TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 27 de julho de 2010

DAVI UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS


I. DAVI UM JOVEM UNGIDO REI

Davi foi um exemplo no heroísmo e na confiança em Deus Jeová. E por isso Deus lhe deu grandes vitórias e um nome entre os heróis.

Davi foi pastor, músico, poeta, soldado, estadista, profeta e rei. Ele se destaca nas Escrituras com muita proeminência, pois trata-se de um lutador intrépido no campo de batalha (1º Sm 17.45).

1. Davi, o menor na casa de Jessé.
Davi era o caçula dentre oito irmãos (1º Sm 16.10). Ao escolher Davi, entre seus irmãos, vimos claramente que a visão de Deus é diferente da nossa. Ele não vê como o homem vê. Sem dúvida, o coração de Davi possuía características necessárias para ser um homem segundo Seu coração de Deus. Portanto, Deus usou a capacidade espiritual de Davi aperfeiçoando-o para que pudesse ocupar o trono de Israel. As muitas experiências vividas, deram a Davi a valentia necessária para tomar um poderoso rei, destruindo os inimigos do povo de Deus.

2. Davi um escolhido de Deus.
Samuel, o sacerdote, estava penalizado por Saul, pois sabia que Deus já não era mais com ele. E não tardou muito, Samuel fora enviado por Deus à casa de Jessé, a fim de ungir um dos seus filhos para ser o futuro rei de Israel (1º Sm 16.1). Ali Deus rejeitou os sete irmãos mais velhos de Davi (1º Sm 16.7). Por fim, foram buscar no campo, que ao chegar, Samuel ouviu Deus dizer: “Unge-o, porque foi escolhido para cumprir os propósitos divinos” (At 13.22).

A escolha de Davi coube ao Senhor, ninguém se lembrava dele, pois, estava no campo, era o mais novo, considerado o mais fraco, em fim, Jessé não imaginava tal coisa. Nem o próprio Davi imaginava tal coisa.

3. Davi um Jovem provado.
Davi foi provado, primeiro por Saul, que desanimou ao extremo (1º Sm 17.33). Segundo, pelo próprio Golias, de um modo terrível, para desanimar (1º Sm 17.42). Mas Davi combateu pela fé e venceu em nome do Senhor (1ª Co 9.36; 1º Sm 17.32). Davi sempre viu perto à ação do Senhor contra seus adversários (2º Sm 15.19).

4. Davi um ungido do Senhor.
Quando lemos o Salmo 89: “Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi”. Quem era Davi para conseguir tantas vitórias? Apenas um ungido do Senhor e sobre quem repousava o Espírito de Deus (1º Sm 16.13).

Deus ungiu Davi, isto é separou-o para um trabalho especial, dotou-o das qualidades necessárias e encheu-o do Espírito Santo e de poder para que ele tivesse condições de conquistar vitórias sem precedentes para o povo de Israel.

Davi tinha compromisso com o Senhor, assim como o Senhor tinha compromisso com ele, por isso a expressão: “...e o Senhor ajudava a Davi por onde que ia” (2º Sm 8.14). Davi confiava inteiramente no Senhor para lhe dar vitória (Sl 20.6), enquanto outros confiavam em carros e cavalos (Sl 20.7).

II. AS VIRTUDES DE DAVI

Mesmo antes de derrotar Golias, Davi era um jovem talentoso e temente a Deus (1º Sm 16.18), já era possuidor de virtudes, habilidades e qualidades que lhe permitiriam conduzir prudentemente na corte real. Quando os servos de Saul solicitaram um músico para tocar para o rei em suas crises espirituais, um deles demonstrou conhecer a pessoa ideal:

“Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o SENHOR é com ele” (1º Sm 16.18).

1. Sabe tocar bem.
Saul estando atormentado pede aos seus servos que procure alguém que saiba tocar bem. Creio que Deus abriu os olhos espirituais daquele servo do rei, para que ele percebesse em Davi as muitas virtudes que possuía, e tomado de uma determinação convincente indicou o homem de Deus relatando ao rei todas as suas virtudes.

Davi sabia tocar magistralmente. Era exímio músico e poeta, e isto muito contribuía para ele ser um homem espiritual, metódico, organizado e sensível às questões divinas. É altamente importante para a Igreja de Deus e para vida cristã de cada um a verdadeira música evangélica, a “música de Deus” (1º Cr 16.41-42); música inspirada pelo Senhor e bem executada (Sl 33.3); música espiritual que edifica a igreja (Cl 3.16).

Podemos deduzir que Davi era um homem profundamente dedicado à música, se destacando como um exímio tocador de harpa, e que nesta primeira virtude de Davi, observamos três características fundamentais no seu ministério do louvor.

a) Conhecimento.
b) Organização.
c) Dedicação. Isto era transparente aos olhos daqueles que o conheciam, como foi o caso do servo do rei Saul ao iniciar descrevendo as virtudes de Davi “sabe tocar bem” (1º Sm. 16.17).

2. Forte.
Os livros de 1 e 2 Samuel 1 Crônicas e Salmos, registram os feitos corajosos, resolutos, decisivos e vitoriosos de Davi. Neles vemos um homem de fé, oração, justo, temente a Deus e perseverante, como no caso registrado em 1º Crônicas 14.8-17.

Davi não tinha uma estatura elevada e certamente não chamava a atenção pela sua altura, mas era um jovem detentor de uma força física muito grande, ao ponto de ter lutado com um leão e um urso, tomando da boca das feras um cordeiro de seu rebanho, e quando as feras se voltaram contra Davi, ele as feriu e matou, tanto o leão como o urso (1º Sm. 17.34, 36). Isto nos prova que quando Deus está conosco, podemos todas as coisas, pois é Ele que nos fortalece, (Fl. 4.13).

3. Homem de Guerra.
Davi, por confiar inteiramente no Senhor, era um homem destemido em seu desempenhou como rei de Israel. Ele demonstrou coragem, habilidade e eficiência antes de ocupar o trono e depois, quando assentou-se.

Após vencer um leão e um urso, Davi estava preparado para guerrear contra o gigante Golias contrariando a declaração de Saul em 1ª Sm 17.33, pois o rei imaginava que Davi sendo só um jovem, não estava em igualdade de condições com Golias. Mas quando o servo do rei o recomendou afirmando que Davi era um homem de guerra, certamente o rei achou um exagero; Saul estava comparando Davi com Golias e relutava em tomar o risco de mandar Davi contra o gigante. Davi não confiava em seu próprio nome, mas do Deus de Israel que estava sendo afrontado (1º Sm 17.45).

“Os maiores problemas, as circunstâncias que se agigantam diante do homem de Deus, se tornam pequenas para o Deus que servimos, e Davi era um guerreiro escolhido por Deus”.

A Bíblia declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosa em Deus, para destruição das fortalezas” (2ª Co 10.4). Tal como Davi, o crente é um soldado cristão e jamais deve esquecer que não está lutando contra o sangue e a carne, mas contra os principados e potestades (Ef 6.12), e que, por isso, deve estar sempre revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.11).

4. Valente
A valentia de Davi não se percebia por impulsos naturais, afrontando este ou aquele a fim de mostrar o quanto era forte, mas sim, quando por uma justa causa.

Ao tomar conhecimento do que acontecia com o povo de Israel, e das atitudes medrosas que os guerreiros do rei Saul tomavam fugindo das afrontas do gigante Golias, de imediato se colocou a disposição do rei a fim de enfrentar o gigante, (1º Sm 17.32). Nesta conversa entre o rei Saul e Davi, ilustra claramente a diferença radical entre suas perspectivas. O rei continua pensando naquilo que é humanamente possível e diz a Davi “...não poderás”, (1º Sm 17.33), ao passo que Davi tomado de sua divinal virtude de valentia, responde ao rei “...o Senhor me livrará” (1º Sm 17.37).

Davi, por confiar inteiramente no Senhor, era um homem destemido em seu desempenho. Tudo nos confirma que o crente que confia em Deus é um valente, e pode cantar com muito entusiasmo o hino de nº 225 de nossa harpa cristã, “SE VALENTE...”.

5. Sisudo em palavras.
Davi tinha convicção daquilo que fazia. Ao ver o gigante Golias com suas armaduras de guerra diante de seus olhos e observando a sua estatura, pois o gigante Golias tinha seis côvados e um palmo de altura, (quase três metros). Sem temer ao gigante, de imediato lhe disse com toda a autoridade de um homem de Deus, “Tu vens a mim com espada e com lança, com escudo, eu porém vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel...”, (1º Sm 17.45).

Ao ser abençoado pelo rei Saul quando este invocava sobre Davi a benção, mostra-se a distinção mais clara entre o rei Saul e Davi e que explicava o porquê Davi teve sucesso em sua vida; disse o rei Saul “O Senhor seja contigo...”.

Quando servimos ao Senhor, Ele é conosco e nos dá autoridade para determinarmos nossa vitória. “O Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra”, (1º Sm. 17.47).
O renomado comentarista bíblico John Gill declarou que Davi era um homem “prudente em seus assuntos; nas suas falas e conversas; na conduta e comportamento; e que sabia se conduzir, até mesmo na corte real”.

