TEXTO
ÁUREO
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como
figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins
dos séculos.” (1ª Co 10.11).
Verdade
Prática
Comparando as coisas simples do
Tabernáculo com as celestiais, aprendemos as verdades que nos levam ao
crescimento espiritual.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo
26.1-14
“E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e
púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada. 2 - O comprimento
de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma cortina, de
quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida. 3 - Cinco cortinas se
enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra.
4 - E farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na
juntura; assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na
segunda juntura. 5 - Cinquenta laçadas farás numa cortina e outras cinquenta
laçadas farás na extremidade da cortina que está na segunda juntura; as laçadas
estarão travadas uma com a outra. 6 - Farás também cinquenta colchetes de ouro
e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um
tabernáculo. 7 - Farás também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o
tabernáculo; de onze cortinas a farás. 8 - O comprimento de uma cortina será de
trinta côvados, e a largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze
cortinas serão de uma medida. 9 - E ajuntarás cinco destas cortinas por
si e as outras seis cortinas também por si: e dobrarás a sexta cortina diante
da tenda. 10 - E farás cinquenta laçadas na borda de uma cortina, na
extremidade, na juntura, e outras cinquenta laçadas na borda da outra cortina,
na segunda juntura. 11 - Farás também cinquenta colchetes de cobre e meterás os
colchetes nas laçadas; e, assim, ajuntarás a tenda para que seja uma. 12 - E o
resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar,
penderá sobre as costas do tabernáculo. 13 - E um côvado de um lado e outro
côvado de outro, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de
sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro lado, para cobri-lo. 14 -
Farás também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e
outra coberta de peles de texugo em cima.”
INTRODUÇÃO.
As
cortinas do Tabernáculo têm muito a dizer-nos acerca da maravilhosa obra
redentora de Cristo. Pelas suas estruturas, simbologia e cores, veremos como
esse utensílio importante do Tabernáculo se fez figura e estímulo para
adentrarmos à presença de Deus de maneira confiante e ousada.
I.
AS CORTINAS DO TABERNÁCULO
1.
Definição.
A expressão cortina é a tradução do termo hebraico: “yerŷah” que significa: “tecido, cortina, véu, suspenso,
dependurado”. Essa palavra ocorre cerca cinquenta e três vezes (Êx 26.1-13;
36.8-17; Nm 4.25; 2º Sm 7.2; 1º Cr 17.1; Sl 104.2; Is 54.2; Jr 4.20; etc),
sendo a maior parte dessas ocorrências em Êxodo. Além de apontar para as
cortinas que cobriam o santuário, esta palavra passou a tornar-se sinônimo do
próprio Tabernáculo por causa das suas muitas cortinas (2º Sm 7.2) (CHAMPLIN,
2004, p. 936). A tecelagem das cortinas era trabalho das mulheres (Êx
35.25,26).
2.
Descrição.
Na descrição dada por Deus a Moisés a respeito do Tabernáculo, a coberta do
santuário também era rica em detalhes. Dentre as informações percebemos que
eram quatro as cobertas do santuário, compostas por vários tipos de cortinas.
2.1.
A primeira coberta - As cortinas de linho fino, retorcido.
Estas cortinas só eram visíveis ao
sacerdote do Lugar Sato. Representam as glorias de Cristo na ressurreição e de
seus santos. O linho fino retorcido fala de pureza e justiça. Eram cortinas
interiores, colocadas debaixo dos pelos de cabras. Assim que as várias cortinas
formaram “um Tabernáculo”.
A coberta interna do Tabernáculo,
primeiramente era composta por dez cortinas com a mesma metragem cada uma,
sendo o comprimento de 28 côvados (aproximadamente 14 metros) e a largura de 4
côvados (cerca de 2 metros) (Êx 26.1,2). Essas cortinas eram de linho fino
torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de
querubins tecidas no pano (Êx 26.1). Estas cortinas eram enlaçadas (costuradas)
uma na outra em grupos de cinco (Êx 26.3), nessas haviam cinquenta laçadas (Êx
26.4). A juntura é a borda ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de
encaixe (Êx 26.5), de forma que estas cortinas se prendiam uma na outra com
cinquenta colchetes, ou ganchos, de ouro, formando uma cobertura grande
cobrindo toda a tenda (Êx 26.6). Essas cortinas deveriam ser colocadas diretamente
sobre a estrutura e compunham o teto visto de dentro do Santuário (Êx 26.1-6;
36.8-13).
2.2.
A segunda coberta -
Pelos de cabras.
Em cima da coberta de linho, havia a
segunda coberta do Tabernáculo feita de peles de cabras (Êx 26.7). Esta coberta
era feita de modo semelhante a primeira, exceto que:
A. Estas cortinas eram maiores, pois de comprimento
eram 30 côvados (cerca de 15 metros), ou seja, cerca de 1 metro maior do
comprimento da anterior.
B. Ao todo eram 11 peças (Êx 26.9),
divididas em duas seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis.
C. Eram unidas por cinquenta colchetes de
cobre (Êx 26.11) e não de ouro. Juntas, estas cortinas formavam a segunda
cobertura do santuário (Êx 26.12,13).
Estavam relacionadas comas coisas
comemorativas da expiação. A oferta diária para expiação do pecado era uma
cabra (Nm 28.15); e para o dia das expiações, a cabra era a vítima escolhida
(veja Lv. 9.15; Lv. 16).
A cortina dupla colocada sobre a porte
pode indicar que a única base para aproximarmos a Deus é o afastamento do
pecado. Eram feitas de onze cortinas e colocadas por baixo das cortinas das
peles de carneiro. Cobriu o Tabernáculo, descendo pelos lados até o chão. Cinco
formavam uma peça para cobrir o Lugar Santíssimo. Ligados por colchetes (de
cobre). Cinco formavam uma peça para cobrir o Lugar Santo e uma cobria a
entrada com as cinco colunas.
2.3.
A terceira coberta -Peles de carneiro tintos de vermelho.
Uma outra cobertura era colocada na tenda
da congregação por orientação divina, e esta era feita de peles de carneiro
tingidas de vermelho (Êx 26.14). Sendo de peles de carneiro traz a ideia de
proteção, protegendo das intempéries do deserto. Sendo esta pele tingida, faz
alusão a um antigo procedimento, que os hebreus devem ter aprendido com os
egípcios (Gn 38.28; Êx 26.1). Para conseguirem a cor vermelha, o corante
utilizado era extraído de plantas e de moluscos (CHAMPLIN, 2004, p. 906).
Era colocada por baixo da cortina de peles
de animais marinhos. Esta é figura da consagração até a morte. O carneiro foi
usado para o sacrifício, especialmente na consagração do sacerdócio (Lev.8).
Simboliza substituição (Gn 22.13, 23). Como o cordeiro representa a Jesus manso
e humilde, submisso até a morte, assim o carneiro fala do vigor e a força do
Senhor. O carneiro substituiu Isaque no altar do monte Moriah. Tipo de Jesus
(1ª Pe. 3.18; 1ª Cor. 15.3,4; Gl. 1.4; Rm. 5.8; Is. 53.6; Jo. 3.16). Substituto
que morreu no lugar do pecador. A pele do carneiro nos lembra a separação da
igreja de Deus.
2.4.
A quarta coberta - Peles de animais marinhos.
A quarta e última coberta do Tabernáculo,
era feita com peles de “texugo” (Êx 26.14), em hebraico: “tachash”, em algumas versões encontramos: “animais marinhos” (Êx
25.5; 26.14; 35.7,23; 36.19; 39.34 Nm 4.6,8,10-12,14,25; Ez 16.10) outras
traduzem como: “golfinho”. Há intérpretes que pensam estar em foco o animal chamado
de: “dugongo”, a única verdadeira espécie marinha que ainda existe até hoje nos
mares da região e que antes era muito abundante no golfo de Ácaba. Um dugongo
adulto chegava a ter três metros de comprimento, e suas dimensões torná-lo-iam
apropriado para o propósito descrito (CHAMPLIN, 2004, p. 409). Mas ninguém pode
ter certeza quanto à identificação do animal em questão. Podemos afirmar que
esta quarta cobertura era mais impermeável, mantendo a chuva e o calor do lado
de fora. O texto não diz qual era o tamanho da cortina, mas com certeza era
grande o bastante para cobrir a área superior que ficava rente ao Tabernáculo
propriamente dito (BEACON, 2010, p. 207).
Era a cortina exterior, e mais visível,
sem forma ou medida específica. Era para proteger dos raios solares abrasadores
e das tempestades do deserto. Não tinha parecer nem formosura, em nenhuma
beleza exterior para atrair o olhar dos homens. Era de cor cinzenta. Um tipo de
Jesus visto pelo mundo; sem forma, ou beleza e formosura (Is. 53.2,3). O
Tabernáculo era todo glorioso por dentro, com tábuas revestidas de ouro e
lindas cortinas, porém as mesmas só eram vistas pelo ungido sacerdote de Deus
que estava dentro do Lugar Santo. Jesus também foi desprezado pelo povo, sendo
para eles o “carpinteiro” e “nazareno”. Só quem o conheceu e o conhece pode
desfrutar da beleza interior de Cristo.
II. AS
CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO
1. O
significado especial das cores.
As cores usadas na estrutura do
Tabernáculo tinham um significado especial. Por meio delas, o povo de Israel
perceberia o símbolo da manifestação da glória de Deus nos sacrifícios que
fossem apresentados.
Havia uma ordem em que as cores eram
mencionadas:
(1) azul.
(2) púrpura.
(3) carmesim.
(4) branco.
Essas cores estavam na porta de entrada
que dava acesso ao lugar sagrado, onde, por meio do ministério do sacerdote, o
pecador encontrava-se com Deus. Assim, toda vez que alguém entrava por essa
porta, deparava-se com a simbologia das cores. Para nós, os discípulos de
Cristo, essas cores apontavam para a obra de Cristo que envolve a remissão do
passado, do presente e do futuro. É a obra completa da salvação.
2. A
cor azul-celeste - Cristo o celestial, de natureza divina (Êx 27.16).
É uma cor que remete ao céu e indica a
origem celestial de Cristo e sua divindade. Nosso Senhor era verdadeiramente
homem e verdadeiramente Deus. Ele veio do céu, mas fez-se homem na Terra (Jo
1.14). Depois da sua ressurreição e vitória contra a morte, Ele foi recebido no
céu, reavendo aquela mesma glória de antes que o mundo existisse (Jo 17.5 cf.
Fp 2.5-11; Ef 1.20-23). Por intermédio do Espírito Santo, nosso Senhor edifica
e zela pela sua Igreja, a Noiva em que um dia brevemente buscará (Hb 12.24; Jo
17.9,20; Rm 8.34; 1ª Ts 4.16,17).
3. A
cor púrpura - Cristo o Rei (Êx 27.16).
A púrpura era um tecido roxo obtido de
moluscos que estão no fundo dos mares. É uma cor que remete à ideia de realeza
e que aponta para o futuro. Em relação a Cristo, a cor é uma figura da realeza
e divindade de Jesus (Ef 1.20,21), bem como a sua manifestação triunfal para
implantar o Reino Milenial (Sl 110; Is 9.6; Lc 1.32). O nosso Deus jamais
perdeu o controle da história!
4. A
cor escarlate (carmesim) (Êx 27.16). Cristo o Sofredor. Sua morte. Esta cor
foi obtida de um bichinho de cor escarlata. Foi esmagado para fornecer o
corante.
O carmesim é uma cor de sangue, vermelho
vivo. Se, por um lado, a cor projeta o vitupério do Calvário e o triunfo da
obra salvífica de Cristo, por outro, ela aponta para a glória vindoura do
reinado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Zc 14.9; 1ª Tm 6.14,15; Ap
19.11-16). Nosso Senhor sofreu, foi ferido e derramou seu sangue remidor como
nos revela Apocalipse 19.13: “E estava vestido de uma veste salpicada de
sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.
5. A
cor branca do linho torcido - Cristo
o Puro, Imaculado.
Em ponto anterior, tratamos dessa cor para
falar da santidade de Cristo. Num sentido especial, o linho torcido é o tecido
rústico e batido que lembra a humanidade de Jesus e seu sofrimento em nosso
lugar. Lembra também o fato de que a morte de Cristo tornou-se o fundamento da
justiça em nosso favor (1ª Pe 1.18,19; Ap 1.5).
III.
O PAPEL DAS CORTINAS NO TABERNÁCULO
1.
Decorar.
O interior do Tabernáculo era decorado com a cortina de linho com suas cores
variadas. Uma dignidade em especial era conferida a estas dez cortinas de linho
fino torcido, por sua bordadura de “… querubins... de obra esmerada” (Êx 26.1;
36.8), no lugar do simples rendilhado das cortinas. A força do santuário é
revelada em sua construção, e a sua formosura, em sua decoração: “Glória e
majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário” (Sl
96.6).
2.
Cobrir.
Estas coberturas eram colocadas em cima da estrutura do Santuário (Êx
26.15-29). O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito, de
acordo com Beacon (2010, p. 210), é possível que houvesse bastões alongados, dispostos
em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina
era bastante grande para cobrir toda a armação do Tabernáculo, armadas sobre a
estrutura de madeira (Êx 26.15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente
dito.
3.
Proteger.
Na ocasião da construção do Tabernáculo, os israelitas estavam no deserto uma
região difícil de ser habitada, devido à alta temperatura durante o dia, e as
noites eram impiedosamente gélidas; por essa razão, Deus amenizava o calor do
dia com a nuvem e a coluna de fogo para aquecer durante a noite (Êx 13.21,22).
Devido a essas condições climáticas uma cobertura especial era necessária para
o santuário, algo que protegesse, preservasse e mantivesse uma temperatura
agradável em seu interior.
IV.
SIMBOLISMOS DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO
O Tabernáculo com toda a sua mobília
incluindo suas cobertas, tipificavam a pessoa de Cristo e seu ministério na Igreja.
Todos os seus objetos, portanto, devem ser considerados como símbolos. Notemos
alguns:
1. A
cortina de linho colorida (divindade e a realeza de Cristo).
A cortina que se via de dentro do
Tabernáculo era de linho fino de variadas cores: azul, púrpura e carmesim (Êx
26.1) e trabalhada com figuras de querubins (Êx 26.1-6; 38.18).
A beleza desta coberta interna, tipificava
a glória celestial de Jesus, a cor “azul” apontando para o caráter divino de
Cristo, figurado na cor do céu de onde Ele veio e para onde vai nos levar (1ª Co
15.47; Jo 14.1-3). “Púrpura” (roxo) é a cor da realeza e da majestade. Jesus
Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (1ª Tm 6.15; Ap 17.14). O roxo
é resultado da mistura das cores azul e vermelha. Em Cristo encontramos a dupla
natureza, humana e divina numa só pessoa. Ele é tanto Filho de Deus quanto
Filho do Homem (Lc 1.30-33; Ap 19.11-16); isto o qualifica a ser o único
mediador entre Deus e o homem, pois sendo Deus (Fp 2.6,7), Ele se fez carne (Jo
1.14; 1ª Tm 2.5).
2. A
cortina de pelos de cabras (sacrifício de Cristo).
A cabra era um dos animais usados para
sacrifícios no sistema levítico, basicamente em conexão com a oferta pelo
pecado no dia da expiação e para a purificação do Santuário (Lv 5.6; 9.3;
16.5-11,20-26). As cortinas de pelos de cabras, portanto, representam como o
Senhor Jesus Cristo se tornou nossa oferta pelo pecado, ou seja, seu sacrifício
substitutivo, e como recebeu em nosso lugar o salário do pecado: a morte (Rm 6.23),
pois apesar da sua impecabilidade (Jo 8.46), Cristo se fez pecado por nós:
“Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus” (2ª Co 5.21; ver Rm 8.3), morrendo em nosso lugar (Is 53.4,5;
1ª Co 15.3).
3. A
cortina de peles carneiro tingida de vermelho (expiação de Cristo).
A cortina feita de peles de carneiro
tintas de vermelho, representavam a obra redentora (expiatória) de Jesus. Esta
cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como sabemos, tipifica o sangue
de Jesus derramado na cruz do Calvário e aponta para Ele como: “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado impede que nos
aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão (Is 59.2; Ef 2.12-17), de
modo que a única forma para essa situação ser mudada, foi a morte de Cristo,
uma vez que: “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb
9.22). Por meio do Seu sangue derramado na cruz, o acesso à presença de Deus foi
restaurado nos proporcionando comunhão com o Pai celestial (Ef 2.18,19; Hb
10.19,20). Essa coberta, portanto, simboliza o sacrifício do Senhor Jesus e Seu
sangue derramado por nossos pecados. Ele é o nosso Redentor, o carneiro da
consagração que se submeteu à vontade do Pai e trouxe-nos a aliança eterna de
salvação (Hb 13.20), e por Seu sangue nos purifica de todo pecado (Is 1.18; 1Jo
1.7; 2.2).
4. A
cortina de peles de texugo (humanidade de Cristo). A cortina de
peles de texugo era colocada sobre as outras. Tinha uma cor escura e não era
formosa à vista. Por serem rústicas, quem olhasse a tenda estando do lado de
fora do Tabernáculo nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de
parecidas com o deserto, cuja areia elas retinham eram simples e sem beleza
aparente. Isto aponta para o aspecto humano de Jesus: “não tinha parecer nem
formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza vimos, para que o
desejássemos” (Is 53.2). Os que olham a Cristo sem tê-lo antes conhecido
comparam-no a vultos da história humana, quando não, a um líder religioso (Mt
16,13,14; Jo 1.46; 3.1,2; 4.9,11,19), mas, ao conhecê-lo verdadeiramente terão
a certeza de que, apesar da sua humanidade (Gl 4.4), Ele é: o Cristo (Mt 16.16;
Jo 4.28,29); o Filho de Deus (Jo 1.49); o Unigênito do Pai (Jo 1.14); em quem
habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9); o Criador de todas
as coisas (Cl 1.16); e, a personificação da glória divina (Hb 1.3). (ALMEIDA, 2009,
pp. 21,22).
