TEOLOGIA EM FOCO: A DEPRAVAÇÃO DOS GENTIOS - ROMANOS 1

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A DEPRAVAÇÃO DOS GENTIOS - ROMANOS 1

 

Romanos 1.16-32 “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. 17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. 19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhe manifestou. 20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. 23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. 26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; 29 Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; 31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; 32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.” 

INTRODUÇÃO. Nesta lição o apóstolo Paulo descreve sobre a condição dos gentios diante de Deus. Paulo relata em sua carta ao Romanos, que tanto os gentios, que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado.

Paulo nos ensina nesta lição que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios.

O tema da ira de Deus é desenvolvido nos próximos capítulos, onde o apóstolo volta a atenção primeiro para os gentios e depois para os judeus. O que o ocupa à medida que o argumento progride é a preocupação de que os judeus possam interpretar erroneamente seu status como povo escolhido de Deus, com o significado de que eles receberam isenção especial da ira de Deus, o que os gentios não gozam. 

I. O TEMA DA CARTA AOS ROMANOS 

1. Poder de Deus. V. 16 “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.

A palavra “evangelho” vem de duas palavras gregas, “eu” que quer dizer “bem”, e de “angelia” que significa “mensagem, notícia, novas”.

Paulo afirma de não ter vergonha do evangelho porque “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer” (1.16). A mensagem pregada por Paulo não foi invenção do homem, mas veio de Deus para a salvação de “todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16). 

2. A fé dos romanos. Paulo anela vê-los. V. 17 “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.”

Paulo ensina que a salvação é de quem crê, não de um determinado povo ou de quem faz determinadas obras. O apóstolo nos ensina que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios. 

O justo viverá pela fé. Paulo recorre ao profeta Habacuque 2.4, para mostrar a Igreja de Roma que a fé é o início, meio e fim do crente. Por isso nós o encontramos três citações do apóstolo no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).

A teologia paulina nada tem a ver com os estágios progressivos da fé, mas somente com a fé em si como a maneira indicada de receber a “justiça” de Deus. Nós preferimos, portanto, entendê-la assim: A justiça de Deus está na mensagem do evangelho, revelada (ser por fé; para fé; mediante a fé, isto é, “a fim de ser pela fé recebida.

Iniciar a carreira com fé, no meio da caminha você vai batalhar pela fé, e acabar a carreira com fé. Jesus diz que “o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir.” (Jo 10.10). 

Mas o que ele quer te roubar? Jesus responde esta pergunta: “guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11b). 

O que é que você tem? Agora Paulo te responde: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2ª Tm 4.7). A fé é a essência da tua vida, por isso diabo luta contra você para roubar tua fé. Portanto, o cristão deve batalha pela fé Jd 1.3, “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Você deve também usar a fé como arma de defesa: Ef 6.16 “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Como ter fé? Rm 10.17 “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” 

3. A revelação da justiça de Deus (v. 17). “Paulo afirma que a Justiça de Deus se revela através do Evangelho, da mensagem de salvação em Jesus Cristo. Esse plano de Deus para a salvação não é pelas obras, mas pela fé (Rm 3.24-26). A “justiça de Deus” aqui não é a justiça pessoal nem legal, mas a justiça com que Deus justifica os pecadores pela fé (Rm 3.21,22). Esse plano de Deus para a salvação não é pelas obras, mas pela fé (Rm 3.24-26). “De fé em fé” significa sola fides — a fé somente. Não é de “fé em obras” ou “de obras em fé” nem tampouco ‘de obras em obras’” [Esequias Soares da Silva. O Evangelho da justiça de Deus. Lições Bíblicas CPAD, 2º Trimestre de 1998]. 

4. A justificação pela fé. Toda a Epístola de Paulo aos Romanos gira em torno da “salvação pela fé”, pois “o justo viverá da fé” (1.17). Essa expressão significa que a salvação é pela fé (Ef 2.8,9; Tt 3.5). Esse é o tema da epístola.

