Texto
Áureo
“E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo
fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a
tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar
fazendo assim.” (Lc 12.42,43)
Verdade
Prática
Deus nos confiou a mordomia dos bens
materiais e espirituais; por isso, sejamos vigilantes e zelosos, porque, em
breve, Ele nos chamará a prestar contas de tudo quanto recebemos.
LEITURA
BÍBLICA
Lucas
12.42-48
“E disse o Senhor: O qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor
pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? 43 - Bem-aventurado
aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim. 44 - Em verdade
vos digo que sobre todos os seus bens o porá. 45 - Mas, se aquele servo disser
em seu coração: o meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e
criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, 46 - virá o Senhor daquele
servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e
lhe dará a sua parte com os infiéis. 47 - E o servo que soube a vontade do seu
senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com
muitos açoites. 48 - Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com
poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe
pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
Como temos administrado o nosso tempo? O
nosso ministério? A nossa vida espiritual? O nosso dinheiro? São perguntas que
deveríamos fazer com muita sinceridade.
Antes de iniciara lição em classe,
apresente o comentarista deste trimestre: pastor Elinaldo Renovato. Ele é líder
da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN; professor universitário; bacharel em
ciências econômicas; escritor de diversas obras editadas pela
INTRODUÇÃO
- Neste trimestre, estudaremos a Mordomia
Cristã. Ela prioriza os bens espirituais e materiais que o Criador nos delegou.
Nesta lição, denominamos “bens espirituais” os recursos e os meios confiados
por Deus à Igreja. Quanto aos “bens materiais”, são estes os recursos naturais
e sociais que desfrutamos no mundo. Assim, veremos que o Pai levantou a Igreja
para cuidar dos seus interesses na Terra.
- A Mordomia Cristã destaca que Deus é o
Criador, nós somos suas criaturas; Deus é o Rei, nós somos seus súditos; Deus é
o Senhor, nós somos seus servos. Como Criador, como Rei, como Senhor, Deus tem
direitos e poder para exigir o que quiser; um desses direitos é o de exigir a
prestação de contas das mordomias exercidas por seus mordomos, conforme o Senhor
Jesus ensinou em Lucas 16.1-13. É dentro deste entendimento que vamos procurar
apreender o que é a Mordomia Cristã.
I.
CONCEITOS DE MORDOMIA
1.
Mordomo.
A palavra vem do latim, major domu, e significa “o criado maior
da casa”, “administrador dos bens de uma casa”, “ecônomo” (Dicionário Aurélio).
Na Bíblia, a função aparece diversas vezes
como “encarregado administrativo dos bens de um grande proprietário de terras”.
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento essa função corresponde à de um
administrador. Portanto, nós somos mordomos de Deus e, à luz do Novo
Testamento, os líderes espirituais têm maior responsabilidade perante o Senhor
da Igreja (Lc 12.48).
2.
Mordomia.
A palavra significa “cargo ou ofício do
mordomo; mordomado”. Sua origem está no termo grego oikonomia e, por isso, a encontramos em alguns textos do Novo
Testamento, como na “Parábola do mordomo infiel” (Lc 16.2-4). Na Bíblia,
mordomia diz respeito a todo serviço que o crente realiza para Deus e o seu
comportamento diante do Pai e dos homens. É a administração dos bens
espirituais e materiais, tanto no aspecto individual quanto no coletivo do ser
humano. Assim, nossas faculdades espirituais, emocionais e físicas são o objeto
da Mordomia Cristã. Por isso, esta mordomia está Ligada ao ensino da Palavra de
Deus.
O mordomo é a função que responde à mordomia
pela qual ele foi colocado para executar. No Reino de Deus, essa relação se dá
com o crente e a dimensão de sua vida nas esferas espiritual e social. O
crente, em Jesus, tem contas a prestar a Deus a respeito do que Ele o chamou a
fazer.
3.
Mordomia Cristã - seu sentido bíblico.
- No seu sentido bíblico, a Mordomia
Cristã ressalta a Soberania de Deus sobre tudo e sobre todas as coisas, e a
nossa responsabilidade como administradores dos bens que ele nos confiou - bens
morais, espirituais e materiais, incluindo a nossa própria vida e o nosso
próprio corpo. Nós não somos donos de nada, somos apenas mordomos de Deus. Deus
é dono de tudo e de todos:
Do
universo:
Gn 1.1; 14.22; 1º Cr 29.13,14; Sl 24.1; 50.10-12.
Do
homem:
por direito de criação (Is 42.5); por direito de preservação: At 14.15-17 e At 17
22-28; por direito de redenção: 1ª Co 6.19,0; Tt 2.14 e Ap 5.9.
“Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os
céus, e os estendeu, e formou a terra e a tudo quanto produz, que dá a
respiração ao povo que nela está e o espírito, aos que andam nela” (Is 42.5).
- Desta feita, ao dizermos “restitui tudo
o que é meu”, não tem respaldo diante deste conceito, haja vista que somos
apenas mordomos de tudo que é de Deus, o genuíno proprietário (Gn 1.28; 2.15;
Sl 8.3-9).
- Portanto, Mordomia Cristã diz respeito à
administração de todos os bens espirituais e materiais, tanto no aspecto
individual quanto no coletivo do ser humano.
Nós somos mordomos de Deus e, à luz do
Novo Testamento, os líderes espirituais têm maior responsabilidade perante o
Senhor da Igreja (Lc.12:48).
“...E a qualquer que muito for dado, muito
se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”.
- Logo, o conceito bíblico de Mordomia é o
seguinte:
“É o reconhecimento da soberania de Deus,
a aceitação do nosso cargo de depositários da vida e das possessões, e
administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus”.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
A proposta básica desse primeiro tópico é
explicar o conceito de “mordomo” e de “mordomia”. Após expor esses conceitos,
faça uma reflexão sobre a maturidade, virtude essencial para a “mordomia” em
toda a área da vida. Use este texto como base de sua reflexão: “Uma orientação
importante para qualquer tipo de sucesso, seja pessoal, espiritual, profissional,
financeiro, familiar ou esportivo, é a necessidade de maturação. Não se
consegue isso da noite para o dia. É preciso tempo e esforço. Entenda: ser
'maduro', aqui, não é sinônimo de ser 'velho', mas sim de ter experiências
suficientes que lhe confiram sabedoria para agir e errar menos” (Maturidade
para a escolha certa, de William Douglas, site CPADNEWS). Assim, mostre à
classe a importância da maturidade para desenvolver a ideia de mordomia em toda
as esferas da vida, seja espiritual ou material.
II.
A MORDOMIA ESPIRITUAL DO CRISTÃO
1. A
mordomia do amor cristão.
- A mordomia cristã deve dar grande valor
à prática do amor. Certa vez, um fariseu resolveu testar Jesus quanto à sua
visão sobre os mandamentos da Lei de Moisés. Ele conhecia bem os dez mandamentos.
Abordando Jesus, indagou-lhe: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?” (Mt
22.36). E Jesus respondeu-lhe de maneira sábia, serena, e consistente:
1.1.
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (22.37). Nosso Senhor não
aceita dominar apenas uma parte do nosso coração; Ele o requer por completo.
Quanto a isso, Ele nunca fez concessões: “Quem não é comigo é contra mim; e
quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). O mandamento revela o objeto da
nossa mordomia de amor: fazer o bem ao próximo de forma concreta, com obras que
revelam a nossa fé (Tg 2.14-17).
1.2.
“De toda a tua alma e de todo o teu pensamento” (v.57). Aqui, o Senhor
Jesus enfatizou que, além de todo o coração, o primeiro mandamento exige toda a
alma e todo o pensamento de uma pessoa. Essa é a base bíblico-doutrinária para
dizer que a Mordomia Cristã valoriza a interiorioridade do crente. Logo,
absolutamente tudo no interior do cristão - coração, alma e pensamento - deve
estar voltado para Deus, que é o centro de todas as coisas.
1.3.