6. Boa aparência.
A aparência é algo tão marcante que se, não fosse Deus, o profeta Samuel ungiria a pessoa errada (1º Sm 16.6-7). Convém dizer o que agradou ao Senhor ao escolher Davi foi o seu interior (1º Sm 16.7), e não sua imagem externa. Vemos aqui um princípio a que a igreja deve estar atenta ao avaliar alguém como homem de Deus, ou não, somente pelo que vê ou ouve.

Quando o gigante Golias viu Davi se aproximando para enfrentá-lo, nos relata a Bíblia que o gigante desprezou a Davi, pois via um moço de uma boa aparência e que certamente imaginou que Davi fosse um filho mimado, um rapaz comum, sem qualidades, sem virtudes para o enfrentar. Mas Golias via a Davi como vê o homem, apenas a aparência e não conseguiu ver que Davi possuía virtudes suficiente para mostrar-lhe que a beleza que conta para Deus é a que vem de dentro da alma, e essa beleza só Deus pode dar para o homem. Aleluias!

Davi na sua humildade e convicto de sua vitória, disse a Golias, “Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos...”, (1º Sm 17.46 a). Esta é a certeza que temos em nosso Deus, que a vitória é nossa em nome de Jesus.

7. O Senhor andava com ele.
Ao tomar a decisão de enfrentar o gigante Golias desprovido das armaduras de Saul, armado apenas de sua funda e de cinco pedras, Davi tinha a certeza de que seu Deus era maior do que qualquer problema, qualquer gigante que o afrontasse, e na convicção de fé e de homem de Deus, Davi deve ter pensado nas palavras que escreveu no Salmo 118.6: “O Senhor está comigo, não temerei o que possa me fazer o homem”.

Davi foi vitorioso. Davi sobrepujou as ameaças do gigante Golias, pois a sua contra-ameaça abrangia todo o exército felisteu. No auge da luta entre Golias , que tinha todas as vantagens do ponto de vista físico; e Davi, que tinha Deus ao seu lado; este conseguiu triunfar mesmo sem ter uma espada, pois Davi tinha Deus ao seu lado, o Deus de Israel, o nosso Deus. Louvado seja o Senhor dos exércitos para todo o sempre.

III. O TALENTO DE DAVI NA CORTE

Antes de chegar a se escudeiro do rei Saul, o jovem Davi era um simples camponês, trabalhando como pastor das ovelhas de seu pai (1º Sm 17.15), e tinha habilidade de tocar instrumentos de cordas (1º Sm 16.18). Na corte, Davi era praticamente um desconhecido (1º Sm 17.55-56).

Até o seu desafio a Golias, Davi era um aprendiz na casa real (1º Sm 16.21). Todavia, essa situação mudou drasticamente graça à sua estupenda vitória sobre o Golias, o filisteu de Gate. De um simples músico e escudeiro-aprendiz, Davi foi promovido a comandante de tropas (1º Sm 18.5).

O homem segundo o coração de Deus obteve êxito desde o princípio e em todo o lugar, porque foi alguém que sempre cultivou em seu espírito a humildade de aprender e de começar por baixo. Alem de sua humildade, Davi era um homem pronto a aprender, e também escutava seus críticos e seus inimigos; e, antes de tudo, seguia os profetas de Deus. Esta humildade e esse espírito pronto a aprender são as características que fizeram com que Deus o classificasse como o melhor líder de Israel.

Davi, por ser fiel e amar ao Senhor e à sua Palavra, soube se conduzir como iniciante e também portar-se numa posição elevada e de autoridade. Em ambos os casos, Davi estava instruído a como se conduzir: quando era dirigido como subordinado e quando dirigia como chefe. Não é fácil executar tarefas mais difíceis, extensas e complexas quando se aprende bem a fazer as mais simples, buscando ao Senhor, o divino Mestre, que tudo conhece.

Pr. Elias Ribas

pr_eliasribas@yahoo.com.br

ACHEI DAVI

“...Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (Atos 13.22).

Já aprendemos que Deus está a procura de verdadeiros adoradores, aqueles que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23-24). A palavra empregada aqui é Aletheia e é o oposto de fictício, fingido ou falso. Denota veracidade, realidade, sinceridade, exatidão, integridade, confiança e propriedade.

Uma coisa é buscar a Deus, outra coisa é ser buscado por Ele. Deus está a procura de verdadeiros adoradores!

1. ...Homem”.
Deus está procurando homens de verdade (Êx 18.21). “Homem” aqui, não se refere a sexo, mas no sentido de maturidade, seriedade, compromisso, responsabilidade, fidelidade, disposição para aprender, alguém de palavra. Para maior eficiência e resultados na obra do Senhor continua válido ainda hoje.

Davi era um homem de responsabilidade (1º Sm 16.11). Todos os irmãos de Davi já estavam em casa e Davi estava ainda cumprindo seu trabalho o responsável trata tudo com seriedade e dedicação não tem brincadeira, desempenha bem sua função Deus só chama responsáveis, pessoas querem ser segundo coração de Deus mas não tem responsabilidade com nada.

Deus não procura “crianças” (imaturidade)! Mas pessoas moldadas pela Sua Palavra, que temem a Deus, instruídas na verdade e totalmente dedicadas à Sua causa. Deus está buscando uma Igreja comprometida, madura, santa e irrepreensível, sem mácula, sem mancha e sem ruga (Ef 5.27).

Quando falamos de adoração, logo lembramos de Davi, e este tinha uma característica - estava cuidando das ovelhas de seu pai (1º Sm 16.11). Aqui, podemos aprender uma lição prática: Nós músicos, precisamos aprender andar com pessoas, cuidar delas, conhecer as necessidades da nossa igreja e dos nossos pastores, em vez de sermos egoístas pensando apenas em nós e no “nosso ministério”!

Mais adiante, Davi comentou com Saul que havia matado um leão e um urso em defesa das ovelhas de seu pai (1º Sm 17.34-35). Seu pai nunca pediu que colocasse em risco sua própria vida em defesa das ovelhas e nem acharia ruim se ele não fizesse isto, mas Davi teve esta atitude porque era uma pessoa responsável. Deus procura pessoas assim, que não desistem dos desafios na primeira dificuldade que surge! Existem pessoas que enxergam problema e dificuldade em tudo! O que lhe é pedido nunca pode ser feito porque sempre encontra algum empecilho, “não posso carregar a caixa de som...”, “não posso isso...”, “não posso aquilo...”, etc; sempre há uma desculpa, mas quem tem “desculpas” não têm frutos!

O homem quando é servo de Deus, gosta de responsabilidade e parte para os desafios para vencer! Existem pessoas que desistem fácil dos desafios, normalmente são aquelas que nunca terminam aquilo que começaram a fazer.

Davi ao visitar o exército israelita, que estava acampado de fronte dos filisteus, ouviu as ameaças blasfêmias de Golias. Davi creu que Deus lhe daria capacidade para matar. O gigante Golias enfrentava Israel dizendo: “Daí-me um homem...” (1º Sm 17.10); em outras palavras, “Tem homem aí...?”. Existem muitos músicos que fogem dos desafios, mas Davi se colocou à disposição e matou o gigante Golias (1º Sm 17.23-52).

2. “...segundo o meu coração...”
Davi é esse homem. Davi era um homem segundo o coração de Deus (1º Sm 13.14), pelas seguintes razões:

a) Cria em Deus desde a sua juventude.
b) Buscava diligentemente e continuamente a face de Deus e os seu conselho, dependendo inteiramente Dele (1º Sm 23.-4; 30.8; 2º Sm 2.1; 5.19, 23).
c) Adorava a Deus com a totalidade se seu coração e instruía a nação inteira de Israel a fazer o mesmo (1º Cr 15.16).
d) Reconhecia humildemente que Deus era o verdadeiro Rei de Israel e que ele mesmo não passava de um representante Dele (2º Sm 5.12).
e) E na sua conduta pública obedecia ao Senhor e cumpria a sua vontade de modo geral (At 13.22).

Já em tenra idade, Davi cultivava um coração voltado para Deus como seu pastor espiritual (Sl 23). O fiel coração de Davi diante de Deus (1º Sm 16.7), foi a razão da sua escolha, por Deus, para o rei de Israel.

“...segundo o meu coração...” significa ter a forma do coração de Deus, que saiu do coração, formato do coração de Deus e parecido com Deus. Ter o formato do coração de Deus é agir como Ele age, sentir como Ele sente e pensar como Ele pensa! Para termos o formato do coração de Deus precisamos conhecê-lo, tendo intimidade e relacionamento com Ele (Sl 25.14). Precisamos aprender a conhecer Sua voz!

Em Romanos 12.2, diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Não vos conformeis, significa, não devemos tomar a forma de. Estamos neste mundo, mas não pertencemos a este mundo! Pertencemos ao Reino de Deus!

