TEOLOGIA EM FOCO: A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE


TEXTO ÁUREO
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue năo andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

VERDADE PRÁTICA
Tal como as lâmpadas do Tabernáculo brilhavam continuamente, assim devemos nós resplandecer neste mundo de apostasias, iniquidades e trevas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 24.1-4: “E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2 Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. 3 Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até é manhã, fora do véu do Testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. 4 Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas perante o SENHOR continuamente.”

OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que assim como as lâmpadas do Tabernáculo brilhavam continuamente, devemos nós resplandecer neste mundo de trevas.

INTRODUÇÃO. O candelabro era o objeto de maior destaque no interior do Tabernáculo, por ser todo de ouro e pela luz que emitia. Se levarmos em conta a sua simbologia, concluiremos que ele representava o testemunho e o serviço do ministério levítico. O seu brilho singular e constante indicava que todas as obrigações sacerdotais e congregacionais estavam sendo rigorosamente cumpridas de acordo com a orientação divina.

A Igreja de Cristo, como a luz do mundo, tem a obrigação de luzir sempre nas trevas. Mas, se ela vier a perder o seu fulgor, que diferença haverá entre nós e o mundo? É chegada a hora, pois, de mantermos nossos candelabros acesos, pois o Cordeiro de Deus anda por entre eles, exigindo, de cada um de nós, perfeito brilho.

PONTO CENTRAL
A lâmpada no Tabernáculo não poderia se apagar.

O nosso assunto de hoje é sobre a peça mais linda dentre todas que encontramos no Tabernáculo, o “candelabro”. Ele era feito de ouro fino e é mencionado vinte e uma vezes na Bíblia. O candelabro de ouro era confeccionado em uma única peça de ouro. O candelabro fornecia luz para o Lugar Santo e é também (não somente) uma figura de Jesus.

I. O CANDELABRO COMO FIGURA
No lado esquerdo de quem entra no Santuário está o Candelabro de Ouro, feito com ouro batido e pesando 34 (trinta e quatro) quilos[1]. Era uma bela obra de arte com seis hastes decoradas com cálices em forma de amêndoas e ornado com flores. As seis hastes e o pedestal central totalizavam sete lâmpadas a óleo, mantidas acesas continuamente (Êx 27.20, 21; Lv 24.1-4). Essa peça de rara beleza nos ensina valiosas lições espirituais.
Nomes do candelabro
Este utensílio recebeu vários nomes:
·         Candelabro (Êxodo 35.14; 40.4,24).
·         Candelabro de ouro (Êxodo 25.31).
·         Candelabro de ouro puro (Êxodo 31.8; 39.37; Levítico 24.4).
·         Castiçal (Êx 37.17 – Almeida Revista Corrigida).
·         Menorah - castiçal de ouro.

1. A figura da Luz.
O candelabro fornecia luz para o Lugar Santo. Na Bíblia somente um pode ser descrito como a luz perfeita, a luz que é capaz de iluminar a Jerusalém celestial de Deus - Jesus! Lemos isso em Apocalipse 21.23, que diz. “A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia”.
O Senhor Jesus deu uma exata interpretação do significado simbólico do candelabro. Em Hebreus 9, observamos que o candelabro foi o primeiro objeto relacionado ao Santuário mencionado por Paulo. Este “mistério” foi revelado por João no livro de Apocalipse (capítulo 1).

O candelabro é um tipo ou uma profecia:

·         Do Senhor Jesus Cristo como a luz do mundo (João 8.12; 9.5 e outros)
·         Da Igreja do Novo Testamento, tanto local quanto universal (Mateus 5.14-16 e Apocalipse 1.12-20).

2. Uma peça de ouro batido – figura de sofrimento.
O candelabro era a peça mais linda dentre todas que encontramos no Tabernáculo. Ele era feito de ouro fino e é mencionado vinte e uma vezes na Bíblia. Outra característica do candelabro, que faz com que ele aponte para Jesus, é o fato de que ele era feito de ouro batido, o que nos faz lembrar os sofrimentos de Cristo. Lembremo-nos que, nos Seus sofrimentos, bateram em Jesus de diversas formas, além de o furarem com lança quando já estava na cruz.

3. A figura da beleza.
O candelabro era composto de diversas peças que o adornavam: o pedestal, as hastes, os cálices e as flores que faziam dele uma peça delicada de rara beleza. Esse conjunto quer nos comunicar uma verdade singular: a beleza de Cristo é incomparável.

4. As sete lâmpadas, a figura do Espírito Santo.
Sete lâmpadas: O número 7 simboliza plenitude, totalidade e perfeição. Sobre os sete braços havia sete lâmpadas acesas com fogo. Estas sete lâmpadas simbolizam os sete Espíritos que estão sobre o Messias, o Senhor Jesus Cristo. Isto também se aplica à Igreja, que é o seu Corpo (ver Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6 e Is 11.1-4).

As sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos a obra cumprida por Cristo como a única base de manifestação do Espírito na Igreja. O Espírito Santo não foi dado antes de Jesus ter sido glorificado. (Compare-se João 7.39 com Atos 19.2-6.). Em Apocalipse, capítulo 3, Cristo é apresentado à igreja de Sardo conto aquele que tem os sete espíritos. Quando o Senhor Jesus foi exaltado à destra de Deus, então derramou o Espírito S anto sobre a sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e de culto. (C. H. Mackintosh)

Assim como o povo trazia a flor[2] da farinha para que fossem assados os pães, também trazia azeite puro para manter acesas as luzes do candelabro (Êx 25.27, 28; 35.10, 14). De acordo com Zacarias 4.1-4, esse óleo simboliza o Espírito de Deus, e sem o poder do Espírito não podemos glorificar a Cristo (Jo 16.14) nem dar testemunho eficaz de Jesus (At 1.8). “Sem mim”, disse Jesus, “nada podeis fazer” (Jo 15.5).

II. CANDELABRO SEMPRE ACESO
O sacerdote tinha a tarefa de manter acesa a luz desse candelabro. Entre outras coisas, era nisso que consistia a sua tarefa: Manter a luz acesa através da limpeza contínua do candelabro. O propósito do candelabro era iluminar. Ele fornecia luz ao Santuário (Lv 24.2; Nm 8.2,3; 1ª João 1.5; Jo 1.4,9; Jó 33.30 e Ef 5.8). As luzes das sete lâmpadas do candelabro eram mantidas acesas com azeite preparado especialmente para esse fim (Êx 27.20, 21).

1. O candelabro deveria iluminar o Lugar Santo.
O candelabro era a única luz no Lugar Santo. Do mesmo modo, Cristo e sua Igreja representam a única luz. (Mt 5.14. Lc 1.78; Jo 8.12; 2ª Co 4.16, Fp 2.15,16 e 1ª Jo 1.5-7). Não havia luz natural dentro do Santuário (Jo 9.5 e 12.35,36).

Uma vez que não era possível deixar entrar a luz natural externa, o candelabro de ouro era a única fonte de luz no Lugar Santo. Sem ele, os sacerdotes não poderiam realizar seus vários ministérios. Deus quer que ofereçamos a ele adoração inteligente e não ignorante (Jo 4.19-24; At 1 7.22-31; Rm 1.18- 25), e, para isso, precisamos da luz da Palavra de Deus para nos guiar (Sl 1 1 9.105, 130; Pv 6.23).

2. O candelabro deveria permanecer aceso diante do Senhor (Lv 24.1-4; Êx 40.25; 27.21; Ap 4.5).
Nossa luz deve brilhar diante do Senhor e diante do mundo (Mt 5.15,16).

4. O candelabro de ouro deveria iluminar a área ao seu redor (Êx 25.37 e Nm 8.2,3).
Em outras palavras, ele deveria iluminar a si mesmo e aos seus ornamentos. Da mesma forma, o Espírito ilumina os 66 livros da Bíblia, trazendo luz para a Palavra (Sl 36.9; 119.130; Jo 14.26; 16.13,14 e 2ª Co 3.18). Todo o serviço prestado ao Senhor pelo sacerdote era realizado à luz do candelabro (Ap 1.6; 5.9,10 e 1ª Pe 2.5,9).

III. JESUS, A LUZ ETERNA E PERFEITA
O candelabro simbolizava Jesus Cristo, a sua Igreja e cada um de nós.

1. Jesus, a luz do mundo.
No Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os candelabros (Ap 1.12,13). Na descrição do Evangelista, observamos que somente a luz do Cordeiro é capaz de levar os castiçais a refulgirem. Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Portanto, só podemos brilhar se estivermos em perfeita comunhão com o Filho de Deus. Ele veio a este mundo exatamente para iluminar as regiões da sombra e morte (Is 9.2).

2. A Igreja é a luz do mundo.
Aos seus discípulos, o Senhor Jesus foi claro e decisivo: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Enquanto Ele estava no mundo, Ele era de fato a luz do mundo (Jo 9.5). Mas após a sua ascensão ao Céu, a missão de iluminar este século passou a ser nossa. E, agora, somos exortados a brilhar não somente como um candelabro, mas como verdadeiros astros (Fp 2.15). Portanto, quanto mais anunciarmos o Evangelho e ensinarmos a justiça divina, mais glorificaremos a Deus com a luz de nosso testemunho e confissão (Dn 12.3).

3. O crente como luz do mundo.
Individualmente, o Senhor Jesus exorta cada crente a agir como luz do mundo (Lc 11.35). A luz da confissão de Estêvão brilhou de tal forma, que os seus algozes viram-lhe o rosto como se fosse a face de um anjo (At 6.15). Apesar de apedrejado, o seu testemunho ainda hoje reluz, legando-nos um exemplo de pureza, fé e coragem. Ele foi de fato, em todas as coisas, como um candelabro reluzente e glorioso nas mãos do Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
O crente como o sal da terra e a luz (Mt 5.13-16).
“O ‘sal’ é valorizado por dois atributos principais: gosto e conservação. Não perde sua salinidade se é cloreto de sódio puro. Isto nos leva à sugestão do que Jesus quis dizer quando disse [que] os discípulos deixariam de ser discípulos se eles perdessem o caráter de sal. O sal não refinado extraído do mar Morto continha mistura de outros minerais. Deste sal em estado natural o cloreto de sódio poderia sofrer livixiação em consequência da umidade, tornando-o imprestável (Jeremias, 1972, p.169). O ensino rabínico associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto que a palavra grega traduzida por ‘nada mais presta’ tem ‘tolo’ ou ‘louco’ como seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhem o desprezo de ambos.

No Antigo Testamento ‘luz’ está associada com Deus (Sl 18.28; 27.1), e o Servo do Senhor e Jerusalém estão revestidos com a luz de Deus. O Servo será luz para os gentios, e todas as nações virão à luz de Jerusalém (Is 42.6; 49.6; 60.1-3). É neste sentido de ser luz para as nações que Jesus identifica os discípulos como luz. Esta ideia antecipa a conclusão do Evangelho de Mateus: ‘Portanto, ide, ensinai todas as nações [ou fazei discípulos]’ (Mt 28.19). No capítulo anterior, Mateus identificou Jesus como a ‘grande luz’ de Isaías na Galileia gentia (Mt 4.15,16). Agora os discípulos são chamados para serem portadores da luz (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.43,44).

IV. MANTENDO A LUZ BRILHANDO CONTINUAMENTE
A fim de que a nossa luz brilhe continuamente, mantenhamos estas três coisas básicas: nossa união com Cristo, nossa comunhão fraternal e nosso testemunho diário.

1. Nossa união com Cristo.
Para reluzirmos como luz do mundo, nossa união com Cristo é imprescindível. O candelabro visto por Zacarias ardia de forma ininterrupta, pois estava ligado a um vaso de azeite, e este, por sua vez, achava-se conectado a duas oliveiras (Zc 4.1-3). Dessa forma, havia um fluxo contínuo de azeite àquele candelabro, que, naquela hora tão difícil para o povo de Deus, brilhava para sempre.

Jesus é a “oliveira”, na qual fomos enxertados (Rm 11.17-24). Unidos a Ele, jamais nos faltará o precioso azeite, para vivermos uma vida plena e vitoriosa (1 Jo 2.20).

2. Nossa comunhão fraternal.
O candelabro, embora se destacasse por seus ricos e variados detalhes, formava uma única peça (Êx 25.31). O mesmo podemos dizer da Igreja de Cristo. Embora formada por membros de várias procedências e origens, constitui um único corpo (1 Co 12.13). Agora, todos somos um em Cristo (Rm 12.5). E, por esse motivo, temos de preservar o vínculo do amor fraternal (Ef 4.3; Cl 3.14). Se nos amarmos como Cristo nos recomenda, seremos conhecidos como seus discípulos (Jo 13.34).

A Igreja, como o candelabro de Cristo, deve ser reconhecida por sua unidade, por seu amor e por sua comunhão no Espírito Santo (2 Co 13.13). Não há luz tão intensa como a comunhão cristã.

3. Nosso testemunho diário.
Nosso testemunho cotidiano não deixa de ser uma expressão profética, pois, de forma veemente, protesta contra o pecado. Lembremo-nos de que o candelabro era adornado por figuras de amendoeiras, nas quais brotavam a luz gloriosa (Êx 25.33). Esta foi a árvore que marcou o chamamento do profeta Jeremias (Jr 1.11,12). Na tipologia profética, ela é árvore despertador, por ser a primeira a florescer na primavera.

Quando o mundo vê o bom testemunho de um cristão, o nome do Pai Celeste é glorificado (Mt 5.16). Nosso testemunho diário está intimamente relacionado à luz. Se for realmente bom, nosso candelabro cumpre fielmente a sua missão. Eis por que cada um de nós deve ser um padrão de boas obras (Tt 2.7).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Por que a igreja deve se caracterizar pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor?
Para explicar de forma simples, o caráter da igreja deve refletir o caráter de Deus. Devemos ser santos, unidos e amorosos, porque Deus é Santo, é um e é Amoroso. Paulo diz aos coríntios: ‘Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo’ (1ª Co 11.1). Deus pretende expor seu próprio reflexo na igreja. Em geral, observamos isso no capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é a sabedoria de Deus, não a sabedoria do mundo (1ª Co 1.17—2.16). Paulo escreve: ‘Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus’ (2.12). E escreve alguns versículos adiante: ‘Nós temos a mente de Cristo’ (2.16b). Em suma, a obra transformadora do evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente de Cristo e a torna mais semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo d’Ele na Igreja — por meio da proclamação e da vida santa, unida e amorosa — é a exata matéria do testemunho da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas características, observamos que seu fim último não é melhorar a saúde moral da sociedade, embora isso possa ser um subproduto, mas refletir a Deus (DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 187).

CONCLUSÃO. Jesus anda por entre os castiçais. Ele vê nossas obras, sonda nossas intenções e mede a intensidade de nossa luz. Supervisionando-nos, o Senhor remove e tira castiçais (Ap 2.5). Como está a nossa lâmpada? Ela tem de estar rigorosamente limpa, a fim de brilhar intensamente neste mundo tenebroso. Que Deus nos ajude.

Fonte: Lições Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD.

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