TEOLOGIA EM FOCO: A MORDOMIA DO CORPO

quarta-feira, 10 de julho de 2019

A MORDOMIA DO CORPO



Texto Áureo
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm 12.1).

Verdade Prática
O corpo do cristão é o "templo do Espírito Santo" e, portanto, deve ser preservado para glória de Deus.

LEITURA BÍBLICA
1ª Coríntios 6.13-20. “Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. 14 Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. 15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. 16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. 17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. 18 Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. 19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a mordomia do corpo. Nela, destacaremos o valor espiritual e a grandeza da obra criadora de Deus. A Bíblia mostra que o Criador fez o homem do pó da terra, dando-lhe vida e tornando-o sua imagem e semelhança. Quando compreendemos essa verdade bíblica, tornamo-nos responsáveis pelo zelo do nosso corpo perante o Criador, pois, segundo sua Palavra, o corpo do cristão é “templo do Espírito Santo” (1ª Co 6.19). Pontuaremos os canais que conduzem o pecado contra o corpo; e por fim, veremos as consequências do pecado contra este tabernáculo.

I. A DIMENSÃO MATERIAL DO CORPO

1. A formação maravilhosa do corpo.
A definição básica de corpo é: “estrutura física e material que, juntamente com a alma e o espírito, compõe o homem” (ANDRADE, 2006, pp. 116,117). Como servos de Deus, temos a obrigação de cuidar muito bem do nosso corpo, pois ele é o templo do Espírito Santo. E, além disso, é desejo do Pai que desfrutemos de boa saúde física, mental e espiritual. A mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1).

A Bíblia relata a criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.18-25). Foi uma obra maravilhosa, poeticamente expressa nas palavras do rei Davi: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem" (Sl 139.14). No mesmo salmo, o autor sagrado traz à memória a contemplação divina do corpo humano ainda informe (Sl 139.15). Louve a Deus por sua maravilhosa Criação!

2. A estrutura do corpo humano.
Quando estudamos a estrutura do corpo humano, percebemos quão maravilhosa foi a obra do Criador. Por exemplo, o organismo humano se constitui de 216 tecidos organizados no esqueleto. Este possui 206 ossos. O cérebro tem um trilhão de células nervosas e seus sinais trafegam ao longo dos nervos até um máximo de 360 km/h. O corpo se constitui de setenta por cento de água; tem 96.500km de veias e artérias;

10 bilhões de vasos capilares; 100 trilhões de células. A estrutura humana revela uma complexidade que a teoria da evolução jamais explicará. Só uma mente onisciente, e um ser infinitamente supremo, pode dar respostas lógicas à origem da vida e do homem: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn 1.1,27).

1.1. A estrutura do corpo humano. No hebraico, a palavra corpo é “basar” e no grego a palavra é “soma”. O corpo é apenas a parte tangível, visível e temporal do homem (Lv 4.11; 1º Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22; Sl 119.120; Gn 2.24; 1ª Co 15.47-49; 2ª Co 4.7). O corpo é a parte que se separa na morte física. A Bíblia relata a criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.18-25), e a estrutura humana revela uma complexidade que a teoria da evolução jamais explicará. A Bíblia declara que Deus fez o homem do “pó da terra” (Gn 2.7; 1ª Co 15.47-49). O corpo é importante, pois Deus o ressuscitará (1ª Co 15.42), ele é o invólucro do espírito e da alma (Gn 35.18; Dn 7.15), é a parte física da constituição humana, o homem exterior, que se corrompe, ou seja, envelhece e é mortal (2ª Co 4.16; 1Pd 1.24). O homem é carne como criatura perecível (1ª Pd 1.24). A ciência afirma que o corpo é constituído de vários elementos químicos terrígenos como: (cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio, iodo, ferro, magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, silicone, sódio e súlfur), juntos eles não ultrapassam 6% de todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e gases, concordando assim, com o relato bíblico quanto a constituição do corpo humano (RENOVATO, 2019, p. 22).

1.2. Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo. A dimensão material do corpo revela uma obra maravilhosa; a estrutura do corpo, o arquiteto que o planejou. Podemos de maneira metafórica dizer com o corpo é comparado na Bíblia aos seguintes tipos: a) Tabernáculo ou tenda (2ª Co 5.1; 2ª Pd 1.13). Esses textos referem-se ao corpo como algo provisório, assim como o Tabernáculo o era para Israel, em sua peregrinação pelo deserto; b) Templo de Deus (1ª Co 6.19), aqui o termo “templo” faz alusão à adoração e que devemos prestar a Deus por intermédio do nosso corpo uma adoração (Sl 103.1), e, c) Vaso de Barro (Lm 4.2; 2ª Co 4.7; 2ª Tm 2.20,21), essa designação tem o objetivo de mostrar a fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a importância e utilidade desses vasos para a obra de Deus (CABRAL, 1987, p. 8).

II. O CORPO HUMANO COMO CRIAÇÃO DE DEUS

1. O nosso corpo foi criado por Deus (Gn 1.26.27; 2.7). A Bíblia relata a criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.18-25). Deus criou o homem com um cuidado todo especial, e disse que era “muito bom”. Somos a obra-prima de Deus (Ef 2.10), Ele nos criou e nos formou de forma assombrosamente maravilhosa: “Eu te louvarei, porque de modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).

2. O nosso corpo foi redimido por Deus (1ª Co 6.20). A redenção não alcançou apenas a nossa alma, mas também nosso corpo (1ª Co 6.20). Não apenas nossa alma será aperfeiçoada para entrar na glória, mas também nosso corpo será glorificado para desfrutar das bem-aventuranças eternas (Fp 3.21). Nosso corpo foi comprado por um alto preço. Ele não nos pertence; é de Deus. Somos mordomos do nosso próprio corpo. Se o destruirmos, Deus nos destruirá (1ª Co 3.17). A mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1; 1ª Co 6.20).

3. O nosso corpo deve glorificar a Deus (1ª Co 6.20). Devemos glorificar a Deus por meio do nosso corpo (1ª Co 6.20; Fp 1.20; (1ª Ts 5.23). A salvação que Deus nos deu em Jesus não apenas trouxe bênçãos para a nossa alma e espírito, mas também para o nosso corpo físico. O mundo apresenta o corpo como um objeto de realização visual, satisfação dos desejos carnais, e outras práticas mundanas, malignas e egoístas. A constituição corpo é um ambiente criado por Deus, e com o qual devemos ter cuidado: “Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fl 1.20).

4. O nosso corpo deve ser consagrado a Deus (Rm 12.1). Fomos remidos e comprados por alto preço, precisamos, agora, glorificar a Deus em nosso corpo. Devemos dedicar inteiramente nosso corpo a Deus (Rm 12.1,2). Não temos mais o direito de apresentar os membros do nosso corpo ao pecado (Rm 6.1-23). Devemos, agora, usar o nosso corpo em santificação e honra (1ª Ts 4.4). O nosso corpo não é destinado à impureza, mas à santificação. Devemos comer, beber e fazer qualquer outra coisa para a glória de Deus (1Co 10.31). Nossos olhos devem ser puros. Nossos corações devem ser fontes de vida. Nossos pés devem caminhar por veredas de justiça. Nossos pensamentos deve ser puro e louvável (Fp 4.8).

5. O nosso corpo é habitação de Deus (1ª Co 6.19). As Escrituras chamam no corpo de “templo de Deus” (1Co 6.19). O Deus transcendente que nem os céus dos céus podem contê-lo, deleita-se em habitar plenamente em nosso corpo. Fomos feitos a “morada do Altíssimo” (Ef 1.20-23; 3.19; 5.18). Nosso corpo é o santo dos santos onde a glória de Deus se manifesta. Assim como o tabernáculo era um símbolo da igreja e a arca um símbolo de Cristo, assim, por onde andarmos, levaremos conosco a gloriosa presença de Cristo, pois ele habita em nós (Cl 1.27; 1Co 6.19,20).

6. Devemos cuidar do nosso corpo. A Bíblia chama nosso corpo de “vaso de barro” (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm 2.20,21). Essa designação tem o objetivo de mostrar a fragilidade do nosso corpo. Como cristãos, temos uma compreensão diferente da finalidade do corpo “O homem bom cuida bem de si mesmo, mas o cruel prejudica o seu corpo” (Pv 11.17). Devemos manter o corpo em bom funcionamento, mantendo uma alimentação sadia e suprida de proteínas, verduras, frutas, legumes, cereais, etc., além de praticar exercícios físicos, dormir adequadamente; e, devemos consultar o médico em suas diversas especialidades periodicamente. Como mordomos, devemos cuidar bem do corpo tendo cuidado com o que consumimos (Pv 23.20-21; Fp 3.18-19); se exercitando com moderação (1ª Tm 4.6-8; 1ª Co 9.24-26), e permitindo que o corpo descanse (Êx 20.8-11; Mc 6.31).

III. CANAIS QUE CONDUZEM O PECADO CONTRA O CORPO

1. O mal uso do próprio corpo. Infelizmente estamos vivendo a época da autolatria e o culto ao corpo. O Aurélio define idolatria como: “culto prestado a ídolos” (FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). Porém, em um sentido mais amplo, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206). A palavra autolatria é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, autolatria significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecida como egolatria. Portanto, qualquer pessoa que use o seu próprio corpo como alvo de “culto” comete a autoidolatria.

2. O mal uso da visão. Jesus falou que os “olhos são a candeia do corpo” (Mt 6.22). Portanto, devemos cuidar dos olhos para que sejam luz e não trevas (Mt 6.23). As pessoas são induzidas a pecar através da “concupiscência dos olhos” (1ª Jo 2.16). Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo despertada através do que se vê. É pela visão de algo proibido, que muitas pessoas pecam contra “o seu tabernáculo” desonrando-o com o adultério, a fornicação, a imoralidade sexual e o furto (Êx 20.14:Gl 5.19-21). A Bíblia fala de: olhos altivos (Pv 6.17; Is 2.11); olhos malignos (Pv 23.6); o olho mau (Mt 6.23; Pv 28.22); olhos zombeteiros (Pv 30.17); olhos cheios de adultério (2ª Pd 2.14) (CABRAL, 1987, p. 8).

3. O mal uso do olfato e paladar. O olfato e o paladar são faculdades físicas ligadas aos instintos naturais da satisfação da fome e sede, os quais também podem se tornar condutores de pecado contra o corpo. Os pecados de glutonaria e embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o paladar está sob a força do poder do pecado o homem perde o controle desse instinto natural de sua vida (Gl 5.21) (CABRAL, 1987, p. 8).

4. O mal uso do tato. O mordomo cristão deve administrar, tanto os pés como as mãos para a glória do Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica qualquer ato por si mesmo, porque todos são comandados pela mente. A Bíblia fala do valor das mãos: o fruto do trabalho das mãos (Pv 10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos que sustentam (Mt 14.31); mãos que abençoam (Mt 19.13); mãos que trabalham (1ª Ts 2.9). Nossos pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de Deus (Gn 5.24; 6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar na luz do Senhor (Is 2.5); não andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito (Gl 5.16). Nossos pés não devem andar segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem andar nos desejos da carne (Ef 2.3); nem andar desordenadamente, em dissolução, concupiscência (2ª Ts 3.6; 1ª Pd 4.3) (CABRAL, 1987, p. 9).

IV. A DIMENSÃO ESPIRITUAL DO CORPO

1. O corpo segundo as Escrituras.
A Bíblia usa várias metáforas para designar espiritualmente o corpo:

1.1. “Corpo do pecado”.
Note este versículo: “que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6). Nele, a expressão corpo do pecado refere-se ao “velho homem” que, antes de nascer de novo, usava o corpo como instrumento de iniquidade” (Rm 6.12-14). Esse corpo também é chamado na Bíblia de homem exterior, um corpo que se corrompe, adoece e envelhece.