Essa é uma experiência diária, por meio da qual, podemos perceber que a vontade de Deus, a qual o próprio Jesus se referiu, na oração modelo (Mt 6.10; Lc 11.2), não é para o mal, mas para o bem daqueles que se comprazem em viver em conformidade com Sua vontade. É uma pena que muitos cristãos, em sua vida carnal, vejam a vontade de Deus como um fardo, quando o Senhor disse que o seu jugo é suave e leve (Mt. 11.28). O desejo de Deus, como o foi para o antigo Israel, e também para as nossas vidas, não são para a morte, mas para que vivamos em paz e em comunhão com Ele que nos chamou (Dt 30.16,19). A menos que entendamos isto, viveremos como o filho da parábola que ficou em casa, mas não desfrutava de suas riquezas (Lc 15.30).

Davi era um homem segundo o coração de Deus (1º Sm 13.14), porque tinha um coração quebrantado (Sl 51.17) e sempre estava disposto a aprender. Uma das características de uma pessoa quebrantada é que ela deseja andar no Temor do Senhor, que significa levar Deus a sério!

Davi pecou contra Deus: adulterou com Bete-Seba, mesmo sabendo de quem era esposa (2º Sm 11.3), Davi procura oportunidade para ficar com a mulher de Urias (2º Sm 11.3), e providenciou para que ela fosse trazida ao seu palácio. Após ter cometido adultério e informado da sua gravidez mandou chamar Urias para que ele passasse a noite com sua esposa (2º Sm 11.8-9). Posteriormente, Davi descobriu que Bate-Seba estava grávida, esperando um filho dele. As tentativas de Davi para levar Urias à sua casa falharam. Agora ele apela para o extremo, que é matá-lo. Em desespero, Davi o envia de volta às tropas, com instruções ao comandante Joabe de por em frente da batalha onde ele foi morto (2º Sm 11.15-17). Urias morreu em batalha, todavia, Deus estava atento e expôs todo este caso diante de Davi, através do profeta Natã (2º Sm 12.1-7).

Davi, adulterou, matou, mentiu, traiu sua nação, cometeu vários erros em julgamento, era um mau administrador e, por fim, era incapaz de cuidar de sua casa. Então como dizer que Davi era um homem segundo o coração de Deus? A resposta está no fato de que, a cada erro, Davi se arrependia; e de modo igualmente importante, ele aprendia com seus erros. Deus observou o arrependimento de Davi (Sl 51.4). Pela boca do profeta Natã, Deus puniu o pecado de Davi (2º Sm 12.1). E Davi não escondeu seu pecado, mas confessou diante de Deus (Sl 32.5).

É assim que acontece com qualquer um de nós. Pecamos, nos arrependemos - verdadeiramente - e Deus nos perdoa. Quando Ele perdoa, esquece (Is 38.17 e Jr 31.34b). E não somente esquece, mas aponta-nos como referencial de testemunho e conduta.

É possível ser perfeito? Se você acha que ser perfeito significa nunca cometer um erro, não, claro que não é possível. Mas graças a Deus que o conceito bíblico de perfeição é completamente diferente. Para Deus, ser perfeito é “andar com Ele”, como andou Enoque, Noé, Abraão, como andou Davi.

Para os seres humanos, uma pessoa é perfeita, santa, justa, íntegra, quando nunca comete nenhum erro, quando faz tudo certinho, quando cumpre todas as normas, leis e regulamentos.

Quando Deus olha para nossas vidas o que Ele procura, não é a perfeição, ser Cristão não significa ser perfeito. A Bíblia diz que não existem homens perfeitos, nem um só homem (Rm 3.10), todos nós pecamos, todos nós desobedecemos a Deus, e é essa obediência que nos separa de Deus. O único homem que andou na terra que é perfeito, é Jesus Cristo. Ele cumpriu exatamente a vontade do Pai (Mt 3.17), Jesus não conheceu o pecado.

Para Deus, uma pessoa é perfeita quando se dispõe a andar com Ele, quando faz de Cristo o mais importante da vida. Quando compreende tudo o que Cristo fez na cruz por ele e clama por um novo coração capaz de amar, quando sente dor por todo o sofrimento que causou a Cristo com seus erros passados. Para Deus uma pessoa é perfeita quando olha para a cruz e se apaixona por Cristo.

No entanto, ao longo de sua vida, Davi procurou ser um homem reto, e o desejo de seu coração era fazer a vontade de Deus. Esse é o tipo de pessoa que Deus procura (cf. Jr 5.1-9). De acordo com o que podemos ver com relação a Davi, Deus não espera perfeição. Apesar de tudo o que Davi fez de errado na vida, Deus examinou-lhe o coração e disse que ele era um homem segundo o seu coração, alguém que sempre buscou fazer a vontade divina.

Como já vimos, Davi não foi um homem perfeito, mesmo assim, não podemos deixar de atentar para sua espiritualidade exemplar que nos serve de modelo ainda hoje.

A nossa adoração não deve parar por causa de lutas e dores. Nossa adoração a Deus de fato trará libertação da luta e da dor. A adoração liberta o coração do poço mais profundo e da feiúra do pecado.
Deus descobriu em Davi um exemplo de adorador em virtude como lidou com seus fracassos e não com seus sucessos.

Deus descobriu o que Ele estava procurando em Davi. Ele o chamou de “um homem segundo o Seu coração” (1ª Sm 13.14). Hoje Deus está procurando o mesmo de nós.

Eu creio que o que chamou a atenção de Deus não foram somente os seus atributos mas o seu coração de adorador, que nos seria revelado de forma íntima transparente e intensa por meios dos “Salmos de Davi”.
O que havia no coração de Davi que fê-lo ocupar um lugar tão especial no coração de Deus? Davi compreendeu que a adoração não se restringia simplesmente a adorar a Deus quando tudo estava bem. Em meio a grande tribulação, Davi era capaz de reconhecer a grandeza de Deus (Sl 10). Até mesmo em seu pior pecado, ele conseguiu ir ao Senhor, arrepender-se e ser purificado para que pudesse adorá-Lo novamente (Sl 51).

Quando o adorador entra na presença de Deus, ele é recebido com uma das virtudes mais gloriosa de Deus – sua misericórdia!

Podemos ver a misericórdia de Deus em ação na vida de Davi. Ele era um rei ordenado por Deus para governar uma nação, um grande herói e um grande modelo para nós. Mesmo assim, Davi teve de confessar seu pecado e pedir perdão por ele, e isso fez dele um adorador de Deus.

Deus somente recebe nossa adoração quando confessamos os nossos pecados. É isto que Deus exige como arrependimento.

“Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.6-8).

O que Deus exige de nós na adoração? Tem sido dada muito mais ênfase aos métodos de adoração do que ao coração do adorador. Deus não exige que sempre que eu entre na Sua presença dobre os joelhos ou levante as mãos. Estes atos físicos de rendição são agradáveis a Ele, mas Ele se preocupa primeiro com o meu coração.

O que o Senhor busca em você e o que está procurando em seu coração? Deus deseja que:
a. Você pratique a justiça (Viva a Palavra de Deus).
b. Ame a misericórdia (pois lhe tem sido revelada misericórdia).
c. Caminhe humildemente diante dele (Mt 11.29).
Deus quer que vivamos uma vida de adoração e não apenas tenhamos momento de adoração.

3. “...que fará TODA a minha vontade”.
Davi foi um homem segundo o coração de Deus, o que nos faz entender que Davi não fazia a sua própria vontade, mas a do Senhor. Devemos ser obedientes a voz do Senhor! Se não formos obedientes a Sua voz seremos rebeldes, e a Bíblia diz que “a rebelião é como o pecado de feitiçaria” (1º Sm 15.23).

Você percebe que a questão não é simplesmente andar com Deus como já vimos. O importante é andar “humildemente” com Ele. É Ele que dirige. É Ele que mostra o caminho. É Ele que diz como as coisas serão melhores para ambos. Eu O amo e aceito Seu conselho porque Ele sabe o que é bom para mim. Não sou eu que dirijo a caminhada, não sou eu que devo levar Deus por onde acho que devo ir. Apenas seguro a Sua mão e vou. Ele é meu Pai, meu Amigo, meu Irmão, Ele é meu princípio, meu fim, Ele é tudo. Eu apenas me abandono em Seus braços de amor e vou por onde Ele quer e faço o que Ele disser. Afinal de contas, Ele conhece o caminho e o que mais quer é que eu seja feliz.

A palavra toda aqui significa fazer TODA a vontade de Deus. Existem duas vontades no universo, a de Deus e a do diabo. Por isso Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24), portanto, ou estamos servindo e obedecendo a Deus, ou ao diabo; ou estamos fazendo a vontade de Deus ou a do diabo! Não existe meio termo. Será que estamos no centro da vontade de Deus? Para sermos obreiros aprovados (2ª Tm 2.15) precisamos estar no centro da vontade de Deus! Não basta sermos usados por Deus, pois Ele usa quem quiser e a hora que quiser, precisamos ser aprovados por Ele. Tem muita gente que está sendo usada, mas não está sendo aprovada por Deus, pois não estão no centro da Sua Vontade! E a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2) sob o prisma d’Ele, mas para nós muitas vezes não é fácil e nem agradável!
Aplicando esta realidade no ministério da música, podemos perceber que existe tanto a parte “boa” como a “amarga” com relação a nossa participação no ministério. Tem gente que só se interessa pela parte “boa”! Precisamos aprender a comer o “cordeiro todo”, como foi a orientação de Deus à Moisés para o povo de Israel no Egito (Êx 12.1-14), e isso implica partes boas e partes duras, ruins e amargas. Estamos dispostos seguir a orientação de Deus? Vão existir momentos em que teremos que realizar coisas que não queremos, mas faremos porque é a vontade de Deus para a nossa vida, e o que mais importa é obedecer-lho e realizar a Sua Vontade! Deus continua procurando verdadeiros adoradores! [Turbay].