A declaração de Paulo nos versos 16 e 17 deixa uma questão: por que os justos devem viver pela fé? Por que apenas recebendo a justiça é o único modo de ficarmos retos diante de Deus? Paulo vai usar os versos 18 a 32 para responder o porquê nós precisamos que Deus nos dê sua justiça e por que não podemos merecê-la, conquistá-la por nós mesmos. Ele vai nos apresentar um retrato escuro da humanidade.

A justiça de Deus é a revelação fundamental do evangelho. Através de Romanos, o cristão pode compreender melhor o que Deus fez em seu favor mediante Jesus Cristo. Assim, você deve, em primeiro lugar, ler a referida epístola repetidas vezes, com oração e humildade, se possível até decorar para ruminar suas palavras no dia-a-dia. Deve procurar entender o que o apóstolo quer dizer com lei, graça, fé, justiça, carne, espírito, etc. 

II. A DIFÍCIL SITUAÇÃO DA HUMANIDADE SOB A IRA DE DEUS (1.18—3.20). 

V. 18 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.”

O tema da ira de Deus é desenvolvido nos próximos capítulos, onde o apóstolo volta a atenção primeiro para os gentios e depois para os judeus. O que o ocupa à medida que o argumento progride é a preocupação de que os judeus possam interpretar erroneamente seu status como povo escolhido de Deus, com o significado de que eles receberam isenção especial da ira de Deus, o que os gentios não gozam. 

1. A Ira de Deus. O termo grego traduzido por “ira” é orge, e aparece 12 vezes em Romanos (1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). A ira, não é um atributo divino, é um componente inseparável da justiça de Deus, isto é, o resultado da justiça aplicado ao deflator. Paulo está mostrando que o evangelho é necessário porque estamos diante da ira de Deus. Todos os seres humanos sem o evangelho estão debaixo da ira de Deus. Convém que se saiba que a ira de Deus é a reação de Sua santidade diante da impiedade, muito diferente da ira dos homens, que é egocêntrica, carregada de ódio e paixão. Esse tipo de ira não é apropriado para a natureza divina.

2. A provocação da ira de Deus. “toda a impiedade: Ou: “todo o desrespeito”. A palavra grega traduzida aqui como “impiedade” é ασέβεια asébeia. As Escrituras usam asébeia e outras palavras relacionadas para se referir a uma atitude de desrespeito a Deus ou, até mesmo, de oposição a Ele.

As palavras “ímpio”, “impiedade” e “impiamente” na Bíblia refere-se a alguém que vive de maneira contrária aos mandamentos e à vontade de Deus. Este termo é sinônimo de incrédulo, descrente, néscio, injusto, tolo, corrupto, insensato, enfim, um pecador impenitente. Já o termo depravação no grego πονηρος poneros, tem vário significados: perversidade, corrupção, o mal inato do homem não regenerado, malícia, maldade, mau, culposo, ou seja, abandonado, cruel.

A palavra κακος kakos refere-se ao caráter essencial tanto como 'sapros, que indica a degeneração da virtude original}. Estas duas palavras dão o significado de inútil, depravado, prejudicial.

A palavra depravação era também usada no Velho Testamento para designar Βελιαλ belial referindo-se a um filho de Satanás. 

3. A natureza da ira de Deus. “A ira de Deus se revela do céu”. Deus é santo, perfeito, e por isso Ele detesta o pecado. Deus é santo; os seus olhos são tão puros que não podem contemplar a iniquidade. A ira é a reação de Deus ao efeito destruidor do pecado.

A ira de se manifesta a todos os homens que andam ao contrário a natureza santa de Deus. Portanto a vida dos ímpios é caracterizada por ações e comportamentos considerados pecaminosos. Na verdade, o ímpio não respeita aos preceitos de Deus, e não se importa de violar as Suas Leis. 

4. A ira de Deus manifestada. A ira divina é o meio de Deus freia o pecado. É a reação divina sobre o pecado. A ira de Deus que eternamente contra tudo que prejudica a vida espiritual da Sua Criação.

Muitas pessoas não entendem como Deus é amor e ao mesmo tempo é um Deus irado. Os atributos de Deus são equilibrados em Sua perfeição divina. Deus ama o pecador, mas não ama o pecado. Vejamos o que a Bíblia nos revela: Sl 11.5 “O Senhor prova o justo, mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência.”

