Romanos 1.16-32 “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu
e também do grego. 17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé,
como está escrito: Mas o justo viverá da fé. Porque do céu se manifesta a ira
de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em
injustiça. 19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta,
porque Deus lhe manifestou. 20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação
do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e
claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis; 21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu
coração insensato se obscureceu. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. 23 E
mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 24 Por isso também Deus
os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem
seus corpos entre si; 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram
e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres
mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também
os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade
uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si
mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles não se importaram
de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso,
para fazerem coisas que não convêm; 29 Estando cheios de toda a iniquidade,
prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; 30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus,
injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos
pais e às mães; 31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural,
irreconciliáveis, sem misericórdia; 32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus
(que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem,
mas também consentem aos que as fazem.”
INTRODUÇÃO. Nesta lição o apóstolo Paulo descreve sobre a condição
dos gentios diante de Deus. Paulo relata em sua carta ao Romanos, que tanto os gentios,
que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de
possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado.
Paulo nos ensina nesta lição
que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus é suficiente para
salvar tanto os judeus quanto os gentios.
O tema da ira de Deus é desenvolvido
nos próximos capítulos, onde o apóstolo volta a atenção primeiro para os
gentios e depois para os judeus. O que o ocupa à medida que o argumento
progride é a preocupação de que os judeus possam interpretar erroneamente seu
status como povo escolhido de Deus, com o significado de que eles receberam
isenção especial da ira de Deus, o que os gentios não gozam.
I. O TEMA DA CARTA AOS
ROMANOS
1. Poder de Deus. V. 16 “Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro
do judeu e também do grego.
A palavra “evangelho” vem de
duas palavras gregas, “eu” que quer
dizer “bem”, e de “angelia” que
significa “mensagem, notícia, novas”.
Paulo afirma de não ter
vergonha do evangelho porque “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele
que crer” (1.16). A mensagem pregada por Paulo não foi invenção do homem, mas veio
de Deus para a salvação de “todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna.” (Jo 3.16).
2. A fé dos romanos. Paulo
anela vê-los. V. 17 “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé,
como está escrito: Mas o justo viverá da fé.”
Paulo ensina que a salvação é
de quem crê, não de um determinado povo ou de quem faz determinadas obras. O
apóstolo nos ensina que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus
é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios.
O justo viverá pela fé.
Paulo recorre ao profeta Habacuque 2.4, para mostrar a Igreja de Roma que a fé
é o início, meio e fim do crente. Por isso nós o encontramos três citações do
apóstolo no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).
A teologia paulina nada tem a
ver com os estágios progressivos da fé, mas somente com a fé em si como a
maneira indicada de receber a “justiça” de Deus. Nós preferimos, portanto,
entendê-la assim: A justiça de Deus está na mensagem do evangelho, revelada (ser
por fé; para fé; mediante a fé, isto é, “a fim de ser pela fé recebida.
Iniciar a carreira com fé, no
meio da caminha você vai batalhar pela fé, e acabar a carreira com fé. Jesus
diz que “o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir.” (Jo 10.10).
Mas o que ele quer te
roubar? Jesus responde esta pergunta: “guarda o que tens, para que ninguém
tome a tua coroa. (Ap 3.11b).
O que é que você tem?
Agora Paulo te responde: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a
fé.” (2ª Tm 4.7). A fé é a essência da tua vida, por isso diabo luta contra
você para roubar tua fé. Portanto, o cristão deve batalha pela fé Jd 1.3, “Amados,
procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive
por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi
dada aos santos.” Você deve também usar a fé como arma de defesa: Ef 6.16 “Tomando
sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados
do maligno.” Como ter fé? Rm 10.17 “De sorte que a fé é pelo
ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.”
3. A revelação da justiça de Deus (v. 17). “Paulo afirma que a
Justiça de Deus se revela através do Evangelho, da mensagem de salvação em
Jesus Cristo. Esse plano de Deus para a salvação não é pelas obras, mas pela fé
(Rm 3.24-26). A “justiça de Deus” aqui não é a justiça pessoal nem legal, mas a
justiça com que Deus justifica os pecadores pela fé (Rm 3.21,22). Esse plano de
Deus para a salvação não é pelas obras, mas pela fé (Rm 3.24-26). “De fé em fé”
significa sola fides — a fé somente. Não é de “fé em obras” ou “de obras em fé”
nem tampouco ‘de obras em obras’” [Esequias Soares da Silva. O Evangelho da
justiça de Deus. Lições Bíblicas CPAD, 2º Trimestre de 1998].
