisicamente cansado (Jo 4.6); sentiu fome (Mt 4.2; 21.18); teve sede (Jo 19.28); dormiu (Mt 8.24); foi tentado (Mt 4.1-11; Hb 4.15); morreu (Mc 15.37).

6. Um homem de carne e sangue. Mateus 16.13-16 “E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? 14 - E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. 15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 - E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”

Jesus um homem normal, de carne e sangue, da descendência de Davi (Rm 1.3). Um homem insignificante e sem aparência (Is 53, 2). Até os discípulos não sabiam quem ele era. Eles ainda não tinham reconhecido, que Jesus já tinha tomado a Sua cruz todo o dia, durante 30 anos, e com isso vencido todo o pecado, no qual havia sido tentado (Hb 4.15 e Ap 3.21).

Enquanto estava oculto para os outros, Pedro recebeu uma revelação do céu. Ele viu que esse homem era o filho do Deus vivo, Cristo, o messias prometido. Jesus chamou Pedro, bem-aventurado. Todos aqueles, a quem Jesus é revelado, se tornam incrivelmente felizes.

II. A NATUREZA DIVINA DE CRISTO

As provas da natureza divina de Cristo são tão abundantes que todos os que aceitam a Bíblia como a infalível Palavra de Deus, não têm qualquer dúvida sobre este assunto. Vejamos, portanto, as várias provas bíblicas da natureza divina de Cristo:

1. A Encarnação do Verbo tornou-se o “principal pilar da fé cristã”. Afinal para crer e aceitar esse mistério só por meio da fé, (Papel principal da Doutrina de Cristo), provocar a fé veja: João disse: “Deus enviou seu Filho Unigênito para todo aquele que nele crer não pereça mais tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Jesus mesmo afirmou várias vezes o fator crer nele: “Quem crer em mim como diz as escrituras do seu interior correrão rios d’águas vivas” (Jo 7.38), O fator crer era a chave para se achegar a Deus (Jo 14.1), ou seja, a fé que significa confiança crença, acreditar ou simplesmente crer! Era enfatizado, como alicerce, raiz, base e estrutura sólida (Hb 11.1). Sem ela é totalmente impossível agradar a Deus (v. 6). O justo vive por meio da fé (Rm 1.17). Ela vem-nos por meio da pregação da palavra (Rm 10.17). A Palavra é o Próprio Cristo! Então é d’Ele que vem a nossa base de fé! Graças a Deus!

O mistério da encarnação de Cristo, pôs em movimento o “Plano da Salvação” arquitetado antes da fundação do mundo (Ef 1.1-6). Partindo da premissa que afirma ser Deus Onisciente, sabedor de tudo, passado, presente e futuro, sem precisar de subterfúgios ou meios de previsões! É notório que Ele sabia que o homem cairia, todavia Ele não impediu a queda, por que o homem precisava ser provado! Note Deus queria criaturas capazes de servi-lo, por amor! Enquanto Satanás regozijava com a queda do homem, Deus vê nela “A queda” tudo o que queria para nos provar seu amor e com isto dá uma lição a Satanás sem precisar mover um dedo, apenas um homem, um homem/ou mulher que estivesse disposto a aceitar o desfia da fé! Gloria a Deus!

O Mistério da encarnação nos revela o plano da salvação! Este acontecimento é o fato fundamental da fé Cristã, pois a encarnação do verbo reflete a união da natureza Divina com a Humana. Esse mistério revelado é o acontecimento mais mirabolante e envolvente do Cristianismo! Jesus encarnando nascendo da virgem como foi predito! Amem!

2. Na divindade. Se Cristo não era preexistente, então, não poderia ser Deus. “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.” (Fl 2.6). Antes de ser gerado pelo Espírito Santo no ventre de sua mãe, Jesus já preexistia sendo parte da Trindade Divina.

3. Na oração de Jesus. João 17.3-5, 24E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. 4 - Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. 5 - E agora, glorificam-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo”. V. 24b “... porque me amaste antes da função do mundo.”