V. O
CORTINADO DO PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. A
simbologia descritiva das cortinas do Tabernáculo.
Descrever a importância das cortinas do
Tabernáculo e não considerar seu valor espiritual e tipológico significa
ignorar o propósito integral do texto narrativo acerca do santuário. Ora, a
precisão dos detalhes de cada peça e material usados para construir o
Tabernáculo servia de ensino das verdades acerca das coisas espirituais. Por
isso, a madeira, metais, tecidos e tintas especiais usadas no Pátio do
Santuário remontam a uma tipologia singular com relação a pessoa e obra de
Jesus, o Senhor e Redentor nosso.
2. O
significado de separação.
O ambiente entre a cerca e o Tabernáculo
era o pátio. Havia um cortinado branco de linho fino torcido que tinha por
objetivo fazer a separação dos pecadores. Para adentrar ao Pátio, o pecador
deveria levar a sua oferta pelo pecado. Assim, as cortinas faziam a separação
entre o santo e o profano (Êx 38.9-13).
Nesse sentido, a imagem do cortinado de
linho torcido simboliza a pureza de Deus num mundo de impurezas. É o símbolo da
santidade e pureza de Jesus, pois, como homem, nosso Senhor não teve mácula,
conforme Ele mesmo indagou de seus opositores: “Quem dentre vós me convence de
pecado?” (Jo 8.46).
Aqui, há uma distinção importante que deve
ser feita em relação à Antiga Aliança: na Nova Aliança, a Igreja de Cristo não
se fecha dentro de uma “cerca”, mas está pronta para receber qualquer tipo de
pecador, uma vez arrependido, que confessa o senhorio de Jesus Cristo em sua
vida.
3. O
significado de santidade. Santidade é a separação absoluta do pecado e
dedicação exclusiva a Deus.
Por isso, as cortinas da cerca do Pátio e
do Tabernáculo, bem como tudo dentro dele, revelam santidade. Não podemos
jamais desconsiderar a seriedade do chamado para vivermos uma vida santa. Os
tempos atuais nos desafiam a viver um estilo de vida na presença de Deus, manifestando
a santidade e a pureza de Cristo Jesus. Ter a consciência da santidade bíblica
significa ter a disposição para viver na contramão do mundo (1ª Jo 2.15).
Paulo escreve em 1ª Tessalonicenses 4.3:
‘Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação'. Assim, é da vontade de Deus
que todas as almas sejam salvas de todos os pecados - os atuais e o original.
Os pecados atuais são os que cometemos voluntariamente, ao passo que o pecado
original é o que herdamos do primeiro Adão. Todo pecado é limpo pelo sangue de
Jesus Cristo. Temos de morrer para o velho homem. ‘Sabendo isto: que o corpo do
pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado' (Rm 6.6). Deus
está chamando o seu povo à verdadeira santidade nestes dias. Agradecemos a Ele
pela bendita luz que está nos dando. ‘De sorte que, se alguém se purificar
destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e
preparado para toda boa obra' (2ª Tm 2.21). Ele quer dizer que temos de ser
purgados da impureza e de todos os tipos de pecado. A santificação nos torna
santos e destrói a linhagem do pecado, o amor ao pecado e a carnalidade. Ela
nos purifica e tornamos mais brancos que a neve” (SEYMOUR. Devocional: O
Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003, pp.123-22).
CONCLUSÃO. Em Cristo se
cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a
expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo
redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa
e obra de Jesus Cristo.
O autor da Epístola aos Hebreus exorta-nos
a chegar com confiança ao trono da graça, pois assim alcançaríamos misericórdia
e acharíamos graça para, num tempo oportuno, sermos auxiliados (4.16). Jesus, o
Sumo Sacerdote perfeito, deu-nos esse privilégio para desfrutarmos da presença
santa de Deus mediante a fé. Não tenhamos receio de adentrar a presença santa
do Pai!
FONTE
DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a
Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3.
CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre
de 2019 – CPAD.
4. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia,
Teologia e Filosofia. 1 ed. vol.1. HAGNOS, 2004.
5. CONNER, Kevin J. Os segredos do
Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS, 2004.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD, 2010.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
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