TEOLOGIA EM FOCO

domingo, 20 de janeiro de 2019

A VERDADE SOBRE A MENTIRA



Jo 8.44 ““Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio”.

INTRODUÇÃO. Mentir é fazer declarações propositalmente falsas ou declarações parciais que envolvem falsas impressões ou meias verdades. Exageros propositais e até verdades ditas com propósito de enganar são mentiras.

Nos dias atuais, é vergonhoso como se lida levianamente com a mentira. Os homens fazem pesquisas e estudos que tentam explicá-la, procurar a sua origem, mas em geral ela é considerada pelos que não conhecem a Deus como inofensiva, até mesmo uma necessidade da vida e, em última análise, como algo bom.

I. A MENTIRA ORIGINA-SE NO DIABO

A Bíblia nos mostra que a mentira é um pecado há muito revelado, que consiste em rejeitar a verdade de Deus (Rm 1.25). Ela tem sua origem em Satanás – ele é chamado “pai da mentira” (Jo 8.44-45). Assim, o pecado só entrou no mundo por meio da mentira, pois Satanás enganou os primeiros seres humanos através da mentira: “É certo que não morrereis... mas sereis como Deus” (Gn 3.4-5). O inimigo continua incitando os homens a mentir (At 5.3; 13.10). E toda a sua obra baseia-se em mentira e engano (2ª Ts 2.9-11; Ap 12.9).

Com toda a certeza a mentira não é indicação de inteligência do homem, mas um sinal característico de uma vida sem Deus, que não ama a verdade e é a identificação de uma natureza pecaminosa. Por isso, a crescente tendência para a mentira em nossos dias também é um sinal evidente dos tempos finais (1ª Tm 4.1-2).

Devemos ter cuidado com o que dizemos, pois o Senhor Jesus diz assim: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo” (Mt 12.36). Se você soubesse que tudo o que você diz está sendo gravado e poderá ser usado contra você num tribunal, você ainda diria tudo o que tem dito? Falaria as mesmas coisas?

Os mentirosos, portanto, fazem aquilo que é próprio de adversário e não de Deus, de forma que estes não herdarão o reino de Deus (Ap 21.15,27; 22.15).

II. A MENTIRA CRIA UMA FALSA CERTEZA, FALSA SEGURANÇA (Is 28.15).

Os homens pecam desde o nascimento, falando mentiras (Sl 58.3) e é muito comum as pessoas mentirem para tentar resolver as questões mais simples da vida. Por exemplo, mentem para serem aceitas em determinado grupo, ou para não terem de dar maiores explicações. Mas os fins não justificam os meios. Pedro mentiu para ter acesso, para ter conforto e para se proteger e, assim, negou Jesus três vezes (Jo 18.17-18, 25-27). E ainda hoje os homens mentem com estes mesmos propósitos e outros ainda mais banais.

O problema maior consiste quando a pessoa toma a mentira como verdade (Is 5.20; Rm 1.25).
Nenhuma mentira procede da verdade (1ª Jo 2.21). Mas a pior mentira é aquela que parece verdade ou é meia verdade, pois é mais difícil de ser identificada.

Deus detesta a mentira (Pv 6.16-19; 12.22; Jr 23.32). Aqueles que mentem são excluídos da presença de Deus. A Bíblia diz em Salmos 101.7 “O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.” Entretanto, os que falam a verdade habitarão com Ele (Sl 15.1-4).

Somos considerados mentirosos se dizemos que somos cristãos, mas não obedecemos a Deus (1ª Jo 2.4).

Igualmente se dissermos que temos comunhão com Ele e andamos em trevas (1ª Jo 1.6).
Se dissermos que não pecamos, também mentimos (1ª Jo 1.8).

III. DEVEMOS FALAR A VERDADE

A Bíblia, tanto no AT quanto no NT diz expressamente que não devemos mentir (Êx 20.16; Lv 19.11; Cl 3.9; Ef 4.25). Somos ordenados a imitar a Deus (Ef 5.1) e Ele não mente (Nm 23.19; 1º Sm 15.29; Tt 1.2; Hb 6.18). Assim, o cristão deve falar sempre a verdade (Ef 4.15). Não devemos mentir nem por brincadeira (Pv 26.18,19). A mentira “tem pernas curtas”, é logo descoberta (Pv 12.19).

Deus é a verdade (Dt 32.4; Jr 10.10; Jo 14.6). A Palavra de Deus é o padrão da verdade (Sl 119.160; 2º Sm 7.28; Jo 17.17). O Espírito Santo é o Espírito da verdade (Jo 14.17; 15.26; 16.13).

O cristão não deve mentir, mas falar sempre a verdade (Zc 8.16; Jr 23.28). Quando mentimos aos outros, ferimo-nos a nós mesmos, pois pertencemos ao mesmo corpo, a igreja (Ef 4.25).

Quando mentimos não estamos seguindo o exemplo de Jesus (Cl 3.9-10). O justo odeia a palavra de mentira (Pv 13.5). Adquirir riquezas através de mentiras é abominável (Pv 20.17; 21.6; 19.22)

IV. A BÍBLIA APROVA A MENTIRA FEITA PARA SALVAR UMA VIDA?

As parteiras egípcias (Êx 1.15-21) disseram ao Faraó que chegavam tarde ao parto das hebreias, o que não é necessariamente mentira (Elas podiam apenas desobedecer atrasando-se deliberadamente).
Raabe mentiu para proteger os espias (Js 2.4-6). Podemos entender sua atitude dentro da situação – vidas em risco, mas nunca dizer que a Bíblia aprova ou defende sua atitude. Neste mesmo tipo de situação Abraão (Gn 12.12-19) e Davi (1º Sm 21.2) também mentiram. Raabe era uma pecadora que foi salva por sua fé e não por sua elevada moral.

No livro Introdução à Filosofia (Norman L. Geisler e Paul D. Feinberg. Cap. 27), nos traz uma boa explanação com relação à nossa postura em situações difíceis. O autor coloca algumas possibilidades:
1. Nunca devemos mentir para salvar uma vida.
2. Nunca devemos pecar para evitar o pecado.
3. Devemos confiar na providência de Deus.
4. Devemos escolher o mal menor. (A pessoa é simplesmente obrigada a cometer o menor dos dois males, e então confessar seu pecado. Qualquer que seja a decisão, a pessoa comete um mal. O mal menor nunca é justificável).
5. Devemos escolher o bem maior. (Significa obedecer à lei superior - conforme revelada na Palavra de Deus - sempre que há um conflito inevitável entre dois mandamentos divinos, ou mais).

O mal menor em situações conflitantes nunca é justificável como tal; é simplesmente perdoável. O dever da pessoa é cometer o mal menor, não o maior. Deus não manda que a pessoa peque em situação de conflito, pois Deus não pode pecar nem pode mandar que outros pequem (Tg 1.13).

Podemos concluir dizendo que as Escrituras nunca aprovam os pecados cometidos por aqueles que temem a Deus, mas registra os fatos. As parteiras e Raabe, não foram elogiadas pela mentira, e sim pela fé que exerceram.

Diferente de uma mentira “branca” é não dizer toda verdade, para proteger alguém. Deus ordenou a Samuel que não dissesse o motivo real de sua viagem a Saul, quando foi ungir Davi (1º Sm 16.1). Ele não mentiu, pois foi sacrificar, mas se revelasse o outro motivo correria risco.

CONCLUSÃO. Aqueles que vivem na mentira estão presos ao engano e somente pela verdade serão libertos (Jo 8.32).

Situações cotidianas da mentira: fofoca, aumentar ou diminuir um fato, burlar as leis do país, hipocrisia.

A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto se pratica a mesma ação.
Hipocrisia é conhecer a verdade, mas não obedecer – dizer que Cristo é o Senhor, mas não segui-Lo (Mt 23.13)

Verdade é reconhecer a mentira como aquilo que ela é: um pecado que nos separa de Deus. Mas verdade também é saber que podemos confessar a Jesus a mentira e todos os nossos outros pecados e pedir perdão. Verdade também é que, então, podemos aceitar o perdão pela fé e com gratidão. Aquele que fizer isso com sinceridade e de todo o coração, receberá o perdão (1ª Jo 1.7-9).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A NATUREZA DOS DEMÔNIOS



TEXTO ÁUREO
“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12.9).

VERDADE PRÁTICA
Os Demônios são os anjos que se rebelaram contra Deus seguindo o seu maioral, Satanás.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 12.7-10 “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, 8 mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. 9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. 10 E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.”

INTRODUÇÃO. A Demonologia é uma parte da Angelologia, a doutrina dos anjos, porque tanto demônios quanto anjos são criaturas espirituais e invisíveis. A presente lição pretende mostrar a origem, a natureza e os objetivos dos demônios e do seu maioral.

- De início é fundamental distinguir duas formas de estudo do assunto: demonologia e demonologia cristã. Temos que distinguir dois pontos de vista sobre o assunto: o ponto de vista das religiões em geral, e o ponto de vista da religião cristã. Nas religiões em geral, o termo descreve o estudo de seres espirituais, enquanto que no ensino cristão, “o ensino de poderes pessoais, criaturas malditas por Deus por causa de sua maldade”. (WISSEN: Dämonologie). A demonologia cristã é o estudo do que a Bíblia ensina sobre os demônios. O que a Bíblia diz sobre os demônios? A Bíblia indica que os demônios são anjos caídos - anjos que juntamente com Satanás se rebelaram contra Deus. Satanás e seus demônios agora desejam enganar e destruir todos aqueles que seguem e adoram a Deus. Uma passagem importante relacionada à demonologia cristã é 2ª Co 11.14-15: “E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. ORIGEM DOS DEMÔNIOS
1. Os anjos caídos e os demônios. Eles são os restantes dos anjos que seguiram Satanás após a sua rebelião contra Deus (v.9). A tradição judaica antiga descreve essa queda de maneira mais ampla na literatura apocalíptica do período interbíblico como os Oráculos Sibilinos e os livros de Enoque.
- Não há uma informação concreta nas Escrituras quanto ao tempo em que Deus criou os anjos, mas a declaração de Gênesis é que Deus criou tudo bom porque Deus, em Sua santidade, não pode criar nada mal e pecaminoso. Pelo relato de Ezequiel 28 sabemos que houve uma espécie de rebelião no mundo angelical, sem especificar o momento, quando Lúcifer rebelou-se contra Deus e foi expulso do céu juntamente com um terço do grupo angelical (Is 14; Ez 28; Ap 12.3-4;9). Estes seres caídos são agora conhecidos como demônios. Alguns tentam dar nomes a muitos destes seres caídos, mas o único anjo caído com nome na Bíblia é Satanás, que aliás, não é um nome próprio, mas um adjetivo originado no hebraico “שטן satan” e do grego “σατανας satanas”, significando “adversário”. Os nomes do diabo na Bíblia nos ajudam a entender melhor quem ele é:
● Satanás – significa acusador (Jó 1.6; 2ª Co 11;14; Zc 3.1; 1ª Ts 2.18).
● Destruidor – que em hebraico é Abadom e em grego é Apoliom (Ap 9.11).
● Belial – significa imprestável (2ª Co 6.15).
Outros nomes e suas referências:
● Diabo -- caluniador (Mt 4.1).
● Serpente -- enganador (Ap 12.9).
● Lúcifer -- portador de luz (Is 14.12).
● Maligno (1ª Jo 5.19).
● Dragão (Ap 12.17).
● Príncipe deste mundo (Jo 12.31).
● O deus deste século (2ª Co 4.4).
● Acusador dos irmãos (Ap 12.10).
● Belzebu -- príncipe dos demônios (Mt 12.24).
● Belial (2ª Co 6.15).
Certamente este ente espiritual desvirtuado é citado como o grande inimigo de Deus e dos homens. Interessante notar que Paulo lhe atribui um título: “príncipe deste mundo” (Ef 2.2). Mas seu fim está decretado por Deus.

2. A expulsão do querubim ungido. A Bíblia diz que Satanás é o maioral dos demônios (Mt 12.24; 25.41). No princípio, Deus criou o querubim ungido, perfeito em sabedoria e formosura, o qual era o selo da simetria (Ez 28.12-15). Ele se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, saíram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (2ª Pe 2.4; Jd 6). Apesar de a Bíblia não fornecer detalhes sobre os demônios, essas passagens bíblicas podem apontar a sua origem.

- Este é um resumo simplório para um assunto complexo e de poucas informações claras nas Escrituras. Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”, uma categoria angelical elevada. Pode-se deduzir dos vários textos bíblicos que Lúcifer governava e liderava anjos, guiando-os em louvor e júbilo a Deus. Estudiosos da gramática hebraica afirmam que a palavra “da guarda”, em Ezequiel 28.14-16, significa literalmente “quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e nem nada para ser guardado.

- A maior catástrofe da história da criação universal foi sem dúvida, a desobediência a Deus por parte de Lúcifer, e a consequente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele em sua maldade. Sua queda ocorreu quando o orgulho tomou conta do seu ser. Isso foi procedido de cinco “eis”, que demonstravam o seu espírito insubmisso e exaltado, e foram:
● “Eu subirei ao céu”.
● “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”.
● “No monte da congregação me assentarei”.
● “Subirei acima das mais altas nuvens”.
● “Serei semelhante ao altíssimo”.

- O orgulho tomará conta da mente e do coração dessa criatura, a qual foi criada para ser uma benção, mas que escolheu ser contrário ao Seu Criador. São fatos como esses que nos mostram a grandeza do nosso Deus. Na queda dos anjos vemos o quanto o Senhor é perfeito e maravilhoso. Ele nunca criou uma criatura robótica, que simplesmente recebe ordens, mas sim a todos concedeu o livre arbítrio (o fato de podermos escolher o nosso destino). Saber que Lúcifer caiu, que o homem seguiu o mesmo destino, nos leva a contemplar quão grandioso é o Senhor. Hoje de livre e espontânea vontade podemos escolher servir ao Senhor. Aleluia!!!” (Anjos do Mal, CACAP. Disponível em: http://www.cacp.org.br/anjos-do-mal/. Acesso em: 12 Jan, 2019).

Quando exatamente ele pecou não está registrado nas Escrituras. Pode ter ocorrido fora do tempo como nós o conhecemos, isto é, antes da criação do tempo e do espaço.

3. Os demônios na cultura pagã. Os termos gregos traduzidos por “demônio” no Novo Testamento são daimonion, “demônio, um deus, uma divindade”, para designar os deuses pagãos (Dt 32.17); e daimon, “um espírito mal, demônio”. Os demônios foram posteriormente concebidos como seres espirituais intermediários bons ou maus, ou seja, os anjos e os espíritos malignos. A natureza inconsequente desses espíritos os associa com o mal, com toda a maldade do mundo.

- A palavra grega Daemon significa “espirito” e “divindade”, e é utilizada nos escritos gregos para se referir tanto a seres espirituais bons quanto maus. A outra palavra citada pelo comentarista é um plural. Com a palavra daimónion, as crenças populares gregas descrevia espíritos de falecidos que dispunham de poderes sobrenaturais e que intervinham na natureza e sobre os homens de forma sobrenatural. Contra estes ataques o homem precisava se defender através da magia. Mais tarde a filosofia grega os elevou a semi-deuses, ou seja, intermediários entre os deuses e os homens. (v. d. Born: 1987: Demônios). Daemones designa um ser mitológico grego muito semelhante a um gênio, comum na mitologia árabe. Se analisar a origem da palavra Daemon em latim ela significa nada menos que demônio.

- Não faz parte deste tópico, mas, a primeira ocorrência se encontra em Levitico 17.7: “Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações”

II. A BATALHA NO CÉU
1. O arcanjo Miguel e o dragão (v.7). Miguel é anjo, o príncipe dos filhos de Israel, na qualidade de arcanjo, e lidera uma guarnição angelical (Dn 10.13, 21; 12.1; Jd 9). O dragão é identificado com o próprio Diabo e Satanás, a antiga serpente (v.9), em uma referência à serpente do Éden (Gn 3.1-4,13-15). Miguel é mais poderoso do que o dragão, pois peleja pelo poder de Deus e, juntamente com os seus liderados, expulsa Satanás e seus anjos do céu (Ap 12.8).

- O versículo 7 lança luz sobre a identidade da serpente em Gênesis – ela na verdade é Satanás. Esta é a primeira de doze vezes que a palavra dragão aparece no Apocalipse. Não há dúvida sobre a identidade do dragão (12.9).

Miguel é um arcanjo e aparece 5 vezes na Bíblia:
● em Daniel 10.13 – um anjo apareceu ao profeta Daniel em uma visão e lhe explicou que só não tinha chegado mais cedo porque o príncipe da Pérsia (um agente de satanás) o impediu. Mas quando o arcanjo Miguel chegou e o ajudou, ele conseguiu chegar a Daniel.
● em Daniel 10.20-21; 11.1 - Miguel ajudou a lutar contra o príncipe da Pérsia e da Grécia e tinha recebido ajuda do anjo da visão de Daniel.
● em Daniel 12.1 – diz que o arcanjo Miguel virá no fim dos tempos e terá um papel importante que não é explicado.
● em Judas 1.9 – está escrito que o arcanjo Miguel entrou em uma disputa com o diabo pelo corpo de Moisés quando ele morreu. Nessa disputa Miguel mostrou sabedoria ao não entrar em difamações, mas deixou a repreensão para Deus.
● em Apocalipse 12.7-9 – João tem uma visão sobre uma grande batalha nos céus entre o exército dos anjos de Deus, liderado por Miguel, e o exército de Satanás.

Por essas 5 referências sabemos que Miguel é um arcanjo – um príncipe entre os anjos, ou anjo principal. Ele tem mais poder que alguns anjos e ajuda a lutar contra os elementos mais poderosos do exército de satanás. Miguel é um grande guerreiro e defende o povo de Deus.

“A literatura judaica ensinava que em toda a esfera celestial havia “sete arcanjos”: (Gabriel, Miguel, Remuel, Raquel, Rafael e Saracael e Uriel). Os autores do livro de Enoque falam disso, mas as Escrituras só designam apenas um: Miguel como Arcanjo (1Ts 4.16; Jd v.9). Podemos depreender que antes de sua queda Lúcifer era também um arcanjo, igual a Miguel (cf. Ez 28.1).” (Apocalipse 12.7 Explicado. Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/12/apocalipse-127-explicado.html. Acesso em: 12 Jan, 2019).

2. A expulsão de Satanás (v.8). Essa passagem é muito disputada pelos expositores bíblicos e há diversas interpretações. Nessa guerra escatológica, há os que acreditam que se trata da queda original de Satanás, e outros afirmam que não há ligações com essa queda. Outra interpretação é que Satanás teria acesso ao céu antes da ascensão de Jesus. O argumento usado se baseia em algumas passagens do Antigo Testamento (1º Rs 22.23; Jó 1.6-9; 2.1-6; Zc 3.1,2). De uma forma ou de outra, a derrota do Inimigo já está decretada, conforme revelou o próprio Senhor: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu” (Lc 10.18). A expressão “eu via” diz respeito a uma ação contínua, e isso mostra que Jesus contemplava, em visão, a queda de Satanás, enquanto os setenta pregavam o evangelho.”

O capítulo 12 de Apocalipse mostra o poder dos servos de Deus sobre o diabo. Ele tenta de várias maneiras derrotar os fiéis, mas não consegue. Nesta batalha no mundo espiritual, mais uma vez não prevaleceram, perderam a batalha contra Miguel. O resultado desta batalha é importante, o diabo perdeu e saiu enfraquecido. O poder dele depois da vitória de Jesus na cruz é menor do que o poder que tinha anteriormente. Qualquer aspiração de Satanás de dominar os servos de Deus, ou até de vencer o próprio Cristo, foi negada pela vitória de Jesus e a vitória resultante de Miguel. Os versículos seguintes frisarão alguns aspectos importantes desta derrota do diabo.
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3. A vitória final sobre Satanás. A derrota final de Satanás, na verdade, teve início com a morte, ressurreição e ascensão de Jesus. A partir daí, as acusações do Diabo contra nós caíram por terra, porque quem nos justifica diante de Deus é o próprio Cristo (Rm 5.1; 8.33). No Apocalipse, vemos que Miguel e seus anjos vencem o dragão e seus demônios (Ap 12.7-9). O mérito da vitória, porém, não cabe ao arcanjo, pois este sempre atuou em nome do Senhor (Jd 9). Mais adiante, o Diabo é amarrado por mil anos, para, finalmente, ser lançado no lago de fogo (Ap 20.3,10). Diante das arremetidas do adversário, sejamos valentes e confiantes na pronta intervenção divina, pois temos, nesta luta, uma gloriosa promessa (Rm 16.20).

- A derrota dele já está decretada desde sua queda. Em João Jesus afirma que “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11). O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15). Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). Quando foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus, restou somente a possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército que perde e se retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas desprotegidas que encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são expulsos do céu e conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo 12). O fato de o diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus. Satanás foi derrotado, e jamais terá a vitória.

III. O MAIORAL DOS DEMÔNIOS
1. A Serpente. O termo “dragão” é drakon em grego e é usado na Septuaginta para traduzir algumas palavras hebraicas, como tanim e leviatan, cujo sentido é diversificado como “monstros, animais do deserto, serpentes”. No Novo Testamento, só aparece em Apocalipse, e aqui é chamado de “o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo” (v.9). A serpente que enganou Eva é o próprio Satanás (Gn 3.1-4; 14,15). Ele é perito em enganar como fez com Eva e ainda hoje esta é uma de suas especialidades (2ª Co 2.11; 11.3).

- Desde a primeira vez que Satanás aparece na Bíblia, ele é descrito como uma serpente, destacando a sua sagacidade (Gn 3.1). É o mesmo que tentou Eva e continua lutando contra e seduzindo os homens desde o princípio. Ele cresceu em astúcia e maldade e poder sobre os homens ao longo da história.

2. Satanás. Não é possível descrever todos os nomes do inimigo de Deus e do seu povo. O nome mais conhecido vem do hebraico satan, “Satanás, adversário”. É no prólogo do livro de Jó que Satanás aparece pela primeira vez como ser espiritual que acusa os justos diante de Deus. As Escrituras o revelam primeiramente com nome pessoal quando induz o rei Davi a fazer o recenseamento: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel” (1ª Cr 21.1).

- O dragão é o inimigo que procura derrotar e destruir os homens e se opõe a Deus e a todas as coisas boas e santas. “Satanás (adversário); Diabo (difamador); Lúcifer (O filho da Alva).
A) Ele é uma criatura (Ez 28.14).
B) Ele é um ser espiritual (Ef 6.11-12).
 C) Ele pertence a ordem dos Querubins (Ez 28.14).
D) Ele é homicida e mentiroso (Jo 8.44).
E) Ele é um pecador obstinado (1ª Jo 3.8).
F) Ele é um adversário (1ª Pe 5.8).

Deve ficar claro que a figura de Satanás não é uma questão de dualismo entre o bem e o mal. A despeito da clareza que a Palavra de Deus quanto à onipotência de Deus muitos evangélicos estão agindo dentro do pensamento dualista, entendendo que Deus e Satanás são forças iguais, porém opostas, e a todo o momento o Reino de Deus está ameaçado pela derrota, estando os cristão chamados a uma guerra para defender a soberania de Deus e seus territórios neste mundo.

3. O Diabo. O termo grego diábolos, “caluniador”, é usado com frequência na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica satan, “adversário”. O termo vem do verbo diabállo, “acusar, difamar, enganar, provocar um desacordo”. A especialidade dele é enganar e acusar (v.10). Jesus disse que a essência da natureza dele é a mentira: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Sua habitação ainda não é o inferno; ele ainda será lançado nesse lugar, “o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).

- Do grego diabolos, significa acusador, difamador, caluniador. A palavra bem descreve o caráter e o procedimento do dragão. é o título mais comum atribuído à Lúcifer. É o inimigo, ou seja o inimigo de Deus e dos cristãos, e de todas as pessoas. Uma distinção muito importante é que, apesar de ter certo poder, não é onipotente. Não é correto falarmos de “diabos”, pois só existe um, ou seja, Satanás. (BOL dicionário Almeida: DIABO, e v. d. Born 1987: Demônios).

IV. O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
1. O contexto bíblico. Há relativamente pouco registro sobre os demônios no Antigo Testamento. A Septuaginta traduz quatro termos hebraicos por daimonion, “demônio”, e um por” (Is 65.11). A tradição judaica considera os demônios como anjos caídos que se uniram a Satanás na sua rebelião contra Deus. Os demônios são identificados no Novo Testamento como os espíritos imundos (Lc 4.33; 8.29; Ap 18.2) e os espíritos malignos (Lc 8.2). Eles são malévolos, podem entrar nas pessoas (Lc 11.24-26) e causam todo o tipo de doença (Lc 9.39-42), embora nem todas enfermidades sejam de origem demoníaca (Lc 13.32).

- No NT recebe vários nomes, Satanás, Satã, Diabo, Belial, Belzebu. Recebe também títulos como O príncipe deste mundo, acusador, maligno, inimigo. O conceito que o NT transmite é o seguintes aspectos: anjo caído (2ª Pe 2.4; Jd 6), o grande adversário de Deus e senhor deste mundo. O armado forte (Mt 12.29 par) O seu escopo é tentar os homens (Mt 4.3; 1ª Ts 3.5; 1ª Co 7.5) e perdê-los (Jo 8.44), pela sua própria culpa tornam-se seus escravos (Hb 2.14; 1ª Jo 3.8,10). O pecado é a própria esfera em que ele vive (1 Jo 3.8) ele é sua origem (2ª Co 11.3; Jo 8.44), instigador (1ª Ts 3.5; Mt 4.1) e perpetuador (Ef 2.2). Os maus espíritos lhe são submissos (Mt 25.41; 2ª Co 12.7 Ef 2.2; 6.12 Ap 10.9). Ele está atrás do paganismo com sua idolatria e magia (At 13.10), é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 1ª Jo 5.19) e até o deus deste mundo (2ª Co 4.4). S. É chamado também serpente, como em Sab 2.24 (2 Co 11.3; Ap 12.9). (De Fraine 1987: Satanás). Sabemos que Satanás tem poder e está ativo no mundo. Citamos alguns exemplos das suas artimanhas. Sua maldade invisível (cf “poder das trevas” em Cl 1.13) está atrás da traição de Judas (Lc 22.3; Jo 6.70; 13.2, 27); ele impugna a obra dos discípulos de Jesus (Lc 22.31, a jovem comunidade cristã (At 5.3) a pregação dos apóstolos (1ª Ts 2.18); até certas doenças lhe são inculpadas (Lc 13.16; 1ª Co5.5; 2ª Co12.7). Espreita as comunidades cristãs, mas na forço da fé podem resistir-lhe (Rm 16.20; Ef 6.16; 1ª Pe 5.8 etc). (De Fraine 1987” (Demonologia e Batalha Espiritual. Disponível em: http://www.ibpan.com.br/images/stories/Downloads/Estudos_Biblicos/Demonologia%20e%20Batalha%20Espiritual.pdf. Acesso em: 12 Jan, 2019).

2. O triunfo de Cristo. A vitória preliminar de Jesus sobre Satanás começa na tentação do deserto (Mt 4.11). O Diabo já está derrotado preliminarmente (Jo 12.31). Jesus disse que o príncipe desde mundo já está julgado (Jo 16.11). Mesmo assim, ele continua se opondo à obra de Deus. Satanás causou diversos infortúnios ao apóstolo Paulo, com o espinho na carne (2ª Co 12.7) e o impedimento nas jornadas missionárias (1ª Ts 2.18). Nós não devemos ignorar as suas astúcias (2ª Co 2.11). Em breve, Deus “esmagará Satanás debaixo de nossos pés” (Rm 16.20).

- Devido à vitória de Jesus na morte e ressurreição, o diabo não tem o mesmo poder de antes. Quando chegou em Jerusalém na semana da Páscoa para ser crucificado, Jesus disse: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12.31) e “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11). Frustrados pelas derrotas já sofridas, ele e seus anjos tentarão derrotar os habitantes da terra. Este trecho esclarece o significado de outras passagens que falam sobre a vitória de Jesus sobre o diabo. Na sua morte e ressurreição, Jesus venceu Satanás. O autor de Hebreus diz de Jesus: “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15). Jesus triunfou dos principados e potestades na cruz (Cl 2.15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). Jesus já venceu. O diabo já perdeu. Ele não tem mais o mesmo poder de antes. Quando foi derrotado por Miguel, como resultado da vitória de Jesus, restou somente a possibilidade de afligir as pessoas na terra. Como um exército que perde e se retira do campo da batalha, atacando com raiva as pessoas desprotegidas que encontram no caminho para casa, o diabo e seus anjos são expulsos do céu e conseguem apenas afligir os que habitam na terra (versículo 12). O fato de o diabo ainda agir na terra não nega a vitória total de Jesus. Satanás foi derrotado, e jamais terá a vitória”. (A Derrota do Dragão (Ap 12.1-17). Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/b09_21.htm. Acesso em: 12 Jan, 2019).

CONCLUSÃO. Os demônios são reais, são espíritos maus e imundos, o oposto dos anjos. Jesus é a única garantia de que eles nada podem contra nós; antes, Jesus disse: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).
“A salvação vem pela graça mediante a fé (Ef 2.8), mostrando a obra divina e a resposta humana. A vitória sobre o diabo e seus anjos também depende da obra divina e da resposta dos servos. O sangue do Cordeiro é absolutamente fundamental à vitória. Nenhuma doutrina que omite a cruz nos leva ao galardão preparado por Deus. O único caminho é Jesus (Jo 14.6), o único evangelho é a mensagem de “Jesus Cristo e este crucificado” (1ª Co 2.2), e o único meio pelo qual obtemos a redenção é o sangue do Filho Amado (Ef 1.6-7). “E por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (v. 11). A resposta dos servos, os irmãos (versículo 10), envolve uma dedicação total ao Senhor. Nesta descrição da obediência dos fiéis, encontramos as exigências básicas do discipulado dadas por Jesus em Mc 8.34:
1. “A si mesmo se negue” – “não amaram a própria vida”.
2. “Tome a sua cruz” – “mesmo em face da morte”.
3. “E siga-me” – “por causa da palavra do testemunho que deram”.”


“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jr 15.16).

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

A DOUTRINA DOS ANJOS (ANGELOLOGIA)



Anjos são Mensageiro de Deus (1º Rs 19.5-7).
Os anjos são espíritos que servem a Deus e ajudam os salvos (Hb 1.14).
Foram criados santos, mas alguns se revoltaram contra Deus (Jd 6; 2ª Pe 2.4).
Em algumas passagens bíblicas Deus e o Anjo do SENHOR (de Javé) são a mesma pessoa (Gn 16.7-13; 22.11-18; Êx 3.2-22; Jz 6.11-24).

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O QUE SÃO ANJOS? Mateus 1.18-25 - Projetando ele isto, em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. (Mt 1.20).

1. Os anjos são seres criados para o propósito de Deus.
- A concepção e o nascimento de Jesus Cristo são eventos sobrenaturais, além do raciocínio ou da lógica humana (Mt 2.13, 19; Lc 1.11, 26; 2.9).

- Anjos são seres espirituais criados por Deus que ajudam a levar a sua obra aqui na terra.
Eles trazem as mensagens de Deus para as pessoas (Lc 1.26), protegem o povo de Deus (Dn 6.22), encorajam as pessoas (Gn 16.7), dão orientação (Êx 14.19), executam punições (2º Samuel 24.15-17), patrulham a terra (Zc 1.9-14) e lutam contra a força do mau (2º Rs 6.16-18; Ap 20.1-2).

- Existem anjos bons e maus (Ap 12.7), mas porque os anjos maus estão aliados com o diabo, ou Satanás, eles tem menos poder e autoridade do que anjos bons. Eventualmente, o maior papel dos anjos vai ser de oferecer louvores a Deus (Ap 7.11-12; Lc 1.5-20 - Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e dar-te estas alegres novas. (Lc 1.19).

2. Os anjos servem como mensageiros de Deus.
- Os anjos são seres espirituais que vivem na presença de Deus e fazem a sua vontade. Somente dois anjos são mencionados pelo nome nas escrituras - Miguel e Gabriel - mas há vários que atuam como mensageiros de Deus.

- Aqui, Gabriel deu uma mensagem especial a Zacarias (1.19). Isso não foi um sonho ou uma visão.

- O anjo apareceu numa forma visível e falou palavras audíveis para o sacerdote (Mt 18.10-14) Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos. Pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.

3. A obra dos anjos bons em geral. Eles estão diante de Deus e O adoram (Sl 148.2; Hb 1.6; Ap 5.11-12). Eles protegem e livram o povo de Deus (Gn 19.15-22; Sl 91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19; 12.11). É bom observar que os anjos, especialmente, são enviados para servir aos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Eles guiam e encorajam os servos de Deus (Mt 28.5-7; At 8.26; 27.23-24). Os anjos interpretam a vontade de Deus para os homens (Dn 7.6; 10.5-14; Zc 1.9, 13-14, 19). Eles executam o juízo contra indivíduos e nações (Gn 19.11-13; At 12.23; Ap 16.2-21). Os anjos levam os salvos para o lar quando dormem em Cristo (Lc 16.22).

4. Os anjos tem várias funções.
Os anjos são seres espirituais criados por Deus e debaixo de sua autoridade (Cl 1.16).
Eles tem várias funções: servir aos que creem (Hb 1.14), proteger os necessitados (Mt 18.10), proclamar a mensagem de Deus (Ap 14.6-12) e executar a punição de Deus (At 12.1-23; Ap 20.1-3).

II. CONCEITOS BÍBLICOS
ANGELOLOGIA: Doutrina dos Anjos (Mensageiros de Deus à serviço de Israel e da Igreja de Jesus):

ANJOS: Existência ensinada nos 34 livros da Bíblia; ocorre 286 vezes. Cristo sabia deles e ensinava várias vezes (Mt1 8.1 26.53).

NO ANTIGO TESTAMENTO
מלאך / מַלאָך Kalm mal’ak – Significa mensageiro ou representante entre Deus e o Homem (o anjo teofânico). (Gn 19.1).

NO NOVO TESTAMENTO
Aggelos - trazer notícias - um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus (Mt 4.6).

III. QUANTO À CRIAÇÃO
Representa 3 Características Importantes:
1. Fato (C1 1.16).
2. Tempo (Jo 38.6-7).
3. Estado (Judas 6).

IV. NATUREZA
1. Criaturas. Criados, antes do homem, pelo poder de Deus, cujo “Pai” é Deus (Jó 1.6). Recusam adoração (Ap 19.10) e ao homem é proibido adorá-los (Cl 2.18).

2. Espíritos. não limitados às condições naturais e físicas, muito rápidos; aparecem e desaparecem à vontade; podem assumir formas humanas visíveis. (Gn 19.1-3; Hb 1.4).

3. Imortais-não estão sujeitos à morte (Lc 20.34-36).

4. Numerosos. Número muito grande (Dn 7.10; Mt 26.53; Lc 2.13; Hb 12.22); Deus é o Senhor dos Exércitos.

5. Sem sexo. Apesar de descritos como varões, significando autoridade, não propagam sua espécie (Gn 18.1-2; Mc 12.25; Lc 20.34,35).

6. Podem se aparentar e falar com os homens (Zc 5.9).

7. Distintos dos seres humanos (Sl 8.4-5).

8. Poderosos (2ª Pe 2.11; Sl 103.20).

V. PERSONALIDADE
Têm:
1. Intelecto (1ª Pe 1.12).
2. Emoções (Lc 2.13).
3. Vontade Própria (livre arbítrio) (Jd 6).

VI. CARÁTER
1. Obedientes. Não questionam nem vacilam (Sl 103.20; Jd 6 e 1ª Pe 3.22).

2. Reverentes. Adoradores (Ne 9.6; Fl 2.9-11; Hb 1.6).

3. Sábios. Como um anjo...p/ discernir o bem e mal (2º Sm 14:17). Sua inteligência excede às dos homens aqui; não discernem os pensamentos (1º Rs 8.39); Seus conhecimentos dos mistérios da graça são limitados (1ª Pe 1.12).

4. Mansos. Sem ressentimentos ou injúrias (2ª Pe 2.11 Jd 9).

5. Santos. Separados por Deus para Ele - Anjos Santos. (Ap 14.10).

VII. CLASSIFICAÇÃO
Em posto e atividade (exércitos) (1ª Pe 3.22); anjos, autoridades, potências...” (Cl 1.16; Ef 1.20,21).

1. Anjo do Senhor. Ser incriado: Nome dado ao Senhor Jesus, antes de ser encarnado em Maria. Características: Pode perdoar ou reter pecados (Is 63.9; Êx 23.21).
- O Nome de Deus está n’Ele - Seu Caráter revelado (Êx 23.20-23) e a presença de Deus-Rosto de Jeová – (Êx 32.34; Êx 33.14; Is 63.9); Jacó identificou o anjo como o próprio Deus (Gn 32.24-30; 48.15,16).

2. Arcanjo. O arcanjo Miguel é mencionado como o anjo principal (Jd 9; Ap 12.7;1ª Ts 4.16), como protetor da nação israelita (Dn 12.1).
Gabriel é mencionado como classe muito elevada, diante de Deus (Lc 1.19), como mensageiro importante do Reino de Deus (Dn 8.16; 9.21).

3. Primeiros Príncipes. (Principados) ou Anjos das Nações (Dn 10.13). Cada nação tem seu anjo protetor, podendo ser bom ou mal (Ef 3.10; Cl 2.15; Ef 6.12).

4. Anjos Eleitos. Anjos que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de satanás (1ª Tm 5.21; Mt 25.41).

5. Querubins Querubim do Hebraico כרוב – “keruv” ou do plural כרובים - keruvim) é uma criatura sobrenatural, espiritual, mencionada várias vezes no Tanakh (ou o Antigo Testamento), em livros apócrifos e em muitos escritos judaicos.
- Keroubim - Classe elevada de anjos com propósitos retribuitivos (Gn 3.24) e redentores (Êx 25.22).
- Rostos implicam perfeição de criaturas (Rostos): força de leão; inteligência de homem; rapidez de águia; serviço semelhante ao do boi. (Assegura-se que a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção (Rm 8.21).
-Ligados à santidade de Deus.

6. Serafins. Serafim segundo a Angelologia, um anjo de seis asas.
É comumente aceito como a primeira posição na hierarquia celestial dos anjos, os que estão mais próximos de Deus. A palavra hebraica Saraf (שרף) significa “queimar” ou “incendiar”, talvez uma alusão a tradições bíblicas onde Deus é comparado a um “fogo” ou mesmo a um “fogo consumidor”. A referência bíblica para “serafim” está em Isaías 6.1-2. Ordem elevada de anjos com ardente amor a Deus. São ligados à adoração a Deus.

VIII. OBRA E MINISTÉRIOS
1. Agentes de Deus. Executores de pronunciamentos de Deus (Gn 3.24; Nm 22.22-27; Mt 13.39-41,49; 16.27; 24.31; Mc 13.27; Gn 19.1; 2º Sm 24.16; 2º Rs 19.35; At 12.23).

2. Mensageiros de Deus (Anjo significa literalmente “mensageiro”). Por meio dos anjos, Deus envia:
2.1. Anunciações: (Lc 1.11-20; Mt 1.20,21).
2.2. Advertências (Mt 2.13; Hb 2.2).
2.3. Instrução (Mt 28.2-6; At 10.3; Dn 4.13-17).
2.4. Encorajamento (At 27.23; Gn 28.12).
2.5. Revelação (At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Dn 9.21-27; Ap 1.1).
2.6. Servos de Deus. Espíritos ministradores enviados para:
a) Servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14).
b) Sustentar (Mt 4.11; Lc 22.43; 1º Rs 19.5).
c) Preservar (Gn 16.7; 24.7; Êx 23.20; Ap 7.1).
d) Resgatar (Nm 20.16; Sl 34.7; 91.11; Is 63.9; Dn 6.22; Gn 48.16; Mt 26.53.
d) Interceder (Zc 1.12; Ap 8.3,4).
e) Para servir aos justos depois da morte (Lc 16.22).

OBSERVAÇÃO: “Doutrina de Anjos Protetores” com base em Mt 18.10 e At 12.1 5, os cristãos primitivos acreditavam que cada crente teriam um anjo especial designado para guardá-lo e protegê-lo durante a vida; a única coisa que se sabe é que promessas de ajuda por parte de anjos são numerosas e claras para ajudar os crentes.

CUIDADO: Anjos de Deus não entram em corpos de crentes, pois têm corpo celeste; Quando se diz que alguém foi usado como anjo, “mistérios de Deus”, implica que o Espírito Santo usou como anjos “mensageiros” e nunca que o anjo entrou em alguém. Evangelho não é espiritismo.

IX. DESCREVENDO OS MINISTÉRIOS

1. Quanto a Jesus Cristo.
1.1. Predisseram nascimento (Lc 1.26-33).
1.2. Anunciaram nascimento (Lc 2.13).
1.3. Protegeram a criança (Mt 2.13).
1.4. Fortaleceram Jesus após tentação (Mt 4.11).
1.5. Preparados para defende-lo (Mt 26.53).
1.6. Confortaram-no no Getsemani (Lc 22.43).
1.7. Rolaram a Pedra do Sepulcro (Mt 28.2).

2. Quanto aos crentes (igreja).
2.1. Ministério Geral de Ajuda (Hb 1.14).
2.2. Envolvidos com respostas de orações (At 12.7).
2.3. Observam as experiências dos Crentes (1ª Co 4.9; 1ª Tm 5.21).
2.4 Encorajam nas horas de perigo (At 27.23-24).
2.5. Interessados nos esforços evangelísticos dos crentes (Lc 5.10; At 8.26).
2.6. Ministram aos justos na hora de sua morte (Lc 16.22; Jd 1.9).

3. Quanto às nações.
3.1. Miguel. Relacionamento estreito com Israel (Dn 12.1).
3.2. Anjos: agentes de Deus na execução de sua providência (Dn 10.21).
3.3. Anjos estão envolvidos nos juízos da Tribulação (Ap 8, 9, 16).

4. Quanto aos descrentes.
4.1. Anunciam juízos iminentes (Gn 19.13; Ap 14.6- 7).
4.2. Infligem o juízo divino (At 12.23).
4.3. Agem como ceifeiros na separação definitiva no fim dos tempos (Mt 13.39).

X. A OBRA DOS ANJOS

1. A obra dos anjos bons.
1.1. A obra dos anjos bons em relação à vida e ministério de Cristo. O anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus (Lc 1.26-38). Um anjo garantiu a José que “o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). Os anjos anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus em Belém (Lc 2.8-15). Os anjos vieram e serviram a Cristo após a tentação no deserto (Mt 4.1). Um anjo do céu apareceu e confortou Jesus no Getsêmani (Lc 22.43). Um anjo removeu a pedra que fechava o sepulcro de Jesus e falou às mulheres que Ele havia ressuscitado (Mt 28.2-7). Os anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.9-11). Os anjos acompanharão o Senhor Jesus, quando Ele vier pela segunda vez (Mt 16.27; 25.31).

1.2. A obra dos anjos bons em geral. Eles estão diante de Deus e O adoram (Sl 148.2; Hb 1.6; Ap 5.11-12). Eles protegem e livram o povo de Deus (Gn 19.15-22; Sl 91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19; 12.11). É bom observar que os anjos, especialmente, são enviados para servir aos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Eles guiam e encorajam os servos de Deus (Mt 28.5-7; At 8.26; 27.23-24). Os anjos interpretam a vontade de Deus para os homens (Dn 7.6; 10.5-14; Zc 1.9, 13-14, 19). Eles executam o juízo contra indivíduos e nações (Gn 19.11-13; At 12.23; Ap 16.2-21). Os anjos levam os salvos para o lar quando dormem em Cristo (Lc 16.22).

1.3. A obra futura dos anjos. O arrebatamento da Igreja será acompanhado da “voz do arcanjo” (1ª Ts 4.16). Os anjos reunirão os eleitos quando Cristo retomar (Mt 24.31). Eles separarão os verdadeiros dos falsos quando da vinda do Senhor (Mt 13.39-50). Um anjo prenderá e lançará o diabo no abismo por mil anos (Ap 20.1-3). Doze anjos estarão diante das portas da Nova Jerusalém (Ap 21.12).

2. A obra dos anjos maus.
2.1. Eles se esforçam para separar o crente de Cristo (Rm 8.38-39).
2.2. Eles se opõem aos anjos bons em sua obra (Dn 10.1-2, 13, 20-21).
2.3. Os anjos maus cooperam com Satanás na execução dos planos e propósitos dele (Mt 25.41; Ef 6.12; Ap 12.7-12).

3. A obra dos demônios.
Fica bem claro que os demônios constituem uma ordem distinta dos anjos maus, e que os demônios, espíritos imundos e espíritos maus, são uma só coisa. Tais são as suas obras: Eles causam moléstias (Jó 2.1-8; Mt 9.33; 12.22; Lc 13.11,16). Os demônios causam distúrbios mentais (Lc 8.26-39). Não esqueçamos que as Escrituras não atribuem todos os distúrbios mentais à obra dos demônios. Eles levam muitos à impureza moral (Mt 12.43; Mc 1.23-27; 3.11; Lc 4.33-36). Eles são, sem dúvida, os autores de muitos dos pensamentos imundos, linguagem imunda e má conduta de muitos homens nos dias de hoje. Os demônios disseminam falsas doutrinas (1º Re 22.21-23; 2ª Ts 2.1-4; 1ª Tm 4.1-2). Eles se opõem aos crentes em seu progresso espiritual, travando assim uma verdadeira guerra espiritual (Ef 6.10-18). Os demônios às vezes tomam posse de seres humanos e até mesmo de animais (Mt 4.24; Lc 8.2, 27, 30, 33; At 8.7).

4. A obra de Satanás.
A obra de Satanás é conhecida nos diversos nomes que lhe são dados, pois, cada um deles expressa uma qualidade do caráter ou um método de ação ou as duas coisas, por exemplo: como “Satanás”, ele se opõe (adversário); como “diabo”, ele acusa e difama; como “tentador”, ele tenta levar os seres humanos a cometerem pecados. Além disso, a Bíblia revela a natureza de sua obra diretamente. O objetivo primordial de Satanás está expresso em Is 14.14: “Serei semelhante ao Altíssimo”. As Sagradas Escrituras mostram que ele tem poder, um trono e grande autoridade (Mt 4.8-9; Ap 13.2). Para conseguir realizar o seu propósito, ele tentou matar o menino Jesus (Mt 2.16; Ap 12.4-5). Não dando certo, ele tentou levar o Senhor Jesus a adorá-lo (Lc 4.6-7). Mas, Jesus não fracassou diante de suas tentações. Satanás emprega vários métodos para a realização dos seus propósitos. Como ele não pode atacar a Deus diretamente, ataca o homem, que foi criado à imagem e conforme a semelhança de Deus (Gn 1.26-27). A Bíblia Sagrada menciona os seguintes métodos usados por Satanás: mentir (Jo 8.44; 2ª Co 11.3); tentar (Mt 4.1); roubar (Mt 13.19); atormentar (Jó 1.2); dificultar (Zc 3.1; 1ª Ts 2.18); peneirar (Lc 22.31); imitar (Mt 13.25; 2ª Co 11.14-15); acusar (Ap 12.9-10); fazer adoecer (Lc 13.16 cf 1ª Co 5.5); possuir (Jo 13.27); matar e devorar (Jo 8.44); (1ª Pe 5.8). O crente não deve ignorar a sua astúcia (2ª Co 2.10-11), mas deve ser sóbrio e vigilante, e resistir a ele (Ef 4.27; Tg 4.7). Os cristãos não devem falar levianamente a respeito dele (Jd 8, 9), mas se revestir da armadura de Deus e se firmar contra ele (Ef 6.10-18).

O nome “Satanás” revela-o como “adversário”, não primeiramente do homem, mas de Deus (Rm 16.20). Ele maquina a destruição do ser humano, razão pela qual é chamado -Abadom e Apo1iom - “destruidor” (Ap 9.11). Depois da entrada do pecado no mundo, ele se tornou - o diabo “acusador” (Ap 12.10), acusando continuamente o povo de Deus. Ele é apresentado nas Escrituras Sagradas como o originador do pecado (Gn 3.1-6; Jo 8.44; 2ª Co 11.3; Jo 3.8; Ap 12.9; 20.10). Satanás aparece na Bíblia como chefe dos anjos que caíram (Mt 9.34; 25.41; Ef 2.2). É também chamado repetidamente de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); “o deus deste século” (2ª Co 4.4). Não significa que ele detém o controle do mundo, pois é Deus que o controla (Sl 103.19), mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus. Isto está claramente descrito em Efésios 2.2, onde ele é chamado de “o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (ARC).

XI. O DESTINO DOS ANJOS

1. O destino dos anjos bons.
Temos razões de sobra para crer que os anjos bons continuarão servindo a Deus por toda a eternidade. Na visão que João teve da Nova Jerusalém, que certamente pertence a uma época futura, e que está destinada a continuar para todo sempre juntamente com o novo céu e a nova terra (Ap 21.1-2), ele viu anjos diante das doze portas da cidade (Ap 21.12). Não esquecendo de que em Ap 5.11, João viu e ouviu a voz de muitos anjos bons (é claro) ao redor do trono de Deus; se lá estão é porque são fiéis, sendo fiéis, eles servirão ao Senhor eternamente.

2. O destino dos anjos maus.
O Senhor Jesus foi bastante claro ao dizer que o destino dos anjos maus é o lago de fogo (Mt 25.41). Enquanto isso, alguns deles são mantidos acorrentados na escuridão até o dia do seu julgamento (2ª Pe 2.4; Jd 6). Como o criminoso que foi preso em seu delito culposo e mantido na prisão, aguardando o dia em que será sentenciado oficialmente e levado para sofrer a pena da condenação por seu crime. Quando Cristo voltar, os crentes tomarão parte no julgamento dos anjos maus (1ª Co 6.3).

3. O destino de Satanás.
Podemos fazer um breve traçado da história de Satanás do princípio ao fim. Primeiro o vemos no céu (Is 14.12-15; Ez 28.13-17). Ninguém pode dizer por quanto tempo ele viveu gozando do favor de Deus, mas veio a hora em que ele e muitos outros anjos caíram (Is 14.13-15). Encontramos ele no jardim do Éden, por meio de uma serpente (Gn 3.1-15). Aqui ele se tornou o agente da queda do homem. Em seguida, nós o encontramos no ar, tendo acesso tanto ao céu como a terra (Jó 1.6,7; 2.1,2; Ef 2.2; 6.12). Em seguida, notamos que no futuro ele deverá ser lançado na terra (Ap 12.9-12). Aparentemente, isto acontecerá durante a grande tribulação. Podemos observar que sua presença na terra dessa vez será “curta”. Da terra ele será lançado no abismo (Ap 20.1-3). Isto acontecerá quando Cristo voltar a terra, em poder e glória, para estabelecer Seu reino milenial. Satanás será acorrentado e confinado ao abismo por mil anos. Então, será solto por “pouco tempo”, durante o qual tentará frustrar os propósitos de Deus na terra (Ap 20.3, 7-9). Mas, descerá fogo do céu e destruirá os exércitos que ele reunirá. O destino de Satanás será o fogo eterno preparado para ele e seus anjos, onde “serão atormentados para todo o sempre” (Mt 25.41; Ap 20.10).

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A NATUREZA DOS ANJOS



TEXTO ÁUREO
“Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra.” (Sl 103.20).

VERDADE PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e celestiais a serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a salvação.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.26-35 “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. 30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, 31 E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33 e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. 34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”

INTRODUÇÃO. “Os anjos estão presentes na Bíblia desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, e o número deles é incontável. Eles apareceram a muitas pessoas na história do povo de Deus, trazendo uma missão específica. A presente lição pretende mostrar que eles não são mitos nem lendas, mas seres reais, e continuam atuando na vida da Igreja.”

- Estamos sendo treinados para passarmos a eternidade com o Senhor e ao lado destes seres criados para servir, então será muito útil aprendermos tudo o que pudermos a partir das Escrituras sobre os anjos e elas indicam que no céu nos uniremos aos anjos para adorar a Deus ao redor do Seu trono. Apocalipse 4 descreve a primeira cena que João testemunhou em sua visão do céu: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (Ap 4.4). Os anciãos representam a igreja. O fato de haver lugares permanentes para eles indica que o povo redimido de Deus perpetuamente adorará ali ao lado dos anjos. O escritor de Hebreus diz que os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir os que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Deus ordena aos Seus anjos que cuidem dos Seus santos, mas não há apoio escriturístico que apontem anjos governando nem sobre eles ou receberem adoração. Os anjos, como servos de Deus, interferem de tempos em tempos nos assuntos humanos, mas a forma como isso acontece, sabemos muito pouco. Na verdade, a Bíblia não revela tudo o que gostaríamos de saber sobre os anjos. Os anjos são seres espirituais que podem, até certo ponto, assumir forma humana. A maior coisa que podemos aprender dos anjos é sua obediência instantânea e sem questionamentos às ordens de Deus. “A existência dos anjos, conforme veremos a  partir de agora,  é  claramente demonstrada pelo ensino, tanto  do  Antigo, quanto do Novo Testamentos. São inúmeros os textos do AT que comprovam a realidade da existência dos anjos (Gn 32.1,2; Jz 6.11ss; 1º Rs 19.5; Ne 9.6; Jó 1.6; 2.1; Sl 68.17; 91.11; 104.4; Is 6.2,3; Dn 8.15-17). Nos textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas funções principais de servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de Deus, obedecer Sua vontade, executar a vontade de Deus, e também como guerreiros. No contexto do NT, os anjos não são apresentados simplesmente como “mensageiros de Deus”, mas também como “ministros aos herdeiros da salvação” (Hb 1.14). Outrossim, a existência dos anjos é apresentada de maneira inequívoca no NT (Mt 13.39; 13.41; 18.10; 26.53; Mc 8.38; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16; 2ª Ts 1.7; Hb 1.13,14; 12.22; 1ª Pe 3.22; 2ª Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9.) (CACP). O termo teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do grego angelos, “anjo” e logia, “estudo”, “dissertação”). Angelologia, se constitui, portanto, de doutrina específica dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos. Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. OS ANJOS
1. Quem são eles? Os anjos são uma classe de seres criados por Deus, assim como os seres humanos foram também criados. A palavra “anjo” chegou à nossa língua pelo latim angelus, uma transliteração do termo grego angelos, que a Septuaginta empregou para traduzir o hebraico mal'ak, “mensageiro, anjo”. Na nossa cultura, quando se fala em anjo, todos entendemos o que isso significa; vêm à nossa mente os seres espirituais e sobrenaturais que habitam o céu. Mas o termo tem significado mais amplo.”

- Os anjos foram criados por Deus (Sl 148.2 e 5); O fato de serem criaturas está implícito em 1ª Timóteo 6.16. O tempo da criação dos anjos é deixado indefinido na Bíblia, apenas sabemos que quando foram lançados os fundamentos da Terra os anjos já existiam (Jó 38.4,7; Is 14.12); são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. Em nenhum lugar a Bíblia afirma que os anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus, como foram os humanos (Gn 1.26). Interessante notar que Jesus ensinando sobre nosso estado na ressurreição “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22.30) assevera que nós seremos “como os anjos” - espírito, e não anjos.
  
2. Os gregos e os romanos. O mundo grego usava angelos para um mensageiro ou embaixador em assuntos humanos, alguém que fala ou age em nome de quem o enviou. Foi essa a palavra usada na Septuaginta para traduzir o hebraico mal'ak. Entre os romanos, a ideia não era diferente dos gregos.”

- Como expliquei no subtópico anterior, a palavra original correspondente no grego ‘angelos’ é usado tanto para mensageiros humanos (1ºRs19.2; Lc 7.24 e 9.52), quanto divinos. O primeiro tipo de anjo mencionado na Bíblia são os querubins, que foram enviados por Deus para proteger a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn 3.24). A Escritura usa várias expressões para descrever os anjos. Eles são chamados de “seres celestiais” (Sl 89.6); “Filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1; 38.7); “Santos” (Sl 89.5); “estrelas da alva” (Jó 38.7), “príncipes” (Dn 10.13); e “principados e potestades” (Ef 3.10).

3. Na Bíblia. O termo mal'ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2ª Pe 2.11). Eles pertencem à corte de Javé no céu, onde o louvam e o servem (Is 6.2,3; Ap 5.11; 7.11). Convém nunca perder de vista que essa palavra se aplica também a mensageiros humanos; o profeta Ageu foi chamado de mal'al Yahweh, “o embaixador do SENHOR” (ARC) ou “enviado do SENHOR” (ARA). João Batista é outro exemplo do uso do termo para os humanos (Ml 3.1; Mc 1.2-4).”

- O termo português ‘anjo’ é derivado do latim ‘angelus’, que por sua vez deriva-se do grego ‘angelos’ (lê-se ‘anguelos’). No hebraico o termo é ‘malak’, que pode ser traduzido por “mensageiro”, o que designa a ideia de ofício de mensageiro. O grego clássico emprega o termo angelos para mensageiro, embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No Antigo Testamento, onde o termo malak ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres celestiais, membros da corte de Yahweh, que servem e louvam a Ele (Ne 9.6; Jó 1.6), são espíritos ministradores (1ºRs 19.5), transmitem a vontade de Deus (Dn 8.16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl 103.20), executam os propósitos de Deus (Nm 22.22), e celebram os louvores de Deus (Jó 38.7; Sl 148.2). No Novo Testamento, a palavra angelos aparece por 175 vezes, aparecem como representativos do mundo celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes às do Antigo Testamento são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2.9-11; Hb 1.6), são espíritos ministradores (Lc 16.22; At 12.7-11; Hb 1.7,14), transmitem a vontade de Cristo (Mt 2.13,20; At 8.26), obedecem a vontade d’Ele (Mt 6.10), executam os Seus propósitos (Mt 13.39-42), e celebram os louvores de Cristo (Lc 2.13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a concepção de Cristo (Mt 1.20,21), Seu nascimento (Lc 2.10-12), Sua ressurreição (Mt 28.5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1.11). Foi Agostinho no século IV d.C. quem desenvolveu o estudo acerca do mundo angelical. Segundo esse Pai da Igreja, os anjos teriam uma natureza puramente espiritual e livre. Comentando o Gênesis, Agostinho definiu as funções destes seres celestes, que seriam responsáveis pela glorificação de Deus e pela transmissão da vontade divina. Agostinho afirmava que os anjos estariam voltados tanto para o mundo espiritual quanto para o mundo visível, no qual interviriam com certa frequência.

II. OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1. Natureza. Os anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional. São em grandes multidões no céu (Hb 12.22; Ap 5.11). Como criaturas, não são autônomos nem independentes; não agem como tal e nunca receberam adoração. A habitação deles é o céu, e eles veem sempre a face do Pai (Mt 18.10). Não possuem corpo físico ou material, mas podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as manifestações angelofânicas. Essas aparições ocasionais são bíblicas (Jz 13.6; Hb 13.2). Os anjos são assexuados, não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36).”

- É importante ressaltar que os anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de sua criação (Ne 9.6; Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em que parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos ver em Jó 38.4-7 e Gn 1,1; 2.1. Não podemos também definir número, mas sabemos que um ‘exercito’ compreende grande quantidade, uma ‘legião’ compreende um número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22); Segundo Apocalipse 5.11, eles são milhões de milhões e milhares de milhares. Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem (Mt 22.30). “São seres espirituais – incorpóreos (Hb.1.14). Não tem corpo físico, mas podem assumir forma corpórea (Gn 18.19; Sl 104.4; Hb 1.7; Ef 6.2; Mt 8.16; 12.45; Lc 7.21; Ap 16.14). São imortais – Os anjos não estão sujeitos à dissolução: nunca morrem. A imortalidade dos anjos se deriva de Deus e depende de Sua vontade. Os anjos são isentos da morte, porque assim Deus os fez (Lc 20.35,36). Não se reproduzem conforme sua espécie – As Escrituras em parte alguma ensina que os anjos são seres assexuados. Inferências encontramos referindo-se aos anjos, com o uso de pronomes do gênero masculino (Dn 8.16,17; Lc 1.12,29,30; Ap.12.7; 20.1; 22.8,9). Mas, não obstante, o casamento, a reprodução, não é da ordem ou do plano de Deus. São poderosos – Dotados de poder sobre-humano (Sl 103.20; 2Pd 2;11). São uma classe de seres criados superiores aos homens (Sl 8.5; Hb 2.10). Contudo, esse poder tem seus limites estabelecidos, não são Onipotentes (2ª Ts 1.7; 2º Sm 24.16,17). Veja demonstração de poder dos anjos: At 5.19; 12.7,23; Mt 28.2).


2. Ofício. Não é possível descrever todas as atividades dos anjos em tão pouco espaço. A Bíblia mostra a atuação deles nas diversas esferas no céu e na terra. Uma de suas atividades, e a principal delas, é louvar e glorificar a Deus (Sl 148.2; Ap 7.11,12). Eles executam obras em favor de homens e mulheres para socorrer e ajudar nas suas dificuldades, e são eles que levam os salvos ao lar eterno (Lc 16.22).”

- Apesar de terem vontade, os anjos são, como todas as criaturas, sujeitos à vontade de Deus. Os anjos bons são enviados por Deus para ajudar os crentes (Hb 1.14). A seguir, algumas atividades que a Bíblia atribui aos anjos:
● Eles louvam a Deus (Salmos 148:1,2; Isaías 6:3).
● Eles adoram a Deus (Hb 1.6; Ap 5.8-13).
● Eles se regozijam nos feitos de Deus (Jó 38.6-7).
● Eles servem a Deus (Sl 103.20; Ap 22.9).
● Eles se apresentam perante Deus (Jó 1.6; 2.1).
● Eles são instrumentos dos julgamentos de Deus (Ap 7.1; 8.2).
● Eles trazem respostas às orações (At 12.5-10).
● Eles ajudam a ganhar pessoas para Cristo (At 8.26; 10.3).
● Eles observam a ordem cristã, obra e sofrimento (1ª Co 4.9; 11.10; Ef 3.10; 1º Pd 1.12).
● Eles dão encorajamento em tempos de perigo (At 27.23-24).
● Eles cuidam dos justos no momento da morte (Lc 16.22).

- O que a Bíblia diz sobre anjos da guarda? Embora a expressão “anjo da guarda” não ocorre na Bíblia, muitas pessoas acreditam que cada indivíduo recebe um “anjo da guarda” no dia do nascimento ou no dia do batismo. Porém, a Bíblia não diz nada sobre isso. Uma das passagens bíblicas mais conhecidas para defender esta interpretação está registrada no Salmo 34: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34.7). Outra passagem encontra-se no Evangelho de Mateus, quando o Senhor Jesus, falando acerca dos pequeninos, declarou: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Porém, essas passagens não provam nada. Essas passagens não ensinam que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, mas, simplesmente expressam o cuidado geral de Deus por Seu povo através dos anjos. Uma interpretação provável para expressão “seus anjos nos céus” é que eles estão prontos para a ação por ordem de Deus. Sabemos que os anjos são “espíritos ministradores” enviados para servir os cristãos (Hb 1.14). Mas se cada pessoa possuiu um anjo da guarda, a Bíblia não diz nada especificamente. A Bíblia fala de um “exército celestial” – Todos os anjos que velam pelo povo de Deus. Assim, neste exato momento, há um pelotão de forças angelicais cuidando de sua vida. Assim, a noção popular de um anjo da guarda para cada crente não tem base Bíblica. Ao invés disso, a Escritura afirma uma verdade ainda mais preciosa: o cuidado de um crente não é a tarefa de apenas um anjo; todo o exército angelical, em consenso, cuida de cada crente e de sua salvação (Gn 32.1-2; 2º Rs 6.17; Lc 15.10; 16.22).

3. A ação dos anjos durante o ministério de Jesus. Sua participação já começa antes mesmo do nascimento de Jesus, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.18,19), e seis meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (vv. 26-31). Os anjos assistiram a Jesus durante todo o seu ministério terreno, na tentação do deserto, na agonia do Getsêmani, na sua ressurreição e na ascensão ao céu (Mc 1.13; Lc 22.43; Mt 28.2-6; At 1.10).”

3.1. Em seu nascimento.
a. Previsão. Gabriel predisse o nascimento de Jesus (Mt 1.20; Lc 1.26-28).
b. Anúncio. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus aos pastores e foi acompanhado em seu louvor por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15).

3.2. Durante sua vida.
a. Alerta. Um anjo alertou José e Maria a que fugissem para o Egito, escapando, assim, da ira de Herodes (Mt 2.13-15).

b. Direção. Um anjo orientou a família para retornar a Israel após a morte de Herodes (Mt 2.19-21).

c. Ministração. Anjos ministraram a Jesus após sua tentação no deserto (Mt 4.11) e seu conflito no Getsêmani (Lc 22.43).

d. Defesa. Jesus disse que havia legiões de anjos preparadas para defendê-lo se ele os chamasse (Mt 26.53).

3.3. Após sua ressurreição.
a. Na pedra. Um anjo rolou para longe a pedra que fechava a entrada do sepulcro de Jesus (Mt 28.1-2).

b. Anúncio. Anjos anunciaram a ressurreição para as mulheres na manhã do domingo de Páscoa (Mt 28.5,6; Lc 24.5-7).

c. Ascensão. Anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.10-11).

3.4. Na Segunda Vinda de Jesus.
a. Arrebatamento. A voz do arcanjo será ouvida no arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16).
b. Segunda Vinda. Os anjos vão acompanhá-lo na Segunda Vinda (Mt 25.31; 2ª Ts 1.7).
c. Juízo. Os anjos vão separar o joio do trigo na Segunda Vinda (Mt 13.39-40).”

III. AS HOSTES ANGELICAIS
A Bíblia menciona as categorias angelicais sem apresentar detalhes de sua natureza; somente se manifesta em alguns casos, como veremos a seguir.

1. Ás hierarquias angelicais. O apóstolo Paulo inclui nessas hierarquias duas duplas de seres: “tronos e dominações” e “principados e potestades” (Cl 1.16). Alguns acham que a primeira dupla seja uma referência às “coisas visíveis”; e as outras duas, às "coisas invisíveis". Uma tentativa sem sucesso. Os tronos estão localizados no céu (Dn 7-9; Ap 4.4), mas a literatura pseudoepígrafa dos antigos rabinos tem os tronos como seres celestes. A maioria dos expositores do Novo Testamento reconhece o termo "tronos" nesse contexto como classificação angelical. As dominações se referem aos poderes celestes (Ef 1.20,21). A explicação sobre os principados e potestades foi dada na lição passada.”

- A única referência clara a uma hierarquia é Apocalipse 12.7, que mostra que o arcanjo Miguel tem outros anjos debaixo de seu comando. No entanto, não há dúvidas de que encontramos na Bíblia evidências da existência de uma hierarquia entre os anjos, isto é, se acham organizados de forma hierárquica, numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus. Paulo aponta diretamente para isto quando usa a expressão “principados e potestades”. Essa designação indica a existência de certos anjos que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico. Paulo emprega essa expressão tanto para se referir aos anjos caídos como para se referir aos anjos de Deus sendo que, em duas ocasiões ele fala de anjos maus, isto é, demônios (Ef 6.12; Cl 2.13); e em outras duas ele fala dos santos anjos de Deus (Ef 3,10; Cl 1.16). O apóstolo Pedro também emprega essa mesma expressão para se referir aos anjos do Senhor (1ª Pd 3.22). Não confunda essa hierarquização com o assunto estudado na lição anterior sobre espíritos territoriais. Nos últimos tempos muitas heresias surgiram relacionadas à hierarquia dos anjos. Os propagadores dessas heresias defendem a ideia de que existem seres angelicais que se ocupam em uma organização hierárquica territorial. Nas Escrituras encontramos três classes ou tipos de anjos:

● Querubins: anjos dotados de grande poder e majestade. São frequentemente mencionados em conexão com a adoração a Deus e a revelação de sua glória (Êx 25.18; 2º Sm 22.11; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Hb 9.5).
● Serafins: anjos que parece próxima à classe dos querubins. São mencionados apenas pelo profeta Isaías. Os serafins são descritos pelo profeta com uma riqueza de detalhes que revela seu serviço em torno do trono de Deus (Is 6.2,6).
● Arcanjo: apenas Miguel é mencionado na Bíblia pertencente a esta classe (Jd 9). Alguns estudiosos acreditam que possa haver mais arcanjos, enquanto outros afirmam que apenas Miguel ocupa esse posto. Ele é retratado na Bíblia como um comandante do exército celestial a serviço de Deus, ou seja, ele ocupa o posto mais elevado na hierarquia dos anjos (Dn 10.13-21; Jd 9; Ap 12.7).

2. Serafins e querubins. São outras duas categorias de anjos sobre as quais a Bíblia revela algo mais do que as categorias anteriores. O termo serafim significa "flamejante, brilhante, refulgente". Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins simbolizam a transcendência de Deus, o qual “habita entre os querubins” (1º Sm 4.4). Eles são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da Arca do Concerto (Êx 25.18-20:37.7-9).”

- O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.

- Querubins. Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub”, tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (1º Sm 4.4; 2º Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar Santíssimo “ com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).

3. Arcanjos. Esse termo significa chefe ou líder dos anjos. Essa palavra só aparece duas vezes na Bíblia, em: “com voz de arcanjo” (1ª Ts 4.16) e “mas o arcanjo Miguel, quando contendia...” (Jd 9). Os tratados de teologia costumam incluir Gabriel como arcanjo. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados por nome na Bíblia. O nome “Miguel”, mikhael em hebraico, significa “quem é semelhante a Deus?”; e “Gabriel”, “varão de Deus”. As Escrituras Sagradas revelam existir mais seres no céu, da mesma natureza e com a mesma posição de arcanjo: e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia (Dn 10.13). Veja que a expressão um dos primeiros príncipes" mostra existirem outros como Miguel.”

- “A palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn 12.1). O arcanjo Miguel ‚ denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (1ª Ts 4.16)”.

IV. JESUS E O ARCANJO MIGUEL
O ministério dos anjos em relação a Jesus vem desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Miguel é anjo e se inclui também nesse ministério.

1. A identidade de Miguel. As Escrituras falam muito pouco a respeito desse anjo. O seu nome aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn 10.13,21; 12.1), arcanjo (Jd 9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Alguns grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Esse pensamento não nos surpreende, pois um desses grupos é arianista. O que nos chama a atenção é o fato de outros grupos cristãos, que afirmam crer na Trindade, confundam o Criador com a criatura.”

Esclarecendo o termo ‘arianismo’: doutrina de Ário 250-336, um professor do início do século 4 d.C., de Alexandria (Egito), que afirmava ser Cristo a essência intermediária entre a divindade e a humanidade, negava-lhe o caráter divino e ainda desacreditava a Santíssima Trindade. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Hoje, existem seitas que advogam esse ensino e que afirmam que sempre que Miguel é mencionado na Bíblia, refere-se à Pessoa de Jesus como Comandante dos exércitos celestiais em direta disputa com Satanás e os anjos maus. (Leia mais sobre este assunto aqui). Judas 9 é a única passagem das Escrituras que mostra ser Miguel um arcanjo. “O termo grego ἀρχ (gr. arch) significa, “chefe, líder” ou “cabeça”. Isto mostra que Miguel é um líder dos anjos. Seu nome em hebraico é מִֽיכָאֵ֗ל (Michael), significa ‘Quem é semelhante a Deus?’. O hebraísta Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenios, declara que a tradição rabínica afirma ser Miguel “um dos sete arcanjos”. Esses arcanjos aparecem na literatura rabínica apocalíptica, em que esses nomes são apresentados no livro pseudoepífrafo de Enoque: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel, Saracael, Gabriel e Remiel (1º Enoque 20.2-8; Tob 12.15)”. (CACP).

2. Uma diferença abissal. Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo seja o mesmo Miguel, pois há uma diferença abissal entre ambos: Jesus é Deus, o Criador e transcendente, Miguel é anjo, portanto, criatura (Jo 1.1-3; Cl 1.16,17; Jd 9). Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9).  Jesus é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21). Não se deve, portanto, confundir o Criador com a criatura.”

Distinções entre Jesus e Miguel:
● Jesus é chamado de Filho, mas Miguel não, por ser ele anjo.
● Jesus é Criador (Jo1. 3; Ap 1.18), Miguel é criatura que obedece ao Criador (Mt 26.53; Cl 1.16).
● Jesus é adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode ser adorado (Ap 22.8-9).
● Jesus, é o Senhor dos senhores (Ap 17.14), Miguel é um dos príncipes (Dn 10.13).
● Jesus é Rei dos reis (1ª Tm 6.15), Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1).

Jesus não é o Arcanjo Miguel. A Bíblia em nenhum lugar identifica Jesus como Miguel (ou como qualquer outro anjo). Hebreus 1.5-8 estabelece uma clara distinção entre Jesus e os anjos: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino.” A hierarquia dos seres celestiais é esclarecida nessa passagem – os anjos adoram a Jesus, o qual, como Deus, é o único digno de adoração. Nenhum anjo é jamais adorado nas Escrituras; portanto, Jesus (digno de adoração) não pode ser Miguel ou qualquer outro anjo (não digno de adoração). Os anjos são chamados de filhos de Deus (Gênesis 6.2-4; Jó 1:6, 2:1, 38:7), mas Jesus é o Filho de Deus (Hebreus 1.8, Mateus 4.3-6). O Arcanjo Miguel talvez seja o maior de todos os anjos. Miguel é o único anjo na Bíblia que é chamado de “Arcanjo” (Judas versículo 9). O Arcanjo Miguel, porém, é apenas um anjo. Ele não é Deus. A clara distinção no poder e autoridade de Miguel e de Jesus pode ser vista através da comparação de Mateus 4.10, onde Jesus repreende Satanás, com Judas, versículo 9, onde o Arcanjo Miguel "não se atreveu a proferir juízo infamatório" contra Satanás e chama o Senhor para repreendê-lo. Jesus é Deus encarnado (João 1:1,14). O Arcanjo Miguel é um anjo poderoso, mas ainda só um anjo.” (Is Jesus Michael the archangel? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Jesus-Michael-Archangel.html. Acesso em: 4 Jan, 2019)"

CONCLUSÃO. A Bíblia traz muitas informações acerca dos anjos e, apesar das inúmeras referências bíblicas, ainda muito pouco sabemos a respeito de quem eles são e do que fazem. A diferença entre os anjos e os humanos está, entre outras, no fato de que a nós o Criador deu a capacidade reprodutiva e, para tal, quando criou o ser humano, criou um casal que geraria outros da mesma espécie. Os anjos não se reproduzem.”
- A Escritura ensina que anjos ministram aos santos (Hb 1.14), e que algumas pessoas “hospedaram anjos sem saber” (Hb 13.2). Em nenhum lugar nas Escrituras somos encorajados a procurar evidências de anjos na vida cotidiana, além do que, Paulo adverte os crentes a não se tornarem adoradores de anjos (Cl 2.18). Os anjos não dormem, não tiram férias. Eles são ministros. São feitos ventos. Eles agem diuturnamente. O diabo tenta se fazer de anjo para enganar as pessoas. Eles estão ao nosso redor. Eles nos vigiam, nos guardam. Eles estão perto de nós. O mundo está povoado deles. Eles são milhões de milhões. Eles são guerreiros. Eles são adoradores. Eles trabalham em nosso favor. Eles são em maior número que os nossos adversários. Estamos do lado do vencedor!

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),

FONTE DE PESQUISA.
- Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Jan, 2019
- Rev. Hernandes Dias Lopes.