Em João 17, Jesus Cristo não está falando com seus discípulos; ele fala diretamente com seu Pai. É um momento intimo da Trindade. A hora da morte e ressurreição de Jesus Cristo está próxima. Isso está claro: “Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado” (Jo 12.23), “Jesus sabia que havia chegado sua hora de deixar este mundo e voltar para o Pai” (Jo 13.1), “Jesus disse: Chegou hora de o Filho do Homem ser glorificado e, por causa dele, Deus será glorificado” (Jo 13.31). Para essa hora Jesus Cristo, Deus todo-poderoso, havia nascido e crescido entre os homens. É uma hora de dor, de solidão, de angustia – mas de muita glória.

Na oração sacerdotal de Jesus, Ele revela que não usurpou a glória de ser igual ao Pai (Hb 1.3). Este era o modelo de unidade que Jesus estava pedindo ao Pai (Jo 10.30; Jo 14.8-9). Aqui Ele revela que era coexistente com o Pai. Neste modelo de unidade eles compartilham o que era deles com o outro.

3.1. A glória que eu tinha contigo antes do mundo era (v. 5). Ele agora declara que não deseja nada que não lhe pertença estritamente, mas apenas que ele possa aparecer na carne, como era antes da criação do mundo; ou, para falar com mais clareza, que a Divina Majestade, que ele sempre possuía, possa agora ser ilustrada na pessoa do Mediador e na carne humana com a qual ele estava vestido. Esta é uma passagem notável, que nos ensina que Cristo não é um Deus que foi recentemente inventado, ou que existe apenas por um tempo; pois se sua glória era eterna, ele também sempre foi. Além disso, uma distinção manifesta entre a pessoa de Cristo e a pessoa do sim é aqui expressa; a partir do qual inferimos que ele não é apenas o Deus eterno, mas também que ele é a eterna Palavra de Deus, gerada pelos mais anteriores a todas as eras.

3.2. No céu, concedendo-me uma participação da mesma honra que o Pai tem. Ele tinha acabado de dizer que havia glorificado a Deus na terra, agora ora para que Deus o glorifique no céu.

A glória que eu tive – Ele não diz que recebeu – Ele sempre a teve, até que se esvaziou dela nos dias de sua carne.

Esta benção era resultado do testemunho a respeito do Nome do Pai manifestado por Cristo na terra.

4. As evidências da preexistência de Cristo.
4.1. Sua origem celestial. Jesus declara que desceu do céu, ou seja, Ele já existia antes de Seu nascimento. Jo 3.13, 31 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. 31 - Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.”

Neste texto, Jesus está demonstrando o Seu conhecimento superior acerca das coisas celestiais. Ele está declarando que ninguém subiu ao céu para trazer de volta a mensagem que ele trouxe. Ele desceu dos céus, com o objetivo de ensinar as boas novas do evangelho da salvação.

Nosso Senhor Jesus Cristo está falando sobre Si próprio. Ele veio do alto (v. 31a), isto é, o Deus Filho encarnou-Se, assumindo a forma humana. Ao contrário dos meramente humanos, cujo conhecimento é restrito às limitações da mente e da linguagem humanas (v. 31b), Cristo falava das coisas divinas (v. 32) e com uma linguagem divina (v. 34). Nenhum homem, portanto, pode falar de coisas celestiais com tanta autoridade quanto Jesus. Falar dessas coisas requer o seu conhecimento íntimo e que tenham sido vistas e experimentadas como só Jesus tem feito. Já que ninguém mais tem subido ao céu e voltado, então ninguém está qualificado para falar dessas coisas – apenas Aquele que desceu do céu. Jesus estava dizendo que somente Ele tinha visto o Pai, e só Ele realmente podia declarar a Deus e fazê-lO conhecido (Jo 1.18).