Pr. RONALDO BEZERRA

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Quando avalio a responsabilidade da Igreja na evangelização do mundo e no significado da cruz, lembro o apóstolo Paulo que tinha estes dois temas como o ponto central da sua mensagem evangelística.

Outro dia, lendo um texto que relata uma palestra realizada num antigo Congresso Internacional de Evangelização Mundial, promovido em Lausanne, Suíça, em 1974, pelo bispo cristão- anglicano Festo Kivengere, falecido em 1988, considerado o Billy Graham da África, achei interessante quando ele destacou seis aspectos práticos da cruz de Cristo na pregação da poderosa mensagem de Deus para a salvação do homem:

1. A cruz é a mensagem de evangelização: toda a fé cristã converge para o amor de Deus demonstrado no Calvário.

2. A cruz é a força motivadora da evangelização: nela se concretiza a vontade de Deus para salvar os perdidos, a fim de que todos possam conhecer seu maravilhoso amor.

3. A cruz é a inspiração da evangelização: o amor de Deus demonstrado na cruz vale sempre como fonte inspiradora dos crentes para a proclamação do evangelho.

4. A cruz é o preço da evangelização: basta o fato de que Cristo "esvaziou-se" de toda sua glória para trazer as boas-novas de salvação à humanidade para que também estejamos prontos a pagar um preço pela evangelização no mundo.

5. A cruz é a força da unificação da evangelização: por ela somos constrangidos a manter a unidade da igreja e o amor fraternal para a realização da obra de evangelização no mundo.

6. A cruz é a força atrativa da evangelização: é o amor do Cristo crucificado que transforma vidas, quebranta corações e atrai os homens para Deus.

A declaração de Paulo em 1ª Co 1.17 é muito importante: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho". Pregar o evangelho, significa levar as boas novas aos outros, isto é, as mesmas novas trazidas por Jesus Cristo. Como Ele disse: "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (Jo 20.21). Paulo confessa ter sido escolhido por Deus nesse divino propósito e, por isso, considera a evangelização sua principal tarefa como servo do Senhor. Não quer dizer que Paulo jamais tenha batizado alguém ou que se recusasse a fazê-lo porque ele mesmo enumera em 1ª Co 1.14-16, quantos batizou e declara que nem sabe se batizou mais pessoas. Ele não menospreza a importância do batismo como ordenança do Senhor, mas estabelece a pregação do evangelho como elemento primordial do seu ministério. Paulo não quis colocar o batismo no mesmo nível da pregação, mas quis dizer que a pregação do evangelho precede o batismo. Era um homem com sincera paixão pelas almas perdidas e não se deixava envaidecer pelos resultados do seu trabalho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A GRAÇA DE DEUS SEGUNDO MARCOS - 5.25-34.

“Certa mulher enferma encontrou com Jesus e experimentou a graça de Deus. Não sabemos nada sobre essa mulher senão que há doze anos perdia sangue devido a uma hemorragia que nunca cessava. Gastara todos os seus recursos com a medicina e seu estado piorava cada vez mais. Porém, ouvindo ela sobre Jesus, creu em seu coração que, se tocasse nas vestes de Jesus, seria curada dessa enfermidade. No anonimato, forçou-se entre a multidão e estendendo a mão o tocou. Nesse instante, a virtude sanadora de Cristo alcançou-a e o seu mal foi imediatamente curado.

A mulher, no entanto, não ouviu nenhuma exigência, nenhuma repreensão de Jesus, mas apenas: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal”. Sua cura foi imerecida. Ela não fez nada para merecer cura. Não conquistou a cura por seu esforço ou por alguma virtude, apenas creu. Sua fé foi suficiente. Tornou-se um exemplo vivo da graça.

Graça é uma palavra de raiz latina – gratia, traduzida do grego charis, e que significa graciosidade, benevolência, favor ou bondade. Se reduzirmos o evangelho a uma frase apenas, diríamos: O evangelho é o anúncio da graça!

A religião quer associar a fé ao cumprimento de regras e leis. O contraponto da religião que exige esforço é a proclamação da graça. Abraão Almeida diferenciou dois tipos de religião:

1.Religião divina – é do “alto para baixo”, ou seja, nela Deus faz, oferece ao homem a graça salvadora, por reconhecer a incapacidade humana de produzir obras de justiça. É o plano de Deus para salvar o homem caído.

2. Religião humana – é de “baixo para cima”, ou seja, nela o homem faz, oferece a Deus o produto do seu esforço.

O psiquiatra cristão, Paul Tournier, disse: “Salvação não é uma idéia; é uma pessoa. É o próprio Jesus, o próprio Deus quem se dá”. Por isso ele resumiu o conceito da graça como “a disposição divina de abençoar os seus filhos sem que haja qualquer mérito por parte deles”.

A.W.Tozer assim definiu: “Graça é o bel-prazer de Deus que o inclina a outorgar benefícios sobre os que nada merecem. É um princípio auto-existente, inerente na natureza divina e parece-nos uma propensão auto-causada, no sentido de compadecer-se dos desgraçados, poupar os culpados, dar boas vindas ao réprobo, e favorecer os que antes estavam sob justa reprovação”.

A graça de Deus não exige, não cobra, mas capacita. Paulo nos afirma isso em sua carata aos Efésios: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos – e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para nos mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.4-8).

Sempre que a graça de Deus não é reconhecida e nossa santidade é atribuída ao “nosso esforço humano”, origina-se a ostentação, inflação do eu, soberba que faz a pessoa se colocar sempre em primeiro lugar; surge o artificial, o teatral, o aparente, as máscaras, a complicação no trato e a preocupação neurótica pela própria imagem.

No Antigo Testamento, os povos cultuavam deuses exigentes. Sempre querendo ser agradados, algumas vezes se iravam e pediam sacrifícios. Deus diferenciava-se dos ídolos humanos porque não fazia exigência que não fosse possível de ser cumprida. E se houvesse necessidade de sacrifício, ele mesmo se sacrificaria por nós.

Assim, Deus promete manifestar sua graça livre e gratuitamente àqueles que preencherem algumas condições:

1) Aos que são humildes (Tg 4.6; 1ª Pe 5.5b).
2) Aos se achegam a Deus (2ª Cr 30.9).
3) Aos que pedem graça (Is 30.19b).
4) Aos que esperam no Senhor (Sl 33.18, 22).
5) Àqueles que se refugiam em Deus (Sl 57.1).

A graça de Deus é a única garantia de que somos aceitos em Deus. No cristianismo, o amor não é dado aos que já são dignos, ao contrário, ele quer bem ao que nada vale e lhe coloca valor. A graça habilita o amor de Deus de se expressar sem exigir absolutamente nada. “O homem amado por Deus não tem nenhum valor em si; o que lhe dá um valor é o fato de Deus amá-lo”.

Essa compreensão da graça de Deus é central nos evangelhos, por vários motivos, entre eles:
• Nos alivia de enormes tensões religiosas.
• A graça não permite que Deus seja uma ameaça.
• O emaranhado de leis e regulamentos muitas vezes dificulta o conhecimento de Deus.

Acaba escondendo-o! O número de pessoas afastadas da igreja, receosas de conhecerem a Deus e totalmente fragilizadas pela religiosidade humana demonstra que a graça não tem sido demonstrada como deveria, na proclamação do Evangelho.

A percepção da graça também dissolve a culpa. Abranda o sentimento de que estamos sempre em falta com Deus. Há dois tipos de culpa: a falsa e a verdadeira. A falsa é aquela que as pessoas assumem o papel de verdadeiros juízes no lugar de Deus, achando que ele também teria a mesma opinião delas.

A verdadeira é o julgamento divino. Deus prefere os pobres, os fracos, os desprezados. Somente a graça brinda quem é indigno. Um exemplo disso é a mulher adultera de Lucas 7.36-50, onde Jesus fala com severidade a Simão, mas a mulher pecadora ele diz: “Perdoados lhe são os muitos pecados”.

Como alguém pode amar a Deus se está sempre sentindo-se culpado, devedor? A graça nos garante que o desafio de ser humano é tão complexo, que Deus não perde tempo esperando de nós a perfeição...Quando tentamos ser bons e não conseguimos ser tão bons quanto desejávamos, não perdemos o amor de Deus.

Somos livres para amá-lo, certos de que somos aceitos por Deus. A graça que nos liberta para amar a Deus é a mesma que nos santifica e nos capacita a fazer sua vontade. A graça aguça nossa percepção dos princípios da lei moral de Deus, e não da letra... a letra mata, mas o espírito traz vida.

É a graça que nos coloca em um relacionamento de ternura com um Pai amoroso, que repete para nós o que disse a Jesus: “Tu és o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).

