TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

A DOUTRINA DOS ANJOS (ANGELOLOGIA)



Anjos são Mensageiro de Deus (1º Rs 19.5-7).
Os anjos são espíritos que servem a Deus e ajudam os salvos (Hb 1.14).
Foram criados santos, mas alguns se revoltaram contra Deus (Jd 6; 2ª Pe 2.4).
Em algumas passagens bíblicas Deus e o Anjo do SENHOR (de Javé) são a mesma pessoa (Gn 16.7-13; 22.11-18; Êx 3.2-22; Jz 6.11-24).

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O QUE SÃO ANJOS? Mateus 1.18-25 - Projetando ele isto, em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. (Mt 1.20).

1. Os anjos são seres criados para o propósito de Deus.
- A concepção e o nascimento de Jesus Cristo são eventos sobrenaturais, além do raciocínio ou da lógica humana (Mt 2.13, 19; Lc 1.11, 26; 2.9).

- Anjos são seres espirituais criados por Deus que ajudam a levar a sua obra aqui na terra.
Eles trazem as mensagens de Deus para as pessoas (Lc 1.26), protegem o povo de Deus (Dn 6.22), encorajam as pessoas (Gn 16.7), dão orientação (Êx 14.19), executam punições (2º Samuel 24.15-17), patrulham a terra (Zc 1.9-14) e lutam contra a força do mau (2º Rs 6.16-18; Ap 20.1-2).

- Existem anjos bons e maus (Ap 12.7), mas porque os anjos maus estão aliados com o diabo, ou Satanás, eles tem menos poder e autoridade do que anjos bons. Eventualmente, o maior papel dos anjos vai ser de oferecer louvores a Deus (Ap 7.11-12; Lc 1.5-20 - Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e dar-te estas alegres novas. (Lc 1.19).

2. Os anjos servem como mensageiros de Deus.
- Os anjos são seres espirituais que vivem na presença de Deus e fazem a sua vontade. Somente dois anjos são mencionados pelo nome nas escrituras - Miguel e Gabriel - mas há vários que atuam como mensageiros de Deus.

- Aqui, Gabriel deu uma mensagem especial a Zacarias (1.19). Isso não foi um sonho ou uma visão.

- O anjo apareceu numa forma visível e falou palavras audíveis para o sacerdote (Mt 18.10-14) Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos. Pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.

3. A obra dos anjos bons em geral. Eles estão diante de Deus e O adoram (Sl 148.2; Hb 1.6; Ap 5.11-12). Eles protegem e livram o povo de Deus (Gn 19.15-22; Sl 91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19; 12.11). É bom observar que os anjos, especialmente, são enviados para servir aos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Eles guiam e encorajam os servos de Deus (Mt 28.5-7; At 8.26; 27.23-24). Os anjos interpretam a vontade de Deus para os homens (Dn 7.6; 10.5-14; Zc 1.9, 13-14, 19). Eles executam o juízo contra indivíduos e nações (Gn 19.11-13; At 12.23; Ap 16.2-21). Os anjos levam os salvos para o lar quando dormem em Cristo (Lc 16.22).

4. Os anjos tem várias funções.
Os anjos são seres espirituais criados por Deus e debaixo de sua autoridade (Cl 1.16).
Eles tem várias funções: servir aos que creem (Hb 1.14), proteger os necessitados (Mt 18.10), proclamar a mensagem de Deus (Ap 14.6-12) e executar a punição de Deus (At 12.1-23; Ap 20.1-3).

II. CONCEITOS BÍBLICOS
ANGELOLOGIA: Doutrina dos Anjos (Mensageiros de Deus à serviço de Israel e da Igreja de Jesus):

ANJOS: Existência ensinada nos 34 livros da Bíblia; ocorre 286 vezes. Cristo sabia deles e ensinava várias vezes (Mt1 8.1 26.53).

NO ANTIGO TESTAMENTO
מלאך / מַלאָך Kalm mal’ak – Significa mensageiro ou representante entre Deus e o Homem (o anjo teofânico). (Gn 19.1).

NO NOVO TESTAMENTO
Aggelos - trazer notícias - um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus (Mt 4.6).

III. QUANTO À CRIAÇÃO
Representa 3 Características Importantes:
1. Fato (C1 1.16).
2. Tempo (Jo 38.6-7).
3. Estado (Judas 6).

IV. NATUREZA
1. Criaturas. Criados, antes do homem, pelo poder de Deus, cujo “Pai” é Deus (Jó 1.6). Recusam adoração (Ap 19.10) e ao homem é proibido adorá-los (Cl 2.18).

2. Espíritos. não limitados às condições naturais e físicas, muito rápidos; aparecem e desaparecem à vontade; podem assumir formas humanas visíveis. (Gn 19.1-3; Hb 1.4).

3. Imortais-não estão sujeitos à morte (Lc 20.34-36).

4. Numerosos. Número muito grande (Dn 7.10; Mt 26.53; Lc 2.13; Hb 12.22); Deus é o Senhor dos Exércitos.

5. Sem sexo. Apesar de descritos como varões, significando autoridade, não propagam sua espécie (Gn 18.1-2; Mc 12.25; Lc 20.34,35).

6. Podem se aparentar e falar com os homens (Zc 5.9).

7. Distintos dos seres humanos (Sl 8.4-5).

8. Poderosos (2ª Pe 2.11; Sl 103.20).

V. PERSONALIDADE
Têm:
1. Intelecto (1ª Pe 1.12).
2. Emoções (Lc 2.13).
3. Vontade Própria (livre arbítrio) (Jd 6).

VI. CARÁTER
1. Obedientes. Não questionam nem vacilam (Sl 103.20; Jd 6 e 1ª Pe 3.22).

2. Reverentes. Adoradores (Ne 9.6; Fl 2.9-11; Hb 1.6).

3. Sábios. Como um anjo...p/ discernir o bem e mal (2º Sm 14:17). Sua inteligência excede às dos homens aqui; não discernem os pensamentos (1º Rs 8.39); Seus conhecimentos dos mistérios da graça são limitados (1ª Pe 1.12).

4. Mansos. Sem ressentimentos ou injúrias (2ª Pe 2.11 Jd 9).

5. Santos. Separados por Deus para Ele - Anjos Santos. (Ap 14.10).

VII. CLASSIFICAÇÃO
Em posto e atividade (exércitos) (1ª Pe 3.22); anjos, autoridades, potências...” (Cl 1.16; Ef 1.20,21).

1. Anjo do Senhor. Ser incriado: Nome dado ao Senhor Jesus, antes de ser encarnado em Maria. Características: Pode perdoar ou reter pecados (Is 63.9; Êx 23.21).
- O Nome de Deus está n’Ele - Seu Caráter revelado (Êx 23.20-23) e a presença de Deus-Rosto de Jeová – (Êx 32.34; Êx 33.14; Is 63.9); Jacó identificou o anjo como o próprio Deus (Gn 32.24-30; 48.15,16).

2. Arcanjo. O arcanjo Miguel é mencionado como o anjo principal (Jd 9; Ap 12.7;1ª Ts 4.16), como protetor da nação israelita (Dn 12.1).
Gabriel é mencionado como classe muito elevada, diante de Deus (Lc 1.19), como mensageiro importante do Reino de Deus (Dn 8.16; 9.21).

3. Primeiros Príncipes. (Principados) ou Anjos das Nações (Dn 10.13). Cada nação tem seu anjo protetor, podendo ser bom ou mal (Ef 3.10; Cl 2.15; Ef 6.12).

4. Anjos Eleitos. Anjos que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de satanás (1ª Tm 5.21; Mt 25.41).

5. Querubins Querubim do Hebraico כרוב – “keruv” ou do plural כרובים - keruvim) é uma criatura sobrenatural, espiritual, mencionada várias vezes no Tanakh (ou o Antigo Testamento), em livros apócrifos e em muitos escritos judaicos.
- Keroubim - Classe elevada de anjos com propósitos retribuitivos (Gn 3.24) e redentores (Êx 25.22).
- Rostos implicam perfeição de criaturas (Rostos): força de leão; inteligência de homem; rapidez de águia; serviço semelhante ao do boi. (Assegura-se que a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção (Rm 8.21).
-Ligados à santidade de Deus.

6. Serafins. Serafim segundo a Angelologia, um anjo de seis asas.
É comumente aceito como a primeira posição na hierarquia celestial dos anjos, os que estão mais próximos de Deus. A palavra hebraica Saraf (שרף) significa “queimar” ou “incendiar”, talvez uma alusão a tradições bíblicas onde Deus é comparado a um “fogo” ou mesmo a um “fogo consumidor”. A referência bíblica para “serafim” está em Isaías 6.1-2. Ordem elevada de anjos com ardente amor a Deus. São ligados à adoração a Deus.

VIII. OBRA E MINISTÉRIOS
1. Agentes de Deus. Executores de pronunciamentos de Deus (Gn 3.24; Nm 22.22-27; Mt 13.39-41,49; 16.27; 24.31; Mc 13.27; Gn 19.1; 2º Sm 24.16; 2º Rs 19.35; At 12.23).

2. Mensageiros de Deus (Anjo significa literalmente “mensageiro”). Por meio dos anjos, Deus envia:
2.1. Anunciações: (Lc 1.11-20; Mt 1.20,21).
2.2. Advertências (Mt 2.13; Hb 2.2).
2.3. Instrução (Mt 28.2-6; At 10.3; Dn 4.13-17).
2.4. Encorajamento (At 27.23; Gn 28.12).
2.5. Revelação (At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Dn 9.21-27; Ap 1.1).
2.6. Servos de Deus. Espíritos ministradores enviados para:
a) Servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14).
b) Sustentar (Mt 4.11; Lc 22.43; 1º Rs 19.5).
c) Preservar (Gn 16.7; 24.7; Êx 23.20; Ap 7.1).
d) Resgatar (Nm 20.16; Sl 34.7; 91.11; Is 63.9; Dn 6.22; Gn 48.16; Mt 26.53.
d) Interceder (Zc 1.12; Ap 8.3,4).
e) Para servir aos justos depois da morte (Lc 16.22).

OBSERVAÇÃO: “Doutrina de Anjos Protetores” com base em Mt 18.10 e At 12.1 5, os cristãos primitivos acreditavam que cada crente teriam um anjo especial designado para guardá-lo e protegê-lo durante a vida; a única coisa que se sabe é que promessas de ajuda por parte de anjos são numerosas e claras para ajudar os crentes.

CUIDADO: Anjos de Deus não entram em corpos de crentes, pois têm corpo celeste; Quando se diz que alguém foi usado como anjo, “mistérios de Deus”, implica que o Espírito Santo usou como anjos “mensageiros” e nunca que o anjo entrou em alguém. Evangelho não é espiritismo.

IX. DESCREVENDO OS MINISTÉRIOS

1. Quanto a Jesus Cristo.
1.1. Predisseram nascimento (Lc 1.26-33).
1.2. Anunciaram nascimento (Lc 2.13).
1.3. Protegeram a criança (Mt 2.13).
1.4. Fortaleceram Jesus após tentação (Mt 4.11).
1.5. Preparados para defende-lo (Mt 26.53).
1.6. Confortaram-no no Getsemani (Lc 22.43).
1.7. Rolaram a Pedra do Sepulcro (Mt 28.2).

2. Quanto aos crentes (igreja).
2.1. Ministério Geral de Ajuda (Hb 1.14).
2.2. Envolvidos com respostas de orações (At 12.7).
2.3. Observam as experiências dos Crentes (1ª Co 4.9; 1ª Tm 5.21).
2.4 Encorajam nas horas de perigo (At 27.23-24).
2.5. Interessados nos esforços evangelísticos dos crentes (Lc 5.10; At 8.26).
2.6. Ministram aos justos na hora de sua morte (Lc 16.22; Jd 1.9).

3. Quanto às nações.
3.1. Miguel. Relacionamento estreito com Israel (Dn 12.1).
3.2. Anjos: agentes de Deus na execução de sua providência (Dn 10.21).
3.3. Anjos estão envolvidos nos juízos da Tribulação (Ap 8, 9, 16).

4. Quanto aos descrentes.
4.1. Anunciam juízos iminentes (Gn 19.13; Ap 14.6- 7).
4.2. Infligem o juízo divino (At 12.23).
4.3. Agem como ceifeiros na separação definitiva no fim dos tempos (Mt 13.39).

X. A OBRA DOS ANJOS

1. A obra dos anjos bons.
1.1. A obra dos anjos bons em relação à vida e ministério de Cristo. O anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus (Lc 1.26-38). Um anjo garantiu a José que “o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). Os anjos anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus em Belém (Lc 2.8-15). Os anjos vieram e serviram a Cristo após a tentação no deserto (Mt 4.1). Um anjo do céu apareceu e confortou Jesus no Getsêmani (Lc 22.43). Um anjo removeu a pedra que fechava o sepulcro de Jesus e falou às mulheres que Ele havia ressuscitado (Mt 28.2-7). Os anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.9-11). Os anjos acompanharão o Senhor Jesus, quando Ele vier pela segunda vez (Mt 16.27; 25.31).

1.2. A obra dos anjos bons em geral. Eles estão diante de Deus e O adoram (Sl 148.2; Hb 1.6; Ap 5.11-12). Eles protegem e livram o povo de Deus (Gn 19.15-22; Sl 91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19; 12.11). É bom observar que os anjos, especialmente, são enviados para servir aos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Eles guiam e encorajam os servos de Deus (Mt 28.5-7; At 8.26; 27.23-24). Os anjos interpretam a vontade de Deus para os homens (Dn 7.6; 10.5-14; Zc 1.9, 13-14, 19). Eles executam o juízo contra indivíduos e nações (Gn 19.11-13; At 12.23; Ap 16.2-21). Os anjos levam os salvos para o lar quando dormem em Cristo (Lc 16.22).

1.3. A obra futura dos anjos. O arrebatamento da Igreja será acompanhado da “voz do arcanjo” (1ª Ts 4.16). Os anjos reunirão os eleitos quando Cristo retomar (Mt 24.31). Eles separarão os verdadeiros dos falsos quando da vinda do Senhor (Mt 13.39-50). Um anjo prenderá e lançará o diabo no abismo por mil anos (Ap 20.1-3). Doze anjos estarão diante das portas da Nova Jerusalém (Ap 21.12).

2. A obra dos anjos maus.
2.1. Eles se esforçam para separar o crente de Cristo (Rm 8.38-39).
2.2. Eles se opõem aos anjos bons em sua obra (Dn 10.1-2, 13, 20-21).
2.3. Os anjos maus cooperam com Satanás na execução dos planos e propósitos dele (Mt 25.41; Ef 6.12; Ap 12.7-12).

3. A obra dos demônios.
Fica bem claro que os demônios constituem uma ordem distinta dos anjos maus, e que os demônios, espíritos imundos e espíritos maus, são uma só coisa. Tais são as suas obras: Eles causam moléstias (Jó 2.1-8; Mt 9.33; 12.22; Lc 13.11,16). Os demônios causam distúrbios mentais (Lc 8.26-39). Não esqueçamos que as Escrituras não atribuem todos os distúrbios mentais à obra dos demônios. Eles levam muitos à impureza moral (Mt 12.43; Mc 1.23-27; 3.11; Lc 4.33-36). Eles são, sem dúvida, os autores de muitos dos pensamentos imundos, linguagem imunda e má conduta de muitos homens nos dias de hoje. Os demônios disseminam falsas doutrinas (1º Re 22.21-23; 2ª Ts 2.1-4; 1ª Tm 4.1-2). Eles se opõem aos crentes em seu progresso espiritual, travando assim uma verdadeira guerra espiritual (Ef 6.10-18). Os demônios às vezes tomam posse de seres humanos e até mesmo de animais (Mt 4.24; Lc 8.2, 27, 30, 33; At 8.7).

4. A obra de Satanás.
A obra de Satanás é conhecida nos diversos nomes que lhe são dados, pois, cada um deles expressa uma qualidade do caráter ou um método de ação ou as duas coisas, por exemplo: como “Satanás”, ele se opõe (adversário); como “diabo”, ele acusa e difama; como “tentador”, ele tenta levar os seres humanos a cometerem pecados. Além disso, a Bíblia revela a natureza de sua obra diretamente. O objetivo primordial de Satanás está expresso em Is 14.14: “Serei semelhante ao Altíssimo”. As Sagradas Escrituras mostram que ele tem poder, um trono e grande autoridade (Mt 4.8-9; Ap 13.2). Para conseguir realizar o seu propósito, ele tentou matar o menino Jesus (Mt 2.16; Ap 12.4-5). Não dando certo, ele tentou levar o Senhor Jesus a adorá-lo (Lc 4.6-7). Mas, Jesus não fracassou diante de suas tentações. Satanás emprega vários métodos para a realização dos seus propósitos. Como ele não pode atacar a Deus diretamente, ataca o homem, que foi criado à imagem e conforme a semelhança de Deus (Gn 1.26-27). A Bíblia Sagrada menciona os seguintes métodos usados por Satanás: mentir (Jo 8.44; 2ª Co 11.3); tentar (Mt 4.1); roubar (Mt 13.19); atormentar (Jó 1.2); dificultar (Zc 3.1; 1ª Ts 2.18); peneirar (Lc 22.31); imitar (Mt 13.25; 2ª Co 11.14-15); acusar (Ap 12.9-10); fazer adoecer (Lc 13.16 cf 1ª Co 5.5); possuir (Jo 13.27); matar e devorar (Jo 8.44); (1ª Pe 5.8). O crente não deve ignorar a sua astúcia (2ª Co 2.10-11), mas deve ser sóbrio e vigilante, e resistir a ele (Ef 4.27; Tg 4.7). Os cristãos não devem falar levianamente a respeito dele (Jd 8, 9), mas se revestir da armadura de Deus e se firmar contra ele (Ef 6.10-18).

O nome “Satanás” revela-o como “adversário”, não primeiramente do homem, mas de Deus (Rm 16.20). Ele maquina a destruição do ser humano, razão pela qual é chamado -Abadom e Apo1iom - “destruidor” (Ap 9.11). Depois da entrada do pecado no mundo, ele se tornou - o diabo “acusador” (Ap 12.10), acusando continuamente o povo de Deus. Ele é apresentado nas Escrituras Sagradas como o originador do pecado (Gn 3.1-6; Jo 8.44; 2ª Co 11.3; Jo 3.8; Ap 12.9; 20.10). Satanás aparece na Bíblia como chefe dos anjos que caíram (Mt 9.34; 25.41; Ef 2.2). É também chamado repetidamente de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); “o deus deste século” (2ª Co 4.4). Não significa que ele detém o controle do mundo, pois é Deus que o controla (Sl 103.19), mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus. Isto está claramente descrito em Efésios 2.2, onde ele é chamado de “o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (ARC).

XI. O DESTINO DOS ANJOS

1. O destino dos anjos bons.
Temos razões de sobra para crer que os anjos bons continuarão servindo a Deus por toda a eternidade. Na visão que João teve da Nova Jerusalém, que certamente pertence a uma época futura, e que está destinada a continuar para todo sempre juntamente com o novo céu e a nova terra (Ap 21.1-2), ele viu anjos diante das doze portas da cidade (Ap 21.12). Não esquecendo de que em Ap 5.11, João viu e ouviu a voz de muitos anjos bons (é claro) ao redor do trono de Deus; se lá estão é porque são fiéis, sendo fiéis, eles servirão ao Senhor eternamente.

2. O destino dos anjos maus.
O Senhor Jesus foi bastante claro ao dizer que o destino dos anjos maus é o lago de fogo (Mt 25.41). Enquanto isso, alguns deles são mantidos acorrentados na escuridão até o dia do seu julgamento (2ª Pe 2.4; Jd 6). Como o criminoso que foi preso em seu delito culposo e mantido na prisão, aguardando o dia em que será sentenciado oficialmente e levado para sofrer a pena da condenação por seu crime. Quando Cristo voltar, os crentes tomarão parte no julgamento dos anjos maus (1ª Co 6.3).

3. O destino de Satanás.
Podemos fazer um breve traçado da história de Satanás do princípio ao fim. Primeiro o vemos no céu (Is 14.12-15; Ez 28.13-17). Ninguém pode dizer por quanto tempo ele viveu gozando do favor de Deus, mas veio a hora em que ele e muitos outros anjos caíram (Is 14.13-15). Encontramos ele no jardim do Éden, por meio de uma serpente (Gn 3.1-15). Aqui ele se tornou o agente da queda do homem. Em seguida, nós o encontramos no ar, tendo acesso tanto ao céu como a terra (Jó 1.6,7; 2.1,2; Ef 2.2; 6.12). Em seguida, notamos que no futuro ele deverá ser lançado na terra (Ap 12.9-12). Aparentemente, isto acontecerá durante a grande tribulação. Podemos observar que sua presença na terra dessa vez será “curta”. Da terra ele será lançado no abismo (Ap 20.1-3). Isto acontecerá quando Cristo voltar a terra, em poder e glória, para estabelecer Seu reino milenial. Satanás será acorrentado e confinado ao abismo por mil anos. Então, será solto por “pouco tempo”, durante o qual tentará frustrar os propósitos de Deus na terra (Ap 20.3, 7-9). Mas, descerá fogo do céu e destruirá os exércitos que ele reunirá. O destino de Satanás será o fogo eterno preparado para ele e seus anjos, onde “serão atormentados para todo o sempre” (Mt 25.41; Ap 20.10).

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A NATUREZA DOS ANJOS



TEXTO ÁUREO
“Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra.” (Sl 103.20).

VERDADE PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e celestiais a serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a salvação.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.26-35 “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. 30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, 31 E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33 e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. 34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”

INTRODUÇÃO. “Os anjos estão presentes na Bíblia desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, e o número deles é incontável. Eles apareceram a muitas pessoas na história do povo de Deus, trazendo uma missão específica. A presente lição pretende mostrar que eles não são mitos nem lendas, mas seres reais, e continuam atuando na vida da Igreja.”

- Estamos sendo treinados para passarmos a eternidade com o Senhor e ao lado destes seres criados para servir, então será muito útil aprendermos tudo o que pudermos a partir das Escrituras sobre os anjos e elas indicam que no céu nos uniremos aos anjos para adorar a Deus ao redor do Seu trono. Apocalipse 4 descreve a primeira cena que João testemunhou em sua visão do céu: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (Ap 4.4). Os anciãos representam a igreja. O fato de haver lugares permanentes para eles indica que o povo redimido de Deus perpetuamente adorará ali ao lado dos anjos. O escritor de Hebreus diz que os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir os que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Deus ordena aos Seus anjos que cuidem dos Seus santos, mas não há apoio escriturístico que apontem anjos governando nem sobre eles ou receberem adoração. Os anjos, como servos de Deus, interferem de tempos em tempos nos assuntos humanos, mas a forma como isso acontece, sabemos muito pouco. Na verdade, a Bíblia não revela tudo o que gostaríamos de saber sobre os anjos. Os anjos são seres espirituais que podem, até certo ponto, assumir forma humana. A maior coisa que podemos aprender dos anjos é sua obediência instantânea e sem questionamentos às ordens de Deus. “A existência dos anjos, conforme veremos a  partir de agora,  é  claramente demonstrada pelo ensino, tanto  do  Antigo, quanto do Novo Testamentos. São inúmeros os textos do AT que comprovam a realidade da existência dos anjos (Gn 32.1,2; Jz 6.11ss; 1º Rs 19.5; Ne 9.6; Jó 1.6; 2.1; Sl 68.17; 91.11; 104.4; Is 6.2,3; Dn 8.15-17). Nos textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas funções principais de servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de Deus, obedecer Sua vontade, executar a vontade de Deus, e também como guerreiros. No contexto do NT, os anjos não são apresentados simplesmente como “mensageiros de Deus”, mas também como “ministros aos herdeiros da salvação” (Hb 1.14). Outrossim, a existência dos anjos é apresentada de maneira inequívoca no NT (Mt 13.39; 13.41; 18.10; 26.53; Mc 8.38; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16; 2ª Ts 1.7; Hb 1.13,14; 12.22; 1ª Pe 3.22; 2ª Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9.) (CACP). O termo teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do grego angelos, “anjo” e logia, “estudo”, “dissertação”). Angelologia, se constitui, portanto, de doutrina específica dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos. Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. OS ANJOS
1. Quem são eles? Os anjos são uma classe de seres criados por Deus, assim como os seres humanos foram também criados. A palavra “anjo” chegou à nossa língua pelo latim angelus, uma transliteração do termo grego angelos, que a Septuaginta empregou para traduzir o hebraico mal'ak, “mensageiro, anjo”. Na nossa cultura, quando se fala em anjo, todos entendemos o que isso significa; vêm à nossa mente os seres espirituais e sobrenaturais que habitam o céu. Mas o termo tem significado mais amplo.”

- Os anjos foram criados por Deus (Sl 148.2 e 5); O fato de serem criaturas está implícito em 1ª Timóteo 6.16. O tempo da criação dos anjos é deixado indefinido na Bíblia, apenas sabemos que quando foram lançados os fundamentos da Terra os anjos já existiam (Jó 38.4,7; Is 14.12); são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. Em nenhum lugar a Bíblia afirma que os anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus, como foram os humanos (Gn 1.26). Interessante notar que Jesus ensinando sobre nosso estado na ressurreição “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22.30) assevera que nós seremos “como os anjos” - espírito, e não anjos.
  
2. Os gregos e os romanos. O mundo grego usava angelos para um mensageiro ou embaixador em assuntos humanos, alguém que fala ou age em nome de quem o enviou. Foi essa a palavra usada na Septuaginta para traduzir o hebraico mal'ak. Entre os romanos, a ideia não era diferente dos gregos.”

- Como expliquei no subtópico anterior, a palavra original correspondente no grego ‘angelos’ é usado tanto para mensageiros humanos (1ºRs19.2; Lc 7.24 e 9.52), quanto divinos. O primeiro tipo de anjo mencionado na Bíblia são os querubins, que foram enviados por Deus para proteger a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn 3.24). A Escritura usa várias expressões para descrever os anjos. Eles são chamados de “seres celestiais” (Sl 89.6); “Filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1; 38.7); “Santos” (Sl 89.5); “estrelas da alva” (Jó 38.7), “príncipes” (Dn 10.13); e “principados e potestades” (Ef 3.10).

3. Na Bíblia. O termo mal'ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2ª Pe 2.11). Eles pertencem à corte de Javé no céu, onde o louvam e o servem (Is 6.2,3; Ap 5.11; 7.11). Convém nunca perder de vista que essa palavra se aplica também a mensageiros humanos; o profeta Ageu foi chamado de mal'al Yahweh, “o embaixador do SENHOR” (ARC) ou “enviado do SENHOR” (ARA). João Batista é outro exemplo do uso do termo para os humanos (Ml 3.1; Mc 1.2-4).”

- O termo português ‘anjo’ é derivado do latim ‘angelus’, que por sua vez deriva-se do grego ‘angelos’ (lê-se ‘anguelos’). No hebraico o termo é ‘malak’, que pode ser traduzido por “mensageiro”, o que designa a ideia de ofício de mensageiro. O grego clássico emprega o termo angelos para mensageiro, embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No Antigo Testamento, onde o termo malak ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres celestiais, membros da corte de Yahweh, que servem e louvam a Ele (Ne 9.6; Jó 1.6), são espíritos ministradores (1ºRs 19.5), transmitem a vontade de Deus (Dn 8.16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl 103.20), executam os propósitos de Deus (Nm 22.22), e celebram os louvores de Deus (Jó 38.7; Sl 148.2). No Novo Testamento, a palavra angelos aparece por 175 vezes, aparecem como representativos do mundo celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes às do Antigo Testamento são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2.9-11; Hb 1.6), são espíritos ministradores (Lc 16.22; At 12.7-11; Hb 1.7,14), transmitem a vontade de Cristo (Mt 2.13,20; At 8.26), obedecem a vontade d’Ele (Mt 6.10), executam os Seus propósitos (Mt 13.39-42), e celebram os louvores de Cristo (Lc 2.13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a concepção de Cristo (Mt 1.20,21), Seu nascimento (Lc 2.10-12), Sua ressurreição (Mt 28.5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1.11). Foi Agostinho no século IV d.C. quem desenvolveu o estudo acerca do mundo angelical. Segundo esse Pai da Igreja, os anjos teriam uma natureza puramente espiritual e livre. Comentando o Gênesis, Agostinho definiu as funções destes seres celestes, que seriam responsáveis pela glorificação de Deus e pela transmissão da vontade divina. Agostinho afirmava que os anjos estariam voltados tanto para o mundo espiritual quanto para o mundo visível, no qual interviriam com certa frequência.

II. OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1. Natureza. Os anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional. São em grandes multidões no céu (Hb 12.22; Ap 5.11). Como criaturas, não são autônomos nem independentes; não agem como tal e nunca receberam adoração. A habitação deles é o céu, e eles veem sempre a face do Pai (Mt 18.10). Não possuem corpo físico ou material, mas podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as manifestações angelofânicas. Essas aparições ocasionais são bíblicas (Jz 13.6; Hb 13.2). Os anjos são assexuados, não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36).”

- É importante ressaltar que os anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de sua criação (Ne 9.6; Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em que parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos ver em Jó 38.4-7 e Gn 1,1; 2.1. Não podemos também definir número, mas sabemos que um ‘exercito’ compreende grande quantidade, uma ‘legião’ compreende um número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22); Segundo Apocalipse 5.11, eles são milhões de milhões e milhares de milhares. Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem (Mt 22.30). “São seres espirituais – incorpóreos (Hb.1.14). Não tem corpo físico, mas podem assumir forma corpórea (Gn 18.19; Sl 104.4; Hb 1.7; Ef 6.2; Mt 8.16; 12.45; Lc 7.21; Ap 16.14). São imortais – Os anjos não estão sujeitos à dissolução: nunca morrem. A imortalidade dos anjos se deriva de Deus e depende de Sua vontade. Os anjos são isentos da morte, porque assim Deus os fez (Lc 20.35,36). Não se reproduzem conforme sua espécie – As Escrituras em parte alguma ensina que os anjos são seres assexuados. Inferências encontramos referindo-se aos anjos, com o uso de pronomes do gênero masculino (Dn 8.16,17; Lc 1.12,29,30; Ap.12.7; 20.1; 22.8,9). Mas, não obstante, o casamento, a reprodução, não é da ordem ou do plano de Deus. São poderosos – Dotados de poder sobre-humano (Sl 103.20; 2Pd 2;11). São uma classe de seres criados superiores aos homens (Sl 8.5; Hb 2.10). Contudo, esse poder tem seus limites estabelecidos, não são Onipotentes (2ª Ts 1.7; 2º Sm 24.16,17). Veja demonstração de poder dos anjos: At 5.19; 12.7,23; Mt 28.2).


2. Ofício. Não é possível descrever todas as atividades dos anjos em tão pouco espaço. A Bíblia mostra a atuação deles nas diversas esferas no céu e na terra. Uma de suas atividades, e a principal delas, é louvar e glorificar a Deus (Sl 148.2; Ap 7.11,12). Eles executam obras em favor de homens e mulheres para socorrer e ajudar nas suas dificuldades, e são eles que levam os salvos ao lar eterno (Lc 16.22).”

- Apesar de terem vontade, os anjos são, como todas as criaturas, sujeitos à vontade de Deus. Os anjos bons são enviados por Deus para ajudar os crentes (Hb 1.14). A seguir, algumas atividades que a Bíblia atribui aos anjos:
● Eles louvam a Deus (Salmos 148:1,2; Isaías 6:3).
● Eles adoram a Deus (Hb 1.6; Ap 5.8-13).
● Eles se regozijam nos feitos de Deus (Jó 38.6-7).
● Eles servem a Deus (Sl 103.20; Ap 22.9).
● Eles se apresentam perante Deus (Jó 1.6; 2.1).
● Eles são instrumentos dos julgamentos de Deus (Ap 7.1; 8.2).
● Eles trazem respostas às orações (At 12.5-10).
● Eles ajudam a ganhar pessoas para Cristo (At 8.26; 10.3).
● Eles observam a ordem cristã, obra e sofrimento (1ª Co 4.9; 11.10; Ef 3.10; 1º Pd 1.12).
● Eles dão encorajamento em tempos de perigo (At 27.23-24).
● Eles cuidam dos justos no momento da morte (Lc 16.22).

- O que a Bíblia diz sobre anjos da guarda? Embora a expressão “anjo da guarda” não ocorre na Bíblia, muitas pessoas acreditam que cada indivíduo recebe um “anjo da guarda” no dia do nascimento ou no dia do batismo. Porém, a Bíblia não diz nada sobre isso. Uma das passagens bíblicas mais conhecidas para defender esta interpretação está registrada no Salmo 34: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34.7). Outra passagem encontra-se no Evangelho de Mateus, quando o Senhor Jesus, falando acerca dos pequeninos, declarou: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Porém, essas passagens não provam nada. Essas passagens não ensinam que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, mas, simplesmente expressam o cuidado geral de Deus por Seu povo através dos anjos. Uma interpretação provável para expressão “seus anjos nos céus” é que eles estão prontos para a ação por ordem de Deus. Sabemos que os anjos são “espíritos ministradores” enviados para servir os cristãos (Hb 1.14). Mas se cada pessoa possuiu um anjo da guarda, a Bíblia não diz nada especificamente. A Bíblia fala de um “exército celestial” – Todos os anjos que velam pelo povo de Deus. Assim, neste exato momento, há um pelotão de forças angelicais cuidando de sua vida. Assim, a noção popular de um anjo da guarda para cada crente não tem base Bíblica. Ao invés disso, a Escritura afirma uma verdade ainda mais preciosa: o cuidado de um crente não é a tarefa de apenas um anjo; todo o exército angelical, em consenso, cuida de cada crente e de sua salvação (Gn 32.1-2; 2º Rs 6.17; Lc 15.10; 16.22).

3. A ação dos anjos durante o ministério de Jesus. Sua participação já começa antes mesmo do nascimento de Jesus, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.18,19), e seis meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (vv. 26-31). Os anjos assistiram a Jesus durante todo o seu ministério terreno, na tentação do deserto, na agonia do Getsêmani, na sua ressurreição e na ascensão ao céu (Mc 1.13; Lc 22.43; Mt 28.2-6; At 1.10).”

3.1. Em seu nascimento.
a. Previsão. Gabriel predisse o nascimento de Jesus (Mt 1.20; Lc 1.26-28).
b. Anúncio. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus aos pastores e foi acompanhado em seu louvor por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15).

3.2. Durante sua vida.
a. Alerta. Um anjo alertou José e Maria a que fugissem para o Egito, escapando, assim, da ira de Herodes (Mt 2.13-15).

b. Direção. Um anjo orientou a família para retornar a Israel após a morte de Herodes (Mt 2.19-21).

c. Ministração. Anjos ministraram a Jesus após sua tentação no deserto (Mt 4.11) e seu conflito no Getsêmani (Lc 22.43).

d. Defesa. Jesus disse que havia legiões de anjos preparadas para defendê-lo se ele os chamasse (Mt 26.53).

3.3. Após sua ressurreição.
a. Na pedra. Um anjo rolou para longe a pedra que fechava a entrada do sepulcro de Jesus (Mt 28.1-2).

b. Anúncio. Anjos anunciaram a ressurreição para as mulheres na manhã do domingo de Páscoa (Mt 28.5,6; Lc 24.5-7).

c. Ascensão. Anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.10-11).

3.4. Na Segunda Vinda de Jesus.
a. Arrebatamento. A voz do arcanjo será ouvida no arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16).
b. Segunda Vinda. Os anjos vão acompanhá-lo na Segunda Vinda (Mt 25.31; 2ª Ts 1.7).
c. Juízo. Os anjos vão separar o joio do trigo na Segunda Vinda (Mt 13.39-40).”

III. AS HOSTES ANGELICAIS
A Bíblia menciona as categorias angelicais sem apresentar detalhes de sua natureza; somente se manifesta em alguns casos, como veremos a seguir.

1. Ás hierarquias angelicais. O apóstolo Paulo inclui nessas hierarquias duas duplas de seres: “tronos e dominações” e “principados e potestades” (Cl 1.16). Alguns acham que a primeira dupla seja uma referência às “coisas visíveis”; e as outras duas, às "coisas invisíveis". Uma tentativa sem sucesso. Os tronos estão localizados no céu (Dn 7-9; Ap 4.4), mas a literatura pseudoepígrafa dos antigos rabinos tem os tronos como seres celestes. A maioria dos expositores do Novo Testamento reconhece o termo "tronos" nesse contexto como classificação angelical. As dominações se referem aos poderes celestes (Ef 1.20,21). A explicação sobre os principados e potestades foi dada na lição passada.”

- A única referência clara a uma hierarquia é Apocalipse 12.7, que mostra que o arcanjo Miguel tem outros anjos debaixo de seu comando. No entanto, não há dúvidas de que encontramos na Bíblia evidências da existência de uma hierarquia entre os anjos, isto é, se acham organizados de forma hierárquica, numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus. Paulo aponta diretamente para isto quando usa a expressão “principados e potestades”. Essa designação indica a existência de certos anjos que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico. Paulo emprega essa expressão tanto para se referir aos anjos caídos como para se referir aos anjos de Deus sendo que, em duas ocasiões ele fala de anjos maus, isto é, demônios (Ef 6.12; Cl 2.13); e em outras duas ele fala dos santos anjos de Deus (Ef 3,10; Cl 1.16). O apóstolo Pedro também emprega essa mesma expressão para se referir aos anjos do Senhor (1ª Pd 3.22). Não confunda essa hierarquização com o assunto estudado na lição anterior sobre espíritos territoriais. Nos últimos tempos muitas heresias surgiram relacionadas à hierarquia dos anjos. Os propagadores dessas heresias defendem a ideia de que existem seres angelicais que se ocupam em uma organização hierárquica territorial. Nas Escrituras encontramos três classes ou tipos de anjos:

● Querubins: anjos dotados de grande poder e majestade. São frequentemente mencionados em conexão com a adoração a Deus e a revelação de sua glória (Êx 25.18; 2º Sm 22.11; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Hb 9.5).
● Serafins: anjos que parece próxima à classe dos querubins. São mencionados apenas pelo profeta Isaías. Os serafins são descritos pelo profeta com uma riqueza de detalhes que revela seu serviço em torno do trono de Deus (Is 6.2,6).
● Arcanjo: apenas Miguel é mencionado na Bíblia pertencente a esta classe (Jd 9). Alguns estudiosos acreditam que possa haver mais arcanjos, enquanto outros afirmam que apenas Miguel ocupa esse posto. Ele é retratado na Bíblia como um comandante do exército celestial a serviço de Deus, ou seja, ele ocupa o posto mais elevado na hierarquia dos anjos (Dn 10.13-21; Jd 9; Ap 12.7).

2. Serafins e querubins. São outras duas categorias de anjos sobre as quais a Bíblia revela algo mais do que as categorias anteriores. O termo serafim significa "flamejante, brilhante, refulgente". Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins simbolizam a transcendência de Deus, o qual “habita entre os querubins” (1º Sm 4.4). Eles são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da Arca do Concerto (Êx 25.18-20:37.7-9).”

- O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.

- Querubins. Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub”, tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (1º Sm 4.4; 2º Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar Santíssimo “ com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).

3. Arcanjos. Esse termo significa chefe ou líder dos anjos. Essa palavra só aparece duas vezes na Bíblia, em: “com voz de arcanjo” (1ª Ts 4.16) e “mas o arcanjo Miguel, quando contendia...” (Jd 9). Os tratados de teologia costumam incluir Gabriel como arcanjo. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados por nome na Bíblia. O nome “Miguel”, mikhael em hebraico, significa “quem é semelhante a Deus?”; e “Gabriel”, “varão de Deus”. As Escrituras Sagradas revelam existir mais seres no céu, da mesma natureza e com a mesma posição de arcanjo: e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia (Dn 10.13). Veja que a expressão um dos primeiros príncipes" mostra existirem outros como Miguel.”

- “A palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn 12.1). O arcanjo Miguel ‚ denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (1ª Ts 4.16)”.

IV. JESUS E O ARCANJO MIGUEL
O ministério dos anjos em relação a Jesus vem desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Miguel é anjo e se inclui também nesse ministério.

1. A identidade de Miguel. As Escrituras falam muito pouco a respeito desse anjo. O seu nome aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn 10.13,21; 12.1), arcanjo (Jd 9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Alguns grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Esse pensamento não nos surpreende, pois um desses grupos é arianista. O que nos chama a atenção é o fato de outros grupos cristãos, que afirmam crer na Trindade, confundam o Criador com a criatura.”

Esclarecendo o termo ‘arianismo’: doutrina de Ário 250-336, um professor do início do século 4 d.C., de Alexandria (Egito), que afirmava ser Cristo a essência intermediária entre a divindade e a humanidade, negava-lhe o caráter divino e ainda desacreditava a Santíssima Trindade. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Hoje, existem seitas que advogam esse ensino e que afirmam que sempre que Miguel é mencionado na Bíblia, refere-se à Pessoa de Jesus como Comandante dos exércitos celestiais em direta disputa com Satanás e os anjos maus. (Leia mais sobre este assunto aqui). Judas 9 é a única passagem das Escrituras que mostra ser Miguel um arcanjo. “O termo grego ἀρχ (gr. arch) significa, “chefe, líder” ou “cabeça”. Isto mostra que Miguel é um líder dos anjos. Seu nome em hebraico é מִֽיכָאֵ֗ל (Michael), significa ‘Quem é semelhante a Deus?’. O hebraísta Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenios, declara que a tradição rabínica afirma ser Miguel “um dos sete arcanjos”. Esses arcanjos aparecem na literatura rabínica apocalíptica, em que esses nomes são apresentados no livro pseudoepífrafo de Enoque: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel, Saracael, Gabriel e Remiel (1º Enoque 20.2-8; Tob 12.15)”. (CACP).

2. Uma diferença abissal. Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo seja o mesmo Miguel, pois há uma diferença abissal entre ambos: Jesus é Deus, o Criador e transcendente, Miguel é anjo, portanto, criatura (Jo 1.1-3; Cl 1.16,17; Jd 9). Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9).  Jesus é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21). Não se deve, portanto, confundir o Criador com a criatura.”

Distinções entre Jesus e Miguel:
● Jesus é chamado de Filho, mas Miguel não, por ser ele anjo.
● Jesus é Criador (Jo1. 3; Ap 1.18), Miguel é criatura que obedece ao Criador (Mt 26.53; Cl 1.16).
● Jesus é adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode ser adorado (Ap 22.8-9).
● Jesus, é o Senhor dos senhores (Ap 17.14), Miguel é um dos príncipes (Dn 10.13).
● Jesus é Rei dos reis (1ª Tm 6.15), Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1).

Jesus não é o Arcanjo Miguel. A Bíblia em nenhum lugar identifica Jesus como Miguel (ou como qualquer outro anjo). Hebreus 1.5-8 estabelece uma clara distinção entre Jesus e os anjos: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino.” A hierarquia dos seres celestiais é esclarecida nessa passagem – os anjos adoram a Jesus, o qual, como Deus, é o único digno de adoração. Nenhum anjo é jamais adorado nas Escrituras; portanto, Jesus (digno de adoração) não pode ser Miguel ou qualquer outro anjo (não digno de adoração). Os anjos são chamados de filhos de Deus (Gênesis 6.2-4; Jó 1:6, 2:1, 38:7), mas Jesus é o Filho de Deus (Hebreus 1.8, Mateus 4.3-6). O Arcanjo Miguel talvez seja o maior de todos os anjos. Miguel é o único anjo na Bíblia que é chamado de “Arcanjo” (Judas versículo 9). O Arcanjo Miguel, porém, é apenas um anjo. Ele não é Deus. A clara distinção no poder e autoridade de Miguel e de Jesus pode ser vista através da comparação de Mateus 4.10, onde Jesus repreende Satanás, com Judas, versículo 9, onde o Arcanjo Miguel "não se atreveu a proferir juízo infamatório" contra Satanás e chama o Senhor para repreendê-lo. Jesus é Deus encarnado (João 1:1,14). O Arcanjo Miguel é um anjo poderoso, mas ainda só um anjo.” (Is Jesus Michael the archangel? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Jesus-Michael-Archangel.html. Acesso em: 4 Jan, 2019)"

CONCLUSÃO. A Bíblia traz muitas informações acerca dos anjos e, apesar das inúmeras referências bíblicas, ainda muito pouco sabemos a respeito de quem eles são e do que fazem. A diferença entre os anjos e os humanos está, entre outras, no fato de que a nós o Criador deu a capacidade reprodutiva e, para tal, quando criou o ser humano, criou um casal que geraria outros da mesma espécie. Os anjos não se reproduzem.”
- A Escritura ensina que anjos ministram aos santos (Hb 1.14), e que algumas pessoas “hospedaram anjos sem saber” (Hb 13.2). Em nenhum lugar nas Escrituras somos encorajados a procurar evidências de anjos na vida cotidiana, além do que, Paulo adverte os crentes a não se tornarem adoradores de anjos (Cl 2.18). Os anjos não dormem, não tiram férias. Eles são ministros. São feitos ventos. Eles agem diuturnamente. O diabo tenta se fazer de anjo para enganar as pessoas. Eles estão ao nosso redor. Eles nos vigiam, nos guardam. Eles estão perto de nós. O mundo está povoado deles. Eles são milhões de milhões. Eles são guerreiros. Eles são adoradores. Eles trabalham em nosso favor. Eles são em maior número que os nossos adversários. Estamos do lado do vencedor!

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),

FONTE DE PESQUISA.
- Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Jan, 2019
- Rev. Hernandes Dias Lopes.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

BATALHA ESPIRITUAL – A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA



TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

VERDADE APLICADA
Batalha Espiritual é uma realidade bíblica que consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas.

LEITURA BÍBLICA
1 Pedro 5.5-9 “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 6- Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, 7- lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. 8- Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9- ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.”

INTRODUÇÃO.
- A Batalha Espiritual é o tema do trimestre que estamos iniciando. Basta uma olhada na leitura diária para confirmar a menção do assunto nas Escrituras. Mas existe uma onda extravagante que surgiu na década de 1960 e que tenta se passar por batalha espiritual. A presente lição apresenta o equilíbrio doutrinário que servirá como ajuda para ninguém subestimar o assunto.

- A presença e a influência do mal na vida da humanidade, desafiando o equilíbrio da criação, é suficiente para entendermos a sua realidade: estamos numa batalha espiritual. Estamos num campo de batalha espiritual contra as forças satânicas e precisamos de estratégia e adestramento para entrar em combate.
Os desafios das forças invisíveis dos espíritos imundos são imensos contra a humanidade e principalmente contra a Igreja de Jesus Cristo.

- Todos devem saber que neste mundo, entre os céus e a terra, há diversos poderes atuando. Um poder divino, maior e, seres destinados a impedirem a vida santa do cristão, e até mesmo suas benção e orações, os demônios, concitados pelo orgulho de seu líder Satanás (O inimigo das nossas almas).

- A demonstração clara de uma destas batalhas, está descrita no livro do profeta Daniel, e seu capítulo 10.
“E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Dn 10.11-13).

Um dos aspectos da Batalha Espiritual são os níveis, nos quais ela se dá:
- Na mente
- No coração
- No corpo físico
- Na família
- Na igreja
- Na vida financeira
- Na vida espiritual

I. BATALHA ESPIRITUAL
A autêntica batalha espiritual tem fundamentos bíblicos, mas nem tudo o que se diz ser batalha espiritual tem sustentação nas Escrituras.

1. Conceito de Batalha Espiritual.
- A Bíblia afirma “que todo o mundo está no maligno” (1ª Jo 5.19). Assim, existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram contra Deus e contra a humanidade para a destruição e o caos no mundo. Primordialmente, os demônios existem; eles são reais e manifestam-se de várias maneiras, em princípio, nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser expulsos. Por conseguinte, os cristãos se opõem a essas forças malignas pela pregação do evangelho, a oração e o poder da Palavra de Deus. A essa oposição dos crentes denominamos “batalha espiritual”.

- A batalha espiritual não é uma batalha natural entre a carne e o sangue. Não é uma batalha do homem contra o homem. Não é uma batalha visível. É um conflito invisível no mundo espiritual (Ef 6.12).

- Uma vez que estamos lutando contra um adversário que não podemos ver, devemos confiar no Deus da Bíblia - não na nossa própria espiritualidade, sagacidade ou nossas estratégias de guerra - para alcançar a vitória (2ª Co 5.7). Devemos manter nossa mente voltada para as coisas de Deus em vez de especular sobre o próximo movimento do diabo (Fp 4.8).

- A guerra espiritual é “multidimensional”, o qual significa que é travada em diferentes dimensões. Vejamos.
1. Uma batalha social entre o crente e o mundo (Jo 15.18-27).
2. Uma batalha pessoal entre a carne e o espírito (Gl 5.16-26).
3. Uma batalha sobrenatural entre o crente e os poderes sobrenaturais malignos (Ef 6.10-27).

- Às vezes batalha espiritual é definida como o confronto invisível entre as forças de Deus e as forças do diabo, o reino de Deus versus o reino das trevas. Às vezes essa batalha provoca circunstâncias que podem ferir pessoas físicas, mental, emocional ou espiritualmente. No Novo Testamento, as forças das trevas sabiam que Paulo era servo de Deus e o atacaram (At 19.15; 2ª Co 11.23-12.1-9).

- A batalha espiritual consiste na oposição dos cristãos às forças malignas pela pregação do evangelho, pela oração e pelo poder da Palavra de Deus. Essa peleja vai continuar até a vinda de Jesus.

2. Uma realidade bíblica.
2.1. Crentes e não Crentes estão envolvidos na Batalha Espiritual.
- Toda pessoa viva está comprometida nesta guerra, quer se dê conta ou não. Não há campo neutro. Os nãos crentes estão sob o jugo do mal e têm sido levados pelas forças do inimigo. São vítimas da guerra. As hostes infernais dominam com muita facilidade as pessoas que não conhecem o evangelho. Nenhuma força humana é capaz de vencê-los. Jesus disse: “porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5).

- Os crentes têm sido livrados do inimigo mediante Jesus Cristo e são vitoriosos, porém estão ainda comprometidos na guerra.

- Nós (todos os crentes) combatemos contra as forças espirituais malignas. “Combater” implica contato pessoal próximo. Ninguém está isento desta batalha. Ninguém pode vê-a a distância. Você está no meio do conflito quer você reconheça ou não.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12).

- O tema principal da Primeira Epístola do apóstolo Pedro é o sofrimento do crente por causa do nome de Jesus. Esse sofrimento resulta da nossa contínua luta espiritual contra o pecado e contra o indiferentismo religioso. Mas, ao encerrar a sua epístola, o apóstolo esclarece que tudo isso parte de Satanás e seus agentes: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (v.8).

3. O Mundo Espiritual é real. De acordo com Efésios 6.10-17, existe um mundo espiritual e invisível habitado por seres malignos que conspiram contra Deus e contra os seres humanos. Paulo fala sobre a existência de um mundo espiritual da maldade sob o domínio do príncipe das trevas (Ef 2.2; 6.10-12).

O ensino apostólico nos exorta a combater essas forças demoníacas pelo poder que o Senhor Jesus conferiu aos crentes (Mc 16.17, 18; Lc 10.17-19) com oração e uma vida de santidade. Esse conjunto de fatores é chamado de batalha espiritual. Trata-se de uma realidade bíblica e manifestada na vida da Igreja ao longo dos séculos.

4. O que não é Batalha Espiritual. O que geralmente se chama de “batalha espiritual” por alguns é um modelo não bíblico e nocivo à fé cristã. Os mentores dessa doutrina pinçam a Bíblia aqui e ali e adaptam as passagens selecionadas para ajustá-las às suas próprias experiências. Trata-se de uma cosmovisão abrangente de culturas antigas como a da Mesopotâmia e do Egito, influenciada pela magia e pelo ocultismo. Era na época um mundo cheio de forças ocultas em que os homens viviam procurando se proteger de deuses e demônios malévolos. É uma estrutura muito próxima do ocultismo contemporâneo com a doutrina dos espíritos territoriais, maldição hereditária ou de família com os rituais de libertação.

II. PRINCIPAIS CRENÇAS DA PSEUDOBATALHA ESPIRITUAL

As inovações mais chocantes que se pregam por aí são o mapeamento espiritual, a maldição hereditária e a ideia de que um salvo pode ser possuído pelos demônios.

1. Mapeamento espiritual. A doutrina consiste na crença de que Satanás designou seus correligionários para cada país, região ou cidade. O evangelho só pode prosperar nesses lugares quando alguém, cheio do Espírito Santo, expulsar esse espírito maligno. Em decorrência, surgiu a necessidade de uma geografia espiritual, o mapeamento espiritual. Os espíritos territoriais são identificados por nomes que eles mesmos teriam revelado, com as respectivas regiões que eles supostamente comandam. Essas pessoas acreditam que tudo isso se baseia na Bíblia (Dn 10.13,20; Mc 5.10).

2. A maldição hereditária. A doutrina resume-se nisso: se uma pessoa tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou tendências suicidas é porque, no passado, alguém de sua família, não importa se avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Desse modo, a pessoa afetada pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração seus ancestrais deram lugar ao Diabo. Uma vez descoberta a tal geração, pede-se perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família será desfeita. É uma espécie de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos praticado pelos mórmons. Os que defendem essa doutrina pinçam as Escrituras em busca de sustentação bíblica (Êx 20.5; Dt 5.9; Is 8.19).

3. “Crentes endemoninhados”. Esses pregadores ensinam que “o homem é um espírito que tem alma e habita num corpo” (Kenneth Hagin). Partindo desse falso conceito teológico, afirmam que o Espírito Santo habita no espírito humano no processo de salvação; e que os espíritos imundos “estão relegados à alma e ao corpo do cristão”. Os promotores dessa doutrina costumam apelar para o estado psicológico de Saul depois que ele se afastou de Deus (1Sm 16.14; 18.10; 19.9), o caso de Judas Iscariotes (Lc 22.3), além de Ananias e Safira (At 5.3).

III. VAMOS À BÍBLIA

Ninguém tem o direito de fazer o que quiser com a Bíblia. Vejamos, portanto, o que Bíblia ensina nas passagens reivindicadas pelos líderes defensores dessa inovação:

1. Sobre o mapeamento espiritual. As duas passagens de Daniel falam sobre o “príncipe do reino da Pérsia” (Dn 10.13) e o “príncipe da Grécia” (v.20). São citações fora de contexto, pois se trata de guerra angelical, e não há indícios da presença humana. O gadareno “rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província” (Mc 5.10) porque Jesus havia mandado os tais espíritos para o abismo: “E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo” (Lc 8.31). Essa é a razão de pedirem para ficar na região; não se refere, portanto, a espíritos territoriais. Assim, fica claro que se trata de uma doutrina baseada numa interpretação equivocada.

2. Sobre a maldição hereditária. No segundo mandamento do Decálogo, Deus afirma visitar “a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Êx 20.5; Dt 5.9). Essas palavras não podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque, quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus; logo, essa passagem bíblica não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois estes se tornam nova criatura, “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). O que eles fazem com a expressão “espíritos familiares” é uma fraude. O termo usado na Bíblia hebraica é ov, ou ovoth, plural, “médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico” (Lv 19.31; 20.6). Isso está muito longe de serem espíritos que passam de pai para filhos.

3. Sobre a possibilidade de o cristão ser possesso. É bom lembrar que Saul já estava desviado nessa época (1Sm 15.23); além disso, a Bíblia não fala de demônio, mas que “o assombrava um espírito mau da parte do SENHOR” (1Sm 16.14). Quem foi que disse que Judas Iscariotes era crente? Foi Jesus quem disse: “Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. E isso dizia ele de Judas Iscariotes” (Jo 6.70,71). E, quanto a Ananias e Safira, a Bíblia declara que eles mentiram ao Espírito Santo, e não que ficaram possessos. O crente em Jesus tem a promessa de Deus de que “o maligno não lhe toca” (1ª Jo 5.18).

4. O homem segundo a Bíblia. Jesus disse que “um espírito não tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Se o espírito não tem carne nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito. A Bíblia declara que Deus formou “o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7). Isso mostra que o ser humano é uma combinação do pó da terra com o sopro de Deus. O Senhor Jesus se fez homem, pois “o verbo se fez carne” (Jo 1.14).

IV. LIDANDO COM A BATALHA ESPIRITUAL
- Quando uma pessoa nasce de novo, entra no reino do sobrenatural e espiritual e deve começar sua nova vida com o estudo da Bíblia. Assim, conhecerá seus ensinamentos e saberá como andar e como lidar com a batalha espiritual. Se ela não ficar vigilante e não combater os poderes satânicos será passível de ser derrotada pelos demônios.

- Por outro lado, não haverá nada a temer se tiver uma vida cristã consciente da necessidade de leitura bíblica e oração diárias, e viver no Espírito de acordo com a luz recebida pela Palavra de Deus (Cl 2.6-8; G1 5.16-26; Rm 8.1-13; 1 Jo 1.7). Ela deve acordar toda manhã e orar, crendo com fé que Deus a ajudará durante o dia, meditar sempre nas Escrituras e recusar tudo o que venha a ser contrário à vontade de Deus, segundo os ensinamentos bíblicos.

1. Responsabilidade do cristão diante da Batalha Espiritual.
1.1. Tome cuidado para não negligenciar o que trará esclarecimento sobre a batalha espiritual (Sl 1.2-4; 2ª Tm 2.15; 3.15-17).

1.2. Não se torne uma presa fácil às críticas dos outros nem aos cuidados prementes da vida que o mantêm ocupado, impedindo-o de empenhar-se na batalha e obter êxito (Lc 21.34-36; Ef 6.10-18).

1.3. Não se esqueça de que bastam as armas espirituais para lhe dar vitória sobre o pecado e Satanás (2ª Co 10.4-7; Ef 6.10-18).

1.4. Não negligencie a oração e a leitura da Bíblia (Ef 6.18; 1ª Tm 4.12-16).

1.5. Não se desanime quando parecer que você está perdendo a guerra (1ª Tm 6.12; 2ª Tm 4.7; 1ª Pe 1.7; 4.12; Tg 1.12).

1.6. Fique alerta e resista a Satanás (Tg 4.7; 1ª Pe 5.8,9).

1.7. Não deixe de usar a autoridade de Cristo por meio de seu precioso sangue, de seu nome e do poder do Espírito Santo contra os poderes demoníacos (At 1.8; Jo 14.12-15; Mc 16.15-20).

1.8. Não deixe de realizar a vontade plena de Deus, de forma racional, à medida que tomar conhecimento dela. Ande na luz da Palavra de Deus (1ª Jo 1.7).

CONCLUSÃO. Há necessidade de equilíbrio para que os exageros dessas aberrações doutrinárias não levem o crente ao ceticismo, porque a batalha espiritual existe e ninguém deve subestimá-la. Os fatos estão registrados na Bíblia, e nenhum cristão ousa negar essa realidade. Por outro lado, os crentes devem ter maturidade suficiente para não entrar no fanatismo, mas discernir entre o que é verdadeiramente espiritual e o que é manipulação esotérica.


Revista do 1° trimestre de 2019 – CPAD