4. A justificação pela fé. Toda a Epístola de Paulo aos Romanos
gira em torno da “salvação pela fé”, pois “o justo viverá da fé” (1.17). Essa
expressão significa que a salvação é pela fé (Ef 2.8,9; Tt 3.5). Esse é o tema
da epístola.
A declaração de Paulo nos
versos 16 e 17 deixa uma questão: por que os justos devem viver pela fé? Por
que apenas recebendo a justiça é o único modo de ficarmos retos diante de Deus?
Paulo vai usar os versos 18 a 32 para responder o porquê nós precisamos que
Deus nos dê sua justiça e por que não podemos merecê-la, conquistá-la por nós
mesmos. Ele vai nos apresentar um retrato escuro da humanidade.
A justiça de Deus é a
revelação fundamental do evangelho. Através de Romanos, o cristão pode
compreender melhor o que Deus fez em seu favor mediante Jesus Cristo. Assim,
você deve, em primeiro lugar, ler a referida epístola repetidas vezes, com
oração e humildade, se possível até decorar para ruminar suas palavras no
dia-a-dia. Deve procurar entender o que o apóstolo quer dizer com lei, graça,
fé, justiça, carne, espírito, etc.
II. A DIFÍCIL SITUAÇÃO DA HUMANIDADE SOB A IRA DE DEUS (1.18—3.20).
V. 18 “Porque do céu se
manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que
detêm a verdade em injustiça.”
O tema da ira de Deus é
desenvolvido nos próximos capítulos, onde o apóstolo volta a atenção primeiro
para os gentios e depois para os judeus. O que o ocupa à medida que o argumento
progride é a preocupação de que os judeus possam interpretar erroneamente seu
status como povo escolhido de Deus, com o significado de que eles receberam
isenção especial da ira de Deus, o que os gentios não gozam.
1. A Ira de Deus. O termo grego traduzido por “ira” é orge, e aparece 12 vezes em Romanos
(1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). A ira, não é um atributo
divino, é um componente inseparável da justiça de Deus, isto é, o resultado da
justiça aplicado ao deflator. Paulo
está mostrando que o evangelho é necessário porque estamos diante da ira de
Deus. Todos os seres humanos sem o evangelho estão debaixo da ira de Deus. Convém
que se saiba que a ira de Deus é a reação de Sua santidade diante da impiedade,
muito diferente da ira dos homens, que é egocêntrica, carregada de ódio e
paixão. Esse tipo de ira não é apropriado para a natureza divina.
2. A provocação da ira de
Deus. “toda a impiedade: Ou: “todo o desrespeito”. A palavra grega
traduzida aqui como “impiedade” é ασέβεια asébeia. As Escrituras usam asébeia
e outras palavras relacionadas para se referir a uma atitude de desrespeito a
Deus ou, até mesmo, de oposição a Ele.
As palavras “ímpio”,
“impiedade” e “impiamente” na Bíblia refere-se a alguém que vive de maneira
contrária aos mandamentos e à vontade de Deus. Este termo é sinônimo de
incrédulo, descrente, néscio, injusto, tolo, corrupto, insensato, enfim, um
pecador impenitente. Já o termo depravação no grego πονηρος poneros, tem vário
significados: perversidade, corrupção, o mal inato do homem não regenerado,
malícia, maldade, mau, culposo, ou seja, abandonado, cruel.
A palavra κακος kakos
refere-se ao caráter essencial tanto como 'sapros, que indica a
degeneração da virtude original}. Estas duas palavras dão o significado de
inútil, depravado, prejudicial.
A palavra depravação era
também usada no Velho Testamento para designar Βελιαλ belial referindo-se
a um filho de Satanás.
3. A natureza da ira de
Deus. “A ira de Deus se revela do céu”. Deus é santo, perfeito, e por isso
Ele detesta o pecado. Deus é santo; os seus olhos são tão puros que não podem
contemplar a iniquidade. A ira é a reação de Deus ao efeito destruidor do
pecado.