Pr. Ronaldo Bezerra.

terça-feira, 16 de março de 2010

PERDA DO AMOR FRATERNAL

Os dias que antecederão a segunda vinda de Jesus serão marcados por sensível aumento da inuiqüidade sobre o mundo. As pessoas estarão, nesse tempo, mais propensas a certas enfermidades do espírito tais como egoísmo, perversão e crueldade. Conforme vaticinou nosso Senhor Jesus, a maldade se multiplicará e o” amor de muitos se esfriará”. Todavia aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.12-13).

Como grande parte do povo brasileiro acompanhou o caso da menina Isabela de 5 anos, que no dia 29 de Março 2008 foi brutalmente maltratada, espancada, sufocada por 3 minutos e por fim jogada no chão do sexto andar de um edifício no estado de São Paulo. Eu acredito que se tivéssemos um animalzinho de estimação e caso teria morrido em nossa casa ou apartamento, não faríamos o que fizeram com a menina Isabela. Isto é um crime bárbaro, maldoso, bestial que não se faz nem com um animalzinho irracional quanto mais com uma criança indefesa.

A iniqüidade tem se multiplicado no mundo e a sociedade moderna já está conformando com este fato. Escândalos de toda a natureza têm aumentado. Ouvimos muito sobre corrupção e escândalos no âmbito político. A crise política é aquela que vemos os governantes num emaranhado sem saída, contrariando e contraindo mais dividas, gerando mais impostos, desemprego, miséria, fome e até em muitos lugares culminando em guerra civil.

A violência a droga, assassinatos, roubos tem se multiplicado. A violência tem tomado conta de nosso planeta, é pais matando filho e filho matando pais. A noite não se pode sair tranqüilo; é assalto, roubo, sequestro  Isto prova que as pessoas perderam o amor.

Um aumento incrível da imoralidade, desrespeito e rebeldia contra Deus e abandono dos princípios morais caracterizará os últimos dias. A perversão sexual, a fornicação, o adultério, a pornografia, as drogas, músicas imorais, e as diversões sexuais e a imaginação através do pensamento do coração humano será má continuamente.

Lembramos que nos dias dias de Ló, quando o homossexualismo e o lesbianismo e todos os tipos de perversão sexual saturarão a sociedade. Por isso falou o Senhor Jesus em Sua Palavra que toda essa depravação fará minguar o verdadeiro AMOR.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CARNAVAL - O DEUS DA CARNE


Todos os anos em nosso país são festejados o carnaval, onde todos podem participar das folias com trios elétricos, desfiles, etc...

E você, amigo leitor, sabe o que significa a palavra carnaval? Carnaval ou folia quer dizer divertimento da carne, bagunça da carne, prazer da carne, farra, loucura, etc.

Carnavale - Vocábulo italiano, que significa “adeus à carne”, é festa de muita alegria, folia e orgia.

A comemoração do carnaval é de origem pagã. Desde tempos imemoriais no Egito antigo, no outono, realizava-se a festa do boi Apis - animal sagrado. Escolhia-se o boi mais belo e todo branco o qual era pintado com várias cores. O boi era conduzido pelas ruas, e levado até o Rio Nilo, onde era afogado. Em procissão, sacerdotes, magistrados, homens, mulheres e crianças fantasiadas grotescamente, iam atrás dele dançando, cantando, em promiscuidade até seu afogamento. Com as conquistas da Grécia e de Roma, a festa foi transportada para outros países, sob outras formas e denominações. Na Grécia tomou o nome de Dionísio e em Roma, Bacanal em homenagem ao deus do vinho Baco. Nessas comemorações se fechavam todos os estabelecimentos comercias, e se abriam todos os lugares de divertimentos, onde a devassidão, a orgia e os prazeres sensuais eram inomináveis.

Com o advento do cristianismo, as festas pagãs se arrefeceram, mas na idade Média, sob a tolerância da Igreja dominante, recrudescera entre os povos de educação latina sob a única denominação de carnaval. No Brasil, com a miscigenação cultural afro-brasileira e com rituais diferentes, o carnaval empolga multidões e é atração turística.

O carnaval é festa religiosa, que veio do paganismo antigo, dedicado a Momo - deus da zombaria, do sarcasmo, da pândega e que está ligada à quaresma - período de abstinência e jejum, que termina com a semana santa.

O cristão deve se conduzir pelas determinações bíblicas. Momo é Satanás dissimulado. Jesus em Sua quaresma de jejum e oração repeliu o falso deus dizendo: “Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto” (Mt 4.10). O Salmo 115.1-8 afirma que quem adora um Deus morto se torna espiritualmente semelhante a ele. Momo é deus morto, cuja falsa duração é de três dias, cultuado pelos foliões, e que conforme a mitologia foi expulso do Olimpo, para ser na terra o rei dos loucos.

  O apóstolo Paulo fala de dois tipos de pessoas:   as carnais e as espirituais. 

“Porque a carne milita contra o espírito, e o espírito contra a carne, estes se opõem um contra o outro” (Gálatas 15.17).

A palavra carne no original grego é sarx e tem vários significados na Bíblia, principalmente nas epistolas. Pode significar fraqueza física (Gl 4.13), o corpo, o ser humano (Rm 1.3), o pecado (Gl 5.24), os desejos pecaminosos (Rm 8.8) Aqui significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o homem natural.

Espírito... contra a carne. O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da “carne”, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (v. 16; Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2 Tm 2.12; Ap 12.11; Ef 6.11).

O Senhor Deus ensina o homem a andar segundo os parâmetros de Sua Palavra e toda a Bíblia Ele adverte o homem a andar segundo Espírito e não segundo carne.

O espírito inclina-se para as coisas celestiais e a carne para as coisas terrenas. O homem que está se divertindo no carnaval passa a ser uma pessoa carnal, isto quer dizer que ele está andando segundo a carne. Por isso Paulo diz:: “Andai em Espírito e não cumprireis concupiscência da carne” (Gl 5.16).

Segundo a Bíblia Sagrada o homem que anda nas festas carnavalescas, ou seja, na bagunça de sua carne, torna-se inimigo de Deus e desobediente à Sua Palavra.

“Porque os que estão segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne, mas os que estão segundo o espírito, para as coisas do espírito. Porque a inclinação da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus”, pois não é sujeita á lei de Deus, nem, em verdade, pode ser. Porquanto, os que estão na carne, não podem agradar a Deus” (Rm 8.5-8).

O apóstolo Paulo fala de dois grupos de pessoas os carnais e os espirituais. Cabe a cada um fazer uma análise introspectiva para verificar se suas inclinações são carnais ou espirituais.

O pensamento do homem norteia o seu comportamento. Se a mente é carnal, seu comportamento é carnal, resultando em morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual, resultando em vida e paz.
Inclinação da carne. Isso significa ter a mente carnal, vida controlada pela carne. Tal pessoa não está sob o domínio do Espírito. Quem assim vive não pode agradar a Deus. Só podemos agradar a Deus fazendo Sua vontade. Mas só o conseguimos se estivermos sob a direção do Espírito Santo.

Inclinação do Espírito. Os que são justificados pela fé em Cristo, nasceram de novo, e, portanto, são regenerados. São filhos de Deus. Eles ocupam-se inteiramente das coisas de Deus. Mas, os que não são filhos de Deus, seguem a inclinação da carne, que são os desejos pecaminosos deste mundo.

Portanto, quais as recompensas positivas que você pode tirar do carnaval? Acredito que não encontrará nenhuma. Como em todos os tempos e lugares, no Brasil a festa é portadora de nefastas conseqüências ao indivíduo, à família, e à sociedade. Todos os anos o governo brasileiro distribui milhares de camisinha para os foliões isto para provar que o carnaval é uma festa de promiscuidade. Nestes dias a humanidade cai em maiores depravações jamais vistas; prostituições, drogas, bebedices, adultérios, suicídios, assaltos, roubos, jovens grávidas, estupros, homossexualismo, lesbianismo, entre outras imoralidades. Quantas mortes e assassinatos acontecem nestes dias? Essas são as recompensas do carnal.

Se o carnaval é cultura e para muitos uma festa sagrada, porque então as autoridades e educadores estão distribuindo camisinha e seringa descartável para os foliões? É uma festa sadia ou é a bagunça da carne? Os que praticam tais coisas tornaram-se inimigos de Deus e com suas obras carnais não podem agradá-Lo.

O carnaval leva o homem para a morte e condenação, mas o Espírito leva o homem para o Calvário, para Jesus o Filho de Deus. É por isso que Paulo diz que: “...nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne mas segundo o espírito”. (Romanos 8.1).

O carnaval é à volta das religiões pagãs e de maneira alguma deveria estar justaposta ao período da quaresma que começa com a Quarta-feira de cinzas. Lamentavelmente é que criaturas que se dizem cristãs festejem o carnaval, ressurgimento do paganismo de priscas eras e responsável pelos danos e efeitos morais para homens, mulheres, jovens de ambos os sexos, também crianças. Pelo exposto, carnaval é festa religiosa que se contrapõe ao cristianismo verdadeiro. A festa carnavalesca é culto imerecido ao falso deus Momo que constitui ofensa à pessoa do Deus vivo Criador e verdadeiro.