4.2. Jesus explica lhes dizendo ser Ele o verdadeiro pão do céu. As afirmações de Jesus são claras e que devemos aceitar o ensino bíblico que Ele viveu no céu antes da criação do mundo. No evangelho segundo João Jesus diz: Jo 6.38, 51, 58, 62“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 51 - Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 58 - Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre. 62 - Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?”

A palavra “verdadeiro” tem um significado especial, pois Jesus estava se referindo ao que é eterno em oposição ao que é apenas uma sombra ou um tipo.

O pão que Deus proveu por meio de Moisés (Êx 16; Nm 11) não era falso; era pão de verdade, mas apenas material. Esse pão antecipou o sustento perfeito e eterno que Deus iria prover ao mandar o Seu Filho, em quem há vida eterna (17.3).

Ele sim era que era o pão verdadeiro que desce do céu. Ele é o pão espiritual para a vida eterna.

4.3. Ele afirma claramente que existia no céu antes da sua vinda a esta terra. Jesus declara que foi enviado, que desceu, isto implica em existência anterior à Sua vinda: “Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.” (Jo 8.42).

Possuindo o conhecimento de Sua autoridade, Sua origem divina e Sua volta certa ao Pai, Jesus não fugiu à humilde tarefa. Este é o caráter do espírito da Encarnação. “Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus.” (Jo 13.3).

“Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (Jo 16.28).

Eu saí do Pai. Com quem eu existia desde a eternidade em glória. Eu vim ao mundo – Pela minha encarnação. Eu deixo o mundo – Pela minha morte.

E vá para o Pai. Pela minha ascensão. Essas quatro palavras contêm toda a base do evangelho da salvação do homem e um resumo consumado da fé cristã. Isso deu aos discípulos uma chave para todo o discurso de nosso Senhor; e especialmente àquela parte, João 16.16-18.

“Saí do Pai, e vim ao mundo...”. Jesus foi comissionado pelo Pai e veio ao mundo para revelar sua vontade à humanidade; assim, tendo terminado todo esse trabalho, “agora deixo o mundo e volto ao Pai, de quem vim. ” (Jo 16.28)

5. Sua obra na criação. Cristo estava envolvido na obra da criação, sendo anterior a ela: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo 1.3).

O evangelho de João nos mostra muitos aspetos da divindade de Cristo. Ele inicia explicando que tudo se origina em Deus. O apóstolo Paulo também se dirigiu aos atenienses neste mesmo tom: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos. (At 17. 28a). Isto significa que à parte de Cristo não vivemos, e nossa existência se resume-se em apenas um vazio continuo. A alegria que sentimos é passageira e no final ainda resulta em frustração e desespero.

Pois por ele foram criadas todas as coisas. Cl 1.16 “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.”

Quatro coisas aqui são afirmadas:

Que Jesus Cristo é o Criador do universo; de todas as coisas visíveis e invisíveis; de todas as coisas que tiveram um começo, se elas existem no tempo ou na eternidade.
·         Que tudo o que foi criado foi criado para si; que ele era o único fim de seu próprio trabalho.
·         Que ele era anterior a toda criação, a todos os seres, seja no mundo visível ou invisível.
·         Que ele é o preservador e governador de todas as coisas; pois por ele todas as coisas consistem.

Agora, permitindo que São Paulo tenha entendido os termos que ele usou, ele deve ter considerado que Jesus Cristo é o Criador de todas as coisas, portanto, o Criador deve ser, de acordo com a construção clara das palavras do apóstolo, verdadeira e corretamente Deus. “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hb 1.2).

6. Seu relacionamento com Deus. A Bíblia afirma que Jesus tem a mesma natureza de Deus e que possuiu a mesma glória do Pai antes de o mundo existir.

A. Natureza. “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.30). “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.” (Fl 2.6).

B. Glória. Cristo afirma que já existia em glória antes da fundação do mundo. “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.” (Jo 17.5,24).

7. Seu relacionamento com João Batista. João Batista reconhece a existência de Jesus antes de ele vir a existir, mesmo tendo ele nascido antes do Jesus encarnado.
Jo 1.15,30 “João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. 30 - Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.”

Pr. Elias Ribas
Ass. de Deus Blumenau SC

sexta-feira, 5 de junho de 2020

A ORAÇÃO DE PAULO PELOS EFÉSIOS


Efésios 3.14-21. “Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 15 - do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, 16 - para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; 17 - para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, 18 - poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade 19 - e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. 20 - Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, 21 - a essa glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”

INTRODUÇÃO
Ter o nosso “homem interior fortalecido” “fortalecido com poder” pelo Espírito é ter nossos sentimentos, pensamento e propósito colocados cada vez mais sob sua influência e orientação, de tal maneira que o Espírito possa manifestar seu poder através de nós, em medida cada vez maior.

O propósito desse fortalecimento pelo espírito é quádruplo:

(1) que Cristo estabeleça a sua presença em nossos corações (vs. 16 e 17; Rm 8.9 e 10).

(2) Que sejamos fundamentados em amor sincero a Deus a Cristo e ao próximo.

(3) Que compreendamos e experimentemos em nossa vida o amor de Cristo (vs. 18 e 19).

(4) que sejamos cheios de toda a plenitude, de Deus (v. 19).

Isto é que a presença de Deus nos encha de tal modo que reflitamos e manifestemos desde o íntimo de nosso ser, o caráter e a estatura do Senhor Jesus Cristo, 4.13,15, 22-24.

I. A FORMA IDEAL PARA A ORAÇÃO

1. A razão da oração (v. 14). Não devemos nos apresentar diante de Deus para orar sem objetivos definidos. Precisamos saber sobre o que vamos orar. Nesta oração Paulo da certeza de ter descoberto a força moral e espiritual para estar na presença de Deus em oração. Ele ora porque se extasia diante das revelações dos “mistérios espirituais” guardados na eternidade e só revelados agora. Não se tratava de uma mera oração de petição, era uma oração de participação nos segredos de Deus.

2. A postura na oração (v. 14).
Nem sempre os judeus ficavam de joelhos para orar, pois a postura usual deles era de pé. As muitas religiões pagãs usam a posturas “de joelhos”, por isso, os judeus procuravam ser diferentes. O que importa na oração, não é a postura física, mas a atitude do coração de quem ora. Pôr-se de joelho para orar pode indicar submissão e humildade perante o senhor. Não há uma postura determinada na Bíblia para orar, mas encontramos várias posturas distintas, dentre as quais, o dobrar os joelhos. Não se dogmatizou biblicamente uma ou mais posturas físicas para orar. Naturalmente, a melhor postura é aquela que vem de dentro dos nossos corações. Jesus deu o exemplo em oração, mas orou em Pé, de joelhos, e até sentado certamente (Mc 11.25; Lc 18.11 e 13; Mt 26.39). Orar de joelho era uma forma comum (Sl 95.6; 1ª Rs 8.54; At 7.60; 9.40; 20.36; Lc 22.41).

3. O endereço certo da oração (v. 14).
Há uma inter-relação entre as três pessoas da Trindade. Por isso, quando oramos a Deus nos dirigimos ao Pai, em nome de Jesus e o Espírito santo confirma no íntimo do crente as orações feitas. Ao estudarmos sobre a segurança do Novo Pacto, temos em vista o “símbolo” apresentado – a Ceia do Senhor – comumente chamada Santa Ceia. Porque o Senhor Jesus ao encerrar seus dias na terra e completar a sua obra, deixou duas ordens sagradas para sua Igreja. Uma ordenada em nome da Trindade – o batismo (Mt 28.19). E outra em sua memória (Mt 26.26 - 30). A Ceia do Senhor, em seu próprio nome. Nenhum outro ato deve ser feito em nome da Trindade, e os que assim fazem não encontrarão apoio na Bíblia. Convém notar. Que há somente duas ordens sacras, que os teólogos classificam como sacramentos. Nem mesmo a oração; não deve ser feita em nome da Trindade. Vejamos; mas em nome de Jesus: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7); “E tudo o que pedirdes em meu nome eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14. 13), a oração em nome de Jesus abrange pelo menos duas coisas.