Deus não tem em nada amor benevolente para com o pecador. Ele tem um ódio perfeito dele, de fato, Ele diz que “odeio-os com ódio consumado” (Sl 139.21-22).

As manifestações da ira divina acontecem desde o pecado original no princípio. Ela só irá findar no juízo final. 

5. A propiciação da ira de Deus. “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Rm 3.25). Somente o sangue expiatório e a justiça de Cristo propiciam o livramento permanentemente contra essa ira de Deus.

“A quem Deus propôs...”, ou pré-ordenou. Esta palavra no grego é προέθετο proetheto e significa por diante de, o qual “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo.” (Ef 1.4). O propósito de Deus se deu antes da fundação do mundo, escolhendo o Seu Filho como propiciação pela humanidade. Deus, agora exibiu publicamente Jesus Cristo como um sacrifício propiciatório pelos pecados das pessoas. Ele foi exposto à vergonha; e assim condenados à morte a fim de atrair para a cena os olhos de todos os habitantes da Terra. 

6. A ira de Deus na história. A Escritura atesta sobre a ira de Deus já manifestada na vida dos homens ao longo de sua história no passado: Dilúvio (Gn 6.17; Mt 24.37-39), Sodoma e Gomorra (Lc 17.28-30). Fala também da ira futura (1ª Ts 1.10), julgamento das nações (Mt 25.32) e Juízo Final (Ap 20.1-15). Veja que três vezes o apóstolo Paulo diz que Deus “os entregou” (vs. 24,26,28). Isso mostra a atuação da ira divina neste mundo. Como disse Friedrich Schiller: “A história do mundo é o juízo do mundo”. 

7. A Ira de Deus sobre a humanidade. “Homens que detém a verdade em injustiça.” “Deter” significa “impedir”, e isso perverte a verdade, transformando-a em mentira. 

Os homens que detêm a verdade em injustiça já estão debaixo de condenação herdada de Adão, e se mantém inescusáveis quanto as suas ações, visto que souberam da existência de Deus por meio das coisas que foram criadas, mas não deram a devida importância a tal conhecimento e não buscando a Deus. Antes, as suas ações se diversificaram segundo os seus corações e pensamentos, e somente entesouram ira para si (Rm 2.5).

A fé é o elemento pelo qual o homem alcança a justiça de Deus, e a incredulidade é o elemento que detém a ação da verdade, permanecendo a injustiça. O evangelho de Cristo revela a justiça de Deus aos homens, e estes, quando não creem em Cristo, detêm a verdade em injustiça. Portanto, a impiedade, aqui, diz respeito ao descaso que o homem faz de Deus, e a injustiça fala da conduta pecaminosa humana. Dessa maneira, a raça humana, por rejeitar a Deus e viver na injustiça, detém a verdade.

O que atrai a ira de Deus é a impiedade e a injustiça. A ira de Deus é a retribuição pelas injustiças e impiedades praticadas pelos homens. O destino de cada indivíduo gira na aceitação ou na rejeição da revelação divina. Agora a natureza da revelação de Deus e as consequências de rejeitá-la serão retribuídas a cada um.

Somente aqueles que creem na mensagem do evangelho descobrem a justiça de Deus, pois é isto que o evangelho manifesta a todos quantos creem. Já aos incrédulos é dado conhecer a ira de Deus, pois mesmo eles não sabendo, a ira de Deus se manifesta neles. Deus manifestou a sua ira sobre os homens que detém a verdade de Deus em injustiça. 

III. A REVELAÇÃO DE DEUS E O SEU PODER ETERNO DA NATUREZA 

1. Através da natureza. Rm 1.20 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entende, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” 

O profeta Oseias convida a conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor (Os 6.3.). A coisa mais extraordinária para o ser humano é conhecer a Deus. O Senhor poderoso, grandioso, que criou os céus e a Terra, dentro da mais perfeita ordem. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1.16). Aquele que criou tudo se revela por meio da natureza, e nela, podemos ver a perfeição do Criador. O sol, a lua e as estrelas, as árvores, as pedras, as aves e os peixes, os animais terrestres, os insetos e os homens, tudo isso anuncia a grandeza do Eterno, exatamente como está escrito: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (João 1.3). Aquele que é Senhor sobre tudo se revela por meio da natureza. Observando-a podemos saber quem é Deus (Sl 8.3,4), pois os céus proclamam a sua glória (Sl 19.1-4). Assim, homens de todos os tempos têm acesso à revelação sobre o poder e a divindade do Senhor.

Quando olhamos o corpo humano com sua funcionalidade de uma maneira superior à qualquer criação humana, isso declara que Deus invisível é o Criador das coisas visíveis. E isso é suficiente a fim de que os homens “fiquem inescusáveis” (v. 20). Por isso o ateísmo é inaceitável diante do Eterno. 

2. Não glorificam a Deus. 1.21,22, “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22- Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” 

No verso 21, Paulo usa a expressão “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”, ou seja, a humanidade reconhece a existência de Deus, por meio da natureza, mas, não se voltam para Ele. Uma coisa é reconhecer a existência, outra é reconhecer a Deus.

Nunca poderão dizer que não tiveram oportunidade de se relacionar com Deus. Mesmo sabendo da existência de Deus, algumas pessoas tem motivação errada, buscando os seus próprios interesses, priorizam a busca do poder, mesmo que para os conquistar precise praticar a injustiça.

Glorificar a Deus é adorar, honrar, reverenciar e venerar como Criador e dono de tudo que existe. Este é o mandamento do princípio: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’ (Lc 4.8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (Dt 6.13)”. 

2. Substituiu a criatura pelo Criador são considerados loucos (vs. 22,23). Parece que Paulo está falando de certos discursos filosófico que tinham conhecimento da verdade, mas detinham pelas suas injustiças. O termo empregado por Paulo para descrever os falsos sábios é σοφοὶ (sofhoi), o qual também se traduz por “filósofos”. Para Paulo, estes homens enganaram a si mesmos porque “Dizendo-se sábios, tornando-se loucos.” O efeito do pecado sobre a mente humana é mudar a sua falsa inteligência em loucura (1ª Co 1.17-27). Este era o orgulho comum dos filósofos da antiguidade. A própria palavra pela qual eles escolheram ser chamados “filósofos” significa literalmente “amigos da sabedoria”. Por causa desse orgulho, seu coração obscureceu-se, ficando destituído de entendimento espiritual e mergulhado em trevas profundas.

O desprezo pela revelação de Deus faz nascer discursos ímpios, teorias perversas, filosofias tolas, baseadas no próprio homem, como o humanismo. Os cristãos genuínos, porém, não são humanistas, pois sabem que só uma fé genuína em Deus, não em si mesmos, obtém a vitória sobre o mundo (1ª Jo 5.4,5). 

IV. O DEUS CONHECIDO E A IDOLATRIA (v. 21) 

V. 23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 

1. A idolatria. A palavra “idolatria” vem de duas palavras gregas: eidolon, que significa “ídolo”, e latreuo, que significa “adorar, servir, prestar serviço sagrado”. A idolatria, portanto, consiste em cultuar ao ídolo, e é consequência da apostasia geral do ser humano. A avareza é uma forma de idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a Deus, torna-se o seu deus (Fp 3.19).

Nas religiões primitivas muitas vezes o ídolo é talhado do tronco de uma árvore, ou de pedra, uma imagem de homem corruptível, ou de aves, quadrúpedes e répteis (vs. 23,24; veja Is 44.9-20).

Parte da argumentação de Paulo em Romanos 1.18-24 vem de Jeremias 2.11: “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito.”

Parte da construção textual de Paulo, está relacionada com Salmos 106.20, acerca de “trocar a glória de Deus” pelas imagens da criação. Assim falou o Senhor a Deus através do profeta Miquéias 5.13 “e arrancarei do meio de ti as tuas imagens de escultura e as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da obra das tuas mãos.”

