TEOLOGIA EM FOCO: A REJEIÇÃO DE ISRAEL - ROMANOS 9

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

A REJEIÇÃO DE ISRAEL - ROMANOS 9

 


Romanos 9.1-33 “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): 2 tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. 3 Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; 4 que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; 5 dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! 6 Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; 7 nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. 8 Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. 9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. 10 E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; 11 porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), 12 foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. 13 Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú. 14 Que diremos, pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma! 15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. 16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. 17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. 18 Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer. 19 Dir-me-ás, então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste à sua vontade? 20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? 22 E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, 23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25 Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada. 26 E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor executará a sua palavra sobre a terra, completando-a e abreviando-a. 29 E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, teríamos sido feitos como Sodoma e seríamos semelhantes a Gomorra.

30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. 31 Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. 32 Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. Tropeçaram na pedra de tropeço, 33 como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” 

INTRODUÇÃO. Paulo discorreu a respeito da Doutrina da Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola aos Romanos, porém agora nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um parêntese para tratar a respeito da eleição de Israel no passado (9.6-29); a rejeição do Messias por Israel (9.30-10.21) e plenitude dos gentios, quando todo o Israel será salvo. O povo escolhido de Deus não se considerava necessitados da salvação, por ser o povo da promessa. 

I. O AMOR DE PAULO PELOS JUDEUS (Vs. 1-5) 

1. A tristeza de Paulo por causa da incredulidade de Israel. Paulo estava profundamente preocupado com o destino dos judeus. Ele desabafou a sua “grande tristeza e contínua dor no coração.” (v. 2). Ele relata que os judeus, estão perdidos e perecendo, e isso cria em Paulo uma agonia de partir o coração. Ele expressa o profundo amor que ele sentia pelos seus irmãos judeus.

O apóstolo explica como opera a lei da eleição. A nação de Israel é escolhida para receber a adoção, as promessas e as bênçãos do evangelho; contudo, a maioria dos judeus rejeitaram a mensagem de salvação de Jesus. Paulo entendeu que eram os gentios, que creram no evangelho e aceitaram a mensagem de Jesus. 

2. Os privilégios espirituais dos judeus. Os judeus criam que, sendo filhos de Abraão, tinham direito a todas as bênçãos da aliança de Deus com Abraão e, por conseguinte, a justificação e a glorificação eram direitos exclusivos dos judeus mediante o seu nascimento natural. Todavia, foi Israel quem rejeitou o Salvador, pelo seu endurecimento espiritual. Paulo mostra que a rejeição do evangelho que Jesus trouxe era uma rejeição de Deus, Assim como os gentios, Deus colocou os judeus em situação de desobediência para usar de misericórdia com todos. 

II. A ELEIÇÃO SOBERANA DE DEUS (vs. 6-13) 

1. A promessa de Deus não falhou (v. 6). Aqui Paulo entra no assunto profundo da eleição, cujo tratamento se estende até o final do capítulo 11. No verso 6, Paulo vai dizer que o problema não é as Sagradas Escrituras (v. 6). Deus escolheu Israel como Seu filho, nenhuma nação alcançou grandes privilégio com Israel. Por ter sido escolhido por Deus, viu de perto a glória do Senhor (Lv 9.23). Os israelitas foram escolhidos pelo Senhor para receberem o Messias, independente das obras dos patriarcas. 

2. A fidelidade divina. Paulo declara que os propósitos e as promessas feitas por Deus nunca falharam, porque embora Israel tenha sido rejeitado, os gentios tomaram o seu lugar, pois a eleição divina é soberana e Deus tem o direito de estabelecer Seu modo de escolha. 

3. A distinção entre descendentes naturais e filhos da promessa (v. 7). O problema é que nem todos os que são de Israel são verdadeiros israelitas”, assim nem todos os que se dizem cristãos são de Cristo.

Paulo começa agora a falar da soberania de Deus. Ele usa exemplos do Antigo Testamento para ilustrar como Deus escolhe soberanamente aqueles que receberão as Suas promessas. Um desses exemplos é a escolha de Isaque sobre Ismael e de Jacó sobre Esaú, mostrando que a eleição de Deus não depende de esforço humano, mas de Sua soberania. Abraão teve sete filhos, mas somente Isaque que foi escolhido segundo a promessa de Deus. 

