TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE


TEXTO ÁUREO
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue năo andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

VERDADE PRÁTICA
Tal como as lâmpadas do Tabernáculo brilhavam continuamente, assim devemos nós resplandecer neste mundo de apostasias, iniquidades e trevas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 24.1-4: “E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2 Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. 3 Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até é manhã, fora do véu do Testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. 4 Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas perante o SENHOR continuamente.”

OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que assim como as lâmpadas do Tabernáculo brilhavam continuamente, devemos nós resplandecer neste mundo de trevas.

INTRODUÇÃO. O candelabro era o objeto de maior destaque no interior do Tabernáculo, por ser todo de ouro e pela luz que emitia. Se levarmos em conta a sua simbologia, concluiremos que ele representava o testemunho e o serviço do ministério levítico. O seu brilho singular e constante indicava que todas as obrigações sacerdotais e congregacionais estavam sendo rigorosamente cumpridas de acordo com a orientação divina.

A Igreja de Cristo, como a luz do mundo, tem a obrigação de luzir sempre nas trevas. Mas, se ela vier a perder o seu fulgor, que diferença haverá entre nós e o mundo? É chegada a hora, pois, de mantermos nossos candelabros acesos, pois o Cordeiro de Deus anda por entre eles, exigindo, de cada um de nós, perfeito brilho.

PONTO CENTRAL
A lâmpada no Tabernáculo não poderia se apagar.

O nosso assunto de hoje é sobre a peça mais linda dentre todas que encontramos no Tabernáculo, o “candelabro”. Ele era feito de ouro fino e é mencionado vinte e uma vezes na Bíblia. O candelabro de ouro era confeccionado em uma única peça de ouro. O candelabro fornecia luz para o Lugar Santo e é também (não somente) uma figura de Jesus.

I. O CANDELABRO COMO FIGURA
No lado esquerdo de quem entra no Santuário está o Candelabro de Ouro, feito com ouro batido e pesando 34 (trinta e quatro) quilos[1]. Era uma bela obra de arte com seis hastes decoradas com cálices em forma de amêndoas e ornado com flores. As seis hastes e o pedestal central totalizavam sete lâmpadas a óleo, mantidas acesas continuamente (Êx 27.20, 21; Lv 24.1-4). Essa peça de rara beleza nos ensina valiosas lições espirituais.
Nomes do candelabro
Este utensílio recebeu vários nomes:
·         Candelabro (Êxodo 35.14; 40.4,24).
·         Candelabro de ouro (Êxodo 25.31).
·         Candelabro de ouro puro (Êxodo 31.8; 39.37; Levítico 24.4).
·         Castiçal (Êx 37.17 – Almeida Revista Corrigida).
·         Menorah - castiçal de ouro.

1. A figura da Luz.
O candelabro fornecia luz para o Lugar Santo. Na Bíblia somente um pode ser descrito como a luz perfeita, a luz que é capaz de iluminar a Jerusalém celestial de Deus - Jesus! Lemos isso em Apocalipse 21.23, que diz. “A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia”.
O Senhor Jesus deu uma exata interpretação do significado simbólico do candelabro. Em Hebreus 9, observamos que o candelabro foi o primeiro objeto relacionado ao Santuário mencionado por Paulo. Este “mistério” foi revelado por João no livro de Apocalipse (capítulo 1).

O candelabro é um tipo ou uma profecia:

·         Do Senhor Jesus Cristo como a luz do mundo (João 8.12; 9.5 e outros)
·         Da Igreja do Novo Testamento, tanto local quanto universal (Mateus 5.14-16 e Apocalipse 1.12-20).

2. Uma peça de ouro batido – figura de sofrimento.
O candelabro era a peça mais linda dentre todas que encontramos no Tabernáculo. Ele era feito de ouro fino e é mencionado vinte e uma vezes na Bíblia. Outra característica do candelabro, que faz com que ele aponte para Jesus, é o fato de que ele era feito de ouro batido, o que nos faz lembrar os sofrimentos de Cristo. Lembremo-nos que, nos Seus sofrimentos, bateram em Jesus de diversas formas, além de o furarem com lança quando já estava na cruz.

3. A figura da beleza.
O candelabro era composto de diversas peças que o adornavam: o pedestal, as hastes, os cálices e as flores que faziam dele uma peça delicada de rara beleza. Esse conjunto quer nos comunicar uma verdade singular: a beleza de Cristo é incomparável.

4. As sete lâmpadas, a figura do Espírito Santo.
Sete lâmpadas: O número 7 simboliza plenitude, totalidade e perfeição. Sobre os sete braços havia sete lâmpadas acesas com fogo. Estas sete lâmpadas simbolizam os sete Espíritos que estão sobre o Messias, o Senhor Jesus Cristo. Isto também se aplica à Igreja, que é o seu Corpo (ver Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6 e Is 11.1-4).

As sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos a obra cumprida por Cristo como a única base de manifestação do Espírito na Igreja. O Espírito Santo não foi dado antes de Jesus ter sido glorificado. (Compare-se João 7.39 com Atos 19.2-6.). Em Apocalipse, capítulo 3, Cristo é apresentado à igreja de Sardo conto aquele que tem os sete espíritos. Quando o Senhor Jesus foi exaltado à destra de Deus, então derramou o Espírito S anto sobre a sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e de culto. (C. H. Mackintosh)

Assim como o povo trazia a flor[2] da farinha para que fossem assados os pães, também trazia azeite puro para manter acesas as luzes do candelabro (Êx 25.27, 28; 35.10, 14). De acordo com Zacarias 4.1-4, esse óleo simboliza o Espírito de Deus, e sem o poder do Espírito não podemos glorificar a Cristo (Jo 16.14) nem dar testemunho eficaz de Jesus (At 1.8). “Sem mim”, disse Jesus, “nada podeis fazer” (Jo 15.5).

II. CANDELABRO SEMPRE ACESO
O sacerdote tinha a tarefa de manter acesa a luz desse candelabro. Entre outras coisas, era nisso que consistia a sua tarefa: Manter a luz acesa através da limpeza contínua do candelabro. O propósito do candelabro era iluminar. Ele fornecia luz ao Santuário (Lv 24.2; Nm 8.2,3; 1ª João 1.5; Jo 1.4,9; Jó 33.30 e Ef 5.8). As luzes das sete lâmpadas do candelabro eram mantidas acesas com azeite preparado especialmente para esse fim (Êx 27.20, 21).

1. O candelabro deveria iluminar o Lugar Santo.
O candelabro era a única luz no Lugar Santo. Do mesmo modo, Cristo e sua Igreja representam a única luz. (Mt 5.14. Lc 1.78; Jo 8.12; 2ª Co 4.16, Fp 2.15,16 e 1ª Jo 1.5-7). Não havia luz natural dentro do Santuário (Jo 9.5 e 12.35,36).

Uma vez que não era possível deixar entrar a luz natural externa, o candelabro de ouro era a única fonte de luz no Lugar Santo. Sem ele, os sacerdotes não poderiam realizar seus vários ministérios. Deus quer que ofereçamos a ele adoração inteligente e não ignorante (Jo 4.19-24; At 1 7.22-31; Rm 1.18- 25), e, para isso, precisamos da luz da Palavra de Deus para nos guiar (Sl 1 1 9.105, 130; Pv 6.23).

2. O candelabro deveria permanecer aceso diante do Senhor (Lv 24.1-4; Êx 40.25; 27.21; Ap 4.5).
Nossa luz deve brilhar diante do Senhor e diante do mundo (Mt 5.15,16).

4. O candelabro de ouro deveria iluminar a área ao seu redor (Êx 25.37 e Nm 8.2,3).
Em outras palavras, ele deveria iluminar a si mesmo e aos seus ornamentos. Da mesma forma, o Espírito ilumina os 66 livros da Bíblia, trazendo luz para a Palavra (Sl 36.9; 119.130; Jo 14.26; 16.13,14 e 2ª Co 3.18). Todo o serviço prestado ao Senhor pelo sacerdote era realizado à luz do candelabro (Ap 1.6; 5.9,10 e 1ª Pe 2.5,9).

III. JESUS, A LUZ ETERNA E PERFEITA
O candelabro simbolizava Jesus Cristo, a sua Igreja e cada um de nós.

1. Jesus, a luz do mundo.
No Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os candelabros (Ap 1.12,13). Na descrição do Evangelista, observamos que somente a luz do Cordeiro é capaz de levar os castiçais a refulgirem. Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Portanto, só podemos brilhar se estivermos em perfeita comunhão com o Filho de Deus. Ele veio a este mundo exatamente para iluminar as regiões da sombra e morte (Is 9.2).

2. A Igreja é a luz do mundo.
Aos seus discípulos, o Senhor Jesus foi claro e decisivo: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Enquanto Ele estava no mundo, Ele era de fato a luz do mundo (Jo 9.5). Mas após a sua ascensão ao Céu, a missão de iluminar este século passou a ser nossa. E, agora, somos exortados a brilhar não somente como um candelabro, mas como verdadeiros astros (Fp 2.15). Portanto, quanto mais anunciarmos o Evangelho e ensinarmos a justiça divina, mais glorificaremos a Deus com a luz de nosso testemunho e confissão (Dn 12.3).

3. O crente como luz do mundo.
Individualmente, o Senhor Jesus exorta cada crente a agir como luz do mundo (Lc 11.35). A luz da confissão de Estêvão brilhou de tal forma, que os seus algozes viram-lhe o rosto como se fosse a face de um anjo (At 6.15). Apesar de apedrejado, o seu testemunho ainda hoje reluz, legando-nos um exemplo de pureza, fé e coragem. Ele foi de fato, em todas as coisas, como um candelabro reluzente e glorioso nas mãos do Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
O crente como o sal da terra e a luz (Mt 5.13-16).
“O ‘sal’ é valorizado por dois atributos principais: gosto e conservação. Não perde sua salinidade se é cloreto de sódio puro. Isto nos leva à sugestão do que Jesus quis dizer quando disse [que] os discípulos deixariam de ser discípulos se eles perdessem o caráter de sal. O sal não refinado extraído do mar Morto continha mistura de outros minerais. Deste sal em estado natural o cloreto de sódio poderia sofrer livixiação em consequência da umidade, tornando-o imprestável (Jeremias, 1972, p.169). O ensino rabínico associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto que a palavra grega traduzida por ‘nada mais presta’ tem ‘tolo’ ou ‘louco’ como seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhem o desprezo de ambos.

No Antigo Testamento ‘luz’ está associada com Deus (Sl 18.28; 27.1), e o Servo do Senhor e Jerusalém estão revestidos com a luz de Deus. O Servo será luz para os gentios, e todas as nações virão à luz de Jerusalém (Is 42.6; 49.6; 60.1-3). É neste sentido de ser luz para as nações que Jesus identifica os discípulos como luz. Esta ideia antecipa a conclusão do Evangelho de Mateus: ‘Portanto, ide, ensinai todas as nações [ou fazei discípulos]’ (Mt 28.19). No capítulo anterior, Mateus identificou Jesus como a ‘grande luz’ de Isaías na Galileia gentia (Mt 4.15,16). Agora os discípulos são chamados para serem portadores da luz (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.43,44).

IV. MANTENDO A LUZ BRILHANDO CONTINUAMENTE
A fim de que a nossa luz brilhe continuamente, mantenhamos estas três coisas básicas: nossa união com Cristo, nossa comunhão fraternal e nosso testemunho diário.

1. Nossa união com Cristo.
Para reluzirmos como luz do mundo, nossa união com Cristo é imprescindível. O candelabro visto por Zacarias ardia de forma ininterrupta, pois estava ligado a um vaso de azeite, e este, por sua vez, achava-se conectado a duas oliveiras (Zc 4.1-3). Dessa forma, havia um fluxo contínuo de azeite àquele candelabro, que, naquela hora tão difícil para o povo de Deus, brilhava para sempre.

Jesus é a “oliveira”, na qual fomos enxertados (Rm 11.17-24). Unidos a Ele, jamais nos faltará o precioso azeite, para vivermos uma vida plena e vitoriosa (1 Jo 2.20).

2. Nossa comunhão fraternal.
O candelabro, embora se destacasse por seus ricos e variados detalhes, formava uma única peça (Êx 25.31). O mesmo podemos dizer da Igreja de Cristo. Embora formada por membros de várias procedências e origens, constitui um único corpo (1 Co 12.13). Agora, todos somos um em Cristo (Rm 12.5). E, por esse motivo, temos de preservar o vínculo do amor fraternal (Ef 4.3; Cl 3.14). Se nos amarmos como Cristo nos recomenda, seremos conhecidos como seus discípulos (Jo 13.34).

A Igreja, como o candelabro de Cristo, deve ser reconhecida por sua unidade, por seu amor e por sua comunhão no Espírito Santo (2 Co 13.13). Não há luz tão intensa como a comunhão cristã.

3. Nosso testemunho diário.
Nosso testemunho cotidiano não deixa de ser uma expressão profética, pois, de forma veemente, protesta contra o pecado. Lembremo-nos de que o candelabro era adornado por figuras de amendoeiras, nas quais brotavam a luz gloriosa (Êx 25.33). Esta foi a árvore que marcou o chamamento do profeta Jeremias (Jr 1.11,12). Na tipologia profética, ela é árvore despertador, por ser a primeira a florescer na primavera.

Quando o mundo vê o bom testemunho de um cristão, o nome do Pai Celeste é glorificado (Mt 5.16). Nosso testemunho diário está intimamente relacionado à luz. Se for realmente bom, nosso candelabro cumpre fielmente a sua missão. Eis por que cada um de nós deve ser um padrão de boas obras (Tt 2.7).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Por que a igreja deve se caracterizar pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor?
Para explicar de forma simples, o caráter da igreja deve refletir o caráter de Deus. Devemos ser santos, unidos e amorosos, porque Deus é Santo, é um e é Amoroso. Paulo diz aos coríntios: ‘Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo’ (1ª Co 11.1). Deus pretende expor seu próprio reflexo na igreja. Em geral, observamos isso no capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é a sabedoria de Deus, não a sabedoria do mundo (1ª Co 1.17—2.16). Paulo escreve: ‘Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus’ (2.12). E escreve alguns versículos adiante: ‘Nós temos a mente de Cristo’ (2.16b). Em suma, a obra transformadora do evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente de Cristo e a torna mais semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo d’Ele na Igreja — por meio da proclamação e da vida santa, unida e amorosa — é a exata matéria do testemunho da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas características, observamos que seu fim último não é melhorar a saúde moral da sociedade, embora isso possa ser um subproduto, mas refletir a Deus (DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 187).

CONCLUSÃO. Jesus anda por entre os castiçais. Ele vê nossas obras, sonda nossas intenções e mede a intensidade de nossa luz. Supervisionando-nos, o Senhor remove e tira castiçais (Ap 2.5). Como está a nossa lâmpada? Ela tem de estar rigorosamente limpa, a fim de brilhar intensamente neste mundo tenebroso. Que Deus nos ajude.

Fonte: Lições Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ




Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos

TEXTO ÁUREO
“Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hb 13.15).

VERDADE PRÁTICA
O crente oferece sacrifícios pacíficos a Deus quando pratica e semeia a paz do Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 7.11-21: E esta é a lei do “sacrifício pacífico que se oferecerá ao SENHOR. 12 - Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos asmos amassados com azeite e coscorões asmos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha. 13 - Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de louvores da sua oferta pacífica. 14 - E de toda oferta oferecerá um deles por oferta alçada ao SENHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica. 15 - Mas a carne do sacrifício de louvores da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até ŕ manhã. 16 - E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte. 17 - E o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será queimado no fogo. 18 - Porque, se da carne do seu sacrifício pacífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será imputado; coisa abominável será, e a pessoa que comer dela levará a sua iniquidade. 19 - E a carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; com fogo será queimada; mas da outra carne qualquer que estiver limpo comerá dela. 20 - Porém, se alguma pessoa comer a carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, tendo ela sobre si a sua imundícia, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. 21 - E, se uma pessoa tocar alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, e comer da carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, aquela pessoa será extirpada dos seus povos.”

OBJETIVO GERAL
Compreender que o crente oferece sacrifícios pacíficos a Deus quando pratica e semeia a paz do Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I.      Mostrar a excelência da oferta pacífica;
II.     Discutir a respeito da oferta pacífica na história sagrada;
III.    Compreender a oferta pacífica na vida diária.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor (a), na lição de hoje estudaremos as ofertas pacíficas. Veremos a beleza desse sacrifício no culto levítico, os tipos e o objetivo de tais ofertas. Em geral tais sacrifícios eram realizados como forma de gratidão por algum favor recebido, como por exemplo, a cura de alguma enfermidade. Mediante a gratidão a comunhão com Deus era fortalecida e renovada. Sejamos gratos a Deus pelo que Ele é e por tudo que tem feito por nós, oferecendo nossas vidas como sacrifício vivo, santo e agradável.

INTRODUÇÃO
Adoramos a Deus com ofertas pacíficas quando nos apresentamos diante dEle com o propósito de render-lhe graças por todas as bênçãos recebidas. Com tal atitude, honramos o Senhor com um culto racional, agradável e vivo.
Nesta lição, veremos que, das cinco ofertas prescritas no livro de Levítico, a mais excelente em voluntariedade era a pacífica, pois tinha como objetivo aprofundar a comunhão entre Israel e Deus. Ao aproximar-se do Senhor, com tal oferta, o crente do Antigo Testamento manifestava-lhe, em palavras e gestos, que o seu único almejo era agradecê-lo por todos os benefícios recebidos (Sl 103.1,2).

Em Levítico 7.11-21, estão as instruções para sacerdotes a respeito dos sacrifícios pacíficos, citados em Levítico 3). As ofertas pacíficas eram acompanhadas de expressões de gratidão. Esta oferta enfatizava a comunhão da aliança. A oferta de paz é a única oferta na qual o adorador tem permissão de participar. Depois que o sacerdote havia completado o sacrifício, uma parte considerável da carne ficava para ele, mas o resto era entregue ao ofertante, que podia, desse modo, desfrutar um banquete com sua família e amigos. Uma vez que os israelitas não abatiam seus valiosos animais com frequência para usar a carne, uma refeição de carne bovina ou de cordeiro era uma ocasião especial. Na consagração do templo de Salomão, 142 mil animais foram sacrificados como ofertas pacíficas, e o povo banqueteou por duas semanas (1º Rs 8.62-66).

I. AS OFERTAS PACÍFICAS (Lv 3.1-17; 7. 11-21)
1. O conceito de oferta pacífica.
A oferta pacífica simboliza a paz e a comunhão entre o verdadeiro adorador e Deus. Simbolizava o fruto de reconciliação redentora entre o pecador e Deus (2º Co 5.10).
·        Essas ofertas eram chamadas “ofertas de comunhão” porque eram oferecidas por aqueles que estavam em paz com Deus e queriam expressar sua gratidão, obrigações e/ou comunhão com ele. Não havia regulamento que especificasse um momento para essa oferta, exceto no Pentecoste (Lv 23.20), por isso eram apresentadas espontaneamente, de acordo com a motivação do adorador (Lv 19.5).

O ritual era o mesmo que o das ofertas pelo pecado (Lv Lv 4.1-5.13; 6.24-30; 8.14-17; 16.3-22), exceto pelo fato de que todo o sangue tinha de ser derramado sobre o altar, como na oferta pela culpa e na oferta queimada.

A gordura era queimada; o peito e as coxas eram guardados pelos sacerdotes, para consumo próprio; o restante da carne era comido no santuário pelo sacrificador, seus amigos e família (7.15,16,30-34; Dt 12.1,17-18). Sempre acompanhava esse sacrifício uma oferta de carne e líquido. A refeição denotava a comunhão existente entre o adorador e Deus e era símbolo e garantia de amizade e paz com ele.

2. Havia três tipos de ofertas pacíficas (de comunhão)
As ofertas de louvor, as ofertas oferecidas em cumprimento de um voto e as ofertas voluntárias. Para todos os três tipos, bois, ovelhas e cabritos de qualquer espécie poderiam ser oferecidos (Lv 3.1,6,12).

a) Oferta pacífica como um ato de gratidão (ação de graças) (Lv 7.12-15; 22.29; 2º Cr 29.31; Jr 17.26).
·         Gratidão por livramentos.
·         Resposta de oração.
·           Curas.
Era oferecido por benefícios recebidos de Deus. O Salmo 107.22 fala de tal sacrifício feito depois da libertação de situações de perigo.

b) Oferta pacífica associada a um voto (Lv 11.16,17).
·         Referente a um favor passado ou futuro, ou seja, “em cumprimento a uma promessa feita a Deus em troca de algum favor especial solicitado em oração; por exemplo, proteção durante uma viagem perigosa”.

c) Oferta voluntária (Lv 7.16) - Esse tipo de oferta exprimia devoção, agradecimento e dedicação. E também podia ter a forma de uma oferta queimada (Lv 22.17-20). Ver Lv 7.16 e 22.18-23 quanto às ofertas voluntárias, com esse propósito.

·        Os animais não podiam ter defeito, exceto no caso da oferta voluntária, em que animais com um membro mais curto ou mais comprido eram permitidos (Lv 22.23). As ofertas de comunhão também eram oferecidas em ocasiões de grande solenidade e alegria pública.

A refeição da sacrifício pacífico, era mais do que só desfrutar boa comida e comunhão com pessoas queridas. Também expressava com alegria as ações de graça do adorador pelo fato de estar em paz com Deus e em comunhão com o Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO (Levítico 7) 1
A oferta pacífica era feita por meio do sacrifício de animais (Lv 3). Porém, aqui o texto esclarece que essa oferta vinha acompanhada de certos tipos de bolos (ou pães) apresentados nos versículos 12 e 13. 0 ofertante deveria trazer um bolo por oferta a ser entregue ao sacerdote oficiante (v. 14).

A carne do sacrifício de ação de graças tinha de ser consumida no mesmo dia (v. 15), ao passo que a carne da oferta por voto e da oferta voluntária poderiam ser consumidas naquele dia e no dia seguinte (v. 16). O que sobrasse após o segundo dia deveria ser queimado (v. 17). Comer as sobras no terceiro dia era coisa abominável, e o indivíduo que fizesse isso não seria “aceito”, isto é, seria excomungado da comunidade, ou seus privilégios como participante do povo de Deus seriam revogados. “Isso nos mostra”, “que a comunhão com Deus deve ser sempre renovada.

II. CRISTO, O NOSSO SACRIFÍCIO PARA UM DEUS DE PAZ
Apesar de os sacrifícios dos animais não terem poder para remover o pecado nem para mudar o coração humano, apontavam para o sacrifício perfeito, Jesus Cristo (Hb 10.1-15). Ele é o sacrifício por nossos pecados (Is 53.4-6, 12; Mt 26.28; 2ª Co 5.21; 1ª Pe 2.24).
   
1. Cristo fez a pai entre o homem e o seu criador
“E que, havendo feito a paz quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1.20,21). Ele também proclamou a paz, conforme Efésios 2.17: “E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que estavam perto". “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade” (Ef 2.14).

2. O preço da paz (Levítico 3.2.3).
“Imporá a mão sobre a cabeça da vítima e imolará à entrada da tenda da reunião”. Depois os sacerdotes derramarão o sangue em torno do altar. O sangue e a gordura eram ofertados ao Senhor e jamais deviam ser usados como alimento comum. A nossa paz custou o sangue de Jesus.

Na cruz, Jesus Cristo pagou o preço pela reconciliação com Deus (2ª Co 5.16-21) e pela paz com Deus (Cl 1.20) por todos aqueles que crerem nele, e podemos ter comunhão com Deus e com os outros cristãos por causa do sangue que ele derramou (1ª Jo 1.5-2.2).

3. Os resultados da paz com Deus.
Como resultado do sacrifício pacífico de Cristo, temos acesso às ricas provisões divinas: “O sacerdote queimará a gordura no altar, e o peito ficará para Arão e seus filhos. Dareis também ao sacerdote a coxa direita, como tributo de vossos sacrifícios pacíficos” (Lv 7.31,32).

·         O peito indica provisão de amor. Uma das mais belas descrições do amor de Jesus por seus discípulos temos em João 13.1: “Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
·         A coxa indica provisão de poder para o crente: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. O apóstolo Paulo afirma: "Tudo posso naquele que me fortalece” (Mt 28.18: Fl 4.13). Em nossa comunhão com o Pai nos alimentamos dos afetos e do poder de Jesus Cristo.

4. O crente e o seu sacrifício pacífico diário.
Em vez de trazer animais, nos apresentamos diante de Deus por meio de Jesus (Hb 4.14-16) para lhe oferecer “sacrifícios de ações de graças” (SI 116.17) e o "sacrifício de louvor'' (Hb 13.15) com um coração puro e grato por suas misericórdias.

Ø  Salmos 116.17: “Oferecerei a ti um sacrifício de ação de graças e louvarei o nome do Senhor”( NVT).

Ø  Hebreus 13.15: “[...] por intermédio dele (ou seja Cristo), oferecemos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu Nome (BKJ)”.

Ø  Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, suplico-lhes que entreguem seu corpo a Deus, por causa de tudo que ele fez por vocês. Que seja um sacrifício vivo e santo, do tipo que Deus considera agradável. Essa é a verdadeira forma de adorá-lo (NVT)”.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO 2
Em todas as ofertas de animais, o sangue era derramado e tirava-se a vida, o que significava que, sem derramamento de sangue, não há remissão de pecado (17.11; Mt 26.28; Cl 1.20; Hb 2.9-18; 9.11-28; 1ª Pe 1.18-23; 2.24).

AS OFERTAS DE ALIMENTOS
Nas ofertas de alimento não se podia oferecer nem fermento nem mel junto com o alimento, pois ambos provocam fermentação, o primeiro estágio da deterioração (2.11; 1ª Co 5.8).
O sal era permitido porque, sendo o oposto do fermento, era símbolo de pureza, permanência e conservação da vida. Também se usava o sal para selar uma aliança, significando que ela deveria promover união e ser permanente.

Jesus supre todas as nossas necessidades. Ele é nosso holocausto, e devemos nos entregar inteiramente a ele. Ele é nossa oferta de manjares, o grão moído e queimado para que possamos ter o pão da vida, sendo que devemos nos alimentar dele. Ele é nossa libação derramada em sacrifício e serviço, por isso devemos derramar nossa vida por ele e por outros. Ele é nosso sacrifício pacífico, tornando a vida um banquete de alegria em vez de dolorosa fome. Ele é nosso sacrifício pelos pecados e nossa oferta de culpa, pois carregou nossos pecados em seu corpo (1ª Pe 2.24) e pagou todo o preço por nossas transgressões (1ª Pe 1.18, 19).

Voto - Uma promessa feita a Deus para ser cumprida em um momento posterior, em geral no contexto de adoração ou prática religiosa. Não havia exigências para que os israelitas fizessem votos, todavia, uma vez feitos, eles eram uma obrigação e deviam ser mantidos.
Gênesis 28.20-22; Deuteronômio 23.21-23; Salmos 22.25; 50.14; Provérbios 20.25; Naum 1.15.


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

OFERTAS PACÍFICAS


Levítico 3.1-5:E se a sua oferta for sacrifício pacífico; se a oferecer de gado, macho ou fêmea, a oferecerá sem defeito diante do SENHOR. 2 E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta, e a degolará diante da porta da tenda da congregação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor. 3 Depois oferecerá, do sacrifício pacífico, a oferta queimada ao SENHOR; a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura, 4 E ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirará. 5 E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é de cheiro suave ao SENHOR.

INTRODUÇÃO. Oferta pacifica, que representava a comunhão com Deus. Era o único sacrifício voluntario. A oferta pacífica fala da paz com Deus, consumada, do homem reconciliado, e da salvação realizada Por isso, a oferta, em vez de subir a Deus como holocausto, ou ser dada ao sacerdote como oferta de manjares, fornece, em figura, uma refeição em que Deus, o sacerdote e o ofertante se encontram.

I. OFERTAS PACÍFICAS
Pacífico. Heb. shelem, da raiz traduzida “paz”, “saúde” e “inteiro”. Falavam de inteira dedicação, da parte do ofertante, e da paz com Deus a quem as oferecem. A palavra também significa saúde e prosperidade, alguma coisa inteira e íntegra (2º Cr 16.9).

A palavra sacrifício no hebraico zebah sheleimim poderia ser traduzido para “o sacrifício da unidade ou inteireza”. Inteireza dá ideia de um relacionamento íntimo ou comunhão entre Deus e o homem; ESTAR PERTO DE DEUS.

Zebah, significa algo que foi morto, ou abatido, ou seja, sacrifício de uma vítima morta.
Sheleimim, é um derivado da raiz slm que significa ser completo, ser cheio, ou estar em harmonia.
As ofertas pacíficas eram de três espécies:
1. Ofertas de gratidão;
2. Ofertas por um voto. Para enfatizar uma oração solene – como um voto.
3. Ofertas voluntárias. Quando essa oração era respondida. Combinavam a fé́ e as obras, a oração e a fé.

Dessas, a oferta de gratidão ou de louvor era a que mais se destacava. Oferecia-se em ocasiões de regozijo, de gratidão por algum livramento especial, ou bênção recebida. Era oferecida de um coração cheio de louvor a Deus e transbordante de alegria.
  
Ofertas de Paz, ofertas de gratidão, ofertas de boa vontade, ofertas de fraternidade, ofertas de reconciliação.

II. O SACRIFÍCIO PACÍFICO ERA UMA OFERTA DE COMUNHÃO
A palavra hebraica traduzida por “oferta pacifica” vem de raiz de uma palavra que significa “completar, suprir o que está faltando, pagar uma recompensa”. Denota um estado em que os mal-entendidos foram esclarecidos e os erros, corrigidos, e em que prevalecem os bons sentimentos. As ofertas pacíficas eram suadas em qualquer ocasião que apelasse à gratidão e regozijo, e também para fazer um voto. Eram ofertas de cheiro suave, como holocausto de manjares. Eram uma expressão, da parte do ofertante, de sua paz com Deus e gratidão a Ele por Suas muitas bênçãos.

Toda a cerimonia constituía uma espécie de serviço de comunhão, em que o sacerdote e o povo participavam, com o Senhor, da Sua mesa; uma ocasião de regozijo, em que todos se uniam em gratidão e louvor a Deus, por Sua misericórdia.

III. OFERTA VOLUNTÁRIA
É o único sacrifício voluntario. O ofertante traz o animal (macho ou fêmea – sem defeito e sem mácula).
1. Cerimonial: era praticamente o mesmo do holocausto.
1.1 Apresentação da vítima ao SENHOR (v.1).
1.2 Imposição das mãos sobre a cabeça da vítima (v.2).
1.3 Imolação da vítima (v.2). Faz o sacrifício, ou seja, o abate diante da porta da tenda da congregação.

Visto que é necessário o derramamento de sangue para o sacrifício.
1.4 aspersão do sangue pelo sacerdote (v.2). Sua aspersão nos lados do altar simplesmente aponta para a sacralidade do sangue (vida), como pertencente unicamente ao Senhor.

IV. O SACRIFÍCIO ERA DIVIDIDO EM TRÊS PARTES
1. Uma parte para o sacerdote. 2. Outra para o ofertante. 3. Outra parte para o Senhor, para consagração.

No ritual esta oferta era quase idêntica à oferta de holocausto onde tudo era queimada ao Senhor (cap. 1). Nas outras três, o sacerdote tirava uma parte para si e seus filhos. Na oferta pacífica o adorador reunia-se ao sacerdote na refeição sacrificial daquilo que restava. Nas outras ofertas – manjares, pecado e sacrilégio – só o sacerdote participava da refeição sacrificial (conf. 7.11-38).

“Mas a carne do sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã.” (Lv 7.15).

A oferta pacifica era um voto ou um a oferta voluntária, também podia ser comida no dia seguinte. “E, se o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte.” Vers. 16).

Era manifestamente impossível a um homem consumir sua oferta, caso esta fosse um novilho ou um bode, ou um cordeiro, em um dia só́. Era-lhe portanto permitido, e mesmo ordenado pedir a outros que compartilhassem da refeição.

“Nas tuas portas não poderás comer… nenhum dos teus votos, que houveres votado, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão; mas o comeras perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher o Senhor teu Deus, tu, e teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas: perante o Senhor teu Deus te alegraras em tudo em que puseres a tua mão. Guarda-te, que não desampares ao levita todos os teus dias na terra”. (Dt 12.17-19).

Este era um traço que distinguia a oferta pacifica. Devia ser comida no mesmo dia, e ser compartilhada; devia ser comida “perante o Senhor”, e “te alegrarás”. Era uma refeição de regozijo, em comum, e a esse respeito diferia de todas as outras ofertas.

1. Para o Senhor. A parte de Deus era queimada sobre o altar (Lv 3.14-17).
As melhores partes eram queimadas ao SENHOR.

A gordura, os rins e o fígado. Vs. 4-5: E ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirará. 5 E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é de cheiro suave ao SENHOR.

A gordura, os rins e fígado estão intimamente ligados. Estes três elementos estão intimamente ligado.

1.1. O fígado é responsável pelo metabolismo do corpo. Responsável pelos nutrientes.
Responsável pela filtragem do sangue.
Ele tira as toxinas do sangue e manda para os rins.

1.2. Os rins filtram o sangue e manda para fora.
A Bíblia fala muito de coração, mas no original é o rim.

1.3. A gordura. O fígado, também é responsável pela gordura. Ela armazena a gordura do corpo.
A gordura é a energia do corpo, por isso ela é importante.
Estes elementos são queimados ao Senhor, e isto sobe como cheiro suave a Ele.

2. Para os sacerdotes. Deus tem um alto padrão para os filhos dos sacerdotes (1 Sm 3.4). 

3. Para o ofertante. Era uma confraternização; o restante do animal era comido pelos sacerdotes que se achavam em turno, pelo ofertante e pelas pessoas por este convidadas (as envolvidas na reconciliação), nas dependências do templo.

Toda família se reunia no átrio para festejar a paz que havia sido realizada entre Deus e o homem, e entre o homem e o seu próximo. A marca distintiva da oferta de paz, era a comida em comum, na qual prevaleciam o gozo e a alegria.

Como antes foi declarado, a oferta pacifica era uma oferta de comunhão em que tomavam parte Deus, o sacerdote e a pessoa. Era uma refeição em comum, tomada no recinto do templo, em que predominavam a alegria e o contentamento, e os sacerdotes e o povo entretinham conversa. Não era uma ocasião em que se efetuava a paz, antes uma festa de regozijo pela posse da mesma. Era geralmente precedida de uma oferta pelo pecado ou uma oferta queimada. Fizera-se expiação, espargira-se o sangue, o perdão havia sido concedido e assegurada a justificação. Para isto celebrar, o ofertante convidava seus parentes chegados e seus servos, bem como os levitas, para comerem com ele.

“Nas tuas portas não poderás comer”, era o mandamento, mas só́ “no lugar que escolher o Senhor teu Deus” (Dt 12.17-18). E assim se reunia toda a família dentro das portas do templo para celebrar de maneira festiva a paz que se estabelecera entre Deus e o homem, e entre o homem e homem.

3.1. Ações de graça. É reconhecer Jesus; confessar Jesus; Confiar e amar o Senhor.
As gorduras, somente eram queimadas, e as carnes eram consumidas pelos sacerdotes e pelo povo, numa ceia de aliança solene, à qual os pobres eram convidados (Dt 12.18), que prenunciava a paz que seria trazida aos homens pela obra de Cristo (Cl 1.20), e comemorada na Ceia do Senhor (1ª Co 10.16).

V. CRISTO E A OFERTA DE PAZ
1. Jesus é nos trouxe a paz. Colocando-se entre Deus e os homens, Jesus Cristo nos trouxe a paz. Esta oferta encerra o significado da reconciliação.
Jo 16.33 Jesus diz: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
Jo 14.27 Jesus diz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o á dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
A verdadeira paz, só encontramos em Jesus. A partida de Jesus para o Pai não marca a derrota, mas a vitória. O Espírito Santo continuará comunicando a paz e a segurança de Cristo em nossas vidas, pois Ele é a terceira pessoas da trindade, é o pacificador e o Consolador de Pai para as nossas vidas.
A pessoa e a obra redentora de Cristo neste mundo significa uma maior glorificação nos céus, e paz divina para os habitantes da terra.
Jamais iremos encontrar paz se não entregarmos a nossa vida a Jesus Cristo. Sem Jesus não existe paz.
Paulo aos Rm 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

At 10.36: “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos”.

Evangelho quer dizer: “Boas Novas de Salvação”.

Sem o conhecimento deste evangelho não encontraremos a paz de Cristo.

Cl 1.20 “E havendo feito a Paz pelo seu sangue da cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”.

Ef 2.13-15: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longes, foste aproximado pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si um novo homem, fazendo a paz”.

Através do sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário, somos redimidos de todas as nossas transgressões e culpas. Somente quando aceitamos o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, encontraremos o perdão de Deus e através do perdão receberemos a paz.

O homem só estará livre da culpa e condenação e encontrará perdão e paz no seu interior, quando aceitar e crer no sacrifício de Jesus na cruz para remissão dos pecados.

“Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. Rom. 5:1. “Ele é a nossa paz”. Efe 2:14. O Israel de outrora era convidado a celebrar sua paz com Deus, o perdão de seus pecados, e o ser-lhes restituído o favor divino. Esta celebração incluía filho e filha, servo e serva, bem como o levita. Todos se sentavam à mesa do Senhor e se regozijavam juntos “na esperança da glória de Deus”. Da mesma maneira nos devemos gloriar em “Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”. (Rm 5.2 e 11).

VI. A OFERTA PACÍFICA NA VIDA DIÁRIA
De que modo apresentaremos, hoje, nossos sacrifícios pacíficos ao Senhor? Há três maneiras: consagrando-nos a nós mesmos; perseverando nos sacrifícios de louvores e adorando a Deus em todo o tempo.

1. Consagração incondicional.
O melhor sacrifício que um crente pode oferecer ao Senhor é apresentar a si mesmo a Deus (Rm 12.1). Neste momento, nossa oferenda é, além de pacífica, amorosa e plena de serviços. A partir desse momento, começamos a experimentar as excelências da vontade de Deus. Paulo considerava-se uma libação oferecida ao Senhor Jesus (2ª Tm 4.6).

2. Sacrifícios de louvores.
Fazemos um sacrifício de louvor quando cumprimos plenamente a vontade de Deus (Hb 13.15). Mas, para que a cumpramos, é imprescindível apresentarmo-nos diante de Deus com um espírito quebrantado e ansioso por Ele (Sl 51.17). Portanto, quando cumprimos a vontade divina, apesar das circunstâncias adversas que nos cercam, oferecemos-lhe o mais excelente sacrifício de louvor.

3. Adoração contínua.

Paulo e Silas, quando presos, cantavam e adoravam a Deus, ofertando-lhe um sacrifício que, além de pacífico, era profundamente redentor (At 16.25-31). Por isso, o apóstolo recomenda-nos a louvar continuamente a Deus (Ef 5.19; Cl 2.16).

CONCLUSÃO. Nestes dias trabalhosos e difíceis, somos instados pelo Espírito Santo a apresentar a Deus sacrifícios pacíficos: gratidão, louvor e amor provado. E, como já vimos, a oferta de maior relevância é o nosso próprio ser. Apresentemo-nos, pois, continuamente diante do Senhor com ofertas voluntárias, para que a nossa vida seja um sacrifício pacífico ao Deus Único e Verdadeiro (Rm 12.1).
O cristão sincero e agradecido ao Eterno deve trazer ofertas de sacrifício, de ações de graça e repartir. Com o nosso:
1. Sacerdote.
2. Nosso família.
3. Nossos irmãos.
4. E o melhor oferecemos ao Senhor.
Sacrifico. A palavra hebraica para sacrifício é קָרְבָּן korban, que significa aproximar-se. Portanto, o propósito do sacrifício é ganhar intimidade com o Senhor, oferecendo um presente.
É similar a palavra utilizada para telescópio (algo que nos aproxima de algo que vemos de longe) – מקרבת makrevet.
Rm 12.1:Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Hb 13.15:Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.”
Pr. Elias Ribas