TEXTO
ÁUREO
“Bendizei ao SENHOR, anjos seus,
magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua
palavra.” (Sl 103.20).
VERDADE
PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e
celestiais a serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a
salvação.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
1.26-35
“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da
casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, entrando o anjo onde ela
estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as
mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava
que saudação seria esta. 30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque
achaste graça diante de Deus, 31 E eis que em teu ventre conceberás, e darás à
luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado
Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33 e
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. 34 E disse
Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? 35 E,
respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude
do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há
de nascer, será chamado Filho de Deus.”
INTRODUÇÃO. “Os anjos estão
presentes na Bíblia desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, e o
número deles é incontável. Eles apareceram a muitas pessoas na história do povo
de Deus, trazendo uma missão específica. A presente lição pretende mostrar que
eles não são mitos nem lendas, mas seres reais, e continuam atuando na vida da
Igreja.”
- Estamos sendo treinados para passarmos
a eternidade com o Senhor e ao lado destes seres criados para servir, então
será muito útil aprendermos tudo o que pudermos a partir das Escrituras sobre
os anjos e elas indicam que no céu nos uniremos aos anjos para adorar a Deus ao
redor do Seu trono. Apocalipse 4 descreve a primeira cena que João testemunhou
em sua visão do céu: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e
assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças
estão coroas de ouro” (Ap 4.4). Os anciãos representam a igreja. O fato de
haver lugares permanentes para eles indica que o povo redimido de Deus perpetuamente
adorará ali ao lado dos anjos. O escritor de Hebreus diz que os anjos são
espíritos ministradores, enviados para servir os que hão de herdar a salvação
(Hb 1.14). Deus ordena aos Seus anjos que cuidem dos Seus santos, mas não há
apoio escriturístico que apontem anjos governando nem sobre eles ou receberem
adoração. Os anjos, como servos de Deus, interferem de tempos em tempos nos
assuntos humanos, mas a forma como isso acontece, sabemos muito pouco. Na
verdade, a Bíblia não revela tudo o que gostaríamos de saber sobre os anjos. Os
anjos são seres espirituais que podem, até certo ponto, assumir forma humana. A
maior coisa que podemos aprender dos anjos é sua obediência instantânea e sem
questionamentos às ordens de Deus. “A existência dos anjos, conforme veremos
a partir de agora, é
claramente demonstrada pelo ensino, tanto do
Antigo, quanto do Novo Testamentos. São inúmeros os textos do AT que
comprovam a realidade da existência dos anjos (Gn 32.1,2; Jz 6.11ss; 1º Rs
19.5; Ne 9.6; Jó 1.6; 2.1; Sl 68.17; 91.11; 104.4; Is 6.2,3; Dn 8.15-17). Nos
textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas funções principais de
servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de Deus, obedecer Sua
vontade, executar a vontade de Deus, e também como guerreiros. No contexto do
NT, os anjos não são apresentados simplesmente como “mensageiros de Deus”, mas
também como “ministros aos herdeiros da salvação” (Hb 1.14). Outrossim, a
existência dos anjos é apresentada de maneira inequívoca no NT (Mt 13.39; 13.41;
18.10; 26.53; Mc 8.38; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16; 2ª Ts 1.7; Hb 1.13,14;
12.22; 1ª Pe 3.22; 2ª Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9.) (CACP). O termo
teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do grego
angelos, “anjo” e logia, “estudo”, “dissertação”).
Angelologia, se constitui, portanto, de doutrina específica dentro do contexto
daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a
existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos.
Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos. – Dito isto,
convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I.
OS ANJOS
1.
Quem são eles?
Os anjos são uma classe de seres criados por Deus, assim como os seres humanos
foram também criados. A palavra “anjo” chegou à nossa língua pelo latim angelus, uma transliteração do termo
grego angelos, que a Septuaginta
empregou para traduzir o hebraico mal'ak,
“mensageiro, anjo”. Na nossa cultura, quando se fala em anjo, todos entendemos
o que isso significa; vêm à nossa mente os seres espirituais e sobrenaturais
que habitam o céu. Mas o termo tem significado mais amplo.”
- Os anjos foram criados por Deus (Sl
148.2 e 5); O fato de serem criaturas está implícito em 1ª Timóteo 6.16. O
tempo da criação dos anjos é deixado indefinido na Bíblia, apenas sabemos que
quando foram lançados os fundamentos da Terra os anjos já existiam (Jó 38.4,7;
Is 14.12); são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. Em nenhum
lugar a Bíblia afirma que os anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus,
como foram os humanos (Gn 1.26). Interessante notar que Jesus ensinando sobre
nosso estado na ressurreição “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em
casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22.30) assevera que nós
seremos “como os anjos” - espírito, e não anjos.
2.
Os gregos e os romanos. O mundo grego usava angelos para um mensageiro ou
embaixador em assuntos humanos, alguém que fala ou age em nome de quem o
enviou. Foi essa a palavra usada na Septuaginta para traduzir o hebraico
mal'ak. Entre os romanos, a ideia não era diferente dos gregos.”
- Como expliquei no subtópico anterior,
a palavra original correspondente no grego ‘angelos’ é usado tanto para
mensageiros humanos (1ºRs19.2; Lc 7.24 e 9.52), quanto divinos. O primeiro tipo
de anjo mencionado na Bíblia são os querubins, que foram enviados por Deus para
proteger a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn 3.24). A Escritura usa várias
expressões para descrever os anjos. Eles são chamados de “seres celestiais” (Sl
89.6); “Filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1; 38.7); “Santos” (Sl 89.5); “estrelas da
alva” (Jó 38.7), “príncipes” (Dn 10.13); e “principados e potestades” (Ef
3.10).
3.
Na Bíblia.
O termo mal'ak, na cultura judaica,
indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de
qualquer humano (Sl 103.20; 2ª Pe 2.11). Eles pertencem à corte de Javé no céu,
onde o louvam e o servem (Is 6.2,3; Ap 5.11; 7.11). Convém nunca perder de
vista que essa palavra se aplica também a mensageiros humanos; o profeta Ageu foi
chamado de mal'al Yahweh, “o
embaixador do SENHOR” (ARC) ou “enviado do SENHOR” (ARA). João Batista é outro
exemplo do uso do termo para os humanos (Ml 3.1; Mc 1.2-4).”
- O termo português ‘anjo’ é derivado do
latim ‘angelus’, que por sua vez
deriva-se do grego ‘angelos’ (lê-se ‘anguelos’). No hebraico o termo é ‘malak’, que pode ser traduzido por
“mensageiro”, o que designa a ideia de ofício de mensageiro. O grego clássico
emprega o termo angelos para
mensageiro, embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que
o enviou. No Antigo Testamento, onde o termo malak ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres celestiais,
membros da corte de Yahweh, que servem
e louvam a Ele (Ne 9.6; Jó 1.6), são espíritos ministradores (1ºRs 19.5),
transmitem a vontade de Deus (Dn 8.16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl
103.20), executam os propósitos de Deus (Nm 22.22), e celebram os louvores de
Deus (Jó 38.7; Sl 148.2). No Novo Testamento, a palavra angelos aparece por 175 vezes, aparecem como representativos do
mundo celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes às do Antigo
Testamento são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp
2.9-11; Hb 1.6), são espíritos ministradores (Lc 16.22; At 12.7-11; Hb 1.7,14),
transmitem a vontade de Cristo (Mt 2.13,20; At 8.26), obedecem a vontade d’Ele
(Mt 6.10), executam os Seus propósitos (Mt 13.39-42), e celebram os louvores de
Cristo (Lc 2.13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais
como: a concepção de Cristo (Mt 1.20,21), Seu nascimento (Lc 2.10-12), Sua
ressurreição (Mt 28.5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1.11). Foi
Agostinho no século IV d.C. quem desenvolveu o estudo acerca do mundo
angelical. Segundo esse Pai da Igreja, os anjos teriam uma natureza puramente
espiritual e livre. Comentando o Gênesis, Agostinho definiu as funções destes
seres celestes, que seriam responsáveis pela glorificação de Deus e pela
transmissão da vontade divina. Agostinho afirmava que os anjos estariam
voltados tanto para o mundo espiritual quanto para o mundo visível, no qual
interviriam com certa frequência.
II.
OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1.
Natureza.
Os anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são
sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional. São em grandes
multidões no céu (Hb 12.22; Ap 5.11). Como criaturas, não são autônomos nem
independentes; não agem como tal e nunca receberam adoração. A habitação deles
é o céu, e eles veem sempre a face do Pai (Mt 18.10). Não possuem corpo físico
ou material, mas podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as
manifestações angelofânicas. Essas
aparições ocasionais são bíblicas (Jz 13.6; Hb 13.2). Os anjos são assexuados,
não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36).”
- É importante ressaltar que os anjos
não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de sua
criação (Ne 9.6; Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em que
parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido
imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos
ver em Jó 38.4-7 e Gn 1,1; 2.1. Não podemos também definir número, mas sabemos
que um ‘exercito’ compreende grande quantidade, uma ‘legião’ compreende um
número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22); Segundo Apocalipse 5.11, eles
são milhões de milhões e milhares de milhares. Deus certamente criou todos de
uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem (Mt
22.30). “São seres espirituais – incorpóreos (Hb.1.14). Não tem corpo físico,
mas podem assumir forma corpórea (Gn 18.19; Sl 104.4; Hb 1.7; Ef 6.2; Mt 8.16;
12.45; Lc 7.21; Ap 16.14). São imortais – Os anjos não estão sujeitos à
dissolução: nunca morrem. A imortalidade dos anjos se deriva de Deus e depende
de Sua vontade. Os anjos são isentos da morte, porque assim Deus os fez (Lc
20.35,36). Não se reproduzem conforme sua espécie – As Escrituras em parte
alguma ensina que os anjos são seres assexuados. Inferências encontramos
referindo-se aos anjos, com o uso de pronomes do gênero masculino (Dn 8.16,17;
Lc 1.12,29,30; Ap.12.7; 20.1; 22.8,9). Mas, não obstante, o casamento, a
reprodução, não é da ordem ou do plano de Deus. São poderosos – Dotados de
poder sobre-humano (Sl 103.20; 2Pd 2;11). São uma classe de seres criados
superiores aos homens (Sl 8.5; Hb 2.10). Contudo, esse poder tem seus limites
estabelecidos, não são Onipotentes (2ª Ts 1.7; 2º Sm 24.16,17). Veja
demonstração de poder dos anjos: At 5.19; 12.7,23; Mt 28.2).
2.
Ofício.
Não é possível descrever todas as atividades dos anjos em tão pouco espaço. A
Bíblia mostra a atuação deles nas diversas esferas no céu e na terra. Uma de
suas atividades, e a principal delas, é louvar e glorificar a Deus (Sl 148.2;
Ap 7.11,12). Eles executam obras em favor de homens e mulheres para socorrer e
ajudar nas suas dificuldades, e são eles que levam os salvos ao lar eterno (Lc
16.22).”
- Apesar de terem vontade, os anjos são,
como todas as criaturas, sujeitos à vontade de Deus. Os anjos bons são enviados
por Deus para ajudar os crentes (Hb 1.14). A seguir, algumas atividades que a
Bíblia atribui aos anjos:
● Eles louvam a
Deus (Salmos 148:1,2; Isaías 6:3).
● Eles adoram a
Deus (Hb 1.6; Ap 5.8-13).
● Eles se
regozijam nos feitos de Deus (Jó 38.6-7).
● Eles servem a
Deus (Sl 103.20; Ap 22.9).
● Eles se
apresentam perante Deus (Jó 1.6; 2.1).
● Eles são
instrumentos dos julgamentos de Deus (Ap 7.1; 8.2).
● Eles trazem
respostas às orações (At 12.5-10).
● Eles ajudam a
ganhar pessoas para Cristo (At 8.26; 10.3).
● Eles observam
a ordem cristã, obra e sofrimento (1ª Co 4.9; 11.10; Ef 3.10; 1º Pd 1.12).
● Eles dão
encorajamento em tempos de perigo (At 27.23-24).
● Eles cuidam
dos justos no momento da morte (Lc 16.22).
- O que a Bíblia diz sobre anjos da
guarda? Embora a expressão “anjo da guarda” não ocorre na Bíblia, muitas
pessoas acreditam que cada indivíduo recebe um “anjo da guarda” no dia do
nascimento ou no dia do batismo. Porém, a Bíblia não diz nada sobre isso. Uma
das passagens bíblicas mais conhecidas para defender esta interpretação está
registrada no Salmo 34: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e
os livra” (Sl 34.7). Outra passagem encontra-se no Evangelho de Mateus, quando
o Senhor Jesus, falando acerca dos pequeninos, declarou: “Vede, não desprezeis
a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem
incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Porém, essas passagens
não provam nada. Essas passagens não ensinam que cada crente ou criança tem seu
próprio “anjo da guarda”, mas, simplesmente expressam o cuidado geral de Deus
por Seu povo através dos anjos. Uma interpretação provável para expressão “seus
anjos nos céus” é que eles estão prontos para a ação por ordem de Deus. Sabemos
que os anjos são “espíritos ministradores” enviados para servir os cristãos (Hb
1.14). Mas se cada pessoa possuiu um anjo da guarda, a Bíblia não diz nada
especificamente. A Bíblia fala de um “exército celestial” – Todos os anjos que
velam pelo povo de Deus. Assim, neste exato momento, há um pelotão de forças
angelicais cuidando de sua vida. Assim, a noção popular de um anjo da guarda
para cada crente não tem base Bíblica. Ao invés disso, a Escritura afirma uma
verdade ainda mais preciosa: o cuidado de um crente não é a tarefa de apenas um
anjo; todo o exército angelical, em consenso, cuida de cada crente e de sua
salvação (Gn 32.1-2; 2º Rs 6.17; Lc 15.10; 16.22).
3.
A ação dos anjos durante o ministério de Jesus. Sua
participação já começa antes mesmo do nascimento de Jesus, quando o anjo
Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.18,19), e seis
meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (vv. 26-31). Os anjos assistiram a
Jesus durante todo o seu ministério terreno, na tentação do deserto, na agonia
do Getsêmani, na sua ressurreição e na ascensão ao céu (Mc 1.13; Lc 22.43; Mt
28.2-6; At 1.10).”
3.1.
Em seu nascimento.
a.
Previsão.
Gabriel predisse o nascimento de Jesus (Mt 1.20; Lc 1.26-28).
b.
Anúncio.
Um anjo anunciou o nascimento de Jesus aos pastores e foi acompanhado em seu
louvor por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15).
3.2.
Durante sua vida.
a.
Alerta.
Um anjo alertou José e Maria a que fugissem para o Egito, escapando, assim, da
ira de Herodes (Mt 2.13-15).
b.
Direção.
Um anjo orientou a família para retornar a Israel após a morte de Herodes (Mt
2.19-21).
c.
Ministração.
Anjos ministraram a Jesus após sua tentação no deserto (Mt 4.11) e seu conflito
no Getsêmani (Lc 22.43).
d.
Defesa.
Jesus disse que havia legiões de anjos preparadas para defendê-lo se ele os
chamasse (Mt 26.53).
3.3.
Após sua ressurreição.
a.
Na pedra.
Um anjo rolou para longe a pedra que fechava a entrada do sepulcro de Jesus (Mt
28.1-2).
b.
Anúncio.
Anjos anunciaram a ressurreição para as mulheres na manhã do domingo de Páscoa
(Mt 28.5,6; Lc 24.5-7).
c.
Ascensão.
Anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.10-11).
3.4.
Na Segunda Vinda de Jesus.
a.
Arrebatamento.
A voz do arcanjo será ouvida no arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16).
b.
Segunda Vinda. Os
anjos vão acompanhá-lo na Segunda Vinda (Mt 25.31; 2ª Ts 1.7).
c.
Juízo.
Os anjos vão separar o joio do trigo na Segunda Vinda (Mt 13.39-40).”
III.
AS HOSTES ANGELICAIS
A Bíblia menciona as categorias
angelicais sem apresentar detalhes de sua natureza; somente se manifesta em
alguns casos, como veremos a seguir.
1.
Ás hierarquias angelicais. O apóstolo Paulo inclui nessas hierarquias duas
duplas de seres: “tronos e dominações” e “principados e potestades” (Cl 1.16).
Alguns acham que a primeira dupla seja uma referência às “coisas visíveis”; e
as outras duas, às "coisas invisíveis". Uma tentativa sem sucesso. Os
tronos estão localizados no céu (Dn 7-9; Ap 4.4), mas a literatura
pseudoepígrafa dos antigos rabinos tem os tronos como seres celestes. A maioria
dos expositores do Novo Testamento reconhece o termo "tronos" nesse
contexto como classificação angelical. As dominações se referem aos poderes celestes
(Ef 1.20,21). A explicação sobre os principados e potestades foi dada na lição
passada.”
- A única referência clara a uma
hierarquia é Apocalipse 12.7, que mostra que o arcanjo Miguel tem outros anjos
debaixo de seu comando. No entanto, não há dúvidas de que encontramos na Bíblia
evidências da existência de uma hierarquia entre os anjos, isto é, se acham
organizados de forma hierárquica, numa forma de graduação, de autoridade. Essa
graduação‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o
Universo e na presença de Deus. Paulo aponta diretamente para isto quando usa a
expressão “principados e potestades”. Essa designação indica a existência de
certos anjos que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico. Paulo emprega
essa expressão tanto para se referir aos anjos caídos como para se referir aos
anjos de Deus sendo que, em duas ocasiões ele fala de anjos maus, isto é,
demônios (Ef 6.12; Cl 2.13); e em outras duas ele fala dos santos anjos de Deus
(Ef 3,10; Cl 1.16). O apóstolo Pedro também emprega essa mesma expressão para
se referir aos anjos do Senhor (1ª Pd 3.22). Não confunda essa hierarquização
com o assunto estudado na lição anterior sobre espíritos territoriais. Nos
últimos tempos muitas heresias surgiram relacionadas à hierarquia dos anjos. Os
propagadores dessas heresias defendem a ideia de que existem seres angelicais
que se ocupam em uma organização hierárquica territorial. Nas Escrituras encontramos
três classes ou tipos de anjos:
● Querubins:
anjos dotados de grande poder e majestade. São frequentemente mencionados em
conexão com a adoração a Deus e a revelação de sua glória (Êx 25.18; 2º Sm
22.11; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Hb 9.5).
● Serafins:
anjos que parece próxima à classe dos querubins. São mencionados apenas pelo
profeta Isaías. Os serafins são descritos pelo profeta com uma riqueza de
detalhes que revela seu serviço em torno do trono de Deus (Is 6.2,6).
● Arcanjo:
apenas Miguel é mencionado na Bíblia pertencente a esta classe (Jd 9). Alguns
estudiosos acreditam que possa haver mais arcanjos, enquanto outros afirmam que
apenas Miguel ocupa esse posto. Ele é retratado na Bíblia como um comandante do
exército celestial a serviço de Deus, ou seja, ele ocupa o posto mais elevado
na hierarquia dos anjos (Dn 10.13-21; Jd 9; Ap 12.7).
2.
Serafins e querubins.
São outras duas categorias de anjos sobre as quais a Bíblia revela algo mais do
que as categorias anteriores. O termo serafim significa "flamejante,
brilhante, refulgente". Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas
à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is
6.2). Os querubins simbolizam a transcendência de Deus, o qual “habita entre os
querubins” (1º Sm 4.4). Eles são representados como criaturas aladas colocadas
no propiciatório da Arca do Concerto (Êx 25.18-20:37.7-9).”
- O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente
ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na
Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados
ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem,
proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são
representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções
específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante
o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar
diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres
alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As
asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de
movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma
materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque,
de fato, os anjos são incorpóreos.
- Querubins. Essa classe de
anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de
Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub”, tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela
primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental
a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso
ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles
possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao
trono de Deus (1º Sm 4.4; 2º Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel
10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A
ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso
á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar
Santíssimo “ com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).
3.
Arcanjos.
Esse termo significa chefe ou líder dos anjos. Essa palavra só aparece duas
vezes na Bíblia, em: “com voz de arcanjo” (1ª Ts 4.16) e “mas o arcanjo Miguel,
quando contendia...” (Jd 9). Os tratados de teologia costumam incluir Gabriel
como arcanjo. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados por nome na
Bíblia. O nome “Miguel”, mikhael em
hebraico, significa “quem é semelhante a Deus?”; e “Gabriel”, “varão de Deus”.
As Escrituras Sagradas revelam existir mais seres no céu, da mesma natureza e
com a mesma posição de arcanjo: “e eis que Miguel, um dos primeiros
príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn
10.13). Veja que a expressão “um dos primeiros príncipes" mostra
existirem outros como Miguel.”
- “A palavra “arcanjo” representa a mais
elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “arc”, do grego “arch”,
sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os
livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a
saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único
nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do
arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de
administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn
12.1). O arcanjo Miguel ‚ denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o
guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João
teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos
exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão,
símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira
fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo,
mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais
ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor
nos ares (1ª Ts 4.16)”.
IV.
JESUS E O ARCANJO MIGUEL
O ministério dos anjos em relação a
Jesus vem desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Miguel é
anjo e se inclui também nesse ministério.
1.
A identidade de Miguel. As Escrituras falam muito pouco a respeito desse
anjo. O seu nome aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn 10.13,21;
12.1), arcanjo (Jd 9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7).
Alguns grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Esse
pensamento não nos surpreende, pois um desses grupos é arianista. O que nos
chama a atenção é o fato de outros grupos cristãos, que afirmam crer na
Trindade, confundam o Criador com a criatura.”
Esclarecendo o termo ‘arianismo’:
doutrina de Ário 250-336, um professor do início do século 4 d.C., de
Alexandria (Egito), que afirmava ser Cristo a essência intermediária entre a
divindade e a humanidade, negava-lhe o caráter divino e ainda desacreditava a
Santíssima Trindade. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser
criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Hoje, existem
seitas que advogam esse ensino e que afirmam que sempre que Miguel é mencionado
na Bíblia, refere-se à Pessoa de Jesus como Comandante dos exércitos celestiais
em direta disputa com Satanás e os anjos maus. (Leia mais sobre este assunto
aqui). Judas 9 é a única passagem das Escrituras que mostra ser Miguel um
arcanjo. “O termo grego ἀρχ (gr. arch) significa, “chefe, líder” ou “cabeça”.
Isto mostra que Miguel é um líder dos anjos. Seu nome em hebraico é מִֽיכָאֵ֗ל
(Michael), significa ‘Quem é
semelhante a Deus?’. O hebraísta Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenios, declara
que a tradição rabínica afirma ser Miguel “um dos sete arcanjos”. Esses
arcanjos aparecem na literatura rabínica apocalíptica, em que esses nomes são
apresentados no livro pseudoepífrafo de Enoque: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel,
Saracael, Gabriel e Remiel (1º Enoque 20.2-8; Tob 12.15)”. (CACP).
2.
Uma diferença abissal. Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo seja o
mesmo Miguel, pois há uma diferença abissal entre ambos: Jesus é Deus, o
Criador e transcendente, Miguel é anjo, portanto, criatura (Jo 1.1-3; Cl
1.16,17; Jd 9). Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio
Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10;
22.8,9). Jesus é o Senhor dos senhores,
e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21). Não se deve, portanto, confundir o
Criador com a criatura.”
Distinções
entre Jesus e Miguel:
● Jesus é
chamado de Filho, mas Miguel não, por ser ele anjo.
● Jesus é
Criador (Jo1. 3; Ap 1.18), Miguel é criatura que obedece ao Criador (Mt 26.53;
Cl 1.16).
● Jesus é
adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode ser adorado (Ap 22.8-9).
● Jesus, é o
Senhor dos senhores (Ap 17.14), Miguel é um dos príncipes (Dn 10.13).
● Jesus é Rei
dos reis (1ª Tm 6.15), Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1).
“Jesus não é o Arcanjo Miguel. A Bíblia
em nenhum lugar identifica Jesus como Miguel (ou como qualquer outro anjo).
Hebreus 1.5-8 estabelece uma clara distinção entre Jesus e os anjos: “Pois a
qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu
lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito
no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz:
Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas
acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade
é o cetro do seu reino.” A hierarquia dos seres celestiais é esclarecida nessa
passagem – os anjos adoram a Jesus, o qual, como Deus, é o único digno de
adoração. Nenhum anjo é jamais adorado nas Escrituras; portanto, Jesus (digno
de adoração) não pode ser Miguel ou qualquer outro anjo (não digno de
adoração). Os anjos são chamados de filhos de Deus (Gênesis 6.2-4; Jó 1:6, 2:1,
38:7), mas Jesus é o Filho de Deus (Hebreus 1.8, Mateus 4.3-6). O Arcanjo Miguel
talvez seja o maior de todos os anjos. Miguel é o único anjo na Bíblia que é
chamado de “Arcanjo” (Judas versículo 9). O Arcanjo Miguel, porém, é apenas um
anjo. Ele não é Deus. A clara distinção no poder e autoridade de Miguel e de
Jesus pode ser vista através da comparação de Mateus 4.10, onde Jesus repreende
Satanás, com Judas, versículo 9, onde o Arcanjo Miguel "não se atreveu a
proferir juízo infamatório" contra Satanás e chama o Senhor para
repreendê-lo. Jesus é Deus encarnado (João 1:1,14). O Arcanjo Miguel é um anjo
poderoso, mas ainda só um anjo.” (Is Jesus Michael the archangel? Disponível
em: https://www.gotquestions.org/Jesus-Michael-Archangel.html. Acesso em: 4
Jan, 2019)"
CONCLUSÃO.
A
Bíblia traz muitas informações acerca dos anjos e, apesar das inúmeras
referências bíblicas, ainda muito pouco sabemos a respeito de quem eles são e
do que fazem. A diferença entre os anjos e os humanos está, entre outras, no
fato de que a nós o Criador deu a capacidade reprodutiva e, para tal, quando
criou o ser humano, criou um casal que geraria outros da mesma espécie. Os
anjos não se reproduzem.”
- A Escritura ensina que anjos ministram
aos santos (Hb 1.14), e que algumas pessoas “hospedaram anjos sem saber” (Hb
13.2). Em nenhum lugar nas Escrituras somos encorajados a procurar evidências
de anjos na vida cotidiana, além do que, Paulo adverte os crentes a não se
tornarem adoradores de anjos (Cl 2.18). Os anjos não dormem, não tiram férias.
Eles são ministros. São feitos ventos. Eles agem diuturnamente. O diabo tenta
se fazer de anjo para enganar as pessoas. Eles estão ao nosso redor. Eles nos
vigiam, nos guardam. Eles estão perto de nós. O mundo está povoado deles. Eles
são milhões de milhões. Eles são guerreiros. Eles são adoradores. Eles
trabalham em nosso favor. Eles são em maior número que os nossos adversários.
Estamos do lado do vencedor!
“Achando-se as
tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do
meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
FONTE
DE PESQUISA.
- Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos,
1º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Jan, 2019
- Rev. Hernandes Dias Lopes.