4. O filho da promessa. “Porque em Isaque será chamada a tua semente.” Esta citação de Gênesis 21.12, para mostrar que Isaque seria o filho da promessa. 

5. Filhos da carne (vs. 8-9). Paulo usa a figura de Abraão para mostrar que a descendência física, não é a garantia de ter um lugar na família de Deus. O argumento do apóstolo, é que Abraão teve dois filhos, Ismael e Isaque, mas apenas Isaque herdou a promessa. Portanto, as bênçãos da promessa foram limitadas, isto é, para aqueles a quem a promessa pertencia particularmente, para os descendentes de Isaque.

“Por este tempo virei, e Sara terá um filho” (v. 9). Esta citação de Gênesis 18.10, diz respeito à promessa do nascimento de Isaque; algo tão improvável que provocou risos em Sara (Gn 18.12). Ao especificar isso, ele mostra que não se referia a Ismael, mas a Isaque. 

6. “pois, como não eram ainda nascidos (vs. 11-12). A promessa, portanto, não foi por qualquer obra deles, ou porque eles formaram um caráter e manifestaram qualidades que tornaram esta distinção apropriada. A escolha teve seu fundamento no propósito ou plano de Deus. Deus escolheu Jacó em posição superior a Esaú, antes que ambos nascessem. Antes que tivesse feito bem ou mal Deus já tinha escolhido. Porque o maior (Esaú), servira o menor (Jacó) (Gn 25.23). 

7. Amei Jacó e aborreci Esaú (v. 13). A Bíblia relata que Esaú trocou a benção da primogenitura por um prato de guisado. Ao fazer isso, Esaú “desprezou” sua primogenitura, ou mostrou que ele realmente não se importava muito com o assunto. Na presciência de Deus, Ele conhecia as atitudes de cada um, por isso o Senhor disse: que o mais velho servira o mais novo (Gn 25.23).

Deus não disse que odiava Esaú, mas Deus amou a Esaú “menos do que” Ele amou a Jacó. Isso não significa nenhum ódio positivo, mas que ele preferiu Jacó, e negou a Esaú aqueles privilégios e bênçãos que ele conferiu à posteridade de Jacó. O que Paulo está dizendo é que Esaú não foi objeto dos propósitos eletivos de Deus. 

III. A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS (Vs. 14-24). 

1. A pergunta sobre a justiça de Deus. Se Deus escolheu Isaque em vez de Ismael (vs. 7-9), ou Jacó em vez de Esaú (vs. 10-13), então há injustiça da parte de Deus? Não! Quando Deus fez esta escolha, Ele continua sendo justo (14-18). Ele não foi injusto por condenar os judeus incrédulos. 

2. A resposta de Paulo – Deus é soberano (v. 14). Deus é injusto por ter escolhido Jacó em vez de Esaú? O grande problema da humanidade é achar que merece alguma coisa de Deus e a verdade é que o ser humano não merece nada de Deus. Os judeus confundiram a justiça de Deus com merecimento e conquista. Deus não trata todas as pessoas da mesma maneira. Quando Deus é justo, Ele está fazendo o que é reto. Abraão fez a Deus uma pergunta que só poderia ter uma única resposta: “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). De forma semelhante, o apóstolo Paulo fez a seguinte pergunta: “E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De modo nenhum!” (Rm 9.14 - NVI). 

3. Exemplos de Faraó e vasos de ira e misericórdia (vs. 15-16). Os versículos 15 a 23, o apóstolo oferece base por que não há injustiça da parte de Deus. Paulo usa a passagem do Êxodo 33.19, “e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer.” O apóstolo usa ambos os textos onde Deus demonstra a forma soberana como lida com os seres humanos em sua condição desfavorável diante dele mesmo. Ele tem o direito soberano de ter misericórdia de quem quer. Ninguém pode obtê-las em troca de alguma coisa; ninguém as merece. As escolhas de Deus não dependem do nível de mal ou de bem no homem, mas somente a Sua vontade soberana.

A salvação é um ato da graça e misericórdia divina. Não depende de esforço humano.  Deus, sendo justo, pode mostrar misericórdia para qualquer homem até para os gentios. Quando Deus, na sua misericórdia, oferece grandes vantagens aos judeus, eles não reclamam. Agora que Ele oferece a salvação a todos, judeus e gentios, eles chamam a Deus de injusto! 

“Porque diz a Escritura a Faraó...” (v. 17). Paulo mostra o papel de Faraó do Egito. Ele se considerava o deus Hórus encarnado na Terra, que é o deus ligado ao Sol, e todo o poder era centralizado em suas mãos. Em Êxodo 8.19, salienta que, Deus endureceu o Faraó em sua teimosia à medida que ele rejeitava o Senhor enviava as pragas. Então Deus mostrou Seu poder a Faraó, a fim de que o único Deus verdadeiro fosse conhecido.

Eu te levantei. A palavra grega usada pelo apóstolo é despertei ou agitei”. Mas também pode ter o significado: “Eu te sustentei ou apoiei”. Deus tinha poder para tirar a vida ou dar a vida ao Faraó orgulhoso. Porem Deus sustentou “para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. (Êx 9.16). 

4. Somos vasos nas mãos do oleiro (20-22). Paulo faz duas perguntas nos versículos 19 e 20: “Por que se queixa ele ainda?” Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Mas responde nos versículos a seguir usando a figura do vaso.

A imagem do oleiro da aldeia é comum no Antigo Testamento (Is 41.25) sendo usada para ilustrar diversas lições. Aqui, o barro representa a humanidade caída. Da mesma forma que o oleiro trabalha esse material até moldá-lo conforme o seu desejo (Is 64.6-9), Deus tem todo o direito de fazer vasos para honra, outros para desonra, ou seja, aqueles que aceitam o evangelho serão vasos de honra, mas aqueles que endurecem seus corações vasos para de desonra. Quando Ele decidiu salvar os crentes (judeus e gentios) e condenar os descrentes (judeus e gentios), o Senhor agiu dentro de Sua soberania (20-21). Deus tem direito de determinar a hora para castigar os malfeitores, como também para salvar os fiéis (22-23). Paulo salienta que Deus ainda retarda, pacientemente, o derramamento do seu juízo. 

“para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória” (v. 23). Para que ele pudesse se manifestar ou mostrar Sua glória.

Em Efésios 1.12 a 14, Paulo explica que fomos adotados para o louvor da Sua glória, ele acrescenta, que somos selados pelo Espírito da promessa para louvor de Sua glória. Isto é, Deus escolheu vasos de honra ou de misericórdia para manifestar a Sua glória entre as nações. Os judeus endureceram seus corações para o evangelho, então, Deus escolheu os gentios crentes para louvor de Sua glória. Ele deseja mostrar que os eleitos são vasos através dos quais Deus exerce sua misericórdia, para que através deles possa glorificar Seu nome. 

IV. A INTEGRAÇÃO DOS GENTIO E OS REMANECENTES DE ISRAEL (VS. 25-29) 

1. Profecia de Oséias e de Isaías. “Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada” (v. 25).

Em Oséias, ele não se referiu ao chamado dos gentios, mas ao chamado dos judeus rejeitados. Oseias revelou que Deus tinha a intenção de restaurar o seu povo. Paulo viu na profecia de Oséias a intenção divina de trazer os gentios para o evangelho, depois que os judeus rejeitaram o plano da salvação.

O que Paulo deseja dizer é que a Igreja não era considerada o povo de Deus. Deus chamou porque Israel não entendeu o seu ministério entre as nações a fim de abençoá-las. Deus fez, na salvação dos gentios, exatamente o que Oséias previu na sua profecia (Os 2.23. 9.25-26). Os que receberam a misericórdia de Deus foram os mesmos que se arrependeram e se converteram ao Senhor. A Igreja nasceu no meio do povo de Israel, que se considerava escolhido por Deus para ser d’Ele, devendo, assim, viver separado dos outros. 

2. O chamado dos gentios. Paulo apresenta a soberania de Deus na eleição e rejeição de Israel e o papel dos gentios na salvação. No entanto, Paulo também aborda a questão da responsabilidade humana na escolha de crer ou não em Deus.

Na eternidade Deus escolheu um povo para cumprir o Seu propósito “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1ª Pe 2.9). Um povo eleito no lugar de uma nação eleita simplesmente porque ela não entendeu o propósito de seu chamado. Na visão de Pedro ele percebeu que a graça de Deus estava sobre os gentios e também sobre os hebreus, transformados em um só corpo, a Igreja que antes não era povo, mas agora veio a ser povo. 

3. O remanescente de Israel será salvo. Paulo cita Isaías 10. Mesmo que o número dos filhos de Israel fosse como a areia do mar, um restante é que será salvo. Porque o Senhor cumprirá Sua Palavra. (Is 1.9) Se o Senhor Deus não tivesse preservado um restante do povo de Israel, os israelitas estariam acabados como Sodoma e Gomorra. A promessa de Deus não falhará, mesmo se Israel for infiel. 

V. A PEDRA DE TROPEÇO E A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (vs. 32-33). 

1. A busca da justiça pelos gentios (Rm 30-31). Depois de explica a importância da eleição divina, agora apóstolo vai tratar da realidade da fé e da incredulidade de Israel. Ele explica no verso 30, “que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça?” Os gentios não buscaram a lei e nem desejaram guardar os mandamentos a fim de ganhar o favor de Deus, mas alcançara através da a justiça que é pela fé. Mas judeus, que “buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça.” (v. 30). 

2. O tropeço de Israel (v. 33). Na Bíblia hebraica, o termo para “pedra de tropeço” pode ser usada para traduzir os vocábulos hebraicos mikshol e makhshelah usados para indicar aquilo em que alguém tropeça. Ao substantivo grego σκανδαλον skandalon também é associado um verbo, skandalizo em português escandalizar, seu significando literalmente “fazer alguém tropeçar” ou, idiomaticamente, conduzir alguém a pecar.

Além da expressão “σκανδάλου” tem um segundo significado na palavra grega proskomma tropeçando.

No Novo Testamento, “Pedra de tropeço” “proskomma, é uma pedra ou impedimento no caminho sobre o qual as pessoas podem cair. Paulo usou o texto do profeta Isaías 8.14, escrito 800 a.C. que vaticina que o Messias seria: “pedra de tropeço e de rocha de escândalo às duas casas de Israel; de laço e rede, aos moradores de Jerusalém.”

Aqui significa “aquele obstáculo que os impedia de alcançar a justiça da fé; e que foi a ocasião de sua queda, rejeição e ruína. A grande tragédia que acometeu a nação judaica foi que o Messias tão esperado e desejado por essa nação se tornou para ela uma pedra de tropeço, em lugar de ser um abrigo em que ela poderia proteger-se. Paulo explica que a causa do fracasso de Israel, onde os judeus buscaram a justificação pelas obras, ou seja, achavam que poderiam se salvar pela justiça própria, mas acabaram se chocando contra a Pedra de Tropeço. Essa foi a rejeição e a crucificação de seu próprio Messias; a falta de vontade de serem salvos por Ele; seu desprezo por Ele e sua mensagem. 

3. Jesus Cristo como Pedra angular. Paulo fez em Romanos 9 referências também a outra passagem do profeta Isaías: “Eis que assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge”. (Is 28.16). A Pedra que que Isaías se refere é Cristo Jesus: “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.” Jesus é a Pedra angular (Ef 2.20), é a pedra que oferece alicerce seguro para quem confia n’Ele.

Na teologia Paulina Jesus Cristo é tanto “pedra de tropeço” “que faz cair” para os judeus, como como “Rocha de Salvação” para os gentios. Jesus é a pedra que oferece alicerce seguro para quem confia n’Ele. Nunca faltará chão para quem decide confiar em Jesus. 

CONCLUSÃO. Israel é o relógio de Deus na terra. Jesus disse: “Olhai para a figueira (Israel), e para todas as árvores; quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão” (Lc 21.29-30).

A figueira é Israel. Pelas palavras de Jesus, conscientizamo-nos de quão próximo está “o verão”, pois a figueira está brotando. A restauração nacional já ocorreu, falta apenas chegar o verão para a restauração espiritual.

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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