LEITURA
BÍBLICA
1ª
Tessalonicenses 1.1-10 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos
tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais
de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 2 - Sempre damos graças a Deus
por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 - lembrando-nos, sem
cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em
nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4- sabendo, amados irmãos, que a vossa
eleição é de Deus; 5 - porque o nosso evangelho não foi a vós somente em
palavras, mas também em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza, como
bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6 - E vós fostes feitos
nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com
gozo do Espírito Santo, 7 - de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis
na Macedonia e Acaia. 8 - Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente
na Macedonia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus
se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa
alguma; 9 - porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para
convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e
verdadeiro 10 - e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos,
a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.”
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a cultura
humana através do prisma da Bíblia Sagrada. Nosso intento é mostrar que nenhuma
cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva, porque todas elas acham-se
contaminadas pelo pecado de Adão.
Em seguida, veremos que a cultura humana
tornou-se o abrigo natural do homicídio, do sexo depravado, da usura e da
rebelião contra Deus. Mas a boa notícia é que o Evangelho
de Cristo pode transformar qualquer cultura.
Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos
conformemos com este mundo que jaz no Maligno, como fez Israel e Judã. Por
aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas e longínquas, ambos os reinos
foram destruídos. Mantenhamos nossas propriedades como povo de Deus. Os irmãos
de Tessalônica são um exemplo para todos nós por terem colocado em prática a
sua fé no Senhor, testemunhando de Cristo em diversos lugares.
I. O
QUE É A CULTURA
De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser
humano foi criado para fazer e produzir cultura, a partir da criação divina.
Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura do povo de
Deus.
No princípio, a cultura tinha a ver apenas
com o cultivo da terra, visando a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois,
passou a ser considerada como a soma de todas as realizações humanas:
espirituais, intelectuais, materiais etc. Semelhante tarefa foi considerada
enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13).
1.
Definição de cultura.
A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias
característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que
resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história
(BURNS, 1995, p. 15). Segundo o dicionarista Houaiss (2001, p. 888) cultura é:
“conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos e costumes que
distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores
intelectuais, morais, espirituais de um lugar ou período específico”. Portanto,
podemos dizer que, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e
manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita,
mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas
de organização social, etc. A cultura resume todos os costumes ligados à
família, à nacionalidade, ao trabalho e ao modo do ser humano encarar a vida.
A cultura pode ser definida também pela
maneira como uma nação encara as demandas e reivindicações divinas (Lv 20.23).
2. A
cultura dos gentios.
Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia
transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a
adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se
a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11. 6; Sl 2.1).
Hoje, a antropologia cultural vê, como
meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a
corrupção e até mesmo o infanticídio (2º Rs 23. 7; Lv 20.1-5; Ed 9-11).
3. A
cultura do povo de Deus. A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como
fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus
(2º Tm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta
proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles
consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas (Lv 23.10).
Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser
aferido por este mandamento apostólico: "Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus"
(1º Co 10.31).
II. A
CULTURA PÓS O PECADO ORIGINAL
A homem foi posto no Éden, para lavrar a
terra e fazer cultura, a partir da criação divina (Gn 1.26; 2.5). Mas, devido
ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.
1. A
cultura original. Se
a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo, não passamos de
servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser um reflexo
da glória do Criador.
Se não tivéssemos caído em pecado, nossa
cultura seria uma extensão da divina. Mas, por causa da Queda, a humanidade
passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).
2. A
cultura do homicídio. Como resultado da apostasia de Adão, o homicídio é
rapidamente incorporado à cultura humana. Haja vista que Lameque, para celebrar
a morte de dois homens, escreveu um poema (Gn 4.23).
Os heróis daquele tempo eram os vilões que
se davam à opressão e à matança (Gn 6.4,11). Hoje, vemos aqueles dias
replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou.
O que dizer do aborto, da eutanásia e da
cruel indiferença ao próximo?
3. A
cultura do erotismo. O
erotismo também impregnou rapidamente a cultura humana; o casamento foi logo
banalizado (Mt 24.37-39). A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque,
fez-se cultura (Gn 4.23). A promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim
de espalhar-se. Que Deus tenha misericórdia de nossa geração.
4. A
cultura do consumo desenfreado. A cultura do mundo pré-diluviano, quanto
ao consumo desenfreado, em nada diferia da nossa. Naquele tempo, as pessoas, já
tomadas pela apostasia, não faziam outra coisa senão comer e beber (Mt
24.37,38). Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo
pelo consumo (Is 55.2). Eis o resultado de toda essa gastança: famílias
endividadas e muita gente à beira da miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.
III.
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA HUMANA MARCADA PELO PECADO
1.
Relativista.
Relativismo é o ensino que faz a verdade depender do indivíduo ou do grupo, do
tempo ou do lugar. Ou seja, aquilo que é visto como correto para um, pode ser
visto como errado para outro (Jz 21.25; Is 5.20). A Palavra de Deus no entanto,
como “regra de fé e prática” do cristão, não admite posições relativistas, no
que concerne a moral ou a ética. Nela encontramos princípios divinos que
direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status ou
época (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17; 1ª Co 6.12; 10.23). Numa sociedade corrompida
e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no maligno” (1º Jo 5.19), não é de se
estranhar que a humanidade viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e
dos padrões morais” (Is 5.20).
2.
Materialista.
A cultura humana tem sido marcada pelo materialismo, onde se tira totalmente a
ideia do espiritual, tudo se limita ao físico, ao terreno, ao transitório (1ª Tm
6.7; Jó 1.21). Cultura que se valoriza, pelo que se tem, em detrimento da vida
espiritual e da vindoura (Lc 12.20,21). Paulo se contrapõem a esse pensamento
ao dizer: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de
todos os homens” (1ª Co 15.19). A cultura cristã embora não anule a realidade
física da existência com suas necessidades mais pessoais (Mt 6.31-33), enfatiza
a realidade espiritual como sendo o ideal de quem passou pelo novo nascimento
(Mt 6.19,20; Cl 3.1-3). Devemos fazer a diferença em nossa cultura como nos
ensina a Bíblia (Fp 1.27 ver ainda Rm 12.2; 1ª Co 10.32), seguindo o exemplo
dos nossos pais: “Segundo a tradição que de nós recebeu” (2Ts 3.6).
3.
Antropocêntrica.
O antropocentrismo tem sido outra marca da cultura atual marcada pelo pecado. É
uma Ideologia ou doutrina, de acordo com a qual o ser humano é o centro de
tudo, sendo ele rodeado por todas as outras coisas; dentro dessa perspectiva
tudo converge para o homem (Dn 4.30; Lc 12.17-19). Esta ideia, porém, choca-se
frontalmente com o teocentrismo ensinado nas Escrituras, ou seja, Deus é o
centro de todas as coisas: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as
coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Cultura Popular e Igreja”
George Lucas, diretor do filme Guerras nas
Estrelas e, por conseguinte, moderno fabricante de mitos, declara que o cinema
e a televisão suplantaram a igreja como grandes comunicadores de valores e
crenças. [...] A possibilidade de que a mídia substitua o papel historicamente
vital desempenhado pela igreja na formação dos valores de uma comunidade é
desconcertante, mas compreensível. Para muitos, o cinema se tornou uma igreja
virtual. Mesmo dentro de nossa casa, verificamos que as devoções familiares são
suplantadas pelos deuses eletrônicos. A televisão pode funcionar como santuário
privado ao deus das imagens - um deus do lar grego ou olímpico da ESPN, um Buda
pessoal da Televisão Pública ou um deus dionísio da TV a cabo. Cada um oferece
sua própria visão da vida boa.
E frequentemente jazemos prostrados diante
de nosso deus, ficando preguiçosos e indolentes" (PALMER, Michael (Ed.).
Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: editora CPAD, p.394).
IV. A
CULTURA HUMANA À LUZ DAS ESCRITURAS
1.
Quando a cultura contradiz as Escrituras, deve ser rejeitada e combatida. Podemos ver no AT
que os costumes dos povos deveriam ser rejeitados pelos israelitas porque
estavam ligados a uma religião idólatra e cruel (Lv 18.24-29). Estes costumes
incluíam práticas que abrangiam as diversas áreas da vida como a família, a
vestimenta, a religião, a arquitetura, direito, etc. (Dt 2.5). Em certas
situações toda a cultura de um povo deveria ser completamente destruída (Dt
25.17-19; 1ª Sm 15.2-3). Os filhos de Israel deveriam cumprir o mandamento de
não cortar o cabelo em redondo, nem danificar as extremidades da barba (Lv
19.27). É provável que aquele costume cultural identificasse a pessoa com o
paganismo e por isso deveria ser rejeitado (Rm 12.2). É a Igreja que influencia
os padrões de vida e costumes do mundo, porque ela é “o sal da terra” e “a luz
do mundo” (Mt 5.13,14). O povo de Deus é um povo diferente no mundo, no sentido
espiritual, moral e social (1ª Co 10.32). A Igreja é um grupo social, dentro de
um contexto maior, chamado sociedade, repleto de padrões culturais
antibíblicos, onde quer que a Igreja se encontre e por isso precisa fazer a
diferença (1Co 6.20; Tt 2.10).
2. O
que da cultura não contradiz as Escrituras, deve ser utilizada com sabedoria. Apesar da cultura
estar contaminada pelo pecado, ela pode ser uma fonte da verdade, se não vier a
contradizer os princípios bíblicos. Daniel e seus amigos na corte babilônica é
um grande exemplo. Eles foram dotados por Deus com o conhecimento e
inteligência em toda literatura e sabedoria (Dn 1.17-21). Isto quer dizer que
ele tinha conteúdo cultural e sabia usar aquele conhecimento com equilíbrio e
sabedoria. Apesar deste conhecimento Daniel e seus companheiros não permitiram
que, no que a cultura babilônica feria os princípios divinos comprometessem sua
fé (Dn 1.8). Quando o costume cultural está de acordo com a verdade bíblica,
ele deve ser preservado e seguido; porém, quando contraria os princípios
estabelecidos na Palavra de Deus, deve ser rejeitado e combatido pela Igreja de
Cristo (At 5.29; Fp 4.8). Logo, a cultura até certo ponto não é nociva, desde
que não venha a ferir os princípios da Palavra de Deus. Quando uma respectiva
nação praticava um costume fora da vontade de Deus, a Bíblia é bem clara: “E
não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque
fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles” (Lv 20.23 ver ainda Dt
22.5).
V.
COMO O CRISTÃO DEVE SE RELACIONAR COM A CULTURA
1. O
exemplo do apóstolo Paulo. Ele também foi um cristão que entrou em contato com a
cultura do seu tempo, mas não deixou se corromper por nenhuma prática cultural.
Seus escritos revelam conhecimentos razoáveis em variadas áreas da cultura (At
17.15-34). Paulo podia levar os princípios eternos da revelação especial que
ele recebia a sua prática? Sim! Porque conhecia bem os costumes judaicos em que
ele fora criado, bem como os costumes dos povos que ele estava evangelizando (1ª
Co 11.1-16). Apesar deste conhecimento cultural, o apóstolo Paulo não negociava
com a cultura de sua época se esta prejudicasse a Palavra que ele pregava. Para
Paulo, o meio de salvação dos perdidos era a pregação do evangelho. Ele
rejeitou a retórica dos gregos para que a fé daqueles irmãos não repousasse
sobre a sabedoria humana, mas sobre o poder de Deus (1ª Co 2.1-5).
2.
Jesus Cristo, o mais sublime de todos os exemplos. O Senhor Jesus é
o maior e melhor exemplo de alguém que não deixou ser influenciado pela cultura
prevalecente de seus dias. Ele veio ao mundo como homem (Jo 1.14; Fp 2.5-11),
foi circuncidado e apresentado no templo (Lc 2.21-38), participou das festas
judaicas (Lc 2.39-43), demonstrando estar em contato com sua cultura. Porém,
não se rendeu a ela para ir de encontro aos princípios da Palavra de Deus (Mc
7.1-16). Os cristãos devem ser agentes transformadores da sociedade. Nossa
responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer
cultura é bíblica. Escrevendo aos coríntios o apóstolo Paulo diz: “Portanto, quer
comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de
Deus” (1ª Co 10.31). Significa dizer que tudo o que fazemos na vida, até as
coisas mais instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena
conscientização da glorificação a Deus. Não podemos, portanto, simplesmente
aceitar uma cultura como ela é sem ter a visão clara do que ela tem contrário à
Palavra de Deus.
VI. O
EVANGELHO INFLUENCIANDO A CULTURA HUMANA
Agora, precisamos responder a esta
pergunta: “É possível transformar uma cultura dominada pela iniquidade?”.
1.
Jesus nasceu num contexto cultural. Nenhum homem é capaz de viver à parte de
uma cultura; somos seres culturais. Aliás, o próprio Filho de Deus, quando de
sua encarnação, foi acolhido numa sociedade dominada por três grandes culturas
- a judaica, a grega e a romana (Jo 19.20). Todavia, a sua mensagem transformou
milhões de pessoas oriundas de todas as culturas do mundo, conduzindo-as a
viver num só corpo (Rm 10.12).
2. O
Evangelho transforma a cultura. Conquanto não nos seja possível converter
toda uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja
vista o que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo,
quando praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At
19.19).
Se quisermos, de fato, transformar o nosso
país, devemos evangelizá-lo de acordo com o modelo de Atos dos Apóstolos (At
1.8).
3 A
igreja e a pregação do Evangelho. Uma das principais atribuições da igreja é
a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc
9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1ª Pd 2.12). E como ela pode fazer isto?
Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural
da sociedade. Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja
visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb
13.4), mesmo quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o
engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou
naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1ª Jo 5.21), mesmo
quando ela é vista como mera religiosidade, etc. Recebemos do Senhor Jesus uma
responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2ª Co
10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm
12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do
pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1ª Pd
2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos como seres
humanos, julgando nossas vidas por essas normas.
4. O
evangelho na cidade de Éfeso. Esta era a capital da província romana da
Ásia. A cultura era extremamente influenciada pelo paganismo e hedonismo (busca
desenfreada pelo prazer) ali estava o foco de adoração da deusa da fertilidade,
Ártemis ou Diana (At 19.27) que possuía um templo (At 19.28) que foi
considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Historiadores calculam que
a população da cidade de Éfeso no primeiro século era cerca de 250 a 500 mil
habitantes. Paulo na unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar
nesta cidade e o impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade,
provocando muitas conversões até mesmo de pessoas ligadas ao ocultismo (At
19.18); de modo que Lucas relata: “assim a palavra do Senhor crescia
poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Durante o tempo que ali passou, Deus
operou poderosamente através do apóstolo (At 19.11), em Éfeso houve várias
conversões (At 19.18,19), batismo no Espírito Santo (At 19.6,7), curas divinas
e expulsão de demônios (At 19.12), e a propagação do evangelho (At
19.10,20,26), resultando no temor a Deus e a glorificação do nome do Senhor
Jesus (At 19.17).
3. O
evangelho na cidade de Corinto. Os crentes de Corinto, um exemplo da
influência do Evangelho. Corinto era uma das cidades mais promiscuas no período
do Novo Testamento. Não obstante, Paulo, ao levar-lhe o Evangelho, resgatou
preciosas almas aprisionadas a um contexto moralmente doentio (1ª Co 6.9-11).
Apesar de seus graves problemas, a igreja
coríntia detinha todos os dons espirituais (1ª Co 1.7). O mais importante,
porém, é que os seus membros, dantes escravizados por Satanás, eram agora
chamados de santos em Jesus Cristo (1ª Co 1.1,2).
O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios
deixou muito claro que a cultura não está acima das Escrituras (1ª Co
10.12,23,31). Tudo o que o crente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois
para isto é que fomos criados (Ef 1.12). A Bíblia adverte-nos: “Tende cuidado
para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas
[...]” (Cl 2.8). Um dos maiores desafios da igreja nestes últimos dias é lutar
contra os enganos e os ardis do Inimigo na nossa cultura. Os costumes e cultura
nunca têm o peso de doutrina, porém, a doutrina bíblica é que gera os bons
costumes nas culturas (Dt 7.6). Paulo ensinou que há coisas que em si mesmas
não são pecado, mas são moldadoras, dominadoras, controladoras e por isso,
devem ser evitadas: “Nem todas as coisas me convêm” (1ª Co 6.12a), por este
motivo a recomendação bíblica: “Não me deixarei dominar por nenhuma” (1ª Co
6.12b). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são embaraçosas (Hb
12.1). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas dão a aparência de pecado
(1ª Ts 5.2). Nossos usos e costumes não devem provocar escândalos (1ª Pd 3.3-5).
CONCLUSÃO
Vimos que cultura é a atividade humana que
intenciona o uso, o prazer e o desenvolvimento da raça humana. A Bíblia nos
fala a respeito da cultura. Ela diz que, quando a cultura contradiz a verdade
revelada, ela deve ser combatida; ensina também que, quando um costume cultural
está de acordo com os princípios eternos, ele deve ser seguido. E, acima de
tudo ela relata diversos exemplos de pessoas que, mesmo estando inseridas em
diversas culturas, elas permaneceram fiéis a Deus.
A cultura atual em nada difere da
pré-diluviana. No entanto, podemos influenciá-la através da pregação do
Evangelho de Cristo. Se levarmos a sério a promessa de Atos 1.8, viremos não
apenas a influenciá-la, mas igualmente transformá-la. Afinal, somos o sal da
terra e a luz do mundo. Somente a Igreja de Cristo reúne essas propriedades tão
raras para abalar as estruturas deste mundo que jaz no Maligno.
Sejamos santos. Evangelizemos e façamos
missões! É a ordem de Cristo. Nós podemos transformar a cultura da sociedade
atual, como fez o apóstolo Paulo em Tessalônica.
FONTE
DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA
HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua
Portuguesa. OBJETIVA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
5. BURNS, Bárbara, Costumes e Culturas:
uma introdução à Antropologia Missionária. VIDA NOVA.
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