TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 19 de setembro de 2023

O DESTINO FINAL DOS JUSTOS

 


O estado final dos crentes é descrito como Vida Eterna, isto é, não apenas uma vida sem fim, mas a vida em toda a sua plenitude, sem nenhuma das imperfeições e dos distúrbios da presente vida (Rm 2.7). Os justos são destinados à vida eterna na presença de Deus. Quando o céu e a Terra forem despovoados (no Juízo Final), o Universo será submetido a uma transformação (2ª Pe 3.7, 10-13). João teve uma visão dessa nova criação em Ap 21.1-5.

As Escrituras apresentam o céu como um lugar. Cristo corporalmente ascendeu ao céu, o que significa que Ele foi de um lugar para outro (Lc 24.39, 51). O céu é descrito como a casa de nosso Pai, onde há muitas moradas (Jo 14.1). A vida eterna é desfrutada na comunhão com Deus, o que é realmente a essência da vida eterna (Ap 21.3). Os Justos verão a Deus (1ª Jo 3.2), encontrarão plena satisfação n’Ele e O glorificarão eternamente. As melhores palavras da linguagem humana são inadequadas para descrever as gloriosas realidades da vida eterna com Deus. Quando chegarmos ao céu, em meio ao seu esplendor, com certeza, exclamaremos como a rainha de Sabá: “Eis que não me contaram a metade” (1º Rs 10.7). O céu é lugar de descanso e alívio para os cansados (Ap 14.13; 21.4); é também a realização plena da vida. É lugar de luz e beleza (Ap 21.23; 22.5); lugar da plenitude de conhecimento (1ª Co 13.12); lugar de serviço (Ap 22.3); lugar de gozo (Ap 21.4); lugar de culto, louvor e adoração, exaltação (Ap 21.22). Iremos honrar, o engrandecer o Senhor, é o lugar onde haverá eterna comunhão entre Deus e todos os santos ou sua Igreja.

Atividade principal no Novo Céu será a de louvor e adoração ao nosso Criador, Redentor, Senhor e Rei. Será um culto eterno a Deus que nunca se tornará tediosos ou simplesmente repetições orações, mas, de aleluias, glórias e “Tu és digno, Cordeiro de Deus”, pois a majestade, a beleza e magnificência do Senhor nos levarão achar mais e mais motivos para glorificar. Os atrativos da Sua glória produzirão em nós eternas razões para exaltar.

Haverá atividades no Céu, entre elas música e canções. Para que não dizer que, também, haverá outros meios de cultuar a Deus. Quem sabe demonstraremos o nosso amor e gratidão a Ele através de dotes, criatividades, habilidades especiais etc. Não encontramos referências bíblicas específicas sobre essa possibilidade, mas o nosso louvor a Deus na Terra não deve apenas consistir do que praticamos num ambiente eclesial, mas, sim, através de outras demonstrações variadas do nosso ser a Ele.

[...] John Mac Arthur complementa: Biblicamente, a vida eterna não é apenas a promessa da vida na eternidade, mas é também a qualidade de vida característica das pessoas que vivem na eternidade. Tem a ver com qualidade tanto quanto duração (Jo 17.3). Não é apenas viver para sempre. A vida eterna é ser participante do reino onde habita Deus. É andar com o Deus vivo, em comunhão infindável.

Termino este tópico com a exclamação do apóstolo Paulo “oh profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.33-36).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

ONDE VOCÊ IRÁ PASSAR A ETERNIDADE – 2ª PARTE


Desejo dar continuidade na segunda parte do estudo “onde você vai passa a eternidade”. No estudo anterior falamos sobre os dois caminhos, porém agora desejo especificar mais a finco sobre o tema: “o caminho que leva para o céu” e o “caminho que leva para o inferno”.

A eternidade iniciará quando você descer a sepultura, seu corpo ficará ali e apodrecerá, mas a sua alma seguirá adiante e apenas dois caminhos a espera: o céu ou o inferno! Quais os preparativos você tem feito para um período tão extenso assim? Período este que terá apenas começo, mas não terá fim!

A decisão de onde passar a eternidade não será depois que você morrer, mas sim hoje! Agora! Não podemos esperar pelo último minuto, pois qual será o último minuto? Pode ser que você nem termine de ler este texto. 

I. O CAMINHO PARA O CÉU 

Deus mesmo, em Seu imenso amor, se dirige a nós nos conduzindo para a vida plena. Ele nos mostra o caminho que vai para o céu, pois não há em Deus interesse maior que não seja a felicidade de cada um dos seus. 

1. O pecado não pegou Deus de surpresa. Sabendo que o homem iria ceder ao pecado, Deus já havia preparado um plano de salvação para humanidade antes da fundação do mundo: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor.” (Ef 1.4).

Para a igreja Tessalônica Paulo vai dizer: “...porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. (2ª Ts 2.13b). 

2. Um sacrifício de amor. João 3.16-17 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.”

A grande prova de Seu amor, Deus fez enviando Seu Filho, para sacrifício por causa do pecado, por isso João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” (Rm 8.3).

O propósito da Lei de Moisés era mostrar o pecado, porém essa Lei não poderia libertar-se do pecado e condenação. Em vez de condenar o homem, Deus enviou o Seu Filho amado em forma de carne para condenar o pecado e libertar o homem do juízo vindouro.

O apóstolo do amor vai dizer em sua carta: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.” (1ª Jo 4.10,11).

Nós fomos justamente os objetos da ira divina, “mas por causa de seu grande amor por nós, “...Deus, que é rico em misericórdia, nos deu vida com Cristo mesmo quando estávamos mortos em transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos.” (Ef 2.4,5).

Quando Paulo diz: “Deus... nos deu vida com Cristo”, ele está se referindo ao milagre da conversão. Deus através da Palavra operou a fé em nossos corações, criando vida onde antigamente não havia nenhum. Desta forma, Ele “nos deu vida com Cristo, mesmo quando estávamos mortos em transgressões”.

E enviou Seu Filho para ser a propiciação pelos nossos pecados: 1ª João 2.2 “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos.” (Rm 3.25).

Jesus levou a culpa pelos nossos pecados, sacrificou a Sua vida por nós quando morreu na cruz. Isso era necessário: os pecados só podiam ser removidos pelo derramamento de sangue de um homem justo (Hb 9.22). Cristo derramou Seu sangue na cruz do Calvário como a única e perfeita base para o perdão dos nossos pecados. Somente Jesus Cristo pode remover seus pecados.

Desde a cruz, Deus oferece o Seu amor, a salvação dos pecados e a vida eterna a todos. Mas o homem precisa tomar uma decisão. 

3. Jesus é a porta. Jesus disse que a porta é estreita, mas Ele dá um comando: “Entrai pela porta estreita” (Mt 7.13). Precisamos entender que a porta para céu não está fachada, ela se encontra ainda aberta. Talvez você pergunte: onde está a porta? Quem é a porta? 

A porta que nos conduz para o céu é Jesus. João 10.7,9, “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.”

Ao afirmar ser a porta, Jesus está dizendo que é a via de acesso e a oportunidade de salvação é Ele. Note que, nesse sentido, Ele não diz ser uma das portas. Sua afirmação é exclusivista: “Eu sou a porta; Eu sou o único acesso a Deus”. No verso primeiro Ele diz: “Eu sou a Porta, se alguém tentar vir de qualquer outra maneira, ele é ladrão e assaltante”.

Jesus fala do reino de Deus como de uma grande casa que tem uma porta: uma só e estreita. Essa casa tem dono, mas um dia vai a porta vai fechar.

Reconhecer que Jesus é a porta não é suficiente. Isso não faz com que acessemos a Deus e tenhamos a salvação. O evangelho sempre vem como um comando para obedecer. Não basta estudar sobre a porta estreita e admirar o que Jesus disse, porque o inferno vai estar literalmente cheio de pessoas que admiravam Jesus e Seus ensinamentos, mas não o seguiram. Para isso, é necessário dar um passo e entrar pela porta por meio da fé.

4. Jesus é o Caminho. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6). 

Por onde você tem andado, sua vida tem rumo?

Ao dizer “eu sou o caminho, a verdade, e a vida”, Jesus não apenas indica qual é o caminho para a casa do Pai, mas se revela explicitamente como sendo Ele próprio esse caminho. A expressão “eu sou o caminho” significa que Ele, Cristo, é o único e verdadeiro Senhor e Salvador.