O carnaval é pecado e a Bíblia diz que o pecado gera a morte: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). E no capítulo 8 e verso 6 de Romanos Paulo diz: “Portanto a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz”. E no verso 13 Paulo continua a dizer: “Porque se viverdes segundo a carne morrereis, mas se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”.

Deus não tem prazer na morte e condenação do pecador, mas que todos venham ao arrependimento, por isso Ele enviou Seu Filho Jesus, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele (Jo 3.17).
Andar segundo a carne é viver no caminho largo que conduz a perdição, mas andar segundo o Espírito é seguir a vida do Espírito Santo (Rm 8.13-14). Antes da conversão, o homem é carne que naturalmente satisfaz os desejos do coração dominado pelo pecado. Mas quando o Espírito entra e habita no coração do crente, Ele luta contra esses apetites, produzindo em seu lugar o novo fruto que é, nada mais, nada menos, que as qualidades e atributos de Cristo (Gl 5.22-3).

Pr. Elias Ribas

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

2ª TROMBETA - APOCALIPSE


“O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações” (Ap 8.8-9).

Isso pode ser um meteorito ardendo em fogo cai sobre o mar e mata a terça parte da vida marinha e destói muitas embarcações.
Quando cair:
A. A água do mar torna-se sangue.
B. Morrerá a terça parte dos peixes.
C. Haverá acidentes marítimos.
D. Isto agravará ainda mais a crise de fome (Ez 4.16-17).
E. Com o apodrecimento da água iniciará uma crise, e a água será vendida por alto preço (Is 19.5).
F. Os jovens desmaiarão de sede (Am 8.13).

Astrônomos europeus e norte-americanos detectaram no final do ano passado um meteoro gigante em rota de colisão com a terra. Sem dúvida, trata-se de uma notícia assustadora que deverá mobilizar, desde já, as atenções dos estudiosos. Um asteróide pode aproximar-se de maneira perigosa da Terra em 2036 e a Organização das Nações Unidas (ONU) deve assumir a responsabilidade por uma missão espacial para desviá-lo, disse um grupo de astronautas, cientistas e engenheiros. Astrônomos estão monitorando um asteróide chamado Apophis, que tem uma chance em 45 mil de atingir a Terra no dia 13 de abril de 2036. O único consolo – se isso pode ser considerado consolo – é que o choque contra a superfície da Terra está previsto para o ano de 2036. Acontece que, em termos astronômicos, esse tempo é curtíssimo. Cumpre aos cientistas e aos governos iniciar imediatamente o estudo do fenômeno, analisando todas as hipóteses. O Debate estará acompanhando o assunto, colocando à disposição dos seus leitores as últimas informações o que pode ser a maior catástrofe de todos os tempos na História da Humanidade.

Apophis (destruidor em grego) como foi batizado pelos cientistas, foi descoberto em 2004, e segundo informações em diversos jornais e sites de todo o mundo esta chamando a atenção de estudiosos de todo o mundo, pois segundo estudos caso ocorra um choque com o planeta Terra, a liberação de energia seria equivalente a 100.000 vezes a energia liberada pela bomba atômica de Hiroshima, o que seria um evento similar ao que acabou aniquilando os dinossauros, levantando uma grande nuvem de poeira que cobriria os céus por anos, impedindo assim a vida no planeta.

A Nasa estuda o envio de uma missão para colocar um radiotransmissor em um asteróide, com o objetivo de rastrear a órbita do corpo celeste, que tem remotas possibilidades de atingir a Terra em 2036. Os especialistas estimam que a probabilidade de um impacto do asteróide chamado Apophis, de 300 metros de diâmetro, é de apenas uma entre 5.500. Mas, caso ocorra, pode provocar uma catástrofe maior que o tsunami do sudeste asiático em dezembro de 2004.

No Jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul de 18 de Julho de 2005, trouxe uma reportagem com relação à Astronomia com o título 2004 MN4.

Em 19 de junho de 2004, Observatório de Kitt Peak, no Arizona, os astrônomos Roy Tucker, David Tholen, e fabrício Bernardi, descobrem um asteróide com órbita rasante á Terra. O objeto recebe a designação 2004 Mn4.

Em 23 de Dezembro de 2004 o asteróide é visto em diferentes parte do mundo. Na véspera do Natal, laboratório de Propulsão a Jato, Passadena, Califórnia, divulgam que as chances de colisão com a Terra são bem mairores.

Em 28 de Dezembro, Space Watch Telescope, Kitt Peak, Arizona , anunciam a descoberta de cinco imagens do asteróide, com uma previsão do Asteróide passar bem próximo a terra no ano de 2029.

Em 4 de Fevereiro de 2005, Radiotelescópio de Arecibo, Porto Rico, Lance Benner, Jon Giorgini, Mike Nolari e Steve Ostro publicaram suas observações em ondas de rádio realizadas nos últimos dias de Janeiro, concluindo que a separação mínima entre a Terra e o asteróide em 2029 seria de apenas 30 mil quilômetros acima da superfície terrestre. Mesmo que a distância mínima de 30 mil quilômetros em 2009 seja, de fato, atingida, ainda há riscos de o asteróide ser perturbando por um efeito de ressonância gravitacional conhecido como “buraco de fechadura”, que poderia arremessa-lo direto para um choque com nosso planeta.

Se o asteróide colidisse com a terra poderia devastar uma região do tamanho do Estado norte americano do Texas, numa explosão equivalente a de 850 megatons de TNT, cerca de 15 vezes mais poderosa do que a maior bomba de hidrogênio já testada.

Os cientistas dizem que se este asteróide 2004 MN4, não colidir com a Terra terá outro o cometa Catalina, cujo núcleo mede um quilometro de diâmetro. Em 11 de junho 2085 ele terá a chance em 30 mil de colidir com a Terra. A possibilidade de um impacto catastrófico com a Terra no futuro é de 100%.

Os cientistas apenas confirmam o que a Bíblia diz no livro de Apocalipse: “O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue. E morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações” (Ap 8.8-9).

Pr. Elias Ribas

E-mail: pr_eliasribas@yahoo.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DAVI E SUA EQUIPE DE LIDERANÇA

Texto Áureo:º Sm. 22.2 – Leitura Bíblica em Classe: 1º Cr. 1.10-12,20,22,24,25.Objetivo: Mostrar que o trabalho em equipe é um princípio básico da liderança eficaz, inclusive na causa do Senhor.

INTRODUÇÃO

Em alguns contextos a liderança tem sido amplamente questionada. Na lição de hoje veremos que esse é um princípio bíblico. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento Deus levantou homens e mulheres para liderar e guiar Seu povo. Davi é um dos mais contundentes exemplos de liderança. Por esse motivo, analisaremos, na aula de hoje, aspectos da sua atuação perante a equipe de liderados. Ao final, atentaremos para alguns princípios gerais da liderança cristã.

1. O PRINCÍPIO BÍBLICO DA LIDERANÇA

A fim de cumprir seus propósitos Deus estabeleceu o princípio da liderança. Quando passeamos pelas páginas da Bíblia, constatamos essa veracidade. Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, lemos a respeito de José, o homem que Deus escolheu como líder no Egito (Gn. 37-45). Durante o cativeiro egípcio, Deus separou Moisés para retirar o povo daquela condição e guia-los pelo deserto (Êx. 2-17). Para a consolidação da conquista da Terra Prometida, Josué desempenhou um papel fundamental (Js. 2-8). Durante o cativeiro babilônico, Ester, uma mulher de coragem, cumpriu os desígnios de Deus para a preservação do povo israelita (Et. 4). Após o cativeiro de Judá, Neemias, mais um líder guiado por Deus, cumpriu a missão de restaurar a cidade destruída (Nm. 1-6). No Novo Testamento, Paulo e Pedro foram colunas fundamentais na liderança da igreja primitiva, tanto na plantação quanto na consolidação de igrejas (At. 14-21; J. 21).

2. O ESTILO DE LIDERANÇA DE DAVI.

Davi é um exemplo bíblico de liderança competente. A competência de Davi estava respaldada na diligência de buscar fazer sempre a vontade de Deus, na sua lealdade tanto aos seus líderes quanto aos liderados e na disposição de atribuir toda glória a Deus. Quando decidiu construir um templo para o Senhor, Davi preparou o material que seria necessário (1º Cr. 22.14). Mas como não coube a ele essa construção, e sim ao seu filho Salomão, tratou de lhe dar as devidas instruções para que tudo fosse feito com prudência e entendimento e de forma organizada (1º Cr. 22.12-15). O estilo de liderança de Davi pautava-se no planejamento, no prognóstico do que deveria ser feito. Com Davi aprendemos a evitar as improvisações desnecessárias que possam comprometer o andamento do trabalho. O planejamento é um dos princípios basilares da condução das atividades, para tanto, faz-se necessário planejar a curto e longo prazo, sem deixar de confiar, primeiramente, no Senhor. Planejar somente não é suficiente, é preciso também coordenar a execução do projeto, identificar os objetivos, o tempo, o lugar, as pessoas envolvidas, os métodos a serem utilizados e o material disponível. Mesmo assim, é provável que existam obstáculos, e, quando eles vierem, como Davi, é recomendável que se confie na direção do Espírito Santo. Manter uma atitude de flexibilidade em relação ao planejado também evita os “engessamentos” que desgastam a liderança do projeto. Em linhas gerais, o estilo de liderança de Davi, bastante aplicável nos dias atuais, preza pela dependência em Deus, e principalmente, por atitudes de humildade, que não busca a glória própria, antes tributa todo louvor a Deus.

