Na primeira cessão do livro de Apocalipse, entre o capítulo 1 a 3, João teve uma visão de Cristo no meio de Sua Igreja, mas nesta segunda cessão, ele passa para uma nova parte da revelação. Os capítulos 4 e 5 mostram a glória de Deus, apresentando primeiro o Pai no seu trono e, depois, o Filho glorificado ao lado d’Ele. A cena nestes dois capítulos pode ser comparada especialmente com a de Daniel 7.9-14.
Através das revelações deste livro queremos agora fixar os acontecimentos que ocorrerão após o arrebatamento da Igreja fiel de Jesus Cristo.
1. João é arrebatado ao céu. “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1).
A primeira coisa vista pelo apóstolo João foi “uma porta aberta no céu” (v.1). Em seguida ouviu a mesma voz divina, que já conhecia, chamando-o para subir até o céu e ver o futuro que Deus mostraria.
O quarto capítulo começa com “Depois destas coisas, olhei...”. Para entendermos este “Depois”, é necessário analisar a revelação dos três primeiros capítulos onde o Senhor Jesus ordena o apóstolo João:
1. Escreve, pois, as coisas que viste (1.19). Onde João vê o Senhor Jesus glorificando e estava voltando (1.20). Esta visão foi tão majestosa que João caiu como morto a Seus pés.
2. Escreve... as que são (1.19). As cartas destinadas as sete igrejas (capítulos 2 e 3).
3. Escreve... as que hão de acontecer depois destas” (1.19c). Ele devia, portanto, escrever também o que aconteceria na terra após o arrebatamento da Igreja.
2. João vê uma porta aberta no céu. João vê uma porta aberta no céu e recebe um convite para que entre por ela e entrando contemplou o Trono do Rei dos reis (comp. 1ª Rs 22.19-23; Jo 1.6; 2.1). Ali é o lugar onde os eventos decretados por Deus, antes de Sua execução.
Compreendendo o simbolismo desta visão:
Em primeiro lugar João vê uma porta aberta no céu; esta
porta representa Jesus que é a porta da salvação (Jo 10.9) que ainda está
aberta a todos que queiram entrar.
Em segundo lugar ele ouve uma voz como de trombeta. É
interessante que João reconhece a voz, que já havia ouvido uma vez na terra,
também é a mesma voz de (Ap 1.10), é forte como um toque de trombeta. Naquele
trecho, João virou para ver quem falava e viu Jesus no meio dos candeeiros.
Em terceiro lugar ele recebe um convite dizendo: “sobe para
aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”.
E por último João viu um Trono no Céu. Trono significa autoridade, domínio, poder e honra. Aqui começa ficar clara a expressão “o que deve acontecer”.
[...] Ao ouvir a voz do Seu Senhor como de trombeta, ele é arrebatado da terra em espírito. O seu arrebatamento é uma analogia ao futuro do arrebatamento da Igreja, que acontecerá “num momento... ao ressoar da última trombeta” (1ª Co 15.52), quando o Senhor aparecer com “sua palavra de ordem” (1ª Ts 4.16). Agora João é chamado ao céu com a trombeta de Deus, como ouvirá a Igreja, no arrebatamento. Há poder nesta voz para ressuscitar os mortos (Jo 5.28-29). Ele foi arrebatado ao céu como Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5), a Igreja será arrebatada, invisível, silenciosa e milagrosamente, num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.52) [WIM MALGO. P. 106].
2. João vê O Trono de Deus. Apocalipse 4.2,3,5 “E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. 3- E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda. 5- E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus.
A primeira coisa que João vê no céu é um Trono. João não pode descrever quem está assentado no trono, mas descreve o seu esplendor e majestade, destacando dois de Seus atributos. Ele diz que o que viu é semelhante à pedra de jaspe (ou no original algo como diamante branco e translucido) e a pedra de sardônico. Abundância de luz que procede d’Ele, reflete o caráter de Deus, representa o Senhor na Sua glória e poder. O Salmo 104.2 descreve o Senhor assim: “coberto de luz como de um manto”. Com a abundância de luz, ou seja, com o esplendor de cores das pedras preciosas.
A pedra de jaspe era resplandecente e representa o Senhor na Sua glória. A pedra de sardônia é igual ao rubi, uma pedra cor de sangue, que representa o Senhor na Sua obra redentora. “Duas pedras preciosas, iguais, havia no peitoral do sumo sacerdote” (Êx 28.17-26). “...ao redor do trono, há um arco celeste semelhante á esmeralda” (v. 3b), que simboliza a graça e a misericórdia de Deus revelada na Nova Aliança através de Seu sacrifício na cruz do Calvário.
Atualmente, Deus está assentado sobre o trono da graça (Hb 4.16). Porém, neste tempo, Deus estará sobre o trono de Juízo. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus, pois eles são citados no capítulo 1.4 e 3.1 de Apocalipse, e no capítulo 5.6 os encontramos mais uma vez. Eles também são encontrados no Antigo Testamento, nas sete lâmpadas da Menorá (Zc 4.2). Que procede do trono de Deus uma atividade grandiosa e ininterrupta. Assim João observa as sete lâmpadas diante do Trono, que são interpretadas como a plenitude do Espírito Santo.
3. João vê vinte quatro Anciãos. “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (v. 4).
Os vinte quatro anciãos não são anjos, pois cantavam o
cântico de redenção (Ap 5.8-10), estão coroados, já são vencedores (1ª Co
9.25), assentados sobre tronos, mostrando um tempo depois da vinda de Jesus (2ª
Tm 4.8). Os anciãos representam os remidos, que foram levados ao Tribunal de
Cristo e coroados logo após o arrebatamento, portanto o primeiro advento escatológico
começa com o arrebatamento da Igreja.
Os vinte quatro anciãos podemos dividir em dois grupos. Os doze primeiros, são “os doze patriarcas” de Israel, que estão ao lado de Cristo, representando todos os remidos da “dispensação da lei” focalizada no Antigo Testamento (cf. Nm 13.2-3; 17.1-6; Hb 8.5 e 9.23). Os outros doze, representam “os doze Apóstolos do Cordeiro”, pois em alguns casos eles são chamados de “anciãos (cf. 1ª Pe 5.1; 2ª Jo v. 1 e 9; Jo v. 1). Estão ao lado de Cristo representando todos os remidos da dispensação da graça no Novo Testamento (cf. Mt 19.29; Ap 21.12, 14). Estes tronos não estavam vazios, mas estavam assentados sobre eles vinte e quatro anciãos, com vestidos brancos que representam as justiças dos santos (Ap 21.12-14), “...em cujas cabeças estão coroas de ouro”. O Senhor prometeu coroar a Sua Igreja “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Portanto, os vinte quatro anciãos representam os salvos de todas as épocas.
4. João vê no meio do Trono um Cordeiro. “Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6).
João vê o Cordeiro tendo a aparência de ter sido morto; tendo algumas marcas ou indicações sobre o fato de ter sido morto, isso representa a vitória conquistada na cruz. O Cordeiro é o mesmo Leão que aparece no verso 5. Ele é na qualidade de um “Cordeiro” na sua mansidão em tratar com Sua Noiva, mas como o Leão, no Seu poder irresistível para executar juízo contra os pecadores. João vê no trono de Deus o Cordeiro que havia sido morto, mas ao terceiro dia ressuscitou. Ele possui “...sete chifres. Chifres em toda a Bíblia simbolizam poder e força, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus”, que simboliza o Espírito Santo em toda Sua plenitude, pois ele convence, ouve, salva, julga, humilha, exalta e governa. O número sete não somente descreve a plenitude da terceira pessoa da divindade, mas é também um sinal da glória completa de Deus, pois sete é o número da plenitude divina.
5. João vê um mar de vidro. “Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal...” (Ap 4.6).
O apóstolo João descreve o que vê “um mar de vidro”, ou
seja, um grande espelho diante do trono do Eterno.
O mar representa povos e nações agitadas no tempo do fim.
Porém, aqui o mar é tranquilo e sem ondas. Ele não está agitado, mas sim imóvel
diante do trono em contraste com a situação do mar dos povos sobre a terra:
“Calai-vos perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as suas forças; cheguem-se
e, então, falem; cheguemo-nos e pleiteemos juntos” (Is 41.1).
O mar de vidro, lembra a pia de cobre feita por Moisés (Êx 30.18-21), e o mar de bronze do templo terrestre (1º Rs 7.23-26), que era para purificação. Aqui a purificação está consumada, não há mais necessidade de água. O mar que João vê representa a pureza, pois ali tudo é puro, calmo e de perfeita paz.
6. João vê quatro seres viventes. “E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e, no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. 7- E o primeiro animal era semelhante a um leão; e o segundo animal, semelhante a um bezerro; e tinha o terceiro animal o rosto como de homem; e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. 8- E os quatro animais tinham, cada um, respectivamente, seis asas e, ao redor e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. 9- E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.” (Ap 4.6-9 - ARC).
Aos olhos de João, eram criaturas estranhas, porque são
desconhecidas dos homens, mas lindas. “Eram cheios de olhos”. Penetração
intelectual, vigilância e prudência. Estas criaturas viventes não representam a
Igreja nem uma classe especial de santos, mas são os seres sobrenaturais visto
no Velho Testamento, que estão sempre em conexão com o Trono de Deus e a
presença de Jeová. São os querubins de Ezequiel, capítulo 1 e 10 (cf. Sl 80.1;
99.1; Is 37.16).
Todo o simbolismo dessa passagem é inspirado no profeta do
Antigo Testamento. Esses seres vivos são os 4 querubins responsáveis pelo
governo do mundo (Ezequiel 1.20). Eles andam em todas as direções, numa
perfeita visão, cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas, a forma
de seus rostos era como o de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão;
à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro. O aspecto
dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; tinham
quatro rodas em vez de pés, e o aspecto das rodas era brilhante como pedra de
berilo e o espírito dos seres viventes estava nas rodas, e, sem cessar
glorificam a Deus: Santo, santo, santo (Ez 1.6-21). Lembrando os serafins de
Isaías capítulo 6.
João não soubera descrever o que viu, portanto, ele os chama
de “quatro animais”, que são os querubins da visão descrita pelo profeta
Ezequiel.
Se analisarmos profundamente este assunto veremos que o
profeta Elias foi separado do profeta Elizeu por estes seres (querubins), mas
subiu num redemoinho: “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo,
com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num
redemoinho” (2º Rs 2.11). Eliseu, foi o único a ver o profeta Elias ser
arrebatado. Foi elevado ao céu com grande impulsão, portanto, ele também não
soube descrever minuciosamente a cena que viu. Os carros de fogo são as rodas
dos querubins, cor de brasas, os cavalos de fogo no nosso entendimento é o
rosto dos querubins.
João ao ver os quatro seres no céu não descreveu com suas minúcias, mas os chama de quatro animais ou quatro seres viventes, conforme o verso 6. Na concepção de que os quatro seres viventes estão no meio do trono, à volta dele e junto de Deus, simboliza quatro características da pessoa com também a obra redentora de Jesus Cristo é apresentado nos quatro evangelhos.
1. O primeiro ser vivente é semelhante ao leão. O Evangelho de Mateus apresenta o Senhor Jesus como o Leão da tribo de Judá.2. O segundo ser vivente é semelhante a um novilho. O
Evangelho de Marcos apresenta o Senhor Jesus como o Servo que Se fez sacrifício
pelo pecado, tendo o novilho como animal sacrificial.
3. O terceiro ser vivente tem o rosto como de homem. O
Evangelho de Lucas apresenta o Senhor Jesus como Filho do Homem. O apóstolo
Paulo, dirigido pelo Espírito Santo, escreveu: “antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido
em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e
morte de cruz.” (Fl 2.7-8).
4. O quarto ser vivente é semelhante à águia quando está
voando. O evangelho de João mostra a divindade de Jesus (Jo 1.1). Assim é o
Senhor Jesus Cristo, pois, depois da Sua morte e ressurreição, tomou a posição
de exaltado e glorificado, assentando-se à direita de Deus. O Evangelho de João
apresenta o Senhor Jesus como o Único capaz de levar o ser humano ao Céu.
Os quatro seres viventes, portanto, mostram como Deus se
inclina, fala e Se entrega pelo mundo. Estes seres viventes, embora com
características de Deus, aqui se manifestam como querubins.
Eles têm asas, demonstrando com isso que Deus age em todos os lugares e sem parar. Também o profeta Ezequiel os viu com asas indo por todas as direções. As Asas dos querubins estão cheias de olhos, ao redor e por dentro, significando que nada, nos céus e na terra, foge do alcance dos olhos de Deus, pois Ele é onisciente e tudo vê.
7. Adoração no céu. “e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.” (Ap 4.8b).
“Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que
se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e
depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando. Tu és digno, Senhor e
Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu
criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap
4.10,11).
A palavra adoração no grego é “proskuneo” e
significa: adoração; cair e adorar, ajoelhar-se, curvar-se, cair aos pés de
outro. No hebraico a palavra para adoração é “shachah” e aparece 170
vezes no Antigo Testamento) e significa: inclinar-se, cair diante de,
prostrar-se, ajoelhar-se.
Na visão do trono de Deus João vê um grande culto de
adoração, quando os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos louvam ao
Senhor Deus. O primeiro cântico ministra quem Deus é (v. 8) e o segundo cântico
as suas obras (v.11).
Sinal de adoração e respeito supremo, a que se segue o lindo
cântico de vitória, que mostra o verdadeiro culto no céu ao supremo Criador.
Temos a adoração mais profunda da parte dos anciãos, que
prostram diante do Trono, e lançam suas coroas, num gesto de submissão e
respeito, ao que vive para sempre. É a oração inteligente dos remidos que
compreendem a santidade e o amor do Senhor. E num gesto de magnífica adoração
prostram-se cantando o lindo hino de louvor: “digno és, Senhor, de receber
glórias, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade
são e foram criadas”.
A atitude de todos os personagens da visão é uma de adoração
e louvor àquele que se assenta no trono. Os querubins, à semelhança dos
serafins de Isaías 6 proclamam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o
Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Na eternidade adoraremos
aquele que “vive eternamente” (Ap 5.14), na companhia de seres celestiais. Este
é o verdadeiro culto que o mestre Jesus nos ensinou quando estava nesta terra: “Mas
a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é
Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
(João 4.23,24).
O Senhor exige que adoremos a Deus em espírito e em verdade,
pois Ele é Espírito e somente assim poderemos conquistar Sua aprovação. O
Senhor Jesus revelou claramente às pessoas a vontade e as exigências de Deus:
não importa onde as pessoas adorem a Deus e elas não devem seguir nenhuma regra
ou cerimônia, mas adorar a Deus em espírito e em verdade. Esse é também o nosso
princípio de prática para adorar a Deus. A expressão “em espírito” indica o
princípio espiritual na adoração contrastando com o formalismo, cerimonialismo,
legalismo e símbolos culturais. A verdadeira adoração vai além do que vimos,
ela expressa unicamente a pessoa e a obra do Seu único Filho, Jesus o Cristo. A
adoração em espírito é uma ligação profunda entre o espírito do adorador e o
Espírito Santo, onde ele adora no âmago do seu ser e de sua alma, o ser humano
o reconhece como Senhor e Deus. Portanto, a verdadeira adoração só é possível
quando impulsionada pela obra do Espírito Santo dentro de nós.
Neste capítulo 4, o Senhor Jesus abre a porta dos céus e
João vê um culto de adoração realizando-se no céu, na sala do Trono de Deus. Se
temos de adorar a Deus biblicamente, devemos estar certos de que nossa adoração
na terra reflete o exemplo e a direção da adoração celestial. Todavia, adoramos
O Criador e não a criatura, assim o apóstolo Paulo nos ensina dizendo: “Pois
mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do
que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! Pois mudaram a verdade de Deus
em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é
bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.23, 25).
A frase “a verdade de Deus” é uma frase hebraica, que
significa “o verdadeiro Deus”, em oposição aos ídolos, que são chamados de
deuses falsos. Existe apenas um Deus verdadeiro e todos os outros são falsos e vazios.
Ídolos são frequentemente chamados de mentiras e mentiras,
porque não são verdadeiras representações de Deus (Jr 10.14; 13.25; Is 2815; Sl
40.4).
Não pode haver dúvida, Deus é a personagem principal no céu,
Ele é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Somente Ele merece a
adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais
exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso.
A partir do capítulo 6 veremos a ira de Deus sendo derramada
sobre este mundo, para aqueles que tem rejeitam a verdade. Assim o apóstolo
Paulo escreve em sua carta aos Romanos 1.18 dizendo: “Porque do céu se
manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a
verdade em injustiça.”
Deus certamente tem todo direito em exercer a sua ira
judicial sobre a criação que Ele mesmo fez. Ele criou o homem para ser
conhecedor e adorador da Natureza Divina. Os homens rejeitam, desde o início, o
conhecimento de Deus, desde o início, o tempo real dos tempos, mas também não
aceitaram. Rejeitar a Deus, portanto, a verdade traz muitas consequências como
resultado.
Se quisermos um dia, comparecer diante do trono de Deus,
precisamos viver em adoração ao Senhor. A cada dia devemos entoar um cântico
novo ao Senhor e também viver para a sua glória.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC