TEOLOGIA EM FOCO: INTRODUÇÃO DO LIVRO DO PROFETA DANIEL

terça-feira, 24 de maio de 2022

INTRODUÇÃO DO LIVRO DO PROFETA DANIEL

 

1. Significado do Nome Daniel. Daniel no hebraico דָּנִיֵּאל Daniyyel e significa “o Senhor é meu juiz”, “Deus é meu juiz”. O nome Daniel é formado pela junção dos elementos dan, que significa literalmente “aquele que julga, juiz”, e El, que quer dizer “Senhor, Deus”.

2. A autoria do livro de Daniel. Historicamente, tanto o judaísmo como o cristianismo, reconhecem o livro de Daniel no cânon bíblico Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra  escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn 8.2). O livro contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico, excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto aramaico.

O livro de Daniel é uma riqueza para a igreja cristã, e tem como objetivo revelar o futuro do mundo gentílico e da nação israelita. Além de histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas e outras que ainda vão se cumprir no futuro. São revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios. Deus revelou a Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica. Portanto, pode-se classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros.

3. A vida de Daniel. Daniel ainda muito jovem foi levado para Babilônia como cativo. Em terra estranha ele serviu fielmente a Deus. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria e ocultismo da corte oriental babilônica. Ele foi levado para Babilônia na primeira leva de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha 14 a 16 anos de idade. Aí viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de Deus, atravessando o reino de todos os reis babilônicos, exceto o primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do neo-Império Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro em 536 a.C. (Dn 6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo.

4. As profecias de Daniel. Em duas ocasiões distintas, o Senhor revela ao profeta Daniel, tipologicamente as figuras dos quatro últimos impérios mundiais; no capítulo 2 e capítulo 7.

Sob as ordens de Nabucodosor, jovens judeus, da linhagem real e dos nobres, deveriam ser escolhidos para estar na presença deste rei. Eles deveriam servi-lo com aconselhamentos e interpretações, possuir boa aparência, ser instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência e entendidos no conhecimento. Deveriam também possuir habilidades para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus (Dn 1.4). Entre estes jovens sobressaem-se quatro jovens judeus. Destes quatro jovens destacamos Daniel, que posteriormente teve seu nome mudado para Beltessazar, que quer dizer “príncipe de Bel”, onde Bel era o nome de um deus babilônico equivalente a Baal e a Marduque, deuses da época.

Daniel por duas vezes teve visões e revelações proféticas na Babilônia. São estas visões que nos trazem luz aos acontecimentos que dar-se-ão no tempo do fim. Através da interpretação destas visões, nos situamos profeticamente e historicamente, podemos assim sentir o peso da responsabilidade de estarmos preparados para quando o fim chegar.

Nestas visões está predito o futuro do mundo gentílico na era dos “últimos dias” (Dn 2.28). Isto alcança os tempos da vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio. A matéria profética deste assunto é tão importante que vem repetida no capítulo 7. Uma das diferenças é que no capítulo 2, a revelação divina veio por meio de um sonho profético ao rei Nabucodonosor, rei da Babilônia; e no capítulo 7, por meio de uma visão profética concedida a Daniel.

Pr. Elias Ribas
Dr. Em Teologia
Assembleia de Deus Blumenau - SC

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