3. PRINCÍPIOS PARA A LIDERANÇA CRISTÃ.

A liderança, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é exercitada a partir dos planos que Deus definiu. Por isso, para ser líder, é preciso confiar e depender de Deus e não nos méritos pessoais, ainda que esses não sejam descartados. Todos os líderes escolhidos por Deus estiverem no centro dos seus planos e apresentaram as seguintes características: 1) empatia – capacidade de ver as coisas do ponto de vista dos outros (Lc. 6.31; 1ª Pe. 3.8; Gl. 6.2); 2) alvos – estabelece metas e se esforça para alcançá-los (Fp. 3.14; Ef. 3.1) 3) competência – faz bem o seu trabalho (Pv. 12.27; 22.29); 4) atuação em equipe – senso de grupo, capacidade de trabalhar com as pessoas (1ª Co. 12; Ef. 4); 5) estabilidade emocional – confia em Deus em todas as circunstâncias e não se deixa abalar pelas adversidades (Ef. 4.31; II Tm. 4.5); 6) partilha a liderança – não é centralizador, divide as atribuições com outros (Ef. 5.21; Fp. 4.1-3); e 7) confiável – as pessoas podem depender dele (Lc. 9.62; 1ª Co. 15.58).

CONCLUSÃO. O exercício da liderança bíblica não é centralizado no homem, mas em Deus. Os que quiserem ser líderes segundo o coração de Deus precisam atentar para a Sua palavra. Para tanto, enquanto líderes, é preciso ter cuidado para não seguir o caminho de Saul: vaidade, inveja, perseguição, auto-glorificação, populismo, desobediência, espiritualidade aparente e ganância pelo poder. O estilo de liderança de Davi, deferentemente daquele, glorifica a Deus: obediência, temor a Deus, respeito, temor, fidelidade, espiritualidade, sinceridade e misericórdia. Davi é um bom exemplo de liderança, mas se quisermos um modelo perfeito, é só atentar para Jesus, pois nEle encontramos o fundamento maior da liderança cristã: O AMOR.

BIBLIOGRAFIABALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A IGREJA E O MODERNISMO


É de se observar uma incontrolável proliferação de religiões nos últimos dias da igreja do Senhor sobre a face da terra. Essas religiões tendem a gerar no homem moderno, necessidades espirituais confusas com relação ao tipo de divindade que cultua e a forma como deve cultuar. Vemos como o apóstolo Paulo esboça a simplicidade da cruz de tal maneira que constrange os sábios e inteligentes (I Coríntios 1.18,19). Para o apóstolo, que não se desviava nem para a direita e nem para a esquerda, o evangelho não é uma questão de inteligência ou ignorância, mas de sabedoria provinda de Deus (I Coríntios 1.23; 2.4).

No evangelho moderno, o homem deixa a sabedoria divina e busca na sua própria sabedoria, a resposta à sua necessidade de Deus (1ª Co 1.6,7,14,15). Em resumo, a religiosidade do homem moderno não é outra coisa senão a divinização do homem e a humanização de Deus (Rm 1.21,23,25).

Li, recentemente, que o homem em razão do modernismo, mesmo que seja um estudioso da Palavra, apoia-se em quatro fundamentos: "fé na razão, fé no desenvolvimento tecnológico, fé na ciência como substituta da religião e fé na auto-suficiência humana". O homem moderno pode ser enquadrado no Salmo 53.1-6.

Rubens Muzio, em sua obra O DNA da Liderança Cristã (Ed. Mundo Cristão), afirma que "Os evangélicos brasileiros como esponjas secas, apropriaram-se de mecanismos científicos, realistas, empíricos e lógicos da modernidade e da pós-modernidade para conquistar credibilidade diante da cultura moderna. As lideranças estão de olho nos resultados. Os cultos tornaram-se 'shows' e copiam-se modelos importados de outros países. Nesse contexto, a igreja brasileira carece de identidade e de firmeza nas Escrituras Sagradas. Vê-se um Cristianismo sem compromisso".

É lamentável afirmar que o crescimento das igrejas, muitas vezes resulta de situações subumanas em que a opção pela fé não passa de um mecanismo de fuga, e não de um autêntico chamado para participar do Evangelho de Cristo. O crescimento da igreja deve se apoiar em três características pronunciadas pelo líder Josué, quando repetiu o concerto para o povo: "temor, sinceridade e verdade" (Josué 24.14).

Muitas igrejas estão buscando novos meios de ministração para se fazerem atraentes. Algumas transformaram-se em autêntico lugar de entretenimento. Não é possível atribuir-se crescimento espiritual autêntico e nem identidade de povo de Deus. É um verdadeiro movimento jovem para agradar a jovem, ficando os anciãos, homens de fé e de oração, esquecidos e menosprezados, servindo apenas para porteiros ou recepcionistas, ou guardadores de automóveis no pátio da igreja. Não se vê qualquer semelhança com aquele evangelho pregado por Filipe em Samaria, com poder nas palavras, provas e sinais (Atos 8.5-8). E quando umas poucas igrejas assim procedem, são acusadas de praticarem charlatanice. Estamos do lado do farisaísmo e não nos damos em conta.

O cristianismo deve apresentar Deus como a Verdade Absoluta (2ª Co 13.8). Assuntos divinos passam a ser analisados com subjetividade e sem uma norma bíblica (Gl 1.8; 2ª Pe 1.20,21). A fé de alguns cristãos tornou-se "fé na fé" e não fé em Deus (Mt 7.7; 2ª Ts 1.11). O imediatismo exige de Deus resposta à uma fé pedinte. As orações tornam-se instrumento de realização da pura satisfação humana (Lc 22.42; Tg 4.3,4,7-10). Vê-se a oração como uma "magia" para alcançar bênçãos e deixou de ser um elemento essencial para comunhão e rendição à vontade de Deus (Mt 6.5,8). As pregações tornam-se puras propostas de "barganhas" com Deus (Sl 50.8-14,23); 2ª Co 2.17). O templo perde o referencial de lugar de comunhão com os santos e adoração coletiva e é visto apenas como apontador de números de membresia. Chamam de crescimento ao que se pode denominar de "inchaço". O crescimento de uma igreja pode ser visto como o resultado de uma movimentação comum entre crentes insatisfeitos em outras igrejas ou denominações.

Tem predominado um verdadeiro pragmatismo, uma prática que entende que, se está gerando resultados satisfatórios e imediatos, pode ser considerada como certa e digna de crédito. Biblicamente falando, nem tudo o que dá resultado é certo. A preocupação com os resultados não pode ser medida pela ação do homem, pois quem dá o crescimento de Sua obra é Deus (At 2.47; 1ª Co 3.6,7). Muitas igrejas estão aderindo a certos métodos de crescimento sem nem sequer passá-los pelo crivo da revelação bíblica. Julgam que, se o que estão fazendo está dando certo, certamente Deus está aprovando.

Modernamente, viver o Evangelho de Cristo diante das exigências da religião, é um desafio para os bons cristãos. Diante deste desafio, o verdadeiro cristão para permanecer na fé, tem que ter visão, discernimento bíblico e espiritual e aprofundar-se no cristianismo que busca pelo equilíbrio.

Eliezer de Andrade

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CARTA À IGREJA DE LAODICÉIA

 “Ao anjo da Igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras , que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. Pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma, nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato (falo); se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas” (Ap 3.14-21).

Nome de uma cidade que antes se chamava Dióspolis, cidade de Zeus, melhorada e ampliada por Antíoco II, que lhe pôs o nome em honra de sua mulher Laodice. Era cidade principal da Frígida Pacatiana da Ásia Menor, e estava situada um pouco ao sul de colossos. Estava a 160 Km de Éfeso, e 80 Km de Filadélfia.

Uma das cidades mais ricas da Ásia; Possuía fábrica de panos e de vestuários de lã escura, produto de ovelhas criadas nas suas vizinhanças.

Tinha uma escola de medicina onde se produzia um ungüento que cura os problemas dos olhos.
Pelo ano 65 da era cristã, Laodicéia foi destruída por um terremoto. Os habitantes de Laodicéia reconstruíram a cidade á sua custa, sem auxílio do governo romano.

I. O princípio da criação (v. 14): Refere-se a Jesus: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-2).

II. Conheço as tuas obras (v. 15): O homem jamais consegue esconder-se do olhar de Deus. Diz o Salmo 139.7-8 “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a mina cama no mais profundo abismo, lá estás também”.

Deus vê todas as coisas e sabe todas as coisas que praticamos. Não temos como esconder.

III. Nem és frio, nem quente (v. 15): Refere-se aquelas pessoas que vem a igreja, mas não querem compromisso e nem responsabilidade com o Reino de Deus. Eles acham que estar dentro de uma igreja é o suficiente, ou seja, eles acham que a igreja lhe garante a salvação.

