TEOLOGIA EM FOCO: SÓ O EVANGELHO MUDA A CULTURA HUMANA

terça-feira, 3 de março de 2020

SÓ O EVANGELHO MUDA A CULTURA HUMANA



LEITURA BÍBLICA
1ª Tessalonicenses 1.1-10 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 2 - Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 - lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4- sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5 - porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6 - E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo, 7 - de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedonia e Acaia. 8 - Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedonia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 9 - porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro 10 - e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.”

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a cultura humana através do prisma da Bíblia Sagrada. Nosso intento é mostrar que nenhuma cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva, porque todas elas acham-se contaminadas pelo pecado de Adão.

Em seguida, veremos que a cultura humana tornou-se o abrigo natural do homicídio, do sexo depravado, da usura e da rebelião contra Deus. Mas a boa notícia é que o Evangelho de Cristo pode transformar qualquer cultura.

Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos conformemos com este mundo que jaz no Maligno, como fez Israel e Judã. Por aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas e longínquas, ambos os reinos foram destruídos. Mantenhamos nossas propriedades como povo de Deus. Os irmãos de Tessalônica são um exemplo para todos nós por terem colocado em prática a sua fé no Senhor, testemunhando de Cristo em diversos lugares.

I. O QUE É A CULTURA

De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser humano foi criado para fazer e produzir cultura, a partir da criação divina. Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura do povo de Deus.

No princípio, a cultura tinha a ver apenas com o cultivo da terra, visando a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois, passou a ser considerada como a soma de todas as realizações humanas: espirituais, intelectuais, materiais etc. Semelhante tarefa foi considerada enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13).

1. Definição de cultura. A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história (BURNS, 1995, p. 15). Segundo o dicionarista Houaiss (2001, p. 888) cultura é: “conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos e costumes que distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais de um lugar ou período específico”. Portanto, podemos dizer que, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc. A cultura resume todos os costumes ligados à família, à nacionalidade, ao trabalho e ao modo do ser humano encarar a vida.

A cultura pode ser definida também pela maneira como uma nação encara as demandas e reivindicações divinas (Lv 20.23).

2. A cultura dos gentios. Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11. 6; Sl 2.1).

Hoje, a antropologia cultural vê, como meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a corrupção e até mesmo o infanticídio (2º Rs 23. 7; Lv 20.1-5; Ed 9-11).

3. A cultura do povo de Deus. A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2º Tm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas (Lv 23.10).

Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento apostólico: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1º Co 10.31).

II. A CULTURA PÓS O PECADO ORIGINAL

A homem foi posto no Éden, para lavrar a terra e fazer cultura, a partir da criação divina (Gn 1.26; 2.5). Mas, devido ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.

1. A cultura original. Se a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo, não passamos de servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser um reflexo da glória do Criador.

Se não tivéssemos caído em pecado, nossa cultura seria uma extensão da divina. Mas, por causa da Queda, a humanidade passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).

2. A cultura do homicídio. Como resultado da apostasia de Adão, o homicídio é rapidamente incorporado à cultura humana. Haja vista que Lameque, para celebrar a morte de dois homens, escreveu um poema (Gn 4.23).

Os heróis daquele tempo eram os vilões que se davam à opressão e à matança (Gn 6.4,11). Hoje, vemos aqueles dias replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou.
O que dizer do aborto, da eutanásia e da cruel indiferença ao próximo?

3. A cultura do erotismo. O erotismo também impregnou rapidamente a cultura humana; o casamento foi logo banalizado (Mt 24.37-39). A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque, fez-se cultura (Gn 4.23). A promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim de espalhar-se. Que Deus tenha misericórdia de nossa geração.

4. A cultura do consumo desenfreado. A cultura do mundo pré-diluviano, quanto ao consumo desenfreado, em nada diferia da nossa. Naquele tempo, as pessoas, já tomadas pela apostasia, não faziam outra coisa senão comer e beber (Mt 24.37,38). Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo pelo consumo (Is 55.2). Eis o resultado de toda essa gastança: famílias endividadas e muita gente à beira da miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.