A ira de se manifesta a todos
os homens que andam ao contrário a natureza santa de Deus. Portanto a vida dos
ímpios é caracterizada por ações e comportamentos considerados pecaminosos. Na
verdade, o ímpio não respeita aos preceitos de Deus, e não se importa de violar
as Suas Leis.
4. A ira de Deus
manifestada. A ira divina é o meio de Deus freia o pecado. É a reação
divina sobre o pecado. A ira de Deus que eternamente contra tudo que prejudica
a vida espiritual da Sua Criação.
Muitas pessoas não entendem
como Deus é amor e ao mesmo tempo é um Deus irado. Os atributos de Deus são
equilibrados em Sua perfeição divina. Deus ama o pecador, mas não ama o pecado.
Vejamos o que a Bíblia nos revela: Sl 11.5 “O Senhor prova o justo, mas a sua
alma aborrece o ímpio e o que ama a violência.”
Deus não tem em nada amor benevolente
para com o pecador. Ele tem um ódio perfeito dele, de fato, Ele diz que “odeio-os
com ódio consumado” (Sl 139.21-22).
As manifestações da ira divina
acontecem desde o pecado original no princípio. Ela só irá findar no juízo
final.
5. A propiciação da ira de
Deus. “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé”
(Rm 3.25). Somente o sangue expiatório e a justiça de Cristo propiciam o
livramento permanentemente contra essa ira de Deus.
“A quem Deus propôs...”,
ou pré-ordenou. Esta palavra no grego é προέθετο proetheto e significa
por diante de, o qual “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo.”
(Ef 1.4). O propósito de Deus se deu antes da fundação do mundo, escolhendo o
Seu Filho como propiciação pela humanidade. Deus, agora exibiu publicamente
Jesus Cristo como um sacrifício propiciatório pelos pecados das pessoas. Ele
foi exposto à vergonha; e assim condenados à morte a fim de atrair para a cena
os olhos de todos os habitantes da Terra.
6. A ira de Deus na história. A Escritura atesta sobre a ira de Deus
já manifestada na vida dos homens ao longo de sua história no passado: Dilúvio
(Gn 6.17; Mt 24.37-39), Sodoma e Gomorra (Lc 17.28-30). Fala também da ira
futura (1ª Ts 1.10), julgamento das nações (Mt 25.32) e Juízo Final (Ap
20.1-15). Veja que três vezes o apóstolo Paulo diz que Deus “os entregou” (vs.
24,26,28). Isso mostra a atuação da ira divina neste mundo. Como disse
Friedrich Schiller: “A história do mundo é o juízo do mundo”.
7. A Ira de Deus sobre a humanidade. “Homens que detém a verdade em injustiça.” “Deter” significa
“impedir”, e isso perverte a verdade, transformando-a em mentira.
Os homens que detêm a verdade
em injustiça já estão debaixo de condenação herdada de Adão, e se mantém
inescusáveis quanto as suas ações, visto que souberam da existência de Deus por
meio das coisas que foram criadas, mas não deram a devida importância a tal
conhecimento e não buscando a Deus. Antes, as suas ações se diversificaram
segundo os seus corações e pensamentos, e somente entesouram ira para si (Rm 2.5).
A fé é o elemento pelo qual o
homem alcança a justiça de Deus, e a incredulidade é o elemento que detém a
ação da verdade, permanecendo a injustiça. O evangelho de Cristo revela a
justiça de Deus aos homens, e estes, quando não creem em Cristo, detêm a
verdade em injustiça. Portanto, a impiedade, aqui, diz respeito ao descaso que
o homem faz de Deus, e a injustiça fala da conduta pecaminosa humana. Dessa
maneira, a raça humana, por rejeitar a Deus e viver na injustiça, detém a
verdade.
O que atrai a ira de Deus é a
impiedade e a injustiça. A ira de Deus
é a retribuição pelas injustiças e impiedades praticadas pelos homens. O
destino de cada indivíduo gira na aceitação ou na rejeição da revelação divina.
Agora a natureza da revelação de Deus e as consequências de rejeitá-la serão retribuídas
a cada um.
Somente aqueles que creem na
mensagem do evangelho descobrem a justiça de Deus, pois é isto que o evangelho
manifesta a todos quantos creem. Já aos incrédulos é dado conhecer a ira de
Deus, pois mesmo eles não sabendo, a ira de Deus se manifesta neles. Deus
manifestou a sua ira sobre os homens que detém a verdade de Deus em injustiça.
III. A REVELAÇÃO DE DEUS E O SEU PODER ETERNO DA NATUREZA
1. Através da natureza. Rm
1.20 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o
seu eterno poder, como a sua divindade, se entende, e claramente se veem pelas
coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.”
O profeta Oseias convida a
conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor (Os 6.3.). A coisa mais
extraordinária para o ser humano é conhecer a Deus. O Senhor poderoso,
grandioso, que criou os céus e a Terra, dentro da mais perfeita ordem. “Porque
nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades; tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1.16). Aquele que criou
tudo se revela por meio da natureza, e nela, podemos ver a perfeição do Criador.
O sol, a lua e as estrelas, as árvores, as pedras, as aves e os peixes, os
animais terrestres, os insetos e os homens, tudo isso anuncia a grandeza do
Eterno, exatamente como está escrito: “Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (João 1.3). Aquele que é
Senhor sobre tudo se revela por meio da natureza. Observando-a podemos saber
quem é Deus (Sl 8.3,4), pois os céus proclamam a sua glória (Sl 19.1-4). Assim,
homens de todos os tempos têm acesso à revelação sobre o poder e a divindade do
Senhor.
Quando olhamos o corpo humano com
sua funcionalidade de uma maneira superior à qualquer criação humana, isso
declara que Deus invisível é o Criador das coisas visíveis. E isso é suficiente
a fim de que os homens “fiquem inescusáveis” (v. 20). Por isso o ateísmo é
inaceitável diante do Eterno.
2. Não glorificam a Deus. 1.21,22, “Porquanto, tendo conhecido a Deus,
não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22- Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos.”
No verso 21, Paulo usa a
expressão “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”, ou seja, a
humanidade reconhece a existência de Deus, por meio da natureza, mas, não se
voltam para Ele. Uma coisa é reconhecer a existência, outra é reconhecer a
Deus.
Nunca poderão dizer que não
tiveram oportunidade de se relacionar com Deus. Mesmo sabendo da existência de
Deus, algumas pessoas tem motivação errada, buscando os seus próprios
interesses, priorizam a busca do poder, mesmo que para os conquistar precise
praticar a injustiça.
Glorificar a Deus é adorar,
honrar, reverenciar e venerar como Criador e dono de tudo que existe. Este é o
mandamento do princípio: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás
culto’ (Lc 4.8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (Dt 6.13)”.
2. Substituiu a criatura pelo Criador são considerados loucos (vs. 22,23).
Parece que Paulo está falando de certos
discursos filosófico que tinham conhecimento da verdade, mas detinham pelas
suas injustiças. O termo empregado por Paulo para descrever os falsos
sábios é σοφοὶ (sofhoi), o qual também se traduz por “filósofos”. Para
Paulo, estes homens enganaram a si mesmos porque “Dizendo-se sábios,
tornando-se loucos.” O efeito do pecado sobre a mente humana é mudar a sua
falsa inteligência em loucura (1ª Co 1.17-27). Este era o orgulho comum dos filósofos da antiguidade. A própria
palavra pela qual eles escolheram ser chamados “filósofos” significa
literalmente “amigos da sabedoria”. Por causa desse orgulho, seu coração
obscureceu-se, ficando destituído de entendimento espiritual e mergulhado em
trevas profundas.
O desprezo pela revelação de
Deus faz nascer discursos ímpios, teorias perversas, filosofias tolas, baseadas
no próprio homem, como o humanismo. Os cristãos genuínos, porém, não são
humanistas, pois sabem que só uma fé genuína em Deus, não em si mesmos, obtém a
vitória sobre o mundo (1ª Jo 5.4,5).
IV. O DEUS CONHECIDO E A IDOLATRIA (v. 21)
V. 23 E mudaram a
glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de
aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
1. A idolatria. A palavra “idolatria” vem de duas palavras gregas: eidolon, que significa “ídolo”, e latreuo, que significa “adorar, servir,
prestar serviço sagrado”. A idolatria, portanto, consiste em cultuar ao ídolo,
e é consequência da apostasia geral do ser humano. A avareza é uma forma de
idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a Deus,
torna-se o seu deus (Fp 3.19).
Nas religiões primitivas
muitas vezes o ídolo é talhado do tronco de uma árvore, ou de pedra, uma imagem
de homem corruptível, ou de aves, quadrúpedes e répteis (vs. 23,24; veja Is
44.9-20).
Parte da argumentação de Paulo
em Romanos 1.18-24 vem de Jeremias 2.11: “Houve alguma nação que trocasse os
seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória
por aquilo que é de nenhum proveito.”
Parte da construção textual de
Paulo, está relacionada com Salmos 106.20, acerca de “trocar a glória de Deus”
pelas imagens da criação. Assim falou o Senhor a Deus através do profeta
Miquéias 5.13 “e arrancarei do meio de ti as tuas imagens de escultura e as
tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da obra das tuas mãos.”
O Senhor foi contundente com o
Seu povo quando os tirou do Egito: Levítico 19.4 “Não vos virareis para os
ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”
O primeiro mandamento da lei
de Deus, conforme descrito na Bíblia Sagrada em Deuteronômio 6.13, “Ao Senhor
teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Essa frase enfatiza a importância de
adorar e servir somente ao Deus Criador, reconhecendo-o como o único Deus
verdadeiro e digno de adoração.”
Na tentação de Jesus no
deserto Satanás usou de sua artimanha para levar Jesus a apostasia. Veja no evangelho
de Mateus:
Mateus 4.8,9 “Novamente
o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do
mundo, e a glória deles. 9- E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares.”
Satanás na verdade queria que
Jesus abandonasse o Pai. No mesmo instante, Jesus repreendeu Satanás e venceu
aquela tentação no deserto: “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque
está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o diabo o
deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam. (Mateus 4.10,11).
Voltando ao texto em que Paulo
expõe no v. 23, o extremo da degradação: Seres humanos, incumbidos de ser
representantes de Deus na Terra, ajoelham-se diante de imagens humanas, répteis,
animais etc. Inculcando-se (orgulhosamente) por sábios, tornaram-se loucos (v.
22; cf. v. 32).
“E mudaram a glória do Deus incorruptível....” A palavra
“incorruptível” é aqui aplicada a Deus em oposição ao “homem”. Deus é imutável,
indestrutível, imortal.
E mudaram, ou seja, eles transferiram um objeto de
adoração, para ídolos. Na verdade, não produziram nenhuma mudança real na
glória do Eterno, mas a mudança foi neles mesmo. Eles abandonaram Aquele de
quem tinham conhecimento e ofereceram a homenagem que lhe era devida aos
ídolos.
“...em semelhança da imagem
de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” Eles mudaram “a glória do Deus incorruptível”
na imagem não gloriosa da própria criação, “em semelhança da imagem de homem
corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis”. Uma imagem é uma
representação ou semelhança de qualquer coisa, seja feita por pintura, seja de
madeira, pedra, etc. Assim, a palavra é aplicada aos “ídolos”, como sendo
“imagens” ou “representações” de objetos terrenos; referindo ao culto egípcio. A
ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.
Quando Deus tirou o Seu povo do Egito determinou dizendo: “Não farás para
ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem
em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás a elas
nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.” (Êx 20.4-5).
A idolatria é tão seria que
Paulo trata da atitude dos cristãos “que
comem dos sacrifícios” se tornam “participantes do altar como oferendas aos deuses pagãos, e
ainda afirma dizendo que os que sacrificam têm “comunhão com os demônios” (1ª Co
10.24-20).
V. CONSEQUÊNCIAS DA REJEIÇÃO
A DEUS
A rejeição da humanidade da
revelação de Deus e suas consequências desastrosas são narradas com alguns
detalhes (vs. 21-32):
1. Deus entregou à própria sorte. Rm 1.24,25 “Por isso também Deus os entregou às
concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos
entre si; 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram
mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.”
O homem tem a livre escolha
para fazer o bem e o mal (Dt 30.19), ou seja, ele tem a liberdade para fazer o
que ele quer de sua vida. Quando o homem é entregue a sua própria vontade ele
aprofunda em seu próprio pecado, ou de acordo com os desejos pecaminosos do seu
coração (da mesma forma que o Pai entregou a herança ao filho pródigo (Lc
15.12)).
Quando eles mudaram a verdade
de Deus, perderam a visão de Deus. Servindo a criatura em vez do Criador. Um
idólatra adora a imagem de uma criatura feita por mãos humanas (Is 44.9-18) e,
assim, insulta e desonra o Criador, que é eternamente digno de honra e glória.
“...em mentira...”. Jesus
diz que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44), ele com sua astúcia engana o
homem assim como enganou Eva no Éden. Os judeus em Roma, deliberadamente
trocaram a verdade que tinham sobre Deus pela mentira, isto é, os ídolos, ou
imagens, são uma mentira, uma falsidade. (Jr 10.14).
2. Deus os entregou a práticas antinaturais.
1.25,28 “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até
as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário
à natureza; 27- semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural
da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza,
homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28-
Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a
uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.”
Paulo usa 3 vezes a expressão “Deus
os entregou, (vs. 24, 26, 28), para reforçar que a ira de Deus também é derramada
em dose tripa.
Perversão sexual. “às paixões
infames”. Ou: “ao apetite sexual vergonhoso”. A Bíblia King James
Atualizada vai dizer: “E, por essa razão, Deus os entregou a paixões
vergonhosas.”
A palavra grega traduzida aqui
como “paixão” é páthos e se refere a um forte desejo, uma paixão
descontrolada. O texto mostra claramente que se refere a desejos de natureza
sexual. Aqui, esse tipo de paixão descontrolada é chamado de ‘vergonhoso’ (em
grego, atimía, “desonra; vergonha”), Paulo diz que a homossexualidade é uma
“paixão infame” (v. 26), uma “torpeza”, um abandono de “relações naturais” (v. 27),
uma “injustiça” (1ª Co 6.9), e “prostituição segundo a carne” (Judas 1.7).
A ira de Deus é revelada
contra os homens que mudaram os costumes naturais da sua sexualidade. Eles
negaram o costume natural dado por Deus, para terem relações com o sexo oposto,
homens com homens bem como mulheres com mulheres.
A sodomia e outras formas de
prostituição no Antigo Testamento, sempre estiveram ligadas ao culto pagão. Esta
prostituição sagrada seria uma prática ligada à religião, na qual as prostitutas
sagradas teriam relações sexuais com quem as procurasse com objetivo de ser
abençoado com fertilidade, seja para si, esposa, terras ou animais. Assim as mulheres
e homens vendiam sexo para o lucro de deidades e templos.
“...e recebendo, em si
mesmos, a merecida punição do seu erro.” O apóstolo Paulo afirma que
aqueles que deixariam o costume natural do sexo receberiam uma penalidade de
juízo e nós sabemos que a AIDS tem crescido entre os homossexuais.
Paulo em vez de usar as
palavras gregas mais comuns para “homem” e “mulher”, ele usou palavras gregas
mais específicas, que poderiam ser traduzidas como “macho” e “fêmea”. Estas
mesmas palavras gregas específicas foram usadas na tradução de Gên 1.27 na
Septuaginta.
Ao descrever o
homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável:
1) imundícia (Rm 1.24);
2) desonra para o corpo
(1.24);
3) paixão infame (1.26);
4) antinaturalidade (1.26);
5) contrariedade à natureza
(1.26);
6) torpeza (1.28);
7) erro (1.28).
VI. DEUS OS ENTREGOU A UM
SENTIMENTO DEPRAVADO
Romanos 1.28-31 “E,
como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou
a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; 29- estando
cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30- sendo murmuradores,
detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos,
inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; 31- néscios, infiéis nos
contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia.”
1. Existe uma consequência
quando os homens rejeitam a Deus. Paulo conclui este capítulo e apresenta a
mais longa lista de pecados da humanidade corrupta, sem Deus. A lista de
pecados registra vinte e dois itens encontrados nos versículos finais de
Romanos 1, encabeçada pela palavra “iniquidade”, retratando a presente
sociedade incrédula e distanciada de Deus. Esses pecados são inerentes à
natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23). Nenhum é menos digno de castigo que
o outro. Paulo disse: “São dignos de morte os que tais coisas praticam” (v. 32).
Até que ponto o homem passou de Deus então, que não somente comete estas obras,
mas, como Paulo diz, “consentem aos que as fazem”?
Paulo enfatizou que
primeiramente, Deus entregou o homem às concupiscências de seu coração e à
imundícia; segundo, Deus o abandonou às paixões infames; e, agora, terceiro, o
entregou a um sentimento perverso.
2. Deus os Entregou a um
Sentimento Depravado. “....estando cheios de toda iniquidade...”. A palavra
iniquidade no grego: ανομια anomia, significa: negação da lei; ilegalidade;
falta de conformidade com a lei; violação da lei; desacato à lei e impiedade.