Muitas pessoas acreditam que todos os caminhos levam a Deus e, nesse engano, alguns caem nas armadilhas das religiões e seitas que buscam mais e mais adeptos que serão enganados e desviados completamente do verdadeiro caminho que é Cristo Jesus.

Não é a religião, não é a denominação religiosa, não é o budismo, não é o catolicismo, não é o espiritismo, não é o hinduísmo, não é o judaísmo, nenhum destes caminhos leva a Deus. O único e genuíno caminho que leva a Deus é Cristo. Nenhuma vida religiosa, boas ações ou qualquer outra coisa pode fazer isso: Somente por Jesus e apenas por Ele temos acesso ao Pai.

Ninguém sabe a hora da partida para a outra vida. Podemos, a qualquer momento, entrar na presença de Deus e a pergunta é: Você está preparado? Já creu em Cristo como seu único e suficiente salvador? Pois esta deve ser sua maior preocupação. 

5. Sem Jesus não há salvação. Atos 4.12 lemos: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.”

Jesus, cujo o nome significa salvação; Cristo, no grego significa ungido, e no hebraico é Messias, que significa enviado. Jesus veio à terra para cumprir pessoalmente uma missão dada por Deus para resgatar toda a humanidade de um fim que seria tenebroso. Há somente uma maneira de ser salvo, há apenas uma Pessoa que é o Salvador, por isso, a fé N’ele e a obediência é necessária para a salvação. Sem Jesus não há salvação, pois Ele é a base para a salvação.

1ª João 5.11,12 “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.” 

6. Jesus é o único mediador. 1ª Timóteo 2.5 “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.”

Deus nos criou para vivermos em união com Ele e sob a sua orientação, mas, infelizmente, o pecado separou o homem de Deus (Rm 3.23). Ele não tinha como ter acesso a Deus, mas, entretanto, Ele não desiste de nós, portanto, Ele providenciou um mediador e sumo sacerdote, Jesus Cristo-homem.

O mediador é aquele que está no meio, o intermediário que pode ficar no meio de dois e comunicar-se com ambos. Por meio de Cristo, Deus pôde aproximar os homens do perdão dos pecados. Consequentemente, qualquer pobre pecador pode se aproximar de Deus, e não será rejeitado de nenhum modo.

O único Deus vivo deseja que todos sejam salvos. Ele é o Único a quem nossas orações devem ser dirigidas e a mais ninguém.

Mediador é um conceito oriundo da adoração cerimonial prescrita no Antigo Testamento. No tabernáculo e, mais tarde, no templo, os sacerdotes mediavam entre Deus e o povo, oferecendo sacrifícios animais para expiar os pecados de todos e intercedendo pela nação. Na posição de mediador, o sacerdote era o único que podia entrar no Santo Lugar, onde Deus manifestava Sua presença.

Agora nosso único Mediador é Jesus Cristo, homem (Hb 9.11-15). Há um só Deus, em quem se encontra a salvação. Há um só caminho que leva a Ele, por meio do Mediador, Cristo Jesus, que tem a natureza plena de Deus e a natureza plena do homem. Cristo se identificou conosco; Ele nos entende perfeitamente e representa-nos à destra de Deus, o Pai (Rm 8.34). 

7. O que eu preciso fazer para me salvar? Na verdade, você não precisa fazer nada, a não se arrepender dos teus pecados, crer e obedecer.

A última palavra de nosso Senhor na cruz foi: “Está consumado!” (Jo 19.30). A palavra “consumado” no grego é “tetélestai” que significa: está concluído, está completo, acabou, como quem cumpre e completa a sua missão. 

7.1. Precisa arrepender de seus pecados. O primeiro mandamento do evangelho é: “arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15).

At 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.”

Podemos definir o arrependimento como “a mudança produzida na vida consciente do pecador, pela qual ele abandona o pecado”. É uma mudança de mente; é um estado de contrição profunda do coração humano, pela culpa do pecado, e o desejo de abandoná-lo.

Mudança de mente. Romanos 12.1,2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

O apóstolo Paulo explica sobre princípios de romper com o pecado, manter nossa vida centrada em Cristo e buscar como também experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Não vos conformeis com este mundo significa, não entrar na forma desse mundo, não se acomodar com a situação, não se deixar levar por qualquer ideologia, resistir e se manter focado.

Vivemos numa cultura onde a corrupção se tornou algo normal, o pecado está sendo legalizado, como aborto, drogas e homossexualismo etc... Porém, o cristão verdadeiro é aquele que entrega sua vida para Deus como oferta animada, sincera e verdadeira e não se conformamos com esta sociedade que está em deterioração e com suas práticas destrutivas, mas nos modificamos pela renovação do nosso entendimento. 

7.2. Precisa ter fé. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não no filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo 3.36).

É necessário fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Portanto, salvação é uma escolha pessoal, por meio da fé.

Crer no evangelho de Jesus Cristo. Crer na Sua morte expiatória. Crer que Ele nasceu, viveu e morreu para tornar possível a salvação do ser humano. Crer que isso é de graça e não nos custa nada. Crer que a salvação é unicamente pela fé em Jesus.

Ef 2.8, “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.”

A palavra graça no grego é “Charis que significa: “favor imerecido, “cuidado ou ajuda graciosa”, “benevolência”. Há um grande tesouro inserido na graça de Deus: a justificação (Rm 5.1). 

7.3. Fé e batismo. Marcos 16.16 Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”

Aquele que crê, isto é, crê no evangelho. O homem é um pecador. Ele deve agir com base na crença nesta verdade e se arrepender. 

7.4. “For batizado”. O batismo é um testemunho da nossa fé e uma declaração pública de que cremos em Jesus Cristo. As Escrituras nos dizem que temos a vida eterna no momento em que cremos (Jo 5.24), e a crença sempre vem antes de ser batizado.

Crer aponta para a aceitação do evangelho pela fé. Batizado aponta para o testemunho exterior da conversão de uma pessoa. Estes elementos estão intimamente relacionados na pregação apostólica (At 2.38; At 8.36-38; At 16.30-33).

O “batismo” ensinado por Jesus e os apóstolos, é de muita importância. Ele não disse, que um homem não poderia ser salvo sem o batismo, mas Ele sugeriu fortemente que onde isso é negligenciado “sabendo que é um mandamento do Salvador”, põe em risco a salvação da alma. 

7.5. Precisa obedecer. Filipenses 2.8 “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

A obediência a Deus é uma parte essencial da fé cristã. O próprio Jesus foi obediente até à morte, a morte numa cruz.

A Bíblia diz que mostramos nosso amor por Jesus, obedecendo a Ele em todas as coisas: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14.15). E para aqueles que não obedeceram, Ele perguntou: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lucas 6.46).

A obediência é definida como “cumprimento respeitoso ou submisso aos comandos de um em autoridade”. E quando examinamos essa definição em maior detalhe, vemos os elementos da obediência bíblica.

Não basta apenas crer porque os demônios também creem. Tiago 2.19” Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem”.

Eles creem, mas não obedecem. Da mesma forma, muitas pessoas creem, mas não obedecem às ordenanças de Jesus. A verdadeira crença é a fé comprometida com o Senhor Jesus, uma vida de renúncia, uma mudança de conduta e transformação de caráter. 

7.6. O homem precisa abrir seu coração para o evangelho. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3.20).

Jesus bate em nossos corações através do evangelho. Ao contrário do inimigo, que vem tão somente para matar roubar e destruir, Ele vem promover a vida abundante (Jo 10.10). Aquele que abre a porta e O recebe torna-se seu filho e um relacionamento de bênçãos é gerado nesse coração, que é transformado pela graça de Cristo.

João 1.12, “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.”

Quando as verdades bíblicas atingem o coração, criam em nós o desejo de nos separarmos do mundo. Aqueles que se aproximam de Jesus andarão de modo a honrá-Lo.

No coração do homem não há maçaneta do lado de fora, mas somente do lado de dentro. Quando Jesus bate, apenas o homem pode abri-la para Ele entrar.” Jesus não entra em coração fechado. E você, já abriu a porta do seu coração para Cristo entrar? 

7.7. Confessar. Filipenses 2.11, “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. Esta declaração enfatiza a universalidade da confissão de Jesus como Senhor e o futuro reconhecimento de sua soberania por toda a humanidade.

Nos tempos do Novo Testamento, a palavra “senhor” somente era usada para as pessoas em autoridade. O escravo, quando se referia ao seu dono, dizia: “meu Senhor”. Os súditos, quando se referiam aos seus superiores, empregavam a mesma palavra.

Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, torna explícito que tem toda a autoridade, e é o dono de nossas vidas. O verdadeiro cristão tem Jesus Cristo como Senhor.

A Bíblia explica que Jesus é o Senhor porque comprou a nossa vida, e se Ele é Senhor, nós somos seus escravos: “Pois aquele que, sendo escravo foi chamado pelo Senhor, é liberto, e pertence ao Senhor, semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo” (1 Co 7.22,23). Se Ele comprou é o dono e pode fazer o que quiser conosco, e nós como escravos devemos obedecê-lo em tudo.

O apóstolo Paulo deixou isto claro quando afirmou: “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.8-10).

Aquele que confessar com sua boca que Cristo Jesus é o Senhor de sua vida será salvo. A confissão de fé é um elemento central na vida cristã, pois expressa publicamente nossa crença e aceitação de Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. Esta confissão pública é uma demonstração da nossa identidade cristã e uma forma de testemunho aos que nos rodeiam.

Na teologia paulina, ele nos encoraja a confessar Jesus como Senhor com nossa boca. Esta confissão vai além de uma simples declaração de palavras; é uma afirmação solene de total submissão e devoção a Jesus. Ao reconhecer Jesus como Senhor, reconhecemos sua autoridade sobre nossas vidas e nos rendemos à sua vontade. 

II. O CAMINHO PARA O INFERNO 

Ninguém gosta de falar do inferno. Se você perguntar para uma pessoa se ela quer ir para o inferno ou para o céu, com certeza ela vai dizer que quer ir para o céu morar com Deus. Porém, ele é real e precisamos examinar a nossa vida pela Palavra de Deus e saber para onde iremos quando formos chamados para a eternidade.

Segundo a Bíblia a vida futura do homem seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A vida pós morte depende a escolha que ele fizer em vida. Depois não há possibilidade de mudar. 

Opções oferecidas para o destino final são bíblicas. Não parece ser uma boa opção alguém passar a eternidade em sofrimento. É isto que se deduz da palavra “inferno” e das expressões usadas por Jesus: tormento e sofrimento. No entanto, têm-se oferecido outras opções sobre o destino eterno dos homens. Quero avaliá-las nesse momento, pois elas respondem à pergunta: o que acontece conosco quando morremos?

Deus não criou nenhum ser humano com a intenção de condená-lo ao inferno. Deus não tem prazer na morte do pecador (Ez 18.31,32), “Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1ª Tm 2.4).

A Palavra de Deus é uma luz em nosso caminho; uma bússola que indica o caminho da vida, para que ele não venha desviar-se do caminho.

No livro da revelação, Jesus disse para João: “O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Ap 21.7,8).

O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos ele escreve dizendo “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Rm 8.13).

Viver segundo a carne é satisfazer os desejos carnais, é o que o que a teologia paulina nos ensina.

Gálatas 5.16-21 “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. 18. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20. idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21. invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.”

Quem anda no Espírito, não necessita satisfazer a concupiscência da carne. Age como um cidadão dos céus e investe no céu, não necessitando da lei (5.16). Carne e espírito são dois extremos existentes em nós e satisfazer a carne significa egoísmo, satisfazer o espírito é altruísmo (5.17). Guiar-se pelo Espírito é desfrutar da plena liberdade, é esquecer-se que há lei (5.18).

Romanos 8.5-11 “Porque as pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. 6. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz. 7. Por isso as pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não obedecem à lei de Deus e, de fato, não podem obedecer a ela. 8. As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus. 9. Vocês, porém, não vivem como manda a natureza humana, mas como o Espírito de Deus quer, se é que o Espírito de Deus vive realmente em vocês. Quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele. 10. Mas, se Cristo vive em vocês, então, embora o corpo de vocês vá morrer por causa do pecado, o Espírito de Deus é vida para vocês porque vocês foram aceitos por Deus. 11. Se em vocês vive o Espírito daquele que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida ao corpo mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que vive em vocês. 12. Portanto, meus irmãos, nós temos uma obrigação, que é a de não vivermos de acordo com a nossa natureza humana. 13. Porque, se vocês viverem de acordo com a natureza humana, vocês morrerão espiritualmente; mas, se pelo Espírito de Deus vocês matarem as suas ações pecaminosas, vocês viverão espiritualmente. 14. Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

As obras da carne, significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o homem natural. Da mesma maneira a palavra grega pneuma, “espírito” que se aplica ao Espírito Santo, espírito humano, aos anjos e aos espíritos imundos.

Aquele que desejam entrar no reino de Deus crucifica as paixões carnais. Gálatas 5.24 “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.”

1ª Coríntios 6.9,10 “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10. nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”

E Jesus complementa dizendo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). O coração que segue a avareza, as riquezas (Mamom), é um coração idólatra, e a sua obstinação em permanecer no erro do seu coração enganoso é feitiçaria.

Qualquer que ama a mentira é anátema, pois Cristo é a verdade: “Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata!” (1ª Co 16.22).

O lago de fogo será para todos os pecadores o lugar final de separação de Deus. Para este lugar será removido para sempre a morte e o Hades. O universo será purificado da presença de todo o mal e a justiça prevalecerá na terra e no céu, que serão renovados. 

CONCLUSÃO

A salvação foi estendida para todo a humanidade (1ª Jo 2.2). Embora os homens sendo pecadores, o caminho da salvação não está fechado para ele, mas precisa tomar uma decisão na Sua vida e escolher qual o caminho a seguir.

Após a morte há dois destinos: aqueles que creem e obedecem às ordenanças de Cristo irão para o paraíso, mas os que negaram a seguir a Jesus irão para o um lugar de tormento no inferno.

Cabe a você escolher onde quer passar sua eternidade. A Palavra de Deus nos orienta: “tenho te proposto a vida e a morte, a benção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas.”

O destino de tua alma depende da tua escolha hoje, amanhã pode ser muito tarde.

P r. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

ONDE VOCÊ IRÁ PASSAR A ETERNIDADE - 1º PARTE


I. DEPOIS DA MORTE VEM O JUÍZO

 Hebreus 9.27 “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” 

O termo “ordenado” empregado no texto grego é “apokeimai” e significa “ser guardado”, “colocado à parte”, “ser reservado”, “estar à espera de” (Lc 19.20; Cl 1.5; 2ª Tm 4.8).

“Está ordenado [a mim] morrer uma só vez”. A menção é ilustrar o fato de que Cristo morreu apenas uma vez pelo pecado, que também as pessoas morrem uma só vez nesta terra. Por causa do pecado de Adão, a morte passou a todos os homens (Rm 5.12).

Duas coisas são certo para o ser humano. 1º Todos sem exceção irão passar pela morte. 2º Todos passarão por um julgamento para prestar contas de suas obras.

O pecado trouxe consequências individual e coletiva que se estendeu até nós. As principais consequências do pecado original são a morte (Rm 6.23) e o afastamento de Deus (Rm 3.23). Tornamos inimigos de Deus (Rm 8.7). Não existe remédio para o pecado, a única maneira de tratar com o pecado é pela morte e ressurreição de Cristo Jesus. 

I. AS DUAS RESSUREIÇÃO 

João 5.28,29 “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” 

A Bíblia Sagrada afirma que haverá duas ressurreições: a primeira ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Cristo e está reservada para os salvos que receberão a vida eterna ao lado do Senhor Jesus; Esse é o destino final dos crentes. Porém, os ímpios, vão ressuscitar para o desprezo eterno. Seu destino final é o inferno, onde haverá dor, vergonha e tristeza. 

1. A primeira ressureição. 1ª Tessalonicenses 4.16,17 “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

A primeira ressureição é para os salvos, os que morreram em Cristo Jesus e acontecerá na vinda de Cristo. Segundo a teologia paulina, os mortos ressuscitarão primeiro e depois os vivos serão transformados em um corpo glorificado e subirão juntamente com ele, a encontrar com o Senhor nos ares.

Após o Arrebatamento, os salvos irão para o Tribunal de Cristo (1ª Co 3.12-15), um julgamento para receber um galardão pelo seu trabalho prestado a Cristo e também sua fidelidade.

Em 2ª Coríntios 5.10, Paulo dá uma ilustração do Tribunal de Cristo à Igreja de Corinto: “Porque todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio de corpo, ou bem, ou mal.”

Paulo nos ensina que todos os cristãos vão estar perante o Tribunal de Cristo. No Tribunal de Cristo, os crentes serão recompensados de acordo com a fidelidade com que serviram, seguiram e obedeceram a Cristo e “...estaremos para sempre com o Senhor.”

O Tribunal de Cristo não é um julgamento de pecados, é para crentes cuja salvação já está assegurada pela fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 10.9-10), mas será um julgamento em que que Deus nos recompensará de acordo como vivemos as nossas vidas. 

2. A segunda ressureição. “... e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (Jo 5.29b).

Na consumação dos séculos haverá então o julgamento final para aqueles que rejeitarão a graça de Cristo Jesus, e viverão uma vida de pecado.

Satanás astuto e inteligente levou o homem a ruína. O homem ficou destituído da glória de Deus (Rm 3.23) e caiu no caminho de morte. O pecado se alastrou a toda humanidade levando o homem para destruição. O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. “(Rm 6.23).

O Juízo Final será um julgamento na consumação dos séculos, onde os mortos no pecado, ressuscitarão em seus corpos terrenos para prestar conta ao Todo Poderoso, pelas suas obras durante a sua vida terrena. Essa é a segunda ressureição.

O homem vai para o inferno por uma escolha pessoal. Dizia Santo Agostinho: “Em inúmeras passagens do Evangelho, o céu e o inferno são tratados como o “prêmio” e o “castigo” eternos devidos a nossas obras boas ou más.” 

II. OS DOIS CAMINHOS 

“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mt 7.13,14).

1. A decisão é do homem. A decisão espiritual mais importante que alguém fará na vida, é a decisão sobre o destino da sua alma e temos só duas opções, céu ou inferno, a benção ou a maldição.

No Antigo Testamento, vemos Moisés dizendo ao povo: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Dt 30.19).

Ao profeta Jeremias o Senhor Deus disse: “A este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte” (Jr 21.8).

Josué, o sucessor de Moisés, disse para o povo: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Js 24.15).

Elias, disse ao povo no Monte Carmelo: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.” (1º Rs 18.21).

A vida do ser humano consiste em apenas duas formas, ou servimos a Deus, ou servimos ao diabo. Não existe meio termo. O Mestre Jesus nos ensinou que “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mt 6.24).

Nos ensinamentos de Jesus Ele foi claro dizendo que existem apenas dois caminhos: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mt 7.13,14).

Esses caminhos são distintos, separados, e em direções opostas. Um leva à vida eterna, o outro à morte eterna. O largo e suave; o outro, estreito e apertado e “poucos entram por ele.”

O ser humano pode escolher em obedecer a Deus, obedecendo e seguindo a sua palavra, ou vive em uma vida sem compromisso com Deus e vivendo segundo suas próprias vontades e deleites, isto é, ele tem livre escolha. 

2. O caminho largo é o caminho da perdição. “...larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela...” (Mt 7.13). 

Esses caminhos são distintos, separados, e em direções opostas. Um leva à vida eterna, o outro à morte eterna. O largo e suave; o outro, estreito e apertado e “poucos entram por ele.”

Mesmo com a diferença entre esses dois caminhos muitos optam em seguir os desejos que provem da carne, isto é, o caminho largo. 

2.1. O caminho largo. Caminho largo é o caminho que leva à perdição, ou seja, para longe de Deus. Poucos o almejam, mas a maioria anda nele, pois se trata de um caminho largo em sua entrada (porta) e também em seu trajeto (caminho). É o mais confortável e atraente.

Jesus diz que o caminho é espaçoso, de forma fácil dá para entender que este caminho é o que conduz aos deleites da vida, aonde estão aqueles que não se preocupam em caminhar na vontade de Deus, quantos não estão entrando nessa porta, o próprio Jesus nos diz que: “muitos entram por ela”, e mesmo assim não percebem. Jesus deixa claro que a maioria não pensa além da vida vivida na Terra.

Todos que andam por ele estão preocupados em apenas curtir a vida e seus prazeres efêmeros. Entregam-se livremente aos desejos carnais e não pensam no fim da viagem nem na destruição certa que os aguarda lá.

Muitos que estão nesse caminho, até conhecem a Deus, falam de Deus, mas não querem um compromisso com Ele. Na sua consciência, conhecer a Deus é suficiente, ou seja, eles acham que estão no caminho certo. Provérbios já nos diz algo relacionado: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. (Pv 14.12).

O que valia à época do Antigo Testamento vale ainda para nós, hoje: “... Deixem os seus caminhos e as suas más obras...” (Zc 1.4). Abandonem a pista da perdição e mudem para o bom caminho de Deus. Ou, como diz o Novo Testamento: abandonem o caminho largo, que conduz à perdição, e andem no caminho estreito que conduz à vida eterna (Mt 7.13-14). Há um caminho estreito com uma porta estreita. Um caminho largo com uma porta larga. Um é o céu, e o outro é o inferno. Um é espaçoso e o apertado. Há duas classes de pessoas: os muitos e os poucos; E há também dois destinos: a condenação ou a vida eterna.

O homem sem Jesus está em numa encruzilhada, ele precisa tomar uma decisão em sua vida (Rm 12.2). Após a morte não existe probabilidade de mudar de lugar. Céu ou inferno. 

O Lázaro e o homem rico.

O texto de Lucas 16.19-31, Jesus fala sobre um rico mesquinho e um mendigo justo que morreram. Jesus descreveu a vida deles após a morte. Lázaro, o mendigo, estava no paraíso, no conforto do seio de Abraão. Mas o rico ficou sendo atormentado pelo fogo inextinguível. Ele pediu que Abraão enviasse Lázaro para esfriar a sua língua, mas Abraão respondeu que isso era impossível, por haver um abismo intransponível entre eles. O rico, então, pediu que Abraão deixasse Lázaro voltar para avisar os irmãos dele, a fim de que não fossem também para aquele lugar terrível. Ele pensava que se Lázaro ressuscitasse, seus irmãos creriam. Mas Abraão respondeu dizendo que se eles não creram em Moisés e nos profetas, também não acreditariam se alguém ressurgisse de entre os mortos.

Uma vez que alguém morre, sua decisão foi feita. Se ele aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e O obedeceu aqui na terra, eles irão viver com Ele no céu por toda a eternidade. Mas se alguém optar por não obedecer a Deus e continuar a fazer as coisas do seu modo, eles irão onde Satanás, o pai da mentira também está indo – para o inferno por toda a eternidade.

Deus é um Deus amoroso e Ele nos dá muitas oportunidades, mas se você continuar se desculpando, mais tarde Senhor, eu vou te ouvir e obedecer mais tarde, agora eu quero me divertir e fazer o que eu quero fazer, então você pode ter um grande surpresa se o tempo acaba e você não fez a decisão certa. Isso é muito sério. Pense bem e decida sua vida para Jesus, enquanto a tempo, porque não sabemos o dia de amanhã, apenas o que está ao alcance dos nossos olhos.

3. O caminho estreito - o caminho da salvação. Jesus disse que “a porta é estreita e apertado o caminho... e são poucos os que acertam com ela. A palavra estreito significa também: “apertado, de pouca folga” (V. 14).

Apesar de ser o que todos almejam, poucos conseguem andar nele, pois é apertado tanto em sua entrada (porta) quanto em seu trajeto (caminho). Por ser apertado costuma tirar o “conforto” de quem está andando por ele. (Mt 7.13-14).

O caminho da vida é o caminho com Deus. Quem o abandona estará automaticamente andando na pista contrária no caminho da perdição e do agente de perdição, no caminho de Satanás.

Para entrar pela porta estrei precisa deixar a bagagem do pecado, porque na porta não passa. Nesse caminho o homem precisa viver uma vida abnegada e humildade, mas o mais importante, morrer para o mundo. Vejo hoje muitos cristãos professos que não estão mortos para o mundo. Mas eles desejam ser o máximo possível semelhantes ao mundo e, no entanto, querem ser considerados cristãos. Esses sobem por outro caminho.

Então, quais são os pré-requisitos para entrar pela porta estreita? O próprio Jesus delineou as condições para seguir as pisadas que Ele deixou no caminho estreito: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14.33).

Mateus 10.38,39, “E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.”

Em primeiro lugar, nosso Senhor ensina que é preciso negar-se a si mesmo, e em segundo lugar ele ensina que é preciso tomar a cruz.

A crucificação do Senhor Jesus, Ele não foi forçado a sofrê-la, antes a escolheu. Ele tomou voluntariamente a cruz e foi crucificado para o cumprimento do propósito de Deus. Em outras palavras, Ele não foi forçado a morrer como se fosse um criminoso; antes, estava pronto a ser crucificado para que, pela sua morte, sua vida divina pudesse ser liberada a fim de produzir a igreja.

Quando Jesus disse “quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim”, isso significa que também nós, os cristãos, não somos forçados a carregá-la, mas que devemos toma-la voluntariamente. Devemos perceber que o Senhor Jesus não disse assim: “...a si mesmo se negue e seja crucificado”, e, sim: “... a si mesmo se negue e tome a sua cruz” (Mt 16.24). Em outras palavras: não deveríamos ser crucificados (forçosamente), mas, sim, deveríamos, dia-a-dia, tomar a cruz. Ser crucificado indica que alguém está nos forçando a isso, enquanto “tomar a cruz” indica que nós mesmos nos voluntariamos a tal fato.

A expressão “tomar a cruz” ganhará sentido em nossas vidas a partir do momento em que, voluntariamente, negarmos a nós mesmos em função da edificação do corpo de Cristo. Negar-se a si mesmo é amar ao Senhor acima de todas as coisas, e ser fiel à causa do Evangelho acima de qualquer aspiração pessoal.

Negar-se a si mesmo é dizer não a natureza humana decaída, ou seja, o velho “eu” que tenta nos desviar para as concupiscências das obras da carne.

Negar-se a si mesmo é renunciar toda confiança em sua própria natureza, religiosidade, capacidade e obras, e entender que a salvação depende exclusivamente de Deus, e que os méritos pertencem tão somente a Cristo.

Em ouras palavras, no ensino de Jesus aquele que nega-se a sim mesmo é alguém capaz de dizer: Jesus é o primeiro em todas as áreas da minha vida.

Não é um caminho confortável, por isso só andam por ele aqueles que amam a Deus de verdade; aqueles que estão dispostos a abrir mão de tudo por Jesus, como fizeram o apóstolo Paulo e outro.

Assim, vos apresento os dois caminhos com a intenção de chamar a vossa atenção: O caminho estreito que conduz a salvação, ou o caminho largo que conduz a condenação eterna.

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 29 de agosto de 2023

A CONDENAÇÃO ETERNA

  


“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.14-15). 

Muitos ainda não sabem o que é eternidade. Eternidade será um tempo sem relógio, ou seja, uma condenação sem fim a onde a alma e o espírito dos pecadores serão lançados no Lago de Fogo para o sofrimento sem fim, eterno sem volta.

Entre as diferentes correntes escatológicas, basicamente o principal assunto discutido é a eternidade. Na doutrina da eternidade há duas correntes de interpretação: Tempo definido (tempo sem fim) e tempo indefinido (tempo indeterminado). 

1. Tempo definido. Para eles, o inferno figurado da Bíblia é mesmo eterno (temporal) e não sempiterno (para sempre) e usam um versículo da profecia de Oséias: 13.14: “…eu os remirei do poder do inferno…onde está, ó inferno, a tua destruição?” Esses defendem o significado um tempo indefinido e não sem fim. Por isso, na Bíblia, se fala em mais de uma eternidade e não apenas numa. “Mas a misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade sobre os que o temem.” (Sl 103.17). 

A palavra misericórdia no latim, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração” significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. A misericórdia de Deus é eternidade em eternidade, ou seja, não teve começo; não terá fim. Porém, essa misericórdia são “...sobre os que o temem.”, isto é, para os fiéis que são regenerados pelo Espírito de Deus, e que o adoram com verdadeira devoção, é para os que obedecem aos Seus mandamentos. Mas, para aqueles que não obedecem a Suas ordenanças, seu propósito de misericórdia teve um começo e não é “de eternidade”, ou seja, Sua misericórdia tem um fim e não é “eterna”. 

2. Tempo indefinido. Para entendermos o conceito de eternidade, precisamos conhecer a origem da palavra eterno a luz da Bíblia.

A Bíblia diz que Deus é eterno. Sem essa revelação, seria impossível para o homem pensar com seriedade sobre a possível existência de um período antes e depois do que vivemos.

A palavra eterno no original hebraico é Olam e aparece a primeira vez no livro de Gênesis 21.33, para se referir a eternidade de Deus. A palavra eterno significa perpétuo; que dura para sempre; sem começo e sem fim.

No Antigo Testamento, o Salmo 90.2 usa a palavra hebraica עֹ֝ולָ֗ם (‘olam) sobre a eternidade de Deus no sentido de duração para sempre, eternamente, para todos os tempos. “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus.”

Essa palavra pode também ter o sentido de existência contínua ou sem fim e descreve também a extensão de tempo em que Deus deve ser louvado (1º Cr 16.36; Sl 89.1; 119.112.). Foi com essa ideia na mente que o salmista escreveu: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

A Bíblia não tenta provar a existência de Deus ou a Sua eternidade, mas apenas começa com a frase “No princípio Deus...” (Gn 1.1), indicando que no início do tempo registrado, Deus já existia. A duração que se estende sem limite ao passado e a duração sem limite ao futuro, de tempos eternos a tempos eternos, Deus foi e será para sempre.

Por sua vez, o Novo Testamento usa a palavra grega αἰωνίου (aiwniov) (aionios), que significa eterno, no sentido de ser sem começo e sem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será ou que nunca termina (cf Rm 16.26).

Na mitologia grega, a palavra Aion Αἰών é uma divindade helenística associada ao tempo, ao orbe ou círculo abrangendo o universo e ao zodíaco. O tempo representado por Aion é ilimitado, em contraste com Chronos como tempo empírico dividido em passado, presente e futuro. Ele é, portanto, um deus das eras, associado a religiões de mistério, relacionadas com a vida após a morte, tais como os mistérios de Cibele e os mistérios dionisíacos (relativo ao deus Dioniso, o princípio que representa a embriaguez, o caos, a falta de medida, a paixão. [https://pt.wikipedia.org/wiki/Aion_%28mitologia%29 – acesso dia 12/08/2023].

O termo Ad Aeternum originado do latim, Ad Eternum ad 'para' + aeternum significa: eternamente; para sempre; que não tem fim; que dura eternamente; de modo eterno, sem fim, infinito; eternamente.

A palavra eternidade vem do latim aeturnus, termo que, por sua vez, é uma derivação de aevum, que significa era ou tempo. O termo costuma ser entendido em dois sentidos. No sentido comum, significa sempiternidade (do latim sempiternus, a um: perpétuo, eterno, imortal), isto é, duração ou tempo infinito. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende.

A vida terrena a palavra correta é (no grego), onde o corpo tem fim, diferente da alma que não tem fim aionos sem fim.

3. O ensino bíblico sobre o inferno. No evangelho segundo Marcos 9.43-48, por três vezes no texto, Jesus adverte aos discípulos: “melhor é para ti entrares na vida-reino de Deus – aleijado, coxo e cego – do que ires para o inferno” (v. 43, 45, 47). A cada advertência Jesus também acrescenta algo sobre o inferno: “para o fogo que nunca se apaga [ARA- inextinguível] (2x)” seguida de outro qualificativo: “onde o seu bicho não morre”

Para os discípulos de Jesus, a doutrina do inferno era uma nova revelação, mas a descrição já era conhecida por eles, pois no livro do profeta Isaías ele escreveu dizendo: “Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.” (Is 66.24). Diante das palavras de Jesus e, agora, considerando o todo da revelação bíblica, vejamos qual é o ensino bíblico sobre esse lugar. 

4. O destino dos pecadores. Quando Jesus vier em glória assentar-se-á no Seu trono para julgar as nações, Ele vai separa as ovelhas e os bodes (os justos e os ímpios) colocando a Sua direita as ovelhas e a Sua esquerda os bodes. Na Sua sentença dirá para os que tiverem a Sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt 25.41b).

Muitos pensam que o fogo eterno foi preparado exclusivamente para Satanás e para os seus demônios, e dessa maneira afirmam que, primariamente o destino do homem seria o gozo eterno, e não o inferno. Porém, a análise textual não dá margem para essa interpretação, as palavras de Cristo são claras, mostrando que o fogo eterno foi preparado para todos os inimigos de Deus. Há uma diferença notável entre a maneira como os justos serão tratados e os ímpios. Cristo dirá a um que o reino foi preparado para eles; ao outro, que o fogo não foi preparado para “eles”, mas para outra raça de seres, eles o herdarão porque têm o mesmo caráter “do diabo”, e por isso são adequados para o mesmo lugar – não porque tenha sido originalmente “preparado para eles”. O fogo eterno foi preparado para todos aqueles que seguem a Satanás, sejam homens ou demônios. 2ª Tessalonicenses 1.8-9 está escrito: “Com labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; 9. Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder.”

É relevante salientar que a eterna bem-aventurança para os justos e o castigo eterno para os ímpios são claramente ensinados nas Escrituras. É perfeitamente razoável e justo e estão em harmonia tanto com o amor como com a justiça de Deus, que Ele recompense o Seu povo com a vida eterna, e dê justa retribuição aos ímpios o castigo eterno por suas más obras.

Se não soubéssemos o significado de aionios, então precisaríamos perguntar: qual é o contrário de “temporal”? Algo bem simples: infinito, eterno! Em Mateus 25.41 e em Judas 1.7 o “fogo” do juízo é descrito com aionios.

Em Mateus 25.46 encontra-se mais um caso de oposição no contexto de aionios: no mesmo versículo, o castigo dos perdidos e a vida dos redimidos são chamados de aionios. “Estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”

A Bíblia não deixa nenhuma dúvida de que existem dimensões de tempo que não têm fim, que são eternas. Isso vale tanto para a vida eterna como para o sofrimento eterno. Todavia, segundo a Bíblia eternidade significa um tempo sem fim, uma vida que nunca terá fim. Eternidade seria a ausência total de tempo e de qualquer coisa relacionada com o tempo, isto é, tempo sem relógio. Se não houvesse castigo eterno, também não haveria vida eterna! 

5. Os ímpios serão queimados. Esta é também uma expressão forte, empregada em muitas ocasiões. Malaquias se refere ao dia em que os ímpios hão de ser queimados (Ml 4.1). Mateus fala em serem atados em molhos para queimar” (Mt 13.30), e menciona também que “o joio é colhido e queimado no fogo” (v. 40). Pedro declara que a “Terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2ª Pedro 3.10). Lemos ser o destino final dos injustos o “lago de fogo” (Ap 20.15), e a isto o revelador chama “a segunda morte” (Ap 21.8).

Depois do julgamento aqueles que não foram achados escritos seus nomes no livro da vida foram lançados no lago de fogo (v.14), e juntos com eles, foram também lançados à morte e o inferno.

O inferno não é um estado de espírito. É um lugar real (Lc 16.23). Mas está com os seus dias contados. É o que Esta é a segunda morte” (V. 14). diz o apóstolo João: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo.

Assim, o Senhor aniquilará todas as maldições que, desde Adão e Eva, infelicitam a raça humana. 

6. O lago de fogo será um lugar terrível, de dor e sofrimento eterno. Este local não foi preparado para o homem, mas para Satanás e seus anjos: “Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;” (Mt 25.41). Lá já foram lançados o Anticristo e o falso profeta (Ap 19.20); Satanás, o príncipe das trevas e o enganador de todo o mundo (Ap 20.10); a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (Ap 20.14); e os homens ímpios, que se recusarem ouvir a Palavra de Deus e o Seu testemunho, e não se arrependeram das suas obras (Ap 20.15). O terrível lugar da eterna habitação de Satanás e dos anjos maus. 

7. A morte eterna. A morte eterna também chamada 2ª morte (Ap 2.11; 20.6, 14, 21.8), diferencia-se da 1ª morte, sendo a 1ª morte temporária e física e a 2ª morte uma separação definitiva de Deus e eterna, sem volta.

A Bíblia fala de três tipos de morte. A morte física, que é a cessão do processo vital de um ser vive. A morte espiritual, que é o estado que se encontram as pessoas que não confessam Jesus Cristo como Salvador pessoal (Ef 2.5), e a morte eterna, também conhecida como a “segunda morte”, que é o estado permanente de separação de Deus, que atingira a todos que passarem pelo trono branco.

O homem sem Deus se encontra morto espiritual, mas ao confessar que Jesus é Senhor, ele é vivificado, ou seja, nasceu de novo (Jo 3.3; Ef 2.1, 5). Todavia, este poderá se reverter quando há a conversão do coração, mas a morte eterna jamais poderá se reverter, pois a morte eterna, é um castigo eterno pelo homem ter rejeitado o plano de salvação de Deus (Dn 12.2; Mt 25.46; Ap 20.14,15).

A Bíblia quando fala sobre a Segunda morte, refere-se a uma separação eterna de Deus, aonde o homem vai ser separado e condenado a um juízo eterno. Não será a religião que vai livrar o homem da condenação e do juízo de Deus, mas é sua vida de santidade, justiça e fidelidade a Palavra do Senhor a Bíblia Sagrada. Talvez você acha injusto Deus condenar o homem, mas saiba que Ele é fiel no que diz: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem para que se arrependa. Porventura tem prometido, e não o fará? Ou tendo falado não o cumprirá?” (Nm 23.19).

A Palavra do Senhor nos mostra que Deus não voltará atrás naquilo que pronunciou, e que tem poder para cumprir totalmente tudo aquilo que na Sua Palavra prometeu. Ele prometeu salvar aqueles que recebem e Jesus como Seu único e suficiente salvador e obedecem a Sua Palavra, mas também prometeu condenar aqueles que não aceitam o Evangelho da salvação: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Portanto, aqueles que andam segundo as concupiscências da carne não entraram no Reino dos céus (Gl 5.19-21; 1ª Co 6.9-10; Ap 22.15). 

7. O sofrimento será terrível por toda a eternidade. O sofrimento será terrível e por toda a Eternidade (Ap 20.10), essa morte de sofrimento eterno é chamada na Bíblia de 2ª morte, isto é, eterna separação de Deus. Jesus confirma na Sua Palavra “E, irão estes para tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “E, se atua mão te escandalizar, corta-a: melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mão, e ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga; 44 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43-44).

A Bíblia ensina claramente que não há injustiça nem parcialidade em Deus (Rm 2.6,11), e que há graus de punição e sofrimento no inferno, assim como também é o caso das recompensas no céu.

As palavras de Cristo sobre algumas cidades incrédulas, parece indicar que o julgamento será de fato experimentado de maneira diferente por pessoas diferentes: Mateus 11.21,22, “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. 22. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.”

Essas cidades eram bem conhecidas pelos judeus. Na época de Jesus, era provavelmente uma cidade de muito esplendor e comércio extensivo.

Nenhuma cidade foi mais privilegiada do que Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Jesus Cristo percorreu suas estradas, pregando as boas novas do Evangelho, o perdão para aqueles que estão confiando n’Ele! Há salvação gratuita, completa e eterna! Mas Jesus Cristo também alertava que há condenação para aqueles que não estão confiando n’Ele. A pregação de Jesus Cristo servia de consolo para alguns e condenação para outros.

Essas cidades ouviram a pregação das boas novas de salvação, mas voluntariamente O rejeitaram. Sua mente voltou-se para as cidades de Tiro e Sidom, que haviam caído sob o julgamento de Deus por causa de sua idolatria e maldade. Se tivessem tido o privilégio de ver os milagres de Jesus, teriam se humilhado em profundo arrependimento.

“...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.” As palavras de Jesus nos mostram que que haverá graus de punição no inferno, assim como haverá graus de recompensa no céu (1ª Co 3.12-15). O único pecado que condena os homens ao inferno é a recusa em se submeter a Jesus Cristo (Jo 3.36b). Mas a profundidade do sofrimento no inferno está condicionada aos privilégios desprezados e aos pecados cometidos.

Ai de ti, Chorazin! ai de ti, Betsaida! Esse aí é de juízo. Jesus mostra aos Seus discípulos que essas cidades não escaparão do juízo de Deus no final dos séculos. A moral extremamente corrupta e a devassidão irrestrita dessas cidades são atribuídas à ignorância; pois ali a voz de Deus nunca fora ouvida, nem milagres haviam sido realizados, para adverti-los a se arrependerem. Porém nas cidades da Galileia, houve uma rejeição muito dura ao Messias, dos quais eles haviam visto um grande número de milagres realizados por Jesus. Por isso Jesus disse que; “...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que na própria Judéia."

Os pecadores serão julgados segundo as suas obras e perante este tribunal terão que comparecer todos os pecadores desde o princípio do mundo até o fim dos séculos. Os registros de suas obras serão abertos e lidos para determinar o grau de castigo. De qualquer maneira será uma coisa horrível ter de comparecer perante o Juiz de toda a Terra e por Ele ser condenado.

Pr. Elias Ribas

Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 13 de maio de 2023

O JUÍZO FINAL

 


Apocalipse 20.11-15 “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12- E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13- E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14- E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. 15- E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” 

O juízo final marca a passagem entre a consumação da presença era e o estado eterno. De acordo com as Sagradas Escrituras o Juízo Final também chamado de Juízo do Grande Trono Branco acontecerá após o Milênio e depois da Guerra de Gogue e Magogue. Não será um julgamento para Deus descobrir a intenção do homem, mas sim, para deixar tudo “às claras” diante dos homens.

A Bíblia se refere ao momento do juízo final como “o dia do juízo” (Mt 11.22), “aquele dia” (Mt 7.22; 2ª Ts 1.10; 2ª Tm 1.12) e “o dia da ira” (Rm 2.5).

O Juízo Final a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura moral o que estiver cometido através do corpo durante a sua vida terrena. Ele completará a limpeza do planeta, e limpará o universo de todas as forças espirituais que, desde o princípio da criação, desobedecem a Deus. Este será o último juízo que a Bíblia relata. Será o julgamento dos ímpios, desde Caim até o último homem que viver sobre a terra. Esse julgamento será perfeito ninguém conseguirá escapar dos olhos do Todo-Poderoso. Os culpados serão severamente lançados no lago de fogo, onde serão atormentados pelos séculos dos séculos. 

I. O QUE ACONTECERÁ NESTE JULGAMENTO 

1. O correrá a Segunda ressurreição. “Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram” (Ap 20.5).

A primeira ressurreição se deu quando Cristo arrebatou a Sua Igreja (Jo 5.29), antes da Grande Tribulação, e esta será para a vida eterna, mas a segunda ressurreição será para a condenação eterna, e será a ressurreição dos mortos ímpios (Rm 2.5-6) e acontecerá após o Milênio, para que diante do Grande Trono Branco recebam a condenação. Esta é a segunda morte (Ap 20.5-6; 11-15; Hb 4.13).

Todos os que estão ligados ao primeiro Adão morrerão e serão aqui julgados. Todos os que tiverem passado da família do primeiro Adão para a família do último Adão são justificados e não entraram em condenação (Rm 5.16, 18-19; 1ª Co 15.22, 45 e 49).

Esse julgamento vai abranger os perdidos de todas as épocas, esses serão os mortos que não passaram pelo julgamento das nações, porque foram marcados para ressuscitarem no último dia, o julgamento do “Juízo Final”. 

2. Será uma ressurreição para condenação. Nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo ele disse: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.” (Jo 5.29).

A primeira ressurreição será para a vida eterna com Cristo e a segunda ressurreição será para condenação eterna (Dn 12.2). “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.

O Senhor Jesus afirma claramente que os justo (aqueles que creem no Seu evangelho), terão vida eterna e não entrarão em juízo: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Porém os ímpios, irão ressuscitar num corpo imperecível, mas carregados de pecados para enfrentar o Grande Trono Branco. 

II. O JUÍZO FINAL COMO SERÁ? 

No capítulo 4 de apocalipse, João já tinha visto o trono de Deus: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões” (4.1-6). Sai do trono de Deus o poder para falar, julgar e castigar (veja Sl 18.13-14; 144.6; Êx 19.16-19). Mas aqui, João vê um “Trono Grande e Branco”. ‘Trono’ é o lugar onde se assentará o Grande Juiz para julgar e castigar a humanidade ímpia e incrédula segundo suas obras; ‘Grande’, representa o poder infinito de Deus; ‘Branco’ representa a justiça perfeita e completa de Deus. 

1. Quem é o Juiz que se assentará nesse trono? Hoje Cristo se apresenta com caminho (Jo 14.6), mediador (1ª Tm 2.5) e advogado (1ª Jo 2.1), mas naquele dia, o Senhor Jesus será o juiz do universo (Jo 5.22, 27; At 17.31) e se assentará no “Grande Trono Branco” para julgar (Mt 28.18; Ap 3.21). Se hoje tu aceitares a Cristo como teu salvador e Senhor terás como Ele como advogado, mas se o rejeitares será como um Juiz neste julgamento. 

2. Os fundamentos do juízo final. Se os falhos imperfeitos julgamento humanos têm os seus fundamentos, o que não diremos do julgamento final que será efetuado pelo justíssimo Deus.

A natureza justa e santa de Deus. Em sua primeira carta, João oferece-nos uma das mais belas definições essenciais do Todo Poderoso: “Deus é amor” (1ª Jo 4.8), contudo, não podemos esquecer que Deus possui uma natureza santa e justa. Todas as vezes que a Sua santidade é ferida, sua justiça reclama, de imediato, uma reparação. Por conseguinte, estes dois atributos de Deus: justiça e a santidade acham-se a fundamentar o Julgamento Final. Neste, todos os que porfiaram em menosprezar a santidade de Deus terão de haver perante a sua justiça (Rm 2.5-10). 

3. O propósito do juízo final. O propósito principal do Juízo Final será mostrar a Soberania de Deus e a glória do Senhor na revelação do destino final de cada pessoa. Até a data do Juízo Final, o destino de cada ser humano está oculto, no Juízo Final esse destino será revelado, conforme a fé que cada um teve ou não. Com a publicação dessas obras, a graça de Deus será magnificada na salvação do seu povo e Sua justiça exaltada na condenação de seus inimigos. O juízo final será um evento de publicação e execução (Mt 10.26; Rm 2.5, 6).

Será o dia mais cruel de todos os tempos. Tiago escreveu: “Porque o juízo é sem misericórdia...” (Tg 2.13a). 

4. Sua localização. “...fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (v. 11). Este trono não está na terra, como o julgamento das nações (Mt 25.31), mas este julgamento será realizado em algum lugar no espaço, pois lemos que da presença daquele que se assenta sobre o trono, “fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). E enquanto o Senhor estará julgando os ímpios, a terra estará sendo consumida pelo fogo (2ª Pe 3.7). Essa descrição bíblica culmina com a destruição dos Céus e da Terra. Para apagar todos os sinais do pecado haverá a destruição de todo o universo (Is 51.6; Is 34.4). 

5. Quem será julgado. “E vi os mortos grandes e pequeno, que estavam diante do trono” (v. 12).

Todos os que mortos, é uma linguagem expressiva que refere-se a toda raça humana grandes e pequeno. Ricos e pobres, donos de títulos ou cidadãos comuns, jovens ou velhos, sadios ou doentes, capacitados ou incapacitados, famosos, ou infames, todos os que morrem sem Cristo irão ficar diante de Deus no presente julgamento. Os homens neste mundo buscam poder, posição e fama, que são coisas efêmera, mas essas coisas nada significam diante de Deus. Pecadores são pecadores, e Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).

Todos os mortos ímpios estarão diante do Supremos Juiz para serem revelados à luz. Nada escapará daquele quem os olhos como chama de fogo. “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser revelado” (Lc 12.2). 

6. E a morte e o inferno entregaram os mortos que estavam neles. O apóstolo João diz que: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia” (v. 13a). Os ímpios sairão de todas regiões onde foram sepultados, da terra, do oceano e suas almas saíram do inferno onde estavam presos e incorporaram em seus corpos terrenos para serem julgados. “Morte e inferno” são aqui representados como tendo domínio sobre os mortos, e agora entregando, aqueles que foram detidos a eles. 

III. NESTE JULGAMENTO HAVERÁ OS SEGUINTES LIVROS 

No Juízo Final, os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras: “...e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (v. 12).

Os livros que formarão a base do julgamento dos que serão presentes diante deste trono são a Palavra de Deus, o “outro livro” – o Livro de Vida, e “os livros” contendo as obras de todos os que estarão diante deste trono são:

Tudo que o homem fez durante sua vida terrena, quer sejam más, quer sejam boas (2ª Co 5.10), serão julgadas no juízo final. Nesse julgamento, Deus considerará os pensamentos, as palavras, e as obras de cada membro da raça de Adão. “Todas as coisas que os homens fazem as escondidas serão um dia revelado.” (Lc 12.2). 

1. O livro da vida. “....e abriu-se outro livro, que é o da vida”.

O termo “Livro da Vida” é mencionado sete vezes no Novo Testamento. Seis delas ocorrem no livro das revelações e apenas uma na Carta do apóstolo Paulo aos Filipenses. O apóstolo Paulo escreve que os nomes de seus cooperadores no ministério do Evangelho estão escritos no Livro da Vida (Fl 4.3). Na visão de João, ele vê o livro da vida e também outros livros. Porém, há uma diferença entre o livro da vida e os livros. O livro da vida onde estão escritos os nomes dos seguidores do Cordeiro (Fl 4.3; Ap 13.8; Ap 17.8). Enquanto que “os livros”, evidentemente, representam o registro das ações dos impenitentes (cf. Dn 7.10).

Nos registros judaicos quando alguém morria, o seu nome era riscado da lista que as autoridades guardavam, e que se supunha compreender somente os nomes dos vivos (Is 4.3; Ap 21.27; cf. Dicionário Bíblico Universal).

Aqueles que professam sua fé genuína em Cristo Jesus têm os seus nomes escritos no Livro da Vida. Jesus prometeu ao vencedor: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Ter o nome escrito no “Livro da Vida” é ter garantia a sua entrada na Nova Jerusalém (Dn 12.1; Ap 21.17). Se o nome de um homem não está escrito no Livro da Vida, os registros dos livros dos feitos o condenam, e ele é lançado no lago de fogo, ou seja, quem não tiver o nome escrito no livro da vida, já está condenado. 

2. O livro da consciência - O livro onde estão escritas as obras dos homens:

Romanos 2.14-16 “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15- os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16- no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”

Os judeus incrédulos serão condenados pela própria lei, pois foram agraciados por Deus pela lei escrita em pedras de tabuas e depois registrada nos livros do Antigo Testamento. Como os gentios não possuíam à lei, isto é, não tiveram acesso à lei, mas os mesmos requisitos foram escritos em seus corações. Portanto, os impenitentes também serão julgados por sua própria consciência que, embora falha, não deixará de ser um dos fundamentos do Juízo Final. 

2.1. Os pensamentos. O apóstolo Paulo escreveu dizendo que quando o Senhor vier, “não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações” (1ª Co 4.5; cf. Rm 2.16).

Os desígnios do coração Paulo se referem a lei de Deus na consciência dos homens. os corações, pois Ele conhece o mais profundo do coração dos homens. A consciência é a faculdade inata no ser humano capaz de discernir entre o bem e o mal.

O livro da consciência, contêm todas as obras e pensamentos de cada ímpio e transgressor da Palavra de Deus e que não tem o sangue de Cristo entre ele e o Juiz.

Entendemos que assim o julgamento será justo, pois não admite falsas acusações de outros, maquiagem dos fatos ou apelos emocionantes. A verdadeira relação das suas obras fielmente registrada para que a punição seja justa dos que não estão em Cristo.

Todas as pessoas serão julgadas, e todas receberão de Deus o que merecem ninguém se dará por inocente diante de Deus, porque cada um será julgado de acordo com os livros citados acima. 

2.2. As palavras. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Ef 4.29).

A palavra grega traduzida por “torpe” significa literalmente “estragada; podre”. Paulo nos exorta a não falar nenhum tipo de palavra “estragada” saia da vossa boca. Jesus foi claro ao dizer que “de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo” (Mt 12.36). Toda palavra estragada e que desagrada ao Senhor ele terá que prestar conta. 

2.3. As obras do homem. “E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” (V. 12).

Será um julgamento de obras, e isso significa que todos os que serão julgados ante este Grande Trono Branco serão condenados, pois todos são pecadores (Rm 3.9-18) que não se converterão a Cristo Jesus na sua vida terrena.

A Salvação, não é pelas obras, mas é pela graça de Cristo, que morreu em nosso lugar (Ef 2.8-9). A obra (singular) do crente será julgada no Tribunal de Cristo (cf. 1ª Co 3.13-14), referindo-se a um exame do seu serviço prestado a Cristo, para que o crente receba recompensas ou as percas. Mas os pecadores darão conta de suas “obras” (plural), referindo-se a seus pensamentos e ações serem julgados pela santa lei de Deus. As “boas obras” de um homem não podem salvá-lo, pois elas não podem comprar o perdão de sem sequer um dos seus pecados. Além disso, até mesmo a retidão do homem ou as suas boas obras são como trapo de imundície, diante um Deus triplamente santo (Is 64.6).

Todas as ações dos homens serão trazidas à luz, no julgamento final. Portanto, aqueles que estão atrás de uma religião, mas com uma máscara serão repudiados por Cristo naquele dia. Muitos que acreditam que as tradições e os dogmas da sua religião irão livrar da condenação, estarão enganados. Muitos até parecem ser cristãos, e até fizeram o trabalho de Deus, mas serão repudiados pelo grande Juiz naquele dia. Jesus declara a um grupo de religioso dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em Teu nome expulsaremos demônios? E em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23).

Muitas pessoas fazem coisas boas tentando merecer o céu por conta do que realizam. Essas pessoas fizeram muitas coisas boas. Expulsaram demônios, profetizaram e fizeram muitas maravilhas. Mas o Senhor que conhece as intenções dos corações irá dizer: “Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade” 

3. A Bíblia Sagrada. João 12.47,48 “E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia.” 

Jesus não veio para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Ele viria para condenar os culpados em um momento futuro, ou seja, no Juízo Final. . Por isso, ele nem sequer se pronunciou decisivamente sobre a condição daqueles que o rejeitaram, mas ainda lhes deu a oportunidade de serem salvos.

A Palavra de Deus também tem o poder de nos julgar. O autor aos Hebreus escreve que a poderosa Palavra de Deus julga “os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a Palavra de Deus, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.

Estes livros serão abertos diante deste trono (Ec 12.14; Mt 12.36; Rm 2.16; Hb 4.13; Ap 20.12, “segundo as suas obras”), e nada ficará encoberto (Mt 10.26; Lc 8.17). 

IV. OBJETIVOS DO JUÍZO FINAL 

1. Mostrar que a justiça de Deus deve ser observada e acatada por todos, através de Sua Santa Palavra.

2. Punir os que rejeitaram a Cristo Jesus e sua tão grande Salvação. Os que aceitam a Cristo Jesus são automaticamente justificados pela fé diante de Deus. Todavia, aqueles que rejeitam a Sua justiça, hão de ser lançado no lago de fogo (Ap 20.15; Mt 25.41). Jamais entraremos nos céus fiados em nossas justiças, que aos olhos de Deus não passa de trapos de imundícias (Is 64.6).

3. Destruir finalmente a personificação de todo mal. Afirma Paulo aos irmãos de Corinto que iremos julgar os anjos que acompanharam o ungido querubim em sua estúpida rebeldia contra Deus (1ª Co 6.3). Aos tais reservou o Senhor o lago de fogo (Mt 25. 41). E, assim estará sendo destruída, de uma vez por todas a personificação do mal. Conforme já vimos o diabo e seus anjos serão julgados antes da instauração do Juízo Final e hão de ser lançado no eterno tormento.

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC