Lucas 21.24
“Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até
que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles!”
O texto de Lucas, Jesus
aponta a um período em que Jerusalém será pisada pelos gentios. Ao se referir à
destruição de Jerusalém, Lucas declarou que seus habitantes seriam mortos ao
fio da espada, que os sobreviventes seriam espalhados como prisioneiros de
guerra entre as nações e que a cidade seria destruída (e dominada) por povos
pagãos até que o tempo deles se completasse, ou seja, “...até que os tempos
destes se completem.”
Quando comparamos
as profecias constantes de Daniel, Apocalipse, Mateus 24 e Lucas 21, concluímos
que o lapso temporal indefinido, que começou logo após a destruição de
Jerusalém (no ano 70 d.C.), já estava previsto na Palavra profética. É o
período denominado “os tempos dos gentios” (Lc 21.24), o qual perdurará até o
início da septuagésima semana, isto é, a Grande Tribulação.
Quanto tempo
deveria durar a era chamada de tempos dos gentios? A primeira parte da profecia
se cumpriu de modo dramático no ano 70 d.C., quando as tropas romanas sob o
comando de Tito, filho do imperador Vespasiano, invadiram Jerusalém e
destruíram tudo o que encontraram pela frente, inclusive o templo. Milhares de
judeus foram mortos (Lc 13.34, 35). Por muitos anos depois da destruição, os
judeus não puderam sequer se aproximar das ruínas da cidade. Até hoje, parte de
Jerusalém permanece nas mãos de gentios, pois os muçulmanos controlam o lado
oriental da cidade. Portanto, o tempo dos gentios, começa com a destruição de
Jerusalém até a segunda vinda, com a possível implicação de que, ao fim do
período, o juízo divino também recairia sobre as nações gentílicas.
Quando começou a
era chamada de tempos dos gentios? Por que esta profecia ainda não se cumpriu
por completa? Analisando as palavras proféticas de Jesus Ele diz: “Logo em
seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua
claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão
abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da
terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com
poder e muita glória. E ele enviará seus anjos com grande clamor de trombeta,
os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra
extremidade dos céus.” (Mt 24.29-31).
Nas palavras de
Jesus a grande tribulação viria primeiro, depois o escurecimento do sol e da
lua (Mt 24.29-31), que viriam “antes que venha o grande e glorioso dia do
Senhor” (At 2.20), portanto, o tempo dos gentios termina com o retorno de
Cristo em glória.
Quando examinamos
o livro das revelações do apóstolo João, encontramos referências semelhantes ao
tempo do domínio gentio terminando com o retorno de Cristo. Em Apocalipse 11.2,
João indica que Jerusalém estará sob o domínio dos gentios, embora o templo tenha
sido restaurado. Os exércitos da Besta são destruídos pelo Senhor em Apocalipse
19.17-19, pouco antes do início do reinado milenar de Cristo.
Um tema de Romanos 11 é que, quando o povo judeu rejeitou a Cristo, ele foi temporariamente privado das bênçãos de um relacionamento com Deus. Como resultado, o evangelho foi dado aos gentios, e eles o receberam de bom grado. Este endurecimento parcial do coração por parte de Israel não impede que judeus individuais sejam salvos, mas que a nação aceite a Cristo como Messias até que Seus planos sejam concluídos. Quando chegar a hora certa, Deus restaurará toda a nação e os judeus terão fé n’Ele mais uma vez, encerrando “os tempos dos gentios” (Is 17.7; 62.11–12; Rm 11.26).
Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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