Observe que a rejeição de Deus
começou com ingratidão, mas foi rapidamente para a idolatria e a imoralidade.
Agora, o homem é completamente corrupto e culpado de várias iniquidades.
Nesta lista representativa,
Paulo cita vinte e dois pecados que eram comuns em seus dias, e que de forma
alguma são incomuns hoje:
2.1. Prostituição. É
qualquer tipo de atividade sexual promíscua, antes ou depois do casamento. Os
cristãos não são contra o sexo - eles são a favor - mas sempre na união
matrimonial. Nesta união, e somente nesta união, Deus ordenou que o sexo
deveria acontecer.
2.2. Malícia. É
habilidade para enganar, despistar; astúcia, ardil, manha. É a pessoa que tem
propensão ou tendência para praticar atos de maldade, isto é, objetivo de
enganar ou causar danos em alguém.
2.3. Avareza. Ganância;
cobiça; querendo aquilo que não deve querer. É o desejo de ter mais, uma
coceira por mais e mais. Este é o materialismo em seu auge!
3.4. Maldade. É a qualidade
do que é mau; perversidade, malignidade, crueldade. É aquele que prejudica ou
ofende alguém com atitude má, perversa; crueldade e desumanidade. É o ato de fazer
mal com pessoas e animais.
2.5. Cheios de inveja.
Inveja significa um descontentamento ou desejo profundo por aquilo que pertence
a outros. É um sentimento egoísta por parte da pessoa.
2.6. Homicídio. É tirar
a vida de outra pessoa por um motivo maligno. Parece que hoje nossa sociedade
protege o assassino e o criminoso para que os homens não tenham mais medo da
lei da terra.
2.7. Contenda. Descreve
uma pessoa contenciosa, um criador de problemas, alguém que tem um problema. Há
muita agitação social em nossa terra hoje.
2.8. Engano. É um ato
de engano ou uma tentativa deliberada de enganar. Em nossos dias, o engano é
parte integrante da política, dos negócios e até da religião. Tornou-se,
simplesmente, um modo de vida.
2.9. Malignidade. É
aquele que age de maneira perversa e má. É qualidade do que é maligno; mau
caráter; depravação de coração e vida; sutileza maligna; astúcia maliciosa.
2.10. Murmuradores.
Murmurar significa sussurrar ou dizer algo em tom muito baixo.
São aqueles que secretamente
contam informações que irão ferir o caráter de outras pessoas, ou seja, difamar,
caluniar. Geralmente a murmuração está imbuída em descontentamento, insatisfação,
queixa e lamentação. Com frequência a murmuração expressa um sentimento de
desacordo, de oposição, de ira e rebelião. Contudo, o problema da murmuração é
ainda pior porque geralmente Deus é o alvo da murmuração.
2.11. Detratores.
Difamadores; Caluniadores. São os que praticam a fofoca aberta e desenfreada
que difama os outros. É aquele que desqualifica e desvaloriza a importância de
algo ou alguém.
2.12. Aborrecedores de
Deus. São aqueles que têm mentes carnais que estão em “inimizade contra
Deus" (Romanos 8.7). Eles “abominam e odeiam o verdadeiro Deus das
Escrituras e frequentemente blasfemam contra Deus abertamente e com orgulho.
2.13. Injuriadores. São
fingidos e fanfarrões.
São aqueles que causa
difamação, que calunia; insultador.
2.14. Soberbos. Em
praticamente todas as ocorrências que a Bíblia menciona a arrogância, orgulho
ou altivez, é como um comportamento ou atitude detestada por Deus.
Existem duas formas gregas da
palavra arrogância.
1. Uperogkos significa “inchaço” ou “extravagante”
como usado em “palavras de vaidosa arrogância” (2ª Pe 2.18; Jd 1.16).
2. O
outro é phusiosis, que significa “inchaço da alma” ou “orgulho e
tumulto” (2ª Co 12.20). É semelhante a essa mentalidade egoísta que diz:
“O mundo gira em torno de mim” (Pv 21.24).
2.15. Presunçosos.
Descreve uma pessoa arrogante, que se coloca acima dos outros. Aquele que se
acha belo, perspicaz, com maior inteligência etc. adjetivo Característica de
quem possui excesso de presunção, de vaidade e afetação.
