Daniel
ainda muito jovem foi levado para Babilônia como cativo. Em terra estranha ele
serviu fielmente a Deus. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria
e ocultismo da corte oriental babilônica. Ele foi levado para Babilônia na
primeira leva de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha 14 a 16 anos de
idade. Aí viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e
profeta de Deus, atravessando o reino de todos os reis babilônicos, exceto o
primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do neo-Império
Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro em 536 a.C. (Dn 6.28; 10.1).
Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo.
Daniel
foi selecionado como um dos jovens judeus mais especiais para ser treinado para
servir na corte do rei Nabucodonosor. Deus abençoou Daniel com o dom de
interpretar sonhos, e ele foi promovido a cargos de liderança nos governos
Babilônico e Persa.
Daniel
por duas vezes teve visões e revelações proféticas na Babilônia. São estas
visões que nos trazem luz aos acontecimentos que dar-se-ão no tempo do fim.
Através da interpretação destas visões, nos situamos profeticamente e
historicamente, podemos assim sentir o peso da responsabilidade de estarmos
preparados para quando o fim chegar.
Nestas visões está predito o futuro do mundo gentílico na era dos “últimos dias” (Dn 2.28). Isto alcança os tempos da vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio. A matéria profética deste assunto é tão importante que vem repetida no capítulo 7. Uma das diferenças é que no capítulo 2, a revelação divina veio por meio de um sonho profético ao rei Nabucodonosor, rei da Babilônia; e no capítulo 7, por meio de uma visão profética concedida a Daniel.
I. O SONHO DO REI NABUCODOSOR - Daniel capítulo 2.
O capítulo 2 do livro de Daniel, o rei Nabucodonosor tem um sonho que deixou muito preocupado. O problema que ele esqueceu o que sonhou.
1. A
crise provocada pelo sonho. Certa noite, o rei
Nabucodonosor teve um sonho, uma grande revelação. Ao levantar-se pela manhã
esqueceu o que havia sonhado, e seu espírito ficou grandemente perturbado.
Então o rei mandou chamar os sábios do palácio: os magos, astrólogos,
encantadores, e os caldeus, para revelar ao rei qual tinha sido o seu sonho.
Mas, nenhum desses adivinhos e místicos puderam revelar (trazer conhecido) ao
rei, o que ele havia sonhado. Eles diziam ao rei que isto era impossível. Jamais
alguém poderia revelar sem ajuda dos deuses.
Porém,
Nabucodonosor vendo que não podiam trazer conhecido o seu sonho, fez um decreto
ordenando a morte de todos os magos, sábios e encantadores; buscaram Daniel e
os seus companheiros, para que fossem mortos. Então, Daniel falou prudentemente
a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de
Babilônia, o qual o levou a presença do Rei. Então, Daniel pediu ao rei que lhe
desse tempo, para que pudesse dar a interpretação. E em seguida foi para sua
casa e comunicou o fato aos seus três amigos, que juntos em oração pediram
misericórdia ao Senhor Deus. Sendo Jeová um Deus compassivo e misericordioso
para com seus servos, revelou o sonho do rei ao profeta Daniel numa visão de
noite. Após o Senhor Deus ter revelado o sonho do rei ao profeta Daniel, ele O
louvou grandemente (Dn 2.20-22).
Os magos haviam dito anteriormente que somente os deuses poderiam revelar o futuro ao homem (11). Agora Daniel afirma que os sábios da Babilônia não podiam revelar (v. 27), associando-se com suas falsas divindades. Daniel era capaz de fazer porque há um Deus no céu que revela mistérios.
2. Daniel na presença do rei (Dn 2.25-30). Posto na presença do rei, este jovem judeu declarou as visões que o rei havia tido em sua cama, exatamente como elas aconteceram. Esta primeira visão, embora não tenha sido dada primariamente a Daniel, foi interpretada exclusivamente por ele, e estão registrados em seu livro. Isto causou uma grande surpresa no coração do rei, pois era exatamente o que havia sonhado alguns dias anteriores a este encontro.
II. DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO
Dn 2.31-33 “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas, de cobre; 33 as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro.”
A
grande estátua do sonho do rei foi composta de quatro partes principais.
A
cabeça da estátua – de ouro – a Babilônia.
O
peito e os braços – de prata – Medos-Persas.
O
ventre e as coxas – de cobre – a Grécia.
As
pernas – de ferro – Roma.