IV. Vomitar-te (v. 16): Perto de Laodicéia havias fontes de água mineral morna e emétrica, que o viajante sedento rejeitaria com nojo (ânsia de vomito). Este é o desgosto que Cristo sente para com uma igreja espiritual morna. Qualquer outra condição espiritual seria mais promissora.

V. Estou rico (v. 17): Esta igreja era cristã, mas havia se corrompido através das riquezas.
A igreja local da cidade era rica, acomodada e prevalecente da soberba e das riquezas.

A cidade era próspera o povo era rico materialmente, não tinha falta de nada. Havia industria, e um centro bancário, mas Jesus diz: “Não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”.

O orgulho de Laodicéia através de suas riquezas (seu centro bancário, seus oftalmologistas,  seus colírios, suas fabricas de tecidos) serviram para dar visão e decadência espiritual. Jesus não está condenando as riquezas, mas o orgulho e o amor pelas riquezas materiais.

A igreja de Laodicéia precisava desesperadamente da graça que regenera, das vestes da justiça de Cristo e de olhos do coração iluminados pelo Espírito Santo.

VI. Ouro refinado pelo fogo (v. 18): Simboliza a verdadeira riqueza celestial, sem mácula (pecado); representa a verdadeira santidade (a separação do mal).
Simboliza a nossa vida limpa pelo fogo da Palavra de Deus.

VII. Colírio para ungires os olhos (v. 18): A cidade tinha os melhores oftalmologistas do mundo, os melhores colírios, mas Jesus aconselha que compres colírio para ungires os olhos. Tinham o colírio material, mas não tinha unção do Espírito Santo. Sem está unção o cristão não vê espiritualmente se não só materialmente.

Jesus refere-se ao colírio espiritual para que o homem veja a verdade. Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Quando o povo não conhece a verdade está cego, nu e desgraçado. Anda em caminhos errantes.

Tinham um centro bancário, mas Jesus chama de pobres.
Tinham as melhores roupas, mas Jesus chama de nu.
Tinham os melhores colírios, mas Jesus chama de cegos.
Tinham tudo, mas Jesus chama de infeliz e miseráveis.

VIII. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te (v. 19).
Cristo chama atenção desta igreja ao arrependimento. E para que isto aconteça, Ele disciplina, ensina, aconselha, fala, para que todos venham ao arrependimento.

IX. Eis que estou a porta e Falo (v. 20).
A Palavra “fala” no gr. é Lego – Eu digo, eu falo. Aqui Jesus demonstra o profundo amor que Ele tem pelos Seus filhos. Ele está em nossos corações todos os dias a falar. Ele fala de muitas maneiras conosco; através de Sua Palavra, através de sonhos e revelações; e muitas vezes Ele usa alguém para falar conosco.

Na igreja de Laodicéia Cristo estava para o lado de fora. Por causa do orgulho o Senhor se retirou. Ele habita na humildade, por que Ele é humilde.

Aqueles que estão com a porta fechada podem abrir e desfrutar de uma íntima compaixão com o Senhor. O fato de Ele esperar pela abertura da porta mostra o paradoxo da graça e responsabilidade pessoal.

Aquele que ouvir a voz do mestre e abrir o seu coração, então Ele entra para cear e para morar. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo, e quando abrimos o nosso coração, Ele habita em nós (faz morada) e somos ricamente abençoados por Ele, nesta vida e na vida eterna.

X. Vencedores (v. 21).
São aqueles que ouviram sua voz e abriram seus corações, ou seja, obedeceram Sua Palavra e cumpriram Seus ensinamentos. Para esses Ele diz: “... dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono”.

XI. Ouça o que o Espírito diz ás igrejas (22).
Ouça e não te faças de surdo, escute a voz terna de Jesus e abra o seu coração para que Ele faça morada. Escute ouça o que o “Espírito diz as igrejas”.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangeléica Assembléia de Deus

sábado, 15 de agosto de 2009

O MORDOMO INFIEL


“Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela. Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz. E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc 16.1-13).

O mordomo infiel tem sido a mais discutido de todas as personagens das parábolas. Para orientar a nossa interpretação, devemos notar o seguinte:

Administrador. (do gr. oikonomos), um administrador, gerente, superintendente; para quem o chefe da casa ou proprietário tinha confiado a administração dos seus afazeres; o superintendente das finanças. Aqui representado pelo pecador.

Defraudou. No gr. é traduzido como dissipou os bens do seu senhor.

Bens: (gr. grhuparchonta), possessões, mercadoria, bens, propriedade.

O patrão do administrador ao saber da sua desonestidade, o chama para que preste conta da sua administração, e, para que possa despedi-lo por ter agido com infidelidade no serviço.

O administrador infiel ao saber que seria despedido age com sutileza e astúcia: “Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas”.

“Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta”  (vv.5-7).

Cados e coros O cado media 40 litros e coros media 525 litros.

"E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz".

Ele não foi louvado por Deus, mas pelo Seu patrão. Jamais Deus iria elogia um pecador infiel e astuto. Note-se que o administrador mostrou-se prudente e prevenido com respeito ao seu futuro financeiro, pois trabalhar não podia e mendigar tinha vergonha.  O que ei de fazer? "Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas".

O mordomo infiel chamou os devedores e diminui as dívidas que  tinham com o seu patrão, com isso ele ficou com créditos em seu favor.

Porém o crente deve tomar esse exemplo no sentido espiritual, ou seja, o futuro espiritual. Por isso Jesus diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

O Dr. Bullinger oferece-nos a seguinte tradução concernente ao verso 9: “E eu, porventura, digo-vos Fazei amigos pelas riquezas da injustiça, para que quando necessitardes (ou quando elas acabarem) vos recebam nos tabernáculo eternos?”

O Dr. Screggie diz: “Muito podemos aprender com os homens deste mundo. As realidades do pecador são bem positivas: cama, alimento, dinheiro; crendo em tais coisas, ele vive para elas. Será que o crente no eterno como o descrente crê nas coisas presentes? Este mordomo cuidou do seu futuro material. Tinha sido infiel, e preparou-se para o que ia acontecer no porvir. E a nós têm sido confiadas maiores riquezas por um maior Senhor. Não terreno de dar contas? Bênção futura pode resultar do bom emprego das oportunidades atuais (v. 9). Há pequenas provas de grandes princípios (v.10-12). Nossa fidelidade em coisas pequenas revela nosso caráter, e a fidelidade é filha da lealdade (v. 13)”.

O Dr. Goodman escreve: “Nosso Senhor condena o mordomo como injusto (v.8), mas note-se este ensino: se um homem injusto emprega dinheiro para providenciar o futuro, muito mais devem os filhos a luz ser igual prevenidos para o futuro celestial. Porventura os maus devem ser mais prudentes do que os bons?”

Nesse princípio o Senhor apresenta quatro lições:

1) Fazer amigos por meio das riquezas iníqua. Esta palavra no grego "Adikia" não indica a falta de ética individual, mas refere-se ao dinheiro perecível deste mundo. Fazer o bem, investir no reino de Deus e ganhar com elas gratidão e amor. Algum dia, na vossa necessidade, aqueles que assim foram servidos vos receberão em “tabernáculos eternos”, isto é, no seu permanente amor e gratidão.

2) A fidelidade no mínimo resultaria na fidelidade em tudo.

3) No caso de não sermos fiéis no uso de nosso dinheiro que chamamos nosso, como poderemos esperar que Deus nos dê as riquezas verdadeiras? (v.11). O dinheiro é o nível mais baixo da riqueza; o mais elevado é o caráter: ser encarregado do evangelho; ser designado despenseiro da multiforme graça de Deus (1ª Co 4.1; 1ª Pe 4.10). Deus escolhe seus despenseiros da maior riqueza de entre aqueles que servem fielmente.

4) Não podemos servir a dois senhores”. O infiel emprega o seu dinheiro naquilo que é mau, mas o justo aplica o seu dinheiro naquilo que bom e no reino de Deus!

A palavra grega “mammonas” Traduzida Mamom (v.13), é o nome de uma divindade siríaca, deus das riquezas.

O mordomo chama os devedores do seu senhor para verificar a situação de cada um e cancela uma parte da dívida de cada um, embora o tenha feito por um motivo injusto também fê-lo no próprio interesse.

Entendemos que a diferença cancelada fosse um acréscimo que o próprio mordomo havia exigido, e que, com o cancelamento, ele acertou as respectivas contas entre os devedores e o dono, ganhando ainda gratidão daqueles.

Conclui que era o excesso que exigira, que dispensou, e assim ele ajustou as contas com o patrão, ao mesmo tempo que ganhou crédito com os devedores. Mas isto introduz muito que é suposição; e não parece que ele esperava endireitar a conta. A sabedoria com que ele tirou partido daquilo que tinha nas mãos, é evidente.

É triste ler que os fariseus avarentos zombaram deste ensino precioso, em vez de o praticarem (vv. 14-18). E hoje muitos que não são fariseus ocupam-se com curiosas especulações referentes ao mordomo infiel, em vez de obedecerem aos quatros ensinos (apontados pelo Dr Goodman) que os mais simples podem entender.

Pr. Elias Ribas