III. CARACTERÍSTICAS DA CULTURA HUMANA MARCADA PELO PECADO

1. Relativista. Relativismo é o ensino que faz a verdade depender do indivíduo ou do grupo, do tempo ou do lugar. Ou seja, aquilo que é visto como correto para um, pode ser visto como errado para outro (Jz 21.25; Is 5.20). A Palavra de Deus no entanto, como “regra de fé e prática” do cristão, não admite posições relativistas, no que concerne a moral ou a ética. Nela encontramos princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status ou época (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17; 1ª Co 6.12; 10.23). Numa sociedade corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no maligno” (1º Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e dos padrões morais” (Is 5.20).

2. Materialista. A cultura humana tem sido marcada pelo materialismo, onde se tira totalmente a ideia do espiritual, tudo se limita ao físico, ao terreno, ao transitório (1ª Tm 6.7; Jó 1.21). Cultura que se valoriza, pelo que se tem, em detrimento da vida espiritual e da vindoura (Lc 12.20,21). Paulo se contrapõem a esse pensamento ao dizer: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1ª Co 15.19). A cultura cristã embora não anule a realidade física da existência com suas necessidades mais pessoais (Mt 6.31-33), enfatiza a realidade espiritual como sendo o ideal de quem passou pelo novo nascimento (Mt 6.19,20; Cl 3.1-3). Devemos fazer a diferença em nossa cultura como nos ensina a Bíblia (Fp 1.27 ver ainda Rm 12.2; 1ª Co 10.32), seguindo o exemplo dos nossos pais: “Segundo a tradição que de nós recebeu” (2Ts 3.6).

3. Antropocêntrica. O antropocentrismo tem sido outra marca da cultura atual marcada pelo pecado. É uma Ideologia ou doutrina, de acordo com a qual o ser humano é o centro de tudo, sendo ele rodeado por todas as outras coisas; dentro dessa perspectiva tudo converge para o homem (Dn 4.30; Lc 12.17-19). Esta ideia, porém, choca-se frontalmente com o teocentrismo ensinado nas Escrituras, ou seja, Deus é o centro de todas as coisas: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Cultura Popular e Igreja”
George Lucas, diretor do filme Guerras nas Estrelas e, por conseguinte, moderno fabricante de mitos, declara que o cinema e a televisão suplantaram a igreja como grandes comunicadores de valores e crenças. [...] A possibilidade de que a mídia substitua o papel historicamente vital desempenhado pela igreja na formação dos valores de uma comunidade é desconcertante, mas compreensível. Para muitos, o cinema se tornou uma igreja virtual. Mesmo dentro de nossa casa, verificamos que as devoções familiares são suplantadas pelos deuses eletrônicos. A televisão pode funcionar como santuário privado ao deus das imagens - um deus do lar grego ou olímpico da ESPN, um Buda pessoal da Televisão Pública ou um deus dionísio da TV a cabo. Cada um oferece sua própria visão da vida boa.

E frequentemente jazemos prostrados diante de nosso deus, ficando preguiçosos e indolentes" (PALMER, Michael (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: editora CPAD, p.394).

IV. A CULTURA HUMANA À LUZ DAS ESCRITURAS

1. Quando a cultura contradiz as Escrituras, deve ser rejeitada e combatida. Podemos ver no AT que os costumes dos povos deveriam ser rejeitados pelos israelitas porque estavam ligados a uma religião idólatra e cruel (Lv 18.24-29). Estes costumes incluíam práticas que abrangiam as diversas áreas da vida como a família, a vestimenta, a religião, a arquitetura, direito, etc. (Dt 2.5). Em certas situações toda a cultura de um povo deveria ser completamente destruída (Dt 25.17-19; 1ª Sm 15.2-3). Os filhos de Israel deveriam cumprir o mandamento de não cortar o cabelo em redondo, nem danificar as extremidades da barba (Lv 19.27). É provável que aquele costume cultural identificasse a pessoa com o paganismo e por isso deveria ser rejeitado (Rm 12.2). É a Igreja que influencia os padrões de vida e costumes do mundo, porque ela é “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13,14). O povo de Deus é um povo diferente no mundo, no sentido espiritual, moral e social (1ª Co 10.32). A Igreja é um grupo social, dentro de um contexto maior, chamado sociedade, repleto de padrões culturais antibíblicos, onde quer que a Igreja se encontre e por isso precisa fazer a diferença (1Co 6.20; Tt 2.10).

2. O que da cultura não contradiz as Escrituras, deve ser utilizada com sabedoria. Apesar da cultura estar contaminada pelo pecado, ela pode ser uma fonte da verdade, se não vier a contradizer os princípios bíblicos. Daniel e seus amigos na corte babilônica é um grande exemplo. Eles foram dotados por Deus com o conhecimento e inteligência em toda literatura e sabedoria (Dn 1.17-21). Isto quer dizer que ele tinha conteúdo cultural e sabia usar aquele conhecimento com equilíbrio e sabedoria. Apesar deste conhecimento Daniel e seus companheiros não permitiram que, no que a cultura babilônica feria os princípios divinos comprometessem sua fé (Dn 1.8). Quando o costume cultural está de acordo com a verdade bíblica, ele deve ser preservado e seguido; porém, quando contraria os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, deve ser rejeitado e combatido pela Igreja de Cristo (At 5.29; Fp 4.8). Logo, a cultura até certo ponto não é nociva, desde que não venha a ferir os princípios da Palavra de Deus. Quando uma respectiva nação praticava um costume fora da vontade de Deus, a Bíblia é bem clara: “E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles” (Lv 20.23 ver ainda Dt 22.5).

V. COMO O CRISTÃO DEVE SE RELACIONAR COM A CULTURA

1. O exemplo do apóstolo Paulo. Ele também foi um cristão que entrou em contato com a cultura do seu tempo, mas não deixou se corromper por nenhuma prática cultural. Seus escritos revelam conhecimentos razoáveis em variadas áreas da cultura (At 17.15-34). Paulo podia levar os princípios eternos da revelação especial que ele recebia a sua prática? Sim! Porque conhecia bem os costumes judaicos em que ele fora criado, bem como os costumes dos povos que ele estava evangelizando (1ª Co 11.1-16). Apesar deste conhecimento cultural, o apóstolo Paulo não negociava com a cultura de sua época se esta prejudicasse a Palavra que ele pregava. Para Paulo, o meio de salvação dos perdidos era a pregação do evangelho. Ele rejeitou a retórica dos gregos para que a fé daqueles irmãos não repousasse sobre a sabedoria humana, mas sobre o poder de Deus (1ª Co 2.1-5).

2. Jesus Cristo, o mais sublime de todos os exemplos. O Senhor Jesus é o maior e melhor exemplo de alguém que não deixou ser influenciado pela cultura prevalecente de seus dias. Ele veio ao mundo como homem (Jo 1.14; Fp 2.5-11), foi circuncidado e apresentado no templo (Lc 2.21-38), participou das festas judaicas (Lc 2.39-43), demonstrando estar em contato com sua cultura. Porém, não se rendeu a ela para ir de encontro aos princípios da Palavra de Deus (Mc 7.1-16). Os cristãos devem ser agentes transformadores da sociedade. Nossa responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer cultura é bíblica. Escrevendo aos coríntios o apóstolo Paulo diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1ª Co 10.31). Significa dizer que tudo o que fazemos na vida, até as coisas mais instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena conscientização da glorificação a Deus. Não podemos, portanto, simplesmente aceitar uma cultura como ela é sem ter a visão clara do que ela tem contrário à Palavra de Deus.

VI. O EVANGELHO INFLUENCIANDO A CULTURA HUMANA

Agora, precisamos responder a esta pergunta: “É possível transformar uma cultura dominada pela iniquidade?”.

1. Jesus nasceu num contexto cultural. Nenhum homem é capaz de viver à parte de uma cultura; somos seres culturais. Aliás, o próprio Filho de Deus, quando de sua encarnação, foi acolhido numa sociedade dominada por três grandes culturas - a judaica, a grega e a romana (Jo 19.20). Todavia, a sua mensagem transformou milhões de pessoas oriundas de todas as culturas do mundo, conduzindo-as a viver num só corpo (Rm 10.12).

2. O Evangelho transforma a cultura. Conquanto não nos seja possível converter toda uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja vista o que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo, quando praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At 19.19).