Os pés
– em parte de ferro e em parte de barro – um reino mundial dividido: império
dividido.
Na
enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos
dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória.
Esta
visão revela, em caráter profético, como dar-se-ão os acontecimentos sociais e
políticos concernentes aos grandes reinos, impérios e confederações de países
no mundo contemporâneo a Daniel, no período posterior aquele e no futuro
(nossos dias).
Prosseguindo, vemos Daniel descrevendo o relato da interpretação deste sonho. E a interpretação, que segundo ele é fiel, pois ela cumpre-se na íntegra na história da humanidade que são os quatro últimos impérios mundiais.
1. Cabeça de ouro, o reino Babilônico (605 a.C a 539 a.C.). “Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37 Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38 E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.36-38).
Daniel
disse claramente que Nabucodonosor o rei da Babilônia, era a cabeça de ouro da
estátua. O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos
dos gentios. Sobre a expressão “tempos dos gentios” (Lc 21.24).
Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.). Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia.
2. O peito
e os braços de prata, o reino Medo-Persa. (539 a.C. a 531 a.C.). “E
depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu” (2.32-39).
A segunda parte da estátua, o peito e os braços de prata, representam o Império Medo-Persa, o segundo Império mundial liderado por Ciro (Isaías 45.1). Em 539 a.C. O grande imperador Ciro, general Persa, derrotou o império babilônico e estabeleceu a Segunda potência Universal. Os dois braços de prata representam as duas nações da Média e da Pérsia.
3. O
ventre e as coxas de cobre, o reino Grego (631 a.C. a 168 a.C.). “...e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre
toda a terra. (2.39).
O
terceiro reino, após a Medo-Pérsia, foi a Grécia (Dn 8.20-21) de Alexandre, o
Grande (331 a.C. a 168 a.C.). Este império está representado na estátua pelo
ventre e quadris de bronze.
Duzentos anos mais tarde, em aproximadamente em 331 a.C. o império Medo-Pérsia se desmoronava diante das forças da Grécia, comandadas pelo então imperador Alexandre, o Grande.
4. As
duas pernas de ferro, o reino Romano (168 a.C. a 477 d.C.).
“E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra
tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (Dn
2.40).
As pernas de ferro representam o Império Romano. As pernas são a parte mais longa do corpo, o que indica a extensão do domínio romano. As duas pernas correspondem a divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, ocorrido em 395 d.C. O reino de ferro teve início em 63 a.C., o general romano, Pompeu, conquista a Judéia. O mais forte dos quatro reinos seria o quatro, dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera. Mas a mistura de barro mostra um reino dividido, com um lado frágil. Este reino seria esmiuçado pela grande pedra.
4.1. Os pés, em parte é ferro, em parte de barro. (Dn 2.33, 41-43). Ferro e barro não se misturam. Isto revela que neste tempo do fim não haverá “nações unidas” de fato. A divulgada união das nações nestes últimos dias através da ONU é uma proforma; está previsto nesta profecia. O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez aumenta em todos os continentes (v. 40). O barro é o governo do povo, democrático, republicano. O barro é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo, como apresenta-se o regime democrático. Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado. Temos hoje no mundo estas duas formas de governo. Vemos assim pela Palavra de Deus que a última forma de governo na terra será o governo do Anticristo.
4.2. Os dez dedos dos pés na imagem (2.41-42). São dez reinos, como forma de expressão final do Império Romano, que aparecerá no governo do Anticristo e do falso profeta, no fim dos dias da presente dispensação, como se vê no versículo 44: “Mas, nos dias destes reis...”. Trata-se de um poder político que existiu, e que no presente momento não existe, mas que voltará a existir segundo a palavra profética (“era e não é e está para emergir” - Ap 17.8).
4.4. A
crescente inferioridade dos metais na estátua profética (2.32,33). A
escala decrescente dos valores dos metais na estátua profética (2.32-33). Ouro,
prata, bronze, ferro com barro, mostra a degradação da raça humana, na área
moral, social e política, basta vermos as notícias mundiais para comprovarmos a
imoralidade, corrupção e injustiças que fazem parte da humanidade sem Deus. É o
que nos assegura esta profecia.
A
imagem de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da degeneração da raça humana
alienada de Deus. Os dez dedos dos pés são dez reinos que nos últimos dias
entregarão o governo mundial ao Anticristo o oitavo reino.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau SC