1.2. “Casa terrestre” (2ª Co 5.1).
Essa expressão refere-se à temporalidade do corpo, isto é, sua constituição física, a “fôrma do espírito. Esse corpo é a casa temporária, a morada passageira, visto que nesta Terra somos peregrinos e forasteiros” (1ª Pe 2.11).

1.3. “Templo do Espírito Santo”.
Essa expressão aparece numa pergunta retórica de Paulo em 1ª Coríntios: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (6.19). É um alerta do apóstolo aos crentes de Corinto para não darem lugar ao pecado, ou seja, não deixarem que o corpo fosse contaminado pela prostituição.

2. Pecados contra o corpo.
A Bíblia adverte acerca dos pecados contra o corpo:

2.1. Prostituição, adultério, fornicação.
Usar o corpo como mercadoria a ser vendida para fins sexuais é prostituição. A Palavra de Deus diz aos crentes com muita clareza: “Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo” (1ª Co 6.13b; cf. 1ª Ts 4.3). A Bíblia também tem graves admoestações contra quem comete o pecado de adultério - relacionamento sexual extraconjugal (1ª Co 6.10; Hb 13.4) e o de fornicação - relacionamento sexual entre solteiros-(Ef 5.5; 1ª Tm 1.10; Ap 21.8).

2.2. Homossexualidade.
O Antigo Testamento condena explicitamente a união homossexual, considerando-a abominação a Deus (Lv 20.13; 18.20). O Novo Testamento confirma essa condenação, reprovando a homossexualidade de modo não menos incisivo: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1ª Co 6.10; cf. Rm 1.18-32).

2.3. Transexualidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a transexualidade é um “transtorno de identidade de gênero” ou “disforia de gênero”. Nesse transtorno, um homem “se sente mulher” e, por isso, não aceita o próprio corpo; uma mulher “se sente homem” e, igualmente, não aceita o próprio corpo, desejando assim “mudar de sexo”. A tragédia maior é quando se tenta normalizar isso na cabeça de crianças e de adolescentes, trazendo confusão entre eles. Isso é uma estratégia de origem satânica para destruir o plano original de Deus da criação da família como célula mater da sociedade. Trata-se, pois, de uma terrível afronta à sacralidade do corpo criado por Deus com uma identidade binária: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).

3. A santificação do corpo.
É o ponto fundamental na mordomia do corpo. Diz a Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). A Bíblia mostra os meios de santificação que levam em conta a ação de Deus e a contribuição do crente:

3.1. Os meios da santificação que vêm da parte de Deus.
É Deus que age diretamente na santificação integral do crente: "espírito, e alma, e corpo" (1ª Ts 5.23). O Altíssimo também o santifica através de Cristo (Ef 5.25,26; Hb 9-14; 13.12; 1ª Jo 1.7), do Espírito Santo (1ª Co 6.11; 2ª Ts 2.13; Rm 15.16) e da Palavra de Deus (Jo 17.17).

3.2. A responsabilidade humana na santificação.
Deus não entrega ao homem “um pacote” de salvação pronto e acabado. Ele faz a sua parte no lado divino, mas o homem tem de ser um participante ativo desse processo. Na santificação, o homem precisa dar lugar à vontade de Deus: “...quem é santo seja santificado ainda” (Ap 22.11). Logo, o crente pode participar do processo de santificação mediante os seguintes elementos: a fé em Cristo (Rm 1.17); dedicação a Deus (Rm 12.1,2); andando em espírito (Gl 5.16,17); renunciando ao pecado (Mt 16.24; Rm 6.18,19).

V. CONSEQUÊNCIAS DO PECADO CONTRA O CORPO

Os pecados contra o corpo trazem consequências negativas tanto para a pessoa que o pratica quanto para outras que são levadas a cometer tais pecados. Vejamos algumas:

1. Doenças sexualmente transmissíveis. São resultado de uma vida promíscua e sem respeito às leis divinas. Comprovadamente, essas doenças resultam de relações sexuais ilícitas. Só o pecado pode produzir esses males contra o corpo e contra a alma. O texto de 1ª Coríntios 6.12-20 exorta o crente a não expor seu corpo à prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo (CABRAL, 1987, p. 10).

2. Toxicomania. É o uso de drogas narcóticas. A dependência da droga está vinculada a impulsos psicológicos e emocionais, e provoca conflitos íntimos, dando origem a neuroses, além de males de toda espécie contra o usuário, sua família, as autoridades e a sociedade em geral (CABRAL, 1987, p. 10). 1987.

3. Alcoolismo e tabagismo. As bebidas alcoólicas e o fumo são dois grandes males da nossa sociedade que, infelizmente, fazem parte do status. A mordomia bíblica do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois males que tanto prejudicam a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua saúde. A Bíblia está cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido puro, saudável, pois nele deve habitar o Espírito Santo (1ª Co 6.19,20; Rm 12.1) (CABRAL, 1987, p. 10).

VI. O CULTO RACIONAL E A MORDOMIA DO CORPO

De acordo com as Escrituras, devemos nos apresentar em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Nesse sentido, o nosso culto a Ele, segundo Romanos 12.1,2, deve considerar o seguinte tripé:

1. “Um sacrifício vivo”.
A imagem do sacrifício, em Romanos, remonta ao Antigo Testamento. Mas, no Novo Testamento, o cristão deve apresentar-se a Deus como um sacrifício vivo e agradável – sacrifício de louvor (Hb 13.15) -, pois todos os que cremos fomos crucificados com Cristo (Gl 2.19).

2. “Um sacrifício santo”.
Essa perspectiva leva o crente à santificação. E uma vez que ele se coloca como sacrifício vivo, demonstra pertencer a Deus, consagrando-se inteiramente ao Pai, para viver uma vida santa e pura no corpo, na alma e no espírito (1ª Ts 5.23). Uma vida santa é um culto ao Senhor.

3. “Um sacrifício agradável”.
Oferecendo-se em sacrifício vivo, o salvo é visto pelo Senhor como oferta de grande valor (5151.17). Uma das coisas mais belas da vida cristã é quando a nossa vontade está alinhada à vontade de Deus. Esse é o verdadeiro estágio de total entrega ao Pai.

A imagem de sacrifício mostrada didaticamente em Romanos 12, ensina como deve ser a nossa mordomia no campo espiritual e material. Ela passa por uma mente renovada, não conformada com o espírito deste mundo, em que o cristão é instado a viver em sacrifícios cotidianamente. Assim, o nosso culto racional.

O culto racional e a mordomia do corpo estão sob a perspectiva do “sacrifício vivo”, do “sacrifício santo” e do “sacrifício agradável”.

CONCLUSÃO.
O nosso corpo tem uma dimensão material e outra espiritual. Nesse aspecto, a Palavra de Deus tem orientações diretas sobre o perigo do pecado contra o nosso corpo e a necessidade de vivermos em santidade diante de Deus. Assim, para glorificá-lo, precisamos prestar um culto racional a Deus, apresentando-nos em sacrifício vivo, santo e agradável ao Eterno. Que Ele nos faça mordomos fiéis de seus bens tão preciosos em todo o nosso espírito, alma e corpo!

FONTE DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2010.
2. CABRAL, E. Mordomia cristã. RJ: CPAD, 2003.
3. CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. SP: HAGNOS, 2009.
4. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2019 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 14 de Julho de 2019.
5. Lições Bíblicas de Jovens e Adultos: Maturidade Cristã. RJ: CPAD, 1987.
6. Lições Bíblicas de Jovens e Adultos: Mordomia Cristã: Servindo a Deus com excelência. RJ: CPAD, 2003.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
8. Tempos, Bens e Talentos. RJ: CPAD, 2019.

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