O Senhor foi contundente com o Seu povo quando os tirou do Egito: Levítico 19.4 “Não vos virareis para os ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”

O primeiro mandamento da lei de Deus, conforme descrito na Bíblia Sagrada em Deuteronômio 6.13, “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Essa frase enfatiza a importância de adorar e servir somente ao Deus Criador, reconhecendo-o como o único Deus verdadeiro e digno de adoração.”

Na tentação de Jesus no deserto Satanás usou de sua artimanha para levar Jesus a apostasia. Veja no evangelho de Mateus:

Mateus 4.8,9 “Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. 9- E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” 

Satanás na verdade queria que Jesus abandonasse o Pai. No mesmo instante, Jesus repreendeu Satanás e venceu aquela tentação no deserto: “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam. (Mateus 4.10,11).

Voltando ao texto em que Paulo expõe no v. 23, o extremo da degradação: Seres humanos, incumbidos de ser representantes de Deus na Terra, ajoelham-se diante de imagens humanas, répteis, animais etc. Inculcando-se (orgulhosamente) por sábios, tornaram-se loucos (v. 22; cf. v. 32).

E mudaram a glória do Deus incorruptível....” A palavra “incorruptível” é aqui aplicada a Deus em oposição ao “homem”. Deus é imutável, indestrutível, imortal.

E mudaram, ou seja, eles transferiram um objeto de adoração, para ídolos. Na verdade, não produziram nenhuma mudança real na glória do Eterno, mas a mudança foi neles mesmo. Eles abandonaram Aquele de quem tinham conhecimento e ofereceram a homenagem que lhe era devida aos ídolos.

“...em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” Eles mudaram “a glória do Deus incorruptível” na imagem não gloriosa da própria criação, “em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis”. Uma imagem é uma representação ou semelhança de qualquer coisa, seja feita por pintura, seja de madeira, pedra, etc. Assim, a palavra é aplicada aos “ídolos”, como sendo “imagens” ou “representações” de objetos terrenos; referindo ao culto egípcio. A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.

Quando Deus tirou o Seu povo do Egito determinou dizendo: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Êx 20.4-5).

A idolatria é tão seria que Paulo trata da atitude dos cristãos “que comem dos sacrifícios” se tornam “participantes do altar como oferendas aos deuses pagãos, e ainda afirma dizendo que os que sacrificam têm “comunhão com os demônios” (1ª Co 10.24-20). 

V. CONSEQUÊNCIAS DA REJEIÇÃO A DEUS

A rejeição da humanidade da revelação de Deus e suas consequências desastrosas são narradas com alguns detalhes (vs. 21-32): 

1. Deus entregou à própria sorte. Rm 1.24,25 “Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.”

O homem tem a livre escolha para fazer o bem e o mal (Dt 30.19), ou seja, ele tem a liberdade para fazer o que ele quer de sua vida. Quando o homem é entregue a sua própria vontade ele aprofunda em seu próprio pecado, ou de acordo com os desejos pecaminosos do seu coração (da mesma forma que o Pai entregou a herança ao filho pródigo (Lc 15.12)).

Quando eles mudaram a verdade de Deus, perderam a visão de Deus. Servindo a criatura em vez do Criador. Um idólatra adora a imagem de uma criatura feita por mãos humanas (Is 44.9-18) e, assim, insulta e desonra o Criador, que é eternamente digno de honra e glória. 

“...em mentira...”. Jesus diz que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44), ele com sua astúcia engana o homem assim como enganou Eva no Éden. Os judeus em Roma, deliberadamente trocaram a verdade que tinham sobre Deus pela mentira, isto é, os ídolos, ou imagens, são uma mentira, uma falsidade. (Jr 10.14). 

2. Deus os entregou a práticas antinaturais. 1.25,28 “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27- semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28- Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.”

Paulo usa 3 vezes a expressão “Deus os entregou, (vs. 24, 26, 28), para reforçar que a ira de Deus também é derramada em dose tripa. 

Perversão sexual. “às paixões infames”. Ou: “ao apetite sexual vergonhoso”. A Bíblia King James Atualizada vai dizer: “E, por essa razão, Deus os entregou a paixões vergonhosas.”

A palavra grega traduzida aqui como “paixão” é páthos e se refere a um forte desejo, uma paixão descontrolada. O texto mostra claramente que se refere a desejos de natureza sexual. Aqui, esse tipo de paixão descontrolada é chamado de ‘vergonhoso’ (em grego, atimía, “desonra; vergonha”), Paulo diz que a homossexualidade é uma “paixão infame” (v. 26), uma “torpeza”, um abandono de “relações naturais” (v. 27), uma “injustiça” (1ª Co 6.9), e “prostituição segundo a carne” (Judas 1.7).

A ira de Deus é revelada contra os homens que mudaram os costumes naturais da sua sexualidade. Eles negaram o costume natural dado por Deus, para terem relações com o sexo oposto, homens com homens bem como mulheres com mulheres. 

A sodomia e outras formas de prostituição no Antigo Testamento, sempre estiveram ligadas ao culto pagão. Esta prostituição sagrada seria uma prática ligada à religião, na qual as prostitutas sagradas teriam relações sexuais com quem as procurasse com objetivo de ser abençoado com fertilidade, seja para si, esposa, terras ou animais. Assim as mulheres e homens vendiam sexo para o lucro de deidades e templos. 

“...e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” O apóstolo Paulo afirma que aqueles que deixariam o costume natural do sexo receberiam uma penalidade de juízo e nós sabemos que a AIDS tem crescido entre os homossexuais.

Paulo em vez de usar as palavras gregas mais comuns para “homem” e “mulher”, ele usou palavras gregas mais específicas, que poderiam ser traduzidas como “macho” e “fêmea”. Estas mesmas palavras gregas específicas foram usadas na tradução de Gên 1.27 na Septuaginta. 

Ao descrever o homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável:

1) imundícia (Rm 1.24);

2) desonra para o corpo (1.24);

3) paixão infame (1.26);

4) antinaturalidade (1.26);

5) contrariedade à natureza (1.26);

6) torpeza (1.28);

7) erro (1.28). 

VI. DEUS OS ENTREGOU A UM SENTIMENTO DEPRAVADO 

Romanos 1.28-31 “E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; 29- estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30- sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; 31- néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia.”

1. Existe uma consequência quando os homens rejeitam a Deus. Paulo conclui este capítulo e apresenta a mais longa lista de pecados da humanidade corrupta, sem Deus. A lista de pecados registra vinte e dois itens encontrados nos versículos finais de Romanos 1, encabeçada pela palavra “iniquidade”, retratando a presente sociedade incrédula e distanciada de Deus. Esses pecados são inerentes à natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23). Nenhum é menos digno de castigo que o outro. Paulo disse: “São dignos de morte os que tais coisas praticam” (v. 32). Até que ponto o homem passou de Deus então, que não somente comete estas obras, mas, como Paulo diz, “consentem aos que as fazem”?

Paulo enfatizou que primeiramente, Deus entregou o homem às concupiscências de seu coração e à imundícia; segundo, Deus o abandonou às paixões infames; e, agora, terceiro, o entregou a um sentimento perverso. 

2. Deus os Entregou a um Sentimento Depravado. “....estando cheios de toda iniquidade...”. A palavra iniquidade no grego: ανομια anomia, significa: negação da lei; ilegalidade; falta de conformidade com a lei; violação da lei; desacato à lei e impiedade.

Observe que a rejeição de Deus começou com ingratidão, mas foi rapidamente para a idolatria e a imoralidade. Agora, o homem é completamente corrupto e culpado de várias iniquidades. 

Nesta lista representativa, Paulo cita vinte e dois pecados que eram comuns em seus dias, e que de forma alguma são incomuns hoje: 

2.1. Prostituição. É qualquer tipo de atividade sexual promíscua, antes ou depois do casamento. Os cristãos não são contra o sexo - eles são a favor - mas sempre na união matrimonial. Nesta união, e somente nesta união, Deus ordenou que o sexo deveria acontecer. 

2.2. Malícia. É habilidade para enganar, despistar; astúcia, ardil, manha. É a pessoa que tem propensão ou tendência para praticar atos de maldade, isto é, objetivo de enganar ou causar danos em alguém. 