2.16. Inventores de males.
São pessoas que ficam ativamente tramando e direcionando suas intenções com o
objetivo de causar o mal.
2.17. Desobedientes aos
pais. Descreve o desrespeito pela unidade familiar. Nunca antes as crianças
neste país alardearam sua desobediência à autoridade dos pais como fazem hoje.
2.18. Néscios. Mostra
uma incapacidade de apreender ou compreender os fatos. Pessoas sem compreensão
podem racionalizar seu comportamento. Os alcoólatras são um bom exemplo disso.
Existem mais alcoólatras em nosso país hoje do que nunca.
2.19. Infiéis nos contratos.
São aqueles que não têm fé e são desleais, aqueles que não cumprem sua palavra.
Hoje a palavra de um homem não significa nada. Nem a palavra de uma nação - os
tratados muitas vezes não passam de pedaços de papel.
2.20. Sem afeições naturais.
É falta a capacidade de amar "entes queridos", como os membros da
família. Nos Estados Unidos, um em cada dois casamentos termina em divórcio.
Uma grande porcentagem dos homicídios neste país ocorre em famílias ou com
amantes.
2.21. Irreconciliáveis
Implacável. É a incapacidade de se relacionar com outras pessoas. Descreve
alguém que não pode ser apaziguado.
2.22. Sem misericórdia.
Significa não ter piedade natural pelo sofrimento, ser implacável e duro.
Esses versículos contêm uma
das mais extensas listas de pecados de toda a Bíblia. Essa lista mostra a
grande amplitude da depravação moral humana (observe o termo toda no versículo
29). Note que enquanto a sociedade exercita a tendência de justificar certos
pecados, Deus julga todos os pecados sem distinção. Tais pecados revelam em
particular a rebeldia existente em nosso coração. Todos, sem exceção, merecem o
castigo de Deus.
3. O Julgamento de Deus. 1.32
“Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais
coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.”
- “... conhecendo bem o
decreto de Deus”. Aqueles que cometem os pecados listados acima, “são
dignos de morte os que tais coisas praticam”, ou seja, estão fazendo é errado e
que no final serão julgados por um Deus justo.”
Os gentios, conhecendo o
julgamento de Deus, percebem que essas coisas trarão punição e morte moral,
física e espiritual. Mesmo assim, eles continuam a pecar porque “amam as trevas
em vez da luz.”
“não somente as fazem, mas
também aprovam os que as praticam.” O ímpio não apenas comete seu próprio
pecado, mas também se deleita, aplaude e aprova quando outros fazem a mesma
coisa. Os homens racionalizam seus pecados porque “todos estão cometendo”. Isso
salva a consciência, mas não afasta a ira de Deus que arde “contra toda a
impiedade e injustiça dos homens.” (Rm 1.18).
CONCLUSÃO A humanidade
perdeu-se em seus caminhos, pois não desejou conhecer o Senhor. Preferiu o
pecado.
Daí entrou em processo de
corrosão moral, que culminou na mais terrível degradação. Paulo, vendo essa
cena, disse que Deus permitiu a devassidão pecaminosa para a própria vergonha
do homem. Este é o retrato atual da humanidade - dominada pelo humanismo - que
se fez inimiga de Deus (Tg 4.4). Se não houver arrependimento, todos perecerão
(Lc 13.3).
Os crimes e pecados dos
gentios são os mesmos que atormentam a humanidade nos dias atuais. Porque?
Porque os homens ainda rejeitam a luz que Deus lhes deu. Mesmo assim, a porta
da graça está aberta, mas um será fechada (Mt 2510-11). Porém, os homens hoje
precisam desesperadamente do perdão dos pecados e de um propósito de vida que
somente Cristo pode dar. Somente Cristo pode salvar uma pessoa ou nação de se
autodestruir por meio de um profundo envolvimento e prazer no pecado.
A Igreja primitiva era
composta de pecadores vis que foram salvos pela graça (1ª Coríntios 6.91-11).
Quantas pessoas hoje dariam qualquer coisa por um novo começo na vida porque
elas bagunçaram tanto suas próprias vidas? Se ao menos eles pudessem encontrar
perdão pela culpa que assola suas almas! Para todos os que correm para ele para
a salvação, Cristo diz: “Seus pecados estão perdoados. Vá e não peques mais.”
Pr. Elias Ribas
Dr. em teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC