TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 18 de maio de 2021

A VONTADE DO PAI

 


João 4.34 “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”.

INTRODUÇÃO

O maior exemplo de vida segundo a vontade de Deus está em Jesus Cristo. A vontade de Deus e a de Jesus são a mesma coisa. Por isso o Mestre disse que seu sustento é cumprir os planos de Deus. Tudo que Jesus fez foi para cumprir o propósito de Deus e nos ensinar como viver segundo a vontade do Senhor.

A vontade humana é passageira e nem sempre é o melhor, mas a vontade de Deus é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). Por isso precisamos conhecer a vontade de Deus para nossas vidas.

Você conhece a vontade de Deus para sua vida?

Vamos estudar no evangelho de João onde Jesus usa a Palavra ‘vontade’, explicando qual é o plano de Deus para nossas vidas:

1. Nascer de Novo. João 1.13 “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

A primeira coisa que Jesus quer para nossas vidas é o Novo Nascimento. Quando nascemos de novo estamos começando uma nova vida de acordo com a vontade de Deus (Jo 3.7,8).

Jesus quer que você nasça de novo!

2. Obedecer a Deus. João 5.30 “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou”.

Obediência é outra característica da vontade de Cristo para nós. Quando obedecemos estamos deixando o nosso próprio querer para aceitar os planos Divinos para nossas vidas. Mas quando desobedecemos estamos nos sacrificando e por isso acontece tanto sofrimento no mundo (1º Sm 15.22).

Jesus quer que você obedeça!

3. Chamado Missionário.

João 6.38 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou”.

Cada um de nós tem um chamado de Deus para cumprir uma missão. Esta missão é exercer um ministério no Corpo de Cristo (1ª Co 12.12-27). Assim como Jesus foi enviado por Deus, também nos envia para pregar o evangelho (Mt 28.18-20).

Jesus tem um chamado para sua vida!

4. Ganhar vidas.

João 6.39 “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia”.

A vontade de Jesus é ganhar as almas das pessoas para Deus. Foi por isso que morreu e comprou nossas vidas com o seu sangue. O propósito do inimigo é “roubar, matar e destruir”, mas Cristo veio para que “tenham vida e vida em abundância” (João 10.10). O plano Divino é para toda a humanidade (Tito 2.11).

Jesus quer ganhar vidas!

5. Fé.

João 6.40 “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.

O diabo tentou o homem e a mulher semeando dúvida que os levou a pecar (Gn 3.1-4). A incredulidade é o maior obstáculo para a ação de Deus em nossas vidas. Por isso, o propósito de Jesus é que tenhamos fé para ver a glória de Deus (Jo 11.40) e acontecer o impossível (Mc 9.23).

Jesus quer que você tenha fé!

6. Conhecimento da Palavra.

João 7.16,17 “Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo”.

Quando aprendemos as Escrituras conhecemos mais sobre Jesus (João 5.39), que é a própria Palavra de Deus encarnada (Jo 1.1 e 14) e somos limpos pela verdade que nos santifica (Jo 17.17).

Jesus quer que você conheça a Bíblia!

7. União dos cristãos.

João 17.24 “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”.

Jesus veio ao mundo e reuniu seus discípulos para formar sua Igreja e o seu plano é que todos estejam unidos como um Corpo (1ª Co 12.27). Como na Igreja Primitiva, devemos viver em comunhão com os irmãos (At 2.42-47).

Jesus quer que você viva em comunhão!

Busque a vontade de Jesus!

CONCLUSÃO

Quando amamos uma pessoa procuramos fazer tudo para agradá-la. Assim devemos também procurar fazer a vontade de Deus (Sl 37.4).

A vontade de Cristo é que após nascer de novo, obedeçamos a Deu, cumpramos nosso chamado missionário ganhando vidas, vivendo em fé e aprendendo a Palavra de Deus junto com os irmãos.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

FALSOS PROFETAS



 Esboço de Jeremias 23:

23.1 – 4: “Ai dos falsos pastores...”

23.5 – 8: “O Senhor é a Nossa Justiça...”

23.9 – 15: “Contra os falsos profetas...”

23.16 – 22: “Não os enviei...”

23.23,24: “Deus de perto e de longe...”

23.25 – 40: “O destino dos falsos profetas...”

INTRODUÇÃO Ao estudar esta lição, você aprenderá a reconhecer os falsos profetas que falam mentiras em nome do Senhor.

Iniciaremos nossa jornada a partir de Jeremias 5.1-4. Desde o momento de sua chamada, Jeremias sabia que sua tarefa não seria fácil (Jr 1.17-19). Mas não imaginava, de início, de onde viria a oposição. Ele sabia que as reformas promulgadas pelo rei Josias não en­contravam guarida no coração do povo comum (Jr 5.4), mas acreditava que a liderança entenderia o recado divino. Quanto engano (Jr 5.5)! “Dai voltas às ruas de Jerusalém; vede agora, procurai saber, buscai pelas suas praças a ver se achais alguém, se há um homem que pra­tique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei a ela” (Jr 5.1). A idolatria e a imoralidade tomavam conta de todos (Jr 5.7). A liderança espiritual devia funcionar como a consciência da nação (Jr 5.30-31), mas não exercia seu papel. A maior oposição que Jeremias teve de enfrentar veio dos falsos profetas.

I. PROFETA X “PROFETA” (Jr 27-28)

1. Vamos nos rebelar?

Começou o reinado de Zedequias, o último rei de Judá. Os reis vizinhos enviaram mensageiros a Jerusalém (Jr 27.3), com o intuito de montar uma conspiração contra Nabucodonosor. Aquilo não funcionaria, e Deus mandou o recado por Jeremias de maneira bem dramática. O profeta foi ao encontro dos embaixadores usando sobre o pescoço “correias e canzis” (Jr 27.2), ou seja, um jugo de bois, com cordas e madeiras! A mensagem era clara: as nações só teriam paz andando em submissão ao rei Nabucodonosor (Jr 27.8,11), que colocou Zedequias no trono (2º Rs 24.17). Mas Nabuco­donosor não passava de um “servo” nos planos do Senhor, que o tinha colocado no trono de domínio sobre as terras (Jr 27.6). Afinal, quem reina é Deus, o Senhor (Jr 27.5)!

2. Vozes conflitantes.

Por que os reis não reconheceram que a conspiração estava destinada ao fracasso? (cf. Jr 27.9-10,14-15). Havia vozes falsas, enganosas, falando menti­ras com uma suposta autoridade espiritual. No caso das nações, além de pro­fetas, havia todo tipo de médium, “guia espiritual” (Jr 27.9). No caso do povo de Deus, eram profetas que falavam em nome do Senhor (Jr 27.15). Mas tudo era “mentira” (Jr 27.10,14,16). O interesse deles pela causa de Deus se limi­tava às coisas materiais, os “utensílios” do templo (Jr 27.16; 28.2-3).

3. Corpo a corpo.

No capítulo 28, aparece o profeta Hananias com sua mensagem de restauração completa “dentro de dois anos” (Jr 28.1-4). Ele contradisse tudo o que Jeremias falou – o jugo não vale nada, pois “quebrei o jugo do rei da Ba­bilônia” (Jr 28.2,4). É impressionante como, ao longo do capítulo, os dois homens são chamados de “profeta” (cf. v.5,10,12,15). Os dois falam em nome do Senhor: Hananias nos versos 2 e 11; Jeremias nos versos 14 e 16. Como é que o povo saberia em quem acreditar?

É um problema perene, antigo e atual. Moisés já o previa e deu dois tes­tes: primeiro – profecia que não se cum­pre não veio de Deus (Dt 18.20-22); segundo – profecia em nome de outros deuses, mesmo que se cumpra, é pecado mortal (Dt 13.1-5). O segundo teste já condena os profetas pagãos (Jr 27.9), e o primeiro teste serviu para desmascarar Hananias, pois os “dois anos” (Jr 28.3) se passaram, e nada mudou; enquanto isso, outra profecia, esta de Jeremias, teve seu cumprimento mais rápido (Jr 28.15-17).

4. Reagindo à mentira.

A reação de Jeremias nesse episó­dio pode servir de modelo para nós. Duas palavras resumem a reação de Jeremias: “Amém!” e “Será?”

“Amém!” (Jr 28.6). É claro que a mensagem de Hananias era bem mais popular do que a de Jeremias. Quem não quer uma mensagem de libertação (Jr 28.10-11), de restauração (Jr 28.3), enfim, de paz e vitória (Jr 6.14)? Jeremias também queria que tais expressões fossem a verdade. Como sabemos, Jeremias não tinha nenhum prazer em pregar o juízo: “nem tampouco desejei o dia da aflição” (Jr 17.16). Jeremias pregava na esperança de que sua profecia não fosse cumprida, de que o povo se arre­pendesse e encontrasse a misericórdia e o perdão de Deus.

“Será?” (Jr 28.7-9). O que importa é que o profeta fale a verdade, seja agradável ou não. E Jeremias nos dá um terceiro teste (além dos dois citados por Moisés): a palavra é coerente com o que Deus falou no passado? Em geral, os profetas de Deus são mensageiros de juízo. Mesmo o Profeta maior, o Senhor Jesus Cristo, falou muitas vezes sobre o juízo.

 

Você notou que Jeremias não diz “assim diz o Senhor” neste discurso dos versos 6-9? É coisa de lógica, que não precisava de revelação divina!

Duas palavras: “amém!” e “será?” E um silêncio. Quando Hananias che­gou ao extremo ultrajante de destruir o jugo simbólico que Jeremias portava, o profeta de Deus não reagiu de imedia­to. Com domínio próprio dado pelo Senhor, simplesmente “se foi tomando seu caminho” (28.10-12). Foi apenas “depois” (28.12) de um intervalo, no qual certamente buscou a orientação de Deus, que Jeremias voltou a responder com uma palavra não dele, mas do Se­nhor (28.13-16). O profeta entendeu que a ofensa feita era “contra o Senhor” (28.16) e que Ele ia julgar.

Jeremias para hoje

Você tem andado sob o jugo do Rei maior, Jesus Cristo (Mt 11.28-30)? Tem se interessado mais pelas coisas “santas” do que por uma vida santa? Tem discernido corretamente as mensagens ouvidas (seja na televisão, na internet, no rádio ou pessoalmente)?

II. DEUS FALA A RESPEITO DOS FALSOS PROFETAS (JR 23.9-40)

1. O mal da profecia falsa.

“O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como homem embriagado e como homem vencido pelo vinho” (Jr 23.9). A forte reação de Jeremias mostra a serie­dade do problema. Os profetas estavam desrespeitando as “santas palavras” do Se­nhor, e dessa atitude fluíam muitos males.

1.1. Davam vazão à imoralidade sexual (Jr 23.10).

1.2. Encorajavam os outros no pecado. “...fortalecem as mãos dos malfeitores” (Jr 23.14), “fazem errar o meu povo” (Jr 23.32), contaminando toda a terra com a sua impiedade (Jr 23.15), como enchente que deixa um mar de lama nas casas atingidas.

1.3. Contradiziam diretamente a palavra do Senhor. “Não virá mal sobre vós” (Jr 23.17) é exatamente o contrário do que Deus falou no verso 12: “trarei sobre eles calamidade”. Falam sobre paz, mas não sobre pecado. Prometem alegria, mesmo sem arrependimento. Nisso imitam o pai da mentira (Gn 3.4).

2. A “sentença pesada do Senhor”

Enfim, falsos profetas: “furtam as minhas palavras, cada um ao seu compa­nheiro” (Jr 23.30), repetindo chavões que, mesmo sendo verdades, estavam desgastados e mortos, de tanta repetição. Um desses chavões era a expressão “sentença pesada do Senhor” (Jr 23.33). Nada há de errado na expressão em si, mas a repetição leviana, usada para legitimar qualquer ‘mensagem’ desses profetas mentirosos, chegou a ponto de Deus proibir seu emprego.

3. A profecia verdadeira.

Como é o ministério de um pro­feta verdadeiro? Quais as suas marcas? Podemos esboçar uma resposta a partir da acusação do verso 36: “pois torceis as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, o nosso Deus”.

3.1. O profeta genuíno traz uma pa­lavra viva, “do Deus vivo”. Não chavões mortos imitando outros. É uma mensagem que “vem da boca do Senhor” (Jr 23.16), não de algum livro (ou site!). O pro­feta genuíno “esteve no conselho do Senhor” (Jr 23.18); a palavra “conselho” aqui dá ideia de um cír­culo de amigos. É traduzida como “segredo” em Amós 3.7.

3.2. O profeta verdadeiro conhece a Deus na Sua grandeza majestosa como “Senhor dos Exércitos”. Aquele que enche os céus e a terra (Jr 23.23-24). Assim o profeta vive toda a vida na presença de Deus. Sabe da realidade de Seu juízo (Jr 23.15,19-20). Não se deixa enganar com “vãs esperanças” (Jr 23.16) e sonhos vazios (Jr 23.25-28).

3.3. O profeta genuíno conhece a Deus pessoalmente, como “o nosso Deus”, e compartilha do zelo que Deus tem por Sua casa (Jr 23.11), Sua terra (Jr 23.16), Seu povo (Jr 23.22,32), enfim, Seu próprio Nome. Para o profeta verdadeiro, o pior castigo é ser lançado fora da presença de Deus (Jr 23.39).

Jeremias para hoje

Que tipo de mensagens você mais gosta de ouvir? Quando seu pastor prega sobre pecado, você se alegra pelas palavras ditas ou você é daqueles que só querem ouvir coisas agradáveis aos ouvidos?

CONCLUSÃO

No capítulo 23 de Jeremias, obser­vamos que as mensagens falsas podem brotar de várias raízes: falsos deuses (Jr 23.13); coração humano (Jr 23.16); sonhos (Jr 23.25); palavras de outros (Jr 23.30). O Senhor se declara contra todos os que proferem tais mensagens (Jr 23.30-32) como se viessem de Deus. Em total contraste, a palavra que vem de Deus se faz sentir pelos seus efeitos (Jr 23.28-29). É “trigo” que alimenta a alma e nos dá força para servir e obedecer. É “fogo” que purifica e nos faz arder o coração para falar da grande salvação que temos em Cristo (cf. Lc 24.32-35). E é “martelo” que quebranta a dureza do nosso coração, trazendo-nos sempre de volta à depen­dência da graça do Senhor.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA E A VOLTA DE JESUS

 


Lc 21.29-31 “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; 30 Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

INTRODUÇÃO. Jesus usou está parábola para ensinar Seus discípulos a olharem para o tempo, assim saberem se o dia da sua volta está próximo. A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Hoje nós somos convidados por Jesus a ver os sinais que se descortinam no nosso tempo e época e a reconhecer nestes sinais a aproximação do Reino de Deus.

A vinda do Senhor tem sido motivo de expectativa no meio cristão. A mensagem sobre esse evento porvindouro foi ensinada pelo próprio Jesus Cristo (Mc 13.3-13; Mt 24.1-25; Lc 21.5-24). A segunda vinda de Cristo se dará em duas etapas, primeiro para a Igreja e depois para Israel, mas antes haverá uma sequência de eventos até essa ocorrência (Mt 24.4,5; 24.6,7; 24.9; 24.10,11; Mt 13.30,40-43; 24.12,13; 24.7; 24.14). Jesus enfatizou a vigilância, para que os cristãos não fossem apanhados inesperadamente, embora em nossos dias esses alertas tenham sido deixados de ser ensinados em muitas igrejas cristãs, dando lugar a outras mensagens e muitas delas induzindo as pessoas a enfocarem mais o que é material do que espiritual principalmente atinente a segunda volta de Cristo para o arrebatamento da Igreja.

I. PARA QUEM JESUS CONTOU ESSA PARÁBOLA?

 Jesus acabara de falar dos sinais de Seu retorno a Terra e de do fim do mundo (Mt 24). Após alguns instantes de silêncio, os Apóstolos lhe perguntam: “Quando será isso, Mestre?” Para que estivessem preparados e prontos para a sua vinda gloriosa, Ele lhes conta então diversas parábolas, dentre as quais a de uma figueira, fonte importante de alimento para os judeus. No seu florescer, ela anuncia que o inverno passou e se aproxima o verão, época em que se recolhem os frutos para guardá-los. A presença de Jesus, sua palavra e seu agir de salvação, assinala a vinda do Reino de Deus, ocasião em que eles, como a figueira verdejante, apresentam seus frutos de amor e de misericórdia.

Você não encontra a Igreja nas profecias do Antigo Testamento, e ela só aparece nos Evangelhos duas vezes, em Mateus 16.18 e 18.17. Por isso é inútil buscar nas profecias coisas relacionadas à Igreja. É de Israel e do mundo que elas falam. Mesmo assim, quando vemos sinais de que as profecias para Israel podem se cumprir a qualquer momento ficamos alegres, pois seu cumprimento só poderá acontecer após a Igreja sair daqui. E hoje vemos “a figueira e todas as árvores” brotando (Lc 21.29).

 II. A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

 1. Senhor Jesus tenha “chorado sobre Jerusalém” e também aludido à destruição da cidade. Lc 19.43,44 “Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas; e te derribarão, a ti e aos teus filhos, que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois não conheceste o tempo da tua visitação”.

Jerusalém tinha se tornado o objeto do julgamento divino por causa de sua infidelidade. Jesus avisou a respeito dessa consequência ao longo de Seu ministério (Lc 13.9,34,35; 19.41-44). A premissa para tal julgamento remete às maldições da aliança mosaica e aos avisos dos profetas do Antigo Testamento acerca do julgamento vindouro (Dt 28.49-57; 32.35; Jr 6.1-8; 26.1-9; Os 9.7).

Jesus relaciona diretamente a destruição da cidade com a Sua rejeição, destruição esta que também abrangeria o santuário, como deixa claro o Senhor quando indagado por Seus discípulos a respeito do templo, naquela mesma semana em que haveria de ser crucificado, tendo sido esta a declaração que deu o início ao Seu sermão escatológico (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).

 2. O tempo da destruição. Assim, por causa da rejeição de Cristo por Israel, a cidade de Jerusalém e o templo foram destruídos, o que ocorreu em 70 d.C., quando o general Tito, filho do imperador Vespasiano e ele próprio sucessor de seu pai, invadiu Jerusalém e destruiu totalmente a cidade e o templo, como é descrito com riqueza de detalhes pelo historiador judeu Flávio Josefo, testemunha ocular deste evento.

 2.1. As perguntas dos discípulos Vs. 1-2. “E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios! 2. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.”

Os discípulos não pedem sinais para a destruição de Jerusalém por exemplo, eles pedem sinais para sua volta e para o fim dos tempos. Deste modo poderíamos colocar todos os sinais como resposta a essas duas questões sem grandes problemas com o texto, pois foi essa a pergunta e poderia bem ser esta a resposta. Também possível a existência nesse texto de profecias de duplo cumprimento, um cumprimento “típico” apontando para o cumprimento final, isso é bem característico no verso 15, onde o abominável da desolação pode muito bem ser identificado anteriormente como Antíoco IV, e agora novamente poderá ser identificado como Tito e o poderá futuramente ser identificado no próprio anticristo, que seria o cumprimento último da profecia, para onde os “tipos” apontavam.

 3. A reforma do de templo de Jerusalém. Este era o templo que Herodes o Grande iniciou sua restauração desde 20 a.C. Este Herodes não era o mesmo dos dias da crucificação de Cristo (ano 30). O primeiro foi o responsável pela matança dos inocentes em Belém, o segundo, seu filho Herodes, Antipas, participou de seu julgamento.

Este templo não era tão grande e glorioso quanto o de Salomão, mas com muito ouro, prata, mármore. Herodes, o Grande, era idumeu, e não havia comprovação genealógica de que descendesse dos judeus, então, para ser agradável aos judeus, tomou algumas medidas populares como a construção do templo, porque isto trazia ganhos políticos.

 4. Jesus profetiza a destruição do templo. “...não ficará pedra sobre pedra...” Quando Jesus disse que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada, isso certamente chamou muito a atenção. Porém, essa profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito saqueou a cidade. O arco de Tito ainda continua em Roma, na via Ápia, diante da entrada do Fórum, em cujos muros está retratada a conquista de Jerusalém por Tito.

Jesus usou a forte construção negativa dupla dos gregos duas vezes neste versículo a fim de negar que ficaria pedra sobre pedra. Era positivamente certo que o Templo seria completamente destruído, um fato confirmado pela história quando em 70 A. D. O Templo e a cidade foram deixados em ruínas, sob o comando de Tito. O Arco de Tito, comemorando a sua vitória, ainda existe em Roma. Bíblia de Genebra.

Os discípulos na certa não queriam acreditar que o Templo de Deus seria destruído e arrasado outra vez eles estavam impressionados com a arquitetura do templo e sua grandeza, mas Jesus não está nem um pouco impressionado com sua imponência e profetiza sua destruição em termos fortes (Mc 13.2).

 5. Como seria destruída Jerusalém e o templo? No ano de 64 d.C, os judeus se rebelaram contra a autoridade romana por causa dos altos impostos cobrados, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a revolta.

No ano 70, seis anos depois de sua reforma, o templo foi destruído por uma rebelião de soldados romanos que se revoltaram contra os judeus que não assimilaram a fé que defendiam.

Mesmo dividindo o sermão da forma apresentada acima, existem referências à destruição de Jerusalém e do Templo em outras seções, principalmente em profecias de duplo cumprimento, ou seja, Jesus também usa a destruição de Jerusalém para tipificar os momentos associados à Sua Segunda Vinda. De forma resumida podemos pontuar esse evento da seguinte forma:

 5.1. Jerusalém seria sitiada. Esse cenário era bastante improvável para qualquer habitante da época por que se tratava de um momento de grande paz com o Império Romana garantindo a tranquilidade.

 5.2. Jerusalém seria destruída. A cidade seria queimada e sua população dizimada. Esse evento seria o juízo de Deus sobre aquela geração. Após pouco mais de três anos de cerco, o exército romano invadiu Jerusalém e à destruíram. Estima-se que mais de 600 mil judeus foram massacrados.

 5.3. O Templo seria destruído. Herodes havia começado a reconstruir o templo, e nessa época ele estava em fase de acabamento, com abundância de ouro, mármore e madeiras finas entalhadas. Era uma construção realmente imponente (vers. 1), mas Jesus afirma: “Não ficará pedra sobre pedra”. No ano 153 a.C. o templo já tinha sido profanado com Antíoco IV Epifânio, porém nesta profecia de Jesus, o templo seria profanado e destruído. Até hoje existe em Roma o Arco de Tito, erguido pelos romanos para comemorar esse evento, onde é retratado em ilustrações o templo sendo saqueado. Bíblia de Genebra.

5.4. Dispersão. Os sobreviventes desse momento terrível seriam espalhados pelo mundo todo e ficariam dispersos.

III. ISRAEL – A FIGUEIRA 

1. O símbolo da figueira. Lc 21.29-33 “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores. 30- Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31- Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. 32- Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. 33- Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. 

A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima.

Israel é simbolizado na Bíblia a três plantas: videira, oliveira e figueira (cf. Joel 1.7; Oseias 9.10). Não é sem razão que a figueira aparece nos primórdios da Bíblia (Gn 3.7). Duas parábolas de Jesus ocupam-se dela (Lc 13.6; 21.29), e mais o incidente da maldição da figueira perto de Betânia (Mc 11.12-21).

Esta parábola da figueira encerra o “discurso escatológico” que encontramos nos três Evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar. Depois da descrição da violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada.

A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, Sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para Ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.

Na parábola da figueira em estudo, Jesus prediz a certeza da restauração da nação judaica após o rigoroso “inverno” de desterro, sofrimento e dificuldade de toda espécie através dos séculos, desde o ano 70 a.C. quando os romanos ocuparam Jerusalém.

Tanto à figueira como o seu fruto são casos especiais em toda a botânica. Durante todo o inverno (outubro a março), a figueira fica sem folhas. Ao chegar o estio, os frutos surgem primeiro; depois as folhas. Esses primeiros figos que amadurecerem são chamados “temporãos” (Jr 24.2). São mais saborosos e por isso, mais apreciados. Há também os figos “de verão”, colhidos por volta de agosto. Surgindo as folhas e rebentos na árvore, o verão está para começar. 

2. O renascimento de Israel como nação soberana. A figueira de Israel está agora mesmo brotando e cumprimento à Palavra de Deus.

A figueira que representa Israel, brotou quando foi reconhecida como nação, e recebeu de volta a sua terra, no dia 14 de maio de 1948 cumprindo com a profecia de Isaías: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia nascer uma terra em um só dia? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8).

O próprio Messias antecipou a restauração de Israel, ao evocar o renascimento da figueira. Cimo já vimos no ano 70 Jerusalém foi destruída pelo General Tito, e desde aquele dia os judeus permaneceram um período de, aproximadamente 19 séculos longe de sua pátria. Mas, no final da 2ª Guerra Mundial, a ONU resolve estabelecer o patrimônio regional de cada nação destruída pela guerra. No dia 14 de maio de 1948, Israel foi contado como nação livre, dando o direito de cada judeu espalhado pelas nações de voltarem como sendo o último dos sinais da volta do Senhor Jesus, profetizado por Ezequiel 3-33 -36; Ezequiel 37-21-22. 

3. A retomada de Jerusalém como capital de Israel. O fato mais extraordinário ocorrido durante a guerra dos seis dias, em junho de 1967, não foi a derrota infligida pelo exército de Israel as nações árabes. E, sim, a reconquista de Jerusalém que, desde que fora destruída por Nabucodonosor, em 568 a.C., vinha sendo pisoteada pelos gentios. Cumprindo-se a profecia de Jesus: “E cairão a fio da espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).

O tempo dos gentios (calendário profético para as nações), que teve início em 568 a.C, o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento com o Império Babilônico, começa a chegar ao fim.

O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos dos gentios (ver Dn 2 e 7). Sobre a expressão “tempos dos gentios” (ler Lc 21.24).

Na enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória. 

4. A reconstrução do Templo de Salomão. Há fortes evidências proféticas de que, em breve, o Santo Templo será reconstruído na Cidade Santa (Dn 9.27; Mt 24.15; 2ª Ts 2.1-4). Isso pode ocorrer antes ou depois, do arrebatamento da Igreja. De uma coisa temos certeza: o templo de Salomão será reconstruído em Jerusalém. Essa possibilidade, por si própria, já se constitui num grande alerta aqueles que guardam a volta de Cristo.

Diante destes acontecimentos proféticos, só nos resta esperar o grande Rei voltar nas nuvens dos céus com grande poder para arrebatar a Sua Igreja (Jr 16.14-15). 

O mundo caminha para o fim. O homem está destruindo as coisas perfeitas que Deus criou inclusive a sua vida. Mas, Deus não fará nada para mudar esta situação, pois por enquanto este mundo está sob a responsabilidade do próprio homem administrar, e Deus deixará que o desastre chegue ao ponto máximo, e no momento exato, Ele enviará o Senhor Jesus Cristo para mudar tudo, isto é, reparar todo mal que o homem causou.

Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de uma futura conversão de Israel (Zc 12.10; 13.1; Rm 11.25-29). Considera-se um verdadeiro milagre a sobrevivência do povo judeu durante todos estes séculos. 

IV. O SIGNIFICADO DA PARÁBOLA DA FIGUEIRA 

1. “Olhai para a figueira, e para todas as árvores” (V. 29). A figueira como já vimos representa Israel, mas as outras árvores quem são? As outras árvores é uma referência as outras nações do globo. No v. 28 vê-se a distinção entre Israel e as demais nações do globo no panorama profético dos últimos dias que precedem a volta de Jesus. Isto é, o que ocorre em, e, a Israel afeta o mundo todo. Como povo eleito de Deus, Israel é destacado das demais nações do globo (Êx 4.22; 33.16; Nm 23.4).

Há ao mesmo tempo um despertar constante das nações do antigo Oriente Médio e contorno Mediterrâneo, bem como as do mundo ocidental, destacando-se as do chamado Terceiro Mundo. Todas deviam saber que estes fatos estão relacionados com Israel, nos eventos proféticos dos últimos dias. 

2. “Perto está o verão” (v. 30). Nesta parábola da figueira Jesus afirma a certeza da Sua vinda associando-se à precisão das leis da natureza, que são fixas, precisas e imutáveis.

Estas leis estão escritas nos céus. Jó, no remoto passado já perguntava: “sabes tu as ordenanças dos céus?” (Jó 38.33). O verão é principalmente a estação dos frutos maduros (2º Sm 16.1; Jr 40.10; 48.32). Época da colheita. É de fato apropriado neste contexto escatológico a menção do verão por Jesus. 

3. “Quando virdes acontecer estas coisas” (v. 31). Lucas 21.27,28 “E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.”

O reino dos céus não se iniciará numa época de paz aqui na terra, mas de convulsões não apenas sociais, mas também naturais (Lc 21.20-27).

O Filho do Homem numa nuvem, faz-se referência aqui ao altivo retorno de Jesus. A alusão à nuvem e a ilustração vêm de Daniel 7.13,14, com a sua descrição daquele que recebe autoridade do Ancião de Dias. Jesus visualizou este texto em termos de libertação apocalíptica. A imagem da nuvem é importante, visto que Deus é representado em nuvens no Antigo Testamento (Êx 34.5; Sl 104.3).

Com poder e grande glória. O Filho do Homem possui autoridade divina para julgar o mundo. 

4. Não passará esta geração, o que significa? “Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.” (Lucas 21.32).

Geração vem da palavra grega “genea”, e significa “raça”; “povo”, nação”. E o “tudo isto” (v. 34), refere-se a “acontecer estas coisas”, do v. 33, que devem ser distinguidas da consumação propriamente dita. Elas são o princípio das dores e as sinas que levam e apontam para o retomo final de Cristo, incluindo a grande tribulação, o domínio e a queda de Jerusalém.

O sermão escatológico de Jesus, começa com os sinais de Sua vinda e termina com Seu retor em glória. Portanto, podemos entender que os Judeus virão parte do sermão se cumprir, quando o general Tito destruiu Jerusalém no ano 70, mas parte ainda vai se cumprir. O fato claro é que os sinais já começaram a ocorrer e estão sendo administrados por Deus em toda a Sua soberania. Como a própria Escritura afirma, nenhuma das promessas de Deus deixará de acontecer (Mt 5.18), mesmo que não compreendamos exatamente os pormenores delas. 

4.1. Esta geração (raça) judaica sobreviveria para ver todos esses acontecimentos. Nessa interpretação usa-se a palavra grega “genea” com significado de raça. Jesus estaria dizendo aqui que os judeus daquela geração começariam a ver os sinais e que Deus preservaria a raça judaica até que todos os sinais ocorressem por completo (até Sua segunda vinda). Ou seja, o povo judeu não seria destruído, mas preservado por Deus até o fim. Alguns pensam que essa interpretação deu esperanças às gerações que viveram após os apóstolos para permanecerem na esperança dos acontecimentos mesmo após a morte dos principais líderes da igreja. 

4.2. Jesus estaria indicando que aquela geração começaria a ver os primeiros sinais.

Alguns entendem que “tudo isto” se refere a tudo àquilo que Jesus acabou de dizer, todos esses sinais e acontecimentos citados em todo o capítulo 24 de Mateus e Lucas 21, seria uma menção de Jesus ao começo dos sinais e “geração” seria as pessoas que estavam vivas naquela época. Nesse pensamento Jesus teria em mente que aqueles que o ouviam veriam o princípio das dores começar já em seu tempo de vida. Sabemos que isso ocorreu, pois as perseguições e a destruição de Jerusalém foram vividas e presenciadas por muitos que ainda estavam vivos. Isso aconteceu no ano 70 depois de Cristo. 

4.3. O Tempo de duração de uma geração. Veja o caso das gerações de Adão até Noé. A duração média do tempo de vida era de 850 anos para cada pessoa (Gn 5). Depois do dilúvio, a expectativa de vida diminuiu radicalmente para cento e vinte anos (Gn 6.3). Abraão, por sua vez, foi uma exceção a regra e viveu cento e setenta e cinco anos (Gn 25.7). Mais tarde a média de vida caiu para setenta ou oitenta anos conforme:

“Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.10). 

Setenta [...] oitenta anos. O objetivo aqui não é o de estipular um prazo máximo, mas apresentar uma noção da brevidade da vida humana. Não importa quanto possamos viver, é inevitável que, um dia, voamos desta vida, com a morte.

Infelizmente temos um texto difícil diante de nós. Todas as interpretações têm seus pontos fortes e pontos que levantam questionamentos. Diante disso cabe a nós elevarmos a nossa fé acima daquilo que não podemos entender plenamente. 

Muitos afirmam que “esta geração” se aplica a geração dos Seus discípulos, todavia, a profecias começou a se cumprir no ano 70, porém se completa aqui apenas 40 anos.

Do ponto de vista profético, muita gente afirma que uma geração tem quarenta anos. Mas, devido aos dados analisados acima, devemos ter a cautela e considerar o numeral setenta como um número apenas simbólico do ponto de vista profético. 

5. Israel o relógio de Deus. Essa expressão “relógio de Deus no mundo” é usada por muitos cristãos que vivem antenados no que acontece com o Estado Israelense. Para essas pessoas, o reaparecimento de Israel como nação e os constantes conflitos que ocorrem por aquelas bandas ganham ares escatológicos e são vistos como o cumprimento das profecias bíblicas acerca do fim dos tempos e o retorno de Cristo. 

5.1. A segunda reunião de Israel. Em 1948, Israel já estava bem instalado na Palestina e a sua proclamação pela ONU como Estado foi o clímax da efetivação da promessa divina quanto ao seu retorno. Esta reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”, conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).

Se tomarmos como parâmetro o salmo 90.10, uma geração tem 70 anos. Interpretando assim a partir do ano do reconhecimento de Israel como pátria, no ano de 1948 até o ano de 2018, se passaram 70 anos, ou seja, a profecia já estaria cumprida. Portanto, a volta de Cristo é eminente. Prepara-te!

6. A vinda do Senhor (vs. 34-36). Quando usamos o termo “a vinda de Senhor”, estamos nos referindo à segunda aparição pessoal de Cristo. A segunda vinda do Senhor é então, o evento ao qual a igreja de Cristo Jesus, espera com grande desejo, tal como faziam os apóstolos e os demais crentes da Igreja primitiva. Neste dia seremos ressuscitados, transformados e vivificados.

A segunda vinda de Cristo é tão certa quanto à primeira. A Bíblia fala cerca de 845 vezes sobre o retorno de Jesus à Terra. No Novo Testamento temos 318 predições sobre a volta de Cristo para buscar o Seu povo.

A segunda vinda será mais gloriosa no aspecto metafísico que a primeira. Na primeira vinda Ele veio redimir a alma (Ef 1.7; Cl 1.14), na segunda Ele virá restaurar o corpo (Rm 8.23). Na primeira vinda Ele veio numa manjedoura (Lc 2.7), na segunda, virá em trono (Ap 20.11). Na primeira vinda Ele veio como criança (Is 9.6; Mt 2.8, 13), na segunda, virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16). Na primeira vinda Ele veio em carne (Jo 1.14; 1ª Jo 4.2), na segunda, virá em glória (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele entrou em Jerusalém montado num jumentinho (Mt 21.7), na segunda, virá montado num cavalo branco (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele veio instituir a Igreja (Mt 16.18), na segunda Ele virá buscar a Igreja (Jo 14.3; Ap 22.7).

Considerando as distintas manifestações de Jesus na sua primeira e segunda vinda, podemos dizer que:

1. Em Belém, Ele veio como o Messias Salvador do mundo.

2. Nos ares, Ele virá como o Noivo para a sua Igreja.

3. No monte das Oliveiras, Ele virá como Juiz e Rei, para julgar as nações e estabelecer o seu reino milenar.

Para todo o cristão convertido a Cristo o momento mais esperado de todos os dias de Sua vida, é que sem dúvida o dia do arrebatamento da Igreja, neste dia todo aquele que recebeu a Jesus Cristo como Salvador de sua alma irá encontrar-se com o Senhor nas nuvens, estando liberto para sempre de qualquer tipo de provação, dor, angústia, lágrimas, tristezas, problemas etc.

7. Jesus confirmou que voltaria. João 14.2,3 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vê-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. 3- E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”

É evidente que aqui refere-se ao arrebatamento dos salvos, que será repentino (1ª Co 15.52), para livrar Israel e julgar as nações da terra. Isso ocorrerá algum tempo depois, de modo lento, como deixa claro Mateus 24.30, 31; 25.31; Zacarias 14.1-4; Apocalipse 1.7.

Os anjos afirmaram que o Senhor voltaria (At 1-10-11). A ceia do Senhor é uma confirmação da volta de Cristo (1ª Co 11.23). Os sinais que ora se cumprem, segundo as profecias da Bíblia, atestam que Jesus virá (Mt 24.3).

Lucas 21.36 “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.”

Vigiai... orando. Jesus encorajou os Seus discípulos a perseverarem na oração e na fé, aguardando o dia em que o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento, para que eles possam estar em pé diante dele (1ª Jo 2.28).

“...o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento...” Jesus fala dos fiéis que serão poupados dos sofrimentos preditos neste mesmo capítulo da parábola da figueira. É a Igreja fiel, uma vez que Israel passará por essas provações. Enquanto Israel estará passando por Grande Tribulação, a igreja será guardada em um lugar secreto onde tem reservado no tempo da tribulação (Ap 12.6, 14).

Pelos sinais que estão sendo cumpridos, podemos afirmar que estamos nos últimos dias nesta terra. Cristo está voltando para buscar Sua Igreja mesmo que alguns tenham por tardia (2ª Pe 3.9). Que todos tenham esperança e esperem com paciência o Senhor que breve virá. Amem!

 Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau SC


quinta-feira, 13 de maio de 2021

AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ PARA SEUS FILHOS



Gênesis 49 começa informando que os eventos relatados nesse capítulo se deram após Jacó ter abençoado José e adotado Manassés e Efraim como seus filhos (Gn 48). Então o texto bíblico diz que depois dessas coisas, Jacó chamou a seus filhos para que todos se aproximassem para ouvi-lo.

I. CHAMOU JACÓ A SEUS FILHOS, E DISSE: AJUNTAI-VOS E OUVI

Gn 49.1,2 “Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; 2- Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.”

Em suas palavras de despedida a seus filhos, Jacó elevou-se à estatura incomum do profeta que fala em linguagem poética de inspiração. Ele convocou cada filho por sua vez, à beira de sua cama, para ouvir suas palavras de bênção, de censura, ou de maldição. Em cada caso ele destacou alguma característica notável do caráter, avaliando o homem e o seu grupo familiar. As palavras de Jacó constituíram uma predição dos futuros acontecimentos com base no conhecimento que o pai tinha do caráter de cada filho. Os homens compreenderam os pronunciamentos solenes de seu pai como predições significativas e determinantes. Isso significava que as bênçãos proféticas de Jacó compreendiam toda a história da nação de Israel, desde o tempo da conquista da Terra Prometida até a vinda do Messias prometido.

Portanto, as bênçãos registradas em Gênesis 49 diziam respeito ao futuro das doze tribos de Israel. Mais tarde essas bênçãos foram renovadas com Moisés diante da iminente conquista de Canaã (Dt 33).

II. AS BÊNÇÃOS SOBRE OS FILHOS DE LIA (VS. 3-15).

Os primeiros três filhos de Jacó com Lia citados profeticamente em Gênesis 49 foram: Rúben, Simeão e Levi. Os três filhos mais velhos de Jacó já tinham se envolvido em faltas graves que acabaram por trazer consequências para suas descendências.

1. Ruben, o primogênito de Lia (vs. 3,4). Rúben, apesar de ser o primogênito, perdeu o direito à primogenitura por ter cometido imoralidades que ofenderam sua família (Gn 49.3,4). Aqui vale lembrar que Rúben profanou o leito de seu pai quando se deitou com Bila (Gn 35.22), sua concumbina e esposa. Consequentemente, a tribo de Rúben não teve qualquer destaque na história subsequente de Israel. Não há nenhuma figura importante na história bíblica que descendeu de Rúben.

Mas ele perdeu seus direitos naturais. Seu lugar de primogênito favorecido foi dado a José. Seus privilégios de sacerdote seriam passados a Levi. Seu direito de ser o chefe das tribos de Israel, isto é, seus direitos reais, seriam de Judá.

2. Simeão e Levi, o segundo e o terceiro filho de Jacó com Lia, eram irmãos na violência (vs. 5-7). Já Simeão e Levi também foram penalizados por causa dos atos de crueldade que os dois irmãos promoveram em Siquém (Gn 49.5-7; cf. Gn 34). Assim, a tribo de Simeão acabou se tornando uma das menores tribos de Israel – a menor no segundo senso de Moisés (Nm 26.14). A tribo de Simeão não foi citada na bênção posterior de Moisés (Dt 33.8) e também não recebeu uma herança separada na divisão da Terra Prometida. Foram dados aos descendentes de Simeão apenas algumas cidades dentro do território de Judá (Js 19.1-9).

Assim como Simeão, Levi também não recebeu o direito a um território próprio na Terra Prometida. A tribo de Levi foi espalhada pela terra, recebendo cidades nos territórios de outras tribos. Mas pela graça soberana de Deus, a tribo de Levi foi escolhida pelo Senhor para se ocupar do culto em Israel. Os levitas se tornaram a tribo sacerdotal.

3. Judá, o quarto filho de Jacó com Lia, recebeu o primeiro inqualificável louvor do velho patriarca (Vv. 8-10). A tribo de Judá se tornou a tribo mais proeminente na sequência da história bíblica. Judá foi comparado por Jacó à figura do leão. Essa analogia significava força, coragem, ousadia e também realeza. A linhagem do rei Davi pertencia à tribo de Judá. Logo, o Messias, Jesus Cristo, também veio da tribo de Judá. Por isso Ele é chamado de “Leão da tribo de Judá”.

Judá significa louvor. Judá sobressairia como o poderoso líder de um povo, que entusiasticamente haveria de admirá-lo e louvá-lo. Seria temido pelos seus inimigos, pois como um leão os perseguiria sem descanso até que a vitória fosse sua.

Apoderar-se-ia do cetro ou bastão que simbolizaria seu inteiro domínio no papel de guerreiro, rei e juiz. Qualquer nação seria feliz, segura e honrada com Judá como chefe e protetor.

Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá (vs. 11,12). Os versículos 11-12 revelam que a vinda do Messias traria novos dias de prosperidade. As vinhas se tornariam tão comum que alguém poderia amarrar um animal a ela por não se preocuparem em quebrar a vinha e então não produzir mais fruto. O lagar ficaria tão cheio, que não somente os pés, mas também a roupa dos que pisassem as uvas ficariam manchadas. Este povo seria muito saudável em virtude da abundância de alimentos.

Jesus é a videira. João 15.1,2 “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. 2- Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.”

Felizmente, o V.T. apresenta uma linha distinta de profecias – começando com Gn 3.15 e continuando através dos Salmos e Profetas referentes à vinda do Messias para reinar como Rei dos reis. Jacó viu Judá como o pai da tribo real que exerceria poder e liderança sobre todas as outras. Através de catástrofes e tempos difíceis, Deus providenciaria que o cetro continuasse na tribo de Judá até que viesse o governador ideal, o Messias.

4. Zebulom, o quinto filho de Jacó com Lia, seria colocado em um lugar onde seriam possíveis a atividade comercial e a prosperidade (v. 13). Isto pode significar que a tribo de Zebulom receberia um território ao longo da costa. Ou, pode significar que a prosperidade seria a herança dos descendentes de Zebulom, por causa de sua proximidade com os fenícios que tinham acesso ilimitado às rotas do comércio. Jacó menciona Sidom como fazendo parte deles. É possível também que a predição de Jacó não fosse inteiramente realizada quando da divisão final da terra. No cântico de Débora (Jz 5) o povo de Zebulom foi sinceramente elogiado por sua valorosa atitude contra Sísera e seu exército.

1.5. Issacar o sexto filho de Jacó com Lia, está representado como um forte amante, do descanso e do sossego, como um boi (vs. 14,15). Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. 15- E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.”

Issacar é jumento...” A palavra hamor, literalmente, jumento, não se refere ao animal selvagem, veloz, fogoso que dá na vista do espectador. Pelo contrário, designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para deitar-se sossegadamente, com tranquilidade e conforto.

“...abaixou seu ombro para acarretar...” Jacó estava predizendo que a Tribo de Issacar se submeteria à invasão dos cananitas que lhe colocaria um jugo. Em vez de lutar, os homens desta tribo submissamente se tornariam escravos dos povos da terra. Prefeririam a vergonha e a escravidão em lugar da ação corajosa.

2. As bênçãos sobre os filhos das servas (vs. 16-21).

2.1. Dã, o primeiro filho de Bila, seria um forte defensor do seu povo. (vs. 16-18). Dã seria uma tribo pequena, mas seria grandemente temida pelos vizinhos que tentariam espezinhá-la. Jacó chamou Dã de serpente junto ao caminho, que causaria terror e infligida ferimentos rápidos e fatais. O hebraico neiheish significa mais do que uma serpente no gramado, um réptil venenoso com presas fatais. E de fato foi assim com a tribo de Dã que, apesar de pequena, era muito agressiva. O juiz Sansão pertenceu a tribo de Dã.

2.2. Gade foi o primeiro filho de Zilpa, a serva de Lia (v. 19). O velho patriarca reconheceu que o espírito corajoso e guerreiro de Gade seria forte ajuda para o seu povo na vida em Canaã. Jacó predisse que Gade precisaria de toda sua astúcia, coragem e persistência na luta, pois seria continuamente molestado por ataques das tribos do deserto. Bandos de saqueadores fariam pressão contra ele. Jacó fez uso de um jogo de palavras Gade que significa tropa – para indicar a ferocidade e a crueldade dos atacantes do deserto. Ele profetizou que Gade seria vitorioso e seria capaz de expulsar o inimigo. Depois da conquista da Palestina, a tribo de Gade ficou localizada a leste do Jordão, e ocupou um território que tinha por vizinhos os amonitas e os moabitas, inimigos históricos do povo de Israel.

2.3. Aser, o segundo filho de Zilpa, tem um nome que significa feliz (v. 20). Na bênção sobre Aser Jacó profetizou sobre a fertilidade do território ocupado por sua descendência.

Jacó o descreveu em um campo fértil, onde o trigo, o vinho e o azeite seriam produzidos em quantidades abundantes. Seria próspero e rico. As guloseimas que produziria seriam próprias da mesa de um rei. (Até os reis de Tiro e Sidom haveriam de querê-las.) A tribo de Aser testemunhou o cumprimento desta profecia patriarcal.

2.4. Naftali, o segundo filho de Bila, demonstraria um notável amor à liberdade; ele era uma gazela solta, disse Jacó (v. 21). Na sequência Jacó abençoou Naftali comparando a um animal selvagem, rápido e gracioso que se deleita com a liberdade das montanhas cobertas de bosques e dos vales abertos. Sua descendência seria como uma gazela solta. A tribo de Naftali era ágil no aspecto militar. Baraque, por exemplo, era um descendente de Naftali. Em Jz 5.18 lemos: “Zebulom é povo, que expôs a sua vida à morte, como também Naftali”.

3. As bênçãos sobre os filhos de Raquel (Gênesis 49.22-27).

3.1. José, o primeiro filho de Raquel, recebeu os mais altos louvores dentre todos os filhos (v. 22). Na parte final das bênçãos registradas em Gênesis 49 temos as bênçãos de Jacó endereçadas a José. Ele foi o primeiro a ser abençoado, que recebeu em lugar de Rúben o direito de primogênito. Por isso José não se originou apenas uma tribo, mas duas tribos através de seus filhos Manassés e Efraim. A tribo de Efraim se tornou a mais importante dentre as tribos do norte de Israel.

Um homem de visão, de sonhos, de força moral e espiritual, ele foi um exemplo do melhor que há nas vidas do V.T. Em seus diversos desempenhos, como filho, irmão, escravo e administrador, ele demonstrou seu caráter superior através de sua imutável lealdade para com o seu Deus.

Jacó chamou José de ramo frutífero. O hebraico para contém um jogo de palavras como nome de “Efraim”. A referência é a uma árvore ou videira que cresce vigorosamente, com a ideia de vitalidade ou juventude. Como resultado de ter sido plantada junto a uma fonte rumorejante, continuaria a crescer e dar fruto. Numa terra seca, a água fazia diferença entre a esterilidade e a fertilidade. A humildade garantia a fertilidade. Uma árvore assim fortalecida podia lançar seus ramos e suas gavinhas sobre o muro, partilhando com o mundo da abundância de seus frutos.

Como resultado desta excepcional prosperidade, José podia esperar inveja amarga e hostilidade (v. 23). Os flecheiros estariam ocupados em furiosos ataques. Isto foi verdade no começo da vida de José, quando seus irmãos, animados pela inveja e ódio procuraram destruí-lo. Muitos anos mais tarde, na terra de Canaã, as tribos de Efraim e Manassés encontrariam oposição e perseguição. Teriam de conservar uma fé operante no Senhor dos exércitos, que comprovou-se um Deus Todo suficiente. José O conhecia e descansava n’Ele em cada emergência. Dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem.

O seu arco, porém, permanece firme (vs. 24,25). Nas vitórias de José houve evidências da firmeza desse arco e da agilidade de suas mãos, do poder especial concedido pelo Senhor. Jacó predisse que esta mesma ajuda sobrenatural poderia ser esperada nas colinas da Palestina. A palavra traduzida para firme, ou firmado na força, poderia ser traduzido para impassível, permanente, ou sempre abundante. Jacó usou os títulos, o Poderoso de Jacó... Deus de teu pai ... Todo-poderoso (El Shadday), para descrever o braço que seria tão poderoso, tão digno de confiança, tão rápido e ágil, que nenhum inimigo lhe poderia resistir. Com fé simples ele entregou a tribo de José nas mãos divinas, e com fé confiante predisse certas vitórias sobre os inimigos que o aguardavam. Além dos poderes especiais para lidar com os inimigos, os descendentes de José receberam a promessa de bênçãos abundantes. De cima, eles teriam chuva e orvalho abundante. De baixo, o solo seria suprido com os ingredientes que produziriam o alimento e as colheitas. Por dom divino

especial, a fertilidade entre os homens e os animais garantiria a fertilidade sem limites da família.

Jacó adotou os dois filhos de José para que fossem contados entre seus filhos (Gn 48.5). Dessa forma, os filhos de José receberam o direito à herança conforme os irmãos de José; e com isso o próprio José acabou recebendo a porção dobrada da herança através de seus filhos. Isso resultou no fato de que as descendências dos dois filhos de Raquel, José e Benjamim, formaram três tribos em Israel e herdaram três territórios na Terra Prometida.

Resumindo, José seria sempre considerado um príncipe entre seus irmãos (distinguido entre seus irmãos). (v. 26). O hebraico nezir indica “alguém separado”, ou “alguém que é separado ou consagrado para importantes obrigações”. O nazireu era um homem que havia sido oferecido a Deus e, através de voto especial, ficava-Lhe irrevogavelmente entregue. Efraim, seu filho, teria as qualidades necessárias para a santa dedicação e realizaria o propósito divino de alguém que foi escolhido para pôr em ação os princípios tão lindamente exemplificados por José. Ele foi o príncipe entre as tribos de Israel.

3.2. Benjamim, o filho mais moço de Raquel, caracterizava-se como um lobo feroz e perigoso que faria grandes estragos (v. 27). O lobo é alerta e furtivo em seus movimentos. De noite ele entra sorrateiramente entre as ovelhas e foge com a sua presa. O hebraico teiraf significa rasgar em tiras. Fala de crueldade selvagem. Os lobos do início da noite podem ser tão selvagens e destruidores como aqueles da madrugada. Em qualquer momento estão prontos para os ferozes negócios do comportamento desumano.

Embora a tribo de Benjamim tenha sido uma tribo numericamente pequena, tornou-se importante e conhecida nos tempos bíblicos por sua bravura militar. Eude Eúde, Saul e Jônatas estão entre os descendentes de Benjamim, os quais evidenciaram seus poderes guerreiros. Os homens desta tribo tornaram-se famosos pelos seus arqueiros e seus lanceiros (cons. Jz. 5.14; 20.16). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo também era descendente dessa mesma tribo.

Nas bênçãos de Jaco, podemos perceber que pequenos atos impensados em nossa vida, podem fazer a diferença mais adiante. Atitudes precipitadas, como as de Rubem, Simeão e Levi influenciaram nas bênçãos recebidas. Se Deus nos chamasse hoje, o que Ele teria a dizer com relação a nossa conduta, o nosso caráter. Será que seriamos aprovados? Em breve teremos que comparecer perante o tribunal de Deus, e então saberemos como Deus nos enxerga.

III. A MORTE DE JACÓ Gn 49.28-33.

1. As últimas instruções de Jacó. A parte final de Gênesis 49 traz algumas informações complementares sobre as últimas instruções de Jacó. O texto bíblico informa que Jacó abençoou seus filhos segundo as bênçãos que lhes cabiam (Gn 49.28).

Depois Jacó externou sua vontade de ser sepultado junto com seus pais, na caverna comprada por Abraão no campo de Macpela. Ali estavam sepultados seus avós, Abraão e Sara, seus pais, Isaque e Rebeca, e Lia, sua primeira esposa (Gn 49.29-32). Gênesis 49 termina explicando que após Jacó ter dado as últimas instruções a seus filhos, morreu em sua cama (Gn 49.33).

Jacó deveria morrer, mas morreria na fé. O pedido para ser enterrado em Canaã revelou a sua fé nas futuras promessas de Deus. Ele desejava ser enterrado onde as tribos de Israel um dia viveriam e governariam.

2. Duas coisas a respeito da morte devem ser notadas aqui:

2.1. A morte reúne a nossa alma com o nosso povo. Quem é o seu povo?

2.2. O enterro é enfatizado porque um dia o corpo será ressuscitado. Os Cristãos sabem que Deus tem um plano futuro para o corpo (Fl 3.21).

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada ACF - Almeida Corrigida Fiel. Sociedade.

2. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de Estudo Palavra Chave. Hebraico e Grego. 4ª Edição. Editora CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

3. ANDRADE Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.

4. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões Reais, Respostas Precisas, Fé Solidificada. RJ: CPAD, 2010.

5. Bíblia online - NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

6. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.

7. BÍBLIA EXPLICA – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

8. BÍBLIA SAGRADA. Referências e anotações. Dr. C. I. Sscofield. Impressão Batista Regular do Brasil.

9. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal R.C. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

10 Bíblia de Estudo Plenitude – Revista e Corrigida - S.B. do Brasil.

11. BÍBLIA PENTECOSTAL. Trad. João F. de Almeida – CPAD Rio de Janeiro.

12. HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011.

13. HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1ª ed., RJ: CPAD, 2006.

14. HARRISON Charles F. Pfeiffer e Everett F. Comentário Bíblico Moody Volume 1. Genesis a Deuteronômio. Batista Regular; 1ª edição - 16 maio 2017.

15. Estudo bíblico sobre o livro de Genesis. https://estiloadoracao.com/genesis-49-estudo/ acesso dia 12/05/2021.

Pr. Elias Ribas



quarta-feira, 12 de maio de 2021

AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ PARA OS FILHOS DE JOSÉ

 


Gênesis 48 é o capítulo da Bíblia registra a bênção de Jacó a José e seus filhos. O estudo bíblico de Gênesis 48 ainda revela como mais uma vez na família da aliança o filho mais novo recebeu a maior bênção em lugar do filho mais velho.

Jacó era o patriarca da família, o que significa que era o pai ou o cabeça da família. Como profeta e autoridade presidente do sacerdócio, Jacó tinha autoridade para conceder bênçãos semelhantes às que hoje conhecemos como bênçãos patriarcais. Jacó estava velho, José levou seus dois filhos, Manassés e Efraim, para visitá-lo.

Um pai que possua o Sacerdócio de Melquisedeque pode dar bênçãos de cura ou de consolo e conselho para os filhos a qualquer momento.

A bênção patriarcal contém uma declaração da linhagem na casa de Israel daquele que a recebe, bem como orientações para ajudá-lo a dirigir sua vida de acordo com a vontade do Pai Celestial.

1. Jaco ou Israel adoece. José foi informado do estado de seu pai e foi visita-lo levando seus dois filhos, Manassés e Efraim, com a intenção de fazer seu pai abençoar seus filhos.

A enfermidade de Jacó (Gn 48.1-10) A Bíblia não revela qual foi a enfermidade que acometeu a Jacó, mas diz que naquela ocasião ele era um homem muito idoso, com aproximadamente 147 anos (Gn 47.28).

2. Jacó abençoa os filhos de José e dá a primogenitura a Efraim. Gênesis 48.13,14 “E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. 14- Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito.”

Mais uma vez um ciclo se completa: desde a bênção que Jacó recebe de seu pai cego até o momento em que ele próprio abençoa os filhos de José (acontecimento descrito em Hb 11.21 como ato de fé). sem maior dificuldade, as mãos de Jacó se cruzaram para expressar que a bênção de Deus recaía sobre o filho novo, em acentuado contraste com a história de Jacó e Esaú no cap. 27- Efraim e Manassés foram considerados filhos do próprio Jacó, fazendo com que José desfrutasse de uma herança dupla.

A bênção proferida por Jacó se dirige a um futuro distante, quando os descendentes destes doze ocupariam a Terra Prometida. Para os territórios, veja Josué caps. 13 ao 22 e mapa.

2.1. Que mão Jacó colocou na cabeça de Efraim? A mão direita..., na época de Jacó, a mão direita do patriarca geralmente era colocada sobre a cabeça do primogênito, simbolizando que a bênção da primogenitura pertencia a ele.

O texto diz que José tomou Efraim, seu filho caçula, e colocou à esquerda de Jacó; bem como tomou seu filho mais velho, Manassés, e colocou à direita de Jacó (Gn 48.11-13). Na bênção tradicional, o filho mais velho era abençoado com a mão direita, enquanto que o filho mais novo, com a esquerda.

3. José reagiu ao modo como Jacó impôs as mãos em seus filhos. Por que Jacó colocou a mão direita sobre a cabeça de Efraim? O que podemos aprender sobre as bênçãos patriarcais com a bênção que Jacó deu a seus netos? As bênçãos patriarcais são dadas por inspiração de Deus.

As promessas contidas na bênção patriarcal são condicionais à fidelidade daquele que a recebe.

Mas o texto bíblico diz que Jacó cruzou as mãos, invertendo assim a ordem natural e surpreendendo a José. Portanto, Jacó deu a Efraim a bênção principal, mesmo Manassés sendo o primogênito (Gn 48.14). Com as mãos sobre Efraim e Manassés, Jacó abençoou a José, indicando que seus filhos ocupariam um lugar de destaque na família da aliança como líderes tribais (Gn 48.15).

Séculos mais tarde vemos o cumprimento desta profecia pois:

“a tribo de Manassés marchou debaixo do estandarte de Efraim no deserto” (Nm 2.18-24).

Josué, líder do povo de Israel depois de Moisés, veio da tribo de Efraim.

Depois da divisão do reino nos tempos de Jeroboão, a tribo de Efraim (como predito no versículo 19) tornou-se tão predominante no reino do norte, que seu nome foi identificado com Israel (Is 7.2; Os 4.17; 13.1).

Jacó deu aos filhos de José por herança mais terras em Canaã do que seus outros filhos teriam. Este foi um presente pessoal de um declive montanhoso onde estava Siquém (Js 24.32), perto de Sicar na futura Samaria (Jo 4.5). Jacó primeiro comprou o terreno de um amorreu, depois teve que retomá-lo à força. Hoje é disputado entre os palestinos e o país de Israel.