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (22.58). O segundo
mandamento enfatiza que, na medida em que amamos a Deus de todo coração, alma e
pensamento, devemos amar o próximo como a nós mesmos. Tal mandamento é
relevante para a nossa mordomia, pois no mundo atual, sem qualquer ranço
pessimista, pode-se ver que o desamor é a tônica entre pessoas, famílias,
países e, até mesmo, entre alguns que se dizem cristãos.
1.4.
Quem é o próximo? Esta
foi a grande pergunta feita por Jesus após contar a parábola do Bom Samaritano
ao doutor da lei (Lc 10.30-37). O nosso próximo é um familiar: esposo, esposa,
pai e filho, irmão, primo, sobrinho, etc. É o nosso irmão em Cristo, o nosso
vizinho, o professor, o colega de trabalho, o carente ou o socialmente
excluído. Assim, o mandamento revela o objeto da nossa mordomia de amor: fazer
o bem ao próximo de forma concreta, com obras que revelam a nossa fé (Tg
2.14-17).
- O Amor cristão se distingue de práticas
pagãs, que são apenas atos de hipocrisia. O Amor cristão é diferente e
produtivo em toda a sua essência. O amor cristão é:
A. Sincero. “O amor seja não
fingido” (Rm 12.9). A sociedade distanciada de Deus impõe os seus métodos, e já
estamos até acostumados com a maneira falsa que eles usam para expressar amor.
Chegam a ponto de classificar o adultério e a lascívia de amor. Porém, o amor
que Deus derramou em nossos corações, é antes de tudo sincero e divino (ágape).
Por isso, somos exortados a amar de verdade, sem fingimento. Longe de nós
fingir que amamos nossos irmãos no intuito de tirar proveito. Somos justificados
para amar com o amor de Deus, que não é fingido.
B. Cordial. “Amai-vos
cordialmente uns aos outros” (Rm 2.10). Cordial é uma palavra cujo significado
é relativo ao coração. Sugere um cristão afetuoso. Isto revela um amor que
emana do coração e não de sentimentos interesseiros. O amor cordial faz bem a
geração dos justos. Faz bem aos filhos de Deus.
C. Fraternal. “Com amor
fraternal” (Rm 12.10). O amor fraternal é a amizade íntima entre irmãos. Sugere
harmonia e comunhão. Isto é maravilhoso, porque em um ambiente assim, há cura
de traumas. A libertação é mais frequente, porque o perdão é uma constante. Em
Cristo, temos o dever de amar a todos, dentro da comunidade cristã e fora dela
(Rm 13.8).
“A ninguém devais coisa alguma, a não ser
o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a
lei” (Rm 13.8).
D. Honroso. “Preferindo-vos
em honra uns aos outros. (Rm 12.10). Honrar uns aos outros não quer dizer
bajular-se mutuamente. Significa o reconhecimento de valores individuais; é ter
o irmão em estima e apreço, como alguém que foi comprado pelo preciosíssimo
sangue de Jesus Cristo.
- Sem o amor de uns para com os outros, ou
seja, sem o amor cristão, a Igreja não tem condições de subsistir. Se não
amamos os nossos irmãos, não temos como testificar que somos crentes (1ª Jo 2.9-11).
“Aquele que diz que está na luz e aborrece
a seu irmão até agora está em trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e
nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e
anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os
olhos”.
- O apóstolo João foi preciso e direto
quanto a essa premente necessidade de que não teriam vida espiritual aqueles
que não tivessem o amor cristão.
- O indivíduo que se diz cristão e que não
ama, de acordo com as Escrituras Sagradas, esse indivíduo permanece na morte;
sempre esteve e continua espiritualmente na morte.
“Nós sabemos que já passamos da morte para
a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1ª Jo 3.14).
- O amor deve ser a força unificadora e a
marca identificadora do cristão. O amor é a chave para andarmos na luz, porque
não podemos crescer espiritualmente enquanto odiamos os outros. Nosso crescente
relacionamento com Deus resultará no crescimento de nosso relacionamento com as
outras pessoas.
- Amar, portanto, é um mandamento
imperativo. Foi Jesus quem disse:
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis
uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”
(Jo 13.34).
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas por obras e em verdade” (1ª Jo 3.18).
Que assim procedamos. Caso contrário, não
somos considerados filhos de Deus.
2. A
mordomia da fé cristã.
- A palavra fé (gr. pistis; lat. fides) traz a ideia de confiança que depositamos em
todas providências de Deus. Mas a melhor definição de fé foi enunciada pelo
autor da Epístola aos Hebreus, ao descrevê-la com profunda inspiração divina: “Ora,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se
não veem” (Hb 11.1).
- Aqui, há três características essenciais
à fé:
(1) Ela é o fundamento ou base para a
confiança em Deus.
(2) Ela envolve a esperança ou expectativa
segura do que se espera da parte de Deus.
(3) Ela é “a prova das coisas que não se
veem”, mas são esperadas por uma convicção antecipada.
- A Fé é um elemento fundamental na vida
espiritual do crente, a ponto de a Bíblia dizer que sem fé é impossível agradar
a Deus (cf. Hb.11:6a). Na caminhada para o céu, a “Fé” é o combustível e sem
esta fé jamais conseguiremos chegar ao destino, ao fim da nossa jornada: a
salvação.
- O apóstolo João também diz que a Fé é a
vitória que vence o mundo (1ª Jo 5.4), de forma que podemos muito bem inferir
que todas as promessas maravilhosas feitas por Jesus à Igreja, constantes das
sete cartas às igrejas da Ásia (Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21), estão destinadas
somente aos que têm Fé, vez que foram dirigidas aos que vencerem, como explica
João.
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito
diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no
meio do paraíso de Deus” (Ap 2.7).
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito
diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (Ap 2.11).
“E ao que vencer e guardar até ao fim as
minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações” (Ap 2.26).
3. A
fé como patrimônio espiritual.
- A fé cristã é o depósito espiritual
acumulado durante toda vida do crente. É o nosso patrimônio espiritual, de
valor e virtudes inestimáveis. Essa fé que o crente foi estimulado a guardar
para não perder a “coroa” (Ap 3.11). Ao escrever ao jovem discípulo, Timóteo, e
já próximo da morte, o apóstolo Paulo disse:
“Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos
os que amarem a sua vinda” (2ª Tm 4.7,8). Querido irmão, prezada irmã, guarde
sua fé!
Diferença
entre Fé Natural, Fé Salvadora e Fé Ativa
- A
Fé Natural. É a chamada fé esperança, fé intelectual. Esta fé nasce com o
homem, faz parte da natureza humana. Ela é essencial para a vida sobre a face
da Terra. É a crença baseada na habitualidade ou no raciocínio humano. Assim,
quando nos sentamos em uma cadeira, cremos que não iremos cair e que a cadeira
nos aguentará, apesar de sermos mais pesados do que ela. Quando estendemos um
braço num ponto de ônibus fazendo sinal para que ele pare, cremos que o
motorista irá parar e abrir a porta para que entremos, e assim por diante.
- A Fé Natural dá ao homem motivação para
lutar, para progredir, para superar dificuldades. Quando o homem perde a Fé
Natural, ele cai no desânimo, perde a vontade de viver, de lutar. É ela que faz
com que o homem seja um ser religioso, faz com que ele creia sempre em algo, ou
alguém superior a ele. Ouvindo falar de um Deus Criador, ele, com facilidade,
crê na sua existência – “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem...” (Tg 2.19), ou
seja, nisto não há nada de excepcional. E Tiago acrescenta: “... também os
demônios o creem e estremecem”. Não ouvindo falar de um Deus Criador, então o
homem inventa os seus próprios “deuses”. Ele sente necessidade de crer. Porém,
este crer, mesmo que seja no Deus verdadeiro, através da fé natural, não muda
nada em sua vida.
- Esta fé nada representa no campo
espiritual, é fruto da lógica humana. Os cientistas e filósofos têm chegado à
conclusão de que toda atividade intelectual tem uma dose de fé, e esta é a fé
natural, que, entretanto, não pode ser o critério, o parâmetro a ser seguido
pelo servo de Deus. É óbvio que o servo do Senhor também possui esta fé, pois
se trata de um ser humano, mas não pode deixar que esta fé seja o seu guia
exclusivo.
- A
“Fé Salvífica” ou “Fé Salvadora”. É a crença de que Jesus é o único e
suficiente Senhor e Salvador de nossas vidas. Quando alguém dá crédito à
pregação do Evangelho, considera-se um pecador e se arrepende dos pecados, e
crê que Jesus pode perdoá-lo, e se submete à vontade de Deus, crendo que Jesus pode
dar-lhe a vida eterna e levá-lo ao Céu, age com a “fé salvadora” ou “fé
salvífica”.
- Esta Fé não nasce no homem, mas é dom de
Deus (Ef 2.8). Através da Palavra de Deus (Rm 10.17), o Espírito Santo convence
o homem do pecado, da morte e do juízo (Jo 16.8-11) e, deste modo, o homem crê
e, mediante esta fé, é justificado (Rm 5.1), ou seja, posto numa posição de
justificado diante de Deus, o que lhe permite ter paz, isto é, comunhão com
Deus, sendo vivificado em Cristo.
- A
Fé Ativa.
É a confiança absoluta em alguém ou em algo. É precisamente este o significado
em que se deve entender fé enquanto Fé Ativa. Esta Fé é exercida diariamente
pelo cristão, após ter aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador. Trata-se da
atitude de confiança em Deus, de crédito à sua Palavra, às suas promessas.
Somente podemos dizer que temos fé se dermos crédito à Palavra de Deus, e dar
crédito à Palavra de Deus é fazer o que Ele manda ali.
- Esta Fé é o combustível que nos leva a
caminhar em direção à Jerusalém celestial. É o elemento que nos faz superar
todos os obstáculos e a enxergar as circunstâncias sob o prisma espiritual.
- Esta Fé é a fibra que nos torna
resilientes diante das tempestades da vida, das provas e tentações. Foi esta Fé
que fez com que os antigos vencessem todas as dificuldades, como nos mostra o
escritor aos Hebreus no capítulo 11.
Esta Fé é a que nos faz vencer o mundo (1ª
Jo 5.4).
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
- “No Novo Testamento, o verbo pisteuõ ('creio, confio') e o
substantivo pistis ('fé') ocorrem
cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade
como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap
13.10). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado quase
exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total
dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou
no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é
'um salto no escuro'.
- Somos salvos pela graça mediante a fé
(Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não
poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa
dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza
todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual” (HORTON, M. Horton (Ed.).
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018,
pp.369-70).
III.
A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS
1. O
cristão e as finanças.
- Na mordomia dos bens materiais, o
cristão deve trabalhar honestamente para garantir sua sobrevivência financeira.
Desde o Gênesis, após a Queda, o homem emprega esforços, com “o suor” de seu
rosto (Gn 3.19), para obter os bens de que necessita. Isso é feito de maneira
constante (1ª Ts 4.11). Nesse aspecto, a preguiça é um pecado intolerável
diante de Deus. Assim, Ele exorta ao preguiçoso que aprenda com as formigas,
pois estas trabalham no verão para garantir o mantimento no inverno (Pv 6.6,9;
10.26).
- Esta necessidade de trabalhar foi
confirmada no Novo Testamento, sendo que o Senhor Jesus nos deixou o exemplo
maior. Como homem ele aprendeu uma profissão e a exerceu como fonte de
subsistência de sua família, antes e depois da morte de José. Não foi sem razão
que, enquanto José era vivo, Jesus foi conhecido como “o Filho do carpinteiro”,
e depois da morte de José então era chamado de “o Carpinteiro” - “...e muitos,
ouvindo-o, se admiravam, dizendo: de onde lhe vêm essas coisas? Não é este o
carpinteiro, filho de Maria...” (Mc 6.2,3).
- Vemos, pois, que em sua cidade todos
sabiam que Jesus exercia a profissão de Carpinteiro. Certamente que, até os
trinta anos, ele deixou seu exemplo para todos os meninos, adolescentes e
jovens, em relação ao estudo e ao trabalho. O menino judeu aprendia em casa,
com os pais até os cinco anos, quando, então, começava a frequentar às escolas
seculares que, quase sempre funcionavam nas Sinagogas. Porém, enquanto
estudavam, também aprendiam uma profissão, independente daquela carreira que
abraçariam mais tarde, como resultado dos seus estudos.
- Trabalhar, portanto, significa cumprir a
vontade de Deus. Para um filho de Deus ter um trabalho e poder tirar dele sua
subsistência deve ser considerado como uma benção, não como um sacrifício. Você
já agradeceu a Deus, hoje, pelo seu emprego, ou pela sua profissão?
2. O
cristão e as riquezas.
- Deus não demoniza a riqueza nem diviniza
a pobreza. Mas o cristão não deve recorrer aos meios ou práticas ilícitas de
ganhar dinheiro, como o bingo, a rifa, as loterias e outras formas “fáceis” de
buscar riquezas (Pv 28.20).
- A Bíblia mostra que a avareza é a
idolatria ao dinheiro, ou seja, uma compulsão para enriquecer a qualquer custo.
É uma escravidão ao vil metal. Sobre isso as Escrituras também asseveram: “Porque
o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1ª Tm 6.10).
- E Jesus ensinou: “Acautelai-vos e
guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do
que possui” (Lc 12.15). E também ratificou: ‘Mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”
(Mt 6.20).
- A riqueza é uma bênção de Deus, tanto
que Deus a concedeu a Salomão (1º Rs.3.13), mas, e aqui está um caso típico,
não podemos pôr nas riquezas o nosso coração (Sl 62.10; Mt 6.19-21). Devemos,
sempre, buscar servir a Deus e lhe agradar. Esta deve ser aintenção do cristão.
“…se as vossas riquezas aumentam, não
ponhais nelas o coração” (Sl 62.10).
- Se Deus nos conceder a riqueza, que nós
a usemos para agradar a Deus. Se nos der a pobreza, que nós a usemos para
agradar a Deus. O importante é que não façamos dos bens materiais o objetivo e
a intenção de nossas vidas.
- Quem passa a viver em função dos bens
materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser
um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl 3.5) e, assim,
está fora do reino dos céus (Ap 22.15).
- Não são poucos os que acabam se perdendo
na caminhada para o Céu por causa dos bens materiais e por causa do dinheiro. A
Bíblia revela que a avareza tem sido um obstáculo para muitos alcançarem a
salvação, como nos casos do mancebo de qualidade (Mt 19.22; Lc 18.23), de Judas
Iscariotes (Lc 22.3-6; Jo 12.4-6), de Ananias e Safira (At 5.1-5,8-10), de
Simão (At.8.18-23) e de muitos outros, como afirmou Paulo em sua carta a
Timóteo (1ª Tm 6.9,10).
“Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de
toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1ª Tm 6.9,10).
- Aqueles que fazem do dinheiro a razão de
sua vida caem em tentação, cilada e atormentam a sua alma com muitos flagelos.
Contudo, o dinheiro é necessário; é um meio e não um fim; é um instrumento por
intermédio do qual podemos fazer o bem.
- O problema não é ter dinheiro, mas o
dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas entesourá-lo
no coração.
- Deus nos dá o dinheiro para O
glorificarmos com ele, e fazemos isso, quando cuidamos da nossa família, dos
domésticos da fé e de outras pessoas necessitadas, e quando contribuímos para a
proclamação do Evangelho.
- O dinheiro deve ser granjeado com
honestidade, investido com sabedoria e distribuído com generosidade.
- Infelizmente, o dinheiro tem deixado de
ser apenas uma moeda para transformar-se num ídolo; é o deus mais adorado
atualmente. Por ele, muitos se casam, divorciam-se, mentem, matam e morrem.
- Aqueles, entretanto, que pensam que o
dinheiro é um fim em si mesmo, que correm atrás dele delirantemente, descobrem
frustrados, e tarde demais, que seu brilho é falso, que sua glória se desvanece,
que seu prazer é transitório.
- A Bíblia é contundente em sua
advertência: “o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”
(1ª Tm 6.10).
Jesus foi incisivo em sua advertência:
“Acautelai-vos e guardai-vos da avareza,
porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).
“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam"
(Mt 6.20).
3. O
cristão e a contribuição para a igreja.
- Na igreja local há várias maneiras pelas
quais o cristão pode e deve contribuir para a expansão e manutenção da Obra do
Senhor.
- Uma das atitudes do cristão fiel na
mordomia cristã é a voluntariedade e a disposição em contribuir financeiramente
para a igreja local. Neste contexto, estão as ofertas alçadas que se devem dar
nas igrejas, bem assim as contribuições específicas para determinadas obras na
casa do Senhor e para a obra missionária.
- Seria muito bom que, na administração de
seus bens, o cristão pudesse dedicar sempre uma parcela fixa de seu rendimento
para esta parte.
- Como cristãos, devemos demonstrar o amor
de Deus que há em nossos corações, e contribuir financeiramente para a igreja é
uma forma de demonstrar de forma concreta o amor de Deus em nossos corações.
- O serviço eclesiástico, o serviço social
da igreja e obra evangelística e/ou missionária jamais se desenvolverão sem a
participação, deliberada e consciente, dos membros da igreja. A
responsabilidade é plenamente dos cristãos.
SUBSÍDIO
VIDA CRISTÃ
A
importância do compromisso.
“Earl e Hazel Lee escreveram: 'o
compromisso é mais que uma decisão sentimental que pode mudar a vida de uma
pessoa por alguns poucos dias cheios de emoção. É um ato válido da vontade, e
muda todo o modo de vida de uma pessoa'. Eles explicam o significado de
compromisso, descrevendo-o como o descreve um dialeto indiano: o compromisso é
dar com a palma da mão 'para baixo'. Quando colocamos algo na mão de alguém,
não conseguimos segurar nenhuma parte do que estamos dando. Ao passo que, se
pedirmos que uma pessoa retire algo de nossa mão, ainda poderemos segurar
alguma parte que essa pessoa não consiga pegar. Em nossa cultura, é mais fácil
passar do aproveitar os nossos bens a nos agarrarmos fortemente a eles e
tentarmos agarrar mais, o que é chamado materialismo.
A. W. Tozer escreveu: 'Uma das piores
tragédias do mundo é o fato de permitirmos que os nossos corações se encolham,
até que haja neles espaço para pouca coisa, além de nós mesmos’. O materialismo
é uma atitude perigosa, porque conserva o nosso foco naquilo que temos, e não
naquilo que somos e estamos nos tornando. Ele permite que fiquemos falsamente
satisfeitos - pensamos que, porque temos muitas coisas, devemos ser boas
pessoas. Embora não haja nada de errado em dirigir um carro bonito, em
vestir-se bem e aproveitar os benefícios da última tecnologia, quando os nossos
bens nos possuem e o que temos de valioso se torna mais importante que os
nossos valores, então estamos com problemas” (TOLER, Stan. Qualidade total de
vida. 1.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2013, pp.71-72).
CONCLUSÃO.
Somos mordomos dos bens espirituais e
materiais concedidos por Deus à sua Igreja. Se realizarmos nossa mordomia para
a glória de Deus, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados
pelo Senhor. Usemos os recursos que Deus nos concedeu como verdadeiros mordomos
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo o que temos vem do Senhor!
- A Mordomia Cristã estabelece como
verdade que somos criaturas, Deus é o Criador; que somos súditos, Deus é o Rei;
que somos servos ou mordomos, Deus é o Senhor.
- Somos mordomos de Deus, não porque
escolhemos sê-lo, mas porque Deus nos fez mordomos quando nos chamou e nos
resgatou pela sua graça. Deus é o Criador e Senhor de tudo, e tem-nos dado essa
responsabilidade. Tudo o que o homem pensa ter - vida, corpo, casa, carro,
dinheiro -, na verdade pertence a Deus; é o que a Bíblia afirma:
“Tua é, Senhor, a magnificência, e o
poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra...” (1º Cr 29.11).
“A ele seja a glória e o poderio para todo
o sempre. Amém” (1ª Pd 5.11).
- Somos responsáveis diante do Senhor por
tudo o que nos tem colocado em nossas mãos. A nossa conduta deve refletir o
nosso compromisso com a mordomia fiel.
Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2019 -
CPAD