Texto
Áureo
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de
Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm 12.1).
Verdade
Prática
O corpo do cristão é o "templo do
Espírito Santo" e, portanto, deve ser preservado para glória de Deus.
LEITURA
BÍBLICA
1ª
Coríntios 6.13-20.
“Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém,
aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição,
senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. 14 Ora, Deus, que também
ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. 15 Não sabeis vós
que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo
e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. 16 Ou não sabeis que o que
se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois
numa só carne. 17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. 18 Fugi
da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo. 19 Ou não sabeis que o nosso corpo é
o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois,
a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a mordomia do
corpo. Nela, destacaremos o valor espiritual e a grandeza da obra criadora de
Deus. A Bíblia mostra que o Criador fez o homem do pó da terra, dando-lhe vida
e tornando-o sua imagem e semelhança. Quando compreendemos essa verdade
bíblica, tornamo-nos responsáveis pelo zelo do nosso corpo perante o Criador,
pois, segundo sua Palavra, o corpo do cristão é “templo do Espírito Santo” (1ª
Co 6.19). Pontuaremos os canais que conduzem o pecado contra
o corpo; e por fim, veremos as consequências do pecado contra este tabernáculo.
I. A
DIMENSÃO MATERIAL DO CORPO
1. A
formação maravilhosa do corpo.
A definição básica de corpo é: “estrutura
física e material que, juntamente com a alma e o espírito, compõe o homem”
(ANDRADE, 2006, pp. 116,117). Como servos de Deus, temos a obrigação de cuidar
muito bem do nosso corpo, pois ele é o templo do Espírito Santo. E, além disso,
é desejo do Pai que desfrutemos de boa saúde física, mental e espiritual. A
mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser
conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1).
A Bíblia relata a criação do corpo do ser
humano (Gn 1.26-28; 2.18-25). Foi uma obra maravilhosa, poeticamente expressa
nas palavras do rei Davi: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão
maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe
muito bem" (Sl 139.14). No mesmo salmo, o autor sagrado traz à memória a
contemplação divina do corpo humano ainda informe (Sl 139.15). Louve a Deus por
sua maravilhosa Criação!
2. A
estrutura do corpo humano.
Quando estudamos a estrutura do corpo
humano, percebemos quão maravilhosa foi a obra do Criador. Por exemplo, o
organismo humano se constitui de 216 tecidos organizados no esqueleto. Este
possui 206 ossos. O cérebro tem um trilhão de células nervosas e seus sinais
trafegam ao longo dos nervos até um máximo de 360 km/h. O corpo se constitui de
setenta por cento de água; tem 96.500km de veias e artérias;
10 bilhões de vasos capilares; 100
trilhões de células. A estrutura humana revela uma complexidade que a teoria da
evolução jamais explicará. Só uma mente onisciente, e um ser infinitamente
supremo, pode dar respostas lógicas à origem da vida e do homem: “No princípio,
criou Deus os céus e a terra”. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn 1.1,27).
1.1.
A estrutura do corpo humano. No hebraico, a palavra corpo é “basar” e no grego a palavra é “soma”. O corpo é apenas a parte
tangível, visível e temporal do homem (Lv 4.11; 1º Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22;
Sl 119.120; Gn 2.24; 1ª Co 15.47-49; 2ª Co 4.7). O corpo é a parte que se
separa na morte física. A Bíblia relata a criação do corpo do ser humano (Gn
1.26-28; 2.18-25), e a estrutura humana revela uma complexidade que a teoria da
evolução jamais explicará. A Bíblia declara que Deus fez o homem do “pó da
terra” (Gn 2.7; 1ª Co 15.47-49). O corpo é importante, pois Deus o ressuscitará
(1ª Co 15.42), ele é o invólucro do espírito e da alma (Gn 35.18; Dn 7.15), é a
parte física da constituição humana, o homem exterior, que se corrompe, ou
seja, envelhece e é mortal (2ª Co 4.16; 1Pd 1.24). O homem é carne como criatura
perecível (1ª Pd 1.24). A ciência afirma que o corpo é constituído de vários
elementos químicos terrígenos como: (cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio,
iodo, ferro, magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio,
silicone, sódio e súlfur), juntos eles não ultrapassam 6% de todo o corpo e o
restante é composto de água, carbono e gases, concordando assim, com o relato
bíblico quanto a constituição do corpo humano (RENOVATO, 2019, p. 22).