(1) Orar em harmonia com sua pessoa, caráter e vontade.

(2) Orar com fé em Cristo, na sua autoridade e com o fim de glorificar tanto o Pai como o Filho (At 3.16).

Orar realmente em nome de Jesus equivale a dizer que Ele ouvirá a qualquer oração como Ele mesmo oraria. Não há limite para o poder da oração quando ela é dirigida ao Pai, em nome do Senhor Jesus (Mt 17.20). “Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei” (Jo 13.14). Ele é o Pai amoroso que ouve as nossas orações como a filhos. Nosso espaço tanto na mente como no papel é mui aquém para falarmos ou comentarmos sobre todo o conteúdo deste maravilhoso estudo; “oração em nome da Trindade, ou no nome de Jesus!!

4. A relação paterna – familiar entre Deus e a Igreja (v. 15).

Uma das grandes bênçãos alcançadas pelos crentes o de fazer parte da grande família de Deus. O texto diz, do qual toda a família nos céus e na terra, “toma o nome”, indicando que a família de Deus inclui anjos, e homens, especialmente, os que participam da vida em família. Naturalmente, os anjos que se rebelaram contra o criador e todos os seres humanos não redimidos não fazem parte da família e Deus. Porém, na terra, a Igreja constituída dos filhos de Deus, os quais tornaram filhos por adoção em Cristo Jesus (Jo 1.12).

II. A VIDA DE PLENITUDE PELA ORAÇÃO

A palavra “plenitude” na linguagem bíblica tem uma importância extraordinária, porque se refere a tudo que é completo, total, absoluto, cabal. A plenitude de Deus se manifesta dentro deste texto de modo especial (v. 16) porque a Trindade divina participa dela. Por isso, todos queremos ser cheios de Deus, do seu conhecimento e do seu poder.

1. A fonte da plenitude (v. 16).
Paulo aponta a Deus Pai, Senhor e originador de todas as riquezas como a fonte de toda a plenitude (Ef 1.7,18). A epístola contém várias vezes a expressão “riquezas”, para indicar que as coisas de Deus não têm limites, e não tem medidas, mas são abundantes e infindáveis. Noutras epístolas do mesmo escrito aparecem a mesma expressão (Rm 2.4; 9.23; Fl 4.19; Cl 1. 27; 2.2; 1ª Tm 6.17). Ora Deus é pleno de gloria, poder, de autoridade, de majestade, pois Ele é o Pai da glória (Ef 1.7). Todas as glórias lhe pertencem e só Ele pode compartilhar sua glória com suas criaturas.

2. A riqueza do seu poder, pelo Espírito (v. 16).
Outras versões da Bíblia fortalecem ainda mais o significado deste versículo ao usarem as palavras “robustecidos” e “fortalecidos”, “fortalecidos” no lugar de “corroborados. Paulo sabia que a pratica da oração é sempre é muito difícil. É uma atividade da vida cristã que enfrenta mais obstáculos. Por isso, o crente precisa do poder do Espírito para orar e enfrentar o mundo. Paulo sabia das dificuldades de se viver uma vida cristã vitoriosa e, para tanto, ele orou para que os efésios fossem corroborados com poder. Não era uma oração pedindo que o espírito viesse para as suas vidas, porque o Espírito vive na vida intima do crente, mas sim, que os tornasse aptos para enfrentar a oposição dos poderes do mal. Esse poder não vem de nós mesmos, mas de Deus (Ef 2.8 e 9).

3. A riqueza da habitação de Cristo no coração (v. 17).
Não se trata aqui, de Cristo entrar e habitar novamente no coração do crente, como se Ele fosse um estranho. É antes de tudo, a capacitação do crente por Deus, para sentir e experimentar a presença desse Cristo dentro da sua vida, fazendo fluir essa experiência, para fora, como testemunho vibrante. Note isto, que é “pela fé” e não pelos sentimentos que se sente a presença de Cristo dentro de nós. A fé torna-se aqui a chave para a experiência maravilhosa com Cristo dentro de nós. Sua presença fluí para fora em alegria de viver, em prazer de servi-lo.

4. A riqueza de ser arraigado e fundado em amor (v. 17).
As palavras “arraigados” e “fundados” podem ter sugerido na mente do apóstolo, duas lembranças; a videira e o templo. “Arraigar” relembra uma planta e suas raízes que lhe dão suporte, Jesus utilizou a videira para ser figura da Igreja (Jo 15.1- 5). Ser arraigado como cristão é ser aprofundado em Cristo, que, neste caso é o solo no qual estamos plantados. O amor é a manifestação frutífera dessa arvore. O termo “fundado” lembra uma construção e o seu fundamento. Para os judeus a construção mais suntuosa era o templo em Jerusalém. A Igreja é o grande edifício de Deus na terra; nós, os salvos como templo espiritual de Deus, estamos construídos e fundado em Cristo. É o mesmo que alicerçados. Nossa vida cristã estará segura se estiver fundada e alicerçada em Cristo.

III. UMA COMPREENSÃO PERFEITA PELA ORAÇÃO

1. “Para poderdes perfeitamente compreende” (v. 18).
Estas palavras fazem parte do conteúdo da oração de Paulo, Nos vvs. 16 e 17, ele ora por poder interior na vida dos crentes; agora, nos vvs. 18 e 19, ele ora para que os crentes compreendam a importância da presença de Cristo em suas vidas. A ideia centrar desse último pedido é que, pelo Espírito, eles possam ter um pleno entendimento da verdade e conhecê-la por experiência pessoal. Por isso, ora para que “eles sejam arraigados e fundados” no conhecimento de Cristo. Essa compreensão não é concedida por mérito pessoal de ninguém, mas é possível a todo o Crente que ama o Senhor Jesus.

2. As dimensões, do amor de Cristo (v. 18).
O conhecimento dessas dimensões é dado “a todos os santos”; não a elementos isolados no contexto da Igreja, porque envolve todo o corpo de Cristo na terra. Os termos específicos do v. 18, falam da abrangência desse amor, em largura, comprimento, altura e profundidade. Quem poderá medir o amor de Cristo? Não há como nem imaginar essas dimensões. Quem poderá penetrar na profundidade do amor de Cristo, o qual sendo Deus, fez-se homem e humilhou-se até morte, e a morte de cruz para expiar nossos pecados e prover nossa comunhão com o Pai.

3. Cheios de toda plenitude Deus (v. 19).
Plenitude é uma palavra característica de Efésios. Outros termos encontrados na epístola como: “buscar” “conhecer”, “corroborar”, “compreende”, “entender”, reforçam o ensino paulino de que precisamos ser cheios de Deus. Mesmo estando cheios da plenitude de Deus, Paulo deixou claro que devemos continuar a nos encher do Espírito, e a Igreja, embora seja a plenitude de Cristo, ainda deve crescer n’Ele, até atingir a sua plenitude. Portanto é um tipo de plenitude em que estamos completos em Cristo, mas que podemos crescer na própria plenitude.

CONCLUINDO
Podemos dizer, que os vvs. 20 e 21 envolvem a parte conclusiva da oração de Paulo. Na verdade, Paulo reconhece a soberania de Deus e lhe oferece o seu preito de gratidão. Diariamente somos confrontados com inimigos espirituais e precisamos renovar nossa plenitude em Cristo. Conhecer o amor de Cristo que excede a todo o entendimento é uma meta que todo o crente deve buscar alcançar.