Se quisermos, de fato, transformar o nosso país, devemos evangelizá-lo de acordo com o modelo de Atos dos Apóstolos (At 1.8).

3 A igreja e a pregação do Evangelho. Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc 9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1ª Pd 2.12). E como ela pode fazer isto? Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade. Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1ª Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como mera religiosidade, etc. Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2ª Co 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1ª Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos como seres humanos, julgando nossas vidas por essas normas.

4. O evangelho na cidade de Éfeso. Esta era a capital da província romana da Ásia. A cultura era extremamente influenciada pelo paganismo e hedonismo (busca desenfreada pelo prazer) ali estava o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana (At 19.27) que possuía um templo (At 19.28) que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Historiadores calculam que a população da cidade de Éfeso no primeiro século era cerca de 250 a 500 mil habitantes. Paulo na unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar nesta cidade e o impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade, provocando muitas conversões até mesmo de pessoas ligadas ao ocultismo (At 19.18); de modo que Lucas relata: “assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Durante o tempo que ali passou, Deus operou poderosamente através do apóstolo (At 19.11), em Éfeso houve várias conversões (At 19.18,19), batismo no Espírito Santo (At 19.6,7), curas divinas e expulsão de demônios (At 19.12), e a propagação do evangelho (At 19.10,20,26), resultando no temor a Deus e a glorificação do nome do Senhor Jesus (At 19.17).

3. O evangelho na cidade de Corinto. Os crentes de Corinto, um exemplo da influência do Evangelho. Corinto era uma das cidades mais promiscuas no período do Novo Testamento. Não obstante, Paulo, ao levar-lhe o Evangelho, resgatou preciosas almas aprisionadas a um contexto moralmente doentio (1ª Co 6.9-11).

Apesar de seus graves problemas, a igreja coríntia detinha todos os dons espirituais (1ª Co 1.7). O mais importante, porém, é que os seus membros, dantes escravizados por Satanás, eram agora chamados de santos em Jesus Cristo (1ª Co 1.1,2).

O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios deixou muito claro que a cultura não está acima das Escrituras (1ª Co 10.12,23,31). Tudo o que o crente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para isto é que fomos criados (Ef 1.12). A Bíblia adverte-nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos e os ardis do Inimigo na nossa cultura. Os costumes e cultura nunca têm o peso de doutrina, porém, a doutrina bíblica é que gera os bons costumes nas culturas (Dt 7.6). Paulo ensinou que há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são moldadoras, dominadoras, controladoras e por isso, devem ser evitadas: “Nem todas as coisas me convêm” (1ª Co 6.12a), por este motivo a recomendação bíblica: “Não me deixarei dominar por nenhuma” (1ª Co 6.12b). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são embaraçosas (Hb 12.1). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas dão a aparência de pecado (1ª Ts 5.2). Nossos usos e costumes não devem provocar escândalos (1ª Pd 3.3-5).

CONCLUSÃO

Vimos que cultura é a atividade humana que intenciona o uso, o prazer e o desenvolvimento da raça humana. A Bíblia nos fala a respeito da cultura. Ela diz que, quando a cultura contradiz a verdade revelada, ela deve ser combatida; ensina também que, quando um costume cultural está de acordo com os princípios eternos, ele deve ser seguido. E, acima de tudo ela relata diversos exemplos de pessoas que, mesmo estando inseridas em diversas culturas, elas permaneceram fiéis a Deus.

A cultura atual em nada difere da pré-diluviana. No entanto, podemos influenciá-la através da pregação do Evangelho de Cristo. Se levarmos a sério a promessa de Atos 1.8, viremos não apenas a influenciá-la, mas igualmente transformá-la. Afinal, somos o sal da terra e a luz do mundo. Somente a Igreja de Cristo reúne essas propriedades tão raras para abalar as estruturas deste mundo que jaz no Maligno.

Sejamos santos. Evangelizemos e façamos missões! É a ordem de Cristo. Nós podemos transformar a cultura da sociedade atual, como fez o apóstolo Paulo em Tessalônica.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
5. BURNS, Bárbara, Costumes e Culturas: uma introdução à Antropologia Missionária. VIDA NOVA.

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