2.3. Avareza. Ganância; cobiça; querendo aquilo que não deve querer. É o desejo de ter mais, uma coceira por mais e mais. Este é o materialismo em seu auge! 

3.4. Maldade. É a qualidade do que é mau; perversidade, malignidade, crueldade. É aquele que prejudica ou ofende alguém com atitude má, perversa; crueldade e desumanidade. É o ato de fazer mal com pessoas e animais. 

2.5. Cheios de inveja. Inveja significa um descontentamento ou desejo profundo por aquilo que pertence a outros. É um sentimento egoísta por parte da pessoa. 

2.6. Homicídio. É tirar a vida de outra pessoa por um motivo maligno. Parece que hoje nossa sociedade protege o assassino e o criminoso para que os homens não tenham mais medo da lei da terra. 

2.7. Contenda. Descreve uma pessoa contenciosa, um criador de problemas, alguém que tem um problema. Há muita agitação social em nossa terra hoje. 

2.8. Engano. É um ato de engano ou uma tentativa deliberada de enganar. Em nossos dias, o engano é parte integrante da política, dos negócios e até da religião. Tornou-se, simplesmente, um modo de vida. 

2.9. Malignidade. É aquele que age de maneira perversa e má. É qualidade do que é maligno; mau caráter; depravação de coração e vida; sutileza maligna; astúcia maliciosa.

2.10. Murmuradores. Murmurar significa sussurrar ou dizer algo em tom muito baixo.

São aqueles que secretamente contam informações que irão ferir o caráter de outras pessoas, ou seja, difamar, caluniar. Geralmente a murmuração está imbuída em descontentamento, insatisfação, queixa e lamentação. Com frequência a murmuração expressa um sentimento de desacordo, de oposição, de ira e rebelião. Contudo, o problema da murmuração é ainda pior porque geralmente Deus é o alvo da murmuração. 

2.11. Detratores. Difamadores; Caluniadores. São os que praticam a fofoca aberta e desenfreada que difama os outros. É aquele que desqualifica e desvaloriza a importância de algo ou alguém. 

2.12. Aborrecedores de Deus. São aqueles que têm mentes carnais que estão em “inimizade contra Deus" (Romanos 8.7). Eles “abominam e odeiam o verdadeiro Deus das Escrituras e frequentemente blasfemam contra Deus abertamente e com orgulho. 

2.13. Injuriadores. São fingidos e fanfarrões.

São aqueles que causa difamação, que calunia; insultador. 

2.14. Soberbos. Em praticamente todas as ocorrências que a Bíblia menciona a arrogância, orgulho ou altivez, é como um comportamento ou atitude detestada por Deus.

Existem duas formas gregas da palavra arrogância.

1. Uperogkos significa “inchaço” ou “extravagante” como usado em “palavras de vaidosa arrogância” (2ª Pe 2.18; Jd 1.16).

2. O outro é phusiosis, que significa “inchaço da alma” ou “orgulho e tumulto” (2ª Co 12.20). É semelhante a essa mentalidade egoísta que diz: “O mundo gira em torno de mim” (Pv 21.24). 

2.15. Presunçosos. Descreve uma pessoa arrogante, que se coloca acima dos outros. Aquele que se acha belo, perspicaz, com maior inteligência etc. adjetivo Característica de quem possui excesso de presunção, de vaidade e afetação. 

2.16. Inventores de males. São pessoas que ficam ativamente tramando e direcionando suas intenções com o objetivo de causar o mal. 

2.17. Desobedientes aos pais. Descreve o desrespeito pela unidade familiar. Nunca antes as crianças neste país alardearam sua desobediência à autoridade dos pais como fazem hoje. 

2.18. Néscios. Mostra uma incapacidade de apreender ou compreender os fatos. Pessoas sem compreensão podem racionalizar seu comportamento. Os alcoólatras são um bom exemplo disso. Existem mais alcoólatras em nosso país hoje do que nunca. 

2.19. Infiéis nos contratos. São aqueles que não têm fé e são desleais, aqueles que não cumprem sua palavra. Hoje a palavra de um homem não significa nada. Nem a palavra de uma nação - os tratados muitas vezes não passam de pedaços de papel. 

2.20. Sem afeições naturais. É falta a capacidade de amar "entes queridos", como os membros da família. Nos Estados Unidos, um em cada dois casamentos termina em divórcio. Uma grande porcentagem dos homicídios neste país ocorre em famílias ou com amantes. 

2.21. Irreconciliáveis Implacável. É a incapacidade de se relacionar com outras pessoas. Descreve alguém que não pode ser apaziguado. 

2.22. Sem misericórdia. Significa não ter piedade natural pelo sofrimento, ser implacável e duro. 

Esses versículos contêm uma das mais extensas listas de pecados de toda a Bíblia. Essa lista mostra a grande amplitude da depravação moral humana (observe o termo toda no versículo 29). Note que enquanto a sociedade exercita a tendência de justificar certos pecados, Deus julga todos os pecados sem distinção. Tais pecados revelam em particular a rebeldia existente em nosso coração. Todos, sem exceção, merecem o castigo de Deus. 

3. O Julgamento de Deus. 1.32 “Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.” 

- “... conhecendo bem o decreto de Deus”. Aqueles que cometem os pecados listados acima, “são dignos de morte os que tais coisas praticam”, ou seja, estão fazendo é errado e que no final serão julgados por um Deus justo.”

Os gentios, conhecendo o julgamento de Deus, percebem que essas coisas trarão punição e morte moral, física e espiritual. Mesmo assim, eles continuam a pecar porque “amam as trevas em vez da luz.” 

“não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.” O ímpio não apenas comete seu próprio pecado, mas também se deleita, aplaude e aprova quando outros fazem a mesma coisa. Os homens racionalizam seus pecados porque “todos estão cometendo”. Isso salva a consciência, mas não afasta a ira de Deus que arde “contra toda a impiedade e injustiça dos homens.” (Rm 1.18). 

CONCLUSÃO A humanidade perdeu-se em seus caminhos, pois não desejou conhecer o Senhor. Preferiu o pecado.

Daí entrou em processo de corrosão moral, que culminou na mais terrível degradação. Paulo, vendo essa cena, disse que Deus permitiu a devassidão pecaminosa para a própria vergonha do homem. Este é o retrato atual da humanidade - dominada pelo humanismo - que se fez inimiga de Deus (Tg 4.4). Se não houver arrependimento, todos perecerão (Lc 13.3).

Os crimes e pecados dos gentios são os mesmos que atormentam a humanidade nos dias atuais. Porque? Porque os homens ainda rejeitam a luz que Deus lhes deu. Mesmo assim, a porta da graça está aberta, mas um será fechada (Mt 2510-11). Porém, os homens hoje precisam desesperadamente do perdão dos pecados e de um propósito de vida que somente Cristo pode dar. Somente Cristo pode salvar uma pessoa ou nação de se autodestruir por meio de um profundo envolvimento e prazer no pecado.

A Igreja primitiva era composta de pecadores vis que foram salvos pela graça (1ª Coríntios 6.91-11). Quantas pessoas hoje dariam qualquer coisa por um novo começo na vida porque elas bagunçaram tanto suas próprias vidas? Se ao menos eles pudessem encontrar perdão pela culpa que assola suas almas! Para todos os que correm para ele para a salvação, Cristo diz: “Seus pecados estão perdoados. Vá e não peques mais.”

Pr. Elias Ribas

 Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


Um comentário:

  1. A paz do senhor!!pastor Ribas !!me parece que este texto da carta aos romanos tenha mais de 2000 anos .E ao lermos suas linhas ,e possível perceber a atualidade dos escritos do apóstolo Paulo. A precisão com que Ele relata como a raça humana se encontraria ....Vejo que não necessitamos sermos teólogos para ver e comprovar o que o Amado Apóstolo nos ensinou e nos advertiu.Tudo está na frente de nossos olhos...!Pastor Ribas , como sempre as suas explanaçoes sao claras e conservadoras da santa palavra de Deus.MARANATA!!

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