1.2.
Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo. A dimensão
material do corpo revela uma obra maravilhosa; a estrutura do corpo, o
arquiteto que o planejou. Podemos de maneira metafórica dizer com o corpo é
comparado na Bíblia aos seguintes tipos: a) Tabernáculo ou tenda (2ª Co 5.1; 2ª
Pd 1.13). Esses textos referem-se ao corpo como algo provisório, assim como o
Tabernáculo o era para Israel, em sua peregrinação pelo deserto; b) Templo de
Deus (1ª Co 6.19), aqui o termo “templo” faz alusão à adoração e que devemos
prestar a Deus por intermédio do nosso corpo uma adoração (Sl 103.1), e, c)
Vaso de Barro (Lm 4.2; 2ª Co 4.7; 2ª Tm 2.20,21), essa designação tem o
objetivo de mostrar a fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a
importância e utilidade desses vasos para a obra de Deus (CABRAL, 1987, p. 8).
II.
O CORPO HUMANO COMO CRIAÇÃO DE DEUS
1. O
nosso corpo foi criado por Deus (Gn 1.26.27; 2.7). A Bíblia relata a
criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.18-25). Deus criou o homem com um
cuidado todo especial, e disse que era “muito bom”. Somos a obra-prima de Deus
(Ef 2.10), Ele nos criou e nos formou de forma assombrosamente maravilhosa: “Eu
te louvarei, porque de modo tão admirável e maravilhoso fui formado;
maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).
2. O
nosso corpo foi redimido por Deus (1ª Co 6.20). A redenção não
alcançou apenas a nossa alma, mas também nosso corpo (1ª Co 6.20). Não apenas
nossa alma será aperfeiçoada para entrar na glória, mas também nosso corpo será
glorificado para desfrutar das bem-aventuranças eternas (Fp 3.21). Nosso corpo
foi comprado por um alto preço. Ele não nos pertence; é de Deus. Somos mordomos
do nosso próprio corpo. Se o destruirmos, Deus nos destruirá (1ª Co 3.17). A
mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser
conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1; 1ª Co 6.20).
3. O
nosso corpo deve glorificar a Deus (1ª Co 6.20). Devemos
glorificar a Deus por meio do nosso corpo (1ª Co 6.20; Fp 1.20; (1ª Ts 5.23). A
salvação que Deus nos deu em Jesus não apenas trouxe bênçãos para a nossa alma
e espírito, mas também para o nosso corpo físico. O mundo apresenta o corpo
como um objeto de realização visual, satisfação dos desejos carnais, e outras
práticas mundanas, malignas e egoístas. A constituição corpo é um ambiente
criado por Deus, e com o qual devemos ter cuidado: “Cristo será, tanto agora
como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fl
1.20).
4. O
nosso corpo deve ser consagrado a Deus (Rm 12.1). Fomos remidos e
comprados por alto preço, precisamos, agora, glorificar a Deus em nosso corpo.
Devemos dedicar inteiramente nosso corpo a Deus (Rm 12.1,2). Não temos mais o
direito de apresentar os membros do nosso corpo ao pecado (Rm 6.1-23). Devemos,
agora, usar o nosso corpo em santificação e honra (1ª Ts 4.4). O nosso corpo
não é destinado à impureza, mas à santificação. Devemos comer, beber e fazer
qualquer outra coisa para a glória de Deus (1Co 10.31). Nossos olhos devem ser
puros. Nossos corações devem ser fontes de vida. Nossos pés devem caminhar por
veredas de justiça. Nossos pensamentos deve ser puro e louvável (Fp 4.8).
5. O
nosso corpo é habitação de Deus (1ª Co 6.19). As Escrituras chamam no corpo de
“templo de Deus” (1Co 6.19). O Deus transcendente que nem os céus dos céus
podem contê-lo, deleita-se em habitar plenamente em nosso corpo. Fomos feitos a
“morada do Altíssimo” (Ef 1.20-23; 3.19; 5.18). Nosso corpo é o santo dos
santos onde a glória de Deus se manifesta. Assim como o tabernáculo era um
símbolo da igreja e a arca um símbolo de Cristo, assim, por onde andarmos,
levaremos conosco a gloriosa presença de Cristo, pois ele habita em nós (Cl
1.27; 1Co 6.19,20).
6.
Devemos cuidar do nosso corpo. A Bíblia chama nosso corpo de “vaso de
barro” (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm 2.20,21). Essa designação tem o objetivo de
mostrar a fragilidade do nosso corpo. Como cristãos, temos uma compreensão
diferente da finalidade do corpo “O homem bom cuida bem de si mesmo, mas o
cruel prejudica o seu corpo” (Pv 11.17). Devemos manter o corpo em bom
funcionamento, mantendo uma alimentação sadia e suprida de proteínas, verduras,
frutas, legumes, cereais, etc., além de praticar exercícios físicos, dormir
adequadamente; e, devemos consultar o médico em suas diversas especialidades
periodicamente. Como mordomos, devemos cuidar bem do corpo tendo cuidado com o
que consumimos (Pv 23.20-21; Fp 3.18-19); se exercitando com moderação (1ª Tm
4.6-8; 1ª Co 9.24-26), e permitindo que o corpo descanse (Êx 20.8-11; Mc 6.31).
III.
CANAIS QUE CONDUZEM O PECADO CONTRA O CORPO
1. O
mal uso do próprio corpo. Infelizmente estamos vivendo a época da autolatria e
o culto ao corpo. O Aurélio define idolatria como: “culto prestado a ídolos”
(FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria pode ser considerada
também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o
amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e
verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). Porém, em um sentido mais amplo, pode
indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, etc., que tome o
lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p.
206). A palavra autolatria é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que
significa “a si mesmo” e “latria”,
que quer dizer “adoração”. Logo, autolatria significa “adoração a si próprio”.
Esse tipo de idolatria também é conhecida como egolatria. Portanto, qualquer
pessoa que use o seu próprio corpo como alvo de “culto” comete a autoidolatria.
2. O
mal uso da visão.
Jesus falou que os “olhos são a candeia do corpo” (Mt 6.22). Portanto, devemos
cuidar dos olhos para que sejam luz e não trevas (Mt 6.23). As pessoas são
induzidas a pecar através da “concupiscência dos olhos” (1ª Jo 2.16).
Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo despertada através do que
se vê. É pela visão de algo proibido, que muitas pessoas pecam contra “o seu
tabernáculo” desonrando-o com o adultério, a fornicação, a imoralidade sexual e
o furto (Êx 20.14:Gl 5.19-21). A Bíblia fala de: olhos altivos (Pv 6.17; Is
2.11); olhos malignos (Pv 23.6); o olho mau (Mt 6.23; Pv 28.22); olhos
zombeteiros (Pv 30.17); olhos cheios de adultério (2ª Pd 2.14) (CABRAL, 1987,
p. 8).
3. O
mal uso do olfato e paladar. O olfato e o paladar são faculdades
físicas ligadas aos instintos naturais da satisfação da fome e sede, os quais
também podem se tornar condutores de pecado contra o corpo. Os pecados de
glutonaria e embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o
paladar está sob a força do poder do pecado o homem perde o controle desse
instinto natural de sua vida (Gl 5.21) (CABRAL, 1987, p. 8).
4. O
mal uso do tato.
O mordomo cristão deve administrar, tanto os pés como as mãos para a glória do
Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica qualquer ato por si mesmo, porque todos
são comandados pela mente. A Bíblia fala do valor das mãos: o fruto do trabalho
das mãos (Pv 10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos que sustentam (Mt
14.31); mãos que abençoam (Mt 19.13); mãos que trabalham (1ª Ts 2.9). Nossos
pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de Deus (Gn 5.24;
6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar na luz do Senhor
(Is 2.5); não andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito (Gl 5.16). Nossos
pés não devem andar segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem andar nos desejos da
carne (Ef 2.3); nem andar desordenadamente, em dissolução, concupiscência (2ª Ts
3.6; 1ª Pd 4.3) (CABRAL, 1987, p. 9).
IV.
A DIMENSÃO ESPIRITUAL DO CORPO
1. O
corpo segundo as Escrituras.
A Bíblia usa várias metáforas para designar
espiritualmente o corpo:
1.1.
“Corpo do pecado”.
Note este versículo: “que o nosso velho
homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim
de que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6). Nele, a expressão “corpo do
pecado” refere-se ao “velho homem” que, antes de nascer de novo, usava o
corpo como “instrumento de iniquidade” (Rm 6.12-14). Esse corpo também é
chamado na Bíblia de “homem exterior”, um corpo que se corrompe,
adoece e envelhece.
1.2.
“Casa terrestre” (2ª Co 5.1).
Essa expressão refere-se à “temporalidade do corpo”, isto é, sua constituição física, a “fôrma” do espírito. Esse corpo é a casa temporária, a morada passageira, visto que
nesta Terra somos “peregrinos e forasteiros” (1ª Pe 2.11).
1.3.
“Templo do Espírito Santo”.
Essa expressão aparece numa pergunta
retórica de Paulo em 1ª Coríntios: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de
vós mesmos?” (6.19). É um alerta do apóstolo aos crentes de Corinto para não
darem lugar ao pecado, ou seja, não deixarem que o corpo fosse contaminado pela
prostituição.
2.
Pecados contra o corpo.
A Bíblia adverte acerca dos pecados contra
o corpo:
2.1.
Prostituição, adultério, fornicação.
Usar o corpo como mercadoria a ser vendida
para fins sexuais é prostituição. A Palavra de Deus diz aos crentes com muita
clareza: “Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o
Senhor para o corpo” (1ª Co 6.13b; cf. 1ª Ts 4.3). A Bíblia também tem graves
admoestações contra quem comete o pecado de adultério - relacionamento sexual extraconjugal
(1ª Co 6.10; Hb 13.4) e o de fornicação - relacionamento sexual entre
solteiros-(Ef 5.5; 1ª Tm 1.10; Ap 21.8).
2.2.
Homossexualidade.
O Antigo Testamento condena explicitamente
a união homossexual, considerando-a “abominação” a Deus (Lv 20.13;
18.20). O Novo Testamento confirma essa condenação, reprovando a homossexualidade
de modo não menos incisivo: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem
os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
Reino de Deus” (1ª Co 6.10; cf. Rm 1.18-32).
2.3.
Transexualidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde),
a transexualidade é um “transtorno de identidade de gênero” ou “disforia de
gênero”. Nesse transtorno, um homem “se sente mulher” e, por isso, não aceita o
próprio corpo; uma mulher “se sente homem” e, igualmente, não aceita o próprio
corpo, desejando assim “mudar de sexo”. A tragédia maior é quando se tenta
normalizar isso na cabeça de crianças e de adolescentes, trazendo confusão
entre eles. Isso é uma estratégia de origem satânica para destruir o plano
original de Deus da criação da família como célula mater da sociedade.
Trata-se, pois, de uma terrível afronta à sacralidade do corpo criado por Deus
com uma identidade binária: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).
3. A
santificação do corpo.
É o ponto fundamental na mordomia do
corpo. Diz a Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). A Bíblia mostra os meios de santificação que
levam em conta a ação de Deus e a contribuição do crente:
3.1.
Os meios da santificação que vêm da parte de Deus.
É Deus que age diretamente na santificação
integral do crente: "espírito, e alma, e corpo" (1ª Ts 5.23). O
Altíssimo também o santifica através de Cristo (Ef 5.25,26; Hb 9-14; 13.12; 1ª
Jo 1.7), do Espírito Santo (1ª Co 6.11; 2ª Ts 2.13; Rm 15.16) e da Palavra de
Deus (Jo 17.17).
3.2.
A responsabilidade humana na santificação.
Deus não entrega ao homem “um pacote” de
salvação pronto e acabado. Ele faz a sua parte no lado divino, mas o homem tem
de ser um participante ativo desse processo. Na santificação, o homem precisa
dar lugar à vontade de Deus: “...quem é santo seja santificado ainda” (Ap
22.11). Logo, o crente pode participar do processo de santificação mediante os
seguintes elementos: a fé em Cristo (Rm 1.17); dedicação a Deus (Rm 12.1,2);
andando em espírito (Gl 5.16,17); renunciando ao pecado (Mt 16.24; Rm 6.18,19).
V.
CONSEQUÊNCIAS DO PECADO CONTRA O CORPO
Os pecados contra o corpo trazem
consequências negativas tanto para a pessoa que o pratica quanto para outras
que são levadas a cometer tais pecados. Vejamos algumas:
1.
Doenças sexualmente transmissíveis. São resultado de uma vida promíscua e sem
respeito às leis divinas. Comprovadamente, essas doenças resultam de relações
sexuais ilícitas. Só o pecado pode produzir esses males contra o corpo e contra
a alma. O texto de 1ª Coríntios 6.12-20 exorta o crente a não expor seu corpo à
prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo (CABRAL, 1987, p. 10).
2.
Toxicomania.
É o uso de drogas narcóticas. A dependência da droga está vinculada a impulsos
psicológicos e emocionais, e provoca conflitos íntimos, dando origem a
neuroses, além de males de toda espécie contra o usuário, sua família, as
autoridades e a sociedade em geral (CABRAL, 1987, p. 10). 1987.
3.
Alcoolismo e tabagismo. As bebidas alcoólicas e o fumo são dois grandes males
da nossa sociedade que, infelizmente, fazem parte do status. A mordomia bíblica
do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois males que tanto prejudicam
a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua saúde. A Bíblia está
cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido puro, saudável, pois
nele deve habitar o Espírito Santo (1ª Co 6.19,20; Rm 12.1) (CABRAL, 1987, p.
10).
VI.
O CULTO RACIONAL E A MORDOMIA DO CORPO
De acordo com as Escrituras, devemos nos
apresentar em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Nesse sentido, o nosso
culto a Ele, segundo Romanos 12.1,2, deve considerar o seguinte tripé:
1.
“Um sacrifício vivo”.
A imagem do sacrifício, em Romanos, remonta
ao Antigo Testamento. Mas, no Novo Testamento, o cristão deve apresentar-se a
Deus como um sacrifício vivo e agradável – sacrifício de louvor (Hb 13.15) -,
pois todos os que cremos fomos crucificados com Cristo (Gl 2.19).
2.
“Um sacrifício santo”.
Essa perspectiva leva o crente à
santificação. E uma vez que ele se coloca como sacrifício vivo, demonstra
pertencer a Deus, consagrando-se inteiramente ao Pai, para viver uma vida santa
e pura no corpo, na alma e no espírito (1ª Ts 5.23). Uma vida santa é um culto
ao Senhor.
3.
“Um sacrifício agradável”.
Oferecendo-se em sacrifício vivo, o salvo
é visto pelo Senhor como oferta de grande valor (5151.17). Uma das coisas mais
belas da vida cristã é quando a nossa vontade está alinhada à vontade de Deus.
Esse é o verdadeiro estágio de total entrega ao Pai.
A imagem de sacrifício mostrada
didaticamente em Romanos 12, ensina como deve ser a nossa mordomia no campo
espiritual e material. Ela passa por uma mente renovada, não conformada com o “espírito” deste mundo, em que o cristão é instado a viver em “sacrifícios” cotidianamente. Assim, o nosso culto racional.
O culto racional e a mordomia do corpo
estão sob a perspectiva do “sacrifício vivo”, do “sacrifício santo” e do “sacrifício
agradável”.
CONCLUSÃO.
O nosso corpo tem uma dimensão material e
outra espiritual. Nesse aspecto, a Palavra de Deus tem orientações diretas
sobre o perigo do pecado contra o nosso corpo e a necessidade de vivermos em
santidade diante de Deus. Assim, para glorificá-lo, precisamos prestar um culto
racional a Deus, apresentando-nos em sacrifício vivo, santo e agradável ao
Eterno. Que Ele nos faça mordomos fiéis de seus bens tão preciosos em todo o
nosso espírito, alma e corpo!
FONTE
DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor Correa de.
Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2010.
2. CABRAL, E. Mordomia cristã. RJ: CPAD,
2003.
3. CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia,
Teologia e Filosofia. SP: HAGNOS, 2009.
4. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2019
- CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 14 de Julho de 2019.
5. Lições Bíblicas de Jovens e Adultos: Maturidade
Cristã. RJ: CPAD, 1987.
6. Lições Bíblicas de Jovens e Adultos:
Mordomia Cristã: Servindo a Deus com excelência. RJ: CPAD, 2003.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
8. Tempos, Bens e Talentos. RJ: CPAD,
2019.
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